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BUNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR Mariana Natalice de Siqueira TRANSFERIBILIDADE E VARIABILIDADE GENÉTICA DE MARCADORES MICROSSATÉLITESGÊNICOS EM Eugenia klotzschiana BERG (MYRTACEAE) Orientadora: Profa. Dra. Mariana Pires de Campos Telles GOIÂNIA – GO AGOSTO – 2014

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BUNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR

Mariana Natalice de Siqueira

TRANSFERIBILIDADE E VARIABILIDADE GENÉTICA DE

MARCADORES MICROSSATÉLITESGÊNICOS EM Eugenia

klotzschiana BERG (MYRTACEAE)

Orientadora: Profa. Dra. Mariana Pires de Campos Telles

GOIÂNIA – GO

AGOSTO – 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR

Mariana Natalice de Siqueira

TRANSFERIBILIDADE E VARIABILIDADE GENÉTICA NOS

MICROSSATÉLITESGÊNICOS EM Eugenia klotzschiana BERG

(MYRTACEAE)

Orientadora: Profa. Dra. Mariana Pires de Campos Telles

Dissertação apresentada à Coordenação do

Programa de Pós-Graduação em Genética e

Biologia Molecular, da Universidade Federal de

Goiás, como exigência para obtenção do título de

Mestre.

GOIÂNIA – GO

AGOSTO – 2014

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MARIANA NATALICE DE SIQUEIRA

TRANSFERIBILIDADE E VARIABILIDADE GENÉTICA NOS

MICROSSATÉLITESGÊNICOS EM Eugenia klotzschiana BERG

(MYRTACEAE)

Dissertação apresentada à Coordenação do

Programa de Pós-Graduação em Genética e

Biologia Molecular, da Universidade Federal de

Goiás, como exigência para obtenção do título de

Mestre.

APROVADA:

________________________ _________________________

Mariana Pires de Campos Telles

(Orientadora)

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DEDICATÓRIA

À minha mãe, Maria Conceição, às

minhas irmãs, Gleice e Janaina e ao meu

noivo Geovânio, por ter me apoiado e me

dado força em todos os momentos. Amo

vocês!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Capes pela concessão da bolsa de mestrado, à FAPEG (FAPEG

/AUX PESQ CH 007/2009) e ao CNPq(563839/2010-4) pelo apoio financeiro aos

projetos, que foram de singular importância para o andamento e conclusão do mestrado.

Agradeço ao pesquisador Dr. Dario Grattapaglia (Embrapa CENARGEN) por

ter cedido o conjunto deprimers para que este trabalho pudesse ser realizado.

Ao Prof. Lázaro José Chaves agradeço por todo apoio nas expedições de coleta.

À minha orientadora professora Dra. Mariana Pires de Campos Telles, pela

oportunidade, confiança, pelos ensinamentos e pelas palavras de amizade que me

ajudaram a seguir em frente.Meus sinceros agradecimentos.

Às professoras Dra. Rosane Garcia Collevatti e Dra. Thannya Nascimento

Soares, pelas contribuições no meu processo de aprendizagem, e também a todos os

professores do Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia Molecular da

Universidade Federal de Goiás, por contribuir com a minha formação no mestrado.

Agradeço às bolsistas AT e DTI que estiveram no LGBio (Thaís Castro,

Ludymila Guedes, Fernanda Fraga, Daniela Anjos, Ramilla Braga e em especial a Sara

Giselly Gondim) pela paciência, respeito, ensinamentos e amizade. Agradeço aos

colegas e amigos do LGBio (Vanessa Bernardes, Tatianne Piza, Warita Melo, Kássia

Marquês, Ueric José, Luciana Vitorino, Ana Clara Barbosa, Leciane, Monik, Lays, e em

especial aElen Miranda, Ariane Rolins e Rejane Araújo). Obrigada pela amizade,

conselhos e trocas de conhecimentos. Nossa convivência, as conversas e brincadeiras

deixarão saudades, sei que são amizades que o tempo não vai apagar. Meninas, as

nossas festinhas e comemorações foram as melhores. Agradeço também aos demais

colegas pela convivência.

Agradeço aos meus amigos e conhecidos que sempre acreditaram em mim, me

ajudaram e me incentivaram, Marília, Karolina, Letícia, Kássia Gonçalves, Thayane,

José Neto, professora Dra. Adriana Freitas Neves, Cássia Silva, Dona Jandira, entre

outros.

Agradeço a Deus e a Nossa Senhora, por terem me dado força e coragem para

seguir adiante mesmo nos momentos difíceis. Se eu não desisti foi por ter fé que tudo

iria dar certo.

Agradeço à minha família que me apoiou e me ajudou de forma direta ou

indireta, nessa etapa da minha caminhada, em especial a minha mãe Maria Conceição,

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que foi minha fortaleza emeu apoio para eu seguir a diante. A minha irmã Gleice, pelo

carinho e apoio, e minha irmã Janaina Siqueira, que esteve ao meu lado nos momentos

bons e ruins, agradeço pela paciência comigo nas minhas crises, sendo quase mãe

quando necessário, me apoiando sempre. Agradeço ao meu pai Donizetti, minha tia

Luiza, pelo carinho. E ao meu irmão Maximiliano (in memoriam), que viverá sempre

em meu coração. Vocês são o motivo de todo meu esforço, amo vocês!

E por fim, porém não menos importante agradeço ao meu noivo Geovânio Peres,

que me apoiou com palavras de incentivo e carinho, mesmosendo necessárioestar longe

por esses dois anos. Agradeço pelo carinho, amor e compreensão.Eu te amo!

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RESUMO

Siqueira, M. N.Transferibilidade e variabilidade genética de marcadores microssatélitesgênicos em Eugenia klotzschiana berg (Myrtaceae). 2014. 81f. Dissertação (Mestrado em Genética e Biologia Molecular), Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.

Eugenia klotzschiana Bergé uma espécie da família Myrtaceae com distribuição restrita no Cerrado. Seus frutos apresentam potencial alimentício e podem ser utilizados de forma extrativista,como matéria-primapara produção de doces, geleias e sucos. Neste contexto, torna-se necessário a avaliação de aspectos genético-populacionais a fim de disponibilizar informações que auxiliem no direcionamento de estratégias de manejo e conservação. Marcadores microssatélites têm sido utilizados nos últimos anospara avaliar a variabilidade genética em um contexto populacional. As sequências que flanqueiam as regiões microssatélites no genoma encontram-se altamente conservadas entre espécies relacionadas, o que possibilita a transferibilidade destes marcadores, reduzindo, desta forma, os custos de desenvolvimento dos mesmos para cada uma das espécies que se pretende estudar. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi testar o potencial de transferibilidade para o genoma de Eugenia klotzschiana, de marcadores microssatélites gênicos desenvolvidos para Eucalyptus, assim como caracterizar a variabilidade genética existente em suas populações. Para tanto, o DNA foi extraído a partir de tecido foliar de indivíduos de E. klotzschianae utilizado para testar a amplificação cruzada de 120 pares de primers. Amostras oriundas de sete localidades foram utilizadas para a caracterização da variabilidade genética populacional. Os produtos de amplificação foram analisados em gel de agarose, poliacrilamida e emeletroforese capilar, em diferentes etapas. Do total deprimers testados, 67 (55,83%) não amplificaram, 42 (35%) apresentaram muitos produtos de amplificação inespecíficos e 11 (9,2%) foram considerados transferidos com sucesso. Dos 11 transferidos, oito apresentaram polimorfismo. Para os oito marcadores polimórficos, a probabilidade de identidade foi alta (2,02x10-3) e o poder de exclusão de paternidade foi moderado (0,74). Na população, o valor médio da heterozigosidade esperada (He) foi de 0,28 e a heterozigosidade observada (Ho) foi de 0,44, já nas subpopulações os valores médios de He variaram de 0,18 a 0,27 e os valores médios de Ho variaram de 0,36 a 0,53.Não foram observados valores significativos para o índice de fixação (f) nas subpopulações, indicando que as frequências alélicas seguem as proporções esperadas pelo equilíbrio de Hardy-Weinberg. A medida de divergência genéticaentre as subpopulações apresentou diferenciação genética relativamente alta,com valor de θigual a0,20, e com valores par-a-par variando entre 0,00 e 0,34. A estratégia de transferibilidade de marcadores microssatélites foi eficiente para gerar um painel de marcadores microssatélites polimórficos e conhecer um pouco da variabilidade genética da espécie. Foi possível verificar que existe uma baixa variabilidade genética dentro das subpopulações para os marcadores avaliados. Todavia, esse trabalho é um ponto de partida para futuros estudos que permitam conhecer melhor a biologia reprodutiva da espécie Eugenia klotzschiana. Palavras-chave:Ferramentas moleculares, genética de populações, pera-do-cerrado, SSR. __________________________

1Orientadora: Profa. Dra. Mariana Pires de Campos Telles. ICB-UFG.

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ABSTRACT

Siqueira, M. N. Transferability and genetic variability of microsatellite markers genic Eugeniaklotzschianaberg (Myrtaceae).2014. 81f.Dissertation (Master in Genetics and Molecular Biology), Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.

Eugenia klotzschiana Berg is a species of Myrtaceae with restricted distribution in the Cerrado. Its fruits present nutritional potential and can be used in extractive way, as raw material for production of jams, jellies and juices. In this context, it is necessary to evaluate population-genetic aspects in order to provide information to assist in targeting strategies for management and conservation. To assess the genetic variability in a population context microsatellite markers have been used in recent years. The sequences flanking the microsatellite regions of the genome are highly conserved between related species, enabling the portability of these markers, reducing thereby the costs of developing the same for each species under study. In this context, the aim of this study was to test the potential for transferability to the genome of E. klotzschiana of genic microsatellite markers developed for Eucalyptus, as well as to characterize the genetic variability in their populations. For this purpose, DNA was extracted from leaf tissue of E. klotzschiana individuals and used to test the cross 120 pairs of amplification primers. Samples from seven locations were used to characterize the population genetic variability. The amplification products were analyzed on agarose and polyacrylamide capillary electrophoresis gel in different stages. Of total primers tested, 67 (55.83%) did not amplify, 42 (35%) had many nonspecific amplification products and 11 (9.2%) were successfully transferred. Of the 11 transferred eight showed polymorphism. For the eight polymorphic markers, the probability of identity was high (2.02 x10-3) and the power of paternity exclusion was moderated (0.74). In this population the average value of expected heterozygosity (He) was 0.28 and observed heterozygosity (Ho) was 0.44, as in subpopulations of He mean values ranged from 0.18 to 0.27 and the mean values Ho ranged from 0.36 to 0.53, respectively. No significant for the fixation index (f) were observed in the populations values indicating allele frequencies below the expected Hardy-Weinberg proportions.The extent of genetic divergence among subpopulations showed relatively high genetic differentiation, with a value of θ equal to 0.20, and peer-to-peer values ranging between 0.00 and 0.34. The strategy of transferability of microsatellite markers was efficient to generate a panel of polymorphic microsatellite markers and learn a little of the genetic variability of the species. It was possible to verify that there is a low genetic variability within subpopulations for biomarkers. However, this work is a starting point for future studies to better understand the reproductive biology of the species Eugenia klotzschiana.

Keywords: Molecular tools, population genetics, pera-do-cerrado, SSR.

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SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 13 2.0 OBJETIVOS.......................................................................................................... 15 2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 15 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................. 15

3.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 16

3.1 MARCADORES MICROSSATÉLITES................................................................ 16

3.2 SISTEMA REPRODUTIVO E VARIABILIDADE GENÉTICA EM

PLANTAS............................................................................................................... 26

3.3 BIOMA CERRADO E FAMÍLIA MYRTACEAE................................................ 29

3.4 ESPÉCIE Eugenia klotzschiana BERG............................................................... 33

4.0 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 37

4.1 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS........................................................................... 37

4.2 OBTENÇÃO DOS DADOS MOLECULARES..................................................... 37

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA VARIABILIDADE NOS LOCOS

MICROSSATÉLITES............................................................................................. 40 5.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 41 5.1 TRANSFERIBILIDADE........................................................................................ 41

5.2 VARIABILIDADE GENÉTICA NOS LOCOS..................................................... 46

5.3 VARIABILIDADE GENÉTICA NAS SUBPOPULAÇÕES................................. 51

6.0 CONCLUSÕES..................................................................................................... 56

7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 57

ANEXOS................................................................................................................ 73 APÊNDICE........................................................................................................... 77

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação de trabalhos que avaliaram o potencial de transferibilidade de primers

de regiões microssatélites entre espécies vegetais........................................ 25

Tabela 2. Localidade, código da população, número de indivíduos coletados de Eugenia

klotzschiana com suas respectivas georeferências.................................................. 37

Tabela 3. Protocolo para reações de PCR demonstrando os reagentes utilizados e suas

respectivas concentrações de uso para um sistema de 10 µL................................ 38

Tabela 4. Trabalhos de transferibilidade de marcadores microssatélites.............................. 42

Tabela 5. Sistemas de multiplexes de eletroforese estabelecido para Eugenia klotzschiana. 43

Tabela 6. Relação dos pares de primers de regiões microssatélites transferidos de

Eucalyptus para Eugenia klotzschiana................................................................... 45

Tabela 7. Caracterização genética dos 11 locos microssatélites na população de Eugenia

klotzschiana. Número de indivíduos analisados (n); número de alelos por loco

(NA); heterozigosidade esperada (He); observada (Ho); probabilidade de

identidade (I) e probabilidade de exclusão de paternidade (Q)............................. 48

Tabela 8. Caracterização da variabilidade genética em cinco subpopulações de Eugenia

klotzschiana, sendo elas, Santo Antônio do Rio Verde (SAR), Silvânia (SIL),

Portelândia (POT), Senador Canedo (SCN) e Rio Verde (RIV). Em que, n:

número de indivíduos; NA: número de alelos; He: heterozigosidade esperada;

Ho: heterozigosidade observada; f: índice de fixação..................................... 53

Tabela 9. Teste de aderência às proporções esperadas para o equilíbrio de Hardy-

Weinberg (Teste Exato de Fisher).......................................................................... 54

Tabela 10. Divergência genética (θ) entre subpopulações de Eugenia klotzschiana............... 54

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Base genética e detecção de polimorfismo de microssatélite. Em A e B apresenta

genótipos homozigoto e heterozigoto e em C, um gel de eletroforese com

diferentes genótipos homozigotos (uma banda) e heterozigotos (duas bandas)

(Fonte: FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).............................................. 17

Figura 2. Mecanismo de mutação slippage durante a replicação em uma região

microssatélite (Adaptado de GOLDSTEIN & SCHLÖTTERER, 1999)............ 20

Figura 3. Protocolo do isolamento de microssatélites a partir de seleção por hibridização

com oligonucleotídeos 5’ biotinilados e revestido de estreptavidina (Kandpal et

al., 1994 , Kijas et al., 1994, Billotte et al., 1999).(Adaptado de Zane et al., 2002) 23

Figura 4. Mapa mostrando áreasde Cerrado e suas transições (Fonte: IBGE - Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, 2011)........................................................ 29

Figura 5. Flor de Eugenia klotzschiana (Pera-do-Cerrado) (Fonte:LGBio).................... 34

Figura 6. Fruto de Eugenia klotzschiana (Pera-do-Cerrado) (Fonte:LGBio).................. 35

Figura 7. Padrão de amplificação de alguns pares de primers no genoma de três indivíduos

de Eugenia klotzschiana em gel de acrilamida a 6% (Amplificação cruzada).

Marcador de peso molecular 10 pb......................................................................... 41

Figura 8. Porcentagem de locos microssatélites ESTs com padrão de amplificação

inespecífica, não amplificadose com bom padrão de amplificaçãoem três

indivíduos de Eugenia klotzschiana avaliados em gel de acrilamida................. 42

Figura 9. Perfil em eletroforese capilar dos locos transferidos. Organizados em sistemas

multiplex de genotipagem. Visualização dos sistemas multiplex 1, 2, 3 e 4...... 44

Figura 10. Histograma das frequências alélicas de seis locos microssatélites transferidos,

estimadas para 102 indivíduos da espécie Eugenia klotzschiana. O eixo Y indica

as frequências alélicas e o eixo X indica os alelos em pares de bases (pb)........... 49

Figura 11. Histograma das frequências alélicas de cinco locos microssatélites transferidos,

estimadas para 102 indivíduos da espécie Eugenia. klotzschiana. O eixo Y indica

as frequências alélicas e o eixo X indica os alelos em pares de bases (pb).............. 50

Figura 12. Proporção de locos polimórficos nas subpopulações. Santo Antônio do Rio Verde

(SAR), Silvânia (SIL), Portelândia (POT), Senador Canedo (SCN) e Rio Verde

(RIV)..................................................................................................................... 51

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LISTA DE ANEXOS Anexo I Mapa da ocorrência registrada para a espécie Eugenia klotzschiana

(Fonte:Google Earth).................................................................................................. 73

Anexo II Protocolo de extração de DNA a partir de tecidofoliar............................... 74

Anexo III Protocolo de coloração com nitrato de prata (CRESTE et al., 2001)............ 76

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1.0 INTRODUÇÃO

O Cerrado ocupa cerca de 2 milhões de km² no Brasil, representando cerca de

22% do território nacional (FELFILI & SILVA JUNIOR, 2005; MMA, 2013). O

Cerrado é considerado um dos hotspot de diversidade do mundo (MITTERMEIER et

al., 2005). No entanto, o bioma é pouco protegido por unidades de conservação, onde

possui uma das menores porcentagens de área de proteção integral (MMA, 2013),

tendogrande parte do território desmatado para ocupação de lavouras e agropecuária

(MARTINOTTO et al., 2008).

O Cerrado possui inúmeras espécies com grande potencial de utilização

econômica, empregadas na indústria medicinal e alimentícia, sendo exploradas de forma

extrativista.Dentre estas espécies, encontramos a espécie Eugenia klotzschiana Berg.

(FARIA et al., 2006), que é encontrada em áreas restritas do Cerrado brasileiro

(ALMEIDA et al., 1998), com relatos na Bolívia (VILLARROEL & PROENÇA,

2013).Eugenia klotzschiana é raramente cultivada (LORENZIet al., 2006), sendo

considerada quase rara em seu ambiente natural (ANDERSEN & ANDERSEN, 1989;

ALMEIDA et al., 1998).

Assim como outras espécies do Cerrado, Eugenia klotzschiana se encontra

vulnerável à perda de variabilidade genética, devido à exploração por extrativismo e a

constante degradação do Cerrado. Para tanto, a análise da variabilidade genética

existente nas populações das espécies de interesse torna-se importante para fins de

manejo e conservação (FALEIROet al., 2007).

Nesse contexto, marcadores microssatélites são muito empregados como

ferramentas moleculares em estudos de variabilidade genética. O elevado polimorfismo

dosmarcadores microssatélites pode ser usado para o estudo de populações naturais de

plantas, pois permite conhecer a distribuição da variabilidade genética entre e dentro de

populações naturais, o que é de grande importância para adotar estratégias eficientes

para conservação(OLIVEIRA et al., 2006).

Microssatélites são um dos marcadores mais eficientes para estudos de genética

de populações, variabilidade genética, estudos evolutivos, análise de paternidade e para

mapeamentos genéticos e físicos (VARSHNEYet al., 2005). Marcadores microssatélites

ainda são empregados na análise de genoma, mapeamento de genes e seleção assistida

por marcadores (KALIAet al., 2011). Entretanto, para diversos estudos empregando

marcadores microssatélites é necessário que se disponha de primersespécie-específicos

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para as regiões microssatélites a serem amplificadas via PCR de uma determinada

espécie (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998).

Marcadores microssatélites possuem uma alta taxa de transferibilidade, podendo

ser transferidos entre espécies relacionadas, diminuindo custos elevados e trabalhos

necessários na construção de bibliotecas genômicas, clonagens e sequenciamentos para

o isolamento de microssatélites e desenvolvimento deprimers.Assim, desde que

marcadores microssatélites estejam disponíveis em espécies relacionadas à espécie de

interesse, é viável testar a transferibilidade(FERREIRA &GRATTAPAGLIA, 1998;

ZUCCHI et al.,2002; WANG et al., 2009).

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2.0 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem como objetivo disponibilizar uma bateria de marcadores

microssatélites para a espécie Eugenia klotzschiana a partir da transferibilidade de

marcadores microssatélites gênicos desenvolvidos para Eucalyptus e caracterizar a

variabilidade genética em subpopulações de Eugenia klotzschiana.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Testar o potencial de transferibilidade de marcadores microssatélites gênicos

desenvolvidos para Eucalyptus;

• Disponibilizar uma bateria de marcadores polimórficos para o genoma de

Eugenia klotzschiana;

• Caracterizar a variabilidade genética existente entre e dentro de subpopulações

de Eugenia klotzschiana.

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3.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 MARCADORES MICROSSATÉLITES

Em meados da década de 60os marcadores utilizados na identificação de

variações genéticas eram os marcadores morfológicos, que foram de grande importância

na construção das primeiras versões de mapas genéticos e na fundamentação teórica de

estudos de ligação de genes. Marcadores morfológicoseram limitados, por se

apresentaremem baixo número, estarem sujeitos a mudanças ambientais,e por serem

voltados para espécies modelo,dificultando, assim, análises em outras espécies de

interesse.Marcadores morfológicos, não eramrobustos o suficiente para associar um

marcador a uma determinada característica, com isso viu-se a necessidade em

desenvolver novas ferramentas para detecçãoda variação genéticanonível de DNA

(FERREIRA& GRATTAPAGLIA, 1998).

A revolução em estudos de variação genética começou com o desenvolvimento

de marcadores que permitiram a detecção do polimorfismo nas proteínas, denominados

marcadores isoenzimáticos.Os marcadores isoenzimáticos, possibilitaram estudar

inúmeras espécies de plantas.Com o advento das novas técnicas em Biologia Molecular

foi possível à detecção da variação genética, por meio de vários métodosno nível de

DNA. Primeiramente, o emprego de enzimas de restrição permitiu o estudo de

RFLP(Restriction Fragmente Length Polymorphism)através de hibridização

(GRODZICKER et al., 1974). Posteriormente, Kery Mullis desenvolveu a técnica de

PCR - Polymerase Chain Reaction (MULLIS & FALOONA, 1987; SAIKI et al., 1988).

Com o desenvolvimento da técnica de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase)

foi possível desenvolver outros marcadores, como de sequências repetitivas no genoma,

os minissatélites ou VNTR – Variable Number of Tandem Repeats (LEWIN, 1990),

mais tardeos RAPD- Random Amplified Polymorphic DNA, empregando primers

aleatórios (WILLIAMS et al., 1990), AFLP - Amplified Fragment Length

Polymorphism (ZABEAU, 1993),microssatélites/SSR - Simple Sequence Repeat(LITT

& LUTY, 1989) ou STR (Short Tandem Repeats) (EDWARDS & ELGAR, 1998), ISSR

- Inter Simple Sequence Repeats(REDDY et al., 2002),e marcadores baseados em

sequência,os SNP - Single Nucleotide Polymorphism(CHO et al., 1999; RAFALSKI

2002).

Entre tantos marcadores desenvolvidos, os marcadores microssatélites se

destacam em estudos de variação genética por possuírem alguns atributos que fazem

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com que sejam altamente informativos e de fácil utilização,apresentando as seguintes

características: elevado polimorfismo, alelos múltiplos, padrão de herança codominante

(Figura 1), abundância e ampladistribuição ao longo do genoma(FERREIRA

&GRATTAPAGLIA, 1998).Marcadores microssatélites também conhecidos como SSR

ou STR são desenvolvidos a partir deregiões altamente variáveis encontradas ao longo

do genoma, denominadas de regiões microssatélites, que são formadas de 1 a 6

nucleotídeos(motivos) que se repetem lado a lado (FIELD & WILLS, 1998; TÓTH et

al., 2000), sendo encontradas no genoma de diferentes organismos (TAUTZ &

SCHLIITTERER, 1994; ZANE et al., 2002).

Figura 1.Base genética e detecção de polimorfismo de microssatélite. Em A e B

apresenta genótipos homozigoto e heterozigoto e em C, um gel de

eletroforese com diferentes genótipos homozigotos (uma banda) e

heterozigotos (duas bandas)(Fonte: FERREIRA & GRATTAPAGLIA,

1998).

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As regiões microssatélites podem ser classificadas quanto a sua localização no

genoma, como gênicas e genômicas. Quando as regiões microssatélites se encontram

dentro de regiões codificantes do genoma, são classificadas como regiões gênicas e

quando localizadas em regiões não-codificantes, são classificadas como regiões

genômicas (LITT & LUTY, 1989; TAUTZ, 1989;TAUTZ & SCHÖTTERER, 1994;

VARSHNEY et al., 2005).De acordo com o tamanho do motivo de repetição, as regiões

microssatélites podem ser classificadas como de: mononucleotídeos, uma base se repete

(A)n, dinucleotídeos, duas bases que se repetem (AG)n, trinucleotídeos, três bases que

se repetem (GTT)n, tetranucleotídeos (GAGA)n, pentanucleotídeos (CCCTT)ne

hexanucleotídeos (TTTCCC)n (TAUTZ, 1989; WEBER, 1990; KALIA et al., 2011).

Regiõesmicrossatélites podem ser altamente variáveis quanto à composiçãoda

sequência que se repete, podendo ser classificadas como: perfeitas, imperfeitas,

interrompidas ou compostas. As regiões microssatélites perfeitas não apresentambases

de interrupção (ex: TATATATATATATATA), regiões imperfeitas são aquelas que

possuem um par de bases diferente entre os motivos que se repetem (ex:

TATATATA CTATATA), regiões interrompidas possuem uma sequência diferente

dentro do motivo que se repete (ex: TATATACGTGTATATATATA), já regiões

microssatélites compostas tem duas sequências que se repetem (ex:

TATATATATA GTGTGTGTGT ) (WEBER, 1990; OLIVEIRA et al., 2006).

A composição das regiões microssatélites pode variar muito entre diferentes

táxons, sendo regiões de mononucleotídeos mais frequentes no genoma de seres

eucarióticos em relação a outras repetições, tendo na maioria das vezes a repetição de

poli (A/T) a mais frequente nos táxons. Os dinucleotídeos mais frequentes no genoma

de seres eucarióticos são AC/GT presentes nos vertebrados e artrópodes, e em plantas

repetições de AT seguidas por GA (TÓTH et al., 2000; SHARMA et al.,

2007).Normalmente, regiões compostas por dinucleotídeos são as mais frequentes em

várias espécies, no entanto, são menos observadas em regiões gênicas (LI et al., 2002),

diferente das repetições de trinucleotídeos,que são mais comuns em regiões gênicas em

muitas espécies (MORGANTE et al.,2002; LI et al., 2004).

Os marcadores microssatélites, em função de diversas características, tais como:

alto polimorfismo e herança codominante (CAVAGNARO et al., 2010) são muito

utilizados como marcadores genéticos (REN et al., 2011) empregados em estudos de

mapa de ligação (YI et al., 2006) e na identificação de variaçõesgenéticas (ELLIS

&BURKE, 2007). Estudos relatam que a alta variabilidade encontrada em regiões

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microssatélites esteja relacionada com a grande suscetibilidade para mutação das

regiões microssatélites (TAUTZ &SCHÖTTERER, 1994; GAOet al., 2013). A taxa de

mutação varia de 10-2 a 10-6 eventos por geração,em seres eucariotos (SCHÖTTERER,

2000).

A variabilidade genéticae origem dos microssatélites podem ser explicadas por

alguns mecanismos que ocorrem na célula, como o mecanismo de transposição,

recombinação eslippageda DNA polimerase.Elementos transponíveis podem transportar

regiõesmicrossatélites, sendo responsáveis pela expansão dos microssatélites (NADIR

et al., 1996; WILDER& HOLLOCHER, 2001). Eventos de recombinação na meiose ou

mitosepodem ser responsáveis pela variabilidade genéticae origem dos microssatélites

(WANG et al., 2009), assim como aslippage ou deslizamento da DNA polimeraseno

processo de replicação do DNA (ZHU et al., 2000; NISHIZAWA & NISHIZAWA,

2002),mecanismo que pode ocasionar deleção ou inserção de base (DIERINGER &

SCHLÖTTERER, 2003).

O primeiro mecanismo explica a ocorrência dos microssatélites pela dispersão

dessas sequências repetitivas pelo genoma por elementos transponíveis, tendo locais

com predisposição a formação de microssatélites (KAZAZIAN, 2004).Autores estudam

a possibilidade de microssatélites ricos em A serem formados pela extensão de 3’ do

retrotranscrito parecido com a poliadenilação do mRNA, embora, estudos envolvendo

muitos organismos contrastam com esses resultados, relatando que nem sempre a

densidade de microssatélites coincide com a de elementos transponíveis

(SCHLÖTTERER, 2000).

Estudosenvolvendo eventos de recombinação genética (crossing-over

desigual)demonstram que também podem ser responsáveis por grande parte das

mutações que ocorrem nas sequências hipervariáveis do DNA, principalmente quando

envolve um maior número de pares de bases.Devido os cromossomos homólogos se

parearem e se recombinarem erroneamente em locais de grande quantidade de

repetições de mesma base(RICHARD & PAQUES, 2000) ocorre deleções simples ou

duplicações (JEFFREYS & NEUMANN, 1997).

O terceiro mecanismo é oslippage da DNA polimerase, que pode explicar

pequenas mutações.Omau pareamento da DNA polimerase podelevar a mudanças no

comprimento dos microssatélites, caso não ocorra um equilíbrio entre o mecanismo de

reparo (mismatch repair) e o deslizamento da DNA polimerase (ROSE & FALUSH,

1998; LI et al., 2002). Na replicação do DNA a fita molde pode formar um pareamento

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de bases complementares (loop) e a DNA polimerase continuar adicionando

nucleotídeos, formando uma nova fita com um número de repetições menor do que da

fita molde, acontecendo uma retração da sequência, consequentemente uma diminuição

no número de repetições (ROSE & FALUSH, 1998). Um loop pode se formar também

na fita que está sendo sintetizada, ocasionando uma expansão da repetição, levando a

um aumento no número de repetições (Figura 2) (RICHARD &PAQUES, 2000;

ELLEGREN, 2004).

Figura 2. Mecanismo de mutação slippage durante a replicação em uma região

microssatélite(Adaptado de GOLDSTEIN & SCHLÖTTERER, 1999).

Alterações na sequência de DNA normalmente são rapidamente consertadas por

mecanismos de reparo, mas caso não ocorra um reparo estas alterações podem

permanecer e ser passadas para as próximas gerações, abrigando uma mutação que o

sistema de reparo não pode mais consertar. Mesmo a molécula de DNA sendo altamente

estável, ela está sujeita a alterações, isso devido ao ambiente ou a erros na replicação ou

recombinação (COX et al., 2012).

Modelos de mutação de Stepwise (SMM) e de Alelos Infinitos (IAM) são os

modelos que vem sendo empregados para explicar a origem e evolução dos

microssatélites. No modelo de mutação de Stepwise proposto inicialmente por Ohta &

Kimura (1973),um microssatélite pode aumentar ou diminuir uma unidade de repetição,

levando a expansão ou contração do microssatélite, o que ocasiona uma mudança na

unidade de repetição em tandem, provavelmente para um alelo já existente na população

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(SLATKIN, 1995; OLIVEIRA et al., 2006; BHARGAVA &FUENTES, 2010).No

modelo de AlelosInfinitos,cada evento de mutação leva a um alelo novo e não admite

homoplasia (KIMURA & CROW, 1964), neste modelo, pode ocorrer ganho ou perda de

qualquer número de unidades de repetição, deste modo é amostrado alelos novos na

população, não verificados anteriormente(OLIVEIRA et al., 2006; GROVER

&SHARMA, 2011).

Marcadores microssatélites são altamente informativos, o que permite serem

utilizados em estudos de conservação, na investigação de processos microevolutivos

que ocorrem nas populações, entre outros (HEYWOOD & IRIONDO, 2003).

Marcadores microssatélites apresentam muitas características desejáveis,no entanto,

isolar e desenvolver pares de primers para regiões específicas tem como fator limitante

a necessidade de conhecer a sequência de DNA para delimitar o loco microssatélite.

Desenvolver marcadores microssatélites é um trabalho que demanda mão de obra

qualificada, dispõem decusto elevado e tempo(FERREIRA &GRATTAPAGLIA, 1998).

O benefício de desenvolver marcadores microssatélites está na reprodutibilidade

e na praticidadedestes marcadores, que emprega a técnica de PCR para detecção de

polimorfismo nos indivíduos avaliados (CAIXETA et al.,

2006).Marcadoresmicrossatélites desenvolvidos para uma espécie podem ser

transferidos para espécies relacionadas, pois, assequências flanqueadoras das regiões

microssatélites podem se encontrar conservadas entre espécies filogeneticamente

próximas. Espécies mais próximas possuem uma maior taxa de

transferibilidade(VARSHNEY et al., 2005; BARBARÁet al., 2007).

A estratégia mais tradicional de desenvolvimento de marcadores microssatélites

inicia-se com a construção de uma biblioteca genômica, isolando os locos de interesse

na espécie alvo.É realizado o processo de fragmentação do DNA de alta qualidade,

empregando enzimas de restrição ou sonicação. O DNA fragmentado é ligado

diretamente a vetores de plasmídeo comuns, ou, depois que é ligado adaptadores

específicos. É realizada hibridização, empregando sondas com repetições simples e

sequenciamento de clones positivos. Os primers são desenhados e são realizadas PCRs

otimizando as condições ideais para amplificação dos locos, nos indivíduos de uma

população(ZANE et al., 2002).

Outro método de desenvolvimento de marcadores microssatélites foi proposto a

partir da obtenção de bibliotecas enriquecidas com repetições microssatélites de

interesse, empregando extensão de primers (OSTRANDER et al.,1992; PAETKAU,

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1999).A obtenção de uma biblioteca genômica primária se dá pela fragmentação do

DNA genômico e inserção em um vetor de fago no intuito de obter um conjunto de

filamentos únicos de moléculas de DNA circular, estes serão usados como molde em

uma reação de extensão do primer, preparado com oligonucleótideos específicos para

uma repetição específica.Somente vetores que possuem a unidade de repetição de

interesse obterão produtos de dupla fita. Na fase de construção da biblioteca primária, é

clonada somente uma parte limitada do genoma que é investigado, levando a perda de

motivos de repetição que são raros, no entanto, este método não se tornou muito popular

devido à quantidade de etapas (ZANE et al., 2002).

A obtenção de marcadores microssatélites pode se dá pela construção de

bibliotecas enriquecidas por meio da hibridização seletiva, sendo todos os passos

baseados na hibridização de uma sequência sintética de oligonucleotídeo de

microssatélite com DNA genômico (BILLOTTE et al., 1999). Inicialmente, são ligados

adaptadores (sequências conhecidas) aos fragmentos de DNA genômico, em seguida, é

hibridizado com uma sonda com repetições que podem ser vinculadas a uma membrana

de nylon (KARAGYOZOV et al., 1993; ARMOUR et al., 1994),ou 5’biotinilado e

revestido de estreptavidina(Figura 3) (KANDPAL et al., 1994; KIJAS et al., 1994),

posteriormente é realizado muitas lavagens, o DNA enriquecido é recuperado por PCR

e clonado em um vetor apropriado, para ser realizado o sequenciamento dos clones

positivos para obtenção das sequencias, e seja possível identificar as regiões

microssatélites (ZANE et al., 2002).

Marcadores microssatélites ainda podem ser desenvolvidos por meio de

bibliotecas de cDNA (DNA complementar). Neste método, são empregadas sequências

de mRNA (RNA mensageiro) utilizando um conjunto de genes expressos em uma

amostra de um determinado organismo, deste modo, são caracterizados como

marcadores gênicos, ou seja, de regiões transcritas do DNA (ESTs-SSR) (DURAN et

al., 2009; BLAIR & HURTADO, 2013).

Um método alternativo utilizado na obtenção de marcadores microssatélites é a

procura de sequências em bancos de dados como EMBL e GenBank, usando recursos

computacionais (KALIA et al., 2011), porém, esse método é limitado, pois, grande parte

das sequências depositadas nos bancos de dados são sequências transcritas (EST) do

genoma. As sequências depositadas em maior número nos bancos de dados são de

espécies modelo, fator limitante para espécies silvestres (CARDLE et al.,2000; Hu et

al., 2004).

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Figura 1. Protocolo do isolamento de microssatélitesseleção por hibridibiotinilados e revestido de estreptavidina1994 , Kijas de Zane

Aliada às metodologias de obtenção

PCR é empregada na amplificação das sequências microssatélites

primer específico de 20 a 30 bases, que é complementar às sequências flanqueadoras

Protocolo do isolamento de microssatélites a partir de seleção por hibridização com oligonucleotídeos biotinilados e revestido de estreptavidina(Kandpal 1994 , Kijas et al., 1994, Billotte et al., 1999).(Adaptado de Zane et al., 2002).

s metodologias de obtenção de marcadores microssatélites a

PCR é empregada na amplificação das sequências microssatélites, utilizado um par de

específico de 20 a 30 bases, que é complementar às sequências flanqueadoras

23

a partir de oligonucleotídeos 5’

Kandpal et al., 1999).(Adaptado

de marcadores microssatélites a técnica de

utilizado um par de

específico de 20 a 30 bases, que é complementar às sequências flanqueadoras

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dos microssatélites de interesse. Os produtos da amplificação da PCR são separados em

gel de agarose e visualizados pela iluminação ultravioleta após coloração com brometo

de etídeo, a separação dos produtos de amplificação também pode ser feita em gel de

acrilamida, e as bandas visualizadas por coloração com nitrato de prata, ou ainda em

eletroforese capilar, empregandoprimers marcados com fluorescência para visualização

dos alelos.Quando as sequências são de tamanhos diferentes, ou os primers são de

fluorescências diferentes, pode se empregar multiplex de PCR ou de aplicação(DURAN

et al., 2009).

A alta taxa de transferibilidadede marcadores microssatélites é um dos fatores

que contribuem para que estes sejam muito empregadosem estudos de genética de

populações (ZUCCHI et al., 2002;BARBARÁ et al., 2007; AGARWAL et al., 2008;

SOARES et al., 2013).A capacidade de transferir marcadores microssatélites é

conferida a espécies relacionadas. A transferiblidade é possível devido às sequências

que antecedem as regiões microssatélites, conhecidas como regiões flanqueadoras,

serem regiões que podem se encontrar altamente conservadas entre espécies de um

mesmo gênero ou de uma mesma família (ELLIS& BURKE, 2007).

Estudos de transferibilidade de locos microssatélites tem sido realizados em

vários táxons (BARBARÁ et al., 2007), espécies da mesma família e de gênero

diferente (Tabela 1), mostrando a possibilidade de utilizar marcadores já desenvolvidos,

em outras espécies. Tanto marcadores de regiões gênicas como de regiões genômicas

podem ser transferidos, entretanto, marcadores de regiões gênicas ou (EST- Expressed

Sequence Tangs) tendem a apresentar uma maior taxa de transferibilidade, devido às

regiões se encontrarem mais conservadas entre espécies, no tempo evolutivo, embora,

marcadores de regiões genômicas possam ser transferidos, estes apresentam uma menor

taxa de transferibilidade, assim, a escolha do melhor marcador a ser utilizado está

diretamente relacionada com o tipo de trabalho a ser realizado (WANG et al., 2009;

KALIA et al.,2011).

Normalmente, marcadores microssatélites são desenvolvidos para uma espécie

modelo, ou seja, uma espécie que já desperta interesse econômico, para depois serem

transferidos para espécies relacionadas de menor interesse. Para que esses marcadores

sejam transferidos é necessário que eles sejam polimórficos, sendo capaz de caracterizar

a variabilidade genética da espécie (WANG et al., 2009).

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Tabela 1. Relação de trabalhos que avaliaram o potencial de transferibilidade de primers de

regiões microssatélites entre espécies vegetais.

Espécie / marcadores desenvolvidos

Espécie / marcadores transferidos

Número de Primers Testados

Porcentagem de Transferibilidade

Referência

Prunus persica (Rosaceae) Prunus

(Rosaceae) 15 59 %

Cipriani et al., 1999

Oryza sp. (Poaceae)

Oryza sp. (Poaceae)

15 53 % Brondani et al.,

2003

Tabebuia aurea(Bignoniaceae)

Espécies do gêneroTabebuia (Bignoniaceae)

21 42,5 % Braga et al., 2007

Aegiphila sellowiana(Lamiaceae)

Espécies de diferentes gêneros

(Lamiaceae) 11 81 % Ruas et al., 2011

Enterolobium cyclocarpum (Fabaceae)

Enterolobium contortisiliquum

(Fabaceae) 9 100 %

Moreira et al., 2012

Psidium guajava L. (Myrtaceae)

Eucalyptus citriodora

(Myrtaceae) 23 78 % Rai et al., 2013

Morus albaL. (Moraceae) Artocarpus

heterophyllus (Moraceae)

42 76 % Mathithumilan et

al., 2013

Byrsonima. cydoniifolia(Malpighiaceae)

B. crassifólia (Malpighiaceae)

17 70 % Bernardes, 2014

Phaseolus vulgaris (Fabaceae)

Pterodon emarginatus (Fabaceae)

539 4 % Santana, 2014

A transferibilidade de marcadores microssatélites desenvolvidos para uma

espécie modelo para outa espécies não modelo utilizando primers heterólogos é uma

alternativa, quando estes primers se encontram disponíveis, não sendo necessário

sintetiza-los e/ou quando não dispõem da tecnologia necessária para desenvolver

primers, já que transferir marcadores também demanda muito trabalho.Desde que

marcadores microssatélites estejam disponíveis em espécies modelo relacionadas à

espécie de interesse, o emprego da transferibilidade supri uma demanda de trabalhos e

recursos financeiros necessários ao desenvolvimento destes marcadores,

minimizandocustos e trabalhos necessários à construção de bibliotecas genômicas,

clonagens e sequenciamentos para o isolamento de microssatélites e desenvolvimento

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dos primers (FERREIRA &GRATTAPAGLIA, 1998; ZUCCHI et al.,2002; WANG et

al., 2009).

3.2 SISTEMA REPRODUTIVO E VARIABILIDADE GENÉTICA EM PLANTAS

O sistema reprodutivo em plantas de modo geral pode ser classificado como

reprodução sexuada e assexuada. As formas sexuadas exibem diferentes sistemas de

cruzamento, como autógamas (plantas com autofecundação), alógamas (plantas com

fertilização cruzada) e sistema misto (apresentam autofecundação e fertilização

cruzada). Na reprodução assexuada abrange todos os mecanismos que geram plantas

clones idênticas geneticamente a planta mãe(FRYXEL, 1957).

Na reprodução assexual não há participação de gametas ou somente participação

parcial. A progênie é idêntica à planta mãe. A reprodução assexuada acontece por meio

da divisão mitótica das células somáticas ou da oosfera, sendo caracterizada como

reprodução apomítica ou vegetativa (CAVALLI, 2003; RAVEN et al., 2007).

Na reprodução vegetativa diferentes partes da planta mãe podem dar origem a

novos indivíduos, não tendo ligação com os órgãos reprodutivos (CAVALLI, 2003).

São variadas estratégias adotadas pelas plantas para promover a reprodução

vegetativa:caules rastejantes comoestolhos ou estolões; caules subterrâneos ou

rizomasque exercem papel importante de armazenamento em algumas plantas e são

órgãos de reprodução importantes em orquídeas e samambaias; caules de

armazenamento e reserva como cormos, bulbos ou tubérculos;ramificações de raízes ou

ramos eretos na base de caules, raízes ou rebentos; e folhas que produzem numerosas

plântulas de um tecido meristemático ou enraizamento na ponta(RAVEN et al., 2007;

SILVETOWN, 2008).

Já na reprodução apomítica ocorre à produção de sementes por partenogênese,

que é a produção de sementes sem que aconteça a polinização, ou seja, não há fusão de

gametas (agamospermia)(HARTMANN & KESTER, 1975; RICHARDS, 1997;

APPELS et al., 1998),assim, as sementes férteis geradas pelo processo apomítico serão

clones, tendo constituição genética igual à planta mãe somando as mutações que possam

ocorrer (ASKER & JERLING, 1992; KOLTUNOW, 1993; KOLTUNOW &

GROSSNIKLAUS, 2003). A ocorrência da formação da semente no órgão reprodutivo

feminino é o que diferencia o processo apomítico de outros processos de reprodução

vegetativa (CZAPIK, 1994).

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Embora a apomíxia gere clones, a possibilidade de gerar variabilidade genética

existe, devido a eventos que podem ocorrer, como no nível de cromossomo, levando a

alterações, incluindo recombinação nas células somáticas ou acidentes na divisão

celular (disjunção), acumulo de mutações e recombinação das células femininas durante

a meiose.Outros eventos de mutaçãono DNA e o acumulo dessas mutações (incluindo

possíveis alterações nos genes envolvidos na regulação da apomixia) (VAN BAARLEN

et al., 2000; MESet al., 2002). Diversos autores consideram que omecanismo apomítico

não é independente do sexual e que os genes que controlama apomixia estariam

envolvidos na reprodução sexual, mas com a regulaçãoespacialmente e/ou

temporalmente alterada (TUCKER et al., 2003; KOLTUNOW & GROSSNIKLAUS,

2003; OZIAS-AKINS & VAN DIJK, 2007).

Alterações podem ocorrer na célula, o que acarretaem possíveis variações entre

indivíduos (BATTJES et al., 1992; RICHARDS, 1996; MAJESKÝ et al., 2012). A

reprodução apomítica acontece em diferentes plantas como emTaraxacum (VAN

BAARLEN et al., 2000; MES et al., 2002; MAJESKÝ et al., 2012),Hymenaea

stigonocarpa mart. ex Hayne (MORENO, 2009), entre outras.

Para melhor entendimento dos padrões de variabilidade genética em qualquer

espécie é necessário que se tenha conhecimento dos sistemas naturais de cruzamento.

Parker & Hamrick (1992), relatam que os níveis de diversidade genética não mudam de

espécies predominantemente assexual para espécies com reprodução sexual, no entanto,

a variabilidade genética intrapopulacional é maior em espécies com fecundação

cruzada. Segundo Arnaud-Haond et al. (2007) o emprego de marcadores moleculares

robustos tem facilitado estudos de estrutura genética em populações de plantas clonais.

A variabilidade genética permite a espécie se adaptar as diferentes mudanças que

possam ocorrer no meio ambiente, sendo determinante na sobrevivência da espécie em

um espaço de tempo (FRANKHAM et al., 2002; MANEL et al., 2003; DESALLE &

AMATO, 2004; RODRIGUES, 2009).Avariabilidade genética se manifesta na variação

de muitos caracteres, como características morfológicas que diferenciam organismos,

diferença nas proteínas, enzimas e sequência de DNA na maioria dos organismos. E a

variedade de genótipos e alelos caracteriza a variabilidade genética nas populações,

espécies ou grupos de uma espécie, sendo de fundamental importância para que as

populações passem por processos contínuos, como evolução e adaptação a mudanças

ambientais (FRANKHAM et al., 2008).

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As variações genéticas são originadas por mutação e intensificadas por

mecanismos de recombinação do DNA e sexual. A variação genética pode ser neutra,

influenciada apenas pela Deriva ou adaptativa, influenciada pela Deriva e Seleção

Natural (FRANKHAM et al., 2008).A caracterização molecular possibilita a

quantificação e a utilização da variabilidade genética conservada, refere-se à detecção

da variação a partir de diferenças na sequência de DNA ou genes específicos

(VICENTE et al., 2005).

Conhecer os padrões de distribuição da variabilidade genética dentro e entre

populações naturais é fundamental para adotar estratégias de conservação efetivas e

eficientes (FRANKHAN, 2010). A variabilidade genética pode ser detectada nas

populações por meio de parâmetros que estimam a diversidade genética(FERREIRA &

GRATTAPAGLIA, 1998).

Marcadores microssatélites são muito empregados em estudos genéticos como

ferramentas moleculares para estimar a diversidade genética das populaçõescomo

medida de variabilidade genética(COLLEVATTI et al., 2010). A análise dadiversidade

genética empregando marcadores microssatélites é normalmente utilizada estimando os

parâmetros a seguir: (A) número de alelos por loco, (P) porcentagem de locos

polimórficos, (Ho) heterozigosidade observada, (He) heterozigosidade esperadasegundo

o equilíbrio de Hardy-Weinberg, (f) índice de fixação, e o (PIC) conteúdo de

informação polimórfica.

Como índices de diversidade genética em populações naturais visando

caracterizar e comparar os níveis de variação genéticas nestas populações é empregado

às estimativas de número de alelos por loco (A) e a porcentagem de locos polimórficos

(P) (CONTE, 2004). Segundo Weir (1996) & Nei (1973) a frequência de heterozigotos

é um importante indicador de diversidade genética, pois cada indivíduo heterozigoto

carrega alelos diferentes o que representa melhor a variação que existe nas populações.

O (PIC) conteúdo de informação polimórfica é uma medida de qualidade do

marcador em estudo. Os valores podem variar de 0 para perfil monomórfico à 1 para

altamente polimórfico (BOTSTEIN et al., 1980).O índice de fixação (f) estima o

excesso ou deficiência de heterozigotos em relação ao esperado pelo equilíbrio de

Hardy-Weinberg, ou seja, assumindo que as populações são panmíticas(ALFENAS et

al., 1991) .

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Levando em consideração que existem poucos estudos com a espécie E.

klotzschiana(LAGE et al., 2005; COSTA et al., 2010), verifica-se uma necessidade em

disponibilizar ferramentas que acessem essa variabilidade genética da espécie.

3.3 BIOMA CERRADO E FAMÍLIA MYRTACEAE

O Cerrado ocupa uma área de 2.036.448 milhões de km2 do Planalto do Brasil,

cerca de 22% do território nacional, compartilha transições com outros domínios, como:

a Floresta Amazônica, Caatinga, Pantanal e a Mata Atlântica (Figura 4) (FELFILI &

SILVA JUNIOR, 2005; MMA,2013). O Cerrado é uma das mais ricas e diversificadas

savanas do mundo (LEWINSOHN & PRADO, 2005), sendo considerado um dos 34

hotspots de biodiversidade (MITTERMEIERet al., 2005) devido ao elevado grau de

espécies endêmicas e a perda acelerada de habitats (BUSTAMANTE et al., 2012).

Figura 4.Mapa mostrandoáreasde Cerrado e suas transições (Fonte: IBGE – Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, 2011).

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Sendo a segunda maior região biogeográfica brasileira,o Cerrado possui uma

área que incide sobre toda a área do Brasil central, incluindo os estados de Goiás,

Tocantins, Mato Grosso do Sul,Minas Gerais,Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia,

Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e

Amazonas. Na área territorial do Cerrado encontram-se as nascentes das três maiores

bacias hidrográficas da América do Sul, bacia Amazônica/Tocantins e bacia São

Francisco e Prata (MMA, 2013).

O Cerrado é formado por um complexo de biomas cujas fitofisionomias variam

de campestres a florestais. O clima caraterístico das regiões do Cerrado é o sazonal

úmido, podendo apresentar grande variação climática por influência de regiões vizinhas

(amazônica, nordestina, atlântica e continental) (MITTERMEIER et al., 1997;

BUSTAMANTE et al., 2012).

As fitofisionomias encontradas no Cerrado podem variar em formações

florestais (matas de galerias, matas ciliares, mata seca e cerradão), savânicas (cerrado

sensu stricto, parque de cerrado, palmeiral e veredas) e formações campestres (campo

sujo, campo rupestre e campo limpo).As formações florestais caracterizam-se pelo

domínio de espécies arbóreas podendo ser contínuo ou descontínuo. As fitofisionomias

savânicas do Cerrado são formadas de áreas com árvores e arbustos espalhadas em

proporções diferentes, já nas formações de vegetações campestreshá predomínio de

espécies herbáceas, eem menores proporçõesarbustos e subarbustos (RIBEIRO &

WALTER, 2008).

O Cerrado sensustrictoou sentido restrito é a fitofisionomia predominante no

bioma e caracteriza-se pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com

ramificações irregulares e retorcidas, normalmente com evidências de queimadas,

verificando também arbustos, subarbustos e ervas.O Cerrado sensustrictopode ser

subdividido em cerrado denso, cerrado ralo, cerrado rupestre e cerrado típico,

dependendo da cobertura do estrato arbóreo e das condições de sítio (RIBEIRO &

WALTER, 2008).

Além das características descritas, as espéciessavânicas apresentam taxa de

crescimento lenta, com um padrão de crescimento inicial sem muitas ramificações e

com maior alocação de recursos para as raízes (RATNAMet al., 2011). Mesmo com

condições de estresse hídrico e presença de eventos de queimadas, as plantas jovens de

espécies savânicas tendem a possuir menores taxas de mortalidade, no entanto, o

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estabelecimento dessas espécies em áreas florestais é limitado (HOFFMANN &

FRANCO, 2003; HOFFMANN et al., 2004).

Os solos dominantes no bioma Cerrado são da classe de latossolos, areia

quartzosa e os solos litólicos, cobrindo cerca de 56%, 20% e 9% da região

(HARIDASAN, 2007).As propriedades típicas dos solos do Cerrado os tornam

adequados para produção agrícola, mesmo tendo limitações quanto à fertilidade natural,

o que não é mais considerado um obstáculo, devido às tecnologias existentes a seu favor

(BRASIL, 2002).O domínio do bioma Cerrado ocupa cerca de 204 milhões de hectares

dos quais pelo menos 127 milhões (62%) do total acontecem em solos com perspectivas

adequadas para mecanização agrícola (RIBEIROet al., 2005).

Em uma perspectiva de Forzza et al. (2012) baseada em dados coletados de

diversos artigos publicados até 2010, foi confirmado que o Cerrado brasileiro é um dos

locais mais ricos em flora de savana do mundo, com 12,669 espécies de plantas nativas

já catalogadas, com extrema abundância de espécies endêmicas, cerca de 4,215. Muitas

espécies endêmicas sofrem uma grande perda de habitat.Se tem conhecimento

deaproximadamente 199 espécies de mamíferos, cerca de 837 espécies de avifauna,

1200 espécies de peixes, 180 espécies de répteis e 150 espécies de anfíbios,sendo

grande parte das espécies endêmicas da região (MMA, 2013).

A flora do Cerrado é constituída por variadas espécies vegetal, sendo bastante

diversificada, distinguindo-se mais de 40 tipos fisionômicos com elevado potencial de

utilização econômico, medicinal e alimentício (BRASIL, 2002; CARAMORIet al.,

2004; VIEIRAet al., 2006).As espécies frutíferas nativas ocupam uma posição de

destaque no ecossistema do Cerrado, devido a grande parte dos frutos serem

comercializados e consumidos “in natura” ou beneficiados pelasindústrias caseiras.

Grande parte dos frutos contém elevado teor de açúcares, proteínas, vitaminas e sais

minerais, apresentando um sabor característico. Frutos como o araticum, o baru, jatobá,

pequi, cagaita, entre outros, possuem grande aceitação popular, são explorados por

pequenas indústrias de doces, sorvetes, geleias, sucos, farinhas, licores, etc. (VIEIRA et

al., 2006).

Mesmo com o reconhecimento da sua importância biológica de todos os hotspots

mundiais, o bioma do Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre

proteção integral (MMA,2013).Grande parte deste bioma tem sido ocupada por lavouras

de grãos e pastagens (MARTINOTTOet al., 2008). O avanço das fronteiras agrícolas no

Cerrado tem levado a perda da biodiversidade, o que é preocupante diante de tantas

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espécies que possuem um grande potencial de utilização, como fonte de renda para

muitas famílias e principalmente de fonte de alimento para muitas espécies da fauna

local. Esses dados reforçam cada vez mais a necessidade de estudos envolvendo essas

espécies, de maneira a minimizar a ação do homem sobre o Cerrado. Conhecer a

biologia da espécie ajuda na preservação e permite estabelecer meios para sua

incorporação ao processo tradicional de cultivo (MESQUITAet al., 2007).

O Cerrado possui inúmeras espécies frutíferas nativas com um elevado potencial

para introdução ao cultivo, tendo a variabilidade continuamente ameaçada pelos

desmatamentos indiscriminados (PEIXOTOet al., 2003), Entre espécies frutíferas,

destacam-seespéciesda família Myrtaceae, que é uma das maiores famílias da América

do Sul e Central, com ocorrência na região neotropical e subtropical.Espécies frutíferas

como a goiabeira (Psidium guajava), a pitangueira (Eugenia uniflora), a cagaitera

(Eugenia dysenterica), entre outras,se destacam por serem muito utilizadas in natura, na

produção de doces, sucos e geleias(PROENÇA, 1993; LORENZIet al., 2006).

A família Myrtaceae pertencente à ordem Myrtales é composta por

aproximadamente 132 gêneros e mais de 5600espécies (GOVAERTSet al., 2008), no

Brasil, conta com cerca de 24 gêneros e927 espécies (SOBRALet al., 2010).A família

Myrtaceae apresenta uma grande importância ecológica, devido a seus frutos suculentos

e carnosos servirem de fonte de alimento à fauna silvestre. Muitas aves e macacos se

alimentam de frutos da família Myrtaceae atuando como dispersores das sementes e

com isso favorece a sobrevivência e a permanência das espécies do qual se beneficiam

(PIZO, 2003; GRESSLER, 2006).Proença & Gibbs (1994) verificaram que no período

de floraçãode algumas espécies de Myrtaceae as abelhas como seus principais

polinizadores se beneficiam do pólen das flores, além de desempenhar seu papel

ecológico de polinizadores.

Estudos envolvendo dados moleculares contrastam com dados anteriores, em

que o grupo representado pelos frutos carnosos não é monofilético como era relatado,

pois a evolução desse tipo de fruto ocorreu várias vezes na família. Diante destes

estudos pesquisadores sugeriram uma nova organização da família, separando-a nas 2

subfamílias Psiloxyloideae, Myrtoideae e17 tribos. A subfamília

Psiloxyloideaerepresentada pelos gêneros Psiloxylon Thou.ex Tul. e Heteropyxis Harv.,

tem ocorrência na África (WILSON et al., 2005).

Todas as mirtáceas brasileiras estão incluídas na tribo Myrtae, tendo

representantes em muitos dos hotspots de biodiversidade do mundo, como no sudoeste

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da Austrália, e no Brasil, as espécies sãoencontradas na Mata Atlântica e no Cerrado,

com até 90 espécies de Myrtaceae por hectare (GOVAERTSet al., 2008). A família

Myrtaceae se encontra entre as mais importantes em grande parte das formações

vegetacionais no Brasil (SOUZA & LORENZI, 2008).

Alguns gêneros se destacam por reunir o maior número de espécies de

importância econômica do país, sendo eles: Eugenia, Campomanesia, Psidium e

Myrciaria(LORENZI & SOUZA, 2008). Algumas espécies frutíferas que são

exploradas comercialmente, além das citadas anteriormente a uvaia (Eugenia uvalha

L.), o jambo (Syzygium jambos (L.) Alston) e a jabuticaba (Plinia cauliflora

L.),apresentam uma pequena fração do grande potencial econômico da família, levando

em conta o grande número de frutos comestíveis de espécies não comerciais, como por

exemplo, a pera-do-cerrado. Várias espécies de Eucalyptus L. Her se destacam entre as

grandes produtoras de madeira e também antissépticos. OsMyrtus communis L. e

Melaleuca L. se destacam como ornamentais (LANDRUM & KAWASAKI, 1997;

COSTA, 2004).

Os representantes brasileiros da família possuem característica lenhosa, de

hábitos arbustivos a arbóreos, apresentando numerosos canais oleíferos nas folhas,

flores, frutos e sementes (BARROSO, 1991).As flores são normalmente brancas, ou às

vezes vermelhas (BARROSO, 1991; LANDRUM & KAWASAKI, 1997).Os frutos são

carnosos (LANDRUM & KAWASAKI, 1997), e as sementes são potencialmente

dispersas por vertebrados frugívoros. As abelhas formam o principal grupo de

polinizadores das mirtáceas na região central do Brasil, área de ocorrência natural da

maior parte do Cerrado no país (PROENÇA & GIBBS, 1994).

3.4ESPÉCIEEugenia klotzschiana BERG

O gênero Eugenia é um dos maioresdentro da família Myrtaceae (FISCHERet

al., 2005), compreendendo cerca de 400 espécies (FONTENELLE et al., 1994),

distribui-se desde o Brasil até o Norte e Nordeste da Argentina, Uruguai e Paraguai

(CONSOLINI et al.,1999). As plantas do gênero Eugenia consistem em árvores ou

arbustos verdes durante o ano todo(AURICCHIO & BACCHI,2003).

Muitas espécies do gênero Eugeniasão apreciadas por seus frutos, que são

usados como alimento (FISCHER et al., 2005). As plantas desse gênero são muito

empregadas na medicina popular, utilizadas como recursos terapêuticos no tratamento

de diversas enfermidades (VIEIRA et al., 2006). O gênero Eugenia é bastante rico em

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compostos fenólicos, como taninos e flavonoides, devido ao alto teor de compostos

fenólicos, as espécies do gênero Eugenia apresentam atividade antioxidante relacionada

a estes compostos (LUNARDIet al., 2001; EINBONDet al., 2004).

Pertencente ao gênero Eugenia, a espécieEugenia klotzschiana Berg(Pera-do-

Cerrado) se destaca por apresentar distribuição geográfica bastante restrita, sendo uma

espécie quase rara e pouco estudada(ANDERSEN & ANDERSEN, 1989; ALMEIDA et

al., 1998).Eugenia klotzschiana, ocorre em regiões de cerrado restrito, cerrado ralo,

campo sujo e campo limpo, é uma espécie de clima tropical, com melhor adaptação em

solos drenados e permeáveis, encontrada em Goiás, no Distrito Federal, Mato Grosso,

Mato Grosso do Sul, em Minas Gerais, no Sudoeste da Bahia (ALMEIDA et al., 1998),

e novos estudos relatam ocorrência da espécie na Bolívia (VILLARROEL &

PROENÇA, 2013). As flores da espécie são brancase aromáticas, assim como na

maioria das espécies da família das mirtáceas(Figura 5) (LORENZI et al., 2006).

Figura 5.Flor de Eugenia klotzschiana (Pera-do-Cerrado)

(Fonte:LGBio, 2012).

Seus frutos apresentam casca amarela, polpa branca, mole e ácida (Figura 6),

utilizados no consumo in natura e como matéria-prima para produção de doces, geleias

e sucos (ANDERSEN & ANDERSEN, 1989; SILVA et al., 2001). Em ambiente

natural,a planta produz de seis a dezoito frutos (ALMEIDA et al., 1998). Os frutos

amadurecem de outubro a dezembro (ALMEIDA etal., 1998; SILVA et al., 2001),tendo

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sabor variável de acordo com a distribuição geográfica da espécie.Algumas plantas

encontradas no Distrito Federal produzem frutos muito ácidos, não muito aromáticos e

maiores, já plantas do extremo sul do Estado de Minas Gerais apresentaram frutos

menos ácidos, aromáticos com sabor agradável (ANDERSEN & ANDERSEN, 1989).

Figura 6.Fruto de Eugenia klotzschiana (Pera-do-

Cerrado)(Fonte:LGBio, 2012).

A planta pode atingir até 1 metro de altura em seu ambiente natural e chegar até

3 metros aos 12 anos de idade, quando cultivada, podendo ser encontrada em jardins ou

quintais como planta ornamental(FARIA et al., 2006). A planta Eugenia

klotzschianacresce em moitas, e caracteriza-se por touceiras (RIBEIRO et al., 1986),

sendo suaprincipal forma de exploração o extrativismo (FARIA et al., 2006).

As diferentes áreas de coleta da espécie apresentam uma grande variação

genética, sugerindo que a espécie seja altamente endogâmica e tenha fluxo gênico

restrito, podendo ter como causa a marginalidade na distribuição geográfica da espécie,

o que consequentemente levaria à menor diversidade genética (RODRIGUES, 1999).A

variação genética existente na espécie também pode ser explicada pelo sistema

reprodutivo que é desconhecido, tendo suspeitas de reprodução assexual (reprodução

vegetativa ou apomítica), o que segundo Koltunow & Grossniklaus (2003) levaria a

populações de indivíduos clonais.

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Inúmeras espécies endêmicas do Cerrado se encontram sujeitas à perda da

variabilidade genética, incluindo espécies do gênero Eugenia devido à forma de

exploração acontecer por extrativismo e a constante degradação que vem acometendo o

bioma Cerrado, o que deixa essas espécies vulneráveis e com poucas possibilidades de

manutenção da variabilidade genética. Mesmo que pesquisadores já estejam avaliando à

variabilidade genética presente em algumas espécies de Eugenia, ainda existem espécies

em risco como é o caso de Eugenia klotzschiana que não há publicações sobre sua

variabilidade genética até o momento.

Dos poucos trabalhos desenvolvidos para a espécie Eugenia klotzschiana,

destacam-se de Oliveiraet al. (1999) que desenvolveu um trabalho de caracterização e

relato de ocorrência da espécie e do ambiente de ocorrência da espécie na região

fisiográfica dos Campos das Vertentes em Minas Gerais.Lage et al. (2005) com um

trabalho de transferibilidade de seis marcadores SSR de Eucalyptuspara E. klotzschiana,

publicado em congresso. Costa et al. (2010)caracterizaram regiões repetitivas do

genoma da espécie para desenvolvimento de primers, publicado também em anais de

congresso. Evidenciando a necessidade de estudos de genética de populaçõescom o

intuito de conhecer a diversidadegenética contida na espécie Eugenia klotzschiana para

fins de manejo e conservação.

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37

4.0 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS

Foram utilizados 102 indivíduos da espécie Eugenia klotzschiana, coletados nas

áreas onde foram encontradas populações naturaisno Brasil, uma vez que a espécie é

naturalmente rara e se encontra em solos férteis que estão sendo transformados em

lavoura. Foram coletadas oito populações distribuídas nos Estados de Goiás e Minas

Gerais (Anexo I e Tabela 2). As folhas coletadas foram armazenadas em sílicaem um

saco plástico e identificadas com o número e localização do indivíduo. As amostras

foram transportadas ao laboratório de Genética & Biodiversidade (LGBio) da

Universidade Federal de Goiás, onde foram retiradas da sílica e armazenadas em freezer

-80ºC.

Tabela 2. Localidade, código da população,número de indivíduoscoletados de Eugenia

klotzschiana com suas respectivas georeferências.

População Localidade Código da População

N° de Indivíduos

Latitude (S)

Longitude (W)

1 Portelândia/GO EKLPOTGO 30 17° 17'8,80" 52°38'45,5"

2 Santo Antônio do Rio

Verde/GO EKLSARGO 06 17° 33' 59.0" 50° 40' 27.0"

3 Senador Canedo/GO EKLSCNGO 45 16°37'32,197" 49°4'22,696"

4 Rio Verde/GO EKLRIVGO 07 17°19'28,773" 51°33'26,062"

5 Silvânia/GO EKLSILGO 08 16°43'8,393" 48°35'14,530"

6 Ponte Funda /GO EKLPOFGO 04 16°48'15,879" 48°17'26,955"

7 Anápolis/GO EKLANAGO 01 16°27'5,001" 48°51'46,219"

8 Candeias/MG EKLCANMG 01 20º41'21.1" 45º12'58.8"

TOTAL ____ ____ 102 ____ ____

4.2 OBTENÇÃO DOS DADOS MOLECULARES

O DNA foi extraído a partir de tecido foliar empregando o protocolo de CTAB

(brometo de cetil-trimetil amônio) descrito por Doyle & Doyle (1987) otimizado para a

espécie Eugenia klotzschiana(Anexo II). Após o procedimento de extração foi realizada

uma eletroforese horizontal em gel de agarose, contendo brometo de etídeo, para

verificar a concentração de DNA obtida em cada amostra, utilizando análises

comparativas com o marcador de massa molecular λ, nas concentrações de50ng, 100ng

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e 200ng, para prosseguir com a diluição do DNA para uma concentração de trabalho de

aproximadamente2,5ng/µL.

Na etapa do teste de amplificação cruzada, foram utilizados DNA de três

indivíduos de E. klotzschiana para testar 120 pares de primersdesenvolvidos para

Eucalyptus (BRONDANI et al., 1998; FARIA et al., 2010; FARIA et al.,

2011)seguindo o protocolo padronizado para a espécie (Tabela 3).A amplificação dos

fragmentos de DNA foi realizada utilizando termociclador (Applied Biosystems

Califórnia, USA), a partir do teste de diferentes temperaturas de anelamento dos

primers(Apêncide I). A termociclagem foi programada conforme descrito a seguir:

desnaturação do DNA por aquecimento à 94ºC por cinco minutos; 35 ciclos de

amplificação que ocorreu a 94°C por um minuto, um minuto para o anelamento dos

primers (temperatura específica para cada primer), extensão da molécula de DNA a

72ºC por um minuto, seguido de uma extensão final de 72°C por 45 minutos. O ajuste

da temperatura de anelamento dos locos foi realizado com o aumento ou diminuição da

temperatura, até que a visualização das bandas no gel apresentasse a melhor resolução

possível.

Tabela3.Protocolo para reações de PCR demonstrando os reagentes utilizados e suas

respectivas concentrações de uso para um sistema de 10µL.

Reagentes Concentração Volume (µL) Concentração final

H2O ultrapura - 1,25 -

DNA 2,5ng/µL 3 7,5ng

Primer (F+R) 0,9µM 2,4 0,216 µM

Tampão da enzima c/ MgCl2 10 x 1 1 x

BSA 25mg/ml 1,3 3,25mg

dNTP’s 2,5µM 0,9 0,225µM

Taq-polimerase 5 U 0,15 1 U

TOTAL - 10 -

Os fragmentos de DNA produzidos durante as PCRs foram avaliados

primeiramente em eletroforese horizontal em gel de agarose 3%, imerso em TBE 1X,

submetido a uma corrente elétrica de 70V, por aproximadamente 1 hora. A visualização

dos fragmentos amplificados foi realizada por meio das bandas em um

fotodocumentador de imagem exposto à luz ultravioleta.

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A segunda etapa foi analisar os produtos de amplificação de todos os pares de

primers da etapa anterior, em eletroforese vertical em gel de acrilamida a 6%. O sistema

de coloração do gel de acrilamida seguiu o protocolo de Creste et al. (2001), que utiliza

um sistema de coloração com nitrato de prata (Anexo III). Posteriormente a secagem do

gel foi feita a análise do gel, sob luz branca, utilizando os marcadores de peso

molecular, 10pb e/ou 50pb (InvitrogenTM), dependendo da amplitude de variação do

tamanho dos alelos nos locos.

A terceira etapa foi elaborar conjuntos de primers para compor multiplexes de

aplicação com bom padrão de amplificação. Nessa etapa, osprimers foward decada

marcador transferido foi marcado com fluorocromos HEX (verde), NED (amarelo) ou 6-

FAM (azul), para ser validado no analisador automático de DNA ABI3500 (Applied

Biosystems). Em cada amostra acrescentou-se 8,75µL de formamida Hi-Di (Applied

Biosystems) e 0,25µL de marcador interno fluorescente de tamanho padrão (size

standard) ROX500TM marcado com fluorescência vermelha, em 1µL de amostra. Os

critérios utilizados para montagem das multiplexs foram:fluorescências

diferentes/tamanhos dos alelos diferentes, e aqueles primers que apresentaram bandas

mais fracas no gel de agarose (empregado para verificar se os produtos de PCR

amplificaram) foram utilizados de 2 a 3µL do produto de PCR e os primers com bandas

mais fortes utilizou-se 1µL. Os locos com bandas mais fracas ficaram juntos com

aqueles que tinham bandas mais fortes, respeitando os primeiros critérios estabelecidos,

para que uma maiorquantidade de produto de PCR pudesse ser colocada na mesma

multiplex, assim, foi padronizada a melhor visualização dos eletroferogramas na etapa

de obtenção dos genótipos. A obtenção dos genótipos foi realizada pelo programaGene

Scan, e analisadas no programa GeneMapper.

Depois de padronizadas as multiplexs de aplicação, o DNA de todos os indivíduos

foi utilizado para obtenção dos genótipos e caracterização da variabilidade genética nas

populações.Para a confirmação de todos os alelos foi elaborada uma escada alélica, na

qualforamutilizados 8 indivíduos para representar todos os alelos para cada loco.

Posteriormente, a matriz de genótipos que foi gerada no GeneMapper foi exportada para

uma planilha no Microsoft Excel, e analisada nos respectivos programas citados a

seguir, para obtenção dos dados requeridos na análise.

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4.3 CARACTERIZAÇÃO DA VARIABILIDADE NOS LOCOS

MICROSSATÉLITES

A matriz de genótipos foi utilizada para as análises de caracterização da

variabilidade genética considerando os marcadores microssatélites transferidos para o

genoma de E. klotzschiana.

A frequência de alelos nulos e dropout foram calculadas segundo Brookfield

(1996), assumindo panmíxia e que toda deficiência de heterozigotos relativa às

proporções de Hardy-Weinberg foi devida aos alelos nulos e não à subdivisão de

populações. Nesta análise foi utilizado o programa MICRO-CHECKERv2.2

(OOSTERHOUT et al., 2004).

A variabilidade genética nas populações foi avaliada a partir das estimativas dos

seguintes parâmetros genéticos: número médio de alelos por loco (A), frequências

alélicas e genotípicas, heterozigosidade esperada sob condições do equilíbrio de Hardy-

Weinberg (He), heterozigosidade observada (Ho) (NEI, 1973) e índice de fixação (f),

conforme sugerido por Alfenaset al.(1991) utilizando o programa FSTAT 2.9.3

(GOUDET, 2002).

A probabilidade de exclusão de paternidade (Q), que se refere à probabilidade de

se excluir uma falsa paternidade foi calculada conforme sugerido por Weir (1996). A

probabilidade de identidade (I), que é a probabilidade de dois indivíduos amostrados ao

acaso em uma população exibir o mesmo genótipo, foi calculada segundo Paetkau et al.

(1995). Estas análises foram realizadas com o programa Identity 1.0 (WAGNER &

SEFC, 1999).

O índice de fixação (FIS ou f) foi estimado com base na heterozigosidade

observada (Ho) e heterozigosidade esperada (He) considerando o sistema reprodutivo da

espécie (WEIR, 1996). O Theta-θ foi estimado para medir a diferenciação entre

subpopulações e é consequência da correlação entre genes de diferentes indivíduos na

mesma subpopulação (WEIR & COCKERHAM, 1984), a proporção da variabilidade

genética medida pelo θ foi estimada par-a-par entre as subpopulações.As estatísticas-F

(FISeθ)foram calculadas utilizando o programa FSTAT 2.9.3 (GOUDET, 2002).

A fim de verificar se os locos seguem as proporções esperadas pelo equilíbrio de

Hardy-Weinberg foi realizado o Teste Exato de Fisher, empregado o programa GDA -

Genetic Data Analysis (LEWIS & ZAYKIN, 2001).

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5.0 RESULTADOSE DISCUSÃO

5.1 TRANSFERIBILIDADE

Do total de pares de primers testados, 67 (55,83%)foram excluídos, por não

apresentarem produtos de amplificação. Para os 53 (44,16%)restantes foi possível

verificar produtos de amplificação cruzada. Dentre esses 53,42(35%)apresentaram

muitos produtos de amplificação inespecíficos e foram descartados da análise. Assim,

11 (9,2%) apresentaram um bom padrão de amplificação (Figura 7) e, portanto, foram

considerados transferidos com sucesso (Figura 8).

Figura 7.Padrão de amplificação de alguns pares de

primers no genoma de três indivíduos de

Eugenia klotzschiana em gel de acrilamida a

6% (Amplificação cruzada). Marcador de

peso molecular 10pb.

Aporcentagem de marcadores transferidos do genoma de espécies de Eucalyptus

para o genoma de Eugenia klotzschiana (9,2%), está dentro do esperado,por se tratar de

espécies diferentes da mesma família botânica. Segundo Kalia et al. (2011), quanto

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mais relacionadas filogeneticamente as espécies, maior é a chance

conservadas entre elas.

Figura 8.Porcentagem de locos microssatélites ESTs

inespecífica,não amplificados

de Eugenia klotzschiana

O número de marcadores transferidos é similar ao encontrado em outros

trabalhos já desenvolvidos com espécies do Cerrado, que buscaram a tran

de marcadores moleculares para uso em estudos de genética de populações

Tabela 4. Trabalhos de transferibilidade de marcadores microssatélites

Espécie/marcadores desenvolvidos

marcadores transferidos

Espécies de Eucalyptus (Myrtaceae)

dysenterica (Myrtaceae)

Centrosema pubescens (Fabaceae)

Espécies de Centrosema

Jatropha curcas L. (Euphorbiaceae) (Euphorbiaceae)

Glycine (Fabaceae)

Anacardium occidentale L. (Anacardiaceae)

Anacardium

(Anacardiaceae)

Espécies de Eucalyptus (Myrtaceae)

Espécies deCampomanesia

(Myrtaceae)

55,8%

mais relacionadas filogeneticamente as espécies, maior é a chance de

Porcentagem de locos microssatélites ESTs com padrão de amplificação

não amplificadose com bom padrão de amplificaçãoem três indivíduos

Eugenia klotzschiana avaliados em gel de acrilamida.

O número de marcadores transferidos é similar ao encontrado em outros

trabalhos já desenvolvidos com espécies do Cerrado, que buscaram a tran

moleculares para uso em estudos de genética de populações

Trabalhos de transferibilidade de marcadores microssatélites.

Espécie/ marcadores transferidos

Número de marcadores

testados

Porcentagem de marcadores transferidos

Eugenia dysenterica (Myrtaceae)

365 2,8%

Espécies de Centrosema (Fabaceae)

26 73%

Jatropha (Euphorbiaceae)

9 67%

Phaseolus (Fabaceae)

48 41,6%

Anacardium humile

(Anacardiaceae) 14 86%

Espécies de Campomanesia

(Myrtaceae) 120 10%

35%

9,2%

Primers que apresentaram inespecificidade

Primers que não amplificaram

Primers otimizados

42

de haver regiões

ão de amplificação

lificaçãoem três indivíduos

O número de marcadores transferidos é similar ao encontrado em outros

trabalhos já desenvolvidos com espécies do Cerrado, que buscaram a transferibilidade

moleculares para uso em estudos de genética de populações (Tabela 4).

Porcentagem de Referências

Zucchi et al., 2002

Sousa, et al., 2009

Bressan et al., 2012

Nascimento et al., 2013

Soares et al., 2013

Miranda, 2014

Primers que apresentaram inespecificidade

Primers que não amplificaram

Primers otimizados

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43

A partir desses resultados foi possível estabelecer 4 sistemas multiplex de

eletroforese (Tabela 5). Na figura 9 pode-se observar o perfil dos eletroferogramas dos

alelos nas diferentes multiplexes. Não foi verificado nenhum indicador de erro de

genotipagem (presença de alelos nulos ou dropout).

Tabela 5. Sistemas de multiplexes de eletroforese estabelecido para Eugenia klotzschiana.

Os marcadores transferidos são compostos por motivos de repetição que variam

de dois (di) a seis (hex) nucleotídeos. Na tabela 6 estão demonstradas as condições de

amplificação de cada um dos 11 marcadores, assim como suas respectivas amplitudes

dos tamanhos dos alelos. A faixa de variação do tamanho dos alelos foi de 114 a 314

pares de bases (pb). A partir de uma escada alélica foi confirmada a existência de cada

um dos alelos para cada loco transferido.

Multiplex Loco Fluorescência/cor Amplitude de tamanho do alelo (pb)

Temperatura de anelamento

(ºC)

Quantidade Utilizada

(µL)

01

EMBRA 12 NED/amarelo 123 - 127 54 2

EMBRA 1335 HEX/verde 314 50 2

EMBRA 1811 NED/amarelo 203 62 1

02

EMBRA 1362 HEX/verde 152 - 274 56 2

EMBRA 1363 HEX/verde 309 - 317 55 2

EMBRA 1341 FAM/azul 226 - 230 50 3

03

EMBRA 2002 FAM/azul 224 - 236 56 2

EMBRA 1639 HEX/verde 114 - 150 56 2

EMBRA 1753 NED/amarelo 158 - 160 54 3

04 EMBRA 1868 NED/amarelo 280 - 282 62 1

EMBRA 1960 HEX/verde 140 58 3

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44

Figura 9.Perfil em eletroforese capilar dos locos transferidos. Organizados em

sistemasmultiplex de genotipagem. Visualização dos sistemas multiplex 1, 2, 3 e 4.

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45

Tabela 6. Relação dos pares de primers de regiões microssatélites transferidos de Eucalyptus para Eugenia klotzschiana.

LOCOS SEQUÊNCIA DO PRIMER MOTIVO DE REPETIÇÃO*

TA (°C)

AMPLITUDE DO ALELO (pb)

REFERÊNCIA/ ACESSO

EMBRA 12 F: 5'AGGATTTGTGGGGCAAGT3'

(AG)22 54 123-127 BV682011 R: 5'GTTCCCCATTTTCATGTCC3'

EMBRA 1335 F: 5'TTGCTCCCATGATTACTCCC3'

(GTT)5 50 314 GF101881 R: 5'GTCTTCATCCTGGCAAGAGC3'

EMBRA 1341 F: 5'CAAGAGAGGAAGGATGACGC3'

(AGC)6 50 226-230 Não publicado R: 5'CCCAACTGGTTTTGCACTTT3'

EMBRA 1362 F: 5'ACTTGATGGGTTCTCATCGC3'

(TGC)6 56 152-274 GF101955 R: 5'GGAAATCCTTACCACCAGCA3'

EMBRA 1363 F: 5'CCATAGCCCTCTGCTGATTC3'

(GCC)15 55 309-317 Faria et al., 2010 R: 5'AATGGAAAATGGGTTCCTCC3'

EMBRA 1639 F: 5'CCATGGACTCATCCACCTCT3'

(CTC)6 56 114-150 Não publicado R: 5'GTGCCTCCATTTTGACTGGT3'

EMBRA 1753 F: 5'GAGAGCTTGGACATGAAGGG3'

(CT)6 54 158-160 Não publicado R: 5'CTCCTCCTCCTCCTCCACTC3'

EMBRA 1811 F: 5'GTCGAGTTGAGTTCGCTTCC3'

(CTCCTG)26 62 203 Faria et al., 2011 R: 5'AGTGAATCGGGAGAGGAGGT3'

EMBRA 1868 F: 5'TGTGGAGCATGGAGTAGCAG3'

(TC)36 62 280-282 Faria et al., 2010 R: 5'CAAATCTCAGAGACGCCACA3'

EMBRA 1960 F: 5'GTCGAGGCAGGTGGAGTAGA3'

(GAG)7 58 140 Não publicado R: 5'TCTCATCAATGGCTTCCTCC3'

EMBRA 2002 F: 5'CGTGATACCCGTGATGTACG3'

(CCA)26 56 224-236 Faria et al., 2010 R: 5'ATCAAACCCTGAAGCACCAC3'

* Motivo de repetição observado em espécies de Eucalyptus.

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46

5.2 VARIABILIDADE GENÉTICA NOS LOCOS

Dos 11 locos analisados na população foram verificados oito polimórficos e três

monomórficos, com uma média de 1,90 alelos, variando de um a três alelos nos locos

(Tabela 7). Embora o número de locos polimórficos tenha sido alto, o número de alelos

por loco foi baixo, levando em consideração que locos microssatélites são

potencialmente multialélicos (ELLEGREN, 2004), sendo que a alta capacidade de

mutação dos locos microssatélites sugere um efeito significativo na sua variabilidade

(TAUTZ &SCHÖTTERER, 1994; GAOet al., 2013).

O número reduzido de alelos encontrados parece não estar relacionado com o

tamanho das regiões microssatélites, já que motivos de repetição maiores como é

esperado para as regiões transferidas tendem a apresentar taxa de mutação maior

(ELLEGREN, 2004). No trabalho de Telles et al. (2013) foi observado um maior

número de alelos para a espécie Eugenia dysenterica, onde as regiões microssatélites

observadas tinham entre 10 e 16 repetições.

O número de alelos observados em E. klotzschianaé contrastante com o que

normalmente é encontrado em locos microssatélites para outras espécies do Cerrado,

como em Collevatti et al. (2001), que obteve de 20 a 27 alelos por loco para a espécie

Caryocar brasiliense, utilizando 10 locos SSR, onde foi analisado 10 populações com

uma média de 300 indivíduos. Solanum lycocarpum apresentou um total de 16 a 22

alelos nos locos e Solanum crinitum apresentou um total de 11 a 17 alelos nos locos

analisando 235 indivíduos em um total de 4 populações, utilizando 3 locos SSR

(MOURA et al., 2009). Em Lychnophora ericoides foi encontrado de 1 a 13 alelos por

loco analisando 18 locos de 36 indivíduos (RABELO et al., 2011). Em Tibouchina

papyrus, obteve 1 a 6 alelos por loco, onde foi avaliado 12 locos em 96 indivíduos

(TELLES et al., 2011), Dipteryx alata, 1 a 10 alelos por loco em 8 locos, utilizando 94

indivíduos de 3 populações (SOARES et al., 2012).Eugenia dysenterica apresentou de 3

a 11 alelos tendo avaliado 5 locos SSR, para 3 populações com 97 indivíduos (TELLES

et al., 2013).

A heterozigosidade esperada (He) média da população foi igual a 0,28 (Tabela

7), ou seja,a população de E. klotzschiana amostrada apresentou 0,28 de diversidade

genética, valor considerado razoável levando em conta o baixo número de alelos por

loco. A heterozigosidade observada (Ho) média da população foi igual a 0,44 (Tabela

7), sendo maior do que a heterozigosidade esperada, o que sugere um excesso de

heterozigotos em relação ao esperado pelo equilíbrio de Hardy-Weinberg. No entanto,

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47

os valores não foram significativos.Moura et al. (2009), obtiveram valores parecidos

com o presente trabalho, apresentandoHo maior do que o esperado, em duas populações

de Solanum lycocarpum, com uma média de 0,42 de Ho, entretanto, obteve um valor de

diversidade genética maior (0,37) do que o encontrado neste trabalho.

Valores maiores de diversidade genética também foram encontrados em outros

trabalhos com espécies do Cerrado, em Caryocar brasiliense a média da diversidade

genética foi de 0,87, analisando 10 marcadores microssatélites em 101 indivíduos

(COLLEVATTI et al., 2010). Myracrodruon urundeuva FR. ALL. apresentou

diversidade genética variando de 0,83 a 0,96, utilizando 8 locos microssatélites em 2

populações com 978 indivíduos (VIEGAS et al., 2011).

A probabilidade de identidade (I) que é a probabilidade de dois indivíduos

amostrados aleatoriamente em uma população exibir o mesmo genótipo foi alta,

variando de 0,38 a 1,00, com um valor combinado igual a 2,02 x 10-3, ou seja, a

probabilidade de amostrar dois indivíduos aleatoriamente na população com genótipos

iguais é alta(Tabela 7). Segundo Collevatti et al. (1999) a probabilidade de identidade

combinada deve ser praticamente nula, para que um marcador microssatélite seja um

ótimo marcador para discriminar indivíduos.

A probabilidade de exclusão de paternidade (Q) foi baixa, no qual variou de

0,00 a 0,19, com um valorcombinado de 0,74, ou seja, a probabilidade de se excluir uma

falsa paternidade foi de 0,74,o que demonstra um baixo poder de exclusão de

paternidade. (Tabela 7).Quando se leva em consideração a bateria de locos, o poder de

exclusão é moderado. Para uma melhor segurança nas análises a probabilidade de

exclusão de paternidade ideal deve ser ≥ 0,99999 (COLLEVATTI et al., 2001, BRAGA

et al., 2007).Segundo Waits & Leberg (2000), quanto maior o número de locos

analisados menor será o erro de identificação de indivíduos associado à genotipagem.

Braga et al. (2007) obtiveram valores de I=1,03x10-37e Q=0,99 para 21 locos

microssatélites de Tabebuia aurea avaliado em36 indivíduos, corroborando com o

trabalho deMoreira et al. (2009), que encontrou valores de Q=0,91 e I=7,65 x 10-22para

7 locos microssatélites avaliados em 138 indivíduos de Tabebuia ochracea, sendo

possível verificar uma bateria de locos adequada para análises de genética de

populações. Em Telles et al. (2010) a probabilidade de identidade foi de 0,003 e a

probabilidade de exclusão de paternidade foi de 0,86, valores parecidos com o

encontrado neste trabalho.

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48

As frequências dos alelos por loco analisado variaram de 0,03 a 1,00 (Figuras 10

e 11). Tais valores apresentados demonstram que o conjunto de locosnão produz um

bom poder de discriminação individual, o que não permite avaliar com precisão

aspectos relacionados com a dispersão de pólen e o sistema reprodutivo da espécie E.

klotzschiana.

Tabela 7. Caracterização genética dos 11 locos microssatélites na população de Eugenia

klotzschiana. Número de indivíduos analisados (n); número de alelos por loco (NA);

heterozigosidade esperada (He); observada (Ho); probabilidade de identidade (I) e

probabilidade de exclusão de paternidade (Q).

Loco n NA He Ho I Q Embra12 102 3 0,29 0,34 0,53 0,14 Embra1335 102 1 0,00 0,00 1,00 0,00 Embra1811 102 1 0,00 0,00 1,00 0,00 Embra1868 102 2 0,43 0,63 0,42 0,17 Embra1960 102 1 0,01 0,01 0,98 0,00 Embra1341 102 2 0,45 0,69 0,40 0,17 Embra1362 102 2 0,50 1,00 0,38 0,19 Embra1363 102 2 0,07 0,07 0,87 0,03 Embra1753 102 2 0,50 1,00 0,38 0,19 Embra2002 102 2 0,34 0,30 0,49 0,14 Embra1639 102 2 0,48 0,78 0,39 0,18

GLOBAL 102 1,90 0,28 0,44 2,02x10-3 0,74

.

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Figura 10. Histograma das frequências alélicas de seis

klotzschiana. O eixo Y indica as frequências alélicas e o eixo X indica os alelos

0,0

0,5

1,0

123 125127

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA12

0,0

0,5

1,0

280282

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1868

ma das frequências alélicas de seis locosmicrossatélites transferidos, estimadas para 102 indivíduos da espécie

as frequências alélicas e o eixo X indica os alelos em pares de bases (pb).

0,0

0,5

1,0

140

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1960

0,0

0,5

1,0

Fre

qu

ên

cia

Loco EMBRA 1811

0,0

0,5

1,0

314

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA1335

0,0

0,5

1,0

Fre

qu

ên

cia

Loco EMBRA 1341

49

indivíduos da espécie Eugenia

203

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1811

226230

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1341

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Figura 11. Histograma das frequências alélicas de cinco

klotzschiana. O eixo Y indica as frequências alélicas e o eixo X indica os alelos

0,0

0,5

1,0

152274

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1362

0,0

0,5

1,0

224236

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA 2002

ma das frequências alélicas de cinco locosmicrossatélites transferidos, estimadas para 102 indivíduos da espécie

O eixo Y indica as frequências alélicas e o eixo X indica os alelos em pares de bases (pb).

0,0

0,5

1,0

309317

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1363

0,0

0,5

1,0

Fre

qu

ên

cia

Loco EMBRA 1341

0,0

0,5

1,0

114150

Fre

qu

ên

cia

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1639

50

indivíduos da espécie Eugenia

226230

Alelo (pb)

Loco EMBRA 1341

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5.3 VARIABILIDADE GENÉTICA NAS SUBPOPULAÇÕES

O número médio de alelos por subpopulação va

A média da heterozigosidade observada (

os valores de heterozigosidade esperada

uma média variando de 0,18 a

transferidos a proporção de locos polimórficos nas subpopulações

Santo Antônio do Rio Verde e Silvânia, 54,54% em Senador Canedo e 63,63% em

Portelândia e Rio Verde (Figura 12

Figura 12.Proporção de locos

(SAR), Silvânia (SIL), Portelândia (POT), Senador

(RIV).

Entre as subpopulações

foram diferentes dos valores encontrados na população, variando

no qual demonstrou ser maior na subpopulação de Portelândia com 30 indivíduos e na

população de Rio Verde com 7 indivíd

Os valores encontrados

algumas espécies do Cerrado, no entanto, esses valores podem variar muito, como em

Dipteryx alata, a diversidade genética

Anacardium humile A. St. Hil

altos(0,87)valores semelhantes de

36,36% 36,36%

SAR SIL

Proporção de locos polimórficos

VARIABILIDADE GENÉTICA NAS SUBPOPULAÇÕES

O número médio de alelos por subpopulação variou entre 1,36 e 1,64 (Tabela 8

heterozigosidade observada (Ho) variou de 0,36 a 0,53, sendo maior do que

os valores de heterozigosidade esperada (He), que foram de baixos a moderados,

0,18 a 0,27 nas subpopulações (Tabela 8). Dos 11 marcadores

transferidos a proporção de locos polimórficos nas subpopulações foi

Santo Antônio do Rio Verde e Silvânia, 54,54% em Senador Canedo e 63,63% em

rtelândia e Rio Verde (Figura 12).

Proporção de locos polimórficos nas subpopulações. Santo Antônio do Rio Verde

(SAR), Silvânia (SIL), Portelândia (POT), Senador Canedo (SCN) e Rio Verde

Entre as subpopulações, os valores de diversidade genética encontrados não

foram diferentes dos valores encontrados na população, variando de baixa a moderada,

demonstrou ser maior na subpopulação de Portelândia com 30 indivíduos e na

população de Rio Verde com 7 indivíduos.

Os valores encontrados de diversidade genética são menores do que o obtido por

algumas espécies do Cerrado, no entanto, esses valores podem variar muito, como em

a diversidade genética variou de0,10 a 0,86 (SOARES

A. St. Hil obteve valores de diversidade variando de baixo

valores semelhantes de D. alata(SOARES et al., 2013)

36,36%

63,63%54,54%

SIL POT SCN

Proporção de locos polimórficos

51

riou entre 1,36 e 1,64 (Tabela 8).

variou de 0,36 a 0,53, sendo maior do que

baixos a moderados, com

Dos 11 marcadores

foi de 36,36% em

Santo Antônio do Rio Verde e Silvânia, 54,54% em Senador Canedo e 63,63% em

Santo Antônio do Rio Verde

Canedo (SCN) e Rio Verde

os valores de diversidade genética encontrados não

de baixa a moderada,

demonstrou ser maior na subpopulação de Portelândia com 30 indivíduos e na

são menores do que o obtido por

algumas espécies do Cerrado, no entanto, esses valores podem variar muito, como em

SOARES et al., 2012).

obteve valores de diversidade variando de baixo (0,06) a

2013). Em Eugenia

63,63%

RIV

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52

dysenterica os valores de diversidade encontrados variaram demoderado (0,31) a alto

(0,88)(TELLES et al., 2013).

O índice de fixação (f) nas subpopulações apresentou valores variando de -1,00 a

1,00, e foram significativos para p ≤ 0,00091 (Tabela 8).Moura (2007) encontrou

resultados diferentes do presente trabalho, no qual o índice de fixação (f) não foi

significativamente diferente de zero, o que sugere ausência de endogamia nas

populações de Solanum lycocarpum A. St.-Hil. estudadas. Já em Podocarpus sellowii,o

índice de fixação foi negativo e estatisticamente diferente de zero, o que demonstra que

as populações não se encontram em equilíbrio de Hardy-Weinberg(GONÇALVES,

2008).

No Teste Exato de Fisherfoi evidenciado que as subpopulações não apresentam

desvios significativos das proporções esperadas para o equilíbrio de Hardy-Weinberg

(Tabela 9). A subpopulação de Portelândia apresentou o menor valor, com 0,45 e o

maior valor foi observado em Santo Antônio do Rio Verde, com 0,67. As proporções

encontradas para o desvio do equilíbrio de Hardy-Weinberg (Teste de Fisher) foram

parecidas com o encontrado em Tabebuia ochracea, em que a heterozigosidade

observada foi menor do que o esperado pelo equilíbrio de Hardy-Weinberg (MOREIRA

et al., 2009).

O θ apresentou valor igual a0,20, ou seja, a medida de divergência genéticaentre

as subpopulações apresentou diferenciação genética relativamente alta e

significativamente diferente de zero. Os valores de θ podem variar de 0 a 1, sendo que

valores de 0,15 a 0,25 evidenciam diferenciação moderada (WRIGHT, 1951).

A análise de divergência genética (θ) par-a-par mostrou que o menor valor

encontrado foi entre as subpopulações deSanto Antônio do Rio Verde e Silvânia (θ =

0,00), ou seja, não verificou valores significativos de divergência genética,sendo as

mais similares. As subpopulações de Silvânia e Rio Verde apresentaram o maior valor

de divergência genética (θ = 0,34), em que verificou divergência genética significativa

(Tabela 10). Estes resultados não tem relação direta com a distância entre estas

subpopulações, já que Silvânia possui uma distância geográfica considerável, tanto de

Santo Antônio do Rio Verde quanto de Rio Verde (Anexo I).

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53

Tabela 8. Caracterização da variabilidade genética em cinco subpopulações deEugenia klotzschiana, sendo elas,Santo Antônio do Rio Verde (SAR), Silvânia

(SIL), Portelândia (POT), Senador Canedo (SCN) e Rio Verde (RIV). Em que, n:número de indivíduos;NA: número de alelos; He: heterozigosidade

esperada; Ho: heterozigosidade observada; f: índice de fixação.

LOCO Pop SAR Pop SIL Pop POT Pop SCN Pop RIV n NA He Ho F n NA He Ho f n NA He Ho f n NA He Ho f n NA He Ho f

EMBRA12 6 1 0,00 0,00 - 8 1 0,00 0,00 - 30 2 0,50 0,93 -0,87* 45 1 0,00 0,00 - 7 2 0,50 0,86 -0,71*

EMBRA1335 6 1 0,00 0,00 - 8 1 0,00 0,00 - 30 1 0,00 0,00 - 45 1 0,00 0,00 - 7 1 0,00 0,00 -

EMBRA1811 6 1 0,00 0,00 - 8 1 0,00 0,00 - 30 1 0,00 0,00 - 45 1 0,00 0,00 - 7 1 0,00 0,00 -

EMBRA1868 6 2 0,50 1,00 -1,00* 8 2 0,50 1,00 -1,00* 30 1 0,00 0,00 - 45 2 0,50 1,00 -1,00* 7 2 0,14 0,14 0,00*

EMBRA1960 6 1 0,00 0,00 - 8 1 0,00 0,00 - 30 1 0,00 0,00 - 45 1 0,00 0,00 - 7 1 0,00 0,00 -

EMBRA1341 6 1 0,00 0,00 - 8 1 0,00 0,00 - 30 2 0,50 1,00 -1,00* 45 2 0,47 0,73 -0,56* 7 2 0,50 0,86 -0,71*

EMBRA1362 6 2 0,50 1,00 -1,00* 8 2 0,50 1,00 -1,00* 30 2 0,50 1,00 -1,00* 45 2 0,50 1,00 -1,00* 7 2 0,50 1,00 -1,00*

EMBRA1363 6 1 0,00 0,00 - 8 1 0,00 0,00 - 30 2 0,03 0,03 0,00* 45 2 0,13 0,14 -0,06* 7 1 0,00 0,00 -

EMBRA1753 6 2 0,50 1,00 -1,00* 8 2 0,50 1,00 -1,00* 30 2 0,50 1,00 -1,00* 45 2 0,50 1,00 -1,00* 7 2 0,50 1,00 -1,00*

EMBRA2002 6 1 0,00 0,00 - 8 1 0,00 0,00 - 30 2 0,50 1,00 -1,00* 45 1 0,00 0,00 - 7 2 0,29 0,00 1,00NS

EMBRA1639 6 2 0,50 1,00 -1,00* 8 2 0,50 1,00 -1,00* 30 2 0,49 0,83 -0,71* 45 2 0,44 0,64 -0,47* 7 2 0,50 1,00 -1,00*

GLOBAL: 6 1,36 0,18 0,36 -1,00* 8 1,36 0,18 0,36 -1,00* 30 1,64 0,27 0,53 -0,92* 45 1,6 0,23 0,41 -0,78* 7 1,64 0,27 0,44 -0,66* *Valores significativos, p ≤ 0,00091; NS: não significativo.

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Tabela 9.Teste de aderência às proporções esperadas para o equilíbrio de Hardy- Weinberg

(Teste Exato de Fisher).

População Teste exato de Fisher

Santo Antônio do Rio Verde 0,67NS

Silvânia

0,65NS

Portelândia

0,45NS

Senador Canedo

0,55NS

Rio Verde 0,50NS

*Significativo ≤0,05;NS: não significativo.

Utilizando marcadores microssatélites, Moura (2007), encontrou valores de

divergência genética entre populações (RST e θp) diferindo estatisticamente de zero, com

0,08 e 0,09 para Solanum lycocarpum A. St.-Hil. Já as subpopulações de Tibouchina

papyrus foram consideradas altamente estruturadas, tendo uma diferenciação genética

muito alta entre as subpopulações, com θ = 0,71 (LIMA, 2011). Em Martins (2011), o

resultado da AMOVA para dois níveis hierárquicos de Vellozia gigantearevelou

(ΦPT=0,10).

Tabela 10. Divergência genética (θ) entre subpopulações de Eugenia klotzschiana.

População /População Santo Antônio do Rio Verde

Silvânia Portelândia Senador Canedo

Rio Verde

Santo Antônio do Rio Verde 0,00

Silvânia 0,00 0,00

Portelândia 0,25 0,26 0,00

Senador Canedo 0,06 0,06 0,21 0,00

Rio Verde 0,33 0,34 0,10 0,30 0,00

Resultados semelhantes ao presente trabalho foram encontrados em outras

espécies com sistema reprodutivo apomítico: Ranunculus carpaticolaeR. auricomus foi

observado variabilidade em linhagens clonais com alta variação alélica de origem

mutacional (PAUN et al., 2006), em Hymenaea stigonocarpaa diversidade clonal foi

moderada (MORENO, 2009).Populações de apomíticos Potentilla argentea

demonstraram resultados parecidos com Ranunculus, com alta variabilidade dentro do

fenótipo AFLP indicando origem mutacional (PAULE et al., 2011). Em Taraxacum

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officinale foi obtido baixo número de genótipos e um número de alelos moderado

(MAJESKÝet al., 2012).

Os resultados evidenciados no presente trabalho podem ser melhores explicados

pelo sistema reprodutivo da espécie, por se tratar de uma espécie que se suspeita de

sistema reprodutivo por apomixia, tendo verificado estudos abordando diversidade

genética em plantas clonais em que essas populações possuem variabilidade genética, e

que a diversidade genética não diminui e pode até aumentar com o aumento da

assexualidade se os clones forem heterozigotos (BALLOUX & LEHMANN, 2003).Por

tanto, estudos mais detalhados em relação ao sistema de cruzamento daespécieEugenia

klotzschianase fazem necessários.

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6.0 CONCLUSÕES

• Houve sucesso na transferibilidade de 11 marcadores microssatélitesde

Eucalyptuspara o genoma de Eugenia klotzschiana;

• Foi possível disponibilizar quatro sistemas multiplex de eletroforese para os 11

marcadores microssatélites transferidos;

• A variabilidade genética é baixa dentro das subpopulações de Eugenia

klotzschiana;

• Não foram verificados desvios significativos para as proporções esperadas para

o equilíbrio de Hardy-Weinberg, no conjunto de marcadores avaliados em E.

klotzschiana;

• A diferenciação genética entre subpopulações de E. klotzschiana é relativamente

alta;

• O presente estudo é um ponto de partida importante para conhecer melhor a

organização da variabilidade genética da espécie. Todavia, ainda há necessidade

de continuar a buscar por novos marcadores polimórficos a fim de possibilitar

ferramentas moleculares mais robustas para elucidar melhor aspectos da biologia

reprodutiva da espécieE. klotzschiana.

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VIEGAS, M. P.; SILVA,C. L. S. P.; MOREIRA, J. P.; CARDIN,L. T.; AZEVEDO, V. C. R.; CIAMPI, A. Y.; FREITAS, M. L. M.; MORAES,M. L. T. E SEBBENN, A. M.Diversidade genética e tamanho efetivo de duas populações de myracrodruon urundeuva FR. ALL., sob conservação ex situ. Revista Árvore, v. 35, p. 769-779, 2011. VIEIRA, R. F.; AGOSTINI-COSTA, T. S.; SILVA, D. B.; FERREIA, F. R.; SANO, S. M. et al. Frutas nativas da região Centro-Oeste do Brasil. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2006. 01-322 p. VILLARROEL, D.& PROENÇA, C. E. B.A new species and new records of Myrtaceae from the Noel Kempff Mercado National Park region of Bolivia.Kew Bulletin , v.68, p. 261-267, 2013. WAGNER, H. W.; SEFC, K. M. Identity 1.0. Vienna: Centre for Applied Genetics. University of Agricultural Sciences, 1999. WAITS, J.; LEBERG, P. Biases associated with population estimation using molecular tagging. Animal Conservation, v.3, p. 191–199, 2000. WANG, M. L.; BARKLEY, N. A.; JENKINS, T. M. Microsatellitemarkers in plants and insects.Part I. Applications ofbiotechnology.Genes Genomes Genomics, v.3, p. 54-67, 2009. WEBER, J. L. Informativeness of human (dC-dA)n. (dG-dT)n polymorphisms. Genomics, v. 7, p. 524-530, 1990. WEIR, B. S.; COCKERHAM, C. C. Estimating F-statistics for the analysis of population structure.Evolution, v. 38, p. 1358–1370, 1984. WEIR, B. S. Genetic data analysis II: methods for discrete population genetic data. Sunderland, Massachussets: Sinauer Associates Inc, p. 192, 1996. WILDER, J.; HOLLOCHER, H. Mobile elements and the genesis of microsatellites in dipterans. Molecular Biology Evolution, v. 18, p. 384–392, 2001. WILLIAMS, J.G. K.; KUBLELIK, A. R.; LIVAK, K. J.; RAFALSKI, J. A.; TINGEY, S.V. DNA polymorphism’s amplified by arbitrary primers are useful as genetic markers. Nucleic Acids Research, v. 18, p.6531-6535, 1990. WILSON, P. G.; O’ BRIEN, M. M.; HESLEWOOD, M. M. & QUINN, C. J. Relationship within Myrtaceae sensu lato based on a matk phylogeny.Plant Systematics and Evolution, v.251, p. 3-19, 2005. WRIGHT, S.The genetical structure of populations.Annual Eugenics, v.15, p. 323-354, 1951. YI, G.; LEE, J. M.; LEE, S.; CHOI, D.; KIM, B. D. Exploitation of pepper EST-SSRs and an SSR-based linkage map. Theoretical and Applied Genetics, v.114, p. 113–130, 2006.

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ANEXOS

ANEXO I

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Mapa da ocorrência registrada para a espécieEugenia klotzschiana (Fonte: Google

Earth)

ANEXO II

Protocolo de extração de DNA a partir de tecido foliar

BRASIL

Goiás

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Material biológico: Folhas Data da extração:

Espécie(s):Eugenia klotzschiana População: SAR; POF; SIL; ANA; POT; SCN; RIV - GO e CAN - MG.

1º passo - Preparar o banho Maria a 65ºC, e o tampão CTAB 2%. Adicionar o BME (2-

mercapto-etanol) na hora da extração. (2µL por 1mL de tampão).

2º passo - Utilizar tecido fresco (folhas), quantidade de tecido para macerar

aproximadamente 150mg. Usar tudo de 2ml.

3º passo - Adicionar rapidamente na amostra 700µl de Tampão CTAB 2%com BME e

colocar no macerador se for beads pequena tempo de maceração 2 minutos, se for beads

grande tempo de maceração 20 a 25 segundos. Ressuspenda o tecido no tampão

utilizando vórtex para homogeneizar.

4º passo - Incubar as amostras no Banho Maria a 65ºC por no mínimo 30 minutos,

máximo 1 hora. (Durante a incubação agite os tubos a cada 10 minutos para

homogeneizar). Após o término de 30 minutos, retirar os tubos do banho-maria, deixar

chegar à temperatura ambiente.

5º passo - Adicionar 600µl CIA (24:1) em cada amostra (cada tubo). Agite os tubos no

vórtex e depois inverta durante 5 minutos.

6º passo - Centrifugar as amostras a 14.000rpm por 5 minutos.

7º passo - Retirar o sobrenadante (fase superior)da amostra, transferir para o novo tubo

2ml.

8º passo - Adicionar 50µl CTAB 10%, agite no vórtex e inverta durante 5 minutos.

9º passo - Adicionar 600µl CIA (24:1) em cada amostra, agite os tubos no vórtex e

depois inverta durante 5 minutos.

10º passo - Centrifugar as amostras a 12.000rpm por 5 minutos.

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11º passo - Retirar o sobrenadante (fase superior) e transferir para o novo tubo de

1,5ml.

12º passo - Adicionar 500µl de Isopropanol gelado (-20°C) em cada amostra e misture

levemente, leve os tubos ao freezer– 20°C por 1 a 2 horas (isso vai depender do tipo de

tecido a ser extraído).

13º passo - Centrifuga a 7.500rpm por 5 minutos.

14º passo - Descartar o sobrenadante (com muito cuidado para não perder o pellet).

15º passo - Lavar o pellet 2 vezes com 1000µl Etanol 70%. Deixar o pellet imerso por

10 minutos.

16º passo - Descartar o sobrenadante (com muito cuidado para não perder o pellet);

17º passo - Lavar o pellet1 veze com 1000µl Etanol 90%. Deixar o pellet imerso por 3

minutos.

18º passo - Descartar o sobrenadante (com muito cuidado para não perder o pellet).

19º passo - Secar o pellet utilizando o Concentrador Plus.

20ºpasso - Ressuspenda o pellet em 50µl de TE com RNAse. Observações: Pode deixar

no banho-maria por 37 ºC por 4 horas, ou deixar over-night na geladeira.

ANEXO III Protocolo de coloração com nitrato de prata (CRESTE et al., 2001)

Etapas Procedimentos Soluções Tempo

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1ª Fixação Etanol 10%; ácido acético 1% 10'

Lavagem Água destilada deionizada 1'

2ª Pré-tratamento Ácido Nítrico 1,5% 3'

Lavagem Água destilada deionizada 1'

3ª Coloração 0,2% AgNO3 20'

Lavagem Água destilada deionizada 30''

Lavagem Água destilada deionizada 30''

4ª Revelação 500ml de formaldeído 15-20' 5ª Bloqueio Ácido acético 5' Lavagem Água destilada deionizada 1'

1ª etapa – O gel é submerso em uma solução de fixação por 10 minutos, em seguida é

lavado com água destilada por 1 minuto.

2ª etapa – O gel é submerso em uma solução de pré-tratamento por 3 minutos, e

novamente é lavado com água destilada por 1 minuto.

3ª etapa – O gel passa por um processo de coloração com Nitrato de Prata por 20

minutos, e logo a seguir passa por duas lavagens de 30 segundos cada.

4ª etapa – O próximo passo é revelar o gel, processo que demora de 15 a 20 minutos. A

solução de revelação deve ser acrescentada na hora de utilizar (resfriada a 12ºC) e

manter sob lenta agitação.

5ª etapa – E por fim o gel passa por uma solução de bloqueio e lavagem. Depois dessa

etapa o gel é colocado na vertical para secar e posteriormente ser analisado.

OBS: Cada etapa deve ser em um recipiente (bacia) diferente para que não ocorra

contaminação, o que pode interferir na revelação do gel. As bacias devem ser lavadas

cuidadosamente somente com água, a não ser pela bacia de revelação que ao final deve

ser lavada com água sanitária e em seguida com água até estar totalmente limpa (lavar

pelo menos 7 vezes com água).

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APÊNDICE I Relação das temperaturas de anelamento testadas nos 120 pares de primers otimizados para a espécie Eugenia klotzschiana

Primers Temperaturas de Anelamento Testadas

Resultado 48°C 50°C 51°C 52ºC 54°C 55°C 56°C 57ºC 58°C 60°C 62°C

EMBRA 12 / TN / TN OK / / / / / / OTIMIZADO

EMBRA 13 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 14 / x / x TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 15 / x x TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 16 / x / x TN / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 809 / x TN TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 813 / x / x x / x / / / / N.A. na agarose

EMBRA 835 / x / x x / x / / / / N.A. na agarose

EMBRA 850 / x / x x / x / / / / N.A. na agarose

EMBRA 870 / x x x x / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 878 / x / x x / x / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 904 / TN / TN x / x / x / / N.A. na acrilamida

EMBRA 914 / x / x x / x / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 915 / TN / x x / x / x / / N.A. na acrilamida

EMBRA 925 / x / x x / x / TN / / N.A. na acrilamida

EMBRA 928 / x TN x x / x / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 941 / x / TN TN / TN / / / / N.A. na agarose

EMBRA 943 / TN TN TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 954 / x / TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 975 / TN / TN TN / TN / TN / / N.A. na acrilamida

EMBRA 979 / / / TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 949 / TN / x TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1007 / x / x x / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1008 x x / x TN / / / / / / N.A. na acrilamida

TN:temperatura testada (primer com bandas inespecíficas); x:Temperatura testada que não apresentou amplificação do primer (sem bandas no gel); /: temperatura não utilizada nos testes; OK:Temperatura ideal de amplificação do primer (primer otimizado); N.A: não amplificou

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Primers Temperaturas de Anelamento Testadas

Resultado 48°C 50°C 51°C 52ºC 54°C 55°C 56°C 57ºC 58°C 60°C 62°C

EMBRA1039 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1040 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1041 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1056 / TN TN x TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1057 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1071 / x / / x / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1076 / x / / x / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1081 / x / / x / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1122 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1135 / TN / x TN / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA1139 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1142 / x / / x / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1144 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1193 / TN TN TN x / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1211 / x / / x / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1213 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1284 / x / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1307 / TN / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1310 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1314 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1316 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1319 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1320 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1326 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1332 / x / x TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1333 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

TN:temperatura testada (primer com bandas inespecíficas); x:Temperatura testada que não apresentou amplificação do primer (sem bandas no gel); /: temperatura não utilizada nos testes; OK:Temperatura ideal de amplificação do primer (primer otimizado); N.A: não amplificou

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TN:temperatura testada (primer com bandas inespecíficas); x:Temperatura testada que não apresentou amplificação do primer (sem bandas no gel); /: temperatura não utilizada nos testes; OK:Temperatura ideal de amplificação do primer (primer otimizado); N.A: não amplificou

Primers Temperaturas de Anelamento Testadas

Resultado 48°C 50°C 51°C 52ºC 54°C 55°C 56°C 57ºC 58°C 60°C 62°C

EMBRA 1335 / OK / TN / / / / / / / OTIMIZADO

EMBRA 1341 / OK / TN / / / / / / / OTIMIZADO

EMBRA 1346 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1362 / TN / TN TN / OK TN / / / OTIMIZADO

EMBRA 1363 / / / TN TN OK / / / / / OTIMIZADO

EMBRA 1364 / TN / TN / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1374 / TN / TN TN / x / TN / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1382 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1390 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1398 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1427 / TN / TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1428 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1441 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1445 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1450 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1451 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1456 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1463 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1468 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1469 / TN TN TN / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1470 / TN / TN / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1488 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA1492 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1494 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1499 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

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N:temperatura testada (primer com bandas inespecíficas); x:Temperatura testada que não apresentou amplificação do primer (sem bandas no gel); /: temperatura não utilizada nos testes; OK:Temperatura ideal de amplificação do primer (primer otimizado); N.A: não amplificou

Primers Temperaturas de Anelamento Testadas

Resultado 48°C 50°C 51°C 52ºC 54°C 55°C 56°C 57ºC 58°C 60°C 62°C

EMBRA 1507 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1532 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1551 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1578 / TN / / TN / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1582 / TN / TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1584 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1616 / x / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1625 / TN / TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1627 / TN / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1639 / TN / TN TN TN OK TN / / / OTIMIZADO

EMBRA 1643 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1656 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1661 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1722 / TN TN TN / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1752 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1753 / TN TN TN OK / / / / / / OTIMIZADO

EMBRA 1757 / x / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1761 / x / TN TN / TN / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1798 / TN / TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1800 / TN / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1805 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1810 / TN / TN / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1811 / / / TN TN / TN TN / TN OK OTIMIZADO

EMBRA 1812 / x / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1825 / TN / x / / / / / / / N.A. na agarose

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Primers Temperaturas de Anelamento Testadas

Resultado 48°C 50°C 51°C 52ºC 54°C 55°C 56°C 57ºC 58°C 60°C 62°C

EMBRA 1829 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1845 / TN / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1851 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1868 / / / TN TN / TN / / TN OK OTIMIZADO

EMBRA 1875 / x / / / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1924 / x / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1928 / x / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1934 / TN / x / / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1939 / TN / / TN / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 1944 / TN / TN x / TN / TN / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1945 / TN / TN TN / TN TN / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1960 / TN TN TN TN / TN / OK / / OTIMIZADO

EMBRA 1969 / TN / / TN / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA1977 / x / x / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1990 / TN / x x / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 1993 / TN / / / / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 2000 / TN / / TN / / / / / / N.A. na agarose

EMBRA 2002 / TN / TN TN TN OK / / / / OTIMIZADO

EMBRA2011 / TN / TN TN / / / / / / N.A. na acrilamida

EMBRA 2014 / TN / TN / / / / / / / N.A. na acrilamida

TN:temperatura testada (primer com bandas inespecíficas); x:Temperatura testada que não apresentou amplificação do primer (sem bandas no gel); /: temperatura não utilizada nos testes; OK:Temperatura ideal de amplificação do primer (primer otimizado); N.A: não amplificou