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MÓDULO VI Aula II Impugnação à Sentença de Liquidação Rua Barão do Serro Azul, 199 Centro Curitiba-Paraná Fone: 41 3323-1717 www.portalciveltrabalhista.com.br

MÓDULO VI Aula II · A peça de impugnação é de responsabilidade do advogado do Reclamante, é ele que assina a manifestação. Cabe destacar, entretanto, que a matéria relativa

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MÓDULO VI

Aula II

Impugnação à Sentença de Liquidação

Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717

www.portalciveltrabalhista.com.br

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Sumário

1 - COMENTÁRIOS INICIAIS ....................................................................................... 3

2 – Fase de Execução – Apresentação e Homologação dos Cálculos e Liquidação ........ 4

3 – Impugnação à Sentença de Liquidação ...................................................................... 5

4 – Quando Impugnar uma Conta de Liquidação ............................................................. 7

5 – Porque Impugnar uma Conta de Liquidação ............................................................ 12

6 – Como Impugnar uma Conta de Liquidação .............................................................. 13

7 – Exemplos de Peças de Impugnação à Sentença de Liquidação ................................ 15

7.1. Exemplo I – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação ................................. 16

7.2. Exemplo II – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação ............................... 19

7.3. Exemplo III – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação .............................. 21

7.4. Exemplo IV – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação ............................. 24

7.5. Exemplo V – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação ............................... 27

8. Exemplo de Parecer Técnico ..................................................................................... 29

8.1. Exemplo I - Parecer Técnico .................................................................................. 29

8.2. Exemplo II - Parecer Técnico ................................................................................. 32

9 – Considerações Finais ................................................................................................ 34

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1 - COMENTÁRIOS INICIAIS

O modulo “6” do projeto desenvolvido pela equipe de profissionais da Empresa Portal

Cível & Trabalhista, apresenta um estudo avançado para a fase de execução no processo

trabalhista, direcionado para as seguintes matérias: impugnação ao cálculo da parte,

contraminuta à impugnação, embargos à execução, contraminuta aos embargos à

execução, impugnação à sentença de liquidação, contraminuta a impugnação à sentença

de liquidação, agravo de petição e contraminuta ao agravo de petição.

Na fase de liquidação/execução são apresentados os cálculos de liquidação da sentença,

e, não raramente, os referidos cálculos podem conter incorreções ou distorções.

Após a homologação da conta, o Juiz abre prazo para que as partes (reclamante e

reclamado) verifiquem se os cálculos apresentados estão corretos ou não. Se corretos,

cabe à parte apenas concordar com os valores consignados nos referidos cálculos. Por

outro lado, se estiverem incorretos, a parte deverá apresentar suas razões, contestando,

de forma pormenorizada, cada item ou parcela incorreta contida nos cálculos, apontado

quais são as diferenças cometidas pelo perito contador ou pela parte contrária.

Aqui cabe uma curiosidade técnica. A impugnação ou o apontamento das diferenças é

realizado por meio de uma peça processual específica, onde as partes apontam as

diferenças contidas nos cálculos homologados. Pelo reclamante a peça processual é

denominada de “Impugnação à Sentença de Liquidação”. Pelo Reclamado a peça

processual é denominada de “Embargos à Execução”. As duas peças têm o mesmo

objetivo, ou seja, demonstrar ao Juiz que existem incorreções na conta homologada. A

curiosidade fica por conta do “erro” na denominação da peça, visto que, mesmo que as

partes troquem o nome da peça, o Juiz provavelmente irá aceitar a manifestação. É uma

tolerância da Justiça do Trabalho com relação à denominação da manifestação.

Entretanto, não é recomendado arriscar e trocar o nome da peça processual.

O presente estudo visa esclarecer os pormenores técnicos e as dúvidas que a matéria

suscita, respondendo os seguintes questionamentos:

- Quando impugnar ou embargar uma conta de liquidação?

- Porque impugnar ou embargar uma conta de liquidação?

- Como impugnar ou embargar uma conta de liquidação?

Neste estudo serão abordadas as seguintes matérias: impugnação aos cálculos

apresentados pela parte contrária – contraminuta à impugnação - embargos à execução –

contraminuta aos embargos à execução - impugnação à sentença de liquidação –

contraminuta à impugnação à sentença de liquidação – decisão de impugnação à

sentença de liquidação - decisão de embargos à execução – agravo de petição –

contraminuta ao agravo de petição – decisão do agravo de petição (acórdão proferido

por uma das turmas do TRT).

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2 – Fase de Execução – Apresentação e Homologação dos Cálculos e Liquidação

Após o trânsito em julgado da sentença, ou seja, depois de encerradas todas as

possibilidades que as partes têm para recorrer da decisão imposta nos autos, começa a

fase de liquidação da sentença. É o momento de transformar em valores o que restou

determinado nos autos através da sentença imposta pelo Juiz.

Cada item deferido deverá ser liquidado através de uma conta, ou seja, cada verba

deferida em favor do reclamante deverá ser quantificada monetariamente.

Após o trânsito em julgado o Juiz nomeia um perito judicial de sua confiança,

intimando o mesmo para apresentação dos cálculos de liquidação.

O perito efetua os cálculos de acordo com o que restou determinado na sentença e

apresenta os mesmos nos autos. Em seguida o Juiz homologa a conta apresentada,

dando inicio à fase de execução, intimando a empresa para que esta efetue a garantia do

juízo, depositando o valor indicado nos cálculos homologados ou apresentando bens à

penhora.

Assim que o Réu efetuar a garantia do juízo, terá 05 (cinco) dias para conferir a conta, e,

se necessário, caso constate incorreções, poderá apresentar embargos à execução

requerendo ao Juiz a retificação dos cálculos. O reclamante tem o mesmo prazo para

apresentar sua manifestação (impugnação à sentença de liquidação).

É momento oportuno para apontar as possíveis diferenças existentes nos cálculos

homologados pelo Juízo, tanto pelo Réu quanto pelo Reclamante. Uma vez vencido o

prazo para a manifestação, a conta não poderá mais ser reformada, mesmo que contenha

incorreções. Neste caso, ocorre a preclusão da manifestação, tornando o valor

apresentado definitivo nos autos.

Existe uma exceção para uma possível correção na conta, é quando ocorre o chamado

“Erro Material”. Nesse caso a conta poderá ser corrigida a qualquer tempo. O “Erro

Material” é aquele erro que é evidente, aquele que está claramente estampado nos

cálculos e não deixa a menor sombra de dúvida que deverá ser corrigido. Cita-se, como

exemplo, uma verba calculada na planilha principal cujo valor foi “x” e no resumo geral

consta “y”, ou seja, houve evidente equivoco na transcrição do valor para o resumo

geral. Este tipo de “erro” poderá ser corrigido de ofício pelo Juiz, bastando apenas uma

manifestação simples da parte.

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3 – Impugnação à Sentença de Liquidação

Quando um cálculo apresentado nos autos é homologado pelo Juiz, este intima a

empresa para que faça a garantia do juízo em dinheiro ou ofereça bens à penhora.

Após a garantia do Juízo, nos termos do art. 884 da CLT, o Autor tem prazo de 05

(cinco) dias para contestar a conta, caso entenda que a mesma está incorreta, através de

uma peça processual denominada de “Impugnação à Sentença de Liquidação”, nos

termos do art. 884 da CLT”.

Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o

executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo

igual prazo ao exequente para impugnação.

Aqui começa o trabalho do Perito Assistente contratado pelo Reclamante. O advogado

do Reclamante tem a responsabilidade pelos prazos processuais, e, assim que o prazo

para a contestação da conta iniciar, o advogado deverá remeter o processo ao Perito

Assistente para que este verifique se a conta homologada está correta ou não.

ATENÇÃO... No momento em que o processo for remetido ao Perito Assistente, o

prazo para a protocolização da impugnação passa a ser de responsabilidade do Perito

Assistente. O prazo é preclusivo, significa dizer que, encerrado o prazo para a

contestação da conta, os valores devidos tornam-se definitivos e podem ser liberados

ao reclamante, não cabendo mais nenhuma discussão sobre os cálculos, mesmo que

contenham incorreções.

A peça intitulada de “Impugnação à Sentença de Liquidação” é um meio que o

Reclamante tem para apontar possíveis incorreções nos cálculos homologados pelo Juiz.

A peça de impugnação é de responsabilidade do advogado do Reclamante, é ele que

assina a manifestação. Cabe destacar, entretanto, que a matéria relativa aos cálculos de

liquidação não é da especialidade do advogado e sim do perito assistente, visto ser

matéria técnico-contábil, uma vez que aborda as inconsistências e incorreções no

cálculo das parcelas deferidas nos autos.

Em suma, a Impugnação à Sentença de Liquidação serve para demonstrar ao Juiz de

forma pormenorizada, detalhada, clara e fundamentada, que os cálculos estão incorretos

e merecem ser retificados. Para isso, o Perito Assistente deverá convencer o Juiz que os

cálculos homologados estão incorretos.

Na sequência dos nossos estudos vamos procurar demonstrar a melhor técnica para que

as diferenças possam ser efetivamente apontadas ao Juiz, de maneira que este

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determine, através da “Decisão de Impugnação à Sentença de Liquidação”, a retificação

dos cálculos.

A primeira dúvida que surge com relação ao apontamento das diferenças diz respeito à

apresentação da matéria ao advogado, ou seja, de que forma o Perito Assistente deverá

enviar os apontamentos para o advogado do reclamante.

Duas são as formas de apresentação das diferenças apuradas:

1. Através de parecer técnico apontando todas as diferenças na

conta, item a item, de forma pormenorizada e fundamentada;

2. Peça processual pronta, no caso - “Impugnação à Sentença de

Liquidação”, com todos os requisitos exigidos para a

apresentação da manifestação, com o apontamento das

diferenças, item a item, de forma pormenorizada e fundamentada.

Se a escolha for pelo parecer técnico, o Perito Assistente deverá informar no documento

todos os dados do caso: número do processo, vara do trabalho, nome do reclamante,

nome do reclamado, e indicar que o parecer trata de “Impugnação aos Cálculos

Homologados”. Em seguida deverá apontar de forma técnica, item a item, verba a

verba, quais são as diferenças encontradas de forma bem explícita, clara,

pormenorizada, e, ainda, quantificando as incorreções. Deverá, ainda, enviar um novo

cálculo demonstrando quais são os valores reconhecidos pelo reclamante. O cálculo

contendo as correções deverá ser apresentado junto com a impugnação.

Assim que o advogado receber o parecer técnico, deverá copiar todos os apontamentos

consignados no laudo do Perito Assistente para a peça de Impugnação à Sentença de

Liquidação, devidamente formatada, para posterior envio ao Juiz.

Se a escolha for pela peça processual pronta, há que se dar especial atenção à forma de

apresentação da peça. Neste caso, o advogado apenas deverá assinar o trabalho e

protocolizar na vara do trabalho correspondente (ou via sistema), juntamente com os

novos cálculos realizados.

A melhor técnica é realizar o trabalho já com a peça processual, uma vez que as

matérias que apontam as incorreções nos cálculos homologados são de conhecimento

técnico do Perito Assistente. Se houver a necessidade de qualquer intervenção do

advogado, este poderá complementar a impugnação proposta ou efetuar correções no

texto da peça processual. Para a apresentação direta da peça processual, recomenda-se a

utilização de uma linguagem adequada, ajustada à linguagem técnica jurídica.

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4 – Quando Impugnar uma Conta de Liquidação

Essa é a primeira pergunta que se faz com relação a impugnação da conta homologada.

Embora o art. 884 da CLT não deixe claro qual é a data de início para a contagem dos

05 (cinco) dias, na prática a data tem início a partir da data em que o Juízo foi garantido

pelo Réu.

Recordando: Garantia do Juízo é quando o réu efetua o depósito

do valor apontado nos cálculos homologados ou quando oferece

bens a penhora (um “bem” que fica à disposição do Juiz como

garantia da execução).

O prazo para apresentação da peça de impugnação deve ser controlado pelo advogado

do Reclamante. O Perito Assistente deve ter em mente que, embora o prazo seja de 05

(cinco) dias, na prática esse prazo acaba sendo bem menor, 02 (dois) ou 03 (três) dias

em média, apenas. Quando o Perito Assistente aceita o trabalho, deve estar ciente que

será o responsável pelo prazo a partir de então, respondendo por perdas e danos, caso

existam incorreções nos cálculos e não apresente o trabalho até o vencimento do prazo

definido nos autos.

Respondendo o questionamento com relação a “quando impugnar” um cálculo de

liquidação, alguns passos devem ser seguidos:

1º - Data Para Apresentação da Impugnação: é evidente que em primeiro lugar deve

ser observado o período para a apresentação da manifestação. A data deverá ser

informada pelo advogado do Reclamante, entretanto, o Perito Assistente deverá estar

atento ao prazo, para que não ocorra uma preclusão em face de uma informação

equivocada. A contagem deverá iniciar a partir da data da garantia do juízo encerrando

após 05 (cinco) dias, prazo fatal.

2º - Cálculo Totalmente Independente: após receber os autos, o Perito Assistente

deverá elaborar uma nova conta, totalmente independente daquela apresentada nos

autos, de maneira a elaborar uma conta que não seja viciada, ou seja, que contenha os

mesmos erros e equívocos que porventura existam nos cálculos homologados. Agindo

desta maneira, o Perito Assistente poderá confrontar o total devido, verba a verba.

O cálculo deverá ser elaborado como se fosse o primeiro, seguindo todos os

procedimentos, parâmetros, critérios e determinações contidas nas decisões consignadas

nos autos. Para tanto, o Perito Assistente deverá: elaborar o resumo da condenação;

efetuar a extração de todos os dados e valores diretamente dos documentos colacionados

aos autos; deverá fazer a seleção das planilhas eletrônicas relativas às verbas deferidas;

definir o período de cálculo; lançar os valores extraídos diretamente dos documentos

colacionados aos autos; finalizar os cálculos com a demonstração didática de cada

parcela de maneira individual.

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Ao elaborar a conta, por uma questão lógica, o Perito Assistente deverá adotar todos os

critérios, parâmetros e interpretação lógica e jurídica que tragam o melhor resultado a

favor do seu cliente, no caso, o reclamante, lembrando que todas as diferenças

apontadas devem ser fundamentadas na impugnação proposta, sob pena de multa por

“litigância de má fé”. Significa dizer, que a matéria deve ter fundamento lógico e

técnico, não podendo ser inventada ou criada a seu bel-prazer.

3º - Confronto dos Cálculos: este é um procedimento técnico extremamente

importante. É neste ponto que ocorrem as grandes falhas no procedimento de

contestação dos cálculos apresentados nas reclamatórias trabalhistas. De posse dos

novos cálculos, o Perito Assistente deverá confrontar os resultados. O confronto pode

ocorrer de duas formas: Primeiro em relação ao total dos cálculos; Segundo em relação

ao valor de cada verba calculada.

Com relação ao montante total (valor total apresentado no resumo geral), três são as

possibilidades que podem ocorrer no confronto dos cálculos (Perito Assistente x

Cálculos Homologados):

- O resultado poderá ser idêntico, com diferença inexpressiva ou

insignificante, o que significa que a conta está correta;

- O cálculo apresentado nos autos é inferior ao cálculo elaborado

pelo Perito Assistente em favor do reclamante. Isso pode

significar que existem diferenças em favor do reclamante. Neste

caso, cabe ao reclamante apontar as possíveis diferenças

existentes através da peça de “Impugnação à Sentença de

Liquidação, de forma: técnica, pormenorizada e detalhada.

- O cálculo apresentado nos autos é superior ao cálculo elaborado

pelo Perito Assistente do reclamante. Neste caso, quem deverá

apontar as incorreções é o Perito Assistente do Réu por meio de

“Embargos à Execução”.

Com relação ao valor de cada verba, o confronto dos valores deve ser realizado de

forma individual. Existindo diferenças as mesmas devem ser apontadas por meio da

impugnação à sentença de liquidação.

ATENÇÃO – DICA IMPORTANTE

Mesmo que o cálculo homologado seja “superior” ao cálculo elaborado pelo

Reclamante, o valor de cada verba ou parcela deverá ser confrontado. Digamos que

houve condenação de 10 parcelas. Ao confrontar os valores, o total dos cálculos

apresenta-se maior que o cálculo do Reclamante (elaborado pelo Perito Assistente). Em

uma análise mais elaborada, o Perito do Reclamante constata que 09 parcelas são

maiores e apenas 01 (uma) parcela é menor do que aquelas contidas em seus cálculos.

Neste caso, o Perito deverá refazer a sua conta, considerando o mesmo valor das 09

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parcelas calculadas a maior nos cálculos homologados, ou seja, deve copiar o valor de

cada uma das 09 parcelas para o seu cálculo e deve manter o cálculo da parcela de

maior valor apurada no seu cálculo.

Por uma consequência lógica, o novo cálculo será maior do que o cálculo homologado,

pois todas as parcelas têm o mesmo resultado, com exceção de uma, cujo valor é maior

e deverá ser impugnada. É claro que o valor da parcela tem que ser expressivo a tal

ponto que justifique esse tipo de procedimento. Se isso ocorrer, o Perito Assistente do

Reclamante sempre deverá impugnar o cálculo da parcela, tomando o cuidado de

manter as demais parcelas com o mesmo valor contido nos cálculos apresentados nos

autos.

Esse procedimento parece ser impróprio, mas não é. Veja, o Perito contratado tem que

defender os interesses do Reclamante. Se uma parcela apenas estiver incorreta nos

cálculos conferidos, esta deverá ser corrigida.

A pergunta que se faz é a seguinte: - E as 09 parcelas que foram calculadas a maior? A

resposta é simples. O interesse de agir, neste caso, é da parte contrária, ou seja, o

reclamado. É o Perito Assistente do Réu que deverá apontar as diferenças nos cálculos

contidas nas nove parcelas calculadas a maior. É ele que deve defender os interesses do

seu cliente.

Vejamos a consequência ocasionada em função da falta de impugnação da verba:

O Perito do Reclamante ao confrontar o total dos cálculos, verificou que havia uma

substancial diferença a maior em favor do seu cliente, e, por achar que os cálculos eram

bem favoráveis, não contestou a única verba calculada a menor nos cálculos

homologados nos autos, cuja diferença redundava em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). O

total geral encontrado no cálculo do reclamante foi de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)

e o total apresentado nos cálculos homologados foi de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil

reais). O reclamado, por outro lado, contratou um Perito Assistente que embargou a

conta, apontando todas as incorreções nos cálculos homologados tendo êxito em sua

manifestação. O total da conta ficou em R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais),

após os embargos propostos pelo reclamado.

Qual o procedimento correto a ser adotado por ambos os Peritos (reclamante e

reclamado) para este caso?

- O Perito do Reclamante tem o dever de apontar a incorreção na ordem de R$ 5.000,00

(cinco mil reais), inerente à verba calculada a menor pelo Perito nomeado pelo Juiz nos

autos, através de impugnação à sentença de liquidação. Na apresentação dos cálculos,

entretanto, deve manter o mesmo valor encontrado pelo Perito do Juiz para as demais

parcelas, efetuando a correção e consequente acréscimo de R$ 5.000,00 (cinco mil

reais), para a única parcela calculada em desfavor de seu cliente. Neste caso, o cálculo

apresentado pelo reclamante redundaria em R$ 125.000,00 (cento e vinte e cinco mil

reais). Não cabe ao Perito do Reclamante efetuar qualquer correção em favor do

reclamado. Não é sua função e não foi contratado para isso. É seu dever defender o

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interesse do seu cliente, no caso, o Reclamante. Aqui cabe uma recomendação

importante. Ao efetuar a conta correta na ordem de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),

embora o Perito Assistente do reclamante apresente nos autos R$ 125.000,00 (cento e

vinte e cinco mil reais) para efeito de “Impugnação à Sentença de Liquidação”, deverá

informar ao seu cliente o correto valor dos cálculos. Isso poderá ocasionar um acordo

entre as partes antes mesmo do julgamento dos embargos à execução bem como da

impugnação à sentença de liquidação, visto que, o reclamante terá a informação do real

valor devido e terá a informação dos embargos propostos pelo reclamado requerendo a

retificação dos cálculos. Isto ocorre quando o caso é bem cuidado, proporcionando a

minimização dos prejuízos.

- O Perito do Réu, por outro lado, tem o dever de apontar as diferenças em favor do seu

cliente. Deve fazer isso através de uma peça processual denominada de embargos à

execução. Ao impugnar a conta homologada nos autos, o perito assistente do reclamante

deverá abordar todas as matérias de interesse do seu cliente, tão-somente. Na

apresentação dos cálculos, deverá apontar os novos valores das verbas impugnadas,

mantendo inalterados os demais valores da conta pericial homologada. Não cabe ao

Perito do Reclamante efetuar qualquer correção em favor do Réu. Não é sua função e

não foi contratado para isso. É seu dever defender o interesse do seu cliente, no caso, o

Reclamante.

Resultado das ações:

1º Se ambas as partes (reclamante e reclamado) apontarem de forma correta as

diferenças consignadas nos cálculos homologados pelo juízo, apresentados pelo Perito

Judicial, o resultado deve ser pelo acolhimento das manifestações através da decisão de

impugnação à sentença de liquidação e embargos à execução. Neste caso o resultado da

conta ficaria em R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

2º Se apenas o Reclamante apresentar impugnação aos cálculos homologados através de

impugnação à sentença de liquidação, e o Réu se omitir, o Juiz poderá acolher

totalmente a manifestação autoral. Neste caso o resultado da conta ficaria em R$

125.000,00 (cento e vinte e cinco mil reais), ou seja, R$ 5.000,00 (cinco mil) a maior.

3º Se apenas o Réu se insurgir contra os cálculos apresentados pelo Perito do Juízo, e o

Reclamante se omitir (deixar de impugnar), o Juiz poderá acolher a manifestação

patronal. Neste caso a conta ficaria em R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais).

Esse exemplo demonstra claramente as diversas possibilidades que podem ocorrer em

uma reclamatória trabalhista. Cabe destacar, ainda, a importância de se contratar bons

profissionais para a realização dos trabalhos.

Então, quando impugnar?

1º quando abrir o prazo para que o Reclamante faça a conferência dos cálculos

homologados pelo Juízo;

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2º quando, após a conferência dos cálculos homologados, ficar evidente a incorreção

dos mesmos;

3º quando, após a conferência dos cálculos, ficar evidente que o critério técnico ou a

tese adotada nos cálculos homologados, não são favoráveis. Neste caso não há erro na

conta e sim aplicação de critério ou tese desfavorável. A impugnação deverá apontar a

nova tese ou critério mais favorável à parte, cabendo ao Juiz definir a questão.

4º quando, após a conferência dos cálculos homologados, restar evidenciado qualquer

erro material, que poderá ser corrigido de ofício pelo Juiz por simples manifestação, ou,

através de impugnação à sentença de liquidação.

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5 – Porque Impugnar uma Conta de Liquidação

É função do Perito Assistente contratado pelo Reclamante dizer se os cálculos

apresentados nos autos e homologados pelo Juiz estão corretos ou não.

A análise deve ser minuciosa e o Perito Assistente deverá verificar com atenção os

seguintes pontos:

- Se as verbas contidas nos cálculos homologados condizem com aquelas

deferidas nos autos;

- Se o Perito Judicial extraiu corretamente todos os valores consignados

nos documentos colacionados aos autos para a realização da conta;

- Se os parâmetros definidos na sentença foram corretamente aplicados

nos cálculos homologados;

- Se as teses aplicadas nos cálculos para efeito de cálculo das verbas

deferidas são favoráveis ao seu cliente;

- Se existe algum erro material na conta homologada.

Portanto, a resposta para o tópico é simples, ou seja, sempre que o Perito Assistente

constatar qualquer incorreção nos valores consignados nos cálculos homologados, e

que, obviamente, tragam prejuízo ao seu cliente, deverá apontar de forma técnica essas

diferenças, atentando para todos os detalhes, parâmetros e determinações contidas nos

autos.

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6 – Como Impugnar uma Conta de Liquidação

Aqui reside o segredo do sucesso da manifestação do autor contra possíveis incorreções

nos cálculos homologados pelo Juízo. Para tanto, o Perito Assistente deverá estar

preparado tecnicamente para expressar de forma correta, todas as diferenças,

incorreções e inconsistências contidas na conta homologada.

A primeira escolha diz respeito à forma de envio da manifestação ao advogado do

reclamante, que será o responsável pelo envio da manifestação e juntada aos autos. A

manifestação poderá ser enviada através de parecer técnico ou peça de “Impugnação à

Sentença de Liquidação” já pronta.

Destaca-se, entretanto, que o mais importante é a matéria, é a forma como o texto é

escrito e como as diferenças são descritas para que o juiz possa julgá-las. É importante

ater-se à clareza das informações, precisão nos apontamentos, quantificação das

diferenças, descrição e definição das incorreções, item a item, de forma pormenorizada.

A linguagem utilizada não pode ser pobre, mas, também não deve ser rebuscada, sob

pena de distorcer o tema ou não atingir o objetivo, que é demonstrar, de forma efetiva,

onde residem as diferenças apontadas.

As parcelas incorretas devem ser separadas por título. Exemplo: 1. Diferenças Salariais;

2. Horas Extras; 3. Adicional Noturno; 4. Adicional de Periculosidade; e assim por

diante.

O texto apontando as incorreções deve ter início, meio e fim.

Início da Manifestação: Após o título da verba embargada, o Perito Assistente deve

fazer um breve relato, chamando a atenção do Juiz da existência das diferenças.

Exemplo 1: “Não há como prosperar a conta apresentada pelo Sr.

Perito sob o título de Diferenças Salariais, em razão das incorreções a

seguir apontadas”.

Exemplo 2: “Os cálculos homologados resultam incorretos quanto ao

título em epígrafe, visto que, trazem em seu bojo algumas diferenças, as

quais serão apontadas abaixo”.

Exemplo 3: “Os cálculos apresentados nos autos merecem ser retificados

em face das diferenças ora apontadas”.

Os exemplos acima demonstram algumas formas de chamar a atenção do julgador, é

uma introdução técnica adotada para informar ao Juiz que existem possíveis diferenças

nos cálculos homologados. A linguagem apresentada merece um destaque especial, ou

seja, deve ser clara, objetiva, técnica e bem definida. A linguagem deve atingir o

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objetivo inicial, que é o de chamar a atenção do julgador para a incorreção da conta, não

deixando margem para outro tipo de interpretação.

Meio da Manifestação: O meio do texto deve fazer referência à diferença propriamente

dita. O texto deve descrever exatamente onde reside a diferença na conta, de forma

pormenorizada, quantitativa e clara. Neste ponto, sempre que necessário, o Perito

Assistente deverá apresentar o cálculo correto comparando com o cálculo incorreto da

verba, demonstrando de forma incisiva onde reside a incorreção. A fundamentação da

matéria tem que ser consistente, ou seja, ela deve trazer elementos que comprovem as

diferenças apontadas e que efetivamente venham convencer o julgador de que o cálculo

deverá ser retificado.

Exemplo: “O Sr. Perito considerou 10% de diferenças salariais a partir

do mês de junho de 2009, contrariando frontalmente o que restou

efetivamente determinado nos autos, ou seja, as diferenças são devidas a

partir do mês de junho de 2008. Tal procedimento distorceu por

completo os cálculos apresentados nos autos, visto que apontam

diferenças apenas para o período de junho de 2009 a maio de 2010,

deixando de fora o período anterior, ou seja, junho de 2008 até maio de

2009, indevidamente. Vejamos como restaram determinadas as

diferenças salariais no título executivo: “O reclamante comprovou nos

autos que as diferenças salariais na ordem de 10% não foram

corretamente quitadas. Em razão do exposto, defiro em favor da parte

autora as diferenças salariais requeridas na exordial na ordem de 10%,

devidas a partir de junho de 2008, até o final da contratualidade.

Reflexos sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS

11,2%”.

Final da Manifestação: O final do texto refere-se ao pedido de acolhimento das

diferenças apontadas e reforma dos cálculos homologados. O fechamento segue sempre

um padrão, com algumas variações e tem por objetivo o requerimento de acolhimento

das diferenças apontadas e consequente reforma dos cálculos.

Exemplo: “Em face do exposto, requer-se a retificação da conta,

devendo para tanto o Sr. Perito aplicar o adicional de 10% para efeito

de diferenças, a partir de junho de 2008 e não junho de 2009, como

consignado na conta, restando devidas diferenças a partir de tal data.

Resultam, portanto, devidas as diferenças apontadas no período anterior

a junho de 2009. Os reflexos, por acessórios do principal, seguem a

mesma sorte. Pela reforma”.

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7 – Exemplos de Peças de Impugnação à Sentença de Liquidação

A seguir estaremos apresentando diversos modelos de peças de Impugnação à Sentença

de liquidação, contendo alguns temas que foram efetivamente contestados, para

demonstrar como são realizadas as referidas peças processuais.

Se futuramente você vier a realizar algum trabalho que necessite do apontamento de

diferenças sobre os cálculos homologados apresentados nos autos, poderá utilizar o

mesmo formato de qualquer das peças apresentadas a seguir, pois os exemplos foram

extraídos de casos reais. Lembre-se, apenas, que devem ser alterados os dados do

processo, as partes, advogado que irá assinar a manifestação e, por óbvio, as matérias

embargadas.

Com isso, você já tem um dos atalhos do caminho das pedras. De preferência envie a

peça pronta ao advogado, para que ele analise e assine. Ele poderá efetuar as alterações

ou incrementos que achar necessário.

Sugerimos que você leia e analise com atenção os textos que apontam as diferenças. São

textos claros e objetivos, que demonstram exatamente quais são as diferenças

apontadas.

As manifestações a seguir são divididas por itens, indicando o título da verba a ser

impugnada. Os textos sempre iniciam de forma a chamar a atenção do juiz para uma

possível incorreção da conta apresentada nos autos. No corpo do texto ocorre a

descrição e o detalhamento das diferenças de forma que o juiz compreenda que os

cálculos estão incorretos. Por último, para cada item o réu requer a reforma ou

retificação dos cálculos.

São técnicas que devem ser adotadas para que a peça processual atinja o seu objetivo,

que, no caso, é a reforma ou retificação dos cálculos homologados, apresentados nos

autos.

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7.1. Exemplo I – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA MM. ... VARA DO TRABALHO DE CURITIBA, PARANÁ AUTOS RT Nº

XXXXXXXXXXXX (Reclamante), já devidamente

qualificado nos autos em epígrafe, por seus procuradores judiciais adiante

assinados, vem perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 884 e parágrafos

da CLT, apresentar, tempestivamente, IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE

LIQUIDAÇÃO, fazendo-o pelas razões de fato e de direito que se passa a

aduzir:

Das Horas Extras

Os cálculos homologados incorrem em equívoco quanto

à apuração das horas extras deferidas, no tocante à aplicação média de horas extras

devidas, senão vejamos:

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Ocorre que, para o período que vai desde a prescrição

até julho/2001, a apuração das horas extras deve ser efetuada com base na

quantidade média encontrada entre as horas extras apuradas nos demais meses do

período imprescrito.

Observa-se, entretanto, que a apuração de horas

realizada nos cálculos apresentados pelo Sr. Perito, em momento algum considerou a

média de horas de forma correta, pois verifica-se nos cálculos que, para os meses

cujos cartões pontos não foram juntados aos autos, o Sr. Contador não adotou

nenhuma quantidade de horas extras, mantendo zerados os valores devidos nos

referidos meses, como aponta o quadro de fls. ... dos autos.

A média correta de horas extras a ser aplicada aos

cálculos resulta em 22,86 horas, com base nas horas extras efetivamente apuradas

nos meses cujos cartões pontos forma juntados aos autos, cumprindo-se exatamente

o que restou determinado na sentença. A média deve ser utilizada para efeito de

cálculo dos meses cujos cartões não contam nos autos.

Veja-se que, seguindo o cartão ponto de mês de março

de 2000, como determinado, a correta quantidade para a apuração das horas extras

nos termos do comando decisório, é de 22,86 e não o zeramento do número de horas

como apontam os cálculos homologados.

O mesmo ocorre na apuração das horas extras relativas

à violação do artigo 71 da CLT, onde os cálculos homologados apresentam

quantidade zerada de horas intervalares, reduzindo substancialmente a execução em

face do critério adotado para efeito de cálculo, motivo pelo qual, não devem prevalecer

os cálculos homologados.

No período a partir de agosto de 2001, os cálculos

homologados também restam equivocados, eis que, não consideram corretamente a

jornada fixada nos autos.

Assim, os cálculos homologados incorrem em equívoco

quanto à apuração efetuada no tocante às horas extras, ocasionando inequívoco

prejuízo ao reclamante, bem como favorecendo indevidamente o reclamado, além de

violar inexoravelmente os termos da coisa julgada, o que não deve prevalecer.

Pelo exposto, requer-se a reforma dos cálculos homologados.

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Das Horas Extras – Abatimentos de Valores Pagos

Os cálculos apresentados pelo Sr. Perito resultam totalmente equivocados com relação ao abatimento de valores pagos a título de horas suplementares.

Ocorre que, em momento algum dos autos houve

determinação expressa para que os valores consignados nos documentos colacionados aos autos fossem abatidos dos cálculos.

Observa-se, entretanto, que nos quadros de fls. ...., o Sr.

Contador efetuou o abatimento de diversos valores, prejudicando totalmente a conta apresentada nos autos.

Cabe destacar, que a r. decisão imposta nos autos, não

determinou de forma expressa o abatimento dos valores pagos a título de horas extras, e, deste modo, todos os valores abatidos e considerados nos cálculos do Perito devem ser excluídos do cálculo das horas extras.

Pelo exposto, requer-se a reforma dos cálculos

homologados.

REQUERIMENTO FINAL

Diante do exposto, o Reclamante requer o

julgamento pela total procedência da presente Manifestação, com o

consequente refazimento dos cálculos homologados.

Nestes termos,

pede deferimento.

Cidade, ... de ..... de 2015.

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7.2. Exemplo II – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MMª ... VARA FEDERAL DO TRABALHO DE (Cidade) – (Estado) AUTOS Nº. ...: RT – 00000-2015-000-00-00-0

XXXXXXX (Reclamante), já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista, onde contende contra XXXXXXXX (Reclamado) , vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa., por seu procurador judicial, infra firmado, para apresentar IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO, motivo qual pede vênia a V. Exa., para expor e no final, requer o que segue:

HORAS EXTRAS E REFLEXOS Não concorda o reclamante com os cálculos periciais

apresentados, visto que, o “Expert” não elaborou o cálculo dos reflexos das horas extras sobre: aviso prévio, férias + 1/3, 13° salário e multa de 40% sobre FGTS.

De acordo com o que efetivamente restou determinado

nos autos, restou deferido em favor do reclamante os reflexos das horas suplementares, senão vejamos:

“Assim, em face de todo exposto, entendo como devidos os reflexos das horas extras requeridos pelo autor, sobre: aviso

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prévio indenizado, férias proporcionais, 13° salário e FGTS do mês da rescisão, mais multa de 40%.”

Como visto no texto sentencial transcrito acima, resultam

devidos os reflexos das horas extras sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias, FGTS e multa de 40% do FGTS.

Assim, os cálculos periciais merecem reforma, devendo

para tanto, o auxiliar do Juízo efetuar os reflexos das horas extras sobre: aviso prévio, férias, terço de férias, 13° salário e multa de 40% do FGTS.

Pela reforma. REQUERIMENTO À vista do exposto, requer-se o recebimento da presente

manifestação (IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO), determinando o refazimento da conta, consoante fundamentação suso esposada. E assim fazendo, estar-se-á distribuindo às partes, a mais salutar Justiça!

Nestes Termos Pede Deferimento Curitiba, ... de .... de 2.015

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7.3. Exemplo III – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MMª ª VARA FEDERAL DO TRABALHO DE (Cidade)- (Estado). AUTOS Nº. ...: RT – 00000-2015-000-00-00-0

XXXXXXXXXX (Reclamante), já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista, onde contende contra XXXXXXXXXX (Reclamado), vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa., por seu procurador judicial, infra firmado, para apresentar IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO, motivo qual pede vênia a V. Exa., para expor e no final, requer o que segue:

DOMINGOS E FERIADOS LABORADOS – REFLEXOS

INDEVIDOS Não há como prosperar os cálculos elaborados pelo Sr.

Contador, visto que, incorretos com relação a verba em epigrafe. Vale lembrar, que os reflexos deferidos pelo Juízo,

referem-se, única e exclusivamente, às horas extras (excedentes da 8ª diária e 44ª semanal), senão vejamos:

“Por habituais, resultam devidas todas as horas laboradas em todos os domingos e feriados, considerando a jornada das 08:00 às 13:00 horas, no período compreendido entre

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01/02/2009 a 31/10/2010, com reflexos sobre: aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário, FGTS (8%) e indenização de 40%.”

No comando sentencial o Juiz definiu de forma

absolutamente clara, que o reclamante tem direito a 05 horas extras prestadas em todos os domingos e feriados do período compreendido entre 01/02/2009 a 31/10/2020, com reflexos sobre: aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS 11,2%.

Compulsando os elaborados pelo “Expert”, não se

observa na conta os valores deferidos nos autos a título de domingos e feriados + reflexos.

Assim, sendo, requer-se a retificação da conta, devendo

para tanto o Sr. Contador acrescer aos cálculos as horas prestadas em domingos e feriados, como determinado no título executivo. Resultam devidos, ainda, os reflexos dos domingos e feriados sobre: aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS 11,2%.

Pela reforma.

FGTS - SOBRE PRINCIPAL

O FGTS é devido sobre o principal das horas extras e

respectivos reflexos. Este, entretanto, não foi o entendimento do Sr. Perito,

visto que, considerou o FGTS 11,2%, tão-somente sobre o principal das horas extras, deixando de incidir a verba fundiária sobre as parcelas reflexas das horas suplementares (aviso prévio, 13º salários, férias e terço de férias).

Assim restou determinado no comando sentencial:

“Por habituais, as horas extras geram reflexos em repousos semanais remunerados e, juntamente com estes, em aviso prévio indenizado, férias acrescidas de 1/3 e 13º salário. Sobre todas as parcelas (principal + reflexos), defere-se o FGTS (8%) e multa de 40%.”

O texto sentencial transcrito acima deixa, absolutamente

claro, que as horas extras acrescidas dos reflexos repercutem sobre o FGTS e multa fundiária.

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Em razão do exposto, resultam prejudicados os cálculos apresentados a título de FGTS pela não inclusão das parcelas reflexas das horas extras (sobre: dsr´s, aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias).

Pela reforma. REQUERIMENTO À vista do exposto, requer-se o recebimento da presente

manifestação (IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO), determinando o refazimento da conta, consoante fundamentação suso esposada. E assim fazendo, estar-se-á distribuindo às partes, a mais salutar Justiça!

Nestes Termos Pede Deferimento Curitiba, ... de .... de 2.015.

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7.4. Exemplo IV – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MMª ...ª VARA FEDERAL DO TRABALHO DE (Cidade)-(Estado). AUTOS Nº. ...: RT – 0000000-00.2015.00.00.0000

XXXXXXXXXXX (Reclamante), já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista, onde contende contra XXXXXXX (Reclamado), vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa., por seu procurador judicial, infra firmado, para apresentar Impugnação à Sentença de Liquidação, nos termo do art. 884 da CLT, motivo qual pede vênia a V. Exa., para expor e no final, requer o que segue:

SALÁRIO “POR FORA” – REFLEXOS EM DSR’S

O reclamante não concorda com os cálculos periciais

apresentados no que se refere aos reflexos do salário “Por Fora” sobre DSR’s, senão vejamos:

Observa-se nos autos, que houve determinação

“expressa”, condenado a reclamada no pagamento de reflexos do salário pago “Por Fora” sobre “Repousos Semanais Remunerados”.

Este, entretanto, não foi o entendimento adotado pelo

auxiliar do Juízo, quando da elaboração da conta de liquidação, visto que, o

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“Expert” não considerou os valores reflexos a título de DSR, inerentes ao salário “Por Fora”.

O equívoco pericial é facilmente detectável, visto que,

não há nas planilhas de cálculos apresentadas quaisquer valores sob o título em epigrafe, como apontam os cálculos de fls. ... dos autos.

Vejamos como restou proferida a r. sentença: “Dessa forma, defiro o pedido de pagamento das diferenças reflexas dos valores pagos a título de coordenação sobre: dsr´s, aviso prévio, 13os salários, férias acrescidas de 1/3 e FGTS (8% + 40%), observando os valores constantes nos recibos juntados às fls. ....”

Como visto no trecho sentencial transcrito acima, a

executada foi condenada no pagamento de reflexos do salário “Por Fora”, também sobre os DSR´s.

Isto posto, requer-se a retificação da conta pericial, devendo para tanto o Sr. Perito, incluir nos cálculos apresentados, os reflexos do salário “Por Fora” sobre os Repousos Semanais Remunerados.

Pela reforma.

DIFERENÇAS SALARIAIS – FORMA DE CÁLCULO

O reclamante não concorda com os cálculos periciais

apresentados no que se refere às diferenças salariais apuradas, visto que, não demonstrado pelo auxiliar do Juízo a forma de cálculo utilizada para encontrar o montante mensal devido, senão vejamos.

Observa-se, nos valores apresentados pelo auxiliar do

Juízo de fls. ... dos autos, que o “Expert” não demonstrou de forma clara e pormenorizada como chegou ao valor mensalmente devido a título de diferenças salariais em face da redução salarial.

Cabe destacar, que os cálculos foram genericamente

realizados, tendo desconsiderado na base de cálculo das diferenças salariais a integração de diversas parcelas de efetivo caráter salarial, distorcendo o resultado final da conta.

Os cálculos ora apresentados pelo reclamante apontam

de forma quantitativa e pormenorizadas as reais diferenças salariais devidas, contendo a integração de todas as parcelas de caráter salarial.

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Isto posto, requer-se a retificação dos cálculos elaborados pelo Auxiliar do Juízo a título de diferenças salariais, devendo para tanto o mesmo, tomar como base de cálculo os valores consignados nos cálculos ora apresentados em anexo pelo autor.

Acolha-se.

REQUERIMENTO À vista do exposto, requer-se o recebimento da presente

manifestação (IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO), determinando o refazimento da conta, consoante fundamentação suso esposada. E assim fazendo, estar-se-á distribuindo às partes, a mais salutar Justiça!

Nestes Termos Pede Deferimento Curitiba, .. de ... de 2.015.

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7.5. Exemplo V – Peça de Impugnação à Sentença de Liquidação

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MMª VARA FEDERAL DO TRABALHO DE (Cidade) – (Estado). AUTOS Nº. ...: RT – 00000-2015-000-00-00-0

XXXXXXXXXXXX (Reclamante), já qualificada nos autos do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista, onde contende contra XXXXXXXXXXX (Reclamado), vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa., por seu procurador judicial, infra firmado, para apresentar IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO, nos termos do art. 884 da CLT, motivo qual pede vênia a V. Exa., para expor e no final, requer o que segue:

HORAS EXTRAS – Reflexos sobre RSR’S

Não concorda o reclamante com os cálculos periciais

apresentados, visto que a auxiliar do Juízo, deixou efetuar o cálculo dos reflexos das horas extras sobre os repousos semanais remunerados.

O título executivo foi claro ao deferir os reflexos das

horas extras sobre os DSR´s, entretanto, este não foi o entendimento do Sr. Perito ao apresentar os cálculos de liquidação nos autos.

O quadro abaixo aponta, mês a mês, os reflexos das

horas extras sobre os DSR´s, senão vejamos:

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Da forma como apresentado pela “EXPERT” nas

planilhas de fls. ..., os DSR’s reflexos das horas extras não foram calculados. Assim sendo, deverá o Sr. Perito promover a retificação

da conta, integrando os valores reflexos das horas extras sobre os DSR´s. Os reflexos, por acessórios, seguem a mesma sorte do

principal (aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS 11,2%). Pela reforma. REQUERIMENTO À vista do exposto, requer-se o recebimento da presente

manifestação (Impugnação à Sentença de Liquidação), determinando o refazimento da conta, consoante fundamentação suso esposada. E assim fazendo, estar-se-á distribuindo às partes, a mais salutar Justiça!

Nestes Termos Pede Deferimento Cidade (...), ... de ... de 2.015.

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8. Exemplo de Parecer Técnico

Vamos reproduzir na sequência alguns modelos de “pareceres técnicos”, que podem

ser encaminhados ao advogado em substituição à peça de “impugnação à sentença de

liquidação”, utilizando as mesmas matérias aplicadas nas peças de “impugnação”,

apresentadas nos itens 7.1 a 7.5 acima:

8.1. Exemplo I - Parecer Técnico

PARECER TÉCNICO

A/C.: Dr. XXXXXXXXXXX

Autos No ............: RT 00000-0000-000-00-0 - VT de ....

Reclamante ........: XXXXXXXXXXX.

Reclamada .........: XXXXXXXXXXX.

Ref.: Matéria para Impugnação aos Cálculos Homologados pelo Juiz

Prezado Dr. XXXXXXXX,

Após análise dos cálculos apresentados pelo Sr. Perito nos autos, concluímos pela

existência de algumas distorções.

Segue abaixo matéria para interpormos “Impugnação à Sentença de Liquidação” aos

cálculos apresentados pelo Sr. Perito e homologados pelo Juiz.

Att.

Curitiba, ... de .... de 2015.

Portal Cível & Trabalhista.

MATÉRIA PARA IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO

1. DAS HORAS EXTRAS

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Os cálculos homologados incorrem em equívoco quanto à apuração das horas extras

deferidas, no tocante à aplicação média de horas extras devidas, senão vejamos:

Ocorre que, para o período que vai desde a prescrição até julho/2001, a apuração das

horas extras deve ser efetuada com base na quantidade média encontrada entre as horas

extras apuradas nos demais meses do período imprescrito.

Observa-se, entretanto, que a apuração de horas realizada nos cálculos apresentados

pelo Sr. Perito, em momento algum considerou a média de horas de forma correta, pois

verifica-se nos cálculos que, para os meses cujos cartões pontos não foram juntados aos

autos, o Sr. Contador não adotou nenhuma quantidade de horas extras, mantendo

zerados os valores devidos nos referidos meses, como aponta o quadro de fls. ... dos

autos.

A média correta de horas extras a ser aplicada aos cálculos resulta em 22,86 horas, com

base nas horas extras efetivamente apuradas nos meses cujos cartões pontos forma

juntados aos autos, cumprindo-se exatamente o que restou determinado na sentença. A

média deve ser utilizada para efeito de cálculo dos meses cujos cartões não contam nos

autos.

Veja-se que, seguindo o cartão ponto de mês de março de 2000, como determinado, a

correta quantidade para a apuração das horas extras nos termos do comando decisório, é

de 22,86 e não o zeramento do número de horas como apontam os cálculos

homologados.

O mesmo ocorre na apuração das horas extras relativas à violação do artigo 71 da CLT,

onde os cálculos homologados apresentam quantidade zerada de horas intervalares,

reduzindo substancialmente a execução em face do critério adotado para efeito de

cálculo, motivo pelo qual, não devem prevalecer os cálculos homologados.

No período a partir de agosto de 2001, os cálculos homologados também restam

equivocados, eis que, não consideram corretamente a jornada fixada nos autos.

Assim, os cálculos homologados incorrem em equívoco quanto à apuração efetuada no

tocante às horas extras, ocasionando inequívoco prejuízo ao reclamante, bem como

favorecendo indevidamente o reclamado, além de violar inexoravelmente os termos da

coisa julgada, o que não deve prevalecer.

Pelo exposto, requer-se a reforma dos cálculos homologados.

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Das Horas Extras – Abatimentos de Valores Pagos

Os cálculos apresentados pelo Sr. Perito resultam totalmente equivocados com relação ao

abatimento de valores pagos a título de horas suplementares.

Ocorre que, em momento algum dos autos houve determinação expressa para que os

valores consignados nos documentos colacionados aos autos fossem abatidos dos

cálculos.

Observa-se, entretanto, que nos quadros de fls. ...., o Sr. Contador efetuou o abatimento de

diversos valores, prejudicando totalmente a conta apresentada nos autos.

Cabe destacar, que a r. decisão imposta nos autos, não determinou de forma expressa o

abatimento dos valores pagos a título de horas extras, e, deste modo, todos os valores

abatidos e considerados nos cálculos do Perito devem ser excluídos do cálculo das horas

extras.

Pelo exposto, requer-se a reforma dos cálculos homologados.

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8.2. Exemplo II - Parecer Técnico

PARECER TÉCNICO

A/C.: Dr. XXXXXXXXXXX

Autos No ............: RT 00000-0000-000-00-0 - VT de ....

Reclamante ........: XXXXXXXXXXX.

Reclamada .........: XXXXXXXXXXX.

Referente: Impugnação à Sentença de Liquidação

Prezado Dr. XXXXXXX,

Segue abaixo matéria para interpormos Impugnação aos cálculos homologados pelo Juiz

nos autos.

Os cálculos do Perito apresentam-se incorretos em alguns pontos específicos.

Me coloco à sua disposição para esclarecimentos que se fizerem necessários.

Att.

Portal Cível & Trabalhista.

IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO – MATÉRIA

HORAS EXTRAS E REFLEXOS

Não concorda o reclamante com os cálculos periciais apresentados, visto que, o

“Expert” não elaborou o cálculo dos reflexos das horas extras sobre: aviso prévio, férias

+ 1/3, 13° salário e multa de 40% sobre FGTS.

De acordo com o que efetivamente restou determinado nos autos, restou deferido em

favor do reclamante os reflexos das horas suplementares, senão vejamos:

“Assim, em face de todo exposto, entendo como devidos os

reflexos das horas extras requeridos pelo autor, sobre: aviso

prévio indenizado, férias proporcionais, 13° salário e FGTS do

mês da rescisão, mais multa de 40%.”

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Como visto no texto sentencial transcrito acima, resultam devidos os reflexos das horas

extras sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias, FGTS e multa de 40% do

FGTS.

Assim, os cálculos periciais merecem reforma, devendo para tanto, o auxiliar do Juízo

efetuar os reflexos das horas extras sobre: aviso prévio, férias, terço de férias, 13°

salário e multa de 40% do FGTS.

Pela reforma.

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9 – Considerações Finais

Como visto, os cálculos homologados pelo Juiz merecem uma atenção especial por

parte do perito assistente que atua pelo réu, pois, é muito comum encontrar os mais

diversos tipos de diferenças nos referidos cálculos, algumas em razão de erro material,

outras em função de critério adotado, e ainda, temos aquelas que são decorrentes de

interpretação distorcida das decisões contidas nos autos.

A peça de embargos à execução visa corrigir essas incorreções, tornando-se um

instrumento essencial na fase de execução, pois tem o objetivo de alinhar os cálculos

aos objetivos do réu, que é o de ter um resultado que atenda os seus interesses.

Cabe destacar, ainda, que a manifestação deverá fazer referência a todas as possíveis

incorreções, visto que, mesmo que o juiz não acolha algum item dos embargos, será

possível abordar novamente a matéria em sede de agravo de petição, para apreciação de

uma das turmas do Tribunal Regional. Por uma questão óbvia, se uma determinada

matéria não foi ventilada nos embargos à execução, não poderá mais ser contestada nos

autos, tornando-se incontroversa a questão.

Por isso da importância de se fazer um cálculo totalmente independente daquele

apresentado nos autos, com a utilização das técnicas, interpretações, critérios e

parâmetros que favoreçam o Reclamado. A partir da conta realizada, fazer uma análise

de todos os pontos que se apresentem em discordância, quando comparados os cálculos,

descrevendo de forma individual, verba a verba, onde estão localizadas as diferenças. O

passo seguinte é descrever de forma concisa e detalhada as incorreções, demonstrando

de forma quantitativa as diferenças, para que o juiz possa decidir a questão.

Junto à peça de embargos à execução devem ser juntados os cálculos do réu contendo

todos os valores que o mesmo entende como devidos nos autos. O total apresentado

pelo réu se tornará incontroverso e já poderá ser liberado ao reclamante, pois, o que se

estará discutindo a partir da apresentação da conta, são as diferenças apontadas na

manifestação de embargos.

Uma vez apresentados os embargos à execução, resta ao réu esperar pela decisão do

juiz, que irá analisar a manifestação, acolhendo ou não as diferenças apontadas. Da

decisão, caberá ou não, agravo de petição junto ao Tribunal Regional.

Recomendamos que o aluno reveja os cases do Módulo II, relativos aos “Estudos de

Casos”, onde ocorre a aplicação prática da matéria ora estudada. A partir do “case IV”

os cálculos são apresentados nos autos e homologados pelo Juiz que em seguida, abre

prazo para que as partes tenham a oportunidade de verificar se a conta está correta ou

não, impugnando ou embargando os cálculos, quando constatada alguma incorreção. É a

aplicação da teoria e da técnica ao caso prático.