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Maré de Notícias: crack, placas nas ruas, va de táxi, homicídios, arte, cultura, cursos e muito mais.
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37Ano IV, No Janeiro de 2013 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita
Centro de Artes da MaréLona Cultural Herbert Vianna
Perfil
Conheça o Victor, que pinta com os pés. Pág. 3
Se essa rua fosse minha
Começa a instalação das placas de rua na Maré Pág. 6
Vai de táxi?Uma lista dos profissionais que atendem nas
nossas comunidades pág. 2
Pág. 15
Índice de Homicí-dios na Adolescên-cia (IHA) no Brasil aumentou em 2010 em todas as regi-ões do país. Jo-vens negros de 12 a 18 anos de idade, do sexo masculino, correm quase três vezes mais risco de morrerem as-sassinados do que um rapaz de pele branca. Pág. 8 e 9
Ex-viciados e voluntá-rios da Maré ajudam dependentes a supe-rar esse período da vida. Segundo eles, deixar o crack é pos-sível e não requer in-ternação compulsória (obrigatória). É preci-so diálogo, atenção, amor e dignidade.
Pág. 10 e 11
Estão abertas as inscrições para diversas ofi-cinas e cursos gratuitos para todas as idades. Informática, gastronomia, inglês, espanhol, fran-cês, grafite, complementação pedagógica, pré--vestibular e introdução ao mercado de trabalho são alguns exemplos. A Lona e o Centro de Artes oferecem ainda oficinas culturais. Pág. 12 a 15
Jovens vítimas de homicídio
Inscrições para diversos cursos
Crack tem saída sim!
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Papai Noel esteve ocupado em 2012... Confira as fotos de Natal enviadas pelos leitores. Pág. 16
Formatura da turma do Maré de Sabores em dezembro: formação em gastronomia, gênero e cidadania
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entraremos em contato ([email protected] ou tel: 3104-3276).
Patrícia - 8149-5212 ou 7744-2557 Vinícius - 7713-1349 (circula mais pelo centro e aeroportos)Leoni - 7703-0235 / 9708-1747 8835-0489Seu Avelino - 9389-3043 (aceita emergência 24 horas)
Morador do Salsa e Merengue, Victor é um jovem elétrico, não para nunca. Frequenta o Pré-Vestibular da Redes da Maré, na Vila do João, faz curso de webdesign, pratica natação e bocha e participa de uma turma de dança contemporânea. Nascido de sete meses, o jovem é bem antenado, não deixa de acessar a internet pelo celular ou pelo notebook. “Dizem que tenho o pé nervoso”, brinca. Sua mãe, Eliete Pereira Santos, está sempre a seu lado. “O Victor, quando esbarra com uma dificuldade, sempre diz: ‘vou tentar até conseguir’”, revela.
Desenhos em cartões postais
No fim de 2012, Victor expor seus quadros pela primeira vez, fruto da participação dele no Projeto Enter Jovem Plus, três anos atrás. “Em 2010 o Victor foi aluno e uma lição de vida, um incentivo a outros participantes do projeto. Há uma troca de experiência, mostrando que
Repórteres e redatores Aramis Assis
Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)Rosilene Miliotti
Fabíola Loureiro (Estagiária)
Fotógrafa Elisângela Leite
Projeto gráficoe diagramação
Pablo Ramos
Logotipo Monica Soffiatti
Colaboradores Anabela Paiva
Aydano André MotaFlávia Oliveira
Observatório de Favelas
Impressão Gráfica Jornal do Commércio
Tiragem 40.000 exemplares
Leia nosso Maré na internet e baixe o PDF:www.redesdamare.org.br.
Expediente
Instituição Proponente Redes de Desenvolvimento da Maré
Diretoria Andréia Martins
Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva
Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir
Patrícia Sales Vianna
Coordenação de ComunicaçãoMirella Domenich
Instituição Parceira Observatório de Favelas
Apoio Ação Comunitária do Brasil
Administraçãodo Piscinão de Ramos
Associação Comunitária
Roquete Pinto
Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas
Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança
Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias
Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros
Associação de Moradores do Morro do Timbau
Associação de Moradores do Parque Ecológico
Associação de Moradores do Parque Habitacional
da Praia de Ramos
Associação de Moradores do Parque Maré
Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz
Associação de Moradoresdo Parque União
Associação de Moradores
da Vila do João
Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda
Biblioteca Comunitária Nélida Piñon
Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa
Conexão G
Conjunto Habitacional Nova Maré
Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros
Luta pela Paz
União de Defesa e Melhoramentos do Parque
Proletário da Baixa do Sapateiro
União Esportiva Vila Olímpica da Maré
Editora executiva e jornalista responsável
Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)
Redes de Desenvolvimento da Maré Rua Sargento Silva Nunes, 1012,
Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531
www.redesdamare.org.br [email protected]
Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.
Parceiros:
EDIT
OR
IAL
PER
FIL Pés à obra!
Jovem Victor supera as dificuldadese torna-se pintor de belos quadros
Humor: “Evolução humana” - André de Lucena
Serviço
Editorial
Hélio Euclides Rosilene Miliotti
“Tem que lutar, não se abater”. Esse trecho da música “Conselho”, de Adilson Bispo e Zé Roberto, poderia muito bem ser o lema de vida de Vic-tor Pereira Santos. O jovem, que nas-ceu com uma paralisia nos braços, em nenhum momento desistiu dos sonhos que, com garra, vem trans-formando em realidade. Hoje, aos 20 anos de idade, além de estudar, pin-ta quadros com os pés e, por meio da arte, expressa seu modo de ver o mundo.
Nascido em Ipiaú, cidade no interior da Bahia, logo na infância teve de vir para o Rio de Janeiro procurar tratamento fisioterápico. A cada passo foi moldando seus instrumentos: os pés. Já concluiu diversos quadros, entre eles, 10 em acrílicos e quatro em óleo, além de inúmeros desenhos. Tudo começou quando fez um curso de pintura para aprimorar o seu talento, na Ação Comunitária do Brasil, unidade Vila do
João, com apenas 9 anos. Depois do curso, continuou o aprendizado com grafite, design de interiores e filosofia.
todos podem se tornar profissionais”, comenta a presidente do Instituto Empreender e coordenadora do projeto, Mariza Soares.
Victor, por enquanto, sente que cada criação é como se fosse um filho e, segundo ele, não fica bem comercializar seus quadros. Associado
à entidade Pintores de Boca e Pé, ele tem o seu trabalho reproduzido em cartões para o Brasil todo. Seu próximo passo será tirar o passaporte, pois deseja conhecer a Suíça, onde fica a sede da instituição. Outro objetivo é, em breve, aprender fotografia.
Em 2012, mãe e filho participaram juntos da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ela para Serviço Social e ele para Artes Plásticas. “Espero crescer na profissão e dar aula de artes”, conta. Ele só fica triste quando sua carreira não é valorizada. “Alguns colegas acham que trabalhar com arte é lazer e não trabalho”, desabafa. Mas para o rapaz, o importante é não desanimar jamais. “Nunca se pode desistir de nada, tem que tentar até conseguir”, finaliza.
Taxistas parceiros da Maré
Publicamos abaixo a primeira relação de taxistas que circulam pelas ruas da Maré para deixar ou pegar passageiro. A ideia veio da leitora Marilene Correia (leia na pag. 2 da Ed. passada), devido à frequente dificuldade de chamar um táxi nas nossas comunidades.
O Maré de Notícias agradece a todos que participaram desta campanha. Se mais algum taxista quiser ser incluído, envie nome e telefone para a redação que
Maré de direitos
Nesta primeira edição do ano, voltamos a tratar do crack, desta vez (como anunciado em dezembro) trazendo relatos de ex-viciados e de pessoas que se engajaram em projetos de apoio aos dependentes químicos. Chama a atenção a entrevista de Karla, que se recuperou das drogas e manifesta ficar chocada quando ouve chamarem os usuários de “bichos”. “São gente. Eles só precisam de nossa mão e de carinho”, enfatiza ela. Trata-se de um belo exemplo – entre tantos existentes na vida real – que nos ajuda a refletir melhor sobre o consumo do crack como sendo uma questão social. Leia nas páginas 10 e 11.
Ainda no que diz respeito aos direitos humanos, nas páginas 8 e 9 trazemos reportagem sobre os últimos números de homicídios na adolescência, uma questão que, assim como o crack, requer políticas públicas adequadas.
Leia também nas próximas páginas sobre o jovem artista Victor, sobre as mulheres que estão conquistando autonomia por meio do Maré de Sabores, sobre as diversas oportunidades oferecidas nas nossas comunidades e muito mais.
Boa leitura!
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Fabíola Loureiro
A formatura da turma de 2012 do Maré de Sabores, em 19 de dezembro, começou com um al-moço preparado pelas próprias alunas, todas moradoras de dife-rentes comunidades locais. Cada uma delas preparou uma receita para ser compartilhada pelo gru-po. O projeto é um misto de aulas de gastronomia com discussões de gênero e cidadania. Teve iní-cio em junho de 2010, impulsio-nado por uma demanda de pais de alunos do Programa Criança
Comilança na Maré Formandas do Maré de Sabores preparam cardápio especial para celebrar o fim do curso. Projeto envolve gastronomia, gênero, cidadania e geração de renda, impulsionando a autonomia das mulheres de nossa favela
Petrobras na Maré (PCP-Maré), que tinham um pequeno conhe-cimento em culinária e queriam uma especialização. Como as mulheres foram responsáveis por mais de 90% das inscrições, o Maré de Sabores tornou-se um projeto voltado às mulheres cozi-nheiras e chefes de família, mora-doras do bairro.
Mas a iniciativa não termina quando o curso acaba. Muito pelo contrário. As participantes continuam no grupo, que vem sendo contratado para pre-parar bufês e comercializar produtos culinários em várias partes da cidade.
A diarista Angélica Costa Gordo, mo-radora da Baixa do Sapateiro, entrou no projeto há um ano justamente para trabalhar num evento que o Maré de Sabores iria produzir. Desempregada, ela acabou participando de outros dois eventos e resolveu fazer o curso, por su-gestão da amiga Michele Gandra, que faz parte da iniciativa desde o início.
“Mudou a minha vida porque aprendi a conhecer sobre alimentação e ver que é muito mais do q u e
colocar uma panela de arroz no fogo. Fiz muitas amizades, participei de eventos gastronômicos e agroecoló-gicos. Trabalho muito, mas também me divirto bastante. Além disso, trou-xe um acréscimo para a minha renda mensal”, conta Angélica.
Sua amiga Michele Nogueira Gandra, também moradora da Baixa do Sapa-teiro, é a mais antiga do grupo. Está no projeto há dois anos e meio e, até então,
nunca tinha trabalha-do fora.
Com o curso, começou a fazer eventos na Lona Cultural e em outros lugares. “Eu iniciei o curso e falava: ‘não vim aqui fazer amizades, vim aprender para ser uma profissional’, mas com o tem-po pude perceber que a gente aprende o tempo todo. A tolerância cresceu em mim, baixei a bola e vi que eu não po-deria fazer tudo sozinha. É muito difícil lidar com o outro, mas nossa amizade tem crescido e isso contribui para o trabalho em conjunto. Gosto da entra-da de pessoas novas, da interatividade entre as mulheres e espero conhecer mais meninas, crescer profissional-mente e ganhar dinheiro com o que eu
gosto, fazendo meus eventos”, re-vela Michele.
A manicure e depiladora Vanessa Campos Paula, por sua vez, assim como Angélica, se formou em dezembro passado. Segundo conta, ela aprendeu a cozinhar melhor, repassa aos outros o que vem aprendendo e diz que a iniciativa trouxe uma oportunidade ímpar em sua vida. “A princípio era só para ter uma ocupação, mas com o tempo comecei a gostar do curso e a trabalhar nos eventos. Pude conhecer e trabalhar com pessoas muito legais que se tornaram minhas amigas. Isso ajudou a levantar a autoestima de muitas pessoas que estão aqui, inclusive a minha”, ressalta ela, que é moradora da Vila do Pinheiro.
Inscrições abertas para nova turma do Maré de Sabores. Leia na página 13.
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é fundamental, pois a partir da observação as crianças se tornam mais críticas, se sentem se-guras para agir dentro do seu espaço”, explica.
A atividade é fruto do trabalho pedagógico re-alizado pelo Projeto Maré de Ruas e Histórias, iniciado no segundo semestre de 2012, por meio da oficina de Arte sobre Azulejos. A ação é uma iniciativa da Redes, por meio do Progra-ma Criança Petrobras na Maré (PCP-Maré).
O comerciante Sebastião Felício dos Santos foi um dos entrevistados pelo projeto sobre a origem do nome da Rua 15 de Janeiro. Ele se orgulha de ter sido um dos antigos morado-res que ajudaram a escolher o nome devido à data em que Tancredo Neves venceu a eleição das Diretas Já, em 1985. “Todos gostaram do nome que ajudei a escolher. Moro na Maré há 50 anos, conheci minha esposa e criei meus filhos aqui. Gosto muito daqui e não pretendo sair nunca”, conta.
A aluna da oficina Andressa Henrique é uma das crianças participantes do projeto. Em um dos encontros ela fez um desenho comparan-
do as ruas da Maré com as da Paraíba, eviden-ciando que lá há mais praças e árvores. Ela diz que adora a Maré e queria que as ruas tivessem mais espaço para brincar com as amigas.
Pertencimento e apropriaçãodo espaço
O projeto piloto prevê, inicialmente, a colo-cação de 32 placas na Rua Sargento Silva Nunes e transversais. As ruas que tiveram a origem do nome identificada pelos moradores trazem na placa o motivo da escolha. “A pro-posta, iniciada juntamente com Eliana Sousa Silva, umas das diretoras da Redes, envolve a confecção das placas junto com os morado-res, não só para organizar e ordenar o espa-ço urbano, mas para trabalhar uma ideia mais concreta sobre o lugar onde se vive”, afirma Laura Taves, arquiteta e coordenadora do pro-jeto Formatura da turma do Maré de Sabores em dezembro: formação em gastronomia, gê-nero e cidadania O projeto é pensado como uma ação efetiva que envolva diretamente os
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Maré oferece tratamento gratuito e eficazEssa rua é toda minha... Não à tuberculose Aramis Assis Elisângela Leite
Crianças e adolescentes participaram da confecção das primeiras placas de azulejo com os nomes das ruas da Maré, inicialmente da Nova Holanda, comuni-dade onde a experiência teve início. A ideia básica é o resgate das histórias das ruas pelos moradores como for-ma de se criar uma identidade própria para cada uma delas. Essa ação com-plementa as intenções do Censo Maré, realizado pela Redes em parceria com o Observatório de Favelas.
A arte-educadora e azulejeira Márcia Queiroz conta que iniciou o trabalho com as crianças e adolescentes por meio do Guia de Ruas da Maré, lançado no ano passado pela Redes, tra-zendo o mapeamento das 16 favelas. O guia é fruto da primeira fase do Censo Maré, que ma-peou todo o bairro. Foi quando ela percebeu que muitos não têm conhecimento da cidade em que vivem, nem mesmo da própria comunida-de. “Apropriar-se e gostar do lugar onde se vive
Primeiras ruas começam a receber placas de identificação feitas em azulejo pintado à mão
placas serão instaladas na Nova Holanda, mas a ideia é identificar toda a Maré, num ato de apropriação do espaço público32
moradores. A partir dessa primeira ação na Nova Holanda, objetiva desenvolver diversas atividades que tornem possível a mobilização e envolvimento dos moradores na elaboração de um “Plano Territorial para a Maré”, adianta Eliana.
As ruas contam histórias e nomeá-las não significa apenas um ato de identificação, mas também de pertencimento e apropria-ção daquele espaço. Para se exercer o di-reito à cidade é primordial o reconhecimento do espaço em que se vive, para torná-lo vi-sível. É essencial que os moradores sejam protagonistas nesse processo e o Maré de Ruas e Histórias alça voo nesse sentido, pretendendo alcançar o reconhecimento de toda a cidade.
Fabíola Loureiro
O Centro Municipal de Saúde Samora Machel vem desenvolvendo palestras e oficinas voltadas para a promoção da saúde, com ênfase na tuberculose. Entre os objetivos estão detectar possíveis pacientes com a doença, divulgar a importância do tratamento – que é público, gratuito e eficaz – e diminuir o preconceito. A agente comunitária de saúde, Márcia Cristina Pereira, diz que a tuberculose é uma doença altamente contagiosa, afetando principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos, como ossos e rins. Na região da Coordenadoria de Saúde da Área de Planejamento 3.1 (CAP 3.1), que envolve Ilha do Governador e Zona da Leopoldina, houve um total de 47 óbitos por tuberculose no primeiro semestre de 2012, sendo 10 na Maré. Com o Programa Saúde da Família, os casos podem ser descobertos e tratados a tempo.
“Há uma dificuldade em assumir a doença. Por isso, as unidades de saúde estão buscando os pacientes e possibilitando o tratamento. Quando chega um paciente, toda a família é investigada e é feito um histórico dos seus contatos: família, amigos, vizinhos”, explica.
O tratamento dura seis meses e não pode ser interrompido. Porém, depois de 15 dias, muitos pacientes sentem uma melhora e acabam abandonando o tratamento. Com isso, eles se tornam resistentes aos medicamentos e continuam contaminando amigos e familiares. Segundo Márcia, o paciente pode escolher se busca a medicação no posto ou se o agente comunitário leva em seu domicílio. Ela lembra ainda que as crianças também estão vulneráveis, mas que os sintomas são diferentes dos adultos. Se a criança tiver contato com algum paciente, deve procurar a unidade para efetuar os exames.
Maria José Barreto, moradora do Parque Maré, conta que seu filho pegou tuberculose, fez todo o tratamento e agora está curado. “Quando ficamos sabendo, nós o apoiamos e eu sempre fiquei muito presente. No início tivemos um pouco de cuidado para não ter contaminação, mas depois de 25 dias de tratamento o médico disse que já poderia ter contato com a família, pois não tinha mais risco de contágio”, revela Maria José.
De olhonos sintomas:-Tosse seca e contínua por mais de três semanas;-Cansaço excessivo;-Febre baixa, geralmente à tarde;-Sudorese noturna;-Falta de apetite;-Palidez e fraqueza;-Emagrecimento acentuado;-Rouquidão e dificuldade na respiração.
Márcia Queiroz (à esq.) e Laura Taves preparam as placas
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EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE HOMICÍDIOS NA ADOLESCÊNCIA (IHA) ENTRE OS RESIDENTES DE MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100 MIL HABITANTES NO BRASIL - 2005 a 2010
Ao analisar a evolução do índice desde a sua criação, nota-se que o valor do IHA para o Brasil em 2005 foi de 2,75 mortes para cada grupo de mil adolescentes. Houve redução nos valores do índice até 2007 e estabilidade em 2008 e 2009. Já em 2010 o IHA aumentou significativamente, alcançando o patamar mais elevado da série (2,98).
EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE HOMICÍDIOS NA ADOLESCÊNCIA (IHA) NOS MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100 MIL HABITANTES PELAS REGIÕES
Este gráfico mostra a disparidade do índice entre as regiões do Brasil. O resultado mais alarmante foi o crescimento vertiginoso do IHA no Nordeste: em 2005 o IHA foi de 2,94 nessa região, passou para 3,89 em 2008 e chegou a quase cinco mortes para cada mil adolescentes em 2010. Houve aumento também no Norte, Centro-Oeste e Sul. A única região que apresentou queda foi o Sudeste.
ÍNDICE DE HOMICÍDIOS NA ADOLESCÊNCIA (IHA) - Rio de Janeiro, 2010
No estado do Rio, Duque de Caxias apresentou o mais elevado índice, tendo sido o 15º município do país, proporcionalmente, com mais homicídios de adolescentes entre as cidades com mais de 200 mil habitantes. Itaguaí foi o segundo município do ranking fluminense, seguido de Niterói e Cabo Frio. A capital registrou índice mediano (de 3,02), ligeiramente mais alto do que a média nacional (de 2,98). Entretanto, segundo os pesquisadores, é preciso cautela com os dados do estado do Rio em função da queda da qualidade da informação sobre mortes por causas externas ocorridas a partir de 2007. É possível ter havido mais crimes do que os registrados oficialmente.
Adolescentes negros do sexo mascul inosão as pr incipaisv í t imas dehomicíd ios
Luciana Bento*
Jovens negros do sexo masculino são as maiores vítimas de assassinato no Bra-sil – sendo a arma de fogo o principal meio utilizado nesses crimes, segundo o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que traz dados de 2009/2010.
Os novos dados do IHA, divulgados em dezembro, revelam que, para cada mil pessoas de 12 anos, três (2,98) serão assassinadas antes de completarem a adolescência, ou seja, antes dos 19 anos, o que representa um aumento em relação a 2009, quando o índice foi de 2,61. A partir desse dado é possível estimar que, se as condições que predominavam em 2010 não mudarem, 36.735 adolescentes serão vítimas de homicídio até 2016.
O IHA faz parte do Programa de Redução da Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens (PRVL), criado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Observatório de Favelas, em parceria com o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj). O indicador mostra o número de vidas perdidas a cada grupo de mil adolescentes.
Lançado em 2009, o índice pretende ainda estimar o risco que adolescentes com idades entre 12 e 18 anos têm de perder a vida por causa da violência. Além disso, o estudo avalia fatores que podem influenciar esse risco, como raça e gênero, além da idade e o meio (arma de fogo). O objetivo é contribuir no monitoramento desse fenômeno e, também, na avaliação de políticas públicas, tanto municipais, quanto estaduais e federais, voltadas para adoles-centes com este perfil de risco.
Segundo os autores do estudo, “os adolescentes, devido às particularidades dessa fase da vida, repleta de inseguranças, conflitos, desafios e potencialidades, precisam de um ambien-te que lhes ofereça apoio. O poder público e a sociedade devem proteger esses adolescen-tes nesse momento de alta vulnerabilidade. A prevenção da violência contra os adolescentes deve ser portanto uma prioridade das políticas publicas, com programas e ações específicos para essa faixa etária e, principalmente, para os segmentos populacionais mais vulneráveis”.
Acesse o estudo completo em: http://prvl.org.br/c/acervo/
Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) no Brasil aumentou em 2010. Adolescentes negros
correm quase três vezes mais risco de morrerem assassinados do que um rapaz de pele branca
Adolescentes do sexo masculino têm 11,5 vezes mais probabilidade de morrer
assassinado do que as adolescentes do sexo feminino.
Para cada mil pessoas de 12 anos, três serão assassinadas antes de completar a adolescência,
ou seja, antes dos 19 anos
Adolescentes negros apresentam um risco 2,78 vezes superior ao dos brancos. Risco de morrer
assassinado no Brasil
entre 12 e 18 anos de idade
Adolescentes têm 5,6 vezes mais chances de serem atingidos por arma de fogo
do que por qualquer outro meio letal.
Se nada mudar, 36.735 adolescentes brasileiros deverão ser vítimas de homicídio até 2016.
Quase a metade (45%) dos adolescentes mortos no país tem como causa o homicídio.
ÍNDICE DE HOMICÍDIOS NA ADOLESCÊNCIA (IHA)POR ESTADO - 2010
O mapa divide o Brasil em cores, conforme o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) em cada estado. Em 2010, Espírito Santo, Bahia, Alagoas e Paraíba apresentaram os piores indicadores, ou seja, proporcional-mente houve mais assassinatos de adoles-centes nestes quatro estados. São Paulo, por sua vez, registrou o melhor quadro entre os estados do país. O indicador no estado do Rio ficou acima da média nacional, embora não seja dos mais altos.
* Colaborou Silvia Noronha
Fonte: IHA 2009-2010
Campanha ampliará discussão Em 25 de fevereiro, será lançada a Cam-panha “Juventude Marcada Para Viver”, pela redução da violência letal contra os jovens negros. A iniciativa é do Observatório de Fa-velas, com a Petrobras, o Meu Rio, os alu-nos da turma de 2012 da Escola Popular de Comunicação Crítica (Espocc) e a Agência Diálogos, formada por bolsistas da Espocc. A ideia é atuar nos 13 municípios fluminenses que estão entre os 132 com maior número de mortes de jovens no Brasil.
Acompanhe e engaje-se em: www.facebook.com/espocc
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cológico, que pode ser a solução. Temos que ou-vir os dependentes. O diálogo faz parte do tra-balho de formiguinha”, argumenta.
Ele também questiona os abrigos particula-res de origem religio-sa, quando estes tentam obrigar o paciente a seguir a crença do local. “O correto é tratar o ser humano, e não o demônio do corpo”, diferencia.
Ex-dependentes unidos
O tratamento bem sucedido pode ge-rar ainda novas amizades, que contri-buem para a saída da dependência. Isso aconteceu com Karla e Paulo Pin-to que, assim como Tião, enfrentaram um período difícil na vida. “Fiquei inter-nada, mas no primeiro momento não queria. Tive que ter firmeza. Hoje vou à cracolândia e os usuários me chamam de guerreira, pois há droga em todos os cantos, mas luto sempre. Aprendi que somos uma rede e não posso ser
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Hélio Euclides
Um exemplo de que o vício do crack não é o fim vem de Sebastião Antonio de Araújo, o Tião. Ele superou a dependência química e fundou o Instituto Vida Real, que trabalha também com ex-usuários de droga. Nos últimos anos, o trabalho de Tião tem sido promover a socialização de quem necessita. “O nosso trabalho é de resgate e, para isso, a ocupação do tempo dos dependentes é fundamental”, comenta.
O coordenador do instituto já teve um passado de dificuldades, devido à dependência e às recaídas. Em um momento, ele estava se afundando no vício do crack. “A onda do crack é apenas de dois minutos, algo instantâneo. O que me fez largar foi a roda de terapia comunitária e o carinho pela minha filha. Não queria magoá-la. Com a saída das drogas, conseguimos olhar o futuro”, relembra. Segundo ele, a família é que mais sofre e também precisa de tratamento.
Tião costuma ir ao local conhecido como cracolândia, próximo ao Parque União, e percebe que o seu trabalho deve continuar. “Quem está usando crack não queria estar lá. Quando se abraça um usuário, sujo, isso faz a diferença. Ele pode não ouvir no momento, mas é algo que se planta e que pode mudar o futuro dele. O amor é necessário para mudar essa situação”, afirma. Segundo calcula, há cerca de 300 usuários na área próxima ao Parque União, mas esse número às vezes aumenta nos finais de semana.
Na opinião de Tião, não há sucesso na internação compulsória, ao contrário do que defende a prefeitura do Rio. “Com um bom tratamento não há recaídas. O que vemos hoje são locais sem condições mínimas, sem cama e comida boa, e sem profissional especializado. Em mui-tos momentos as pessoas ficam ociosas, mas elas precisam de terapia ocupacio-nal. Precisam também de tratamento psi-
Mais informações:
Instituto Vida Real:
Rua Teixeira Ribeiro, 575
Parque Maré.
Tel.: 3105-3245 / 3866-6761
Casa de Passagem:
Travessa Vinte e Cinco, 12
Vila do Pinheiro
Tel.: 8713-0118
(diácono Edilson Ezequiel)
Equipe da Casa de Passagem: (a partir da esq.) José Carlos, Cláudio Bertol, diácono Edilson Ezequiel e Paulo Pinto
“Quando se abraça um
usuário, sujo, isso faz a
diferença. Ele pode não ouvir
no momento, mas é algo que
se planta e que pode mudar
o futuro dele. O amor é
necessário para mudar essa
situação.”Tião Araújo, do Vida Real
“Já vi gente chamar os
usuários de bichos. Isso me
chocou, pois eles são gente.
Eles só precisam de nossa
mão e de carinho.”Karla, voluntária da Casa de Passagem
“Aqui respeitamos a
liberdade. Ele vai para
a internação se quiser.
Queremos restituir a
dignidade e não converter.”José Carlos, voluntário da
Casa de Passagem
feliz sozinha. Outra coisa é que nós, dependentes químicos, não podemos ficar parados”, afirma Karla, que atual-mente colabora numa casa de apoio, mantida com a doação de católicos, na Vila do Pinheiro. Trata-se de um local de triagem para usuários, conhecido como Casa de Passagem. Depois des-se primeiro contato, os usuários que desejam tratamento são encaminha-dos para um centro de recuperação.
Paulo, que hoje reside na casa, crê que a melhor solução para o depen-dente é ter alguém que o escute. Só a partir desse ponto, diz ele, é possível superar o vício. José Carlos, outro vo-luntário da casa, defende a liberdade de escolha do usuário. “Dizemos que estamos com ele. Conscientizamos junto com a Pastoral da Sobriedade, que faz o tratamento também social.
Aqui respeitamos a liberdade. Ele vai para a internação se quiser. Quere-mos restituir a dignidade e não con-verter ”, explica.
Outro voluntário é Cláudio Bertol, que vê como alvo da recuperação a família. “Vamos à cracolândia, acolhemos o dependente e tentamos cuidar da família, pois ela é codependente da droga. Ele pode vir a ‘cair’ de novo, e a família tem que saber lidar”, observa.
Para Karla, a sociedade também tem sua parcela de culpa. “Já vi gente chamar os usuários de bichos. Isso me
chocou, pois eles são gente. Eles só precisam de nossa mão e de carinho. Mas muita gente vê a droga e não a pessoa”, critica.
Também na opinião dos voluntários da casa, a internação compulsória não é a solução. “O poder público só quer fazer maquiagem. Contra a vontade não tem dignidade. E o pior é jogar as pessoas em um local não adequado, um depósito. É desesperador. Não adianta fazer a clínica sem amor”, finaliza o diácono Edilson Ezequiel, coordenador geral do projeto da Vila do Pinheiro.
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Informática
O projeto Conectando, da Redes, abrirá inscrições no dia 21 de janeiro para o curso de Montagem e Manutenção de Computadores e Redes. Com duração de nove meses, as aulas terão início em 23 de fevereiro, sempre aos sábados, de 13h às 16h.
Ao longo do ano, serão oferecidos também os cursos de Windows Seven, Word, Excel, Power Point e Internet. Cada um deles tem duração de um mês e meio, com aulas no período da tarde, durante a semana. Como a procura é muito grande, em geral é preciso se inscrever e entrar numa lista de espera. Inscrições na Secretaria da Redes. Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 – Nova Holanda. Tel: 3315-5531.
Maré de sabores
As inscrições para o Maré de Sabores, projeto de gastronomia, gênero e cidadania (leia reportagem nas pág. 4 e 5), poderão ser feitas em fevereiro na Lona Cultural. O projeto envolve duas formações e é preciso participar de ambas.
Formação em Gastronomia: Todas as quartas-feiras. Turma de manhã, de 9h até 12h; e à tarde, de 13h até 16h. Duração de 4 meses e 15 vagas por turma. Consiste em oficinas de panificação, confeitaria, massas, saladas e alimentação alternativa/saudável. No segundo semestre, as alunas que desejarem continuar, farão parte da oficina de Formação II, para aprimorar as técnicas gastronômicas a partir de um ponto de vista mais profissional, com formas de produção e cocção mais elaboradas e sofisticadas. Duração também de 4 meses e aulas no horário da tarde para 15 alunas. Um novo módulo de Formação I deve ocorrer no segundo semestre.
Formação em Gênero e Cidadania: Às terças, de 13h às 15h. Com 30 vagas e duração de 8 meses.
Inscrições na secretaria da Lona da Maré, de 10h às 16h, com a Joelma. Levar identidade, CPF, uma foto 3x4, comprovante de residência e ser mulher.
Curso de línguas
Serão abertas turmas de inglês, francês e espanhol para adultos e crianças. As inscrições vão até 18 de janeiro, na secretaria da Redes. As turmas (ainda com vagas no fechamento desta edição) são:
Crianças: (para alunos do 3° e 5° anos)
Inglês I Júnior - 3as e 5as, das 10h às 11h e de 13h às 14hEspanhol I Júnior - 2as e 4as, das10h às 11h e de 13h às 14hFrancês I Júnior - 3as e 8as, das 16h30 às 17h30
Adultos e alunos a partir do 6° ano
Francês I - sábados das 10 às 12h
Oficinas do PCP para a garotada
As inscrições para as oficinas do Programa Criança Petrobras na Maré (PCP), que acontecem na Redes, terão início em 23 de janeiro. Com 20 vagas cada uma, as atividades começarão no dia 4 de fevereiro. A grade de horários estava sendo fechada neste mês de janeiro. As oficinas oferecidas são:
- Artes Visuais - de 11 a 15 anos;- Cordas Dedilhadas - a partir de 12 anos;- Break - a partir de 12 anos;- Grafite - a partir de 12 anos;- Arte sobre Azulejos - de 10 a 15 anos;- Complementação Pedagógica - de 9 a 12 anos;- Contação e Criação de Histórias - a partir de 5 anos;-Marécatu - a partir de 12 anos;
- Preparatório para o 6° ano (Português e Matemática) – destinado a alunos que estejam cursando o 5º ano.
Inscrições na Secretaria da Redes (Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 – Nova Holanda. Tel: 3315-5531). É necessário apresentar cópia dos seguintes documentos: identidade / certidão de nascimento; CPF; comprovante de residência; declaração escolar; e NIS (cartão do Bolsa Família), caso o participante seja beneficiado.
Inscrições abertas para o pré-vestibular
Quem quiser fazer o Curso Pré-Vestibular (CPV) da Redes da Maré tem até o dia 18 de janeiro para se inscrever. Serão abertas – gratuitamente – 100 vagas para a unidade de Nova Holanda; 50 para a Vila do João e outras 50 para a Baixa do Sapateiro. A prova de seleção está marcada para o dia 20 de janeiro.
Quem não tiver escolhido a carreira universitária que pretende seguir não precisa se preocupar. Segundo Edson Diniz, diretor da Redes e um dos fundadores do projeto, a maioria dos estudantes, e não apenas os da Maré, só decide durante o pré-vestibular. Por isso, o CPV oferece um trabalho de orientação. Por outro lado, acrescenta Edson, quando se acessa o nível superior acontecem algumas mudanças importantes na vida
dos estudantes.
“A partir daí amplia-se o campo de possibilidades existenciais e profissionais também. Para a própria universidade é importante a entrada de alunos das favelas e periferias, pois as contribuições culturais, de experiência de vida e de conhecimentos que eles carregam somam-se a de outros alunos de outros cantos da cidade. Esse fato pode tornar a academia mais plural e mais próxima da realidade da sociedade brasileira”, explica Edson.
As inscrições podem ser feitas na sede da Redes e na Associação de Moradores da Baixa do Sapateiro. Os documentos necessários para a inscrição são: duas fotos 3×4, cópia de identidade, comprovante de residência e diploma de Ensino Médio, além do pagamento de uma taxa de R$ 5. Os candidatos que ainda estão cursando o Ensino Médio devem entregar declaração assinada pelo colégio. Os resultados serão divulga-dos no dia 2 de fevereiro, a partir de 18h, em lista afixada nos locais de inscrição. (Texto: Rosilene Miliotti)
Mais informações no site da Redes (www.redesdamare.org.br) e pelo tel: 3105-5531.
O que acontece e o que não deixa de acontecer por aqui
Em janeiro, a Secretaria da Redes
funciona de 8h às 20h.
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PROGRAMAÇÃOFavela Rock
Sexta, 18/01, a partir das 21h
Roda de Samba Sábado, 19/01, a partir das 18h
Com o grupo Nova Raiz
Forró pé de Serra Sexta, 25/01, a partir das 21h
Com o grupo Os três Forrozeiros
Cine Clube Rabiola Toda sexta-feira, às 16h30
O melhor do cinema para a garotada!
Biblioteca Popular Municipal Jorge AmadoDe segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré - Tels.: 3105-6815 / [email protected]
FACE: Lona da Maré - ORKUT: Lona Cultural da Maré - Twitter: @lonadamareConsulte a programação em www.redesdamare.org.br
cultura
OFICINAS REGULARESViolão & Cavaquinho
2as - 15h às 17h3as - 18h às 20h
Circo 2as - 15 às 17h e 4as - 15 às 71h
Percussão2as e 3as - 9h às 11h30
Gastronomia4as - 9h às 12h e 13h às 16h
Gastronomia Cidadania4as - 13h às 15h
TeatroSábados - 10h às 12h
Dança de salãoSábados - 18h às 20h
Grafite & desenhoSábados - 12h30 às 13h30Construção de brinquedosSábados - 13h30 às 14h30
Contação de históriaSábados - 14h30 às 15h30
Herbert ViannaLona cultural
PROGRAME-SE !TODA A PROGRAMAÇÃO É GRATUITA !
Oficina musical com Roda Gigante2a, 14/01, até 5a, 17/01, de 17h às 20hPara maiores de 16 anos.Inscrição obrigatória na Lona.
Dança criativa 4as, 09 e 16/01; de 15h30 às 17h6as, 11 e 18/01, de 15h30 às 17h4as, 23 e 30/01; de 17h30 às 19h6as 25/01 e 01/02, de 17h30 às 19hOficina de dança e jogos para crianças dos 5 aos 12 anos, com Talitta Chagas.
Fest Jam Sáb, 19/01, de 9h às 12h Contato Improvisação com Aline Bernardi
Consciência corporal 5as, 17 e 24/01- das 17h30 às 20h30Sáb, 02/02, de 10h às 16h - Passeio para maiores de 18 anos. Inscrição na Lona. Com Lilyen Vass.
MARÉ DE JANEIROOficinas e atividades livres nas férias de verão até 1º de fevereiro.
Entrada Gratuita
R. Bitencourt Sampaio,181 Nova Holanda
(21) 3105-7265
Solidariedade para pacientes da Maré
A campanha Natal Sem Fome na Maré surgiu de uma reunião na Unidade de Saúde da Família Hélio Smidt. O propósito da ação foi de arrecadar alimentos para ajudar na ceia de pacientes. A coleta começou no local, depois a campanha se estendeu para o Facebook. No total foram conse-guidas 113 cestas básicas, que além de alimentos tinham tam-bém materiais de limpeza e hi-giene. Todas foram distribuídas na manhã de 21 de dezembro.
Massa: - 250g de farinha de trigo- 100g de manteiga- Uma colher de sobremesa de açúcar- 100 ml de águaMisture todos os ingredientes em uma bacia até a massa soltar das mãos e ficar macia. Forre uma forma de fundo falso, fure com um garfo e ponha para assar em forno médio por 10 minutos ou até ficar dourada.
Recheio: - Duas latas de leite condensado- Duas latas de creme de leite sem soro- Suco de seis limõesBata tudo no liquidificador e coloque na forma junto com a massa assada.
Cobertura:-Três claras -Três colheres de açúcarBater na batedeira até virar suspiro. Colocar por cima do mousse de limão, fazendo uns biquinhos com o garfo. Jogue um pouco de raspa de limão por cima e leve ao forno até dourar. Espere esfriar, leve à geladeira por 1 hora e desenforme.
Campanha arrecada 930 kg de mercadoria
Seu Avelino, citado na relação de taxistas, é um dos cria-dores da campanha solidária de Natal, divulgada pelo Maré na Ed. de dezembro (pág. 14). Ele, Chicão e muitos outros moradores da Nova Holanda arrecadaram 930 kg de mercadorias, que foram entregues no Abrigo Cristo Redentor, no Lar Feliz da Criança e na Igreja Nossa Se-nhora dos Navegantes, entre outros locais. “Nosso proje-to para o próximo Natal é entregar os produtos em todas as igrejas da Maré, sem restrição de crença, para serem distribuídos pelas nossas comunidades”, revela Seu Ave-lino, que muitos conhecem como Vino.
Enviada pelas mulheres doMaré de Sabores
R E C E I T A
Torta de limãoAs inscrições para o curso de Iniciação ao Mercado de Trabalho, oferecido gratuitamente pela Associação Patrulha Jovem do Rio (Apar), vão até 30 de janeiro. Podem se candidatar jovens de 14 a 19 anos que estejam cursando o Ensino Médio no período da noite. Segundo o coordenador da Apar, Jielho Santana de Oliveira, os alunos que se formarem serão encaminhados para estagiar em empresas.
Serão abertas duas turmas para 250 jovens, na parte da manhã e
Inscrições para curso de Iniciação ao Mercado de Trabalho
à tarde. O curso tem duração de quatro meses, com aulas de refor-ço de matemática, português, in-formática, entre outras disciplinas.
A Apar funciona nos fundos da Igre-ja Nossa Senhora dos Navegantes, na Rua Luiz Ferreira, 217, em Bon-sucesso. Levar uma foto 3x4, identi-dade, comprovante de escolaridade e de residência (pode ser morador de qualquer comunidade).
Mais informações pelo telefone: 3105-1699 / 1730 e pelo site: www.apar.org.br.
Oficinas com licenciandos da UFRJ:
Dançando em círculo2as, 14, 21 e 28/01, de 14h30 às 17h30 - Introdução ao popular na dançaA partir de 12 anos
Introdução à dança indiana 3as, 15, 22 e 29/01, de 14h30 às 17h30 A partir de 12 anos
Jogos de dança e teatro 4as, 16, 23 e 30/01, de 14h30 às 17h30 A partir de 12 anos
Dança contemporânea 5as, 17, 24 e 31/01, de 14h30 às 17h30 a partir de 12 anos
Introdução à dança do ventre 6as, 18, 25/01 e 01/02, de 14h30 às 17h30 A partir de 12 anos, somente paraas mulheres
Temporada Maré de Artes Cênicas Espetáculos infantil e adulto no fim de semana dos dias 26 e 27 de janeiro
Confira a programação no local ou pelo telefone: 3105-7265 (de segunda a sexta, de 14h às 21h30)
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As atividades regulares do Centro de Artes e da Escola Livre de Dança da Maré voltam em fevereiro.
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pra Maré participar do Maré
todos os meses! Garanta o seu jornal da sua
comunidade!Busque um exemplar na Associação de Moradores
“Com a camisa do Vasco amarela é meu sobrinho Warlei, eu estou no centro e, ao lado,
minha mãe Maria. Feliz 2013!!!”, nos conta Renato Vascaíno
Foto do lançamento do livro “O Natal da Fadinha Maria”. Autora: Aline de Jesus de Melo (à esqu.)
As piadas voltam a ser publicadas na Ed. de fevereiro.
Este ano, D. Helena Edir, moradora da Nova Holanda, preparou este presépio minuciosamente decorado. “A cada Natal, preparo algo diferente e chamo as crianças da rua para ver. Só coloquei o menino Jesus no dia 25. Então, todos perguntavam por ele e eu explicava: ‘Ele ainda não nasceu! Só no dia 25!’”
Esta foto já é do ano novo na Maré. Com este calor, a criançada
bem que merecia mesmo esta piscina. Será que cabe mais um?