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MARISOL ANGELOTTI AKSENEN
A CRIANltA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO - UM ESTUDO DE
CASO
Monografia apresentada para Obtenc30 do titulode Especialistano Curso de P6s-Gradua~o emPsicopedagogia da Universidade Tuiuti do ParanaOrientadora Ursula Marianne Simons
V CURITIBA(
2004
SUMARIO
RESUMO bull iii
1 INTRODU~AO bullbull 01
2 REFERENCIAL TEORICO bullbullbullbullbullbullbullbullbull 03
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO 03
211 Definiyao 03
212 Diagn6stico Diferencial
213 Influencias Familiares
22 A RELAcAO INDISCIPLINA X LlMITES - UM OBSTAcULO PARA
05
06
A APRENDIZAGEM 00
221 0 Papel da Familia 12
222 0 Papel da Escola 21
30 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR
OPOSITIVO bullbullbullbullbullbullbullbullbull 28
31 HIST6RICO DO CASO 28
32 EVOLU~Ao DO CASO
33 ANALISE DO CASO
30
33
4 ORIENTA~OES AOS PAIS bull 36
5 CONCLUSAO bull 48
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS bullbullbullbull 49
RESUMO
o transtorno desafiador opositivo tern tido grande prevalemcia entre criancas emidade pre-escolar e caracteriza-se pelo comportamento opositivo freqOente eintenso Este trabalho objetiva levantar quais as aspectos influenciam nocomportamento de uma crianya com transtorno desafiador opositivo A metodologiautilizada loi a pesquisa bibliogrfica exploratoria sabre a terna e estudo de caso deurna crian9a de 5 (cinco) anos com a diagnostico do relendo transtorno A lalta delimites esta intimamente relacionada a indisciplina das crianyas no contexte escolarPais e professores tern tido pouco preparo para lidar com 0 problema da indisciplinaou desobediemcia das crianyas A influEmcia dos familiares mais especificamentedos pais e notona no caso do transtorno desafiador opositivo Os principaisaspectos levantados na Iiteratura sao psicopatologia dos pais atitudes ineficazesdos pais e ruptura conjugal Oesta forma 0 tratamento deve envolver 0 treinamentoe onentavao dos pais no rnanejo de atitudes rnais adequadas e a trabalho com acrianca no sentido desta reap render a respeitar limites
iii
1 INTRODU~Ao
Crianyas em idade pre-escolar geralmente apresentam comportamentos
opositivQs mas existe urn limiar que define quando estas condutas deixam de ser
consideradas normais para a idade e passam a ser patol6gicas 0 transtorna
desafiador opositivo se caracteriza por condutas opositivas intensas e recorrentes
que nao cessam com 0 crescimento da crianrta
Varios aspectos podem influenciar no desenvolvimento do transtoma
desafiador opositivo As interaroes familiares estao intrinsecamente relacionadas ao
aparecimento do transtorno Questoes como a falta de limites e comportamentos
ineficazes dos pais entre Qutros influenciam na conduta da crian~ gerando
indisciplina e ate problemas de aprendizagem que se manifestam no contexte
escolar 0 tema indisciplina tern permeado a vida escolar E a principal queixa de
professores pais e todos aqueles que trabalham com crian9as
Objetiva-se levantar quais as principais aspectos que influenciam no
desenvolvirnento do transtorno desafiador opositivo e apresentar urn estudo de caso
referente a uma crianya de 5 (cinco) anos idade que apresenta 0 quadro Os
sintomas do transtorno desafiador opositivo constituem urn padrao de conduta
Pretende-se a) definir 0 transtomo desafiador opositivo b) pesquisar a relayao da
falta de limites com a indisciplina no contexte escolar c) levantar informayoes sobre
o relacionamento da crianca analisada com seus farniliares e com seus colegas de
escola d) orientar as pais no modo de agir com a crianya que apresente este tipo de
transtorno
A problematica gira em torno de descobrir quais atitudes dos pais podem
reforyar a desenvolvimento do transtomo desafiador opositivo 0 que levou a
2
pesquisa bibliografica exploratoria sobre os temas concernentes a pesquisa e ao
manejo terapeutico em relaC8oao transtorno desafiador opositivo em geral e em
especial ao caso apresentado
Tern side cada vez mais frequentes as queixas envolvendo comportamentos
opositivos das criancasOs pais nao sabem como lidar com 0 problema tao pouco
as professores estao preparados para enfrenta-Io Visa-se contribuir para 0
esclarecimento sabre 0 transtorno desafiador opositivo e orientar pais e professores
que se defrontarem com crianyas que apresentem tal diagnostico
3
2 REFERENCIAL TE6RICO
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
211 Defini980
A defini9ao do reterido transtorno e a seguinte 0 transtorno desafiador
opositivo e urn padrao recorrente de comportamento negativista desafiador
desobediente e hostil para com figuras de autoridade (HANISH et ai 1999 p63)
A frequemcia e intensidade de comportamentos opositivos na crianltapode
justificar 0 diagn6slico de translorno desafiador opositivo Este Iranslorno tem sido
comum no inicio da infancia com condutas opositivas mais evidentes per volta dcs
seis anos de idade A identificayao e a tratamento precoces do transtomo desafiador
opositivo e recomendavel pois a inlensifica980 das condutas hostis podem evoluir
para comportamentos anti-sociais mais graves e desenvolvimento do transtorno de
conduta (HANISH et ai 1999)
HOLMES (199) descreve 0 Iranslorno desafiante oposicional como sendo
semelhante aos transtornos de conduta porem menes serios Os individuos com 0
transtorno desafiante oposicional sao caracteristicamente negativistas desafiadores
argumentativos e hostis Eles diferem das pessoas com outros transtornos de
conduta no sentido em que ao inves de atuar contra os outros eles sao ativamente
resistentes aos outros As criancas com transtorno desafiador oposicional tendem a
se descontrolar discutir com adultos recusar-se a fazer 0 que Ihes e dito e
intencionalmente fazer coisas para incomodar os outros
4
ALMEIDA et 81 (1996) destaca entre os disturbios psiquiatricos descritos no
DSM-IV eixo 1 que costumam ser diagnosticados pel a primeira vez na infancia ou
adolescencia 0 disturbio com provoca9lio e oposi9lio que deve ser diferenciado do
disturbio de conduta e de disturbios reativos a situa90es de estresse e de
comportamentos anti-sociais decorrentes de quadros pSicoticos como a mania
Segundo HANISH et 81 (1999) uma crianya para atender aos criterios
diagnosticos do transtorno desafiador opositivD deve apresentar no minima quatro
dos seguintes itens nurn periodo de aproximadamente seis meses
Crises de raiva
Discussao com as pais e outros adultos
Desobedimcia a regras e solicita90es dos adultos
Fazer coisas que aborrecem outras pessoas propositadamente
Acusar outras pessoas
Incomodar-se facilmente com as outros
Ficar com raiva e ressentimento
Ser vingativa ou maldosa
Quando pelo menos quatro das condutas acima estiverem freqOentemente
presentes em crian~asquando estes comportamentos nao sao tipicos da sua idade
e desenvolvimento e com prejuizo do funcianamento social escalar au acupacional
e diagnosticado 0 transtorno desafiador opositivo
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
SUMARIO
RESUMO bull iii
1 INTRODU~AO bullbull 01
2 REFERENCIAL TEORICO bullbullbullbullbullbullbullbullbull 03
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO 03
211 Definiyao 03
212 Diagn6stico Diferencial
213 Influencias Familiares
22 A RELAcAO INDISCIPLINA X LlMITES - UM OBSTAcULO PARA
05
06
A APRENDIZAGEM 00
221 0 Papel da Familia 12
222 0 Papel da Escola 21
30 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR
OPOSITIVO bullbullbullbullbullbullbullbullbull 28
31 HIST6RICO DO CASO 28
32 EVOLU~Ao DO CASO
33 ANALISE DO CASO
30
33
4 ORIENTA~OES AOS PAIS bull 36
5 CONCLUSAO bull 48
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS bullbullbullbull 49
RESUMO
o transtorno desafiador opositivo tern tido grande prevalemcia entre criancas emidade pre-escolar e caracteriza-se pelo comportamento opositivo freqOente eintenso Este trabalho objetiva levantar quais as aspectos influenciam nocomportamento de uma crianya com transtorno desafiador opositivo A metodologiautilizada loi a pesquisa bibliogrfica exploratoria sabre a terna e estudo de caso deurna crian9a de 5 (cinco) anos com a diagnostico do relendo transtorno A lalta delimites esta intimamente relacionada a indisciplina das crianyas no contexte escolarPais e professores tern tido pouco preparo para lidar com 0 problema da indisciplinaou desobediemcia das crianyas A influEmcia dos familiares mais especificamentedos pais e notona no caso do transtorno desafiador opositivo Os principaisaspectos levantados na Iiteratura sao psicopatologia dos pais atitudes ineficazesdos pais e ruptura conjugal Oesta forma 0 tratamento deve envolver 0 treinamentoe onentavao dos pais no rnanejo de atitudes rnais adequadas e a trabalho com acrianca no sentido desta reap render a respeitar limites
iii
1 INTRODU~Ao
Crianyas em idade pre-escolar geralmente apresentam comportamentos
opositivQs mas existe urn limiar que define quando estas condutas deixam de ser
consideradas normais para a idade e passam a ser patol6gicas 0 transtorna
desafiador opositivo se caracteriza por condutas opositivas intensas e recorrentes
que nao cessam com 0 crescimento da crianrta
Varios aspectos podem influenciar no desenvolvimento do transtoma
desafiador opositivo As interaroes familiares estao intrinsecamente relacionadas ao
aparecimento do transtorno Questoes como a falta de limites e comportamentos
ineficazes dos pais entre Qutros influenciam na conduta da crian~ gerando
indisciplina e ate problemas de aprendizagem que se manifestam no contexte
escolar 0 tema indisciplina tern permeado a vida escolar E a principal queixa de
professores pais e todos aqueles que trabalham com crian9as
Objetiva-se levantar quais as principais aspectos que influenciam no
desenvolvirnento do transtorno desafiador opositivo e apresentar urn estudo de caso
referente a uma crianya de 5 (cinco) anos idade que apresenta 0 quadro Os
sintomas do transtorno desafiador opositivo constituem urn padrao de conduta
Pretende-se a) definir 0 transtomo desafiador opositivo b) pesquisar a relayao da
falta de limites com a indisciplina no contexte escolar c) levantar informayoes sobre
o relacionamento da crianca analisada com seus farniliares e com seus colegas de
escola d) orientar as pais no modo de agir com a crianya que apresente este tipo de
transtorno
A problematica gira em torno de descobrir quais atitudes dos pais podem
reforyar a desenvolvimento do transtomo desafiador opositivo 0 que levou a
2
pesquisa bibliografica exploratoria sobre os temas concernentes a pesquisa e ao
manejo terapeutico em relaC8oao transtorno desafiador opositivo em geral e em
especial ao caso apresentado
Tern side cada vez mais frequentes as queixas envolvendo comportamentos
opositivos das criancasOs pais nao sabem como lidar com 0 problema tao pouco
as professores estao preparados para enfrenta-Io Visa-se contribuir para 0
esclarecimento sabre 0 transtorno desafiador opositivo e orientar pais e professores
que se defrontarem com crianyas que apresentem tal diagnostico
3
2 REFERENCIAL TE6RICO
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
211 Defini980
A defini9ao do reterido transtorno e a seguinte 0 transtorno desafiador
opositivo e urn padrao recorrente de comportamento negativista desafiador
desobediente e hostil para com figuras de autoridade (HANISH et ai 1999 p63)
A frequemcia e intensidade de comportamentos opositivos na crianltapode
justificar 0 diagn6slico de translorno desafiador opositivo Este Iranslorno tem sido
comum no inicio da infancia com condutas opositivas mais evidentes per volta dcs
seis anos de idade A identificayao e a tratamento precoces do transtomo desafiador
opositivo e recomendavel pois a inlensifica980 das condutas hostis podem evoluir
para comportamentos anti-sociais mais graves e desenvolvimento do transtorno de
conduta (HANISH et ai 1999)
HOLMES (199) descreve 0 Iranslorno desafiante oposicional como sendo
semelhante aos transtornos de conduta porem menes serios Os individuos com 0
transtorno desafiante oposicional sao caracteristicamente negativistas desafiadores
argumentativos e hostis Eles diferem das pessoas com outros transtornos de
conduta no sentido em que ao inves de atuar contra os outros eles sao ativamente
resistentes aos outros As criancas com transtorno desafiador oposicional tendem a
se descontrolar discutir com adultos recusar-se a fazer 0 que Ihes e dito e
intencionalmente fazer coisas para incomodar os outros
4
ALMEIDA et 81 (1996) destaca entre os disturbios psiquiatricos descritos no
DSM-IV eixo 1 que costumam ser diagnosticados pel a primeira vez na infancia ou
adolescencia 0 disturbio com provoca9lio e oposi9lio que deve ser diferenciado do
disturbio de conduta e de disturbios reativos a situa90es de estresse e de
comportamentos anti-sociais decorrentes de quadros pSicoticos como a mania
Segundo HANISH et 81 (1999) uma crianya para atender aos criterios
diagnosticos do transtorno desafiador opositivD deve apresentar no minima quatro
dos seguintes itens nurn periodo de aproximadamente seis meses
Crises de raiva
Discussao com as pais e outros adultos
Desobedimcia a regras e solicita90es dos adultos
Fazer coisas que aborrecem outras pessoas propositadamente
Acusar outras pessoas
Incomodar-se facilmente com as outros
Ficar com raiva e ressentimento
Ser vingativa ou maldosa
Quando pelo menos quatro das condutas acima estiverem freqOentemente
presentes em crian~asquando estes comportamentos nao sao tipicos da sua idade
e desenvolvimento e com prejuizo do funcianamento social escalar au acupacional
e diagnosticado 0 transtorno desafiador opositivo
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
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da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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RESUMO
o transtorno desafiador opositivo tern tido grande prevalemcia entre criancas emidade pre-escolar e caracteriza-se pelo comportamento opositivo freqOente eintenso Este trabalho objetiva levantar quais as aspectos influenciam nocomportamento de uma crianya com transtorno desafiador opositivo A metodologiautilizada loi a pesquisa bibliogrfica exploratoria sabre a terna e estudo de caso deurna crian9a de 5 (cinco) anos com a diagnostico do relendo transtorno A lalta delimites esta intimamente relacionada a indisciplina das crianyas no contexte escolarPais e professores tern tido pouco preparo para lidar com 0 problema da indisciplinaou desobediemcia das crianyas A influEmcia dos familiares mais especificamentedos pais e notona no caso do transtorno desafiador opositivo Os principaisaspectos levantados na Iiteratura sao psicopatologia dos pais atitudes ineficazesdos pais e ruptura conjugal Oesta forma 0 tratamento deve envolver 0 treinamentoe onentavao dos pais no rnanejo de atitudes rnais adequadas e a trabalho com acrianca no sentido desta reap render a respeitar limites
iii
1 INTRODU~Ao
Crianyas em idade pre-escolar geralmente apresentam comportamentos
opositivQs mas existe urn limiar que define quando estas condutas deixam de ser
consideradas normais para a idade e passam a ser patol6gicas 0 transtorna
desafiador opositivo se caracteriza por condutas opositivas intensas e recorrentes
que nao cessam com 0 crescimento da crianrta
Varios aspectos podem influenciar no desenvolvimento do transtoma
desafiador opositivo As interaroes familiares estao intrinsecamente relacionadas ao
aparecimento do transtorno Questoes como a falta de limites e comportamentos
ineficazes dos pais entre Qutros influenciam na conduta da crian~ gerando
indisciplina e ate problemas de aprendizagem que se manifestam no contexte
escolar 0 tema indisciplina tern permeado a vida escolar E a principal queixa de
professores pais e todos aqueles que trabalham com crian9as
Objetiva-se levantar quais as principais aspectos que influenciam no
desenvolvirnento do transtorno desafiador opositivo e apresentar urn estudo de caso
referente a uma crianya de 5 (cinco) anos idade que apresenta 0 quadro Os
sintomas do transtorno desafiador opositivo constituem urn padrao de conduta
Pretende-se a) definir 0 transtomo desafiador opositivo b) pesquisar a relayao da
falta de limites com a indisciplina no contexte escolar c) levantar informayoes sobre
o relacionamento da crianca analisada com seus farniliares e com seus colegas de
escola d) orientar as pais no modo de agir com a crianya que apresente este tipo de
transtorno
A problematica gira em torno de descobrir quais atitudes dos pais podem
reforyar a desenvolvimento do transtomo desafiador opositivo 0 que levou a
2
pesquisa bibliografica exploratoria sobre os temas concernentes a pesquisa e ao
manejo terapeutico em relaC8oao transtorno desafiador opositivo em geral e em
especial ao caso apresentado
Tern side cada vez mais frequentes as queixas envolvendo comportamentos
opositivos das criancasOs pais nao sabem como lidar com 0 problema tao pouco
as professores estao preparados para enfrenta-Io Visa-se contribuir para 0
esclarecimento sabre 0 transtorno desafiador opositivo e orientar pais e professores
que se defrontarem com crianyas que apresentem tal diagnostico
3
2 REFERENCIAL TE6RICO
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
211 Defini980
A defini9ao do reterido transtorno e a seguinte 0 transtorno desafiador
opositivo e urn padrao recorrente de comportamento negativista desafiador
desobediente e hostil para com figuras de autoridade (HANISH et ai 1999 p63)
A frequemcia e intensidade de comportamentos opositivos na crianltapode
justificar 0 diagn6slico de translorno desafiador opositivo Este Iranslorno tem sido
comum no inicio da infancia com condutas opositivas mais evidentes per volta dcs
seis anos de idade A identificayao e a tratamento precoces do transtomo desafiador
opositivo e recomendavel pois a inlensifica980 das condutas hostis podem evoluir
para comportamentos anti-sociais mais graves e desenvolvimento do transtorno de
conduta (HANISH et ai 1999)
HOLMES (199) descreve 0 Iranslorno desafiante oposicional como sendo
semelhante aos transtornos de conduta porem menes serios Os individuos com 0
transtorno desafiante oposicional sao caracteristicamente negativistas desafiadores
argumentativos e hostis Eles diferem das pessoas com outros transtornos de
conduta no sentido em que ao inves de atuar contra os outros eles sao ativamente
resistentes aos outros As criancas com transtorno desafiador oposicional tendem a
se descontrolar discutir com adultos recusar-se a fazer 0 que Ihes e dito e
intencionalmente fazer coisas para incomodar os outros
4
ALMEIDA et 81 (1996) destaca entre os disturbios psiquiatricos descritos no
DSM-IV eixo 1 que costumam ser diagnosticados pel a primeira vez na infancia ou
adolescencia 0 disturbio com provoca9lio e oposi9lio que deve ser diferenciado do
disturbio de conduta e de disturbios reativos a situa90es de estresse e de
comportamentos anti-sociais decorrentes de quadros pSicoticos como a mania
Segundo HANISH et 81 (1999) uma crianya para atender aos criterios
diagnosticos do transtorno desafiador opositivD deve apresentar no minima quatro
dos seguintes itens nurn periodo de aproximadamente seis meses
Crises de raiva
Discussao com as pais e outros adultos
Desobedimcia a regras e solicita90es dos adultos
Fazer coisas que aborrecem outras pessoas propositadamente
Acusar outras pessoas
Incomodar-se facilmente com as outros
Ficar com raiva e ressentimento
Ser vingativa ou maldosa
Quando pelo menos quatro das condutas acima estiverem freqOentemente
presentes em crian~asquando estes comportamentos nao sao tipicos da sua idade
e desenvolvimento e com prejuizo do funcianamento social escalar au acupacional
e diagnosticado 0 transtorno desafiador opositivo
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
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geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
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indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
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com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
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da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
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a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
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222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
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Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
1 INTRODU~Ao
Crianyas em idade pre-escolar geralmente apresentam comportamentos
opositivQs mas existe urn limiar que define quando estas condutas deixam de ser
consideradas normais para a idade e passam a ser patol6gicas 0 transtorna
desafiador opositivo se caracteriza por condutas opositivas intensas e recorrentes
que nao cessam com 0 crescimento da crianrta
Varios aspectos podem influenciar no desenvolvimento do transtoma
desafiador opositivo As interaroes familiares estao intrinsecamente relacionadas ao
aparecimento do transtorno Questoes como a falta de limites e comportamentos
ineficazes dos pais entre Qutros influenciam na conduta da crian~ gerando
indisciplina e ate problemas de aprendizagem que se manifestam no contexte
escolar 0 tema indisciplina tern permeado a vida escolar E a principal queixa de
professores pais e todos aqueles que trabalham com crian9as
Objetiva-se levantar quais as principais aspectos que influenciam no
desenvolvirnento do transtorno desafiador opositivo e apresentar urn estudo de caso
referente a uma crianya de 5 (cinco) anos idade que apresenta 0 quadro Os
sintomas do transtorno desafiador opositivo constituem urn padrao de conduta
Pretende-se a) definir 0 transtomo desafiador opositivo b) pesquisar a relayao da
falta de limites com a indisciplina no contexte escolar c) levantar informayoes sobre
o relacionamento da crianca analisada com seus farniliares e com seus colegas de
escola d) orientar as pais no modo de agir com a crianya que apresente este tipo de
transtorno
A problematica gira em torno de descobrir quais atitudes dos pais podem
reforyar a desenvolvimento do transtomo desafiador opositivo 0 que levou a
2
pesquisa bibliografica exploratoria sobre os temas concernentes a pesquisa e ao
manejo terapeutico em relaC8oao transtorno desafiador opositivo em geral e em
especial ao caso apresentado
Tern side cada vez mais frequentes as queixas envolvendo comportamentos
opositivos das criancasOs pais nao sabem como lidar com 0 problema tao pouco
as professores estao preparados para enfrenta-Io Visa-se contribuir para 0
esclarecimento sabre 0 transtorno desafiador opositivo e orientar pais e professores
que se defrontarem com crianyas que apresentem tal diagnostico
3
2 REFERENCIAL TE6RICO
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
211 Defini980
A defini9ao do reterido transtorno e a seguinte 0 transtorno desafiador
opositivo e urn padrao recorrente de comportamento negativista desafiador
desobediente e hostil para com figuras de autoridade (HANISH et ai 1999 p63)
A frequemcia e intensidade de comportamentos opositivos na crianltapode
justificar 0 diagn6slico de translorno desafiador opositivo Este Iranslorno tem sido
comum no inicio da infancia com condutas opositivas mais evidentes per volta dcs
seis anos de idade A identificayao e a tratamento precoces do transtomo desafiador
opositivo e recomendavel pois a inlensifica980 das condutas hostis podem evoluir
para comportamentos anti-sociais mais graves e desenvolvimento do transtorno de
conduta (HANISH et ai 1999)
HOLMES (199) descreve 0 Iranslorno desafiante oposicional como sendo
semelhante aos transtornos de conduta porem menes serios Os individuos com 0
transtorno desafiante oposicional sao caracteristicamente negativistas desafiadores
argumentativos e hostis Eles diferem das pessoas com outros transtornos de
conduta no sentido em que ao inves de atuar contra os outros eles sao ativamente
resistentes aos outros As criancas com transtorno desafiador oposicional tendem a
se descontrolar discutir com adultos recusar-se a fazer 0 que Ihes e dito e
intencionalmente fazer coisas para incomodar os outros
4
ALMEIDA et 81 (1996) destaca entre os disturbios psiquiatricos descritos no
DSM-IV eixo 1 que costumam ser diagnosticados pel a primeira vez na infancia ou
adolescencia 0 disturbio com provoca9lio e oposi9lio que deve ser diferenciado do
disturbio de conduta e de disturbios reativos a situa90es de estresse e de
comportamentos anti-sociais decorrentes de quadros pSicoticos como a mania
Segundo HANISH et 81 (1999) uma crianya para atender aos criterios
diagnosticos do transtorno desafiador opositivD deve apresentar no minima quatro
dos seguintes itens nurn periodo de aproximadamente seis meses
Crises de raiva
Discussao com as pais e outros adultos
Desobedimcia a regras e solicita90es dos adultos
Fazer coisas que aborrecem outras pessoas propositadamente
Acusar outras pessoas
Incomodar-se facilmente com as outros
Ficar com raiva e ressentimento
Ser vingativa ou maldosa
Quando pelo menos quatro das condutas acima estiverem freqOentemente
presentes em crian~asquando estes comportamentos nao sao tipicos da sua idade
e desenvolvimento e com prejuizo do funcianamento social escalar au acupacional
e diagnosticado 0 transtorno desafiador opositivo
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
2
pesquisa bibliografica exploratoria sobre os temas concernentes a pesquisa e ao
manejo terapeutico em relaC8oao transtorno desafiador opositivo em geral e em
especial ao caso apresentado
Tern side cada vez mais frequentes as queixas envolvendo comportamentos
opositivos das criancasOs pais nao sabem como lidar com 0 problema tao pouco
as professores estao preparados para enfrenta-Io Visa-se contribuir para 0
esclarecimento sabre 0 transtorno desafiador opositivo e orientar pais e professores
que se defrontarem com crianyas que apresentem tal diagnostico
3
2 REFERENCIAL TE6RICO
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
211 Defini980
A defini9ao do reterido transtorno e a seguinte 0 transtorno desafiador
opositivo e urn padrao recorrente de comportamento negativista desafiador
desobediente e hostil para com figuras de autoridade (HANISH et ai 1999 p63)
A frequemcia e intensidade de comportamentos opositivos na crianltapode
justificar 0 diagn6slico de translorno desafiador opositivo Este Iranslorno tem sido
comum no inicio da infancia com condutas opositivas mais evidentes per volta dcs
seis anos de idade A identificayao e a tratamento precoces do transtomo desafiador
opositivo e recomendavel pois a inlensifica980 das condutas hostis podem evoluir
para comportamentos anti-sociais mais graves e desenvolvimento do transtorno de
conduta (HANISH et ai 1999)
HOLMES (199) descreve 0 Iranslorno desafiante oposicional como sendo
semelhante aos transtornos de conduta porem menes serios Os individuos com 0
transtorno desafiante oposicional sao caracteristicamente negativistas desafiadores
argumentativos e hostis Eles diferem das pessoas com outros transtornos de
conduta no sentido em que ao inves de atuar contra os outros eles sao ativamente
resistentes aos outros As criancas com transtorno desafiador oposicional tendem a
se descontrolar discutir com adultos recusar-se a fazer 0 que Ihes e dito e
intencionalmente fazer coisas para incomodar os outros
4
ALMEIDA et 81 (1996) destaca entre os disturbios psiquiatricos descritos no
DSM-IV eixo 1 que costumam ser diagnosticados pel a primeira vez na infancia ou
adolescencia 0 disturbio com provoca9lio e oposi9lio que deve ser diferenciado do
disturbio de conduta e de disturbios reativos a situa90es de estresse e de
comportamentos anti-sociais decorrentes de quadros pSicoticos como a mania
Segundo HANISH et 81 (1999) uma crianya para atender aos criterios
diagnosticos do transtorno desafiador opositivD deve apresentar no minima quatro
dos seguintes itens nurn periodo de aproximadamente seis meses
Crises de raiva
Discussao com as pais e outros adultos
Desobedimcia a regras e solicita90es dos adultos
Fazer coisas que aborrecem outras pessoas propositadamente
Acusar outras pessoas
Incomodar-se facilmente com as outros
Ficar com raiva e ressentimento
Ser vingativa ou maldosa
Quando pelo menos quatro das condutas acima estiverem freqOentemente
presentes em crian~asquando estes comportamentos nao sao tipicos da sua idade
e desenvolvimento e com prejuizo do funcianamento social escalar au acupacional
e diagnosticado 0 transtorno desafiador opositivo
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
3
2 REFERENCIAL TE6RICO
21 TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
211 Defini980
A defini9ao do reterido transtorno e a seguinte 0 transtorno desafiador
opositivo e urn padrao recorrente de comportamento negativista desafiador
desobediente e hostil para com figuras de autoridade (HANISH et ai 1999 p63)
A frequemcia e intensidade de comportamentos opositivos na crianltapode
justificar 0 diagn6slico de translorno desafiador opositivo Este Iranslorno tem sido
comum no inicio da infancia com condutas opositivas mais evidentes per volta dcs
seis anos de idade A identificayao e a tratamento precoces do transtomo desafiador
opositivo e recomendavel pois a inlensifica980 das condutas hostis podem evoluir
para comportamentos anti-sociais mais graves e desenvolvimento do transtorno de
conduta (HANISH et ai 1999)
HOLMES (199) descreve 0 Iranslorno desafiante oposicional como sendo
semelhante aos transtornos de conduta porem menes serios Os individuos com 0
transtorno desafiante oposicional sao caracteristicamente negativistas desafiadores
argumentativos e hostis Eles diferem das pessoas com outros transtornos de
conduta no sentido em que ao inves de atuar contra os outros eles sao ativamente
resistentes aos outros As criancas com transtorno desafiador oposicional tendem a
se descontrolar discutir com adultos recusar-se a fazer 0 que Ihes e dito e
intencionalmente fazer coisas para incomodar os outros
4
ALMEIDA et 81 (1996) destaca entre os disturbios psiquiatricos descritos no
DSM-IV eixo 1 que costumam ser diagnosticados pel a primeira vez na infancia ou
adolescencia 0 disturbio com provoca9lio e oposi9lio que deve ser diferenciado do
disturbio de conduta e de disturbios reativos a situa90es de estresse e de
comportamentos anti-sociais decorrentes de quadros pSicoticos como a mania
Segundo HANISH et 81 (1999) uma crianya para atender aos criterios
diagnosticos do transtorno desafiador opositivD deve apresentar no minima quatro
dos seguintes itens nurn periodo de aproximadamente seis meses
Crises de raiva
Discussao com as pais e outros adultos
Desobedimcia a regras e solicita90es dos adultos
Fazer coisas que aborrecem outras pessoas propositadamente
Acusar outras pessoas
Incomodar-se facilmente com as outros
Ficar com raiva e ressentimento
Ser vingativa ou maldosa
Quando pelo menos quatro das condutas acima estiverem freqOentemente
presentes em crian~asquando estes comportamentos nao sao tipicos da sua idade
e desenvolvimento e com prejuizo do funcianamento social escalar au acupacional
e diagnosticado 0 transtorno desafiador opositivo
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
4
ALMEIDA et 81 (1996) destaca entre os disturbios psiquiatricos descritos no
DSM-IV eixo 1 que costumam ser diagnosticados pel a primeira vez na infancia ou
adolescencia 0 disturbio com provoca9lio e oposi9lio que deve ser diferenciado do
disturbio de conduta e de disturbios reativos a situa90es de estresse e de
comportamentos anti-sociais decorrentes de quadros pSicoticos como a mania
Segundo HANISH et 81 (1999) uma crianya para atender aos criterios
diagnosticos do transtorno desafiador opositivD deve apresentar no minima quatro
dos seguintes itens nurn periodo de aproximadamente seis meses
Crises de raiva
Discussao com as pais e outros adultos
Desobedimcia a regras e solicita90es dos adultos
Fazer coisas que aborrecem outras pessoas propositadamente
Acusar outras pessoas
Incomodar-se facilmente com as outros
Ficar com raiva e ressentimento
Ser vingativa ou maldosa
Quando pelo menos quatro das condutas acima estiverem freqOentemente
presentes em crian~asquando estes comportamentos nao sao tipicos da sua idade
e desenvolvimento e com prejuizo do funcianamento social escalar au acupacional
e diagnosticado 0 transtorno desafiador opositivo
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
5
212 Diagnostico Diferencial
Ressalta-se que 0 diagnostico de transtorno desafiador opositivo naD deve ser
dado se forem preenchidos os criterios de transtorno de conduta ou quando os
comportamentos opositivos ocorrerem somente durante urn transtorno de humor au
psicotico (HANISH et ai 1999)
Em rela9ao a diferencia9ao entre 0 transtomo desafiador opositivo e 0
transtorno de conduta HANISH et al (1999 p64) ressalta
C ) urn fator que diferencia 0 transtoma desafiador opositivo e 0 transtomo deconduta e 0 fata de que esle ultimo envolve a nao-considera~o e 0 desrespeito pelodireito dos Quiros () As crian~s com transtomo de conduta norrnalmente ternpouca au nenhuma preocupa980 em rela9secto ao impacto de sua conduta sabre asQutros ( ) Traduzindo em termos cognitivos as criancas com transloma de condutaparecem pensar pouco sabre as conseqOmcias de suas atitudes e apresentammenor habilidade de raciocinio moral enquanto as criancas com transtomodesafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolucao de problemas etentam utilizar a oposicao como fonna de coercaode condutas em especial de outraspessoas significativas (per exemple os pais)
Outra diferenciacao importante e entre 0 transtorno desafiador opositivo e 0
desafio e a oposi9ilo normal da idade 0 que acontece em crian9as normal mente no
periodo pre-escolar No caso do desenvolvimento normal da crianca os
comportamentos opositivos tern seu pico no inicio da inffmcia e diminuem com 0
tempo aqueles que caracterizam 0 transtorno desafiador opositivo continuam e
pioram com a idade (HANISH el ai 1999)
o disturbio de conduta ocorre em 3 a 7 das criancas e adolescentes com
predominancia na adolescencia e no sexo masculino Os sintomas costumam
aparecer entre 0 inicio da infancia e puberdade e costumam persistir ate a idade
adulta As principais conseqOencias na idade adulta envolvem abuso de drogas
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
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da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
6
discordia conjugal dificuldade em arrumar emprego prisao e morte prematura
violenta (ALMEIDA et ai 1996)
Os sintomas do transtorno de conduta giram em torna de um padrao
persistente de maus comportamentos no qual 0 individuo infringe regras e viola 0
direito dos outros e geralmente ultrapassam a idade infantil mantendo 0
comportamento disruptivo e criminoso mais tarde na vida (HOLMES 1997)
o disturbio de conduta se caracteriza par urn comportamento anti-social
persistente As crian9as tendem a mentir roubar faltar as aulas sem motivD se
envolver em hrigas constantemente fugir de casa agredir fisicamente os Qutros ser
cruel com pessoas e animais destruir propriedades alheias de forma deliberada
apresentar baixo rendimento escolar problemas de relacionamento com as colegas
e em casas mais intensas assaltar a mao armada cometer estupros e homicidias
(ALMEIDA et ai 1996)
213 Influencias Familiares
o papel da familia particularmente os pais pode influenciar 0
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo KRUESI e TOLAN citados por
HANISH et al (1999) identificam tres caracteristicas dos pais que tendem a
aumentar a probabilidade do aparecimento do transtorno desafiador opositivo e que
devem ser levadas em conta na formulaao do tratamento Sao elas pSicopatologia
dos pais praticas ineficazes dos pais e ruptura do casal
Como pSicopatologia dos pais encontramos principalmente 0 transtorno anti-
social de personalidade aiEimde outras formas como 0 uso de drogas e depressao
e varcfwes importantes como a maternidade na adolesceuromcia Na casa do transtarno
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
t~roj ~Slbullbullbullbullbullh
8MIl
anti-social nos palS e passivel a necessldade de Intervencao pOlS podem Interfenr
7
nas tentativas de modificar as praticas de manejo da conduta da crianl utilizadas
pelos pais (HANISH et ai 1999)
Algumas praticas ineficazes dos pais como as interacoes familiares
coercitivas tambem favorecem 0 desenvolvimento do transtorno desafiador
opositivo pois tendem a estar associadas a condutas opositivas desafiadoras e
hostis Segundo HANISH et al (1999 p65) diversos padr6es especificos de
interac6es familia res diferenciam as crian~s opositivas das nao-opositivas Par
exemplo as pais de criancas que naD obedecem tendem a refonar a conduta
opositiva e a ignorar DU punir as condutas sociais positivas ( ) Descobriu-se
tambem que eles sao mais criticos do que as pais de crianC8s que obedecem
Desta forma pais que impoem regras restritivas e fazem afirma90es amea9adoras
hostis e humilhantes favorecem as condutas opositivas dos filhos Em alguns
casas a conduta opositiva pede ser devida a disciplina inconsistente resultante do
medo e ansiedade dos pais em rela9ao ao fato de imporem limites ou san90es ()
muitos desses pais abusam de seus filhos ou os negligenciam (HANISH et ai
1999 p66) 0 comportamento opositivo das crian9as entao podem ter relacaocom
as interacoes familiares criticas conflituadas inconsistentes punitivas au
coercitivas
Os problemas conjugais tambem influenciam no aparecimenta do transtorno
desafiador opositivo e portanto devem ser considerados no plano de tratamento
() a evidmcia indica que as brigas conjugais apontam para a conduta disruptiva e
de nao-obediencia nas criancas Essa relacaoparece ser mais forte quando as pais
expressam hostilidade abertamente do que quando eles expressam uma
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
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indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
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da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
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222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
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3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
8
insatisfaao geral e e mais pronunciada em meninos do que em meninas (HANISH
et aI 1999 p66)
HOLMES (1997) considera de risco os fatores que aumentam a probabilidade
de uma crian9a desenvolver disturbios emocionais ou comportamentais Os fatares
de risco podem incluir caracteristicas biol6gicas (perinatais) geneticas lamiliares
(pais com disturbios psiquiatricos criminalidade paterna disc6rdia conjugal grave
estresse familiar cranico) caracteristicas sociais (nivel s6cio-economico baixo)
Porem HOLMES (1997) destaca que mesmo sob condi90es adversas como
estresse e privacaoha crianyas capazes de S8 desenvolverem satisfatoriamente em
nivel emocional e social
No tratamento deve-s8 avaliar case a caso e muitas vezes avaliar 0
fundamento cognitiv~ da conduta dos pais para ptanejar urn tratamento familiar
adequado Pelo lato de as cren98s dos pais desempenharem um papel importante
no seu comportamento bern como no de seus ftlhos e importante entender em que
medida essas crencasestao envolvidas na determina980 da pSicopatologia dos pais
da paternidade coercitiva e inconsistente e da discordia conjugal e como esses
latores podem aletar a crian98 (HANISH et aI 1999 p66) Ou seja 0 tratamento
do transtorno desafiador opositivo deve envolver 0 treinamento dos pais nas
habilidades de manejo adequado e a modificaao de suas cren9as no que tange ao
manejo da conduta No treinamento dos pais deve-se focar 0 aumento da conduta
positiva e diminuiyao da negativa na crian~ ensinando-se aos pais principios do
aprendizado social e habilidades de manejo da conduta e de resolu980 de
problemas
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
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aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
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ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
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a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
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issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
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pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
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indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
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com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
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da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
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a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
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Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
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Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
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4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
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ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
9
22 A RELACAO INDISCIPLINA x LlMITES - UM OBSTAcULO PARA A
APRENDIZAGEM
A questao da disciplina envolve varias faces de um problema E necessario
desenvolver uma visao sistemica e analisar par todos as o3n9u105 aluno escola
familia sociedade A motiva9ao e um fator fundamental para que 0 aluno seja bem
sucedido no sistema escolar permanecendo no mesmo e realizando as tarefas
necessarias para 0 seu conhecimento e aprendizagem Considera-se que 0 sucesso
dos filhos no sistema educacional decorre entre Qutras eoisas da motivacaoque as
familias conseguiram despertar neles em relacaoa instituicao
o problema indisciplina pode ser entendido como conseqOeuromciade um leque
de situa90es vividas em familia pais inseguros quanto a colocar ou nao Iimites
relacionamentos tensos entre pais excesso de zelo para reparar a culpa por ter que
deixar a criancaprivada do cantata com as pais que trabalham fora criancas que
passam a maior parte do tempo em frente da TV ou na rua com Qutras criancas
sofrendo tode tipo de influencias prejudiciais a sua educacao pais autoritarios ou
muito liberais falta de dialogo e bom exemplo no seio familiar desconhecimento da
importancia dos relacionamentos dos primeiros anos de vida como base da
formaC8oda personalidade par parte dos pais Sao estas criancascom hist6rias de
vida as mais variadas possiveis que chegam a uma escola e encontram ali narmas
rigidas ou ausencia de narmas Professores com uma serie de limitac6es na sua
forma9aO humana e academica que passam a desempenhar 0 papel de educador
em sala de aula
A familia e a escola devem atuar em parceria objetivando a aprendizagem e
o sucesso escofar do auno Elas sao 0 aicerce e modelo para que as criancas
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
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Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
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Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
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tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
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Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
10
aprendam naD somente conteudos mas tambem a viver em sociedade com suas
normas et portanto e necessaria que tenham objetivos comuns em relacao a
val ores disciplina e convivio social Este suporte e proporcionado nao somente pelo
ambiente adequado mas no equilibrio e tranqOilidade do lar e da escola Assim
sendo 0 aluno nao S8 sente abandonado inseguro mas sim recebendo
orientacoes estimulos e principal mente exemplos de responsabilidade e respeito
Para WINNICOTT (1971) a saude do pais depende de unidades familiares sadias
com pais que sejam individuos emocionalmente maduros
Nao hit uma causa (mica para a indisciplina mas sim uma conjuncao de
fatares que interagem uns sabre 0$ Qutros que imobilizam 0 desenvolvimento do
sujeito e do sistema familiar nurn determinado momento afetando 0 aspecto
comportamental e a aprendizagem do aluno
o individuo ao ingressar na escola ja teve experiencias relacionadas a
diversas situac6es e ira reagir a esse novo ambiente Ha alunos com dificuldades de
adaptayao e rendimento insatisfatorio nos estudos por estarem comprometidos par
ansiedades e tensOes psiquicas
E imprescindivel que a familia e a escola deixem de ficar se cui pando
mutua mente e passem a refletir sobre sua funyao vital no desenvolvimento de
individuos adaptados ao ambiente realizados e capazes de utilizar suas
potencialidades de forma construtiva para a sociedade e consequentemente para
o fortalecimento da familia e da escola como instituicoes estruturadas e em
permanente evolucao
Ressalta-se urn aspecto muito importante relacionado a agressividade e mais
especificamente a indisciplina E a questao dos limites Pais e professores precisam
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
11
ter em mente a importancia de trabalhar essa questao com filhos e alunos e
diferenciar a demarc8C8ode limites de autoritarismo ou abuso do poder
Sermos adequados e saber encontrar a distancia certa entre nos e a Qutro E
naD ocupar um espaco exc8ssivamente pequeno para naD nos sentirmos acuados e
ameacados evitando tomar-nos agressivos () Todo ser vivo necessita de um
espatominima para viver sem 0 qual torna-S8 agressivo e luta pela sobrevivencia
ou perece (MIRANDA 2001)
OLIVEIRA et al (1999 p151) destaca a importancia dos limites
A disciplina e 0 todo que engloba a organiza~o que mantE~m a ordem entre aseoisas e as pes50as 0 limite e a fator que determina 0 campo e a espalto daatualfao Portanto 05 limites sao urn dos principais fundamentos da disciplina 0limite e que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros() E necessario que 0 limite comece a ser estabelecido desde a forma~o dapersonalidade da crianca ou seja desde 0 nascimento () Ensinar a crianya aobedecer limites e treina-Ia para a vida
E preciso que os adultos aprendam a nao invadir 0 esparo da crianca nao
permitindo tamhem que as crianyas invadam 0 espayo dos outros E necessaria
quebrar este cicio vicioso que faz com que a indisciplina continue a ser 0 centro das
atenc6es na escola e na familia Dar limites e nao impor Iimites este e 0 grande
desafio para pais e educadores
Para que a criancaaceite os Iimites impastos e necessario que os pais au a
pessaa responsavel acredite no que esta dizendo e 0 faca com firmeza e explique
para que a crianra acredite e para que absorva a ideia de que ela nao esta proibida
de tudo mas que nem tudo 0 que desejamos podemos fazer mas ela pode fazer
quase tudo (ZAGURY 2001)
Quando se da Iimites esta se fazendo urn ato de amor oj crian~a e ao futuro adulto
ensina-se a ele a viver em sociedade a respeitar e ser respeitado esta se poupando
12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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12
a crianca de cair no mundo das drogas e da violencia cnde 0 limite e muitas vezes a
marte
221 0 Papel da Familia
Os pais tem um papel fundamental na motivayao do aluno e sua participa9ao
e imprescindivel para que 0 aluno aprenda Desta forma a familia faz parte do tripe
que sustenta uma aprendizagem com sucesso Quando a familia esta tranqOila e a
rotina de casa esta equilibrada 0 aluno apresenta maiores oportunidades para urn
bom aprendizado
A familia e suporte fundamental para 0 bom desempenho escolar Pode-se
dizer que a clima familiar influencia no desempenho escolar e pade trazer prejuizos
ao rendimento escolar quando naD harmonioso
Se a familia naD da a crianca a base emocional firme 0 que tazer
E importante ensinar a crianca a identificar as sentimentos e lidar melhor com
eles
DAVIDOFF (1983) descreve como se da 0 desenvolvimento do ser humane
desde a concepcao e a importancia dos relacionamentos dos primeiros meses de
vida e da primeira infancia na forma9ao da personalidade e da socializayao futura do
individuo Para ela a base de urn relacionamento sadie entre mae e filho esia na
intensidade de afeto que a mae dispensa a crianca na amamentaC8o enos
cuidados na satisfa9ao de suas necessidades fisiol6gicas A qualidade das
intera90es sociais da crian9a estrutura a personalidade do individuo de algumas
formas importantes Falando de frustra90es conflitos e outras tensoes a autora
chama a aten9ao dos adultos que convivem com a crianca e 0 adolescente para sua
(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
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Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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(~ )(~~l J 13
lt~C~responsabilidade em apoiar orientar e acompanha-Ios para que possam superar as
situaryoes conflitivas evitando assim 0 desenvolvimento de uma personalidade
agressiva e desajustada
DAVIDOFF (1983) vai mais alem ao dizer que pais maduros e seguros
envolvem os filhos em tomadas de decisao e assuntos da familia Apresentam
razoes para a que solicitam e proporcionam experiemcias graduais apropriadas para
a afirmayao da independencia Ainda assim retem a responsabilidade final Os filhos
dos pais maduros tendem a ser autoconfiantes independentes possuem boa auto-
estima e born relacionamento com suas familias Os pais autontanos preferem
taticas primitivas duras quando surgem conflitos insistem em obediemcia Sao
coercitivQs e favorecem a desenvolvimento de transtornos como 0 desafiador
opositivo No outro extrema os pais laissez faire que afrouxam totalmente as
limites sao totalmente igualitarios Todos os membros da familia estao
essencialmente Ilvres para fazerem deg que quiserern Raramente estes pais tomam
decis6es ou aceitam responsabilidades Os adolescentes filhos de pais autoritarios
e do tipo laissez faire tendem especialmente a ter problemas de ajustamento
o individuo age com relary8o a certas pessoas como seus pais se
comportaram para com ele Caso as imagos paternas que sao preservadas em
nossos sentimentos e em nossas mentes inconscientes forem predominantemente
rigidas nao poderemos estar em paz com n6s mesmos Odiamos em n6s as figuras
rigidas e intolerantes que tambem formam parte de nosso mundo interno e que sao
em grande parte a resultado de nossa agressividade para com as nossos pais
o homem e urn ser social ele precisa viver com as outros homens para
desenvolver suas necessidades basicas como 0 trabalho a criatividade a arnor par
14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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14
issa ele S8 juntou em comunidade As comunidades sao uma reuniao de pessoas
que tern interesses comuns au seja interesses iguais
Familia e 0 nucleo de pessoas aparentadas que tern la90s de sangue e que
se apoiam no sentido de manter 0 nucleo permanentemente em comunhao
Hit uma serie de expectativas sociais em relacao it familia e preciso que
socialize as criancastomando-as capazes de viver junto aos Qutros seres humanos
A institui9ao familia tern passado ao longo da historia da humanidade por crises
muito serias As formas de familias sao extrema mente variaveis E mais variaveis do
que dentro de nossa proprio pais sao as formas de familia de Qutros paises do
mundo
A familia ah~m de reproduzir novos seres humanos tenta produzir neles as
seus habitos costumes e valores atraves de gerayoes
A familia sempre foi a celula-mater de uma sociedade ou refUgio das
atribuiyoes do mundo Tambem a religiao impoe normas as familias que em torno
del a se reunem Grande parte do comportamento de uma familia no sentido moral econtrolado pela religiao em que ela acredita Em troca a religiao e sustentada pela
familia fazendo com que as crencas e preiticas mora is subsistam por seculos e
levando as pessoas a uma aceitacao de punicoes impostas
o prestigio social dos individuos na familia tradicional de seu
comportarnento diante de sua fe de seu comportamento em rela9ao a familia e de
sua origem e influenciado pelos costumes que traz atraves de geralt6es Durante
anos a familia conduziu-se como uma barreira diante de inovac6es e de formas
novas de ligalt8o homem-mulher-filhos Os vinculos familiares representam uma
seguran9a afetiva e material muito importante para 0 desenvolvimento do individuo
A historia da humanidade assim como os estudos antropologicos sobre os
15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
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conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
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S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
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Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
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bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
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5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
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15
pavos e culturas distantes de n6s (no espacoe no tempo) esclarecem-nos sabre a
que e familia como existiu e existe hoje Mostra-nos como fcram e sao hoje ainda
variadas as formas sob as quais as familias evoluem se modificam assim como
sao diversas as concepcoesdo significado social dos la-os estabelecidos entre as
individuos de uma sociedade dada
Apesar dessas variacoes a forma mais conhecida e valorizada de nassos
dias a familia composta de pai mae e filhos chamada familia nuclear normal
Este e 0 modele que desde criancaS8 ve em livres escolares nos filmes na
televisao mesma que no seia familiar S8 verifique urn esquema diverso
A natureza das rela90es dentro de uma familia vai se modificando atraves do
tempo 0 aspecto mais problematico da evolU9aO da familia est sem d0vida
alguma ligado ao questionamento da posi9ao das crian9as como propriedade dos
pais e a posiryao economica das mulheres dentro da familia Inclui-se ai 0
questionamento da distribui9iio dos papis ditos especificamente masculinos e
feminin~s e esse e urn problema chave para 0 surgimento de uma nova estrutura
social
Nao se poder mudar a institui9ao familiar sem que toda a sociedade mude
tambem Pode-se afirmar ainda que qualquer modificayao na organiza~aofamiliar
implicara tambem numa modifica9ao dos rigidos papeis de esposa mae ou
prostituta os 0nicos atribuidos as mulheres Quanto as crianyas ha algum tempo ja
o Estado intervem entre pais e filhos e desde a pouco os pais sao passiveis de
denuncias pelos vizinhos caso punam fisicamente seus filhos
Atraves da escola do controle sobre os meios de comunica~aode medicos e
psic6lagas a pader dominante de cada sociedade mais au menos sutilmente imp6e
normas educacionais sendo dificil aos familiares contraria-Ias De uma maneira
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geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
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indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
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com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
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da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
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a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
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222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
16
geral cabe ainda aos pais grande parcela de poder de decisao sobre seus filhos
menores Parcela essa cada vez mais contestada A esse pader equivalem por
parte dos filhos direitos legais em relagao aos seus pais em particular no sistema
capitalista Direitos a assistencia educayao manutenyao e participacao em seus
bens e proventos
A familia como toda instituigao social apresenta aspectos positiv~s enquanto
nucleo afetivo de apoio e solidariedade Mas apresenta ao lade destes aspectos
negativ~s como a imposicao normativa atraves de leis uscs e costumes que
impllearn formas e finalidades rigidas Torna-se muitas vezes elementa de coayiio
social geradora de conflitos e ambigOidades
A agressividade inata tende a sef ativada pelas circunstancias externas
desfavoraveis e inversamente e mitigada pelo arner e compreensao que a crianca
recebe 0 seu desenvolvimento e suas reac6es com 0 adulto devem ser
considerados como resultantes da interacao e influencias externas e internas
Um sistema familiar disfuncional nM permite ao aluno a maturidade
necessaria para conseguir urn born desempenho academico
A problematica emocional ligada a situayao conflitiva absorve a
disponibilidade perceptiva e reacional do individuo a estimula~ao externa
dificultando a sua integragao ao ambiente e perturbagao nao 56 a sua capacidade de
aten98o de concentra~ao de raciocinio mas sobretudo a de relacionamento Assim
sendo as dificuldades de assimilayao na aprendizagem escolar podem estar ligadas
a fixagoes emocionais (NOVAES 1970 p 145)
Geralmente criangas com problemas emocionais adotam atitudes agressivas
de inibiyao constri9ao regressao isolamento hostilidade oposigao indiferenya
17
indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
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VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
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indisciplina exibicionismo dissimula~aosensibilidade e au emotividade excessivas
sendo freqOentesos problemas de mentira de furto e de natureza sexual
Na instituiyao familiar seja ela qual for e a ligayao emocional entre as
pessoas que as torna mats felizes e saudaveis
As perturbaltoes no ambiente familiar interferem no comportamento do
individuo Existe urn processo duple entre 0 lar e a escola as tensoes que sao
geradas num ambiente se manifestam como perturbaltoes no comportamento do
outro (WINNICOn 1971 p 223)
Resgatar a papel da familia e seus vaiores levan3i 0 aluno a sentir-se
amparado A autoridade paterna e materna participativa se faz necessaria na
criayao e educaltao na orientayao e aquisiltao de bons habitos influentes na
projeltaosocial das pessoas Nao necessariamente isto se refere a presenltafisica
de ambos os pais mas da existencia das funlt6esenquanto autoridade
A emoltaopermeia todos os aspectos da vida diaria do ser e tambem interfere
na aprendizagem fazendo-se necessaria urn conhecimento dos aspectos
emocionais para assim pader assistir 0 aluno em seu trabalho escolar A
estabilidade no ambiente familiar proporciona ao individuo seguranya e
independencia A participaltao da familia no cotidiano escolar e de suma
importancia para a aprendizagem
Os jovens nao podem se sentir abandonados eles precisam de exemplos e
sobretudo de afeto para a construltaode uma vida melhor
SOUZA (1995 p 58) considera que a inibiltaointelectual estaria na base da
dificuldade de aprendizagem Existem fatores da vida psiquica da crianlta que
podem atrapalhar 0 born desenvolvimento dos processos cognitivos e sua relaltao
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com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
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da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
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a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
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222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
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Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
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relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
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Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
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opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
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com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
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assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
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3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
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ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
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32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
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Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
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Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
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tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
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4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
18
com a aquisirao de conhecimentos e com a familia na medida em que as atitudes
parentais influenciam sobremaneira a rela~aoda crianca com 0 conhecimento
Ressalta-se que entre as variDS fatores que influenciam 0 aspecto emotional
da crian9a tem-se alcoolismo familia numerosa sem condicoes minimas estruturais
brigas freqOentes em casa abandono trabalho infantil etc A convivmcia com um
au mais destes fatores acarreta na impossibilidade do aluno concentrar-se nas
aulas visto que a sua aten9ao se volta para a tentativa de resolu9lo dos problemas
familia res que ele julga insoluveis na maioria das vezes Existe urn certa
conformismo misturado a angustia quando 0 aluno consegue expor 0 problema que
o aflige
Deve-se compreender que a familia esta envolvida em diversos problemas
oriundos das pressoes s6cio-econ6micas das dificuldades de habita9ao
alimenta9ao e trabalho sem tranqOilidade para assimilar e analisar os estimulos
externos integrando-os a sua dina mica familiar
A influencia do ambiente familiar e decisiva para 0 ajustamento emotional e
muitas vezes 0 grupo familiar nao oferece condi90es de estabilidade e de
seguranya emocional para 0 desenvolvimento normal de seus filhos
Grande incidencia de conflitos emocionais que se exteriorizam par ansiedade
sentimentos de inferioridade de inseguran98 depressao medo negativismo e
incapacidade de estabelecer rela90es afetivas geralmente coincidem com 0 grande
numera de familias desintegradas desunidas de pais ausentes incompreensivos
imaturos neur6ticos dominadores desajustados que nao podem dar compreensao
amor e apoio aos filhos
ZAGURY (2000) relata 0 resultado das duvidas e incertezas de muitos pais
Para ela os pais devem compreender que mais importante que satisfazer os desejos
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
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bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
19
da CrianC8 e ensinar principios eticos como honestidade solidariedade e respeito
mutua Principios estes que sao fundamentais para 0 born relacionamento social na
adolescencia e vida adulta
Limites sao regras ou normas de condula que devem ser passadas para as
criancas desde tenra idade Eles mostram as crianyas 0 que podem e 0 que naD
podem 0 que devem e 0 que nao devem fazer Ensinam tambem como respeitar 0
proximo facilitando a socializayao Os limites devem fazer parte da educaao pois
vivemos em sociedade e para a boa manutencao desta se faz necessaria a
existencia e 0 respeito as regras (COUlINHO FILHO 2003)
Em seu livro Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sobre a tirania
dos filhos ZAGURY (2000) discute os principais problemas que envolvem a
educayao dos filhos na sociedade moderna quando toda uma geraao de pais foi
influenciada par urna visao excessivamente psicologizante As ambigOidades as
diferenyas entre as regras estabelecidas pelos te6ricos sao debatidas e criticada a
tirania de alguns especialistas que contribuiram para a disseminayao de um dos
maiores males da educaao - 0 chamado psicologismo A autora alerta para a
necessidade de as pais serem criticos nas orientayoes e conhecimentos adquiridos
sobre a educaao dos filhos e chama a atenao sobre os limites e a necessidade de
autoridade por parte dos pais a importancia de se construir uma relayao baseada na
autenticidade e na democracia tanto para as crianyas quanta para seus pais
Para liSA (1996) a disciplina tern inicio antes mesmo do nascimento atraves
do modo como os pais se comportam no relacionamento mutuo Os primeiros dias
de vida e as interac6es com os pais ou pessoas que as substituem sao de
fundamental importancia no desenvolvimento bern ajustado Pois e nessa interayao
que a mae transmite 0 modo de ser da familia e isso e essencial para ajudar 0 filho
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
20
a formar 0 seu ser psicol6gico pois a crianca traz ao nascer apenas 0 seu ser
biol6gico
0 pai deve ter muita saude pSicol6gica para participar do gesto de
alimentat8o que tern urn significado tremendo no ge5to afetivo A crianca nao
precisa s6 de leite 0 leite alimenta 0 corpo 0 afeto e 0 alimento da alma Crian
sem afeto entra em depressao(lIBA 1996)
Deve-S8 ressaltar que 0 limite e diferente de repressao 0 primeiro S8 instala
atraves das puniyoes ja a repressao atraves da culpa A puniy80 age sabre a ato e
a culpa sabre a pessoa Durante 0 desenvolvimento da clianca 0 limite e saudtlVel
quando este refere-s8 apenas aos atos naD desrnerecendo au desvalorizando a
pessoa A crian nao deve se sentir culpada pelos seus atos mas responsavel par
estes (COUlINHO FILHO 2003)
llBA (1996) diz que os pais que exageram na preocupayao com a choro e a
comida estao contribuindo para ter urn indisciplinado dentro de casa estao
desrespeitando a desenvolvimento biol6gico da crian A mae que trabalha fora
sente-se culpada par deixar a filho sozinho na creche au na escola e depois a
superprotege para reparar a culpa acabando par criar urn folgado dentro de casa
o modo como lidar com a liberdade e Dutro fatar influenciador no comportamento da
crianya e do adolescente Impar limites sem submissao e autoritarismo e outro
desafio para os pais que precisam respeitar a espayo de individualidade sem se
submeterem aos seus caprichos
o tema indisciplina oj amplo e muito se tern ainda a pesquisar estudar e
orientar no sentido de ajudar as pais a encontrarem urn caminho mais segura na
educay80 e formayao da personalidade dos filhos que tern inicio nas primeiras
relayoes entre mae e filho
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
21
222 0 Papel da Escola
Se a condi9ao basica e necessaria para a aprendizagem e a integridade
moral e 0 estabelecimento da interalYBo professor versus aluno cnde fatares afetivos
e cognitivos exercem influencias decisivas na busca de realizac68s e de desejos
confirmando-Ihes determinadas caracteristicas inteny68s e significados e na escola
que ocorrem boa parte dos problemas com as quais 0 aluno S8 esbarra lentidao de
raciocinio falta de atenyao desintereSS8 indisciplina entre Qutros encontram as
suas origens na estrutura biol6gica sobretudo quando exposta ao meio ambiente
(POLITY 1998)
Em ambientes cnde estes fatares naD sao considerados relevantes que
alunos com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de indisciplina acabam
sendo rotulados sofrendo puniyoes devido ao seu fracasso escolar Estes
apresentam lalta de interesse desmotiva980 para estudar pregui9a e distra9ao
Com isto os pais e professores nao entendem estas dificuldades e 0 aluno em seu
permanente estado de tensao nao consegue prestar aten~o e participar das aulas
nao obtendo os resultados esperados (MORAIS 1997)
Outro fator importante e a problematica emocional que deve ser considerada
como decisiva na adaptacao e rendimento escolar podendo trazer serias
conseqOemcias ao desenvolvimento e progresso emocional da crianca A escola
deve oferecer condic5es e estabilidade emocional e atraves do diagn6stico precoce
dos encaminhamentos adequados da pr09rama9aO adequada das atividades
escolares e da preparacao do professor atender a esses casos prontamente
poupando assim a crianra e a sociedade do agravamento dessas situac6es
(NOVAES 1970)
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
22
Neste interim surge a psicopedagogia como auxiliar no cicio aluno - familia -
escola quando se instala uma dificuldade de aprendizagem 0 psicopedagogo deve
ter urn olhar para 0 contexte global onde est inserida a criana com dificuldade de
aprendizagem as relac6es familia res e escolares
As crian~s que se evadem da escola em geral sao as mais rejeitadas
Estas criancas precisam ser estimuladas ao relacionamento a responder
adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensao e ansiedade
compreendendo qual e 0 comportamento aceitavel em determinada situacao
E preciso aprender a lidar com a ira e a tristeza a respeitar as diferencas de
modo a encarar as eaisas dificeis aprender a perguntar a negociar a ser mais
assertivo Eo importante somar aos conteudos de hoje as liDes sobre sentimentos e
relacionamentos 0 primeiro passe e aprender a nomear a emoCao compreende-Ia
a partir de suas express6es faciais corpora is E essencial que 0 professor amplie
sua ViS80 sobre as quest6es emocionais desenvolvendo autodisciplina vida
virtuosa capacidade de motivar-se de enfrentar press6es e resolver conflitos
Por tudo isso a escola tem 0 compromisso moral e etico de se preocupar com
o desenvolvimento dos alunos reinventando as aulas e proporcionando a sintonia
do conteudo a capacidade de aprender Considera-se muito importante que a familia
e a escola estabelecarn urn vinculo para tentar mUdanyas em relaC80 it falta de
atenC80 e indisciplina no sentido de ajudar 0 aluno a evitar maiores dificuldades
crises e stress
ANNA FREUD (1971 p162) considera que as normas escolares prestam
pouca ou nenhuma atenC80 as diferencas individuais
o aluno deve sentir-se desafiado e envolvido no processo a todo instante A
capacidade de empatia entre professor e aluno e 0 segredo do sucesso no
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
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bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
23
relacionamento entre ambos A auto-estima e urn ponto tambem fundamental para
um comportamento bem integrado
Num sistema educacional problematico como 0 do Brasil unido ascaracteristicas pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita5es
do professor e toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sal a
de aula interferem na aprendizagem como urn todo Pais e professores devem estar
atentos para educar desde os primeiros dias de vida para a disciplina que nao
5ubmete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemple e 0 dialogo
E preciso que a escala como urn todD e principal mente seu corpo docente
ampliem a consciencia a respeito da responsabilidade que tern em relacao ao futuro
dos seus alunos e alem disso que possam perceber a importancia do bern estar
psicol6gico como uma situacao fundamental para a aprendizagem satisfat6ria A
escola pode e deve propiciar ao aluno seguranca emocional para que ele possa
vivenciar vinculos saudaveis com seus professores e colegas
Espera-se que Utenham uma visao positiva da vida e sentido de humor que
sejam capazes de apreciar 0 valor de uma boa risada para eliminar pequenos
ressentimentos e aborrecimentos que prejudicam 0 crescimento do aluno (MOULY
1979 p 134)
E urgente a necessidade de uma nova escola desenhada para a mente e 0
cora~ao que ensina autocontrole empatia a arte de ouvir de resolver conflilos de
cooperar
A indisciplina pode ser definida como
Indisciplina e a recusa de $ubmeter-se as regras de aprendizagem educativa e a seu sistemade transmissao institucional Relacionada com 0 contexto familiar e escolar a indisciplina eum dos sintomas dos disturbios da inf~ncia e da adolescencia Quee preciso situar no campomutti~imensional da~ i~teracOesentre processos de aprendizagem e finalidades da educayaorelayao educadorlsuJeltolgrupos de alunosJclasse sistema de avaliacao e risco de fracasso
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
24
Ultrapassando 0 simples registro dos disturbios de carater a indisciplina tern a ver comfatores psicossociais que dao sentido a essa forma de insubmissflo (DORON et ai 1998)
Para VASCONCELLOS (1995) as manifesta90es de indisciplina na escola e
na sal a de aula sao urn problema a ser analisado na sua totalidade levando-se em
conta a familia as mudan~asocorridas na escola a professor a sociedade a crise
dos sentidos e dos limites considerando-se que 0 que se entende por disciplina e
como construi-Ia nurn processo de interarao entre 0 adolescente e a
professorescola
A educaC8o no seu verdadeiro sentido naD se faz sem autoridade pais 0
educando precisa do referencial do educador a fim de ter base para a constru9ao do
seu eu Muitas vezes 0 professor nao consegue disciplina porque nao tem
autoridade diante dos alunos Normalmente 0 professor fica esperando que 0 aluno
traga urn reconhecimento natural para com sua pessoa historicamente esse tempo
passou 0 tratamento de respeito tem que ser conquistado pelo professor
(VASCONCELLOS 1995)
A questao fica complicada quando temas como profissionais da educayao
elementos totalmente alheios e nao educados para a realidade atual Alem da falta
de dominio dos conteudos a serem ensinados falta-Ihes a capacidade de perceber
essas transforma90es hist6ricas que vern ocorrendo no relacionamento educando x
educador Falta-Ihes conhecimento do desenvolvimento humane e psicol6gico de
seus alunos E por fim suas pnticas pedag6gicas sao pobres de metodos que
propiciem a intera9aOe a construyao do conhecimento no respeito mutuo falta-Ihes
autoridade e capacidade de administrar a indisciplina gerada pelos fatores citados
Esses professores podem se deparar com criancas com transtorno desafiador
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
25
opositivo e muitos deles carecem de orientaCiies de como lidar com este tipo de
conduta
A disciplina escolar e urn conjunto de regras que devem ser obedecidas para
o exito do aprendizado escolar Portanto ela e uma qualidade de relacionamento
humano entre 0 corpo docente e 0$ alunos em uma sala de aula e
consequentemente na escola respeitando as caracteristicas de cada urn dos
envolvidos (TIBA 1996)
Para que haja disciplina em sala de aula isto e alunos motivados satisfeitos
com a aula e necessaria que 0 professor seja urn grande conhecedor do que
ensina da realidade que 0 cerca e tenha a capacidade de envolver 0 aluno na sua
sala usanda uma metodologia e uma didatica que nao deem margem a apatia ao
cans890 a monotonia para ambas as partes 0 aluno deve sentir-se desafiado e
envolvido no processo a todo instante A capacidade de empatia entre professor e
aluno e 0 segredo do sucesso no relacionamento entre ambos
Para TIBA (1996) a indisciplina na escola e vista como conseqOencia do
sistema educacional brasileiro que afeta diretamente as rela90es dos individuos em
sal a de aula e na escola Urn sistema total mente falido unido as caracteristicas
pessoais de cada aluno as caracteristicas relacionais as limita~oes do professor e
toda influencia do comportamento social trazido para dentro da sala de aula A auto-
estima e citada pelo autor como fundamental para um comportamento bem
integrado Ele aponta tambem inumeras sugestiies para os pais e professores no
sentido de como educar desde os prirneiros dias de vida para a disciplina que nao
submete mas dignifica 0 ser humano tendo como base 0 exemplo e 0 dialogo
Por outro lado encontra-se a escola tentando cumprir a sua funCao (orientar
na constru~ao do conhecimento) e freqDentemente quando 0 professor se depara
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
26
com um alune que esta precisando de ajuda no aspecto emocional encontra-se
despreparado para lidar com a questao reagindo com intolerancia Consideram
muitas vezes mais tacil fazer julgamentos como 0 alune naD tern jeito bulle da
familia tal todos as irmaos desta familia ja fcram meus alunos e sao todos i9uais
Eventualmente recusam-se a participar de cursos de atualiza9ao e aperfei90amento
e preferem adetar a postura de que sabem que 0 alunD naD tern jeito mesma e nada
S8 tern a fazer a que favorece 0 rebaixamentoda auto-estima do alune e 0
agravamento do problema gerando disc6rdias e aborrecimentos na escola
Urn Dutro aspecto a ser considerado e que tudo sa tornaria mais facil para a
crianca se ao ingressar na escola ela pudesse encontrar um ambiente acolhedor
com regras bern definidas professores conhecedores dessa realidade com
formacaopsicol6gica para propiciar momentos de tomada de consciencia do porque
daquele comportamento fazendo acontecer a catarse e redirecionando as modos de
agir de tais crian~s e adolescentes Porem a realidade das escolas e bem outra 0
proprio ambiente e a mentalidade favorece que ela a crianca a adolescente
coloquem toda a agressao reprimida suas neuroses seu 6dio seus sentimentos
de culpa sua revolta contra a autoridade e a patrimonio escolar Muitas vezes 0
atuno encontra professores que nao se libertaram dos traumas e problemas dos
quais eles mesmos foram vitimas na primeira infancia alern de desconhecerem e
nao saberem lidar com a crianca e 0 adolescente problematico pelo desprepara
pedag6gico e a falta de metodos adequados e atrativos para prender a aten9ao e 0
interesse de seus alunos Sua pratica pedag6gica e pobre de recursos e estrategias
que desafiem e motivern tais alunos a se auto valorizarem elevando a auto-estima
Urn dos pontes mais comuns entre as indisciplinados e a sentimento de
menos valia aem da fata de conffan9a nos contatos e na produtividade Percebe-se
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
27
assim que para reverter essa questao naD basta trabalhar com a aluno E
necessario urn trabalho junto aos professores e familias criando estrategias que
modifiquem 0 ambiente e urn relacionamento mais verdadeiro mais equilibrado
deve ser estabelecido em todos as sentidos - trabalhando-se em equipe
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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50
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ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
28
3 0 CASO DE UMA CRIANCA COM TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
Foram utilizadas entrevistas com a mae professores e irmaos Encontros com
a crian-a em sess6es com durayao de 50 minutos cnde utilizou-se de metod as
como desenhos brincadeiras jogos regrados massa de modelar
31 HIST6RIGO DO GASO
F e urna rnenina de cinco anos cayula tendo um irmao de 21 anos e urna
irma de 17 anas de idade
o pai faleceu com 49 anas ha apraximadamente 01 ana e a mae atualmente
com 49 anas teve F com 43 anas
o pai fai marta par paliciais em frente a sua casa Estava bebada e saiu a rua
armada e um carro da palicia apareceu e 0 viu sentado na calcadalogo depois
vieram muitas viaturas e a mae pediu que levassem 0 marido para passar a noite na
cadeia mas que naD fizessem nenhum mal a ele Neste momento 0 pai de F
comeyou a atirar e aS policiais (segundo a mae 18 policiais aproximadamente)
invadiram a casa e comeyaram a atirar A familia fa para os fundos da casa e a mae
passou F par cima do muro para a casa da vizinha Quando a familia voltou para
frente da casa as paliciais disseram que a pai de F estava ferida na perna e
levaram-na para a hospital mas segundo a relata da mae ele ja estava marta e
havia na verdade levado urn tiro na cabeca F nao viu a cena mas escutou tudo
Ganforme relata da mae a partir da data do acarrida F naa abedece faz de
canta que naa escuta e quando quer alga came9a a tremer A mae diz que a filha
29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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29
ficou assim desde a marte do pai pais este a bajulava muito fazia tudo 0 que ela
desejava
F sempre foi mimada pelo pai este nunca repreendia a filha por algo de
errado que ela fizesse Para 0 pai F nunca estava errada inclusive quando ela e a
irma mais velha brigavam 0 pai sempre ia em defesa da mais nova e para protege-
la amea98va bater na mais velha
A queixa principal da mae e que F comeya a tremer quando quer algo de que
gosta muito nao obedece a regras e Iimites impostos pelos responsaveis
Nas observayiies comportamentais notou-se que F testa os limites dos
adultos para conseguir 0 que deseja e as pesso8s que a cercam para se livrarem
das birras acabavam por fazer 0 que ela queria Mas essas mesmas pessoas
comeyaram a perceber que a falta de regras e limites jil ultrapassava 0 limite do
suportaveJ
Segundo HANISH et al (1999) 0 transtorno desafiador opositivo aparece
antes dos 10 anos Normalmente torna-se aparente na idade pre-escolar que e 0
caso desta crianga
Na escola F naD interagia com as colegas na hara de fazer brincadeiras em
grupo nac conseguia se relacionar com as colegas quando a professora pedia para
fazer alguma atividade F fazia do jeito que queria e nao como a professora
solicitava
Para que houvesse progresso no tratamento foi fundamental que a mae e as
demais pessoas que rodeiam a crian~a modificassem sua forma de agir e para que
isso ocorresse foi preciso fazer urn remanejo de conduta dessas pessoas Fez-se
pois necessaria orientacao e treinamento para auxilia-Ios nesta mudanlta
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
30
32 EVOLUCAO DO CASO
As intervenyoes utilizadas neste casc com a mae fcram em forma de
orientayao na freqOencade pelo menDS uma vez par meso Mais recentemente este
trabalho com a mae vern sendo feito a cada quinze dias
Em conversa com a mae esta mencionou que naD queria fazer como seus
pais naD que eles fassem ruins disse ela mas eles nao conversavam e naD tinham
tempo de dar aten9ao e de ensinar os deveres da escola Tudo 0 que ela aprendeu
na escola foi par esforyo proprio e naD queria que isso acontecesse com sua filha
entaD ela au as irmaos mais velhos sentam com F e a ensinam
Mais tarde foi feita uma entrevista com a professora e esta mostrou todas as
li90es de F e disse que aquelas atividades nao haviam side feitas pela crian9a e sim
por seu irmao e que a professora ja havia mandado bilhetes pedindo que nao
fizessem mais as atividades da escola par F A mae foi orientada a dar mais
incentivo a F em lugar de fazer os deveres por ela pois F nilo tinha problemas de
aprendizagem mas par falta de incentivo poderia vir a ter
Com F foram utilizadas brincadeiras como pintura com aquarela desenhos
massa de modelar hist6ria infantis Atraves destes me-todosforam utilizados refor~o
e a punicao quando necessarios
o refor9Q foi atraves de elogios sorriso e aten9ao quando F realizava urn
comportamento desejavel A punitao consistiu em retirar uma atividade que ela
gostava muito como desenhar OU tambem ignorar a sua atitude mantendo a calma
No terceiro encontro F mencionou 0 pai dizendo que ele comprava doces
para ela mas nao quis continuar falando sobre ele alegando que 0 irmao mais velho
nao gostava Mais tarde em outras sess6es tornou-se claro ser isto fantasia sua
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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50
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
31
Nos primeiros encontros corn F ela demonstrou S8r cordata entretanto a
partir do quarto encontro F mostrou comportamentos de manipula9ao ou seja
querer controlar a situacao e que tude salsse da forma que queria para que todos
as seus desejos fossem realizados atitude comum em casa ou na escola
A quinta sessao foi para verificar a interacao de F com a mae F mostrou-se
intransigente naD obedeceu a nenhuma das ordens da mae na hora de guardar as
brinquedos gritou com a mae e esta demonstrou claramente nao conseguir dar
limites a sua filha A mae conseguiu dizer neste momento que se F estivesse em
casa iria apanhar com uma varinha mas ista naD adiantou pais F ficou irredutivel
Ao final da sessao quando tudo estava no seu devido lugar F ja estava agindo como
se nada tivesse ocorrido a mae mencionou que F era muito nervoS8
A partir da sexta sessao loram leitos contratos com F os quais ela aceitou
com lacilidade
Apos 0 contrato feito na sessao anterior na setima sessao foi trabalhado a
limite atraves de acordos leitos com F como pedir para que ela escolhesse
somente tres tipos de brinquedos da caixa que s6 iria embora quando a horario da
sessao terminasse e que as Iimites seriam colocados pela terapeuta Com estas
regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela queria
A partir da oitava sessao loi levantada a hip6tese do problema de F ser
transtorno desafiador opositivo pais ela demonstrou as comportamentos de querer
dominar e mostrar que poderia mandar mas com muita paciencia foram impastos
limites atraves do silencio mostrando que nem tudo poderia ser como ela queria e
assim acabou aceitando
A nona sessao loi destinada a orientar a mae em como agir com a filha e loi
proposto para que a mae assistisse a proxima sessao atras do espelho
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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50
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
32
Como foi sugerido para a mae na sessao passada ela ficou ats do espelho
para ver como a filha interagia e poder verificar qual seria a melhor forma de lidar
com ela
A decima segunda sessao foi destinada a mae para verificar como estava 0
comportamento de F fora da terapia Ela comentou que 0 comportamento da filha
melhorara muito que as tremores 56 ocorriam esporadicamente Foi orientado amae que quando Dcarressem as tremores ela deveria fazer de conta que naD havia
percebido nada
Foram feitas diversas sess6es seguidas mais precisamente da decima
terceira il decima setima com F destinadas a trabalhar regras e limites Este
trabalho foi realizado atraves de acordos com F como por exemplo pedir que ela
escolhesse apenas tres brinquedos da caixa au escolhesse entre desenhar e ouvir
historias au ainda entre conversar e brincar tambem poderia escolher entre brincar
de casinha e desenhar
A decima oitava sessao foi urna sessao diferente pOis foi destinada aprofessora de F para verificar como F estava S8 comportando e se relacionando
com colegas em sala de aula enos interval os A professora levantou a hip6tese de F
ter problemas de aprendizagem pois as atividades escolares dela nao eram
compativeis com a de seus colegas de classe Mas foi constatado atraves das
atividades que eram enviadas para serem feitas em casa que 0 que faUava para F
era estimulo pOisseu irmao fazia suas atividades por ela
Foram feitas duas sessoes seguidas (decima nona e vigesimal para
comprovar se havia problemas de aprendizagem com F Sessoes estas de recorte e
colagem e de hist6ria (Cinderela) Com estas atividades pode se constatar que F
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
33
tern plena capacidade de realizar tarefas sDzinha talvez com uma pequena
orienta9ao quando solicitado por ela
A vigesima primeira foi mais uma sessao dedicada a orient89ao a mae
quando esta mencionou que Festa cada vez melhor seus tremores quando quer
chamar a aten9ao estao diminuindo a cada dia
No vigesimo segundo encontro com F a interven9ao utilizada foi 0 desenho
Eta desenhou margaridas e mencionou que se fosse uma planta queria ser uma
margarida e S8 fosse urn objeto queria ser uma estrela Ja na sessao seguinte que
foi a vigesima terceira a intervencao utilizada foi brincar de casinha cnde F mostrou
a sua intera9ao familiar dizendo que trabalhava em um hotel (como na realidade sua
mae trabalha) 0 marido trabalhava em hotel e seu pai estava muito doente (na
realidade ja e falecido) e tinha muitas dores no corpo
Ate 0 momento foram feitas as vinte e tres sess6es aqui descritas nas quais
a crianya demonstrou significativas mudantas no comportamento
33 ANALISE DO CASO
Inicialmente F nae obedecia fazia de conta que naD escutava e quando
queria algo come9ava a tremer nao obedecendo a regras e limites impostos pelos
respons8veis A mae dizia que a filha ficou assim desde a morte do pai pais este a
bajulava muito fazia tudo 0 que ela desejava
Notou-se que F testava os limites dos adultos para conseguir 0 que desejava
e as pessoas que a cercavam para se livrarem das birras acabavam par fazer 0
que ela queria
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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50
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
34
Na escola nao conseguia se relacionar com os colegas quando a professora
pedia para fazer alguma atividade F lazia do jeito que queria
A mae de F fazia as atividades par ela dizendo que ~nao queria tazer como
seus pais naD que eles fassem ruins mas eles naD conversavam e naD tinham
tempo de dar atenC80 e de ensinar as deveres da escola
Durante 0 tratamento F inicialmente demonstrou ser cordata posteriormente
mostrou comportamentos de manipulayM querendo controlar a situayao e
procurando forcar que todos as seus desejos fassem realizados Na presenva da
mae nao obedeceu a nenhuma das ordens dela gritou e ficou clara a dificuldade da
mae em dar limites a filha F mostrava-se muito irritada
Foram feitos contratos com F e passou-se a trabalhar atraves de acordos as
limites Com estas regras F foi compreendendo que nem tudo poderia ser como ela
queria
No tratamento foi fundamental que a mae e as demais pessoas que rodeiam a
crianya modificassem sua forma de agir Foi orienlado a mae que quando
ocorressem as tremores ela devena fazer de conta que nao havia percebido nada
Em sessao com a professora de F constatou-se que a hipotese de
problemas de aprendizagem se apresentava mais em lace da lalta de estimulo para
que esta realizasse suas pr6pnas atividades ao inves de que outras pessoas as
fizessem por ela Foram leitas sessees com a finalidade de comprovar se F tinha
problemas de aprendizagem e verificou-se que esla linha plena capacidade de
realizar as tarefas sozinha Em relayao a interayao familiar F dramatrizou em uma
atividade que sua mae trabalhava em um hotel 0 que correspondia a realidade e 0
marido trabalhava em hotel que seu pai estava muito doenle e tinha muitas dores
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
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S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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50
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Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
35
no corpo quando na realidade seu pai ja era falecido Mostrava com isso a falta que
a funy80 paterna Ihe fazia
A mae de F I numa sessao dedicada a sua orientay8o mencionou que F
estava cada vez melhor e que seus tremores para chamar a atenC80 estavam
diminuindo a cada dia
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
algumas estrategias
bull Premiar ou recompensar a born comportamento - sempre que a crianca
tiver atitudes corretas devemos ressaltar este tatoo E bern comum que as
pais muito ocupados com tarefas cotidianas esqueltam de elogiar
somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
bull Diferenciar premiar de dar coisas materiais - apesar do consumismo
vigente as crianvas ainda valorizam mais urn carinho urn elogio sincero
reconhecimento do esforco do que presentes dinheiro e viagens
Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
comprarmos as crianras pois desta forma elas aprendem a agir de modo
calculista Se dermos nosso carinho e aprovayao seu ego se fortalecera
sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
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necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
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desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
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5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
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lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
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permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
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Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
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__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
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__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
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WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
36
4 ORIENTA~OES AOS PAIS
ZAGURY (2001 p59) na complexa tarefa de dar limites sem ser autocratico
ou seja de como disciplinar sem bater OU sem ser coercitivQ com a crianya sugere
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somente lembrando de ralhar quando os ftlhos fazem algo errado Desta
forma as criancas entendem que naD vale a pena fazer tudo certinhon
pois nao recebem aprova9ao A melhor forma de alcan9ar um objetivo
educativo e elogiar incentivar e ressaltar tudo a que a crianca fizer de
positivo
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Eventualmente pode-se presentear materialmente mas e importante nao
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sua auto-estima se elevara e gradualmente a crianya sentira prazer em
agir de forma adequada
bull Fazer com que a crianya assuma as conseqOemcias dos seus atos - com
carinha e naturalidade devemos conversar e agir apontando seus erras e
fazendo com que reftitam sobre as atitudes incorretas antieticas ou
egocentricas tomando 0 cuidado de deixar claro que 0 que desaprovamos
37
sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
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sao as atitudes incorretas e naD suas caracteristicas pessoais 5e mesma
ap6s a explica~o a crianca reincidir na atitude incorreta entao e 0
momento de faze-Ia compreender que e responsavel pelos seus atos e
tambem pelas suas conseqGencias Deve-se ressaltar as consequemcias
do ato born carinho aprova~o estimulo etc Como do ato incorreto
desaprova9ilo nao reforyamento deixar de fazer algo que gostam etc
Deve-se ter em mente que as elogios premiacoes bern como as puni90es
devem ser proporcionais ao fato Ou seja e necessario que se tenha born sensa e
equilibrio para que as acoes sejam autenticas e valorizadas pel as criancas
COUTINHO FILHO (2003) tambem sugere algumas possibilidades para
colocar parametros de limites para a crianca
bull Nao coloque limites conforme seus desejos pessoais
bull Demonstre que voce e as demais adultos tambem tern limites a respeitar
bull Diga qual puni9ilo a ser dada para cada limite ultrapassado e nao deixe de
executa-Ia
bull De puniyoes brandas para atitudes brandas e puniyoes pesadas para
atitudes pesadas
bull Deixe claro que a puniyao Eo pelo ate e nao pela pessoa
bull Justifique os motivos do limite Nao faca isso porque nao quero ou nao
gosto nao Eo justificativa
bull Repita quantas vezes for necesstuio
bull Use sua autoridade sem provocar submissao e mal estar
bull Use da afetividade para impor limites
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ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
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HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
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SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
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__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
38
ZAGURY (2001) destaca pontos importantes para nao perder a autoridade
perante os filhos
bull Cumpra 0 que disse (seja premia ou conseqOemcia) ou seja ameacou
execute prometeu faya
bull Seja coerente 0 que nao pode nao pode nunca (salvo raras excessoes)
nao mude de atitude como quem mud a de roupa (au de acordo com 0 seu
humor)
bull Faya com que seus filhos gradualmente assumam responsabilidades
Deixe que eles participem das decisoes sabre premios ou conseqOeuromcias
- isto ajuda a amadurecer e compromete a crianca e as jovens que
aderem mais ao que ajudam a construir (mesma que sejam sans6es para
eles proprios)
bull Cuidado com 0 que diz e com 0 modo como diz - critique 0 ato nunca a
pessoa ou a personalidade de seus filhos Trate somente do assunto que
S8 esta analisando no momento naD desenterre coisas do passado sem
necessidade Nao fique com pena da crianya se ela chorar ficar triste
nao talar com voce E melhor ela ficar triste hoje mas aprender a respeitar
o pr6ximo a 5i propria e a palavra empenhada do que sofrer futuramente
nos seus relacionamentos interpessoais
Segundo TIBA(2002) os filhos nao vem com manual pois eles mesmos sao 0
manual au seja cada criancaencerra uma individualidade e a cada dia os pais irao
aprendendo com cada filho E importante neste aprendizado os pais privilegiarem 0
desenvolvimento relacional atraves de um procedimento basico que deve ser
aplicado a cada fllho Para TBA (2002) ese procedimento e valido para qualquer
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
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Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
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Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
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conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
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S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
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50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
39
relacionamento entre pessoas de qualquer idade mas que e relevante na formaC8o
da auto-estima da criancadesde 0 seu nascimento Para 0 atendimento integral a
uma crian9 sao cinco os passos parar ouvir olhar pensar e agir (TIBA 2002
p127)
TIBA (2002) descreve os cinco passos da seguinte forma
1 Parar - parar 0 que estiver fazendo ou pensando e dar atenyao total acriancaCasa naD possa parar naquele exato momento vale colaear uma
das maos no ombro da crian9 enquanto diz que logo vai atende-Ia A
crianya deve ficar esperando ali juntinho de voce Pode ser que ela queira
sair para voltar logo depois Se a iniciativa de sair for da crianca a
responsabilidade de voltar sera dela Mas deve evitar ao maximo dizer
para a crianca ocupar-se com Dutra caisa enquanto voce termina 0 que
esta fazendo Nem sempre ela volta outra vez pelo mesmo motivo E
tambem fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre 0 que a
crianca vai fatar Se voce pensa ~Iavern aquela chata me encher Dutra
vez seu cerebro ja esta preenchido em parte com esse pensamento e
voce perde a chance de atende-Ia integralmente
2 Ouvir - e a parte racional Os pais devem olhar no funda dos ahos da
crianca como se a Duvissem com as ahos A criany8 precisa aprender a
se expressar Nao se deve tentar adivinhar 0 que ela quer Quando pede
alguma coisa esta desenvolvendo sua capacidade de pensar de formular
uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam
compreende-Ia
3 Olhar - e a parte instintiva Num piscar de olhos uma pessoa consegue
ver tantas coisas que levaria muito tempo explica-Ias em palavras Tudo 0
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
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bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
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permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
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Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
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49
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OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
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SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
40
que se percebe visualmente tambem tem que ser considerado para
compreender a crian9a
4 Pensar - lados os elementos percebidos tanto visualmente quanto
verbal mente mais 0 sentido educativo que se que ira imprimir na forma9ao
da criana devem fazer parte da resposta a ser dada Sentido educativo e
o objetivo a ser atendido com a educaao que esta sendo dada (Quer que
o filho seja egoista Coloque-o sempre em primeiro lugar em detrimento
dos outros e diga sim a todos os seus desejos Quer que ele seja feliz
Ajude-o a desenvolver a satisfailo pelo que e e pelo que consegue fazer
a tolerimcia a compreensao dos Qutrosa vontade de ajudar a quem pede
e a etica do bem)
5 Agir - essa aao ou resposta deve ser bem clara e objetiva Melhor ainda
se voce puder se assegurar de que a crianca real mente saciou sua
vontade
E importante ressaltar que os cinco passos devem ser utilizados em todas as
situayaes desde 0 tombo da crian98 pequena ate quando a crian98 crescer Ao se
utilizar este procedimento basico as atitudes dos pais tendem a ser coerentes Par
exemplo se uma crianca calr naD e necessaria as pais sairem desesperados em
todas Situ8COeS mas avaiar se 0 tombo foi grave QU se foi urn tombinho que naD
precisa de maiores cuidados Tambem as pais naD devem sair dizendo que chao
feio que passa a falsa ideia que 0 chao e culpado pelo seu tombo a criana tem
que aprender que ela deve ter cuidado Se ela se choca uma ou duas vezes numa
mesa ela aprende a ter cuidado por sua pr6pria experiencia TIBA (2002 p133)
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
41
destaca que a afobayao e a reacao exagerada dos pais geram inseguran9a na
crianca
Outre fato bastante comum e as pais deixarem as ftlhos ganharem jogos par
exemplo tentando agrada-Ios mesmo que os deseduquem As crian9as tern uma
sabedoria natural Brincam e competem de acordo com as conhecimentos e as
capacita90es de que disp6ern E mais facil para 0 pai brincar como se fosse crian98
e deixar 0 filho ganhar sempre Esse comportamento contudo da a crianca uma
visao irreal do que e jogar Ganha-se algumas vezes perde-se outras (TIBA 2002
p136) Ou seja e mais educativ~ para a criana descobrir que podemos ser bons
em algumas caisas mas nao em tudo Passa-se uma experiencia da realidade para
a crianC8
TIBA (2002) tambem cita 0 caso de colocar a crian9a no colo enquanto se
dirige urn carro A crianC8 tern a falsa sensacao de que comanda 0 veiculo mas issa
nao passa de urn poder irreal Ao dirigir urn carrinho de brinquedo ela poderia de fato
se sentir poderosa IS50 sem falar que quando 0 filho crescer ao 15 anos par
exempla vai querer sair com 0 carro do pai mesmo sem poder Mas quando era
criancaeu podia
o caso classico da criancaquerer dormir com os pais tambem e abordado por
TIBA (2002) segundo 0 autor 0 ideal e que desde bebe a crian9a deve aprender a
dorrnir no seu lugar mesmo que ache mais gostoso aninhar-se entre os pais Ir cada
urn para sua cama da 0 sentido de que cada urn tem seu territorio ai tambem
estamos delimitando limites onde sao respeitados 0 so no e 0 espacode cada urn
Crian~asmaiores que ja andam devem ter um lugar (ou quarto) proprio para dormirMesmo que ocasionalmente adorme~am na cama dos pais e importante que sejamlevadas a sua cama para que acordem la Nao devem adquirir 0 habito de dormir nacama dos pais Tenha paciencia e fale claro em born tom olhando seriamente nofundo dos olhinhos dela ~Cada coisa no seu lugar cada pessoa na sua cama~
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
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Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
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bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
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5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
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REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
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DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
42
Quando a crian(f3 percebe que 0 limite e coisa sena e vai ser cumprido procura seajustar(lIBA 2002p115)
OLIVEIRA (1999 p120) enumera as diversos problemas que causam a fato
dos filhos permanecem no quarto dos pais na hora de dormir considerando-as de
difieil recupera~aoposterior
1 Faita de valorizayilo da privacidade tanto do casal como da crianya
2 Mantem a relacao simbi6tica au seja a li98980 existente entre mae e
bebe prejudicando 0 desenvolvimento emocional da crian93
3 A crianya tende a formar relayao de dependencia da protey80 e da
preseny8 dos pais ate mesma durante 0 sono
4 Quando chegar a fase em que a crianca elege entre 0 pai e a mae 0 seu
preferido tenta afastar 0 autro esticando-se e virando-se na cama de
modo a deixar a preterido desconfortavel a ponto deste mudar de lugar
sair da cama e ate mesma do quarto
E importante ressaltar que sempre as regras devem ser claras e naD sujeitas
a mudancas pois a organizacao interna dos filhos fica muito prejudicada se dormir
au nao na cama dos pais se transforma numa possibilidade que depende apenas do
humor dos pais ou de quanto 0 filho se recusa a dormir sozinho (chorando
acordando diversas vezes etc) A crian9a com autonomia de sono e mais
independente e feliz (TIBA 2002 p116)
Enfatiza-se que na maiaria dos casas as pais permitem que as criancas
fiquem ate mais tarde no quarto deles nao e par uma exigemcia ou necessidade da
crianya mas par alguma deficiencia desequilibrio au imaturidade dos proprios pais
(OLIVEIRA 1999 p122)
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
43
Em relaiio ao choro da crian9l ressalta-se que ha dois tipos de choro 0 que
expressa dor e 0 que busca pader
Se 0 filho descobrir que pade usar a chom como fonte de poder as pais estaoperdidos Nunca mais saberao dizer se ele chara par dar au poder Urn chore depoder Necessita dos olhos e dos ouvidos de quem se quer dominar Ingenua acrianya que usa 0 choro como pader para imediatamente apes conseguir 0 que querOai a importancia de as pais ficarem atentos para nao ser manipulados (TIBA 2002p158)
o choro que apela para 0 lade coitadinho inspira ternura Eo urn tipo de
manipula9ao que busca 0 dominio pela chantagem aletiva Eo dilicil neutralizar 0 uso
do choro como arma
Segundo liSA (2002 p159) Urn pouco de dor nao matara a crian9a assim
como urn poueD de pader nao matara as pais ( ) Se traumas infantis matassem a
humanidade estaria extinta Nao ha filho que nao tenha side contrariado A imensa
maioria deles tern condi90es de agOentar contrariedades 0 autor destaca que pais
que sao soHcitos ao extrema nao trayam um born e segura trajeto para seguir 0
resultado e que a crianya fica insegura pais perde a confianca neles ela pressente
que as pais nao tern firmeza nas suas decisoes e sao manipulaveis
Deve-se tomar cuidado com as exageros urn erro cometido pelos pais
desde que nao seja baseado na violencia em surras socas e pontapes naa traz
problema nenhum Atos como esses descarregam a raiva mas nao tern forlta
educativa pois violmcia s6 gera violencia (liSA 2002 p159)
Em rela9aOaos pais lazerem as tarelas pelos filhos ou ainda pior comprar os
resultados ressalta-se que este tipo de atitude nao ajuda a crianlta cria
dependencia e compromete 0 desenvolvimento escolar Alem disso as pais acabam
privando os filhos do gosto de uma conquista dando uma mensagem subliminar de
que eles sao incapazes Os pais nao devem privar os filhos do gosto de uma
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
44
conquista Deem-Ihes seguran~ em suas tarefas mostrem como se faz e que eles
tern capacidades para executa-las corrijam as naD acertos com pacieuromcia
estimulern-nos a tentar de novo e mostrem que ate nos erros sa pade aprender
alguma coisa (OLIVEIRA 1999 p132)
Para os adultos pequenas tarefas OU brincadeiras sao filceis de realizar mas
a criancatern seu proprio ritmo desta forma 0 adulto deve entrar no ritmo infantil
para interagir com a criancaOutro fator que deve ser ressaltado aos pais e que a
crianC8 tern muito mais prazer durante 0 processo de realizacao do que 0 resultado
em si ou seja ela prefere gastar mais tempo montando do que admirando 0
resultado final 0 prazer est na execu9ao e nao no produto final Por isso ecomum as crianyas desmontarem urn brinquedo que acabaram de montar s6 para
come((arem tudo de novo a proce5so encerra mais descobertas e tentativa5 de
como 5e fazer por i550 para a crianra perde a gra((a 5e a adulto monta ou faz algo
para ela somente admirar 0 resultado final Alem disso isso prejudica a auto-estima
da criana e a confian9a em sua pr6pria capacidade de realiza9iio Segundo
OLIVEIRA (1999 pAD)
As crian9as podem e devem ser convencidas desde cedo de que a satisfa~o pode edeve ser conquistada Tanto a familia quanto a escola devem Ihe proporcionar e5saexperiencia Cada vez que uma crian9a alcan~a satisfa~o ao completar um desafiosobe um pouco mais Cada satisfayao fortalece a confiana de que 0 esfono vale apena E iS50 desenvolve a auto-responsabilidade Quando crescer e penetrar noexigente mundo adulto onde tudo 0 que da satisfa9c3o deve ser conquistado estarapreparada Todo ser humano deve sentir-se responsavel pela sua vida pelas suasconquistas pelas suas al)i)es pelos seus resultados positiv~s ou negativ~s masdeve aprender isso desde muito cedo Uma pessoa que assume a auto-responsabilidade e aquela que responde pelos seus atos
Em crian((as com transtorno desafiador opositivo sendo comum a
desobedielncia e importante destacar que deve-se estabelecer criterios bern claras
de abediimcia au seja do que sera ou nao tolerado Em casas mais extremos pode-
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
45
S8 utilizar a fOf9a fisica para colocar limites ista naD significa usar de violemcia mas
segundo sugere TIBA (1996 p169) os pais nao devem dar um murro mas um
empurrao bem sentido que doa no cora9ao ( ) Tapa de mae que 0 filho sabe
merecer nunea machuca Tapa de mae que 0 filho sa be merecer e naD vern
deseduca
Para TIBA (1996) as crian9as devem aprender desde cedo duas leis a lei
natural (a lei do mais forte) e a lei da sociabilidade Assim pais devem ser
respeitados inicialmente par ser pai provedor e par ter mais experiemcia e
fisicamente par ser mais forte Este tipo de atitude ensina a crianca a lidar com
limites e a S8 proteger par exemple na escola ela naD vai entrar numa briga com
alguem mais forte que ela mesmo estando certa pois isso pode significar ticar
seriamente machucada Obviamente que S8 deve ter muito cuidado ao ensinar acrian9a a lei do mais forte Inicialmente as pais jamais devem espancar 0 filho
descarregando suas frustracoes pois isso nao seria ensinar limites mas sim ensinar
a transgredi-Ios Paralelamente a lei do mais forte hoi a sociabilidade com seu
sentido moral e etico como nao fazer ao outr~ aquilo que nao queremos que nos
fayam e 0 respeito as pessoas mais experientes ou em posiyao de autoridade
Confiar no filho e antes de tudo estimular a responsabilidade e orienta-Io e
deixa-Io assumir a sua vida Muitos pais se preocupam em demasia com os filhos
tirando-Ihes a autonomia e a liberdade de optar e tentar Demonstram dessa forma
que nao confiam nos filhos dificultando-Ihes 0 desenvolvimento da autoconfianya
Assim a crianya sente-se fragilizada e impotente perante situayoes que exijam um
pouco mais dela mesma Facilmente se torna dependente e com isso pode causar
prazer aos pais e principalmente a mae que se sente cada vez mais uti I para 0 filho
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
46
Os pais devem desde muito cedo delegar responsabilidades aos filhos Isso dara a
eles urn sentido de confianca e de autonomia criando a auto-responsabilidade e a
autodisciplina OLIVEIRA (1999 p41)
Quando as filhos desobedecem e necessaria repreende-Ios rapidamente para
que aprendam 0 que e certo au errado fazerem Para auxiliar as pais nesta tarefa
apresenta-se a seguir uma lista de repreens6es e quando usa-las (VEJA 2000)
bull Encenayao quando seu filho tern ataques de birra e gritos no restaurante
e nada funciona pegue-o pela mao e calmamente leve-o embora Ele
tendera a fazer diferente nas pr6ximas vezes
bull Olhar quem foi filho conhece aquele olhar fulminante it prova de
malcria90es
bull Repeti~o diga nao sempre que a crianC8 quiser fazer alguma caisa que
sa be que nao deve
bull Negocia9ao Se dois filhos seus ou seu filho e urn amigo estiverem
disputando urn brinquedo intervenha e de-Ihes alternativas Podem partir
o brinquedo au partir para outra brincadeira
bull Grito costuma ser eficiente mas cuidado Se voce grita sempre poe a
autoridade em risco e dis um mau exemplo para as crianc8s
bull Restriyao corte aquila de que a crianl)8 mais 905t8 Ir ao clube ver
televisao brincar no computador etc
bull Palmada quando a situayao impoe e voce e obrigado a dar uma palmada
no bumbum do seu filho agOente firme Nao vale fazer carinho logo
depois
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
47
bull Surra Nada de agressoes fisicas 0 espancamento e a confissao de que
voce naD tern autoridade e nao consegue manter a situayao sob controle
Violelncia nao e punicao e desabafo
Os pais devem guiar os filhos para uma independencia responsavel dando
liberdade e autonomia em cada etapa de seu desenvolvimento conduzindo-os e
orientando-os para a a9M e os resultados mas nM fazendo por eles (OLIVEIRA
1999 p42)
o transtorno desafiador opositivo caracteriza-se pelo alta intensidade e
freqOencia de comportamentos opositivos (hostilidade negativismo desobediencia)
em crianryas em idade pre-escolar E importante diferenciar de comportamentos
opositivos normais da idade como a birra infantil que tendem a desaparecer com
o passar dos anos
A falta de limites e a indisciplina estao intrinsecamente ligados levando a
crianca a ter dificuldades de relacionamento interpessoal e de aprendizagem no
contexte escolar Os professores acabam S8 defrontando com criancas que
apresentam comportamentos opositivos e mesmo que tivessem a prepare
necessaria para lidar com elas ainda necessitariam do apoio dos familiares para que
estas crian9as obtivessem melhora
As influencias familiares deste modo sao fundamentais para a
desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo Entre as principais eventos
familiares que favorecem a aparecimento do transtorno estao pais que apresentam
pSicopatologias atitudes ineficazes dos pais e problemas conjugais
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
48
5CONCLUSAO
No estudo de caso analisado percebeu-se que atitudes da mae de F como
evitar-Ihe todo tipo de Irustra9aO por exemplo lazendo as tarelas escolares da filha
e lalta de firmeza ao Ihe dar limites loram os principais aspectos que influenciaram
para a surgimento do transtorno desafiador opositivo Houve urn refonamento das
atitudes negativas de F as quais a mae justificava pela morle do pai Assim os
lamiliares de F sentiam pena e a mantinham como pequena (bebe) assumindo tudo
por ela ConseqOentemente F naD assumia as responsabilidades por suas ac6es
o tratamento envolveu orienta90es a mae de como manejar a conduta da
frlha orienta9ao a escola e sessoes individuais com F com 0 objetivo de trabalhar a
questao de limites atraves de jogos ludicos entre outras tecnicas
Na preven~o e mesma no tratamento do transtorno desafiador opositivo sao
validas orienta90es como Relor9ar comporlamentos positiv~s com aprova9aO
elogios e eventuais premios Definir ciaramente 0 que e permitido e 0 que nao e
permitido Fazer as criancas assumirem responsabilidades pel os seus atos Cumprir
sempre 0 que promete (premia au conseqOencia) Criticar 0 ato errado e nunca a
personalidade da crianca
Atraves dos limites coerentes dados a F I contribuiu-se para que ela pudesse
alcanltar maior sucesso em sua vida e assim procuramos contribuir para uma
sociedade melhor mais justa e com men os violemcia
49
REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA PO DRACTULLARANJEIRAR Manual de psiquiatria Rio deJaneiro GuanabaraKoogan 1996
COUTINHOFILHOAJ Limites diga nao ao seu filho em magoa-Io Disponivelemhttpwwwviasaudecombrartigosllimiteshtm Acesso em 13102003
DAVIDOFFLL Introdu~ao a psicologia 1 ed Rio de JaneiroMcGrowhill 1983
DAVISC OLIVEIRAlPsicologia na educa~ao 2 ed Sao Paulo Cortez 1994
DORONR PAROT F Dicionario de psicologia Sao PauloAlica 1998
FREUDA Infancia normal e patologica Rio de Janeiro lahar Editores 1971
HANISH LD TOLAN PH GUERRA NG Tralamento do transtorno desafiadoropositivoIn Terapia cognitiva com crian~ase adolescentes manual para apratica clinica REINECKEet al PortoAlegre Artes MedicasSui 1999
HOLMES DS Psicologia dos transtornos mentais 2 ed Porto Alegre ArtesMedicas 1997
MIRANDA ML Quem tern medo de ser rejeitado Guia de sobrevivancia arejei~ao BeloHorizonteCeap 2001
MORAIS AMP Disturbios de aprendizagem uma abordagempSicopedagogica Sao Paulo Edicon 1997
MOULYG J Psicologia educacional 8 ed Sao Paulo Pioneira 1979
NOVAESM H Psicologia escolar 2 ed PelropolisVozes 1970
OLIVEIRA T de OLIVEIRA C E D de Erros e acertos na educa~ao RioGrandedo Sui 1999
POLITY E Psicopedagogia urn enfoque sistamico - terapia familiar nasdificuldades de aprendizagem Sao Paulo Emporiodo Livro 1998
SOUZA A Pensando a inibi~ao intelectual Sao Paulo Ed Casa do Psicologo1995
TIBA I Disciplina 0 limite na medida certa 20 ed Sao Paulo GenIe 1996
__ Quem ama educa Sao Paulo GenIe 2002
VASCONCELLOS CS Disciplina constru~ao da disciplina consciente emteratlva em sala de aula e na eseoa 7 ed Sao Paulo Libertad 1995
50
VEJA Especial para bebes Sao Paulo Ed Abril 2000
ZAGURY T Educar sem culpa a genese da etica 15 ed Rio de Janeiro Record2000
__ Sem padecer no paraiso - em defesa dos pais ou sabre a tirania dosfilhos 15 ed Rio de Janeiro Record 2000
Limites sem trauma - construindo cidadaos 25 ed Rio de JaneiroRecord2001
WINNICOTT D A crian~a e 0 seu mundo Sao Paulo Grafica Urupes 1971
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