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Trabalho de Português tópicos para uma apresentação oral Escola Secundária Artística António Arroio Aluno: Marcos santos Nª 18 10ª F Profª Eli

MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

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Marcos Santos, nº 13 - 10º anoTópicos para apresentação oral - aula de Português - Profª eli - 2009

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Page 1: MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

Trabalho de

Português – tópicos para

uma apresentação oral

Escola Secundária Artística António Arroio

Aluno: Marcos santos

Nª 18 10ª F

Profª Eli

Page 2: MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

Índice

Prenda de anos………………………………Pg-1

Fases interessantes do conto…………….Pg-2

Imagem do conto…………………………….Pg-3

Simbolismo…………………………………..Pg-4

Categoria narrativa……………………….Pg-5

Bibliografia ..……………………………….Pg-6

Page 3: MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

PRENDA DE ANOS

Abriu as mãos, desconchando – as, e delas tombou a pedrinha. Os olhos da

menina seguiram a queda, até se fecharem como se se protegesse do adivinhado

ruído.

- Isso que trouxe para mim?

O pai acenou. Que sim, trouxera da viagem para o aniversário da mais nova.

Uma anónima pedra, sem tamanho nem cor especiais. Ser pedra era o único

valor daquela prenda.

A menina já conhecia as ofertas que lhe cabiam: pena de corvo, casca de

arbusto, fragmento de chão. Tudo fragrância do natural, nada comprado nem

comparável. Esses sendo seus mimos desde que nascera consumado o pensar

paterno – o que se dá, quando se ama, não se compra.

A moça levou a prenda e colocou – a sobre a mesa de seu quarto. Sentou - se,

sem gesto nem ruído. Assim calada, esperava que a pedra saísse do silêncio.

- Nenhuma coisa é um qualquer nada.

Assim prendera a inventar nome para os mimos incógnitos objectos. Ela vestia

esses pequenos desvalores com histórias que retirava de sua fantasia. Nesse

criar ela mesma se iluminava.

A restante família se opunha a este fazer de conta. Para os outros, aquilo era um

desgaste de tempo, desconversação. As amigas da moça, por igual, lhe

desvalorizavam as dádivas. E exibiam os seus pertences, cheios de preços. E

tanto o faziam que, às vezes, a menina era roída por súbitas invejas. Como

aquela que agora despontava em sua alma. Porque ela, sentada na penumbra do

quarto, não lograva inventar nenhuma fantasia para a prenda de anos, algo que

convertesse a pedra em coisa única.

Então, o pai entrou no aposento e igualmente se sentou. Não se imagina o que

sentado se alcança fazer. É verdade: o homem se constitui graças à marcha. Mas

foi o sentar que forjou a melhor fatia da nossa humanidade.

- Lhe explico a palavra, filha. Paisagem vem de pai…

A filha riu, enquanto ele lhe contava como descobrira aquela pedra, tão aquela e

nenhuma mais. Começava, então, a prenda não de aniversário mas de

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eternidade. Conforme catava magia com suas palavras, o pai era todo dela,

entregue inteiro e aparecido, como se ela fosse sempre o único motivo dele.

Seu pai lhe dava um outro pai, roubando – a dessa orfandade original que nos

assalta nas fraquezas.

A vos do pai dissolvia o tempo, açúcar se extinguindo em chá. Na ensombração

do quarto, o mundo sumia enquanto uma pedra entrava em ovulação.

Mia Couto, “Prenda de anos”

Na Berna de nenhuma estrada e outros contos

Page 5: MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

Frases interessantes do conto

- O que se dá, quando se ama, não se compra.

Só o facto de ganhar uma coisa com amor, dinheiro nenhum paga o

preço que vale.

- Nenhuma coisa é um qualquer nada.

Mesmo sem tamanho nem cores especiais tudo na vida, mesmo que

seja uma pedra, tem seu valor único.

Page 6: MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

Imagem - conto

Na imagem se compara a força que a pedra passa na hora que o pai diz a filha

- Nenhuma coisa é um qualquer nada.

O nascimento de um sentimento permanente, estável. Simboliza a força é a

resistência, a frieza o imortal.

Na alquímica a Pedra Filosofal é um símbolo do centro e da totalidade da

psique, que surge como prima-matéria, o início, para posteriormente

transformar-se no Lápis, o fim da Obra. Uma vez concluída a Opus, a Pedra

Filosofal é uma representação da conjunctio (união) ou do intercurso sexual

entre o sol e a lua, o rei e a rainha. Ela era considerada o mediador entre os

opostos e representa a realização do Eu, a consciência da completude. A

Pedra por vezes costuma ser denominada de Árvore da Vida, apresentando

Page 7: MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

uma forte relação com o simbolismo da Árvore do Mundo ou da Árvore

Cósmica. As pedras preciosas de um modo geral simbolizavam os valores

psicológicos duráveis.

Se você sonha com pedras que se amontoam ou se juntam formando

construções homogéneas, tome como um anúncio de consolidação de seus

projectos imediatos.

Você dispõe de firmeza necessária para suportar qualquer obra em que você

se envolva. Mas a tenacidade e a solidez possuem os seus reversos negativos

quando falamos de sensibilidade e de relações afectivas, podendo ser

entendidos como intransigência se o contexto do sonho for sentimental. Se

você sonha com um terreno coberto de pedras que formam um obstáculo

para você passar, pode ser entendido como a sua própria resistência à

mudança, sua falta de flexibilidade para se adaptar às circunstâncias.

O pai certamente antes de dar uma pedra de prenda já imaginava todo o

significado e o sentimento que a filha ia ter.

Simbolismo

Pedra: A pedra representa coisas sólidas e terrenas, abrangendo

permanência, estabilidade e credibilidade. Simboliza força e

resistência, frieza e distanciamento emocional. É fria e dura, e ainda

durável podendo simbolizar o divino, o imortal.

Pai: O pai é o Sol; ele representa as forças tradicionais de lei e

ordem, normalmente significando superioridade física, mental e

espiritual nos mitos e lendas. Ele é o Pai Tempo; ele é o Pai do Céu.

Intimamente ligado ao princípio masculino e corresponde à

consciência em oposição ao inconsciente maternal.

Page 8: MARCOS - Prenda de Anos - Conto de Mia Couto

É considerado um símbolo do mundo da ordem e das proibições

morais, é um representante do espírito que se opõe a impulsividade,

impedindo-a. O deus criador masculino é um derivativo da imagem

paterna.

Baseado nos elementos fogo e ar, como também nos Céus, a luz

Raios e armas. Conota o mundo dos mandamentos morais.

Categorias da narrativas

Espaço: Quarto

Personagens: Menina, Pai e Pedra

.

Expressões: Felicidade, curiosidade e inveja.

Comentário:

Gostei do conto porque logo no início a menina fica com uma

certa curiosidade e quando recebe a prenda fica com algum

desgosto.

Mais com a leitura do conto eu percebi que: o que se dá

quando se ama, não se compra.

E também gostei da maneira como a Menina tratava os seus

presentes incomparáveis como (inventar nomes, criar

histórias e fantasias).

Gostei da maneira como o pai a tratava, penso eu que ela era a

filha mais nova. A prenda dava-lhe o sentimento de

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eternidade. Para a menina não se sentir só o pai lhe dava um

outro pai, roubando a orfandade e a tristeza. Essa foi a

responsabilidade da pedra, dar à menina a compania.

Nenhuma coisa é um qualquer nada.

Mia Couto , “Prenda de anos”

In Na Berna de nenhuma estrada e outros contos

Bibliografia

SITES

http://www.google.pt/search?hl=pt-

PT&safe=active&q=simbolismo+da+pedra&btnG=Pesquisar&meta=

http://www.google.pt/search?hl=pt-

PT&safe=active&q=simbolismo+de+pai&btnG=Pesquisar&meta=

http://www.google.pt/search?hl=pt-

PT&safe=active&q=deviantart&btnG=Pesquisar&meta=

http://www.google.com/search?hl=pt-BR&q=mia+couto&btnG=Pesquisar&lr=