21
OAB 2ª FASE CESPE NACIONAL Direito Penal Problemas para Peças Práticas 1  PROBLEMA NO 1 Carlos foi preso em flagrante por furto simples. Trata-se de réu que há mais de cinco anos foi condenado à pena de multa. Requereu fiança que foi negada pelo MM. Juiz da vara criminal por onde tramita o processo, tendo transcorrido o prazo recursal. QUESTÃO: Elaborar peça profissional em favor de Carlos. PROBLEMA NO 2 O cidadão “A” foi preso em flagrante, por haver praticado furto qualificado. Passados 45 dias, o Inquérito ainda não terminou, porque o Delegado de Polícia insiste em ouvir uma testemunha que teria presenciado os fatos. Solicitou sua soltura ao Juiz competente que a negou. QUESTÃO: Intentar, perante o órgão judiciário competente, a medida cabível, visando à liberdade de A. PROBLEMA NO 3 Processado por delito de furto qualificado, “A, citado para oferecer defesa preliminar, declinou o nome e endereço de seu advogado, o que constou da certidão exarada pelo oficial de justiça. No entanto, o advogado não foi intimado. Designada data para audiência, e não tendo o Advogado indicado por “A” dela sido intimado, não compareceu, tendo o MM. Juiz nomeado outro defensor “ad hoc” para “A”. “A” foi finalmente condenado à pena de 02 (dois) anos de reclusão, expedindo-se contra ele mandado de prisão, ainda não cumprido, visto que “A” encontra-se foragido, sem ainda ter sido intimado da sentença condenatória. QUESTÃO: Elaborar peça em defesa de “A”. PROBLEMA NO 4 “A” que tem 20 anos de idade, foi denunciado, como incurso nas sanções do art. 234 do CP, porque em data de 13/03/2002, foi surpreendido na posse de filmes e materiais pornográficos que, segundo a inicial, se destinavam à venda. A proposta de transação penal foi rejeitada, bem como o sursis processual. Data a denúncia de 10/03/2004 e o despacho que a recebeu, de 14/03/2004. Diante da complexidade do feito, os autos estão conclusos para elaboração de sentença. QUESTÃO: Elaborar peça apta a solucionar a situação de “A” PROBLEMA NO 5 Carlos, funcionário público municipal, estava em sua casa dormindo na noite de 10 de março do ano passado, quando escutou um barulho na sala de jantar. Alertado pelo ruído, muniu-se de sua arma calibre 38 e, ao descer, viu um indivíduo alto e forte que revirava um armário. Amedrontado, Carlos efetuou um disparo atingindo o ladrão, na altura do peito, que, não resistindo, veio a falecer. Processado por infração ao art. 121 do CP, Carlos foi pronunciado e julgado pelo Tribunal do Júri e, ao final, condenado à pena de 6 anos de reclusão, não tendo ocorrido trânsito em julgado. A apelação foi peticionada. QUESTÃO: Apresentar a medida cabível em favor de Carlos. PROBLEMA NO 6 Paulo, depois de regularmente processado, foi condenado pela prática de aborto em Maria e, por isso, acha-se preso com sentença já confirmada em segunda instância e transitada em julgado. Examinados os autos, verifica-se que inexiste exame de corpo de delito direto ou indireto, tendo as decisões judiciais se valido da confissão de Maria para justificar a sanção penal. QUESTÃO: Elaborar peça profissional apta a resolver a situação de Paulo, bem como alcançar a devida indenização.

Material Penal Site Problemas Praticos

Embed Size (px)

Citation preview

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 1/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

1

 

PROBLEMA NO 1Carlos foi preso em flagrante por furto simples. Trata-se de réu que há mais de cinco anos foi

condenado à pena de multa. Requereu fiança que foi negada pelo MM. Juiz da vara criminal por ondetramita o processo, tendo transcorrido o prazo recursal.QUESTÃO: Elaborar peça profissional em favor de Carlos.

PROBLEMA NO 2O cidadão “A” foi preso em flagrante, por haver praticado furto qualificado. Passados 45 dias, oInquérito ainda não terminou, porque o Delegado de Polícia insiste em ouvir uma testemunha que teriapresenciado os fatos. Solicitou sua soltura ao Juiz competente que a negou.QUESTÃO: Intentar, perante o órgão judiciário competente, a medida cabível, visando à liberdade deA.

PROBLEMA NO 3Processado por delito de furto qualificado, “A, citado para oferecer defesa preliminar, declinou o nome

e endereço de seu advogado, o que constou da certidão exarada pelo oficial de justiça. No entanto, oadvogado não foi intimado. Designada data para audiência, e não tendo o Advogado indicado por “A”dela sidointimado, não compareceu, tendo o MM. Juiz nomeado outro defensor “ad hoc” para “A”. “A” foifinalmente condenado à pena de 02 (dois) anos de reclusão, expedindo-se contra ele mandado deprisão, ainda não cumprido, visto que “A” encontra-se foragido, sem ainda ter sido intimado dasentença condenatória.QUESTÃO: Elaborar peça em defesa de “A”.

PROBLEMA NO 4“A” que tem 20 anos de idade, foi denunciado, como incurso nas sanções do art. 234 do CP, porqueem data de 13/03/2002, foi surpreendido na posse de filmes e materiais pornográficos que, segundo ainicial, se destinavam à venda. A proposta de transação penal foi rejeitada, bem como o sursisprocessual. Data a denúncia de 10/03/2004 e o despacho que a recebeu, de 14/03/2004. Diante dacomplexidade do feito, os autos estão conclusos para elaboração de sentença.QUESTÃO: Elaborar peça apta a solucionar a situação de “A”

PROBLEMA NO 5Carlos, funcionário público municipal, estava em sua casa dormindo na noite de 10 de março do anopassado, quando escutou um barulho na sala de jantar. Alertado pelo ruído, muniu-se de sua armacalibre 38 e, ao descer, viu um indivíduo alto e forte que revirava um armário. Amedrontado, Carlosefetuou um disparo atingindo o ladrão, na altura do peito, que, não resistindo, veio a falecer.Processado por infração ao art. 121 do CP, Carlos foi pronunciado e julgado pelo Tribunal do Júri e, aofinal, condenado à pena de 6 anos de reclusão, não tendo ocorrido trânsito em julgado. A apelação foipeticionada.

QUESTÃO:Apresentar a medida cabível em favor de Carlos.

PROBLEMA NO 6Paulo, depois de regularmente processado, foi condenado pela prática de aborto em Maria e, por isso,acha-se preso com sentença já confirmada em segunda instância e transitada em julgado.Examinados os autos, verifica-se que inexiste exame de corpo de delito direto ou indireto, tendo asdecisões judiciais se valido da confissão de Maria para justificar a sanção penal.QUESTÃO: Elaborar peça profissional apta a resolver a situação de Paulo, bem como alcançar adevida indenização.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 2/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

2

PROBLEMA NO 7Luiz foi denunciado como incurso nas penas do art. 171, parágrafo 2o, inciso VI, do CP, porque pagoucompra que fi zera com cheque devolvido pelo banco sacado, por falta de suficiente provisão defundos. No decorrer da ação, Luiz juntou prova de que pagara a dívida no curso do Inquérito Policial.

O Ministério Público pediu a condenação de Luiz em seus memoriaisQUESTÃO: Apresentar medida judicial cabível em favor de Luiz, justificando-a.

PROBLEMA NO 8No curso de ação penal de iniciativa privada ajuizada por João Henrique contra Edmar Benson, naComarca de Perdões/MG, pela prática dos delitos previstos nos arts. 138, 139 e 140 do CP, oquerelante foi devidamente intimado para constituir novo patrono por ter o anterior renunciado aospoderes que lhe foram outorgados, deixando, no entanto, o querelante de fazê-lo por mais de trintadias seguidos. O advogado do querelado requereu a decretação da perempção e o juiz indeferiu apretensão ao argumento de que a suposta omissão não poderia ser caracterizada como inércia oudesídia, pois independente de ser iniciativa privada, toda ação penal tem interesse público e deveseguir o seu trâmite até o final com o julgamento do mérito, Em face de tal decisão, atuando comoadvogado do querelado, elabore a petição de interposição do recurso e as razões que o acompanha

com o devido e completo encaminhamento.

PROBLEMA NO 9Moacir, autor de uma Ação Ordinária de Indenização, procurando denegrir o caráter de Osvaldo, réuda mesma ação, afi rma, na presença de várias pessoas, ter este praticado o crime de estelionato pormeio de cheque sem fundos, contra Afonso. Osvaldo, diante das afirmações constantes dos autos,procura advogado para defender seus direitos.QUESTÃO: Como advogado de Osvaldo, proponha a medida cabível.

PROBLEMA NO 10Tício vê-se denunciado porque teria, juntamente com outros tantos rapazes, danificado um telefonepúblico que existe na rua em que vivem. A denúncia, embora alcance outro rapaz e faça menção avários outros que estavam no local participando da mesma conduta, é lacônica, pois foi baseada emfatos indefi nidos, tais como: “eles fi zeram” ou “eles agiram dolosamente contra o bem público”.A denúncia reporta-se ao art. 163, parágrafo único, inciso I, do CP e Tício foi citado de seu inteiro teor.Os demais rapazes foram excluídos da peça vestibular sem qualquer razão justificada.QUESTÃO: Elabore medida cabível em favor de Tício.

PROBLEMA NO 11“A” foi condenado por infração ao artigo 157, do Código Penal, a 05 (cinco) anos e 04 (quatro) mesesde reclusão. A sentença respectiva reconhece os bons antecedentes do acusado, bem como suaprimariedade. Entretanto, apesar de ter respondido ao processo em liberdade e comparecido a todosos atos para os quais foi intimado, o juiz negou o direito de recorrer em liberdade, com fundamento nagravidade do delito praticado, expedindo-se mandado de prisão. A sentença foi publicada ontem.QUESTÃO: Elabore a medida cabível

PROBLEMA NO 12Saulo foi processado, pelo Juiz de Direito de determinada vara criminal da capital, como incurso naspenas do art. 155, “caput”, cc. o art. 14, inciso lI, ambos do CP. Foi, ao final, condenado a cumprirpena de 4 meses de reclusão, “sursis” por 2 anos. Consta dos autos que Saulo, “punguista”, tentousubtrair para si a carteira da vítima, colocando a mão no bolso desta. Só não conseguiu consumar asubtração, porque a vítima não portava a carteira, já que a esquecera em casa.QUESTÃO: Como Advogado de Saulo apresentar o que melhor lhe couber, justificando a medida.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 3/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

3

PROBLEMA NO 13“A”, bacharel em Direito, impetrou “Habeas Corpus” em favor de “B” e outras, sustentando que elasvinham sofrendo constrangimento ilegal, pois freqüentemente eram presas pelas autoridades policiais,sob a acusação de que estavam fazendo “trottoir”. Eram levadas ao xadrez e soltas após triagem. A

impetração do “Habeas Corpus” visava a obtenção de salvo-conduto para as pacientes, a fi m de quenão fossem mais trancafiadas por estarem se exibindo nas ruas. Em primeira instância, o “HabeasCorpus” foi denegado. Houve recurso.QUESTÃO: Apresentar as razões do recurso proposto em favor de “B” e outras.

PROBLEMA NO 14“A”, condenado por crime de lesões corporais, já cumpriu pena há cerca de 7 (sete) anos. As lesõesforam graves, mas “A”, na ocasião, pagou todas as despesas de internação e tratamento da vítima.Hoje, “A” assume uma vida social normal, sendo até presidente de uma entidade que cuida demenores abandonados.QUESTÃO: Como advogado de “A”, requerer o que é de direito.

PROBLEMA NO 15

João, funcionário público federal, responsável pela tesouraria do INSS, deu um desfalque de R$2.000,00 nos cofres da autarquia. Foram apuradas a autoria e a materialidade, durante instruçãocriminal de processo que tramita pelo Juízo da Vigésima Vara Criminal da Comarca de São Paulo. Oréu reúne péssimos antecedentes criminais e a acusação requereu sua condenação em memoriais.QUESTÃO: Apresentar medida judicial cabível.

PROBLEMA NO 16José encontra-se preso em virtude de sentença condenatória proferida pelo Juiz da 6ª Vara Criminal,por ter incorrido nas penas do art. 213, caput , do Código Penal. A sentença aplicou ao réu a pena de 6(seis anos) de reclusão. Interposto o recurso de apelação, o Revisor e o Relator negaram provimentoao apelo da defesa, mantendo a decisão recorrida, enquanto o terceiro Juiz, vencido em parte, deuprovimento parcial ao referido recurso, para anular “ab initio” o processo, no tocante ao crime deestupro, dada a ausência de representaçãoda vítima nesse sentido e a ilegitimidade ad causam  do Ministério Público, conforme acórdãopublicado hoje.QUESTÃO: Na condição de advogado de José, elaborar a peça cabível.

PROBLEMA NO 17Manoel está condenado por homicídio qualificado a 12 (doze) anos de reclusão, estando recolhido naPenitenciária do Estado de São Paulo. Não é reincidente. Em ação própria, na esfera cível, reparou odano. Ontem cumpriu 2/3 (dois terços) da pena imposta, sempre com excelente comportamentocarcerário, sendo exato que aprendeu ofício e já tem emprego certo para quando estiver em liberdade.QUESTÃO: Como advogado de Manoel, lançar mão de medida cabível visando sua libertação.

PROBLEMA NO 18Tício, homem violento na juventude, acabou sendo condenado em três processos crime a penas de18, 25 e 30 anos, respectivamente por três homicídios qualificados. Após o cumprimento de 15 anosde reclusão, fugiu, e permaneceu em liberdade por 2 anos, quando recapturado em blitz de rotina.Desde a captura, contam-se 15 anos efetivamente cumpridos, e por tal razão requereu sua liberdade,tendo sua pretensão indeferida peloMagistrado, sob a alegação que há pena a cumprir.QUESTÃO: Apresentar o recurso cabível.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 4/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

4

PROBLEMA NO 19“A” está sendo processado por violação ao artigo 213 do Código Penal. Ocorre que “B”, a ofendida,deixou passar o prazo de seis meses do artigo 38 do CPP para propor a ação. Desta forma, nãopodendo a Ação Penal prosperar, em face da decadência já operada, “A” requereu fosse reconhecida

a extinção da punibilidade. Seu pedido foi indeferido pelo Juiz. Desse modo, “A” interpôs, dentro doprazo legal, R.E.S.E. com fundamento no artigo 581, IX, do CPP. Entretanto, o Juiz “a quo” deixou deprocessar tal recurso, sob alegação deter sido interposto intempestivamente.QUESTÃO: Elaborar medida judicial em favor de “A”.

PROBLEMA NO 20O indivíduo “A”, primário, com dezenove anos de idade, furtou para si de uma loja, cinco canetasesferográficas, avaliadas em R$ 5,00 (cinco reais). Correu o processo com seus trâmites legais e, aofinal, “A” foi condenado pelo Juiz da 30a Vara Criminal a cumprir pena de 2 (dois) anos de reclusão.Inconformado com a sentença condenatória, interpôs recurso de apelação. Julgada a apelação, asentença de 1a instância foi mantida por maioria de votos. O acórdão foi publicado ontem. O votodivergente, embora mantivesse a condenação, reduzia a pena a 8 meses de detenção, em face do

disposto no § 2o do artigo 155 do Código Penal.QUESTÃO: Elaborar peça apta e cabível para defender os interesses do indivíduo “A”.

PROBLEMA NO 21João, brasileiro, casado, vendedor, nascido em 12 de maio de 1936, foi denunciado por ter subtraídode Maria um relógio, um anel e uma correntinha de ouro, em 12 de janeiro de 2001, na Rua São José,altura do número 879. O denunciado simulou que estava armado. A denúncia foi recebida pelo juiz da12a Vara Criminal da Capital, em 25 de março de 2005 e o réu interrogado em 18 de dezembro de2005. A vítima e as testemunhas de acusação foram inquiridas em 18 de março de 1996. Astestemunhas de defesa foram ouvidas em 25 de abril de 2006. A defesa apresentou memoriais em 10de maio de 2006. Em 25 de maio de 2006, prolatou-se sentença condenatória. João foi condenado àpena de 4 (quatro) anos de reclusão e a 10 (dez) dias-multa por ter violado o artigo 157, “caput”, doCódigo Penal e foi fixado o regime prisional fechado para início do cumprimento da pena, por ter o réucometido um delito grave. O defensor do réu perdeu o prazo para recorrer e a sentença transitou em julgado para a defesa e para a acusação. Expediu-se mandado de prisão, e o réu está na iminência deser preso.QUESTÃO: Elaborar peça em defesa do réu.

PROBLEMA NO 22Os indivíduos Felício e Roberval, após uma partida de tênis, começaram a discutir. Felício que estavacom a raquete na mão, atingiu de lado e sem muita força a cabeça de Roberval, de estrutura físicainferior à do agressor e mãos desprovidas de qualquer objeto. Roberval desequilibrou-se e, ao cair aosolo, bateu com a cabeça na guia, vindo a falecer. Felício foi processado em liberdade perante a 1aVara do Júri, por homicídio simples – art. 121, “caput”, do CP e pronunciado pelo magistrado, aoentendimento de que houve doloeventual, pois o acusado teria assumido o risco de produzir o resultado, ao golpear Roberval com araquete. A sentença de pronúncia foi prolatada há dois dias.QUESTÃO: Na condição de advogado de Felício, elabore a peça adequada à sua defesa.

PROBLEMA NO 23O cidadão “A”, por infração ao artigo 157, parágrafo 2o, incisos I e II, do Código Penal, foi condenadopelas 7a, 10a e 22a Varas Criminais, sendo apenado em cada uma delas, a 5 anos e 4 meses dereclusão e multa de R$ 300,00. Os fatos todos ocorreram no dia 30 de abril de 2000, no período das21 horas, tendo como vitimas três Casas de Loteria Esportiva, sitas na capital. Requereu ao Juizcompetente o benefício do art.71 do CP, sendoindeferido seu pedido sob o fundamento de que sendo diversas as vítimas que se viram envolvidas nocomportamento criminoso do agente, estando em jogo, primacialmente, bem jurídico personalíssimo,

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 5/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

5

não cabe entender-se que está presente a ficção jurídica do crime continuado.QUESTÃO: Apresentar medida cabível.

PROBLEMA NO 24

Mévio foi processado e, ao final, condenado como incurso nas penas do art. 158, caput, combinadocom o art. 14, II, ambos do Código Penal, a 1 (um) ano e 4 (quatro) meses de reclusão, porque teriatentado constranger Tício, mediante grave ameaça, a sacar dinheiro em caixa eletrônico, momento noqual foi surpreendido por policial militar. O juiz competente negou o pedido de suspensão condicionalda pena formulado pelo advogado de Mévio, pedido este elaborado por tratar-se de réu primário e debons antecedentes. O advogado, então, impetrou “habeas corpus”, o qual foi denegado pela 2aCâmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em votação não unânime.QUESTÃO: Como advogado de Mévio, adotar as providências judiciais cabíveis.

PROBLEMA NO 25Josafá da Silva, agricultor, casado, pai de dois fi lhos, é abordado ao sair de casa por dois meliantes,que invadem sua residência. Os bandidos. ameaçando matar a esposa e filhos do agricultor, exigemdinheiro que Josafá, homem de poucas poses, informa não possuir os assaltantes, mantendo como

refém os familiares de Josafá, exigem que este providencie, em meia-hora, R$ 2.000,00 (dois milreais), sob pena de cumprirem a ameaça. O agricultor, desesperado, dirigi-se à farmácia de seuJosué, apresentando-lhe um cheque e solicitando que trocasse o título por dinheiro. O Farmacêuticoprontamente atendeu ao pedido, sem maiores indagações, em face da notória honestidade de Josafá.Este último entregou o resgate aos bandidos, que ainda o ameaçaram, mandando-o ficar calado,senão voltariam para matá-lo. No dia seguinte, o Farmacêutico dirigiu-se à agência bancária, ondeapresentou o cheque recebido, que, por estar sem provisão de fundos, teve o pagamento recusado.Sem sequer falar com Josafá, o Comerciante (Josué) dirigiu-se à delegacia, onde prestou “queixa”contra Josafá. Este foi indiciado por estelionato, na modalidade fraude por meio de pagamento comcheque. Sabendo da “queixa” contra ele prestada, Josafá dirigiu-se à casa de Josué, onde quitou odébito, e, em seguida, apresentou o cheque resgatado na delegacia. Ainda assim, o Ministério Públicodenunciou o agricultor por estelionato. O MM. Juiz de Direito determinou a citação de Josafá. ODenunciado procura auxílio profissional, constituindo o Examinando como seu patrono.QUESTÃO: Na qualidade de patrono de Josafá, elabore a peça processual cabível, que melhorrepresente os interesses do seu constituinte.

PROBLEMA NO 26João foi denunciado pela prática de homicídio qualificado motivo torpe, em concurso de pessoas comoutras duas pessoas. Durante a instrução, fica claro que não era João o colaborador, mas sim Jonas,seu vizinho, com quem se assemelhava fisicamente. João é impronunciado, pela ausência de indíciosde autoria. Como advogado de João, tome a medida cabível.

PROBLEMA NO 27O Ministério Público denunciou Paulo pela prática de homicídio, previsto no artigo 121, parágrafo 2o,IV, do Código Penal, contra sua esposa, eis que a arma do crime foi encontrada em seu poder, bemcomo teria admitido a prática do fato a um amigo. Durante a instrução, comprovou-se que o réusempre teve vida normal e decente, que era homem voltado ao trabalho e que, durante anos, exerceucargo de confiança na firma de Mário, que, durante seu depoimento como testemunha, garantiu queno dia dos fatos Paulo o acompanhava em viagem de negócios. Ficou demonstrado ainda que, aotempo do crime, em razão de doença mental, não teria condição de compreender o caráter ilícito dofato, em razão de esquizofrenia, razão pela qual Paulo foi absolvido sumariamente de forma imprópriaem decisão publicada há dois dias.QUESTÃO: Requerer medida em favor de Paulo.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 6/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

6

PROBLEMA NO 28Thiago subtraiu para si, mediante rompimento de obstáculo, diversos bens descritos na denúncia. Nafase judicial, a íntegra do termo de interrogatório é a seguinte: “O interrogado admite ter praticado osfatos narrados da denúncia, como ali postos. Nunca foi preso ou processado e nada tem contra as

testemunhas arroladas.” Thiago foi condenado à pena de dois anos de reclusão e ao pagamento dedez dias-multa, como incurso no artigo 155, § 4o, inciso I, do Código Penal, por sentença transitadaem julgado para a acusação.QUESTÃO: Intimado da sentença, como advogado(a) de Thiago, adote medida judicial cabível,fundamentando-a.

PROBLEMA NO 29Na data de ontem, por volta das 22 horas, Romualdo encontrava-se no interior de sua residência,quando ouviu um barulho no quintal. Munido de um revólver, abriu a janela de sua casa e percebeuque uma pessoa, que não pôde identificar devido à escuridão, caminhava dentro dos limites de suapropriedade. Considerando tratar-se de um ladrão, desferiu três tiros que acabaram atingindo a vítimaem região letal, causando sua morte. Ao sair do interior de sua residência, Romualdo constatou quehavia matado um adolescente que

lá havia entrado por motivos que fogem ao seu conhecimento. Imediatamente, Romualdo dirigiu-se àDelegacia de Polícia mais próxima, onde comunicou o ocorrido. O Delegado Plantonista, após ouvir osfatos, prendeu-o em flagrante pelo crime de homicídio.QUESTÃO: Elaborar a medida cabível, visando à libertação de Romualdo.

PROBLEMA NO 30Petrônio cumpria pena na Penitenciária do Forte quando, conseguiu evadir-se do presídio. Já na rua,roubou um veículo Opala, ameaçando de morte o seu proprietário, fazendo gesto de que estavaarmado, para tanto, colocando a mão sob a camisa e utilizando-se do veículo na fuga. Como o pneudo veículo estourou, Petrônio o abandonou e, novamente colocando as mãos sob a camisa, ameaçouMaria de morte, roubando seu veículo Monza. Vinte minutos depois, quando trafegava pela rodovia,prosseguindo em sua fuga, foi preso por policiais militares. Petrônio, então transferido para aPenitenciária de Jacaré, foi denunciado como incurso nas penas do artigo 157, parágrafo 2o, inciso I,do Código Penal, por duas vezes, c/c artigo 69 “caput”, também do Código Penal. Na audiência para aoitiva das vítimas e testemunhas de acusação, Petrônio não foi apresentado, em virtude de falta deviaturas para conduzi-lo à cidade do Forte, tendo o seu defensor dativo dispensado a sua presença.Ao final do processo, foi condenado à pena de treze anos e quatro meses de reclusão, além da penade multa, sendo aquela assim fixada: quatro anos, acrescidos de ¼ pela reincidência, mais 1/3 pelaqualificadora para cada um dos crimes, tendo o Juiz considerado, para fins de reincidência, um crimede homicídio noticiado apenas em sua Folha de Antecedentes, desacompanhado da certidãocartorária. A sentença transitou em julgado, em face da ausência de recurso da defesa. Anos após, eainda estando Petrônio preso, você é nomeado pelo Juiz da Comarca do Forte para arrazoar pedidofeito pelo réu para que fosse revista sua condenação.QUESTÃO: Como advogado de Petrônio, apresente a peça processual cabível.

PROBLEMA NO 31Ernesto Manoel foi condenado por juízo criminal singular, a cumprir 20 (vinte) anos de reclusão, emregime prisional fechado, por ter sido incurso nas penas do artigo 157 §3o do Código Penal, emdezembro de 2004. Houve recurso interposto pela defesa e o Tribunal confirmou a sentença do juízo a quo . Passados 4 anos de cumprimento de pena, a defesa pediu progressão, que foi negada pelo juizpela ausência requisito legal objetivo, eis que presente atestado de boa conduta carcerária.QUESTÃO: Como advogado de Ernesto Manoel, tome a providência cabível.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 7/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

7

PROBLEMA NO 32Em festiva reunião realizada por empresários na Comarca de Bauru, Ulpiano, engenheiro civil comresidência e domicílio em São Paulo, Capital, teria ofendido a dignidade e a honra de Modestino eisque relatava aos presentes as relações homossexuais por este praticadas com um adolescente de 13

anos de idade. Por tais fatos, Modestino, por advogado, ajuizou no Foro Central de São Paulo, queixa-crime contra Ulpiano, por infração aos artigos 138 e 141, inciso lII, todos do Código Penal. A ação foidistribuída à 1a Vara Criminal, porém o Magistrado rejeitou a inicial, deduzindo na decisão, serincompetente para processar e julgar o feito ocorrido na Comarca de Bauru, fundamentando-se nosartigos 6o do Código Penal e 70, “caput” do Código de Processo Penal. O “decisum” judicial foipublicado há dois dias.QUESTÃO: Como advogado de Modestino, acione a providência judicial pertinente.

PROBLEMA NO 33João da Silva foi denunciado pelo Ministério Público porque teria causado em Antonio de Souza,mediante uso de uma barra de ferro, as lesões corporais que o levaram à morte. Durante a instruçãocriminal, o Juiz, de ofício, determinou a instauração do Incidente de Sanidade Mental do acusado. Aperícia conclui ser este portador de esquizofrenia grave. Duas testemunhas presenciais arroladas pela

defesa afirmaram, categoricamente, que no dia dos fatos Antonio de Souza, após provocar o acusado,injustamente, com palavras de baixo calão, passou a desferir-lhe socos e pontapés. levantando-secom dificuldade, João alcançou uma barra de ferro que se encontrava nas proximidades e golpeouAntonio por várias vezes, até que cessasse a agressão que sofria. Encerrada a primeira faseprocessual, o Magistrado, acatando o laudo Pericial, absolveu sumariamente João da Silva, aplicando-lhe Medida de Segurança, consistente em internação em hospital de custódia e tratamentopsiquiátrico, pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. A decisão judicial foi publicada há dois dias.QUESTÃO: Na condição de advogado de João da Silva, tome a providência judicial cabível.

PROBLEMA NO 34Onesto de Abreu, agente de polícia federal, foi denunciado pelo Ministério Público Federal comoincurso no art. 317 do Código Penal, porque teria aceitado de Inocêncio da Silva, a quantia de R$5.000,00 (cinco mil reais) a fi m de não autuá-lo em flagrante delito por porte de substânciaentorpecente. Inôcencio da Silva, por sua vez, também foi denunciado, nos mesmos autos, comoincurso no art. 333 do Código Penal, por terpago a Onesto de Abreu a quantia já referida. Desde a fase de inquérito policial, ambos os acusadosnegam a autoria que lhes foi imputada pela acusação, mantendo a negativa no interrogatório judicial.Na instrução criminal, duas testemunhas arroladas pela Promotoria, que se encontravam no dia dosfatos no Departamento de Polícia, alegaram que ouviram os acusados conversando sobre um possívelacordo, sem, contudo, presenciarem a efetiva transação. Nenhuma prova foi produzida pelo MinistérioPúblico. A defesa, por sua vez, provou que Onesto tem incólume vida profissional. Concomitantementeà ação penal, Onesto de Abreu respondeu a um procedimento administrativo que resultou em suademissão do serviço público. Encerrada a instrução, Onesto de Abreu foi absolvido com fundamentono artigo 386, inciso VII do Código de Processo Penal.QUESTÃO: Na condição de Advogado de Onesto de Abreu, tome a providência judicial cabíbel.

PROBLEMA NO 35No dia 10/10/2007, por volta das 12 horas, na confluência das ruas Maria Paula e Genebra, Maria daLuz teve seu relógio subtraído por João da Paz, que se utilizou de violência e grave ameaça, exercidacom uma faca. Descoberta a autoria e formalizado o inquérito policial com prova robusta dematerialidade e autoria, os autos permanecem com o Ministério Público há mais de trinta dias, semqualquer manifestação.QUESTÃO: Como advogado de Maria da Luz, atue em prol da constituinte.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 8/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

8

PROBLEMA NO 36Antonio é presidente de um grande clube local, com mais de três mil sócios, onde existem piscinas,salão de festas, campo de futebol, etc. O clube é freqüentado por muitos jovens da localidade. Ogaroto Cipriano, sem perceber que o nível da água de uma das piscinas estava baixo, lá jogou-se para

brincar. Ao mergulhar, Cipriano bateu a cabeça no fundo da piscina e veio a falecer. O presidente doclube, Antonio, agora, está sendo processado criminalmente perante a 1a Vara Criminal da Capital, emrazão da aceitação da denúnciaformulada pelo Ministério Público, acusando-o da prática da figura prevista no artigo 121, parágrafo 3o, do Código Penal. Antonio não aceitou a suspensão processual, que lhe foi proposta pelo ÓrgãoMinisterial. A ação penal está tramitando.QUESTÃO: Na condição de advogado de Antonio, atue em favor do constituinte.

PROBLEMA NO 37Nos autos do inquérito policial, ainda vinculado ao juízo do Departamento de Inquéritos Policiais daCapital – DIPO –, fi cou evidenciado que Graciliano, o autor do furto, logo após a sua prática, adquiriuimóvel cujo valor coincide com o do numerário subtraído conforme escritura lavrada em Cartório eregistrada no serviço imobiliário competente.

QUESTÃO: Como advogado da vítima “B”, atuar no escopo de obter o ressarcimento.

PROBLEMA NO 38Antenor teve seu veículo subtraído e posteriormente localizado e apreendido em auto próprio,instaurando a autoridade policial regular inquérito, já que estabelecida a autoria. Requereu a liberaçãodo veículo, indiscutivelmente de sua propriedade, o que foi indeferido pelo delegado de polícia civillocal, a afirmação de que só será possível a restituição depois do processo penal transitar em julgado,conforme despacho cuja cópia está em seu poder.QUESTÃO: Como advogado de Antenor, agir no seu interesse.

PROBLEMA NO 39João foi detido em flagrante pela prática de crime de manutenção de casa de prostituição, no dia desua inauguração. Ingressou com “habeas corpus” perante o juiz da 4ª Vara Criminal visando otrancamento do inquérito policial e sua soltura, sendo seu pedido negado. Ingressou então comrecurso em sentido estrito para o Tribunal de Justiça. O recurso não foi provido, aperfeiçoando-seontem a intimação.QUESTÃO: Elabore o recurso cabível.

PROBLEMA NO 40José está sendo processado por crime de homicídio culposo. Comovido com as fotos presentes noinquérito policial, o magistrado suspende cautelarmente a habilitação para dirigir veículo automotor deJosé, justificando a medida com a gravidade das conseqüências do fato. A intimação ocorreu há doisdias.QUESTÃO: Tome as medidas cabíveis.

PROBLEMA NO 41O cidadão “A” viajava de avião de carreira do Rio de Janeiro para São Paulo no mês de agosto de2002 quando, na aproximação da Capital, passou a importunar a passageira “B”, chegando a praticarvias de fato. Em virtude destes fatos, “A”, ao desembarcar, foi indiciado em inquérito, como incurso noartigo 21 da Lei das Contravenções Penais – “ vias de fato”. Os fatos ocorreram a bordo de aeronave,e assim entendeu-se de processar “A” perante a Justiça Federal, tendo este sido condenado pela 1aVara Criminal Federal da Seção Judiciária da Capital, à pena de 15 dias de prisão simples, comconcessão de sursis. O acusado não aceitou nenhum benefício legal durante o processo. A r. sentençacondenatória já transitou em julgado.QUESTÃO: Elabore a peça cabível em favor de “A”.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 9/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

9

PROBLEMA NO 42Xisto e Peter combinaram entre si a prática de furto qualificado, consistente na subtração, mediantearrombamento, do toca-fi tas de veículo estacionado na via pública. Ao iniciarem o furto, aparece odono do veículo. Xisto sai correndo, enquanto Peter enfrenta a vítima e, usando de uma arma de fogo

que portava, o que não era do conhecimento de Xisto, vem a matar a vítima. A sentença condenatóriado MM. Juiz de Direito da 5a Vara Criminal da Capital aplicou a pena de 20 anos a cada um dosacusados. Os advogadosforam intimados da decisão há dois dias.QUESTÃO: Na qualidade de defensor de Xisto, apresentar a peça jurídica competente.

PROBLEMA NO 43José foi processado e condenado pelo crime de furto qualificado. A pena base foi fixada acima domínimo em razão de ter o réu maus antecedentes, uma vez que estava sendo processado, em outravara criminal, por crime de estelionato. José recorreu da decisão, que foi confirmada pelo tribunalcompetente. Interpôs embargos de declaração com objetivo de prequestionamento, sendo que otribunal então alegou que não havia afrontado qualquer norma do ordenamento, tampouco haviaomissão a suprir.

QUESTÃO: Proponha o recurso cabível.

PROBLEMA NO 44João, casado com Semprônia, foi denunciado como incurso nas penas dos arts. 213, “caput”, e 217 doCódigo Penal, cada um deles combinado com o art. 226, inciso III, do mesmo diploma legal, emconcurso material. Segundo a denúncia, João namorou Caia, virgem, de 15 anos de idade, por váriosmeses durante o primeiro semestre de 2004 e, aproveitando-se de sua inexperiência e iludindo-a compromessa de casamento, seduziu-a, conseguindo manter relações sexuais com ela. Ainda,aproveitando-se do fato de freqüentar a casa de Caia, em dia não esclarecido do mês de junho de2004, mediante violência, João constrangeu a irmã de sua namorada, de nome Tícia, de 21 anos deidade, a manter com ele conjunção carnal, vindo a vítima a sofrer lesões corporais de natureza leve.Na delegacia, Tícia, em relação ao fato de que foi vítima, e seus pais, quanto ao fato em que Caia foivítima, apresentaram representação e comprovaram ser pessoas pobres. Foram ouvidos o acusado,que negou os fatos, e Caia, que confirmou ter sido vítima de sedução e afirmou ter sua irmã sidovítima de estupro. Tícia não foi localizada. João foi condenado pelo crime do art. 217 à pena de 2(dois) anos de reclusão, aumentado de ¼ em face da incidência do art. 226, III, do Código Penal,totalizando a pena de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Foi também condenado pelo crimedo art. 213, “caput”, do Código Penal à pena de 6 (seis) anos, aumentada de quarta parte, totalizandoa pena de 7 (sete) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Foi fixado como regime de pena o integralmentefechado, em razão de ser hediondo o crime de estupro. O acusado foi intimado da sentença no dia04.05.05 e o advogado foi intimado no dia 19.05.05.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.(OBS.: a prova foi realizada dia 22/05/05)

PROBLEMA NO 45João, definitivamente condenado, estava cumprindo pena privativa de liberdade em regime aberto. Foiacusado, em novo processo, ainda não sentenciado, de roubo qualificado pelo emprego de arma econcurso de agentes. Chegando ao conhecimento do Juiz das Execuções Criminais a existência desteprocesso, ele revogou imediatamente, de ofício, o regime aberto e determinou a regressão de Joãopara regime fechado. João foi intimado da decisão no dia 15.9.05, e, no mesmo dia, deu ciência aoseu advogado.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.(OBS.: a prova foi realizada dia 18/09/05)

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 10/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

10

PROBLEMA NO 46O Delegado de Polícia representou ao Juiz de Direito a fi m de que fosse decretada a prisãotemporária de João, alegando que ele estava sendo investigado por crimes de estelionato e furto e setratava de pessoa sem residência fixa, sendo a sua prisão imprescindível para as investigações. O

  juiz, após ouvir o Ministério Público, decretou a prisão temporária por 5 (cinco) dias, autorizando,desde logo, a prorrogação da prisão por mais 5 (cinco) dias, se persistissem os motivos que levaram àsua decretação. Foi expedido mandado deprisão. Sem ser preso, João soube da decisão e procurou um advogado para defendê-lo.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.

PROBLEMA NO 47João, em 5.1.2005, foi denunciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil(discussão anterior por dívida de jogo) e por uso de recurso que impossibilitou a defesa (a surpresacom que agiu). Procurado para ser citado, João não foi encontrado, realizando-se a sua citação poredital e sendo declarada a sua revelia. Foi-lhe nomeado Defensor Dativo, que apresentou a defesaprévia. Durante a instrução foram ouvidas duas testemunhas. A primeira, arrolada pela acusação,afirmou ter visto quando

João, por ela reconhecido fotograficamente na audiência, surgiu de repente e logo desferiu disparosem direção à vitima Antonio, causando-lhe a morte, tendo sabido pela esposa da vítima que o motivoera discussão anterior em virtude de dívida. A segunda testemunha, arrolada pela defesa, afirmou queconhecia João há muito tempo, sabendo que, na data do fato, ele não estava no Brasil e, por isso, nãopodia ser o autor dos disparos. Após os debates, João foi pronunciado por homicídio duplamentequalificado, nos termos da denúncia, sob o fundamento de que o depoimento da testemunha daacusação, por ser ela presencial,merece crédito, além do que, em caso de dúvida, deve o acusado ser pronunciado, já que, nessa faseprocessual, vigora o princípio in dubio pro societate . João, intimado da decisão no dia 15.09.95, nomesmo dia deu ciência ao seu advogado.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.(OBS.: a prova foi realizada dia 18/09/2005)

PROBLEMA NO 48João foi processado e condenado pelo crime do art. 306 CTB, uma vez que, em “blitz” de rotina, teriasido abordado com visíveis sinais de embriaguez. Percebendo que João mal conseguia responder asperguntas a apresentar documentos, o policial registrou e evidência da embriaguez e o encaminhou aohospital próximo para tratamento, eis que João se queixava de enjôos e tontura. Diante de tantosevidentes sinais da intoxicação alcoólica, ao sentenciar o magistrado considerou desnecessárioexame pericial, substituído pela palavradas testemunhas em face de sua impossibilidade concreta.QUESTÃO: Elabore a defesa cabível.

PROBLEMA NO 49“B” foi condenado a 2 anos de reclusão e 10 dias-multa pelo crime previsto no artigo 14 da Lei no10.826/03. Por ser o réu primário e de bons antecedentes, foi-lhe concedida na sentença (publicadaontem) a suspensão condicional da pena. Consta dos autos que fora detido na rua de sua casaportando revólver desmuniciado, apesar de devidamente registrado.QUESTÃO: Na qualidade de advogado de “B”, adote a medida judicial cabível.

PROBLEMA NO 50Mário, após violenta discussão com Antônio, agride-o com um cano, causando-lhe ferimentos, atopresenciado por duas testemunhas. Durante o inquérito policial, depois do primeiro exame em Antônio,realizado 15 (quinze) dias após o fato, ele foi intimado para comparecer após 90 (noventa) dias, tendoos peritos, com base em informes do ofendido e de registros hospitalares, pois desaparecidos osvestígios, afirmado a incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 (trinta) dias. Concluídoo inquérito, Mário foi denunciado e condenado nas penas do artigo 129, parágrafo 1o, no I, do Código

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 11/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

11

Penal. O acusadoMário e seu advogado deixaram escoar o prazo para impugnação da sentença.QUESTÃO: Como novo advogado, o que faria em favor de Mário? Redija a peça.

PROBLEMA NO 51Lúcio, com 19 (dezenove) anos à época do fato, encontra-se condenado pela 27a Vara Criminal destaComarca ao cumprimento da pena de 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão, pela prática docrime de furto qualificado na modalidade continuada (artigos 155, parágrafo 4o, no I, e 71, do CódigoPenal), conforme sentença que transitou em julgado, para a acusação no dia 05.01.2005 e, para adefesa, no dia 20.02.2005. Lúcio, que estava foragido, veio a ser preso no dia 28.01.2007.QUESTÃO: Como advogado de Lúcio, qual a medida cabível em sua defesa? Redija a peça.

PROBLEMA NO 52João Alves dos Santos, vítima de estelionato, atuara no processo por seu advogado, como assistentedo Ministério Público e apelou de sentença condenatória que, em 05.01.2004, condenara AntonioAparecido Almeida às penas mínimas de 1 (um) ano de reclusão e dez dias-multa, pleiteando aumentoda pena porque o condenado era reincidente. O juiz não admitiu a apelação porque, no seu

entendimento, não pode o ofendidoapelar de sentença condenatória para pleitear aumento de pena. O advogado da vítima foi intimadodessa decisão no dia 20.05.2004.QUESTÃO: Verifique a medida cabível e, de forma fundamentada, apresente a peça adequada,postulando, como advogado, o que for de interesse de João Alves dos Santos.(OBS.: a prova foi realizada em 22/05/2004)

PROBLEMA NO 53João Alves dos Santos foi condenado, no dia 05.01.2004, por apropriação indébita porque, comomarceneiro, recebera, no dia 06.02.2002, importância de seu cliente, Antonio Aparecido Almeida, comopagamento adiantado pelos serviços que prestaria em sua residência. Entendeu o Magistrado queJoão cometera o crime porque ficou com o valor recebido, não executando os trabalhos pelos quais foicontratado. Ele e seu advogado foram intimados da sentença condenatória, no dia 20.05.04.QUESTÃO: Como advogado de João, verifique a medida cabível e, de forma fundamentada, postule oque for de seu interesse por meio de peça adequada.(OBS.: a prova foi realizada em 22/05/2004)

PROBLEMA NO 54João Alves dos Santos, por estar indiciado pela prática de crime de roubo, procurou advogado paraatuar em sua defesa. Este, no dia 20.05.2004, dirigiu-se à Delegacia de Polícia e solicitou os autos deinquérito para exame. O Delegado de Polícia, todavia, não lhe permitiu o acesso aos autos porque ainvestigação era sigilosa.QUESTÃO: Como advogado de João, verifique a medida cabível e de forma fundamentada postule oque for adequado ao caso.(OBS.: a prova foi realizada em 22/05/2004)

PROBLEMA NO 55O Ministério Público ofereceu denúncia contra Pedro Antunes Rodrigues, por infração prevista no art.121, caput , c/c o art. 14, inciso II, e art. 61, inciso II, alínea e , todos do Código Penal. Conforme ainicial acusatória, no dia 2 de novembro de 2006, por volta das 15 horas, na quadra 5, em via pública,na localidade de Planaltina – DF, o denunciado, fazendo uso de uma pistola, da marca Taurus, calibre380, semi-automática, com capacidade para doze cartuchos, conforme laudo de exame em arma defogo, efetuou um disparo contra seu irmão Alberto Antunes Rodrigues, na tentativa de matá-lo,causando-lhe lesões no peito,do lado esquerdo. O delito de homicídio não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade,sendo evitado porque a vítima recebeu pronto atendimento médico. O que motivou o fato, conforme aexordial, foi a divisão de uma área de terras oriunda de herança. Narra a denúncia que Pedro Antunes

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 12/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

12

Rodrigues disse à vítima, na véspera dos fatos, que “a fazenda seria sua de qualquer jeito, nem que,para isso, tivesse que matar o próprio irmão ”. Durante a instrução do feito, a acusação apresentoutestemunhas não-presenciais. A defesa, por seu turno, arrolou Catarina Andrade, que informou que,depois de efetuar um único disparo de arma de fogo contra a vítima, Pedro Antunes Rodrigues

absteve-se, voluntariamente, de reiterar atos agressivos à integridade física da vítima e, ato contínuo,retirou-se, caminhando, do local onde ocorreram os fatos. Ao ser interrogado, o réu admitiu que teriadito ao seu irmão, um dia antes do crime, exatamente as palavras narradas na denúncia. Consta nosautos informação da polícia técnica de que na arma, apreendida imediatamenteapós o crime, havia 7 cartuchos intactos. E, ainda, que Pedro não possui antecedentes penais.Conforme o laudo de exame de corpo de delito (lesões corporais), a vítima foi atingida no ladoesquerdo do peito, tendo o projétil transfixado o coração, do que resultou perigo de vida. Em razão dalesão sofrida, Alberto ficou 40 dias sem exercer suas atividades normais. Sobreveio, então, sentençaque pronunciou o réu nos termos da denúncia. Submetido a julgamento pelo tribunal do júri, o réu foicondenado a 5 anos de reclusão, em regime semi-aberto, conforme o disposto no art. 121, caput , c/c oart. 14, inciso II, e art. 61, inciso II, alínea e , todos do Código Penal.QUESTÃO: Considerando essa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado de PedroAntunes Rodrigues, a peça processual que não seja o habeas corpus , privativa de advogado,

pertinente à sua defesa, incluindo a fundamentação legal.

PROBLEMA NO 56Policial civil ingressou, sem mandado judicial, na residência de João, e nela apreendeu documentopúblico que, submetido à perícia, constatou-se ser falso, vindo por isso João a ser denunciado comoincurso no artigo 297, caput, do Código Penal. A denúncia foi recebida pelo juiz.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual de sua defesa.

PROBLEMA NO 57O juiz, ao proferir sentença condenando João por furto qualificado, admitiu, expressamente, nafundamentação, que se tratava de caso de aplicação do privilégio previsto no parágrafo segundo, doart. 155 do Código Penal, porque o prejuízo da vítima era de R$ 100,00 (cem reais), devendo, em facede sua primariedade e bons antecedentes, ser condenado à pena mínima. Na parte dispositiva, fixoucomo pena a de reclusão de 2 (dois) anos, substituindo-a por uma pena restritiva de direito e multa,fixando regime inicial aberto.QUESTÃO: Diante do inconformismo de João com essa condenação, como seu advogado, tome asprovidências cabíveis para a sua defesa e redija a peça processual adequada.

PROBLEMA NO 58João foi acusado de ter subtraído, no dia 5 de janeiro de 2003, vinte mil dólares de seu pai, Fábio, comcinqüenta e oito anos de idade. Houve proposta de suspensão condicional do processo, não aceitapelo acusado. Ouvidas duas testemunhas de acusação, disseram que, realmente, houve a subtração,por elas presenciada. O pai, vítima, confirmou o fato e a propriedade dos dólares. Por outro lado, oacusado e duas testemunhas de defesa afirmaram que os dólares não pertenciam ao pai do acusado,mas à sua mãe, que, antes de falecer, os dera para o filho. Não foi juntada prova documental arespeito da propriedade do dinheiro. O juiz condenou João pelo crime de furto simples às penas de 1(um) ano de reclusão e 10 dias-multa, no valor mínimo, substituindo a pena de reclusão pela restritivade direitos consistente em prestação de serviços à comunidade.QUESTÃO: Como advogado de João, verifique o que pode ser feito em sua defesa e, de formafundamentada, postule o que for de seu interesse por meio de peça adequada.

PROBLEMA NO 59Tício é sócio-gerente, com maioria do capital, da loja de equipamentos agrícolas Gramas, localizadana cidade de Cuiabá, tendo cinco funcionários trabalhando em referido estabelecimento comercial. Nomês de março do ano de 2004, a empresa passou por séria crise financeira, motivo pelo qual Tíciodeixou de repassar à Previdência Social, no prazo e na forma legal, as contribuições previdenciáriasdescontadas dos funcionários. A empresa foi submetida à fiscalização, tendo sido descobertos pelo

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 13/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

13

órgão autárquico os atos praticados pelo senhor Tício, motivo pelo qual foi lavrado auto de infração,sendo, ainda, remetida representação ao Ministério Público. Instaurado Inquérito Policial, Tício foiindiciado e interrogado. Em seu interrogatório informou que era o responsável pela folha depagamento e que descontava as contribuições previdenciárias de seus empregados, mas não as

repassando à Previdência, preferindo aplicar o dinheiro no pagamento de fornecedores, pois aempresa passava por grave crise financeira. Afirmou, também, que providenciara, em junho de 2004, adeclaração do débito e o pedido de parcelamento perante a Previdência Social, procedendo acomprovação do adimplemento de todas as parcelas. Findo o inquérito, a autoridade policial elaborourelatório e o enviou ao representante do Ministério Público, o qual ofereceu denúncia, em fevereiro de2005, em desfavor de Tício e Mévio, este, sócio minoritário da empresa Gramas e que não participavada gestão dasociedade. Requereu, ainda, a prisão preventiva dos denunciados. O magistrado recebeu a denúnciae decretou a prisão preventiva como garantia da ordem econômica, tendo sido expedidos osmandados de prisão.QUESTÃO: Como advogado de Tício e Mévio, adotar as providências cabíveis.

PROBLEMA NO 60

Rodrigo Malta, brasileiro, solteiro, nascido em 4/5/1976, em São Paulo – SP, residente na rua PedroAfonso no 12, Moema, São Paulo – SP, foi preso em flagrante delito, em 2/8/2008. Em 9/9/2008, foidenunciado como incurso nas sanções previstas no art. 14, caput, e no art. 16, parágrafo único, IV,ambos da Lei no 10.826/2003 (porte de arma de fogo de uso permitido e posse de arma de fogo deuso restrito, com a numeração raspada),de acordo com o que dispõe o art. 69 do Código Penal brasileiro. O advogado de Rodrigo pleiteou aliberdade provisória de seu cliente, entretanto o pleito foi indeferido pelo juiz a quo, que assim semanifestou: “Após analisar os autos, entendo que o pedido de liberdade provisória formulado nãomerece acolhida. Com efeito, os crimes imputados ao acusado são sobremaneira graves, indicando aprova indiciária, até o momento, que o acusado é provavelmente soldado do tráfico, o que só serádirimido, com exatidão, durante a instrução.De outro lado, a primariedade e os bons antecedentes não são pressupostos a impor a liberdade deforma incontinente, destacando-se que, em casos como o presente, melhor razão está com a bempautada promoção do Ministério Público, que oficiou contrariamente à liberdade provisória. Isto posto,indefiro o pedido de liberdade.” A defesa, então, impetrou habeas corpus perante o Tribunal de Justiçado Estado de São Paulo, objetivando a concessão de liberdade provisória, sob o argumento de que odecreto de prisão cautelar não explicitara a necessidade da medida nem indicara os motivos que atornariam indispensável, entre os elencados no art. 312 do Código de Processo Penal. A ordem,contudo, restou denegada, confirmando-se a decisão do juiz a quo, em razão do disposto no art. 21 daLei no 10.826/2003, que proíbe a liberdade provisória no caso dos crimes de posse ou porte ilegal dearma de fogo de uso restrito. Registre-se que Rodrigo Malta é primário, possui bons antecedentes ecompareceu à delegacia e ao juízo todas as vezes em que foi intimado. Outrossim, não demonstrouqualquer intenção de fuga.QUESTÃO: Considerando a situação hipotética apresentada, na condição de advogado(a)contratado(a) por Rodrigo Malta, interponha a peça jurídica cabível, diversa de habeas corpus, emfavor de seu cliente, diante da denegação da ordem.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 14/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

14

 PROBLEMA NO 61No dia 30 de agosto de 2007, Vânia Pereira, brasileira, casada, residente na Rua José Portela n.67,em Franco da Rocha – SP, foi presa, em flagrante, na posse de 11,5 g da substância entorpecente

causadora de dependência química e física, conhecida como cocaína, na forma de uma única porção,trazida consigo, no interior de estabelecimento prisional. Vânia foi denunciada por tráfico de drogas, deacordo com o art. 33, c/c art. 40, III, ambos da Lei no 11.343/2006. As testemunhas de acusação,agentes penitenciários, confirmaram que, na data dos fatos, a ré fora surpreendida, dentro daPenitenciária III de Franco da Rocha, na posse da substância entorpecente — escondida no interior dosolado de um tênis —, destinada à entrega e consumo do preso José Pereira da Silva, seu marido.Relataram, também, que somente após a perfuração da sola do tênis, com um facão, puderamverificar a existência da droga. Informaram, por fi m, que a abordagem da ré ocorrera de modoaleatório, tendo ela passado calmamente pela guarita policial, sem demonstrar nervosismo ou medo.As testemunhas de defesa disseram que a ré fora instigada por um tal de João a levar o par de tênis,de modo que ela não tinha como saber que estava levando drogas para o seu marido. Ademais, Vânialevava-lhe, semanalmente, mantimentos e roupas. Em seu interrogatório em juízo, Vânia refutou aimputação, contando a mesma versão dos fatos que narrara na delegacia. Afirmou que, na noite

anterior aos fatos, um indivíduo de prenome João fora até sua residência e pedira-lhe que entregasseum par de tênis a seu marido, preso na Penitenciária III de Franco da Rocha, o que foi aceito.Declarou, ainda, que “não sabia que havia droga dentro da sola do tênis” e que, por isso, decidiralevar o calçado para seu marido, ocasião em que foi detida. Há, nos autos, os laudos de constataçãoprévia e de exame químico-toxicológico, que confirmam não apenas a quantidade da drogaapreendida, mas também a forma de acondicionamento apresentada, típica da atividade de tráfi co.Constam, ainda, nos autos, documentos que comprovam que Vânia é primária, tem bonsantecedentes, não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa. Ao final,Vânia foicondenada pelo juiz da 1a vara criminal da comarca de Franco da Rocha nas penas de seis anos dereclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de sessenta e seis dias multa, no valor unitáriomínimo, como incursa no art. 33, c/c art. 40, III, ambos da Lei no 11.343/2006. A defesa tomou ciênciada decisão.QUESTÃO: Considerando a situação hipotética apresentada, redija, em favor de Vânia Pereira, apeça jurídica, diversa de habeas corpus, cabível à espécie.

PROBLEMAS EXTRAS

PROBLEMA EXTRA NO 1Pedro Paulo e Marconi estavam sendo investigados pela autoridade policial de distrito policial dacomarca de São Paulo em razão da prática do delito de tentativa de furto qualificado pelo concurso depessoas, ocorrido no dia 9/6/2008, por volta das 22 h. O inquérito policial foi autuado e tramitavaperante a 2.a vara criminal da capital. Ao registrar ocorrência policial, a vítima, Maria Helena, narrouter visto dois indivíduos de estatura mediana, com cabelos escuros e utilizando bonés, noestacionamento do shopping Iguatemi, tentando subtrair o veículo Corsa/ GM, de cor verde, placa IFU6643/SP, que lhe pertencia. Disse, ainda, que eles só não alcançaram êxito na empreitada criminosapor motivos alheios às suas vontades, visto que foram impedidosde concluí-la pelos policiais militares que estavam em patrulhamento na região. No dia 30/6/2008,Pedro Paulo foi convidado para que se fizesse presente naquela delegacia de polícia e assim o fez,imediata e espontaneamente, a fi m de se submeter a reconhecimento formal. Na ocasião, negou aautoria do delito, relatando que, no horário do crime, estava em casa, dormindo. A vítima MariaHelena, e a testemunha Agnes, que, no dia do crime, iria pegar uma carona com a vítima nãoreconheceram, inicialmente, Pedro Paulo como autor do delito. Em seguida, Pedro Paulo foi posto emuma sala, junto com Marconi, para reconhecimento, havendo insistência, por parte dos policiais, paraque a vítima confirmasse que os indiciados eram os autoresdo crime. Então, a vítima assinou o auto de reconhecimento, declarando que Pedro Paulo era a

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 15/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

15

pessoa que, no dia 9/6/2008, havia tentado furtar o seu veículo, conforme orientação dos agentes depolícia. Diante disso, o delegado autuou Pedro Paulo em flagrante delito e recolheu-o à prisão. Foientregue a Pedro Paulo a nota de culpa, e, em seguida, foram feitas as comunicações de praxe. PedroPaulo não é primário, porém possui residência e emprego fixos.

QUESTÃO Considerando a situação hipotética apresentada, redija, em favor de Pedro Paulo, a peça jurídica, diversa de habeas corpus, cabível à espécie.

PROBLEMA EXTRA NO 2“A” foi denunciado pela prática do crime de furto. Na defesa preliminar, seu defensor arrolou cincotestemunhas. Porém, foram ouvidas somente duas delas, por força das restantes terem se mudadodos endereços constantes do mandado, conforme certidão do senhor meirinho. “A”, por meio de seuadvogado, pleiteou a substituição daquelas por outras, demonstrando a imprescindibilidade da oitiva,tendo sido tal pedido indeferido. O réu veio a sofrer condenação a pena privativa de liberdade e odecisório já transitouem julgado.QUESTÃO: Elabore perante o órgão judiciário competente medida cabível e favor de “A”.

PROBLEMA EXTRA NO 3Júlio foi denunciado e pronunciado como incurso nas penas do art. 121, “caput”, do CP, pelo seguintefato: acordado de madrugada em sua casa com ruídos estranhos, foi até o quintal provido de umalanterna e um revólver. Repentinamente surge um vulto humano, e Júlio, então, disparou em direçãoao vulto.Ao final, verificou-se que se tratava de um vizinho de Júlio, que pretendia assustá-lo a título debrincadeira, e que por fi m veio a falecer em conseqüência do disparo. Julgado pelo Tribunal do Júri,Júlio foi condenado a seis anos de reclusão.QUESTÃO: Apresentar peça profissional em favor de Júlio.

PROBLEMA EXTRA NO 4Por estar necessitando de dinheiro, “A” aluga seu apartamento para um casal ali manter relaçõessexuais, mediante o preço de R$ 200,00. A Polícia chega ao local e prende-o em flagrante delito.Processado, “A” é condenado à pena de 2 (dois) anos de reclusão, com sentença confirmada porvotação unânime pela Instância Superior. Somente hoje, 01 (um) mês após a publicação do Acórdão,surgem testemunhas garantindo ser a 1a vez que “A” praticara tal fato.QUESTÃO: Sustentar, perante o órgão judiciário competente, as razões da medida proposta.

PROBLEMA EXTRA NO 5Pedro era casado com Maria há muitos anos, não tiveram filhos e moravam em São Paulo. Pedroviajou para Salvador a negócios e hospedou-se no Hotel Centro daquela cidade. Ao retornar, após 2(dois) dias, encontrou a esposa morta com um tiro na cabeça. Apurou-se também um tiro dado naparede com a mesma arma. Pedro acabou sendo denunciado por homicídio doloso simples, agravadopor crime contra cônjuge. Defendeu-sepor meio de um álibi, mostrando a conta do hotel, mas o Juiz competente o pronunciou, apesar danegativa do acusado, enviando-o a julgamento perante o Tribunal do Júri. A r. sentença de pronúnciafoi proferida há 3 (três) dias e o acusado está solto.QUESTÃO: Produzir a peça cabível na espécie, perante o órgão judiciário competente, em favor dePedro.

PROBLEMA EXTRA NO 6“A”, empregada doméstica, foi estuprada por “B”, porteiro do prédio onde trabalha. “A” pretendepromover uma ação penal contra o estuprador. Ocorre que não pode prover as despesas de umprocesso, sem privar-se de recursos indispensáveis à sua manutenção própria.QUESTÃO: Como advogado de “A”, elabore a peça adequada.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 16/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

16

PROBLEMA EXTRA NO 7“A” foi condenado, em primeira instância, a um ano e dois meses de reclusão. Interpôs recurso deapelação, visando diminuir a pena. Devidamente processado tal recurso, a Colenda Câmara Criminaldo Egrégio Tribunal de Justiça houve por bem acolher as razões do apelante e diminuir-lhe a pena,

como se verifica pela ementa: “vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação criminal no .....,em que é apelante “A” ‘sendo apelada a Justiça Pública: acordam, por votação unânime, darprovimento à apelação do réu para diminuira pena a 14 meses de reclusão...... E, na parte conclusiva da veneranda decisão, lê-se: “Isto posto,dá-se provimento ao apelo do réu para fi xar pena em 14 meses de reclusão.”QUESTÃO: Elaborar peça profissional para corrigir o referido engano material contido no acórdão.

PROBLEMA EXTRA NO 8Uma moça propõe ao seu namorado um pacto de suicídio. lnstiga-o de tal forma que ele aceita.Cumprindo o plano, o namorado atira contra a moça e, voltando contra o peito, também atira. Ambossobreviveram, tendo sido verifi cado que os ferimentos resultantes foram leves. Foram denunciados:ele, por tentativa de homicídio (art. 121, c.c. artigo 14,II, ambos do Código Penal) e ela pelo delitoprevisto no artigo 122 do Código Penal. Como o processo fosse da competência da Vara do Júri,

foram ambos pronunciados, o prazo está fl uindo.QUESTÃO: Elaborar medida cabível em favor da moça.

PROBLEMA EXTRA NO 9Rui foi denunciado por furto qualificado e encontra-se foragido. Valendo-se de um atestado de óbitofalso obteve do Juiz Criminal a extinção da punibilidade. Descoberta a fraude, o próprio Juiz cassou asua decisão que já houvera transitado em julgado, decretando prisão preventiva.QUESTÃO: Apresentar medida em favor de Rui.

PROBLEMA EXTRA NO 10“A” foi processado e condenado a 04 (quatro) anos de reclusão por ter exposto à venda produtoalimentício adulterado, crime previsto no art. 272 do CP. A sentença baseou-se em auto de infraçãoelaborado pela autoridade sanitária. Não há nos autos qualquer laudo. “A’ encontra-se preso, tendo asentença transitado em julgado.QUESTÃO: Elaborar peça processual visando resolver a situação de ‘A’, justificando a medidaproposta

PROBLEMA EXTRA NO 11Pedro, dado como incurso nas sanções do art.171, “caput”, c.c. o art. 71, ambos do Código Penal, foicondenado às penas de 1 (um) ano de reclusão e pagamento de 10 (dez) dias-multa, por sentençaainda não passada em julgado. Segundo consta, Pedro adquiriu mercadorias da empresa POP Ltda,pagando-as com cheques, para desconto posterior, que, apresentados, não foram pagos porinsuficiência de fundos.QUESTÃO: Como advogado(a) de Pedro, adote a medida judicial cabível, fundamentado-a.

PROBLEMA EXTRA NO 12Ésquines foi denunciado e está sendo processado por infração ao artigo 159 do Código Penal porque,mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, seqüestrou Demóstenes, empresário, exigindode sua família, como condição para sua libertação, a importância de R$ 100.000,00 (cem mil reais).Foi autuado em fl agrante delito no momento em que pegava o dinheiro, deixado em local previamentecombinado, e a vítima foi encontrada ilesa.O acusado encontra-se preso, por força da flagrância delitiva, há mais de 180 (cento e oitenta dias) eainda não se encerrou a instrução criminal, uma vez que o representante do Ministério Público insistena oitiva de duas testemunhas que devem ser ouvidas por meio de Carta Precatória, por residirem emoutro Estado. Requerido o relaxamento do fl agrante ao Juízo processante, foi o mesmo indeferido,ensejando interposição de ordem de “Habeas Corpus” ao Tribunal competente. O Tribunal denegou aordem requerida, fundamentando o v. acórdão no fato de que a gravidade da infração se sobrepõe ao

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 17/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

17

eventual excesso de prazo, desconfigurando o alegado constrangimento ilegal.QUESTÃO: Como advogado de Ésquines, tome a providência judicial cabível.

PROBLEMA EXTRA NO 13

“A’ com 35 anos de idade, professor de natação, convidou uma de suas alunas de nome “B”, de 23anos, moça de posses, para tomar um suco após a aula. Quando se dirigiam ao barzinho, passarampor um bosque e “A”, usando de violência, estuprou “B”. Neste momento, policiais militares quepassavam por ali, ouviram os gritos de “B” e efetuaram a prisão em flagrante de “A”. “A” foi processadopelo artigo 213 do Código Penal, sendo que “B” moveu uma ação privada contra “A”. Durante oprocesso, “A” não expressou humildade e até disse que “a vítima na verdade gostou”. “A” estácumprindo pena, já tendo descontado mais de 2/3 da reprimenda carcerária. Agora, após tantos anosna cadeia, indenizou a vítima, tem ótimo comportamento prisional, boa laborterapia e inclusivesubsiste do seu trabalho, tendo recebido elogios do Diretor da Unidade Prisional. Requereu o seulivramento condicional. Porém, o Juiz da Vara competente, impressionado com a gravidade do caso eainda influenciado pela frase que a vitima na verdade teria gostado, dita por “A” na época do processo,entendeu prematuro o benefício e indeferiu a postulação. A r. decisão que indeferiu o benefício foiprolatada hoje.

QUESTÃO: Produzir a peça cabível na espécie, em favor de “A”, direcionada ao órgão Judiciário adquem.

PROBLEMA EXTRA NO 14João de Deus foi condenado a pena de 2 (dois) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa pelo Juízo da1a Vara Criminal da Capital, que o considerou incurso no artigo 333, do Código Penal, tendo o juizconcedido o “sursis”. No qüinqüídio legal, o Ministério Público não recorreu e a defesa de João, sim.Consta da sentença condenatória que “...embora o réu apenas tenha aquiescido ao insistente pedidodo funcionário público e lhe dado R$ 100,00 (cem reais) para retardar ato de ofício, a condenaçãoseria de rigor em razão da crescente onda de corrupção que não é tolerada pela sociedade. Mesmoque o réu tenha se sentido coagido, o que fi cou bem demonstrado nos autos, o fato é que se viufavorecido, o que também justificava a condenação.”QUESTÃO: Como advogado de João de Deus e hoje intimado, prossiga no recurso interposto.

PROBLEMA EXTRA NO 15“A” requereu abertura de Inquérito Policial contra “B” pelo delito de estupro, no último dia de que tratao artigo 103 do Código Penal. No 10o dia consecutivo, ao receber a queixa respectiva, o Magistradocompetente decretou a prisão preventiva de “B”, que é homem correto, radicado no distrito da culpa,casado e com família constituída.QUESTÃO: Elaborar peça profissional para solucionar a situação processual de “B”.

PROBLEMA EXTRA NO 16“A”, “B”, “C” e “D” egressos da Penitenciária do Estado de São Paulo, no dia 10 do mês passado foramfazer uma reunião no hotel da cidade, com o fi m de discutir a melhoria de vida dos outros detentos.Haviam combinado essa reunião quando estavam cumprindo pena. No desenrolar da reunião, forampresos pela polícia e enquadrados no art. 288 do Estatuto Penal Repressivo. O processo desenrolou-se normalmente e o Juiz proferiu sentença condenatória, a qual não transitou em julgadoQUESTÃO: Elaborar medida cabível.

PROBLEMA NO 17“A” foi denunciado por violação ao artigo 329 do Código Penal, por haver resistido à determinação depolicial à paisana, que exigia sua presença na 23a Delegacia. A ordem do investigador fundava-se nofato de “A” ter sido encontrado dentro de seu automóvel, conversando com a noiva, em lugar distante.O processo prosperou e a sentença absolveu “A”. O Promotor, inconformado, apelou.QUESTÃO: Sustentar, perante o órgão judiciário competente, as razões da medida proposta.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 18/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

18

PROBLEMA EXTRA NO 18Uma parteira, já condenada por crime anterior, processada pelo delito capitulado no art. 126 do CP,por ter praticado aborto em uma mulher que a procurou, confessou a maneira abortiva tanto na fasepolicial como na judicial. A vítima não foi submetida a exame de corpo de delito. Finda a instrução

preliminar, o Magistrado, com fundamento nas suas confissões, pronunciou-a. Intimada, a parteiraprocurou outro advogado. O prazo de recurso está fluindo.QUESTÃO: Apresentar medida em favor da parteira, justificando-a.

PROBLEMA EXTRA NO 19Euclides, médico ginecologista, sem antecedentes criminais, foi preso em flagrante pelo Delegado da14a Circunscrição Policial, por estar praticando aborto em uma de suas pacientes. Fato provado pelolaudo de exame de corpo de delito realizado pelo IML. Requereu a liberdade provisória que foiconcedida pelo Juiz que arbitrou a fiança. Euclides, está sendo processado perante o 5o Tribunal doJúri da Capital como incursonas penas do artigo 126, “caput”, do CP. Ministério Público ofereceu a denúncia e deixou de propor odisposto no art. 89 da lei 9.099 / 95. O interrogatório já foi realizado, sendo que a audiência da oitivadas testemunhas de acusação foi marcada.

QUESTÃO: Elaborar medida cabível.

PROBLEMA EXTRA NO 20Em queixa-crime formulada por Maria contra Raphael por crime de posse sexual mediante fraude,após os trâmites legais, o processo alcançou a fase dos debates orais, ocasião em foi deferido o pleitopara entrega de memoriais. Aberta vista ao querelante, deixou ele escoar-se o prazo sem qualquermanifestação. O querelado ofereceu suas razões defensivas. A sentença condenou o réu a dois anosde reclusão, com direito a sursis.QUESTÃO: Elaborar a medida judicial cabível para resolver o caso em definitivo em favor do réu.

PROBLEMA EXTRA NO 21Pedro, em processo que lhe é movido por roubo, na comarca de São Paulo, arrolou, em defesa prévia,três testemunhas residentes e domiciliadas em Santos, Estado de São Paulo. Quando da expediçãoda competente carta precatória, nem o réu nem seu defensor, foram intimados. No processo criminal,o réu foi condenado nos termos da infração penal do crime em tela. O decisório ainda não transitouem julgado.QUESTÃO: Como advogado de Pedro, elaborar medida cabível.

PROBLEMA EXTRA NO 22Paulo, com 25 anos, foi denunciado pela violação do artigo 163, parágrafo único, inciso I, do CódigoPenal. A denúncia relatou que, em 05 de julho de 2000, Paulo, após invadir a casa de Maria, situadana rua dos Franceses, no 243, em São Paulo, agrediu a moradora e destruiu os móveis que estavamna sala. A denúncia foi recebida em 28 de outubro de 2001, e designou-se interrogatório para 10 dedezembro de 2001. No dia do interrogatório, o Dr. Promotor de Justiça negou-se a apresentar propostade suspensão do processo – artigo89 da lei no 9.099 / 95 – por ter sido provado que o réu era reincidente em crime doloso e que tinhauma condenação pela prática de roubo, transitada em julgado, quando invadiu a casa de Maria. Oprocesso seguiu sua tramitação normal. Encerrada a instrução, prolatou-se sentença condenatória em27 de março de 2002. O Juiz condenou o réu à pena de 7 (sete) meses de detenção, reconhecendoque este violara o artigo 163, parágrafo único, inciso IV, do Código Penal, e fixou o regime prisionalsemi-aberto para início do cumprimento da pena, negando ao réu o direito de apelar em liberdade, porser reincidente em crime doloso.O réu foi intimado da sentença por edital, e, por ele não ter se recolhido à prisão, o recurso interpostopela defesa não foi recebido. A sentença transitou em 19 de novembro de 2002. O réu está naiminência de ser preso, devido ao mandado de prisão expedido.QUESTÃO: Elaborar peça em defesa do réu.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 19/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

19

PROBLEMA EXTRA NO 23Antônio foi denunciado por ter, no dia 25 de julho de 2000, por desatenção, atravessado o semáforovermelho e dado causa à morte de José. A denúncia foi recebida no dia 5 de dezembro de 2000. O  juiz designou o interrogatório. O réu não foi localizado nos endereços existentes nos autos, e o

magistrado determinou a citação do réu por edital. No dia do interrogatório, o réu não compareceu em  juízo e não constituiu advogado. O juiz decretou a revelia do réu e determinou a suspensão doprocesso e do prazo prescricional, nos termos do artigo 366 do Código de Processo Penal, até omomento em que o réu fosse citado pessoalmente. O promotorde justiça requereu a prisão preventiva do réu devido à suspensão do processo e do prazoprescricional.O juiz, em despacho fundamentado e alegando ser necessária a prisão do acusado, para assegurar aaplicação da lei penal, determinou a expedição de mandado de prisão. O réu encontra-se na iminênciade ser preso.QUESTÃO: Ajuizar a medida judicial cabível para impedir que a prisão preventiva seja cumprida.

PROBLEMA EXTRA NO 24Paulo foi denunciado por corrupção ativa, pois teria oferecido dinheiro aos policiais que o prenderam.

Consta dos autos, que naquela ocasião, Paulo não acabara de cometer qualquer delito, tampoucoexistindo ordem de prisão emanada de autoridade competente. A denúncia foi oferecida e o acusadoacaba de ser citado.QUESTÃO: Apresentar peça jurídica apta para solucionar a situação de Paulo, justificando-a.

PROBLEMA EXTRA NO 25Aurélio, Promotor de Justiça, oferece denúncia contra Agripino, empresário, descrevendo infraçãopenal tipificada como receptação. Contudo, esquece-se de apresentar o rol de testemunhas na peçainicial, além de narrar fato equivocado, fazendo inserir circunstâncias totalmente divorciadas darealidade, não oferecendo, outrossim, a qualificação do indiciado. O Magistrado, ao tomarconhecimento do teor da denúncia, rejeita-a, expondo os motivos para tal. O Promotor de Justiçarecorre de tal decisão, expondo os motivos de seu inconformismo, reiterando que a ação penal deveser recebida para, ao final da instrução probatória, ser o réu condenado pejo crime que cometeu.Você, como advogado de Agripino, é intimado para tomar ciência da decisão do Juiz, bem como dorecurso interposto pelo Promotor de Justiça.QUESTÃO: Assim, faça a peça processual que julgar correta para a defesa de Agripino, justificandofundamentadamente os argumentos que nela desenvolverá.

PROBLEMA EXTRA NO 26Gaio foi denunciado como incurso no art. 121, § 2o, inciso ll, c.c. o art. 29, todos do Código Penal. EmPlenário, sustentou a Defesa, dentre outras, da tese da ausência do “animus necandi”. Os Jurados,por significativa maioria de votos, rejeitaram todas, sendo certo que não foi formulado quesito acercada inocência do pronunciado, fato que não foi objeto de reclamação na oportunidade. A sentença,proferida no julgamento realizado há três dias, condenou Gaio a cumprir a pena de 12 anos dereclusão, em regime fechado.

QUESTÃO:Como advogado de Gaio, ajuíze a providência judicial adequada, justificando-a.

PROBLEMA EXTRA NO 27O Doutor Promotor de Justiça requisitou a instauração de inquérito policial contra João FernandoAlbuquerque Filho, pelo crime de furto simples (art. 155 do Código Penal), praticado contra JoãoFernando Albuquerque o fato, que consistia na subtração de um relógio de ouro, foi levado aoconhecimento do representante do Ministério Público por Marisa Albuquerque, mãe do suposto autordo delito. O Doutor Delegado de Polícia instaurou o referido inquérito cumprindo a ordem daPromotoria.QUESTÃO: Como advogado de João Fernando Albuquerque Filho, adote a medida cabível.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 20/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

20

PROBLEMA EXTRA NO 28Agostinho registra grande número de condenações por crimes contra o patrimônio e já cumpriu parteem regime fechado. Estava em gozo de livramento condicional, veio a ser autuado em flagrante e foidenunciado por roubo simples. Encerrada a instrução probatória, em fase oportuna, o Ministério

Público pleiteia a condenação de Agostinho, sustentando que a prova é suficiente para tanto,especialmente pelos maus antecedentes. Permanece preso. Consta dos autos que tem trâmite na 1aVara Criminal da Capital, que Agostinho ingressou na farmácia de Thomás, que desconfiou “daquelemal encarado” e avançou contra este imobilizando-o até a chegada da polícia. Agostinho, semprealegou que fora comprar remédio. Foi deferido pedido da defesa para apresentação de memoriais.QUESTÃO: Como advogado de Agostinho, desenvolva a medida judicial pertinente.

PROBLEMA EXTRA NO 29João foi acusado pelo Ministério Público de praticar homicídio qualificado por motivo fútil porquedisparou tiros que atingiram Pedro, seu amigo, e causaram-lhe a morte, assim agindo porque estecuspira, em brincadeira, no seu rosto. Na decisão de pronúncia, o juiz, além de admitir a qualificadorado motivo fútil, acrescentou, ainda, a qualificadora da traição porque, segundo a prova colhida, Joãomentira para Pedro, convidando-o para almoçar em sua casa e, aproveitando-se de momento em que

ele estava sentado à mesa,atingiu-o pelas costas.QUESTÃO: Como advogado de João, verifique o que pode ser feito em sua defesa e, de formafundamentada, postule o que for de seu interesse por meio de peça adequada.

PROBLEMA EXTRA 30João foi denunciado pela prática de crime de sonegação fiscal perante a 3 Vara Criminal da JustiçaFederal de São Paulo. Procurado em seu endereço, sua mãe informou ao oficial de justiça que estariaviajando, e retornaria apenas em 60 dias. O Oficial de Justiça, então, certificou o ocorrido e concluiuque o acusado estaria se ocultando para não ser citado. João foi citado por hora certa e, sem constituirdefensor ou participar do processo, foi ao final condenado, com decisão definitiva.Como advogado de João, tome a medida cabível

PROBLEMA EXTRA NO 31João, condenado definitivamente por vários crimes de homicídio qualificado, roubo, latrocínio eseqüestro, a 156 (cento e cinqüenta e seis) anos de reclusão, iniciou o cumprimento de sua pena nodia 01.09.2006. Sob o argumento de que ele pertenceria a organização criminosa, o MinistérioPúblico, no dia 04.09.2006, requereu sua colocação em regime disciplinar diferenciado pelo prazo detrês anos. O juiz, no dia 05.09.2006, sem ouvir o sentenciado, acatou o pedido, e determinou oencaminhamento de João para penitenciária destinada ao cumprimento da pena no regime disciplinardiferenciado.QUESTÃO: Como defensor de João, tomando ciência da decisão no dia 15.9.2006, utilize os meiosnecessários a sua defesa.

PROBLEMA EXTRA NO 32João interpôs apelação contra condenação por estupro com violência presumida, pleiteandoabsolvição por insufi ciência de prova e, subsidiariamente, alteração do regime integralmente fechadopara inicialmente fechado. No julgamento da apelação, a Câmara do Tribunal de Justiça de São Pauloconfirmou a condenação, por unanimidade, e, por maioria, manteve o regime integralmente fechado.O voto divergente assentou-se em dois motivos: é inconstitucional a imposição de regimeintegralmente fechado e o estupro com violência presumida não é crime hediondo.QUESTÃO: Como advogado de João, sendo intimado do julgamento em 15.09.2006, utilize os meiosnecessários a sua defesa.

5/11/2018 Material Penal Site Problemas Praticos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/material-penal-site-problemas-praticos 21/21

 

OAB 2ª FASE CESPE NACIONALDireito Penal

Problemas para Peças Práticas

21

PROBLEMA EXTRA NO 33Estando os autos conclusos para sentença nos termos do art. 404 do CPP, o juiz de uma das VarasCriminais da Capital entendeu ser o caso de nova definição jurídica do fato narrado da denúncia,importando em pena mais severa ao réu, que aguarda o julgamento em liberdade. A fim de que o

Promotor de Justiça possa aditar a denúncia, os autos são baixados e, retornando à conclusão, omagistrado profere sentença condenatória nos termos da nova capitulação jurídica.QUESTÃO: Apresentar a medida cabível.

PROBLEMA EXTRA NO 34João, já condenado por crime contra a honra em sentença transitada em julgado praticado contraAntonio, foi acusado, mediante queixa, de ter caluniado e injuriado Alfredo, porque, no dia 02.08.04,na presença de dois funcionários da loja na qual Alfredo trabalhava, chamou-o de “ladrão”, afirmando,ainda, que ele teria se apropriado de valores recebidos de clientes da loja. O fato chegou aoconhecimento de Alfredo no dia 12.09.2004, quando este requereu a instauração de inquérito paraserem ouvidas as testemunhas do fato. Antes de encerrado o inquérito e serem ouvidas astestemunhas, o advogado de Alfredo ingressou com a queixa-crime no dia 02.02.05, protestando pelaposterior juntada dos autos de inquérito. Posteriormente, no dia 20.04.05, foram juntados os autos de

inquérito policial com os depoimentos das testemunhas ouvidas pela autoridade policial nos dias12.03.05 e 13.03.05, respectivamente. O Ministério Público se manifestou favoravelmente aorecebimento da queixa, a qual foi recebida pelo juiz de direito no dia seguinte.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.

PROBLEMA EXTRA NO 35João foi condenado por crime de roubo qualificado pelo emprego de arma às penas de 5 (cinco) anose 4 (quatro) meses de reclusão e multa, fixada em seus patamares mínimos. Levou o juiz em conta naaplicação da pena mínima, entre outras circunstâncias, a atenuante da menoridade prevista no art. 65,I, do Código Penal, bem como o fato de o prejuízo sofrido pela vítima ter sido de pequena monta. Oprocesso foi anulado em sede de revisão criminal por vício de citação. Renovada a instrução, apurou-se que o acusado era, na verdade, maior de 21 (vinte e um) anos à época do fato e que o prejuízo davítima era bem mais elevado doque o inicialmente apurado. O juiz proferiu sentença condenando João às penas de 6 (seis) anos e 6(seis) meses de reclusão e 10 dias-multa, sendo o valor de cada dia-multa fixado em um trigésimo dosalário mínimo vigente. O juiz fixou a pena privativa de liberdade acima do mínimo, em uma únicaoperação, em face das conseqüências graves do crime e, ainda, porque se provou ser o réureincidente e não lhe beneficiar nenhuma atenuante.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.