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XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável MCH0020 DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA ESTRUTURA, PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO E ESTÁGIOS MINISTRADO ANTONIO CARLOS DOS SANTOS QUEIROZ PROF. DR. FÁBIO RICCI PROF. DRA. ELVIRA APARECIDA SIMÕES DE ARAÚJO [email protected] MESTRADO - GESTÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) FABIO RICCI UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

MCH0020 DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA … · Em 2008, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA foi considerado a melhor instituição pública de ensino superior

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XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação

VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária

16 a 20 de outubro de 2012

INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e

Inovação para o Desenvolvimento Sustentável

MCH0020

DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA ESTRUTURA, PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS CURSOS DE

FORMAÇÃO E ESTÁGIOS MINISTRADO

ANTONIO CARLOS DOS SANTOS QUEIROZ PROF. DR. FÁBIO RICCI

PROF. DRA. ELVIRA APARECIDA SIMÕES DE ARAÚJO [email protected]

MESTRADO - GESTÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

ORIENTADOR(A) FABIO RICCI

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA: ESTRUTURA,

PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO E

ESTÁGIOS MINISTRADOS NO ÂMBITO DA ESCOLA DE ESPECIALISTAS

DE AERONÁUTICA.

Antonio Carlos dos Santos Queiroz1

Prof. Dr. Fábio Ricci2

Prof. Dra. Elvira Aparecida Simões de Araújo3

Resumo

Este trabalho apresenta a estrutura do Departamento de Ensino da Aeronáutica em

âmbito geral e especificamente apresenta o objetivo, metodologia, planejamento e

didática utilizada nos cursos de formação e estágios ministrados no âmbito da Escola de

Especialistas de Aeronáutica, considerada como a maior Instituição de Ensino Técnico

Especializado da América Latina. A referida organização de ensino está situada na

cidade de Guaratinguetá-SP. Além da análise de diversos gráficos, figuras, tabelas,

mapas e outros indicadores numéricos, serão mensuradas, através de embasamentos

científicos, as oportunidades oferecidas aos jovens em relação à sua inserção junto ao

mercado de trabalho a partir da Força Aérea Brasileira. O método empregado na

presente pesquisa é de natureza qualitativa, em virtude da interpretação dos fenômenos.

O objetivo é exploratório, em função da busca da exploração e do conhecimento das

características do referido fenômeno. Foi construído sob os delineamentos bibliográfico

e documental, tendo em vista que se procurará estudar o problema em pauta a partir de

referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses, bem como

também em regulamentos militares internos e documentos estatísticos e históricos.

Palavras-chave: Departamento de Ensino da Aeronáutica, Curso de Formação de

Sargentos, Estágio de Adaptação a Graduação de Sargentos, Escola de Especialistas de

Aeronáutica.

1 INTRODUÇÃO

O objeto de estudo do presente artigo é o de apresentar a estrutura do Departamento de

Ensino da Aeronáutica, englobando seu objetivo, metodologia, planejamento e didática

utilizada nos cursos de formação e estágios ministrados no âmbito da Escola de

Especialistas de Aeronáutica, situada na cidade de Guaratinguetá-SP. Apresentará ainda

as oportunidades oferecidas de Força Aérea Brasileira aos jovens que atualmente

encontram muitas dificuldades no ingresso ao mercado de trabalho, principalmente em

emprego Público. Reis e Camargo (2007) observam que a taxa de desemprego juvenil

tradicionalmente tem sido mais alta que a de adultos e idosos em todo o mundo.

Ao longo dos anos noventa, o Brasil viveu um período de aumento

sistemático da taxa de desemprego aberto. Este comportamento da taxa de

desemprego foi observado para todos os grupos etários. Entretanto, ele foi muito mais acentuado entre os trabalhadores mais jovens. Para os indivíduos

com idade entre 18 e 20 anos a taxa de desemprego aumentou cerca de 15

pontos percentuais entre 1990 e 2002, de acordo com dados da Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). No mesmo período, o

aumento da taxa de desemprego registrado para os indivíduos entre 24 e 59

anos foi de 4,6 pontos percentuais. (REIS & CAMARGO, 2007, p.494).

Dessa forma pode-se constatar que a falta de oportunidades de empregos aos

jovens é um dos grandes problemas de âmbito econômico nacional. “Após a

estabilização da inflação com o Plano Real em 1994, a taxa de desemprego dos jovens

no Brasil aumentou significativamente em relação aos adultos”. (FLORY, 2003, p.1).

Além dos diversos problemas gerados pela falta de emprego, existem ainda os de

ordem social, os quais afetam o próprio desenvolvimento econômico do país.

A falta de emprego é vista por muitos como um grave problema social que

vem afetando tanto economias desenvolvidas quanto em desenvolvimento.

Pode-se afirmar que o desemprego apresenta a falta de capacidade da

economia de um país em prover ocupação produtiva para todos aqueles que a

desejam. Nas últimas décadas, houve uma deterioração do mercado de

trabalho em todo mundo, com o aumento da taxa de desemprego e

diminuição da taxa de emprego (Korenman & Neumark, 1997 apud FLORY, 2003, p.15).

Diante das dificuldades apresentadas o Departamento de Ensino da Aeronáutica

oferece diversos cursos e estágios de adaptação com excelente nível de qualidade, os

quais garantem a possibilidade de uma carreira promissora.

As oportunidade existem e não são poucas. Basta disputar uma das duas mil

vagas abertas anualmente pelas escolas de ensino médio, técnico e superior

da Força Aérea Brasileira – FAB. Se somadas a essa oportunidades as cerca

de seis mil vagas oferecidas todos os anos pela FAB para o serviço militar,

esse número pode chegar a oito mil novas contratações. (REZENDE, 2011,

p.6).

Como soldados engajados, após o período de prestação do serviço militar, jovens

com 18 anos podem permanecer no serviço ativo como soldados por até seis anos, desde

que aprovados em concurso. É comum o alistado que se identifica com a profissão e

acaba ingressando em uma das escolas da Força Aérea, seguindo carreira.

A qualidade de ensino é outro ponto que chama a atenção para a carreira militar.

As escolas da Força Aérea Brasileira estão entre as mais bem avaliadas do país, o que já

significa a possibilidade de estar entre os melhores profissionais na área escolhida.

Em 2008, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA foi considerado a

melhor instituição pública de ensino superior do Brasil, de acordo com o desempenho

obtido no Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação. No mesmo ano, a

Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) ficou entre as três melhores escolas

federais no país, segundo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), que avaliou 20

mil estabelecimentos de ensino público e privado.

Em relação a concorrência, os concursos são bem disputados, a exemplo de

outras instituições de ensino civis, o que exige planejamento no estudo, dedicação e

empenho no trato com as disciplinas exigidas nos editais.

Em 2009, 13 mil adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, disputaram as

185 vagas oferecidas para a Escola Preparatória de Cadetes dos Ar – EPCAR,

média de 70 candidatos por vaga – comparável aos cursos mais concorridos

das principais universidades do país. (REZENDE, 2011, p.6).

O trabalho será de grande relevância a ciência tendo em vista que não existe

ainda publicação do referido objeto de estudo, de acordo com informação obtida junto

ao setor do banco de dados da Organização Militar de Ensino em questão.

Os jovens, tradicionalmente, ingressavam no mercado de trabalho de maneira

diferenciada, distinção que está relacionada ao segmento social ao qual

pertencem. Desse modo, os jovens pobres comumente entravam no mercado

de trabalho antes dos 16 anos, sem completar o período escolar obrigatório, e

eram admitidos nos segmentos pouco qualificados. Os jovens pertencentes aos segmentos médios normalmente concluíam o período escolar obrigatório

ou o ensino profissionalizante, ingressavam antes dos 20 anos de idade nos

postos intermediários da grande indústria e dos serviços, bem como no setor

público. (POCHMANN, 1998 apud SILVA, 2010, p. 246).

Os resultados apresentados através dos estudos realizados por Silva (2010)

apontam que as formas mais usuais de acesso ao emprego foram respectivamente:

- por intermédio de amigos;

- através de concurso público; e

- por intermédio da família.

Silva (2010) acentua inda que acessar um emprego por meio de concurso

público é uma via “aparentemente” democrática, porque, em princípio, está disponível a

todos, sem distinção de origem institucional, sexo e condição social.

2 ORGANIZAÇÃO DO ENSINO NO ÂMBITO DA AERONÁUTICA

O Ensino Militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de

estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino. Lei nº 9.394, de 20

de dezembro de 1996, conforme preconiza o artigo 83 da LDB.

Equivalência de Cursos Superiores no Ensino Militar aos cursos superiores de

graduação do Sistema Federal de Ensino. Portaria do Ministério da Educação, nº 3.672,

de 12 de novembro de 2004:

“Art. 1º - Os cursos superiores no ensino militar, ministrados no âmbito federal, serão declarados equivalentes aos cursos superiores de graduação do

Sistema Federal de Ensino de que trata o art. 16 da Lei nº 9.394, de 1996,

desde que observadas as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Conselho

Nacional de Educação para cada curso.” (FILHO, 2009, p. 137)

Através da Portaria do Ministério da Educação nº 4.115, 30 novembro de 2005,

o Ministro de Estado da Educação resolve de acordo com o Art. 1º: Declarar equivalente o Curso Superior de Administração, ministrado pela

Academia da Força Aérea, no âmbito do Comando da Aeronáutica, do

Ministério da Defesa, ao curso superior de graduação de Administração do

sistema civil. (FERNANDO HADDAD, publicado no DOU 230, 01 dez 2005

– seção 1).

Em relação à disposição de equivalência de cursos militares em nível de pós-

graduação lato sensu, a Portaria Normativa Interministerial nº 18, de 13 de novembro de

2008, diante dos Ministros de Estado da Educação e da Defesa resolvem através do Art.

1º que os cursos de pós-graduação lato sensu ministrados nas instituições de ensino

militar são equivalentes aos cursos de pós-graduação lato sensu definidos na Resolução

nº 001/2001, da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação.

2.1 Equivalência dos cursos técnicos militares

A partir de 2009 as especialidades do Curso de Formação de Sargentos (CFS)

ministrados pela Escola de Especialistas de Aeronáutica foram incluídas junto ao

Sistema de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - SISTEC/MEC.

Através da Portaria Normativa Interministerial, nº 16, de 30 de outubro de 2008,

os Ministros de Estado da Educação e da Defesa, resolvem:

Art 1º Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, ministrados

no âmbito da Marinha do Brasil e da Aeronáutica, constantes do Catálogo

Nacional de Cursos Técnicos de nível médio em assegurado sua plena

equivalência para fins de exercício profissional nos âmbitos militar e civil,

não sendo necessário nenhum procedimento adicional de convalidação de

atos escolares.

2.2 Regulamentação da Lei de Ensino, Decreto nº 1.838, de 20 de março de 1996

O Ensino na Aeronáutica compreende duas áreas denominadas:

Ensino Aeronáutico - visa qualificar e habilitar militares e civis para o exercício de

cargos e funções, promover o pleno desenvolvimento de seus integrantes e contribuir

para o diagnóstico e a solução de problemas característicos, bem como para a

consolidação da cultura aeronáutica.

Na fase de formação e profissionalização o curso o objetivo de qualificar e

habilitar, dentro de cada nível, os militares e civis para o exercício de cargos e funções,

inerentes aos postos, graduações e classes iniciais dos diversos quadros, especialidades

e categorias funcionais de pessoal.

Quadro 1 – Instituições de Ensino, Cursos de Formação e Estágios pertencentes à Força Aérea Brasileira

Categoria Instituição e Ensino Cursos / Estágios

Profissionalização

AFA - Academia da

Força Aérea Brasileira

CFOAV - Curso de Formação de Oficiais Aviadores

CFOINT - Curso de Formação de Oficiais Intendentes

CFOINT - Curso de Formação de Oficiais de Infantaria

de Aeronáutica

- FAAER – Curso de Administração, Faculdade de

Administração da Aeronáutica (Bacharel)

Centro de Instrução e

Adaptação da Aeronáutica

CFOE - Curso de Formação de Oficiais Especialistas

Curso de graduação: Tecnólogo

Instituto Tecnológico de

Aeronáutica

Graduação de Engenharia: Aeronáutica, Eletrônica,

Mecânica-Aeronáutica, Civil Aeronáutica e da

Computação.

EEAR – Escola de

Especialistas de

Aeronáutica

CFS – Curso de Formação de Sargentos

SERENS - Serviços

CFC - Curso de Formação de Cabos

CFT - Curso de Formação de Taifeiros

Regionais de Ensino CESD - Curso de Especialização de Soldados

Adaptação

CIAAR- Centro de

Instrução e Adaptação da

Aeronáutica

CAMAR - Estágio de Adaptação de Médicos CADAR - Estágio de Adaptação de Dentistas’’

CAFAR - Estágio de Adaptação de Farmacêuticos

EAOT - Estágio de Adaptação de Oficiais Temporários

EAOF - Estágio de Adaptação de Oficiais

EAOEAR - Estágio de Adaptação de Oficiais

Engenheiros

EIAC - Estágio de Instrução e Adaptação para Capelães

EEAR – Escola de

Especialistas de

Aeronáutica

EAGS – Estágio de Adaptação a Graduação de Sargentos

SERENS - Serviços

Regionais de Ensino

EAS - Estágio de Adaptação e Serviço

EAGTS - Estágio de Adaptação a Graduação de Terceiro Sargento

EAGST - Estágio de Adaptação a Graduação de Sargento

de Taifa

Fonte: Elaborado pelo autor.

Através do Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica – CIEAR, o

Ensino Aeronáutico na Fase de Pós-Formação e Especialização tem por objetivo

qualificar e habilitar, dentro de cada nível, militares e civis da Aeronáutica para o

exercício de cargos e funções que requeiram conhecimentos, habilidades e atitudes

especializados, diferenciados ou aprofundados em relação àqueles ministrados na fase

de Formação.

A Aeronáutica oferece ainda os cursos de Aperfeiçoamento, que habilitam

oficiais e graduados para o exercício de cargos e funções que requeiram conhecimentos,

habilidades e atitudes. Os cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais – CAP e o Curso de

Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS são ministrados respectivamente na Universidade

da Força Aérea Brasileira – UNIFA e na Escola de Especialistas de Aeronáutica –

EEAR.

Na fase dos Altos Estudos, que compreende os Cursos de Comando e Estado-

Maior da Aeronáutica e de Política e Estratégias Aeroespaciais, os quais têm por

objetivo qualificar e habilitar oficiais superiores e civis assemelhados para o exercício

de cargos e funções que requeiram conhecimentos, habilidades e atitudes próprios do

nível de Estado-Maior, Comando, Direção e Alta Administração da Aeronáutica. Para

atingir a fase dos Altos Estudos o oficial é submetido a uma seleção, a qual é realizada

em cada turma. Após a aprovação no referido processo a Força Aérea disponibiliza o

Ensino Preparatório ao Exame de Seleção para o Curso de Comando e Estado-Maior.

Na fase da Pós-Graduação o objetivo é qualificar e habilitar oficiais e civis

assemelhados para o desenvolvimento de projetos e o exercício de cargos e funções que

requeiram conhecimentos, habilidades e atitudes específicos de alto nível. São

oferecidos MBA em Gestão de Processos – Logística – Ciência e Tecnologia, MBA em

Gestão Hospitalar, MBA em Gestão Institucional Estratégica. Através do Instituto

Tecnológico da Aeronáutica é ofertado os Cursos de Mestrado e Doutorado em

Aeronáutica e Mecânica, Infra-Estrutura Aeronáutica, Mecânica Aeronáutica,

Eletrônica, Computação e Física. É oferecido ainda o Mestrado pela Universidade da

Força Aérea Brasileira - UNIFA nas áreas de Ciências Aeroespaciais, destinado a

oficiais superiores que tenham concluído o Curso de Comando e Estado Maior e o

Mestrado em Recursos Humanos, destinado a instrutores, professores, militares ou civis

do Comando da Aeronáutica que desempenhem funções na área de recursos humanos.

Na Universidade da Força Aérea também é possível o Doutorado em Ciências

Aeroespaciais, destinado a oficiais, professores ou civis da Aeronáutica com atribuição

em pesquisa, planejamento ou gestão estratégica.

A Aeronáutica conta com o Ensino Auxiliar em duas modalidades:

Quadro 2 – Ensino Auxiliar da Aeronáutica

Modalidades Finalidade

Modalidade Profissional Proporciona qualificação técnico-profissional necessários à indústria aeronáutica, à aviação civil e à pesquisa e desenvolvimento

Modalidade Assistencial Proporciona ensino fundamental e médio a filhos e órfãos de militares e civis.

Fonte: Elaborado pelo autor.

2.3 Avaliação do Ensino na Aeronáutica

Procedimentos adotados na avaliação do ensino na Aeronáutica e seus documentos

normativos:

__________________________________________________________ Figura 1 – Procedimentos adotados na avaliação do ensino na Aeronáutica

Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da Aeronáutica

2.4 Avaliação

Segundo Castilho (2009) a avaliação é fazer um julgamento sobre resultados,

comparando o que foi obtido com o que se pretendia alcançar.

__________________________________________________________ Figura 2 – Ciclo do Planejamento do ensino na Aeronáutica

Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da Aeronáutica

Através da avaliação, pode-se determinar passo a passo o processo de ensino-

aprendizagem e verificar se os objetivos estão sendo ou não atingidos.

Ou seja, a avaliação determina a efetividade ou não do processo ensino-

aprendizagem. Ela envolve a coleta sistemática de dados, por meio dos quais se

determinam as mudanças que ocorreram no comportamento do aluno, em função dos

objetivos educacionais e em que medida essas mudanças ocorreram.

A avaliação no processo ensino-aprendizagem tem a importância de conhecer a

capacidade de aprendizagem dos alunos para poder ajudá-los a superar dificuldades e de

avaliar o próprio trabalho e a partir daí ter parâmetros para melhorá-lo.

O processo tem como características ser um processo contínuo e sistemático,

funcional, tendo em vista que os objetivos constituem o elemento norteador da

avaliação, orientadora, permitindo que os envolvidos no processo conheçam seus erros e

acertos, e integral, diante da analisa e julgamento de todas as dimensões do

comportamento.

Tem como funções conhecer os alunos, identificando as dificuldades de

aprendizagem, determinando se os objetivos propostos para o processo ensino-

aprendizagem foram ou não atingidos, aperfeiçoando o processo ensino-aprendizagem e

promovendo os alunos.

O Sistema de Avaliação na Aeronáutica é balizado na IMA 37-11 – Instrução do

Ministério da Aeronáutica, de 04 de janeiro de 1993 e na IMA 37-6 – Instrução do

Ministério da Aeronáutica, de 27 de agosto de 1998.

____________________________________________________________ Figura 3 – O Sistema de Avaliação, conforme o disposto na Instrução do Ministério da Aeronáutica.

Fonte: Banco de Dados da Divisão de Avaliação do Comando da Aeronáutica.

2.5 Avaliação do Corpo Discente

A avaliação do Corpo Discente da Aeronáutica objetiva coletar, processar e

interpretar informações ao longo do processo ensino-aprendizagem acerca do

aproveitamento do aluno nas Avaliações dos Domínios Cognitivo, Psicomotor e

Afetivo.

O teste é aplicado ao início do ano ou semestre letivo, ou no início de uma

unidade de ensino.

A Avaliação Formativa, em nível de controle constata se os objetivos

estabelecidos foram alcançados pelos alunos. Fornecem dados para aperfeiçoar o

processo ensino-aprendizagem. Deve ser aplicada durante o ano letivo, isto é, ao longo

do processo ensino- aprendizagem.

A Avaliação Somativa tem como objetivo classificar os resultados de

aprendizagem alcançados pelos alunos, de acordo com níveis de aproveitamento

estabelecidos. Deve ser aplicada ao final de um ano ou semestre letivo ou ao final de

uma unidade de ensino. A Aeronáutica utiliza como instrumentos de medida provas

objetivas, dissertativas e práticas.

Como Procedimentos Complementares utilizam-se a Crítica de verificação de

aprendizagem, Prova de Segunda-Chamada, Avaliação de alunos estrangeiros, Conselho

de Ensino, Prova de 2ª Época, Prova Final, Conselho de Aptidão, Critérios para a

indicação de instrutores, Aconselhamento e Orientação Psicopedagógica.

Em relação ao Domínio Afetivo são observadas as mudanças de comportamento

ocorridas no discente durante o processo ensino-aprendizagem, no que concerne a

interesses, Valores, e apreciações.

Quadro 3 – Tipos de erros de apreciação por parte dos avaliadores

Tipo Definição

Erro de Halo alguns avaliadores têm a tendência a deixar que sua impressão geral sobre

determinado avaliado interfira na apreciação do desempenho deste. Se a impressão

geral do avaliador sobre uma pessoa é boa, ele tende a apreciá-lo com benevolência.

Se, ao contrário, a impressão geral do observador sobre o indivíduo é ruim, ele tende

a avaliá-lo com excesso de rigor (estereotipia).

Erro de padrão Este erro ocorre quando o avaliador usa critérios pessoais para processar a avaliação.

Assim, quando o avaliador é muito exigente, tende a subestimar os avaliados e, por

outro lado, quando é muito benevolente, tende a superestimar.

Erro de

tendência central

O avaliador inexperiente teme atribuir notas baixas e prejudicar os seus avaliados ou

teme dar notas muito altas, por imaginar que tal procedimento poderá comprometer

sua imagem de avaliador. Assim, prefere usar sempre os valores medianos, pois, desta forma, sente-se protegido dos dois tipos de problemas que as marcações

extremadas poderiam lhe causar.

Erro lógico Ocorre quando o avaliador tende a dar apreciações semelhantes a características nem

sempre relacionadas. Ou seja, quando um fator que está sendo avaliado é confundido

com outro fator.

Fonte: Elaborado pelo autor

2.6 Avaliação da Instrução

Verificar se as atividades de ensino desenvolvidas propiciaram aos alunos o

alcance dos objetivos estabelecidos.

2.7 Avaliação do Docente

Conforme Saito (2011) tem por objetivo fornecer informações acerca da

qualidade dos esforços do docente no direcionamento da aprendizagem dos alunos. Tem

os seguintes indicadores diretos: observações sistemáticas, análise do planejamento feito

pelo docente, análise dos itens de testes, auto-avaliação. Em relação aos indicadores

Indiretos: tem-se resultados obtidos pelos alunos em avaliações da aprendizagem,

informações obtidas por meio da avaliação da instrução o docente deve ser comunicado

sobre os resultados acerca de seu desempenho;

Os resultados obtidos na avaliação do docente, com vistas ao seu

aperfeiçoamento, não devem ser utilizados com finalidade somativa (promoção,

admissão e/ou demissão)

2.8 Avaliação dos meios de avaliação

Procura identificar a adequação de todos os instrumentos utilizados pelo Setor de

Avaliação, para a coleta de dados nos campos sobre os quais incide a avaliação, bem

como a adequação da própria sistemática de emprego dos instrumentos de medida. São

adotados os seguintes procedimentos na coleta de dados: Estudos de validade e

fidedignidade dos instrumentos, Pesquisas de opinião, Análise dos pedidos de revisão

de graus, Análise dos itens que compõem as provas

2.9 Avaliação do Currículo

Coletam-se os dados acerca do trabalho desenvolvido pela Organização que

ministrou o curso/estágio, ou seja, sobre o planejamento de ensino e sua implementação.

É desenvolvida ao final de um curso/estágio.

Na avaliação do currículo são avaliados os aspectos tais como, carga horária,

adequação dos objetivos, perfil de relacionamento das disciplinas, adequação dos

métodos, técnicas e recursos audiovisuais, adequação das ementas, recursos materiais e

humanos, e sistemática de avaliação.

A validação curricular é a atividade desenvolvida por meio do acompanhamento

do desempenho dos egressos, que tem por objetivo verificar a adequação do currículo de

determinado Curso.

A avaliação é um processo de análise contínua do qual professor e aluno

participam como elementos fundamentais na construção do conhecimento.

Avaliar é mais do que alcançar um determinado objetivo, mas ao contrário, é

um momento de atitude reflexiva, tanto do professor como do aluno, onde não somente os métodos, mas também os objetivos são passíveis de revisão.

(FILHO, 2009, p. 23)

3 CICLO DE PLANEJAMENTO DE ENSINO ADOTADO PELO

DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA

As variações apresentadas nos conceitos de planejamento não os tornam

mutuamente excludentes, mas sim, complementares entre si, porque

expressam, em última instância, uma preocupação única: a de que ações significativas sobre uma dada realidade sejam praticadas de forma

sistemática, a partir de uma visão clara da sua necessidade, dos seus objetivos

e ordenadas de modo a obter o máximo de resultados com o melhor uso de

recursos. (FILHO, 2009, p. 230)

O Departamento de Ensino da Aeronáutica oferta em seu âmbito militar os

seguintes cursos e estágios:

Quadro 4 – Cursos e Estágios ofertados pela Aeronáutica

Ord. Cursos

1. Cursos de Formação e de Carreira

2. Cursos de Pós-Formação

3. Cursos de Aperfeiçoamento

4. Curso de Comando e Estado-Maior

5. Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais Cursos de Especialização

6. Estágios de Adaptação Fonte: Elaborado pelo autor

__________________________________________________________ Figura 4 – Ciclo de Planejamento de Ensino da Aeronáutica

Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da Aeronáutica

4 A ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

Há setenta anos, dois meses após a criação do Ministério da Aeronáutica, nascia

a Escola de Especialistas de Aeronáutica, fruto da fusão das escolas de formação de

sargentos da Marinha e do Exército. Inicialmente localizada na Ponta do Galeão, a

EEAR formou a primeira turma em 1942, com apenas 32 integrantes. Com a entrada do

Brasil na Segunda Guerra Mundial, houve a necessidade de se acelerar a formação do

pessoal aeronavegantes, tendo sido criada em 1943, na cidade de São Paulo, a Escola

Técnica de Aviação – ETA.

Em 1950 com a fusão das escolas e a transferência da EEAR para a cidade de

Guaratinguetá, nas dependências da antiga Escola Prática de Agricultura. Edificada

pelas mãos dos visionários pioneiros que lançaram sementes no fértil solo do Vale do

Paraíba, e lapidada por gerações de discentes e docentes, produziu várias safras de bons

frutos, com determinação e idealismo, sem se desviar da essência de ensino.

Na atualidade, a Escola de Especialistas de Aeronáutica, pertencente ao

Departamento de Ensino da Força Aérea Brasileira, sendo considerada o maior

complexo de Ensino Técnico Especializado da América Latina, continua com suas

instalações no Vale do Paraíba, na cidade de Guaratinguetá-SP, a 176 km de São Paulo.

“A Escola de Especialistas de Aeronáutica tem por missão formar e aperfeiçoar

o Sargento Especialista da Força Aérea Brasileira”. (RAMOS, 2011, p.36).

Para cumprir sua missão a EEAR ministra, há 70 anos, o Curso de Formação de

Sargentos – CFS e há 12 anos, o Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos –

EAGS.

Oposto ao cenário de rejeição e contrariedade apresentado pelos cidadãos

Guaratinguetaense, no período em que ocorreu a transferência da Escola de

Especialistas de Aeronáutica para Guaratinguetá, atualmente a referida Escola é motivo

de orgulho a população de Guaratinguetá.

A EEAR, esse carinhoso “Berço dos Especialistas”, assim

denominado pelo seu então comandante, Brigadeiro do Ar Edilberto

Teles Sirotheau Correa, talvez tenha recebido esse nome pela sua

característica materna de acalentar e ensinar, confortar, treinar,

transformar jovens em dedicados homens e mulheres com valores patrióticos e imbuídos do desejo de bem servir nossa Nação.

Berço dos Especialistas, repouso das garças azuis, continue

cumprindo com plenitude de sabedoria sua nobre missão. Sentimo-

nos honrados e plenamente agradecidos pela oportunidade de

expressar nosso sentimento de orgulho e gratidão, e de comemorar

setenta anos dedicados à mais nobre missão – o Ensino. (RAMOS,

2011, p.3).

A Escola de Especialistas de Aeronáutica abre todos os anos 1,5 mil vagas para

jovens que já possuem diploma de nível técnico ou concluíram o ensino médio e

desejam cursar uma das especialidades oferecidas pela Força Aérea Brasileira – FAB,

em 27 diferentes áreas profissionais.

Durante o curso, o aluno recebe fardamento, assistência médica e odontológica,

auxílio para material escolar e uma ajuda de custo mensal, em dinheiro, denominada

soldo. Os estudantes passam a semana em regime de internato, com expectativa de

serem liberados às sextas-feiras, ao final da instrução diária.

Atualmente a Escola de Especialistas de Aeronáutica dispõe de um quadro de

docentes que conta com 46 professores civis e 227 Militares (Suboficiais e Sargentos),

distribuídos da seguinte forma:

Quadro 10: Professores Civis da EEAR.

Professores Civis

Disciplinas Quantidade de Professores por Disciplina

LINGUA PORTUGUES 13

MATEMÁTICA 03

FÍSICA 05

QUÍMICA 02

INGLÊS 10

DESENHO 01

EDUCAÇÃO FÍSICA 12

TOTAL 46

Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da EEAR.

Quadro 11: Instrutores Militares da EEAR.

Instrutores Militares (Suboficiais e Sargentos)

Disciplinas Quantidade de Instrutores por Instrução

Instrução Técnica Especializada 185

Instrução Militar 42

TOTAL 227

Fonte: Banco de Dados da Seção de Instrução Militar do Corpo de Alunos da EEAR.

A escola oferece dois tipos de oportunidades para quem busca uma profissão de

nível técnico na carreira militar: o Curso de Formação de Sargentos – CFS, com

duração de quatro semestres letivos e que corresponde ao ensino técnico; e o Estágio de

Adaptação à Graduação de Sargento – EAGS, para quem já tem diploma de curso

técnico, com duração de 24 semanas.

Em 1941, no primeiro concurso de admissão, apenas 34 candidatos

passaram na prova, apesar das 200 vagas oferecidas. De lá para cá, a

concorrência cresceu bastante, incentivada pela qualidade de ensino e pelas

oportunidades da profissão militar: a relação candidato-vaga chegou a 47,06

no ano de 2009, para ingresso no Curso de Formação de Sargentos – CFS,

mais do que o curso líder em concorrência na Universidade de São Paulo –

USP no mesmo ano – publicidade com 40,66. (REZENDE, 2011, p.16).

4.1 Especialidades oferecidas pelo Curso de Formação de Sargentos e pelo Estágio

de Adaptação a Graduação de Sargentos da Aeronáutica ministrados na Escola de

Especialistas de Aeronáutica – EEAR

Em determinada fase da vida os jovens passam por um período muito

complicado, ou seja, o momento da escolha da carreira profissional a seguir.

Quem já passou pelo momento da escolha da profissão sabe bem como é

difícil decidir. Existem tantos caminhos possíveis a seguir, sonhos a realizar e

desafios futuros a enfrentar. Para alguns, falta idade e maturidade para

escolher o melhor caminho rumo ao curso técnico ou de nível superior.

Outros, simplesmente, já alcançaram o diploma e querem um melhor posicionamento no mercado de trabalho, futuro mais estável e,

principalmente, crescimento dentro da carreira que abraçaram. (REZENDE,

2011, p.3)

Quadro 5 - Especialidades oferecidas pelo CFS e EAGS.

Administração – O especialista realiza serviços administrativos na área de secretaria, pessoal, material, finanças

em todo âmbito organizacional, em unidades operacionais, de logística, de saúde, de manutenção, de ensino e de pesquisa, dentre outras.

Controle de Tráfego Aéreo – No Brasil, o controle do espaço aéreo é integrado. Na área militar, o especialista atua na vigilância do território nacional e na coordenação do tráfego em operações militares, como as missões de

vigilância das fronteiras e de busca e resgate. Na aviação civil, coordena o tráfego de aeronaves, da decolagem ao pouso final no destino.

Cartografia – O profissional dessa área é o responsável pela confecção das cartas aeronáuticas, mapas utilizados pela aviação e que auxiliam os pilotos em vôos visuais e por instrumentos, dentre outras.

Comunicações – O técnico opera, no solo ou em vôo, sistemas e equipamentos de transmissão e recepção de dados e de voz. É responsável por aplicar as normas e procedimentos em vigor nas redes e sistemas de enlaces de telecomunicações fixas e móveis.

Desenho – O profissional realiza desenhos de plantas e projetos nas áreas de mecânica de aviação militar, engenharia civil de instalações arquitetônicas, além de levantamentos topográficos nas áreas administrativas e aeroportuárias.

Eletricidade e Instrumentos – O técnico é responsável pela operação e testes dos sistemas e dos instrumentos das

aeronaves, tais como: sistema elétrico, de navegação, de comunicação, radar, controle de tiro, sensores e similares. Atua ainda na manutenção preventiva e corretiva de componentes de aviões, helicópteros e de equipamentos de apoio.

Eletricidade – O especialista nessa área executa serviços de instalação e reparos de equipamentos e de linhas elétricas, de alta e baixa tensão. Também é responsável pela instalação e manutenção de equipamentos de iluminação de aeródromos.

Eletromecânica – O profissional coordena o recebimento, a transferência e a alienação de viaturas e de equipamentos de apoio de solo. É responsável pelos serviços de manutenção de veículos, de motores e de grupos-geradores.

Enfermagem – O técnico trabalha nas unidades de saúde da Força Aérea. São dez hospitais distribuídos pelo país,

além de postos médicos, que prestam serviço aos mais de 60 mil militares da ativa. A carreira é dividida em três subespecialidades: enfermagem, radiologia e laboratório.

Eletrônica – O especialista instala e cuida da manutenção de vitais equipamentos eletrônicos das aeronaves, além de

aparelhos de solo necessários para a aviação. Também é responsável por ajustar e aferir instrumentos eletrônicos de medida, além de elaborar e confeccionar circuitos impressos, dentre outras atividades.

Estrutura e Pintura – O profissional executa serviços de estrutura, pintura e de manipulação de plásticos e similares, tanto em aeronaves, quanto em seus componentes. Executa reparos, reforços e substituições de peças e elementos de estruturas, em metal, plásticos, de aeronaves e turbinas.

Equipamento de Vôo – O especialista executa serviços técnicos de manutenção e operação de equipamentos de vôo,

de segurança, de salvamento e de sobrevivência. Entre outras funções desse técnico, por exemplo, esta a dobragem e inspeção de paraquedas.

Fotointeligência – O técnico auxilia no planejamento de missões de reconhecimento aéreo e na preparação de

informações que auxiliam as unidades aéreas em operações militares. Em vôo, o especialista opera sensores de reconhecimento e equipamentos de processamento de imagens. A base de trabalho desse profissional é a análise de imagens.

Guarda e Segurança – O especialista dessa área realiza serviços de segurança das instalações, atividade de Política

da Aeronáutica, defesa de pontos sensíveis, participa de missões de busca e resgate, combate incêndios e ministra instrução a novos militares.

Informações Aeronáuticas – O profissional é responsável por todas as tarefas de prestação de serviço de

informações aeronáuticas, de acordo com normas e métodos recomendados pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI). Cale a ele coletar, selecionar e compilar dados necessários às atualizações de publicações de informações aeronáuticas.

Material Bélico – O Técnico dessa área atua no emprego de armamentos terrestres, na instrução de tiro com armas

portáteis, na preparação de estande de tiro e nos procedimentos de segurança necessários para essas ações. Realiza ainda a manutenção de diversos tipos de armamento, testa e, se necessário, substitui componentes.

Mecânica de Aeronaves – O especialista é responsável pela manutenção preventiva e corretiva de aeronaves militares, o que inclui a operação e testes de vários sistemas, dentre os quais: motores, hélice, comandos de vôo, hidráulico, pneumático, combustível, oxigênio, pressurização e ar condicionado.

Metalurgia – O profissional é encarregado dos serviços de usinagem, fabricação de peças mecânicas e reparos em acessórios aeronáuticos, como soldagem, metrologia e tratamento de materiais, dentre outras atividades.

Meteorologia – O técnico observa e descreve as condições meteorológicas para o planejamento das missões aéreas,

indispensáveis à segurança de vôo. O profissional trabalha em estações de observação, de radar meteorológico e de recepção de imagens de satélites.

Música – O profissional mantém uma tradição nas unidades militares da Força Aérea Brasileira: participa de treinamentos e formaturas e evoluções da banda de música. Os músicos executam hinos, marchas e canções que reproduzem e perpetuam as tradições militares.

Obras – O especialista executa serviços qualificados de engenharia civil e arquitetura, inclusive medição,

demarcação e mapeamento de terras. Entre as possibilidades de atuação está a participação em missões da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), que, ao longo de cinco décadas, realizou mais de 70 obras na região Norte. Existem três subespecialidades: edificações, pavimentação e topografia.

Sistema de Informação – Atua na área de informática em diversas unidades da Força Aérea, operando e elaborando programas para computadores. O especialista fornece suporte de rede necessário à viabilização do desenvolvimento de sistemas aplicativos, dentre outras funções.

Suprimento – O especialista dessa área é responsável pelos serviços de suprimento técnico de material

aeronáutico, combustíveis e lubrificantes de aviação, dentre outros, além da atualização de publicações (documentação técnica) utilizadas no dia-a-dia e que auxiliam no funcionamento das unidades da Força Aérea.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Quadro 6 – Padrões de desempenho, filosofia, finalidade e objetivo do CFS e do EAGS.

Padrões de

Desempenho

Conhecimentos a serem desenvolvidos nos cursos/estágios e atribuições a serem

exercidas pelo egresso no desempenho de suas funções após a conclusão do

curso/estágio.

Filosofia do

Curso e

Estágio

O Curso de Formação de Sargentos deverá proporcionar uma base humanística, filosófica, científica e tecnológica necessária ao desenvolvimento da cultura geral,

conscientizando-os da realidade em que irão atuar, assim como deverá proporcionar o

preparo físico, militar e especializado necessário a sua profissionalização. A formação

militar deve atender à concepção de preparar o Sargento Especialista para o combate,

seja atuando nas Unidades de Infantaria ou compondo as de Artilharia Antiaérea.

Finalidade

Formar Sargentos Especialistas de Aeronáutica nas diversas especialidades oferecidas

para desempenharem atividades técnicas e funcionais nas diversas Unidades da Força

Aérea Brasileira, dentro de todo o território nacional.

Objetivo

Proporcionar aos instruendos experiências de aprendizagem que os habilitem a

desempenhar as atividades de caráter militar geral, normalmente, atribuídas a um

Graduado da Aeronáutica, nos primeiros níveis da carreira.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a transferência da Escola de Especialistas de Aeronáutica para a cidade de

Guaratinguetá, nas dependências da antiga Escola Prática de Agricultura. Edificada

pelas mãos dos visionários pioneiros que lançaram sementes no fértil solo do Vale do

Paraíba, e lapidada por gerações de discentes e docentes, produziu várias safras de bons

frutos, com determinação e idealismo, sem se desviar da essência de ensino.

Assim como a educação visa à mudança de comportamento, a Escola de

Especialistas de Aeronáutica vem se adaptando às novas demandas, que muito diferem

daquelas dos pioneiros. Nesses setenta anos, as aeronaves e a infraestrutura

aeroportuária incorporaram novas tecnologias, obrigando as tripulações a uma visão

muito mais científica de voo, aliando habilidade ao conhecimento.

O tempo pode demonstrar que a vinda da EEAR para Guaratinguetá foi

realmente um dos mais importantes feitos deixados pelos pioneiros. Atualmente o povo

Guaratinguetaense orgulha-se em ter na terra das “Garças Brancas”, a Escola de

Especialistas de Aeronáutica, que muito tem contribuído para o desenvolvimento da

cidade, de seu povo e do País.

O trabalho apresentou também, em forma de dados reunidos em tabelas, toda a

estrutura organizacional da atual EEAR, seu pessoal, infraestrutura, estrutura de

formação e outros.

A pesquisa contribuiu ainda para que fosse divulgada a estrutura do

Departamento de Ensino da Aeronáutica, englobando seu objetivo, metodologia,

planejamento e didática utilizada no Curso de Formação de Sargentos e no Estágio de

Adaptação a Graduação de Sargentos ministrados no âmbito da Escola de Especialistas

de Aeronáutica.

Procurou-se no presente artigo destacar de forma explicativa informações

obtidas através das análises de quadros ilustrativos que condensaram os dados

apresentados em forma de gráficos, conforme dados obtidos pela fonte de pesquisas

estatísticas da Seção de Admissão e Seleção da Subdivisão de Concursos, Comando da

Aeronáutica e diversos setores da Escola de Especialistas de Aeronáutica.

Diante das análises ficou concluído que a confiabilidade e a veracidade dos

resultados alcançados durante a aplicação de exames de seleção durante os concursos

públicos, assim como também a qualidade do ensino oferecido pela Escola de

Especialistas de Aeronáutica tem sido um grande atrativo aos jovens. Vale ressaltar que

“até o ano de 2009, a Escola de Especialistas de Aeronáutica havia formado quase 63

mil sargentos.

O presente artigo abriu uma linha de estudos para futuros pesquisadores que

poderão, a partir deste estudo, aprofundar-se na obtenção de resultados mais

abrangentes através de amplas amostras em análises que reúnam dados cronológicos a

respeito do ensino da Aeronáutica, de forma especifica ao que tange os cursos de

formação e estágios ministrados no âmbito da Escola de Especialistas de Aeronáutica.

6 REFERÊNCIAS

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de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.

_______________. Banco de Dados Estatísticos: Prefeitura de Aeronáutica de

Guaratinguetá. Escola de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, ago. 2011.

_______________. Banco de Dados Estatísticos: Seção de Instrução Militar do Corpo

de Alunos da EEAR. Escola de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.

_______________. Banco de Dados Estatísticos: Setor de Infraestrutura e Engenharia

da EEAR. Escola de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.

_______________. Banco de Dados Estatísticos: Setor de Pessoal da EEAR. Escola

de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.

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Escola de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.

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Aeronáutica. Guaratinguetá: IDEAL, 1992.

FILHO, A. G. L. Departamento de Ensino da Aeronáutica. Rio de Janeiro, p. 675,

jan. 2009.

FLORY, P. M. Desemprego de Jovens: Um estudo sobre dinâmica do mercado. São

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HADDAD, F. Portaria do Ministério da Educação nº 4.115, 30 novembro de 2005, DOU 230, 01 dez 2005 – seção 1.

MOLINARI. C. Banco de Dados Estatísticos do Setor de Seleção e Admissão da

EEAR. Escola de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, ago. 2011.

PEREIRA, L. M. L. O Último Pioneiro do Ar: O vôo do Brigadeiro Doorgal. Belo Horizonte:

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Portaria do Departamento de Ensino da Aeronáutica, NO 222/DE-1, de 24 de agosto

de 1998. Elaboração do Plano de Avaliação.

Portaria do Departamento de Ensino da Aeronáutica, Nº 457/DE-1, DE 17 DE

NOVEMBRO DE 2010. Plano de Unidades Didáticas.

Portaria do Departamento de Ensino da Aeronáutica, Nº 69/DE-1, DE 18 DE

MARÇO DE 2010. Elaboração e Revisão de Currículos Mínimos.

Portaria Normativa Interministerial, nº 16, de 30 de outubro de 2008, os Ministros de

Estado da Educação e da Defesa.

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REIS, M. C; CAMARGO, J. M. Desemprego dos Jovens no Brasil: Os Efeitos da

Estabilização da Inflação em um Mercado de Trabalho com Escassez de Informação.

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SILVA, M. M. Redes de Relações Sociais e acesso ao emprego entre os jovens: o

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