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Material de sociologia i

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Material de Sociologia I (1)

Sociologia

Sociologia é o estudo científico da vida humana, de grupos sociais, de sociedades inteiras e do mundo humano (Anthony Giddens)

Sociologia ocupa-se ao mesmo tempo, das observações do que é repetitivo nas relações sociais para daí formular generalizações teóricas; e também se interessa por eventos únicos sujeitos a interferência sociológica (como, por exemplo, o surgimento do capitalismo ou a gênese do Estado Moderno).

A Sociologia, através de seus métodos de investigação científica, procura compreender e explicar as estruturas da sociedade, analisando a relações históricas e culturais criando conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes.

Os conceitos fundamentais da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Marx

Comte

Tentou criar uma ciência da sociedade que pudesse explicar as leis do mundo social, assim como a ciencia natural explicava o funcionamento do mundo físico.

A visão de Comte para a sociologia era de que ela se tornasse uma “ciência positivia”. O positivismo sustenta que a ciencência deve se preocupara apenas com entidades observáveis que sejcomconhecida pela expeirência direta.

Weber

Weber visava analisar a sociedade por partes, diferente de Marx e Durkheim que viam a sociedade como um todo, para ele o segredo da sociedade estava no homem e em suas relações sociais.

Ação Social

A sociologia é para Weber:"a ciência que pretende entender, interpretando-a, a ação social, para, dessa maneira explica-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos."

O conceito de ação social pode ser definido como uma conduta humana como omissão, permissão dotada de um significado subjetivo dado por quem o executa.

Weber constrói quatro tipos puros de ação social: ação racional com relação a fins, ação racional com relação a valores, ação tradicional e a ação efetiva.

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Racional com relação a fins: é quando para atingir um objetivo se lança mão de alguns meios necessários.

Racional com relação a valores: é quando o agente orienta-se por fins últimos, agindo de acordo com suas próprias convicções.

Tradicional: é quando a conduta não tem qualquer motivação racional.

Afetiva: quando o sujeito pratica uma ação inspirada em suas emoções imediatas.

O sociólogo deve compreender o sentido que um sujeito atribui à sua ação e seu significado social.

É necessário distinguir uma ação propriamente social de dois modos de conduta simplesmente reativos, sem caráter social e cujo sentido não se conecta às ações do outro, a saber:

Ação Homogênea: executada por muitas pessoas juntas ao mesmo tempo.

Ação proveniente de uma imitação: à medida que o sujeito não orienta sua conduta pelo comportamento dos outros, não se pode identificar uma relação de sentido representado, pois, um caso limite da ação social.

Relação Social

Podemos citar como exemplos de ações sociais a hostilidade, amizade, trocas comerciais, concorrência econômica, relações eróticas e políticas. Ao se envolver em alguma dessas situações o indivíduo toma por referência certas expectativas que possui da ação do outro ou outros aos quais se refere.

As relações sociais estão dotadas de "conteúdo significativo" embora não tenham que ter correspondência no que diz respeito ao conteúdo.

Uma relação social pode ser também efêmera ou durável, isto é, ter ou não continuidade, ser ou não persistente e mesmo mudar radicalmente de sentido durante seu curso.

Weber refere-se ao conteúdo comunitário de uma relação social, fundado num sentimento subjetivo de pertencimento mútuo que se dá entre as partes envolvidas e com base no qual a ação esta reciprocamente referida.

Divisão do poder na comunidade: classes, estamentos e partidos

Partindo do princípio geral de que só as consciências individuais são capazes de dar sentido à ação social, Weber estabeleceu conceitos referentes ao plano coletivo: classe, estamento, partido.

Pessoas que tem a mesma posição econômica, no que se refere à propriedade ou não de bens ou de habilitações, encontram-se numa determinada situação de classe.

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Weber diz que falamos de classe quando: é comum a um certo número de pessoas um componente causal específico tal que esteja representado exclusivamente por interesses lucrativos em condições determinadas pelo mercado.

Os estamentos são diferentes das classes pois eles são comunidades e são determinados pela honra e não pela situação econômica.

Os partidos vivem sob o signo do “poder” sua reação é orientada para a aquisição de poder.

Emile Durkheim

Obras: As regras do método sociológico e Divisão do Trabalho Social

Seu principio da sociologia era “estudar os fatos sociais como coisas”

Os fatos sociais são modos de agir, pensar ou sentir que são externos aos indivíduos e têm sua própria realidade à margem da vida das percepções de pessoas individuais.Compreensão dos fatos sociais passíveis de descrições objetivas

Para compreender a sociedade de uma forma objetiva são necessários conceitos intermediários, como por exemplo, a moral.

Ele se interessava particularmente pela solidariedade e moral – em outras palavras, aquilo que une a sociedade e os a impede de cair no caos. A solidariedade é mantida quando os indivíduos conseguem se integrar aos grupos sociais e são regulados por um conjunto de costumes e valores compartilhados.

Ele relacionou a solidariedade com a divisão do Trabalho Social. Como a maioria das pessoas na sociedade tem ocupações semelhantes, elas estão unidas pela experiência comum e crenças compartilhadas. Marx

Obras: Capital, Manifesto Comunista

Procurou explicar as mudanças que estavam ocorrendo durante a época da Revolução Industrial. Introduziu os conceitos de classe social, mais valia. Segundo Marx no capitalismo havia um conflito de classes entre os burgueses, que eram os donos do capital, e os proletários que forneciam a mão de obra para a produção.Ele era um crítico do capitalismo. Argumentava que a propriedade dos meios de produção, por parte dos burgueses, causava a exploração dos proletários (trabalhadores). Os trabalhadores recebiam salários baixos e trabalhavam em condições muito ruins.

Cultura

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O conceito de cultura, tal como o de sociedade, é uma das noções mais amplamente usadas em Sociologia. O que caracteriza a sociedade humana é precisamente a cultura.

Conceito de Cultura na definição de Edward B. Taylor: “Um todo complexo que abarca conhecimentos, crenças, artes, moral, lei, costumes e outras capacidades adquiridas pelo homem como integrante da sociedade”.

A cultura é tudo que resulta da criação humana. Todas as sociedades tem uma cultura. Para a sociologia não existem culturas superiores nem inferiores. Uma sociedade é um sistema de interações humanas culturalmente padronizadas. Nenhuma cultura pode existir sem uma sociedade. Mas, igualmente, nenhuma sociedade existe sem cultura. Sem cultura, não seríamos de modo algum humanos, no sentido em que normalmente usamos este termo. Não teríamos uma língua em que nos expressássemos, nem o sentido da autoconsciência, e a nossa capacidade de pensar ou raciocinar seria severamente limitada.

A diversidade cultural são diferenças culturais que existem entre os seres humanos. Há vários tipos, tais como: linguagem, danças, vesturário e outras tradições como a organização da sociedade. A diversidade cultural é algo associado à dinâmica do processo associativo.

O etnocentrismo é a tendência humana universal de perceber e julgar as sociedades estranhas através do crivo dos valores da sua própria cultura. É uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os grupos são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência.

Postura preconceituosa e racista

Raça: conjunto de indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, a conformação do crânio e do rosto, o tipo de cabelo, etc., são semelhantes e se transmitem por hereditariedade, embora variem de individuo para individuo.

Uma etnia ou um grupo étnico é uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais

Etnocentrismo e os grupos fechados ou grupos étnicos fechados, costumam andar juntos. Fechado refere-se a processo pelo qual os grupos mantem limites que os separam dos outros

Pluralismo cultural: as culturas étnicas têm validade plena para existir separadamente e participar da vida econômica e politica da sociedade

A sociedade como a instituição da regra

Auguste Comte divide a sociologia em estática e dinâmica social. A dinâmica diz respeito ao estudo dos processos e, sobretudo, da mudança social. A estática se refere ao estudo dos componentes da sociedade necessários à sua estabilidade. Dentre esses

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componentes, ressaltam as instituições, para as quais convergem as normas, os valores, as crenças, as posições e os papéis.

Instituições sociais são estruturas sociais formadas por um tipo de organização baseadas em procedimentos e regras padronizadas socialmente reconhecidas. Exemplos de instituições: instituições familiares, igreja, escolas ou empresas.

O conceito de organização formal refere-se àqueles grupos nos quais as relações interpessoais são, ao menos, originalmente contratuais, tal como, por exemplo, uma empresa ou uma universidade.

A passagem da natureza para a cultura

Estado de Natureza e Estado de Sociedade

O homem é um ser biológico e ao mesmo tempo um indivíduo social

Entre as respostas que dá as citações exteriores ou interiores algumas dependem de sua natureza outras de suas condições.

Na maioria das vezes a resposta do sujeito constitui verdadeira integração das fontes biológicas e das fontes de sue comportamento

O individualismo na cultura e o papel do consumo

Para Hobsbawn “a revolução cultural de fins do século XX pode assim ser mais bem entendida como o triunfo do indivíduo sobre a sociedade, ou melhor, o rompimento dos fios que antes ligavam os seres humanos em texturas sociais. Pois essas texturas consistiam não apenas nas relações de fato entre seres humanos e suas formas de organização, mas também nos modelos gerais dessas relações e os padrões esperados de comportamento (…)” (HOBSBAWN, 2001, p.328).

Essa revolução cultural não aconteceu por causa do avanço das novas tecnologias ou por causa de mudanças nas estruturas sociais, mas decorreu de uma mudança nos padrões de conduta sexual da juventude.  Foi a liberalização sexual na década de 60 que acabou por modificar o comportamento, as relações entre os indivíduos e os padrões morais de conduta colocando o individuo como o centro da nova sociedade de consumo que estava se constituindo.    

A nossa cultura cotidiana, da mídia, do consumo e da publicidade, é amplamente dominada pelo bem-estar individual, pelo lazer, o interesse pelo corpo, os valores individualistas do sucesso pessoal e do dinheiro. "Desde a entrada das nossas sociedades na era do consumo de massa, predominam os valores individualistas do prazer e da felicidade, da satisfação íntima, não mais a entrega da pessoa a uma causa, a uma virtude austera, a renúncia de si mesmo." (LIPOVETSKY, 2004:23).

O corpo não pode ser mais meramente aceito, alimentado e enfeitado segundo o ritual tradicional. Ele se torna, agora, parte central do objeto do projeto reflexivo da

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autoidentidade. Embora os modos de apresentação do corpo tenham que ser desenvolvidos a partir de uma diversidade de opções do estilo de vida, a decisão entre as alternativas não é em si mesma uma opção, mas um elemento inerente da construção da autoidentidade. "O planejamento da vida em relação ao corpo, portanto, não é necessariamente narcisista, mas parte normal dos ambientes sociais pós-tradicionais. (...) o planejamento do corpo é mais frequentemente um envolvimento com o mundo exterior que uma retirada defensiva dele." (GIDDENS, 2002:165).

O discurso midiático pauta com frequência e intensidade impressionantes valores como juventude e beleza, exaltando a exposição dos corpos e evidenciando a exclusão daqueles que estão distantes dos padrões de beleza reiterados pela mídia.

Cada consumidor pode escolher os produtos que compõem uma maneira de ser, ou seja, uma identidade. Essa possibilidade de escolha transmite ao consumidor a ideia de liberdade e o apoio à sua individualidade. Ele não precisa mais ser, basta ter.