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RESUMO TEÓRICO 1 1) Bases Históricas Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual concorreram circunstâncias históricas e intelectuais e intenções práticas. O seu surgimento ocorre num momento histórico determinado, coincidente com os últimos momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. As transformações econômicas, políticas e culturas verificadas no século XVII, marca de forma indelével a sociologia. As revoluções industrial e a francesa patrocinam a instalação definitiva da sociedade capitalista. Somente por volta de 1830, um século depois, surgiria a palavra sociologia, fruto dos acontecimentos das duas revoluções citadas. A revolução industrial, à parte a introdução da máquina a vapor e os aperfeiçoamentos dos métodos produtivos, determinou o triunfo da indústria capitalista pela concentração e controle de máquinas, terras e ferramentas onde as massas humanas eram simples trabalhadores despossuídos. A sociologia constitui uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial, como por exemplo, a situação dos trabalhadores, o aparecimento das cidades industriais, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica, etc. É a formação e uma estrutura social específica — a sociedade capitalista — que impõe uma reflexão sobre a sociedade, suas transformações, suas crises, e sobre seus antagonismos de classe. No plano das transformações culturais associadas ao surgimento da Sociologia está o pensamento filosófico do século XVII que contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico. "A teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento. A autoridade em que se apoiava um dos alicerces da teologia, cederia lugar a uma dúvida metódica que possibilitasse um conhecimento objetivo da realidade" (Francis Bacon 1561- 1626).

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RESUMO TEÓRICO 1

1) Bases Históricas

Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual concorreram circunstâncias históricas e intelectuais e intenções práticas. O seu surgimento ocorre num momento histórico determinado, coincidente com os últimos momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista.As transformações econômicas, políticas e culturas verificadas no século XVII, marca de forma indelével a sociologia. As revoluções industrial e a francesa patrocinam a instalação definitiva da sociedade capitalista. Somente por volta de 1830, um século depois, surgiria a palavra sociologia, fruto dos acontecimentos das duas revoluções citadas. A revolução industrial, à parte a introdução da máquina a vapor e os aperfeiçoamentos dos métodos produtivos, determinou o triunfo da indústria capitalista pela concentração e controle de máquinas, terras e ferramentas onde as massas humanas eram simples trabalhadores despossuídos.A sociologia constitui uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial, como por exemplo, a situação dos trabalhadores, o aparecimento das cidades industriais, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica, etc. É a formação e uma estrutura social específica — a sociedade capitalista — que impõe uma reflexão sobre a sociedade, suas transformações, suas crises, e sobre seus antagonismos de classe.No plano das transformações culturais associadas ao surgimento da Sociologia está o pensamento filosófico do século XVII que contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico. "A teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento. A autoridade em que se apoiava um dos alicerces da teologia, cederia lugar a uma dúvida metódica que possibilitasse um conhecimento objetivo da realidade" (Francis Bacon 1561- 1626).O uso sistemático da razão, do livre exame da realidade, representou um grande salto para libertar o conhecimento do controle científico, da tradição, da "revelação" e, conseqüentemente, para a formulação de uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura.Do ponto de vista político, a burguesia, ao tomar o poder em 1789, insurgiu-se definitivamente contra os fundamentos da sociedade feudal, ao construir um Estado que assegurasse sua autonomia diante da Igreja e que incentivasse e protegesse a empresa capitalista. Aconteceu aí uma liquidação do regime antigo. Em menos de um ano a velha estrutura e o Estado monárquico estavam liquidados, inclusive abolindo radicalmente a antiga forma de sociedade e suas tradicionais instituições, arraigados costumes e hábitos, promovendo sensíveis alterações na economia, na política e na vida cultural. Portanto, o desenvolvimento desta ciência tem como pano de fundo a existência de uma burguesia que se distanciara de seu projeto de igualdade e fraternidade, e que, crescentemente, se comportava no plano político de forma menos liberal e mais conservadora, utilizando intensamente os seus aparatos repressivos e ideológicos para assegurar a sua dominação.

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2) Positivismo de Auguste Comte

Auguste Comte viveu no período napoleônico de consolidação da ordem capitalista numaEuropa em século de industrialização. Secretário e discípulo de Saint-Simon, Comte observou de seu mestre o dever de construir a harmonia social no caos revolucionário, reunindo uma metodologia retirada das ciências naturais para criar a primeira forma de pensamento sociológico: O Positivismo que se fundamenta em três principais pilares teóricos: Organicismo, cientificismo e darwinismo social.

2.1 - OrganicismoInicialmente, o positivismo comteano elaborou uma definição para seu objeto de pesquisa para a sociedade. Para tanto, afirmaram sê-la um corpo, um organismo composto de partes coesas e integradas. O funcionamento de tal organismo, regulado por leis naturais, é marcado por um equilíbrio natural e uma evolução contínua.

2.2 - CientificismoPara uma compreensão do organismo social, Comte recorre à metodologia das ciências naturais depositando na razão humana o papel do único instrumento capaz de elucidar as relações sociais. Cientificismo seria, portanto, a fé inabalável na racionalidade como forma eficaz de compreender o funcionamento da sociedade e propor possíveis remédios às distorções do comportamento natural.Garantindo uma postura supostamente neutra.

2.3 - Darwinismo socialCharles Darwin, um dos maiores expoentes da biologia, dedicou-se à analise das transformações das características genéticas das espécies. Dizia ele que a evolução dos seres vivos se dá por meio da capacidade de adaptação dos seres superando os obstáculos colocados pela seleção natural.A aplicação do darwinismo à sociologia foi obra dos positivistas, por mais que Comte reconhecia que o ambiente social e o natural não são caracteristicamente idênticos, suas essências comungam de uma lei geral de desenvolvimento ou evolução na qual somente os elementos mais aptos garantem sua sobrevivência ou lugar de destaque no convívio social.O darwinismo social foi justificador das desigualdades sociais e do imperialismo europeu. Em meio ao século XIX, grandes massas desempregadas ou submissas da disciplina fabril tinham sua situação explicada pela incompetência na adaptação ao meio, assim como as civilizações, algumas vivendo em regime tribal, foram encaradas como verdadeiros elos perdidos, fósseis vivos, expressões de um passado longínquo e primitivo da sociedade. Essa visão, darwinista, da sociedade ignora avaliações históricas e suas particularidades descarregando análises preconceituosas, mecânicas, lineares e burguesas sobre o objeto de pesquisa sociológica.

2.4 - "Ordem e progresso”

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Comte avaliou, também, que a sociedade possuía dois movimentos, ou seja, dois comportamentos fundamentais.A compreensão do todo social passava, essencialmente, pelas suas manifestações básicas e naturais, que poderiam ser dinâmicas ou estáticas.• Movimento Dinâmico - é o responsável pela evolução social, aquele que imprime transformações na sociedade capazes de transforma-las de estágios inferiores de organizações para estágios mais complexos, avançados ou evoluídos. Esse movimento natural, inerente à vida social foi denominado de Progresso.• Movimento Estático - é o responsável pela organização e o equilíbrio do organismo, que ajustaria todos os indivíduos às condições que garantiriam o melhor funcionamento da sociedade, o bem comum e os anseios da maioria da população. A harmonia é um pressuposto fundamental para a vida em sociedade, garantidora, inclusive, do próprio progresso. A este movimento estático e regulador, Comte, denominou Ordem.Sem desconsiderar o posicionamento burguês e a conjuntura de consolidação da ordem capitalista, pode-se concluir que:Esta análise encararia o movimento operário como verdadeiro inimigo do bom funcionamento da sociedade.A ciência da sociedade, no seu início, assume claramente uma fala conservadora."Ordem e Progresso" servirão de lema para a classe dominante buscar a tecnologia / o moderno, mas sempre garantindo a harmonia via instituições (Família, Escola, Igreja, Estado, Leis...).

3) Émile Durkheim

Durkheim pode ser considerado como um dos grandes teóricos da Sociologia, embora se atribui a paternidade do termo ao filósofo Auguste Comte. Em seu projeto intelectual, Durkheim e seus colaboradores emanciparam, de modo definitivo, a Sociologia da Filosofia Social, apresentando-a como disciplina científica rigorosa. Sua principal preocupação era definir com precisão o objeto, o método e a aplicabilidade da Sociologia. Em sua obra: As Regras do Método Sociológico (1895),xou claro o tipo de acontecimento sobre os quais debruça a Sociologia: os Fatos Sociais. Estes seriam então para ele o objeto da Sociologia.Durkheim se diferencia dos outros positivistas, porque suas teorias avançam sobre a simples reflexão filosófica, e construía toda uma organização de pressupostos metodológicos e teóricos sobre a sociedade. O empirismo positivista, que colocara a filosofia social diante de uma realidade a ser explorada, transformou-se numa postura real ao ser centralizada em fatores que poderiam ser observados, medidos e relacionados através de levantamentos de dados realizados pelos cientistas.

3.1 O Indivíduo e a SociedadeO indivíduo e a sociedade, para Durkheim, compõem uma inter-relação conjugada, onde uma parte pertence ao outro em harmonia constante. O indivíduo não existe em sua plenitude, ou melhor, as ações sociais não

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dependiam do indivíduo, mas sim, do coletivo. Ele não leva em conta as manifestações individuais, que seriam na verdade manifestações patológicas, psicológicas, físicas etc. Os indivíduos agiam não por vontade própria, mas sim por vontade coletiva. A educação, as leis e as regras em geral eram provocadas por fatores externos ao indivíduo. Esses fatores seriam dados pela sociedade no seu todo. Assim Durkheim afasta as explicações sociais do indivíduo, deixando-as a cargo da psicologia, biologia etc. Essas ações sociais foram chamadas de Fatos Sociais.

3.2 O que é Fato Social?O objeto de estudo da Sociologia, segundo Durkheim, é o FATO SOCIAL, ele o conceitua como maneiras de ser, pensar e agir — consolidadas socialmente — e que possuam três características:A primeira delas é a coerção social, ou seja, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformarem-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente de suas vontades e escolhas. Essa força se manifesta quando o indivíduo adota um determinado idioma, quando se submete a um determinado tipo de formação familiar ou quando está subordinado a determinado código de leis.O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas punições a que o indivíduo está sujeito, quando se está contra elas e tenta se rebelar. As punições podem ser legais ou espontâneas. Legais são as prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se identifica a infração e a penalidade subseqüente. Espontâneas seriam as que aflorariam com decorrência de uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da sociedade à qual o indivíduo pertence. A segunda característica dos fatos sociais é que a exterioridade, eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente, ou seja, eles são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como a educação. Portanto, os fatos sociais são ao mesmo tempo coercitivos e dotados de existência exterior às consciências individuais.A terceira característica apontada por Durkheim é a generalidade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles. Desse modo, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral.

3.3 Sociedade: um organismo em adaptação

Para Durkheim, a Sociologia tinha por finalidade não só explicar a sociedade como encontrar remédios para a vida social. As sociedades, como todo organismo, apresentariam alguns estados normais e patológicos, isto é, saudáveis e doentios. Durkheim considera um fato social como normal quando se encontra generalizado pela sociedade ou quando desempenha alguma função importante para sua adaptação ou sua evolução. Assim, Durkheim afirma que o crime, por exemplo, é normal não só por ser encontrado em qualquer sociedade, em qualquer época, como também por representar a importância dos valores sociais que repudiam determinadas condutas como

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ilegais e as condenam a penalidades. A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social, a vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito de uma determinada questão. Partindo, mas, do princípio de que o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da sociedade consigo mesma e com as demais sociedades, e que essa harmonia é conseguida através do consenso social, a "saúde" do organismo social se confunde com a generalidade dos acontecimentos e com a função destes na preservação dessa harmonia, desse acordo coletivo que se expressa sob a forma de sanções sociais. Quando um fato põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto, a adaptação e a evolução da sociedade, então estamos diante de um acontecimento de caráter mórbido e de uma sociedade doente, portanto, normal é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. Patológico é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Os fatos patológicos, como as doenças, são considerados transitórios e excepcionais.

3.4 A objetividade do Fato Social

Uma vez identificados e caracterizados os fatos sociais, a preocupação de Durkheim dirigiu-se para a conduta necessária ao cientista, a fim de que seu estudo tivesse realmente bases científicas. Para Durkheim, como para todos os positivistas e cientistas da sua época, não haveria explicação científica se o pesquisador não mantivesse certa distância e neutralidade em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise. É preciso que o sociólogo deixe de lado suas pré-noções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois eles nada têm de científico e podem distorcer a realidade dos fatos.Procurando garantir à Sociologia um método tão eficiente quanto o desenvolvido pelas ciências naturais, Durkheim aconselhava o sociólogo a encarar os fatos sociais como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos pensassem ou declarassem a seu respeito.Tais formulações seriam apenas opiniões, juízos de valor individuais que podem servir de indicadores dos fatos sociais, mas mascaram as leis de organização social, cuja racionalidade só é acessível ao cientista.

3.5 A consciência coletivaToda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independente daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Embora todos possuam suas "consciências individuais", seus modos próprios de se comportar e interpretar a vida, pode-se notar, no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e pensamento. Essa constatação está na base do que Durkheim chamou consciência coletiva.A definição de consciência coletiva aparece pela primeira vez na obra Da divisão do trabalho social: trata-se do "conjunto das crenças e dos sentimentos

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comuns à média dos membros de uma mesma sociedade" que "forma um sistema determinado com vida própria". (p. 342)A consciência coletiva não se baseia na consciência dos indivíduos singulares ou de grupos específicos, mas está espalhada por toda a sociedade. Ela revelaria, segundo Durkheim, o "tipo psíquico da sociedade", que não seria apenas o produto das consciências individuais, mas algo diferente, que se imporia aos indivíduos e perduraria através das gerações.A consciência coletiva é, em certo sentido, a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como regras fortes e estabelecidas que delimitam o valor atribuído aos atos individuais. Ela define o que, numa sociedade, é considerado "imoral", "reprovável" ou "criminoso".

3.6 Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica

Em sua obra intitulada "Da Divisão do Trabalho Social", Durkheim procura utilizar como tema central as relações entre os indivíduos e a coletividade. Como os indivíduos podem viver em sociedade? A essa e a outras perguntas sobre como se processa essa relação que distingue duas formas de solidariedade: a mecânica e a orgânica."O estudo da solidariedade pertence, pois à Sociologia. É fato social que só se pode conhecer por meio de seus efeitos sociais".Solidariedade mecânica, para Durkheim, era aquela que predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam através da família, da religião, da tradição e dos costumes, permanecendo em geral independentes e autônomos em relação à divisão do trabalho social. A consciência coletiva aqui exerce todo seu poder de coerção sobre os indivíduos.Solidariedade orgânica é aquela típica das sociedades capitalistas, onde, através da acelerada divisão do trabalho social, os indivíduos se tornavam interdependentes. Essa interdependência garante a união social, em lugar dos costumes, das tradições ou das relações sociais estreitas. Nas sociedades capitalistas,a consciência coletiva se afrouxa.Assim, ao mesmo tempo em que os indivíduos são mutuamente dependentes, cada qual se especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal.Durkheim considerava que o trabalho de classificação das sociedades — como tudo o mais — deveria ser efetuado com base em apurada observação experimental. Guiado por esse procedimento, Durkheim estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica como o motor de transformação de toda e qualquer sociedade.

3.7 ANOMIA

Representa o enfraquecimento das normas sociais de um povo ou grupo social; a desorganização que enfraquece a integração dos indivíduos, deixando-os sem saber como agir, ficando sem uma regulamentação por um período de tempo, indeterminado ou determinado ficando, assim, à deriva, inconscientes no processo, perdendo quase que por total sua consciência e identidade.

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A Anomia é um estado de falta de objetivos provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. Foi a partir do surgimento do capitalismo e da tomada da razão como forma de explicar o mundo que houve o rompimento brusco de valores tradicionais ligados fortemente à concepção religiosa. A Modernidade, em seus intensos processos de mudança, muitas vezes não fornecia novos valores que preenchessem os anteriores demolidos. Isso dava uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos.

A anomia era, portanto, na visão de Durkheim, a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria portanto estudar, entender e ajudar a sociedade. Na tentativa de “curar” a sociedade da anomia, Durkheim escreve “A divisão do trabalho social”, onde ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não meramente mecânica.

3.8 Educação

Para Durkheim, a sociedade é uma determinante, e exige que o indivíduo se adapte totalmente aos seus objetivos. A educação é o principal instrumento dessa adaptação. É a educação que transforma a criança, desprovida de um senso social, em uma peça ativa da sociedade. O trabalho dos adultos sobre as "falhas" da criança, contribui para a incorporação dos princípios da sociedade da qual essa criança faz parte.Durkheim procura demonstrar que não podemos escapar de uma formação voltada para o bem estar desta sociedade, e que, se nos desviarmos deste caminho, poderemos causar muito desconforto à criança, e até a sua exclusão do meio social, pelas dificuldades que a criança enfrentaria se não conhecesse os valores e necessidades da sociedade em que estará inserida. Há, no entendimento de Durkheim, uma função ao mesmo tempo una e múltipla dos sujeitos sociais, ou seja, apesar de construir uma especificidade de tarefas e de trabalho, o indivíduo tem que estar a serviço de um bem maior, assim como receber e internalizar os valores coletivos que garantem o funcionamento desta sociedade. Esta formação se dá quando a sociedade agrega ao ser individual toda sua estrutura de vida, não se limitando a desenvolver somente o ser natural, mas sim, criando um homem novo. A educação transmite para o indivíduo conhecimentos que a natureza nunca poderia realizar, sendo que, mesmo as qualidades que pareçam ser escolhidas pelos próprios indivíduos, são profundamente ligadas ao meio social que as prescreve como necessárias. Assim, "desejando melhorar a sociedade, o indivíduo deseja melhora-se a si próprio"(Durkheim).

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EXERCÍCIOS

BASES HISTÓRICAS

1) Sobre o surgimento da Sociologia no contexto moderno de consolidação das Revoluções Burguesas no século XIX, assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1 - ( ) A Sociologia buscava elaborar conceitos e métodos para investigaros fatos sociais dotados da mesma objetividade observadanas ciências naturais.

2 - ( ) A Sociologia pretendia, por meio do método científico, dar respostas racionais aos inúmeros problemas gerados pelas revoluções da sociedade burguesa.

3 - ( ) A Sociologia inventou uma nova forma de investigar e explicar os fatos sociais, que reiterou os princípios da física teológica para os fenômenos culturais e políticos.

4 - ( ) A Sociologia pretendia substituir o pensamento teológico na explicação do mundo, mostrando os fatos sociais como produto exclusivo da natureza e da vontade da burguesia.

VVFF

2) Sobre o surgimento da sociologia, assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) A consolidação do sistema capitalista na Europa no século XIX forneceu os elementos que serviram de base para o surgimento da sociologia como ciência particular.

2- ( ) O homem passou a ser visto, do ponto de vista sociológico, a partir de sua inserção na sociedade e nos grupos sociais que a constituem.

3- ( ) Aquilo que a sociologia estuda constitui-se historicamente como o conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade.

4- ( ) Interessa para a sociologia, não indivíduos isolados, mas inter-relacionados com os diferentes grupos sociais dos quais fazem parte, como a escola, a família, as classes sociais etc.

VVVV

3) "Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. A evolução do pensamento científico (...) passa a cobrir

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com a sociologia uma nova área do conhecimento (...), ou seja, o mundo social. A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual concorrem uma série de circunstâncias históricas e intelectuais."

MARTINS, CARLOS B. O QUE É SOCIOLOGIA. 7 ED. SÃO PAULO: BRASILIENSE, 1984, P. 10.

Com relação ao contexto histórico do surgimento da sociologia, assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) O século XVIII, caracterizado pelos seus diversos episódios históricos, apresenta grande relevância para a história do pensamento ocidental, inclusive para a sociologia.2- ( ) O surgimento da sociedade está associada à desagregação da sociedade feudal e à consolidação da civilização capitalista.3- ( ) O distanciamento em relação aos acontecimentos produzidos pela Revolução Industrial caracteriza o nascimento da Sociologia enquanto ciência.4- ( ) O avanço de uma visão que valorizava a observação e a experimentação para a explicação da natureza contribuirá para o nascimento da ciência da sociedade.

VVFV

4) Quanto ao contexto do surgimento da Sociologia, assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) A Sociologia como ciência nasce a partir da consolidação da sociedade burguesa urbano-industrial no século XV.

2- ( ) A Sociologia foi uma manifestação do pensamento moderno que surgiu a partir dos acontecimentos desencadeados, exclusivamente pelas revoluções industrial e inglesa, marcando o declínio da sociedade feudal e da consolidação do capitalismo.

3- ( ) A sociologia foi uma manifestação do pensamento moderno que surgiu em função de um conjunto de fatores de ordem econômica-social, cultural e política, no contexto histórico marcado pelo declínio da sociedade feudal e da consolidação do capitalismo.

4- ( ) A Sociologia surgiu no século XIX, sendo a expressão do pensamento marxista que visava à transformação da sociedade burguesa em sociedade comunista.FFVF

5) Com relação ao nascimento da Sociologia, marque para as alternativas abaixo (V) verdadeira ou (F) falsa.

1 - ( ) A Sociologia nasceu e se desenvolveu no contexto ensejado pelas revoluções burguesas, fundamentalmente as inglesa e francesa.

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2 - ( ) O desenvolvimento da Sociologia como ciência teve um grande impulso com a Revolução Industrial, que colocou o espaço urbano como um cenário de novos “problemas”.

3 - ( ) A Sociologia nasceu como ciência conservadora, de reorganização da ordem social, assumindo esta perspectiva, fundamentalmente, comAuguste Comte e Émile Durkheim.

4 - ( ) O desenvolvimento da Sociologia confundiu-se com o desenvolvimento da sociedade burguesa-industrial, configurando um conjunto de relações sociais fundadas na coletivismo.VVVF

Questão discursiva

A Sociologia é uma ciência moderna, com menos de dois séculos, que se desenvolveu a partir do questionamento da sociedade urbano-industrial, em formação desde a segunda metade do século XVIII. A partir desta afirmação, descreva a estrutura social que possibilita a formação do pensamento sociológico.

RESOLUÇÃO:A sociologia é uma ciência moderna resultado de um projeto altamente complexo. As bases que permitem entender a formação do pensamento sociológico perpassam por aspectos culturais, econômicos e políticos.No âmbito cultural, a emergência do racionalismo propiciou uma mudança de mentalidade dos homens os quais passaram a explicar os fenômenos naturais e, mais tarde, os sociais com base na ciência. É válido salientar que a primeira forma de pensamento sociológico, o positivismo, baseou-se nos princípios e métodos das ciências naturais.Na esfera política, verifica-se com a ascensão da classe burguesa em função da perda de poder da nobreza e fim do absolutismo, a implantação de um novo tipo de estado (liberal) não-interventor na economia, ou seja, um modelo condizente com a nova ordem econômica estabelecida pelo capitalismo.No âmbito econômico, verifica-se com a Revolução industrial a consolidação de um novo sistema econômico, o capitalismo e, como conseqüência deste, o delinear de um caos social. Em decorrência do êxodo rural (fruto da crise do sistema feudal) desembocou-se um processo intenso de urbanização das cidades que teve conseqüências mais sérias o agravamento de diversos problemas sociais: desemprego, criminalidade, alcoolismo, prostituição, suicídios, os quais passaram a ser vistos como ameaças à estabilidade social, assim como aos interesses da classe recém-estabelecida no poder, a burguesia.Outro fator relevante ligado à Revolução industrial e que propiciou a formação do pensamento sociológico é o aparecimento da classe proletária, ou seja, os não proprietários dos meios de produção que passaram a travar uma luta de classes constante com a burguesia. A classe de despossuídos, em luta pelos seus interesses, passou a se configurar como um grupo de pressão, uma

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ameaça real aos interesses dominantes. Dessa forma, pode-se dizer que a formação do pensamento sociológico esteve totalmente ligada à necessidade de estabelecer a ordem e o progresso nas sociedades industriais e atender aos anseios da classe dominante, por isso, classifica-se a Sociologia nascente como burguesa, conservadora e com forte apelo prático, como pode-se verificar na primeira forma de pensamento social, o positivismo.

POSITIVISMO COMTE

1) Surgida no momento de consolidação da sociedade capitalista, a Sociologia tinha uma importante tarefa a cumprir na visão de seus fundadores, dentre os quais se destaca Augusto Comte. Quanto a essa tarefa, analise as sentenças abaixo e assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) Desenvolver o puro espírito científico e investigativo, sem maiores preocupações de natureza prática, deixando a solução dos problemas sociais por conta dos homens de ação.

2- ( ) Incentivar o espírito crítico na sociedade e, dessa forma, colaborar para transformar radicalmente a ordem capitalista, responsável pela exploração dos trabalhadores.

3- ( ) Contribuir para a solução dos problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial, tendo em vista a necessária estabilização da ordem social burguesa.

4- ( ) Tornar realidade o chamado “socialismo utópico”, visto como única alternativa para a superação das lutas de classe em que a sociedade capitalista estava mergulhada.FFVF

2) Na história do surgimento da sociologia, a primeira corrente teórica consolidada foi o positivismo. Sobre essa corrente de pensamento assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) O positivismo tinha perspectiva bastante otimista quanto ao desenvolvimento das sociedades humanas e colocava como fundamentos da dinâmica social, das mudanças para estágios superiores, a busca da ordem e do progresso.

2- ( ) No positivismo, reconhecia-se que os princípios reguladores do mundofísico e da sociedade humana eram diferentes em essência, mas a crença na origem natural de ambos os aproximava e, por isso, deviam ser estudados sob o mesmo método.

3- ( ) O positivismo concebia a sociedade como um organismo constituído de partes integradas e harmônicas, segundo um modelo físico e organicista, que

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levou o próprio Augusto Comte a chamar a Sociologia de “Física Social”, inicialmente.

4- ( ) No positivismo, os conflitos e a luta de classes observados na sociedade humana eram inerentes à vida social, tal como na desordem da cadeia alimentar de outros animais, pois todos os seres vivos estavam submetidos às mesmas leis da natureza.VVVF

3) Em relação ao que August Comte, um dos clássicos da Sociologia, disse acerca desta nova ciência, marque para as afirmativas abaixo (V) verdadeira ou (F) falsa.

1 - ( ) A Sociologia deve ser uma espécie de “Física Social”, por se apoiar no conhecimento positivo dos fenomênos da vida em sociedade.

2 - ( ) O progresso da sociedade supõe a reta observação das leis da vida social, possíveis de serem conhecidas a partir da observação empírica.

3 - ( ) O estágio especulativo do conhecimento humano correponde ao ponto mais alto da razão, sendo, portanto, o mais apropriado à Sociologia.

4 - ( ) A Sociologia deve buscar nos procedimentos próprios ao estágio teólogico do cohecimento humano sua referência teórica de fundo.VVFF

4) Auguste Comte foi quem deu origem ao termo Sociologia, pensada como uma física social, capaz de pôr fim à anarquia científica que vigorava, em sua opinião, ainda no século XIX. A respeito das concepções fundamentais do autor para o surgimento dessa nova ciência, assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) O objetivo era conhecer as leis sociais para se antecipar, racionalmente, aos fenômenos e, com isso, agir com eficácia, na direção de se permitir uma organização racional da sociedade.

2-( ) As preocupações de natureza científica, presentes na obra de Comte, não apresentavam relação prática com a desorganização social, moral e de idéias do seu tempo.

3- ( ) Era necessário aperfeiçoar os métodos de investigação das leis que regem os fenômenos sociais, no sentido de se descobrir a ordem inscrita na história humana.

4- ( ) Entre ordem e progresso há uma necessidade simultânea, uma vez que a estabilidade (princípio estático) e a atividade (princípio dinâmico) sociais são inseparáveis.VFVV

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Questão discursiva

Claude Henri de Rouvroy, conde de Saint-Simon (1760-1825), foi um dos primeiros autores a elaborar uma análise sociológica. Em seu texto a Parábola, fala em "abelhas" (proprietários e trabalhadores) e "zangões" (elite ociosa: família real, ministros, prelados, entre outros). A partir destas informações, disserte sobre o papel da idéia de progresso no contexto do surgimento da sociologia.

RESOLUÇÃO:A Sociologia é produto da modernidade. A modernidade, por sua vez, é resultado de três grandes transformações pelas quais o mundo passou: uma mudança na esfera cultural, outra na esfera política e uma última na esfera econômica.No âmbito cultural, representado pelo renascimento cultural, a emergência do racionalismo propiciou uma mudança de mentalidade dos homens. Estes passaram a explicar os fenômenos naturais e, mais tarde, os sociais, com base na ciência.Na esfera econômica, verifica-se com a Revolução industrial a consolidação de um novo sistema econômico, o capitalismo e, como conseqüência deste, o delinear de um caos social.Em decorrência do êxodo rural (fruto da crise do sistema feudal), desembocou-se um processo intenso de urbanização das cidades que, dentre várias conseqüências, as mais sérias ligam-se ao agravamento de diversos problemas sociais: desemprego, criminalidade, alcoolismo, prostituição, suicídios, os quais passaram a ser vistos como ameaças à estabilidade social, assim como aos interesses da classe recém-estabelecida no poder, a burguesia.No âmbito político, verifica-se com a ascensão da classe burguesa em função da perda de poder da nobreza e fim do absolutismo, a implantação de um novo tipo de estado (liberal) não-interventor na economia, ou seja, um modelo condizente com a nova ordem econômica estabelecida pelo capitalismo.Essas três grandes transformações representam uma ruptura dramática com o modelo medieval de sociedade. Dos “escombros” da sociedade medieval surge uma nova estrutura social contando com características específicas.Dessa forma, pode-se dizer que a formação do pensamento sociológico esteve totalmente ligada necessidade de estabelecer a ordem e o progresso nas sociedades industriais e atender aos anseios da classe dominante por meio de um mecanismo teórico e ideológico, o positivismo.No positivismo, primeira forma de pensamento sociológico, a idéia de progresso aparece como categoria central, pois, a necessidade de assegurar a estabilidade social e implantar uma nova cultura atrelada à idéia progresso da sociedade, fez da sociologia, em seu surgimento, uma ciência caracterizada por intenções práticas.O positivismo sugeria que a sociedade seria regulada por um movimento natural duplo denominado estático e dinâmico. O primeiro expressaria a ordem como base social, e o segundo o “progresso por fim”. Assim, a sociedade alternaria entre a necessidade da ordem social e a tendência intrínseca ao progresso.

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Desta maneira, o progresso, no ideário positivista, aparece como fim maior do próprio caminhar da humanidade, sustentada na idéia evolucionista de que as sociedades mais adaptadas seriam aquelas em que o desenvolvimento, ou seja, o progresso industrial estaria presente. Portanto, ele deveria ser almejado e conquistado por todas as sociedades, caso elas quisessem ser caracterizadas como “evoluídas”.

06) Sobre o positivismo, como uma das formas de pensamento social, assinale (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) é a primeira corrente teórica do pensamento sociológico preocupada em definir o objeto, estabelecer conceitos e definir uma metodologia.

2- ( ) derivou-se da crença no poder absoluto e exclusivo da razão humana em conhecer a realidade e traduzí-la sob a forma de leis naturais.

3- ( ) foi um pensamento predominante na Alemanha, no século XIX, nascido principalmente de correntes filosóficas da Ilustração.

4- ( ) nele, a sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coisas que funcionam harmoniosamente, segundo um modelo físico ou mecânico.VVFV

07) Com base nas teorias desenvolvidas por Auguste Comte, avalie as afirmativas abaixo e, em seguida, marque (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) Cada instituição vista como um órgão da sociedade deve cumprir uma função, porém, o indivíduo pode interferir diretamente na sua estrutura, expressão da capacidade do mesmo em mudar o funcionamento social.

2- ( ) A visão organicista de Comte que elege o funcionamento da sociedade a um organismo vivo propõe que as ameaças sociais, entendidas como doenças, devem ser combatidas para a garantia da organização social.

3- ( ) Diante da constatação de que a sociedade, espécie viva, estaria submetida ao processo de seleção natural, Comte inaugura uma visão histórica de entender o desenvolvimento social propondo uma análise relativista dos aspectos culturais.

4- ( ) Como as sociedades estariam em processo de seleção natural na visão de Comte, elas poderiam apresentar estágios evolutivos diferentes umas das outras o que justifica a diferença entre as sociedades.FVFV

08) Levando em consideração as teorias sociológicas de Auguste Comte, analise as sentenças abaixo e, em seguida, marque (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

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1- ( ) Para Comte, há uma distinção entre a estática e a dinâmica sociais. A primeira diz respeito às condições constantes da sociedade – funcionamento das instituições; a segunda investigaria as leis de seu progressivo desenvolvimento, sendo que a dinâmica social subordina-se à estática, pois o progresso provém da ordem.

2- ( ) As idéias do cientista inglês Charles Darwin a respeito da evolução biológica das espécies, transpostas por Comte para as análises da sociedade, fizeram surgir o darwinismo social, isto é, a crença de que as sociedade mudariam e evoluiriam num mesmo sentido e que tais transformações representariam sempre a passagem de um estágio inferior para outro superior.

3- ( ) O positivismo reconhecia que os princípios reguladores do mundo físico e do mundo social diferiam em essência, entretanto, ambos apresentavam uma origem natural comum, por isso, a sociologia poderia adotar o mesmo método de investigação das ciências naturais.

4- ( ) A concepção de que a sociedade era um organismo vivo que tende à ordem e à harmonia e que esse corpo social era regido por leis naturais fez com que Auguste Comte atribuísse à ciência da sociedade o nome de Física Social inicialmente.VVVV

09) Sobre os princípios teóricos do positivismo, analise as sentenças abaixo e marque posteriormente (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) O cientificismo baseia-se na crença absoluta e exclusiva da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais.

2- ( ) O positivismo reconhece a existência de um modelo de evolução social dialético permanente, e que se apresenta para todas as sociedades.

3- ( ) O organicismo visualizava a sociedade enquanto um organismo complexo que possuía em si a tendência à harmonia, todavia quaisquer obstáculos ao equilíbrio, como as manifestações operárias, deveriam ser combatidas sob a responsabilidade de manter o corpo social em ordem.

4- ( )Os movimentos existentes numa sociedade são inúmeros. Teremos tantos movimentos quantos forem o número de indivíduos que nela habitam de maneira autônoma, tal como partes ou órgãos com funções específicas num organismo.VFVF

10) A respeito dos preceitos teóricos que dão base ao pensamento sociológico de Auguste Comte, marque (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

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1- ( ) A sociedade está submetida a um processo natural de desenvolvimento, sendo que o estágio máximo de evolução é o pós-positivo, ou seja, a sociedade socialista.

2-( ) A sociedade sofre influência da seleção natural, assim, como os organismos sociais não evoluem ao mesmo ritmo, alguns se tornam mais adaptados do que outros.

3-( ) O indivíduo é realçado nas teorias positivistas, uma vez que ele é visto como ser social e histórico. O indivíduo faz sua história e da sociedade em que vive.

4- ( ) Ao combinarem concepções organicistas e evolucionistas, os primeiros cientistas sociais positivistas entendiam que as sociedades tradicionais que se distanciavam do progresso tecnológico encontrado na sociedade industrial européia no século XIX não eram senão exemplares de estágios primitivos da evolução social. FVFV

Questão discursiva

No século XIX, as Ciências Sociais, como as demais ciências, estabeleceram forte tensão com o pensamento teológico, que era predominante na explicação das relações do homem com a natureza e com outros homens. No pensamento científico, as diversas sociedades, suas formas diferentes de organizar a vida social, seus conflitos, suas instituições, incluindo a própria religião, passaram a ser encaradas como aspectos da cultura humana, como criação dos homens com finalidades práticas relativas à vida terrena.

(EF. COSTA. MARIA CRISTINA CASTILHO. SOCIOLOGIA: INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DA SOCIEDADE. SÃO PAULO: EDITORA MODERNA, 1987, P. 2 -37).

Disserte sobre os fundamentos do pensamento científico responsáveis pela tensão com o pensamento religioso na explicação das leis naturais e da vida social.

RESOLUÇÃO:

Podemos afirmar que, no século XIX, um longo processo de secularização e racionalização do pensamento humano atingiu o seu ponto máximo, na medida que grande parte da intelectualidade européia, positivista ou não, procurou basear-se em explicações desvinculadas do pensamento teológico para traduzir a realidade natural, assim como a social. Tal processo iniciou-se no século XIV - um século marcado por crises, pelo início do Renascimento Cultural e que assistiu ao começo da lenta, porém decisiva, ruptura entre as explicações religiosas / sobrenaturais e as explicações mundanas / racionais para os mais variados fenômenos da vida.No século XVII, com a Revolução Científica, o mecanicismo de Isaac Newton e as contribuições filosóficas de René Descartes, a dicotomia explicações religiosas / sobrenaturais versus explicações racionais para os fenômenos do

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mundo aprofundou-se, atingindo, já no século XVIII, níveis avançados com o advento da revolução intelectual proporcionada pelo racionalismo presente no pensamento iluminista. Dessa forma, o século XIX foi herdeiro de uma verdadeira revolução cultural operada ao longo do Período Moderno (XV - XVIII) e marcada pela substituição da fé pela razão na explicação da realidade- realidade do indivíduo, da sociedade ou da natureza. Em outras palavras, da revolução cultural ocorrida ao longo do Período Moderno, a intelectualidade européia herdou, no século XIX, novas atitudes e novos posicionamentos em relação ao conhecimento e a sua produção, notadamente o empirismo, o experimentalismo e o racionalismo, ou seja, os principais fundamentos do pensamento científico e que, indiscutivelmente, chocavam-se com as explicações religiosas para os fenômenos terrestres, sempre dogmáticas, impossíveis de serem colocadas à prova e totalmente baseadas na fé.

DURKHEIM

01) Durkheim afirma que no estudo dos fatos sociais, o cientista social, ao trabalhar, deve adotar certa postura. De acordo com os preceitos metodológicos defendidos por esse autor, analise as sentenças e marque (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa. 1- ( ) O cientista deve deixar de lado seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado e manter neutralidade em relação aos fatos, resguardando, assim, a objetividade de sua análise.

2- ( ) O cientista deve partir justamente do seu interesse pelo objeto de estudo e de sua visão particular sobre o assunto.

3- ( ) É papel do cientista encarar os fatos sociais como "coisas", isto é, como objetos exteriores ao cientista, que devem ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos pensem ou declarem a seu respeito.

4- ( ) A investigação científica deve romper com o senso comum, através de um rigor analítico, que seria garantido por um método de análise sociológico.VFVV

02) Sobre a concepção de fato social para Émile Durkheim, marque (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) O fato social é um tipo ideal que o sociólogo constrói, sem possibilidade de descobrir leis e tendências gerais.

2- ( ) Os fenômenos sociais decorrem das escolhas racionais que os indivíduos fazem, motivados estes por tradições, estados afetivos ou objetivos e valores desejados.

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3- ( ) O método sociológico não deve se fundamentar na observação empírica, pois esta se restringe às ciências naturais.

4- ( ) O sociólogo deve olhar para os fenômenos sociais como coisas, controlando suas pré-noções e se pautando pela objetividade comum a outros ramos da ciência.FFFV

03) De acordo com a teoria de Durkheim a respeito do fato social, marque (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) Fato social é um fenômeno social, difundido apenas nas sociedades cuja forma de solidariedade é orgânica.

2- ( ) Fato social corresponde a um conjunto de normas e valores que são criados diretamente pelos indivíduos para orientar a vida em sociedade.

3- ( ) O fato social é provido de caráter coercitivo, posto que existe fora das consciências individuais.

4- ( ) Fato social corresponde a um conjunto de normas e valores criados exteriormente, isto é, fora das consciências individuais.FFVV

04) De acordo com a definição de fato social de Durkheim, marque (V) para cada afirmação verdadeira ou (F) para falsa.

1- ( ) O sistema eleitoral não é um fato social, porque pertence à esfera da vida política.

2- ( ) São fatos sociais todos os acontecimentos de uma sociedade.

3- ( ) O sistema financeiro de uma nação não é um fato social.

4-( ) A educação escolar é um fato social nas sociedades modernas, porque se impõe a todos e existe independentemente de cada um.FFFV

05) A respeito das características dos fatos sociais a partir do pensamento durkheimiano, avalie as sentenças abaixo e julgue-as em (V) verdadeira ou (F) falsa.

1- ( ) Os fatos sociais são produzidos pelos indivíduos, isso significa que cada sociedade apresentará características diferentes dependendo da predisposição dos mesmos para produzi-lo.

2-( ) Os fatos sociais apresentam caráter coletivo, dessa forma, atinge todos ou a maioria dos indivíduos da sociedade o que caracteriza a generalidade desses fenômenos.

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3-( ) Fatos sociais podem ser entendidos como maneiras de ser, pensar e agir consolidadas socialmente, ou seja, comportamentos padronizados que são impostos aos indivíduos.

4-( ) Para Durkheim a característica coercitiva do fato social pouco influencia na conduta individual, pois o que se verifica é uma forte convulsão por parte das pessoas em infringir as regras da sociedade.

F V V F

Questão discursiva

Para Durkheim, a sociologia tem como objetivo a explicação do fato social. Assim sendo, defina:

A)O que é fato social para esse autor.

B)A razão para que os fatos sociais sejam considerados como coisas.

RESOLUÇÃO:

A) Fato social configura-se como o objeto de estudo de Émile Durkheim e pode ser definido como maneiras de ser, pensar, sentir e agir consolidadas socialmente e dotadas de três características: generalidade, exterioridade e coercitividade.O fato social é considerado geral porque repete-se em todos ou na maioria dos indivíduos expressando sua natureza coletiva e não individual, exterior porque independe das vontades individuais para se expressar e coercitivo porque a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, obriga-os a conformarem-se às regras impostas pela sociedade em que vivem.

B) Durkheim procurou definir o método de conhecimento da sociologia. Para ele, toda explicação científica exige que o pesquisador mantenha uma certa distância e tenha neutralidade em relação aos fatos. Seus valores e sentimentos pessoais poderão distorcer a realidade dos fatos. Dessa forma, o sociólogo deverá manter-se neutro ante ao fato observado.Além disso, ao tratar os fatos sociais como “coisas”, Durkheim considerava-os como realidades exteriores predeterminadas por leis pré-estabelecidas, cujo papel do cientista seria o de revelar.Durkheim dizia que para haver um bom resultado, o sociólogo deveria encarar os fatos sociais como "coisas”, como algo desconhecido. Com essa visão, pretendia apresentar os caracteres metodológicos da investigação sociológica, bem como a definição da sociologia como ciência, acabando com os "achismos", que interpretavam de maneira distorcida a realidade social.

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06) A respeito das regras relativas à distinção entre o fato social normal e o patológico no pensamento de Durkheim, analise as sentenças abaixo e marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1- ( ) Durkheim defende que somente através de uma análise objetiva pode-se distinguir a normalidade da patologia dos fatos sendo que essa distinção não é entre o bem e mal, visto que a ciência apenas observa e tenta explicar os fatos, e não julgá-los.

2- ( ) Um fato social é normal para um tipo determinado de sociedade, considerado numa fase de seu desenvolvimento, quando se produz na média das sociedades desta espécie, consideradas na fase correspondente de sua evolução. É, portanto um fenômeno geral, estando presente em toda a sociedade, ou pelo menos em sua maioria.

3- ( ) Fato social patológico é aquele que rompe com os limites aceitáveis da convivência rotineira dos membros de uma determinada sociedade e dentro um determinado período.

4- ( ) Será considerado normal apenas o fato social que estiver dentro do regulamento social de todas as sociedades simultaneamente independentemente dos seus índices de ocorrência e efeitos na integração social.

VVVF

07) De acordo com a distinção que Durkheim faz entre o fato social normal e o patológico, analise as sentenças abaixo e marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1-( ) As formas sociais mais gerais constituem o estado normal da vida social.

2-( ) O fato social é patológico, quando ocorre frequentemente e confirma o regulamento social.

3- ( ) A excepcionalidade da forma social revela seu caráter patológico.

4- ( ) O fato social é normal, quando corresponde às condições de existência da sociedade.

VFVV

08) Sobre o significado de consciência coletiva na teoria durkheimiana, marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

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1- ( ) Representa um conjunto de regras e valores sociais que se coloca acima das consciências individuais, estabelecendo uma coesão social fundada nas semelhanças entre os membros da sociedade.

2- ( ) Representa o conjunto de crenças, hábitos e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, agindo sobre as consciências individuais e estabelecendo um padrão de comportamento.

3- ( ) Está intimamente relacionada à sociedade de grande divisão social do trabalho, sendo predominante no tipo de solidariedade orgânica, uma vez que estabelece um alto grau de conformidade e semelhanças e esse tipo de organização social.

4- ( ) Define um tipo de coesão social, particularmente aquele no qual se estabelece uma rede de funções interdependentes, ao mesmo tempo em que os indivíduos são diferentes uns dos outros.VVFF

09) Com relação ao conceito de solidariedade social de acordo com a sociologia de Durkheim, marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1-( ) A solidariedade social, por meio da instrução pública, substitui a piedade religiosa por uma espécie de piedade social.

2- ( ) A solidariedade social é a responsável pela coesão entre os membros de um grupo e varia segundo o modelo de organização social.

3- ( ) A solidariedade social não tem relação com o sistema de idéias, sentimentos e hábitos produzido pelos grupos de que participam os indivíduos.

4- ( ) A solidariedade social depende da maneira pela qual cada um dos membros de um grupo venha a manifestá-Ia.VVFF

10) A respeito da teoria de Durkheim, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1 - ( ) Desenvolveu uma teoria da mobilidade social.

2 - ( ) Desenvolveu os conceitos de consciência coletiva e individual.

3 - ( ) Analisou a sociedade em termos de crescimento vegetativo.

4 - ( ) Analisou a sociedade com base na divisão do trabalho e na densidade demográfica.FVFV

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Questão discursiva

Partindo dos pressupostos teóricos formulados por Émile Durkheim, conceitue consciência coletiva apresentando-a nas sociedades de solidariedade mecânica e orgânica.

Consciência coletiva corresponde ao conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado que tem vida própria. Ela produz um mundo de sentimentos, de idéias, de imagens gerais aos indivíduos e imposto a eles por mecanismos de coerção e, por isso, sua existência independe das maneiras pelas quais cada um dos membros dessa sociedade venha a manifestá-la porque constitui, portanto, uma realidade própria exterior a eles. Essa consciência comum estabelece aos indivíduos os limites morais vigentes na sociedade a qual pertence, ditando aos mesmos a conduta aceitável dentro do conjunto de normas e regras que ele se insere. Ela está presente com maior intensidade em sociedades de solidariedade mecânica, em que a consciência individual está totalmente ligada a ela formando, assim, um grupo homogêneo unido pelo princípio da semelhança, enquanto que em sociedades de solidariedade orgânica, devido a presença da alta divisão social do trabalho, a consciência coletiva não abrange totalmente a consciência individual deixando certo espaço para a individualidade o que resultará numa coesão por interdependência caracterizando um grupo mais heterogêneo.

11) Sobre a divisão social do trabalho, de acordo com a formulação de Émile Durkheim, marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1- ( ) Quanto maior for a divisão social do trabalho, maior a solidariedade orgânica.

2- ( ) Os serviços econômicos que ela pode prestar são sua real e mais importante função.

3- ( ) Não apresenta nenhuma relação com a coesão social.

4- ( ) Seu mais notável efeito é o de tornar solidárias as funções divididas.VFFV

12) Em relação aos conceitos de solidariedade mecânica e solidariedade orgânica, na obra de Émile Durkheim, marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1- ( ) A solidariedade orgânica é própria dos “organismos” sociais pós-capitalistas.

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2- ( ) a solidariedade mecânica é a forma de coesão própria das sociedades pré-capitalistas.

3- ( ) A solidariedade orgânica define-se como aquela em que a coesão se dá pela diferenciação das funções.

4- ( ) A solidariedade mecânica está assentada na semelhança de funções.FVVV

13) Uma das maiores contribuições de Émile Durkheim é o estudo teórico das formas de solidariedade que distinguem as coletividades, numa visão evolutiva do seu desenvolvimento. Analise as alternativas abaixo e marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1- ( ) Em sociedades de solidariedade orgânica, a consciência coletiva reduz sua abrangência, deixando descoberta parte da consciência individual, em quese desenvolvem as funções distintas e especializadas, que constituem a base da solidariedade.

2- ( ) Em sociedades de solidariedade mecânica, a consciência individual é recoberta em sua totalidade pela consciência coletiva, o que assegura o atendimento das necessidades comuns da vida social e a permanência dos laços que unem todos os indivíduos.

3- ( ) Em sociedades de solidariedade mecânica, a consciência coletiva desaparece totalmente e a consciência individual se impõe como uma realidade geral; a solidariedade torna-se apenas uma pausa nas relações de competição individualista e desenfreada.

4- ( ) Em sociedades de solidariedade orgânica , a consciência individual torna-se mais dependente da consciência coletiva e é esta dependência que dá conformação à solidariedade, em todas as esferas da vida em sociedade e em todas as épocas.VVFF

14) Acerca da divisão social do trabalho em Émile Durkheim, analise as alternativas abaixo e marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1- ( ) A solidariedade do tipo orgânica é marcada por uma relação de justaposição entre os indivíduos e de forte presença da consciência coletiva em relação as consciências individuais.2- ( ) A divisão social do trabalho, mais acentuada na solidariedade do tipo orgânica, pode levar a sociedade a um estado de anomia, isto é, de enfraquecimento da coesão social.

3- ( ) A solidariedade do tipo orgânica caracteriza-se por uma acentuada divisão do trabalho, resultando em alto grau de especialização e, ao mesmo tempo, interdependência entre os indivíduos.

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4- ( ) A partir da divisão social do trabalho, Durkheim estabelece dois tipos de solidariedade social, a mecânica e a orgânica, sendo a primeira definida pela predominância das consciências individuais sobre a consciência coletiva.FVVF

15) Sobre o conceito de solidariedade orgânica para Durkheim, analise as alternativas abaixo e marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

1- ( ) Evolui em razão inversa à solidariedade mecânica.

2- ( ) Corresponde à coesão social própria das sociedades que apresentam divisão de trabalho social menos complexa.

3- ( ) Assenta-se sobre um crescente processo de diferenciação entre os indivíduos.

4- ( ) Expressa a redução da margem de interpretação da consciência individual acerca dos imperativos coletivos.VFVF

Questão discursiva

De acordo com Durkheim, a sociedade urbano-industrial, fundada na divisão do trabalho social, está mais sujeita a conflitos, o que pode implicar um estado de anomia e de enfraquecimento da coesão social.

Com base no enunciado acima, explique o que é:

A) Anomia.B) Coesão social.

RESOLUÇÃO:

A) ANOMIA: situação de crise, total ou parcial, pela qual a sociedade passa e caracterizada pela ausência, inadequação ou inoperância das normas/princípios morais que regulam e orientam os indivíduos na vida em sociedade.Nesse sentido, a sociedade urbano-industrial estaria mais sujeita a conflitos uma vez que, por conta da divisão do trabalho social e da conseqüente especialização das funções, os indivíduos teriam um grau maior de liberdade em suas ações, assim como uma individualidade mais aflorada – o que, obviamente, aumentariam as chances de conflitos entre eles.

B) COESÃO SOCIAL: em Durkheim, a coesão social corresponde ao fato de os indivíduos viverem em sociedade, ou seja, solidariamente, exercendo, uns

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sobre os outros, uma atração que possibilita a vida coletiva. A depender do grau de evolução da DST na sociedade, a coesão poderá ser mecânica ou orgânica. No caso da primeira (mecânica), a insipiência da DST permite uma grande semelhança entre os indivíduos, fator esse gerador da coesão. Por sua vez, a solidariedade orgânica é promovida pelo desenvolvimento da DST, garantindo, a partir disso, uma interdependência entre os indivíduos e a conseqüente solidariedade social.

16) Para Émile Durkheim, a solidariedade mecânica diz respeito a um tipo de coesão social. De acordo com esse aspecto da teoria sociológica do autor, marque para as afirmativas abaixo (V) verdadeira ou (F) falsa.

1- ( ) A solidariedade mecânica é característica das sociedades com complexa divisão social do trabalho.

2 - ( ) A solidariedade mecânica desenvolve uma intensa consciência individual.

3 - ( ) A solidariedade mecânica expressa uma coesão fundamentada na semelhança entre os componentes da sociedade.

4 - ( ) A solidariedade mecânica vincula o indivíduo diretamente à sociedade, sem intermediários.FFVV

17) Para Durkheim, as instituições sociais estão interligadas e qualquer alteração em uma delas afeta toda a sociedade. Isso significa que se algo não funciona em algum setor dessa sociedade toda ela sentirá o efeito. A partir deste raciocínio, marque, quanto aos conceitos de coesão e anomia, para as alternativas abaixo (V) verdadeira ou (F) falsa.

1 - ( ) Estabelecendo-se a solidariedade e, por conseguinte, a coesão social, os problemas considerados como patologia social não conduzem a um estado anômico.

2 - ( ) A metáfora do organismo, utilizada por Durkheim, refere-se à interdependência e à necessidade de manutenção da coesão social, relacionada à divisão do trabalho e a um sistema de direitos e deveres.

3 - ( ) Durkheim estava preocupado com os fatores psicológicos que, para ele, eram responsáveis pelo estado de anomia.

4 - ( ) A ordem e a coesão social levam à anomia, vista como a grande inimiga da sociedade.VVFF

18) Sobre coesão social e anomia em Durkheim, marque para as alternativas abaixo (V) verdadeira ou (F) falsa.

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1- ( ) o enfraquecimento da coesão social ocorre porque a anomia implica no desenvolvimento da solidariedade orgânica.

2- ( ) o fortalecimento da coesão social não está relacionado a um estado de anomia, visto que a anomia implica em laços estreitos de solidariedade.

3- ( ) o enfraquecimento da coesão social está relacionado a um estado de anomia, isto é, uma situação na qual as normas na sociedade são inexistentes ou perdem a eficácia.

4- ( ) o fortalecimento da coesão social está relacionado a um estado de anomia, isto é, em certa conformidade das consciências particulares com uma consciência coletiva.FFVF

19) Sobre a visão de Durkheim a respeito da educação, julgue as sentenças a seguir em (V) verdadeiras ou (F) falsas.

1. ( ) Durkheim enfatiza que a educação não pode prescindir de um papel coletivo, sob a tutela estatal, como condição para manter a sociedade viável.

2. ( ) Durkheim vê nos conteúdos da educação uma espécie de cimento da estabilidade social que deve ser garantido pelo juízo institucional do Estado.

3. ( ) Durkheim define a educação como um fato social que, em caso de deterioração, poderia aprofundar o estado de anomia social.

4. ( ) Durkheim considera que o processo educacional não deve ser de modo homogêneo para garantir, assim, a diversidade de pensamento em todos os aspectos.VVVF

20) A teoria educacional de Émile Durkheim é tributária do seu modo de conceber a socialização dos indivíduos, ou seja, o processo de transformação dos indivíduos em seres sociais. Como tal, a educação participa da mesma natureza e exibe as mesmas características gerais dos demais fatos sociais.De acordo com as idéias de Durkheim a respeito do processo de educação e socialização dos indivíduos, marque para as alternativas abaixo (V) verdadeira ou (F) falsa.

1- ( ) Não apresenta objetivos e métodos que variam de sociedade para sociedade e de época para época.

2- ( ) Enfatiza o ensino dos modos homogêneos de pensar e de se comportar, assim como aqueles que, embora diferenciados, revelam-se funcionais para o contexto.

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3- ( ) Prioriza a transmissão dos modos de pensar, de ser e de sentir das gerações mais velhas para as mais jovens.

4- ( ) Valoriza a livre expressão dos modos de ser, pensar e sentir dos imaturos, na busca de um consenso com as gerações mais velhas.FVVF

Questão discursiva

Fale sobre a concepção de Durkheim a respeito da educação formal e sua relação com o Estado.

Para Durkheim, a sociedade é uma determinante, e exige que o indivíduo se adapte totalmente aos seus objetivos. A educação é o principal instrumento dessa adaptação, a qual deve promover uma socialização metódica constante das novas gerações diante dos valores reclamados pela sociedade. Durkheim defende uma educação pública, e ainda que existindo uma iniciativa privada, esta conviveria com uma intervenção do Estado, apenas enquanto representante e vigilante da moral de que a sociedade é autora. Este Estado, irá zelar pela qualidade da mensagem da sociedade na formação do novo homem, não assumindo o papel de idealizador da formas da moral, mas sim fiscalizar os professores e os sistemas para que nenhum personalismo proíba que a nova geração saia da ignorância e do egoísmo e a barbárie da infância, para uma vida social plena de riquezas morais e princípios valorizados pela sociedade saudável. Todo o trabalho do educador, respaldado pela coordenação das diretrizes morais pelo Estado, será voltado para mostrar através dessa moral irredutível como deve ser o comportamento de um verdadeiro cidadão. A educação, para Durkheim, portanto, é um processo em que, é fundamental destruir na criança aquilo que é inadequado para o convívio social, através da disciplina, tornando-a um ser individual totalmente solícito às regras que são propostas a ele. O indivíduo passa a aceitar a moral que lhe foi impetrada e passa ele mesmo a assumir sua determinação em seguir essa moral e contribuir, assim, para a harmonia do organismo social.