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Margarida Relvas Machado a , Cecília Rocha Paula b , Margarida Carvalho b , Rute Sampaio b , Micaela Pinto b , Maria Helena Pimentel c a Aluna de Licenciatura em Enfermagem no Instuto Politécnico de Bragança. b Enfermeira de Pediatria no CHTV. c Unidade de Invesgação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), Instuto Politécnico de Bragança, Portugal Introdução A apendicite aguda é uma das urgências cirúrgicas mais frequentes em idades compreendidas entre os 10 e os 20 anos. A teoria atual diz que a apendicite resulta num fator que precipita a necrose da mucosa do apêndice e dá origem a uma infeção bacteriana secundária com bactérias colónicas normais. Podem formar-se ulcerações da mucosa e micro- abcessos na parede do apêndice ou nos tecidos vizinhos, no en- tanto, se o processo inflamatório ver uma evolução relavamente lenta, a infeção pode ficar circunscrita a um abcesso localizado. Nos ca- sos de evolução mais rápida existe o risco de rutura e peritonite aguda. Objetivos Conhecer a realidade de uma criança submeda a apendicectomia por laparosco- pia, de forma a construir os diagnóscos de enfermagem e as respevas interven- ções, procurando a melhor qualidade dos cuidados prestados. Diagnósticos de Enfermagem No internamento foram efetuados os seguintes diagnóscos de enfermagem: Ca- pacidade para executar os cuidados de higiene pessoal compromeda, Capacida- de para vesr-se ou despir-se compromeda, Presença de Dor”, Capacidade para Mobilizar-se/ Avidade sica Compromeda, Presença de Ansiedade, Risco de In- feção Presente, Presença de Ferida Cirúrgica. Caso Clínico A criança esteve bem até ao dia em que iniciou queixas de dor abdominal difusa associada a náuseas, sem vómitos e sem febre. Apresentava abdómen doloroso à palpação da FID, com aumento da dor à descompressão. Foi submedo a apendicectomia via laparoscópica. Intervenções de Enfermagem Diagnóscos Intervenções 1º Diagnósco Capacidade para executar os cuidados de higiene pessoal com- promeda Assegurar a privacidade da criança. Assisr a criança durante o processo de higiene. Examinar a integridade cutânea e aplicar/ massajar o corpo com solução hidratante. Assegurar permanentemente o conforto da criança. 2º Diagnósco Capacidade para vesr-se ou despir-se compromeda Assisr sempre a criança no vesr e despir. Registar reação da criança durante o procedimento. Assegurar todo o conforto necessário aquando da prestação do cuidado. 3º Diagnósco Presença de Dor Avaliar a intensidade da dor através de escala da dor; Observar o local, a intensidade e a duração da dor; Compreender quais os fatores de alívio e de agravamento da mesma; Avaliar outros sintomas associados à dor; Providenciar conforto como forma de aliviar a dor; Administrar analgesia conforme prescrição médica; Prevenir o agravamento da dor. 4º Diagnósco Capacidade para Mobilizar- se/ Avidade sica Comprome- da Assisr a criança connuamente a posicionar-se; Omizar posicionamentos; Assisr a criança a transferir-se; Observar a capacidade da criança para se mobilizar; Auxiliar a criança a realizar o levante da cama; Incenvar a criança a colaborar durante as mobilizações; Incenvar a criança a iniciar períodos de deambulação com supervisão . 5º Diagnósco Presença de Ansiedade Tranquilizar a criança através de técnicas relaxantes e de diá- logo ; Providenciar apoio emocional à criança e família através de escuta ava; Promover o brincarcomo forma de distração e en- tretenimento da criança no serviço; 6º Diagnósco Risco de Infeção Presente Vigiar a integridade da pele onde o cateter está inse- rido bem como das feridas cirúrgicas; Observar os pensos para despiste de sinais inflamatórios; Promover a ulização da técnica assépca na reali- zação do penso da ferida cirúrgica e do local de in- serção do cateter. 7º Diagnósco Presença de Ferida Cirúrgica Vigiar penso cirúrgico; Vigiar a ferida cirúrgica; Atender aos sinais inflamatórios (edema, rubor, calor, dor, incapacidade funcional e exsudado pu- rulento); Realizar penso fechado; Referências Monahan F. Sands J. Neighbors M. Marek J. Green C. (2010). Phipps: Enfermagem Médico-Cirúrgica- Perspsevas de Saúde e doença. Vol. 2. 8 ed. Lusodidacta; 2010. Pereira L. Godoy D. Terçariol D. Estudo de caso como procedimento de pesquisa cienfica: reflexão a parr da clínica fonoaudiológica. 2009 [acesso em 04 outubro 2019]. Disponível em hp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722009000300013&script=sci_abstract&tlng=pt. Dados do utente Nome.C.I Idade (anos).9 Altura (cm).134 Peso (kg)27 Ocupaçãoestudante 1º Encontro de Saúde Infanl e Pediátrica de Viseu Conclusões O estudo de caso surge como um elemento fundamental no meio académico, pois através dele consegue-se aumentar o conhecimento teórico referente à patologia em estudo. A realização de entrevistas e de colheitas de dados, que é um dos as- petos fundamentais para idenficar quais os cuidados de enfermagem adequados à necessidade de cada pessoa, proporciona uma boa relação terapêuca com a criança e família. O estudo de caso mostra-se também importante no desenvolvi- mento do raciocínio clínico, uma vez que este po de projeto permite relacionar conceitos e desenvolver conhecimentos mais sólidos e aprofundados.

Margarida Relvas Machado a, ecília Rocha Paula b, Margarida … · 2020. 3. 29. · Margarida Relvas Machado a, ecília Rocha Paulab, Margarida arvalhob, Rute Sampaiob, Micaela Pintob,

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  • Margarida Relvas Machado a, Cecília Rocha Paulab, Margarida Carvalhob, Rute Sampaiob, Micaela Pintob, Maria Helena Pimentelc

    a Aluna de Licenciatura em Enfermagem no Instituto Politécnico de Bragança. b Enfermeira de Pediatria no CHTV. c Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), Instituto Politécnico de Bragança, Portugal

    Introdução

    A apendicite aguda é uma das urgências cirúrgicas mais frequentes

    em idades compreendidas entre os 10 e os 20 anos. A teoria atual diz

    que a apendicite resulta num fator que precipita a necrose da mucosa

    do apêndice e dá origem a uma infeção bacteriana secundária com

    bactérias colónicas normais. Podem formar-se ulcerações da mucosa e

    micro- abcessos na parede do apêndice ou nos tecidos vizinhos, no en-

    tanto, se o processo inflamatório tiver uma evolução relativamente

    lenta, a infeção pode ficar circunscrita a um abcesso localizado. Nos ca-

    sos de evolução mais rápida existe o risco de rutura e peritonite aguda.

    Objetivos

    Conhecer a realidade de uma criança submetida a apendicectomia por laparosco-

    pia, de forma a construir os diagnósticos de enfermagem e as respetivas interven-

    ções, procurando a melhor qualidade dos cuidados prestados.

    Diagnósticos de Enfermagem

    No internamento foram efetuados os seguintes diagnósticos de enfermagem: Ca-

    pacidade para executar os cuidados de higiene pessoal comprometida, Capacida-

    de para vestir-se ou despir-se comprometida, “Presença de Dor”, Capacidade para

    Mobilizar-se/ Atividade física Comprometida, Presença de Ansiedade, Risco de In-

    feção Presente, Presença de Ferida Cirúrgica.

    Caso Clínico

    A criança esteve bem até ao dia em que iniciou queixas de dor

    abdominal difusa associada a náuseas, sem vómitos e sem febre.

    Apresentava abdómen doloroso à palpação da FID, com aumento

    da dor à descompressão.

    Foi submetido a apendicectomia via laparoscópica.

    Intervenções de Enfermagem

    Diagnósticos Intervenções

    1º Diagnóstico

    – Capacidade para executar os

    cuidados de higiene pessoal com-

    prometida

    Assegurar a privacidade da criança.

    Assistir a criança durante o processo de higiene.

    Examinar a integridade cutânea e aplicar/ massajar o corpo com solução hidratante.

    Assegurar permanentemente o conforto da criança.

    2º Diagnóstico

    – “Capacidade para vestir-se ou despir-se comprometida”

    Assistir sempre a criança no vestir e despir.

    Registar reação da criança durante o procedimento.

    Assegurar todo o conforto necessário aquando da prestação do cuidado.

    3º Diagnóstico

    – “Presença de Dor”

    Avaliar a intensidade da dor através de escala da

    dor;

    Observar o local, a intensidade e a duração da dor;

    Compreender quais os fatores de alívio e de agravamento da mesma;

    Avaliar outros sintomas associados à dor;

    Providenciar conforto como forma de aliviar a dor;

    Administrar analgesia conforme prescrição médica;

    Prevenir o agravamento da dor.

    4º Diagnóstico

    – “Capacidade para Mobilizar-se/ Atividade física Comprometi-da”

    Assistir a criança continuamente a posicionar-se;

    Otimizar posicionamentos;

    Assistir a criança a transferir-se;

    Observar a capacidade da criança para se mobilizar;

    Auxiliar a criança a realizar o levante da cama;

    Incentivar a criança a colaborar durante as mobilizações;

    Incentivar a criança a iniciar períodos de deambulação com supervisão .

    5º Diagnóstico

    – “Presença de Ansiedade”

    Tranquilizar a criança através de técnicas relaxantes e de diá-

    logo ;

    Providenciar apoio emocional à criança e família através de

    escuta ativa;

    Promover “o brincar” como forma de distração e en-

    tretenimento da criança no serviço;

    6º Diagnóstico

    – “Risco de Infeção Presente”

    Vigiar a integridade da pele onde o cateter está inse-

    rido bem como das feridas cirúrgicas;

    Observar os pensos para despiste de sinais inflamatórios;

    Promover a utilização da técnica asséptica na reali-

    zação do penso da ferida cirúrgica e do local de in-

    serção do cateter.

    7º Diagnóstico

    – “Presença de Ferida Cirúrgica”

    Vigiar penso cirúrgico;

    Vigiar a ferida cirúrgica;

    Atender aos sinais inflamatórios (edema, rubor,

    calor, dor, incapacidade funcional e exsudado pu-

    rulento);

    Realizar penso fechado;

    Referências

    Monahan F. Sands J. Neighbors M. Marek J. Green C. (2010). Phipps: Enfermagem Médico-Cirúrgica- Perspsetivas de Saúde e doença. Vol. 2. 8 ed. Lusodidacta; 2010.

    Pereira L. Godoy D. Terçariol D. Estudo de caso como procedimento de pesquisa científica: reflexão a partir da clínica fonoaudiológica. 2009 [acesso em 04 outubro 2019]. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722009000300013&script=sci_abstract&tlng=pt.

    Dados do utente

    Nome.C.I

    Idade (anos).9

    Altura (cm).134

    Peso (kg)27

    Ocupaçãoestudante

    1º Encontro de Saúde Infantil e Pediátrica de Viseu

    Conclusões

    O estudo de caso surge como um elemento fundamental no meio académico, pois

    através dele consegue-se aumentar o conhecimento teórico referente à patologia

    em estudo. A realização de entrevistas e de colheitas de dados, que é um dos as-

    petos fundamentais para identificar quais os cuidados de enfermagem adequados

    à necessidade de cada pessoa, proporciona uma boa relação terapêutica com a

    criança e família. O estudo de caso mostra-se também importante no desenvolvi-

    mento do raciocínio clínico, uma vez que este tipo de projeto permite relacionar

    conceitos e desenvolver conhecimentos mais sólidos e aprofundados.