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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE SANTARÉM Prof. Renato Fernandes CURSO DE TREINADORES DE FUTEBOL UEFA BASIC (NÍVEL II) - 2008

Medicina Desportiva

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Mais de 100 páginas sobre medicina desportiva para treinadores de futebol.

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Page 1: Medicina Desportiva

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL

ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE SANTARÉM

Prof. Renato Fernandes

CURSO DE TREINADORES DE FUTEBOL UEFA BASIC (NÍVEL II) - 2008

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Porque isto acontece…

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Prevenção???

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• Modalidade desportiva mais praticada em todo o mundo. Cercade 240 milhões de praticantes amadores;

• Na Europa, 50 a 60 % das lesões desportivas resultam daprática do futebol;

• A maior parte dos estudos na área são em equipasprofissionais;

• Desses estudos (fig. 1), os futebolistas dos Estados Unidos eIslândia são os que mais se lesionam. Em contrapartida osHolandeses e os Dinamarqueses os que menos se lesionam;

• Os avançados e os centro-campistas são os mais atingidos.

FACTOS

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Figura 1.Junge, A. & Dvorak, J. (2004). Soccer Injuies. A review on incidente and prevantion, Sports Medicine, 34 (13), 929-928.

Page 6: Medicina Desportiva

• Verifica-se uma maior incidência nos escalões etários maisvelhos, com valores idênticos entre Juniores e Seniores, sendoque vai subindo dos Iniciados até aos Juniores;

• Em média, cada jogador lesiona-se 1,2 vezes por ano;

• A incidência duplica nas praticantes femininas, nomeadamentequando se fala de lesões no LCA;

• Os meses de Outubro / Novembro e Abril / Maio são os maispropícios para a ocorrência de lesões;

• As zonas mais afectadas são a articulação do joelho, a canelae os músculos da coxa.

FACTOS

Page 7: Medicina Desportiva

• As lesões ocorrem 4 a 6 vezes mais frequentemente emcompetição do que durante os treinos;

• A maioria das lesões no futebol ocorrem por trauma. Cerca de20% devido a “overuse” e 12% devido a má técnica;

• Cerca de 25% são lesões no mesmo local onde já tinha existidolesão;

• Globalmente, a distribuição das lesões ocorre assim:

- Tronco – 3 %

- Cabeça e face – 13 %

- Membro superior – 17 %

- Membro inferior – 67 %

FACTOS

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Zonas mais afectadas

• Lesões osteotendinosas:

- Pubalgia

REGIÃO PÉLVICA

• Lesões musculares (quadricípete):

- Contracturas

- Distensões

- Roturas

- Contusões

COXA

Page 9: Medicina Desportiva

• Lesões tendinosas:

- Tendinites da inserção dos adutores

COXA

• Lesões ligamentares

- Torções: lesão do LLE; LLI; LCA; LCP

JOELHO

• Lesões cartilaginosas

- Fracturas dos meniscos

Zonas mais afectadas

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Zonas mais afectadas

• Lesões tendinosas:

- Tendão rotuliano

JOELHO

• Lesões ósseas

- Fracturas: tíbia, perónio e duplas

PERNA

• Lesões musculares (gémeos):

- Contracturas

- Distensões

- Roturas

- Contusões

Page 11: Medicina Desportiva

Zonas mais afectadas

• Lesões ósseas:

- Fracturas por rotação externa

- Fracturas por rotação interna

- Fracturas por compressão vertical

TIBIO-TÁRSICA

• Lesões tendinosas:

- Patologia traumática / inflamatória do tendão de Aquiles

Page 12: Medicina Desportiva

Zonas mais afectadas

• Lesões articulares:

- Entorses por eversão

- Entorses por inversão

- Microtraumatismos: calcificações que não afectam assuperfícies articulares

TIBIO-TÁRSICA

• Lesões cutâneas:

- Unhas encravadas

- Micoses (pé de atleta)

- Flictenas

Page 13: Medicina Desportiva

Zonas mais afectadas nos Guarda-redes

• Traumatismos cranianos

• Luxações do ombro

• Fracturas da clavícula

• Entorses / luxações dos dedos

• Traumatismos da face

• (...)

Page 14: Medicina Desportiva

Aspectos preventivos• Exame médico-desportivo (cardiovascular, respiratório)

• Perfil músculo-esquelético (integridade das estruturasarticulares, ósseas e músculo-tendinosas)

• Protecção da articulação tíbio-társica

• Uso obrigatório de caneleiras

• Massagista credenciado

• Estojo de primeiros socorros

• Aquecimento com maior ênfase no alongamento e maisespecífico

• Adequado retorno à calma

• Adequada reabilitação com tempo de recuperação suficiente

• Treino proprioceptivo

• Bons pisos de treino e jogo

• The eleven

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Estudos de intervenção na prevenção de lesões no Futebol

Page 16: Medicina Desportiva

Lesões em jovens jogadores de Futebol

• Os locais anatómicosmais atingidos pelas lesõesem crianças e adolescentessão o joelho, a canela, ascostas, o punho ou ombro ea cabeça;

• São pouco prevalenteslesões graves comuns emadultos.

Page 17: Medicina Desportiva

Lesões em jovens jogadores de Futebol

JOELHO

• A maior parte das lesões do joelho são contusões e pequenosentorses que normalmente são tratadas pelo método RICE (rest,ice, compression e elevation);

• Lesões prevalentes no atleta adulto como lesões de menisco eligamentos cruzados são raras nesta faixa etária;

• Pensa-se que as lesões musculares graves são tambémmenos prevalentes devido às crianças apresentarem maiorflexibilidade e uma reduzida aplicação de força;

• Lesões no menisco também existem em idades entre iniciadose juniores em que a RM é o meio de diagnóstico mais eficaz;

• Ao contrário dos atletas adultos, as crianças e jovens, emlesões como estiramentos de ligamentos e contusões (grandespancadas) podem voltar à actividade (corrida e contacto combola) quando deixarem de sentir dor.

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Lesões em jovens jogadores de Futebol

PÉ E PERNA (CANELA)

• A maior parte das fracturas são na tíbia distal e no perónio;

• Também podem existir fracturas no 5º metatarso e naarticulação de Lisfranc no pé;

• A maior parte das lesões nestes locais são pequenos entorsesno tornozelo que normalmente são tratadas em pouco tempocom método RICE;

• Outra lesões comuns são as contracturas e estiramentos naperna.

Page 19: Medicina Desportiva

PROCESSO INFLAMATÓRIO NAS LESÕES MUSCULARES

1. Ocorre logo após a agressão;

2. Degeneração das células lesadas e chegada decélulas responsáveis por isolar o tecido saudável dotraumatizado (plaquetas, glóbulos brancos,fibroblastos);

3. Rotura dos vasos sanguíneos, que reduz avascularização da zona;

4. Vasoconstrição sanguínea – formação de edemalocal (excessiva acumulação de líquido no tecido,sem possibilidades de sair para o sistema linfáticopara ser drenado, logo acumula nos espaçosintersticiais);

5. O grau de edema determina a gravidade da agressãotecidular;

Page 20: Medicina Desportiva

• Processo inflamatório (lesões musculares)

- Embora a inflamação seja um componenteimportante na cura da lesão ela poderá tornar-secrónica e destruir os tecidos, para isso nãoacontecer é necessário minimizar a inflamação notratamento.

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• Fase aguda

- A reabilitação deve ser imediata, visando não agravar a lesão epermitindo ao organismo desenvolver todos os processos implicadosna reconstrução do tecido

- Primeira regra básica: aplicação local de gelo, isto porque evitaque a lesão triplique em termos de grandeza num curto espaço detempo e aproveita o efeito analgésico do gelo

- Segunda regra básica: compressão que evita a hemorragia,diminui o edema e diminui a dor

Page 22: Medicina Desportiva

• Fase aguda- Terceira regra básica: Elevação da parte afectada (se possível)– facilita o retorno venoso facilitando a cicatrização

- Imobilização – depende da filosofia do técnico, do tipo de lesão eda sua gravidade, no entanto:

“Deverá ser o mais curta possível, permitindo-se exercícios activos com ou sem cargautilizando-se como guia um dos maioresmecanismos de defesa orgânico que é a dor”

(Leandro Massada, 1989)

Page 23: Medicina Desportiva

• Crioterapia – aplicação de gelo

- Efeitos

- Vasoconstrição - limita o processo inflamatório edemais vantagens;

- Analgesia – limita a libertação de mediadoresinflamatórios (limita o aparecimento da dor);

- Maior capacidade de produzir força, resistência etónus muscular.

- Actividade vasoconstritora do frio conhecida desde aantiguidade

- Existe de diversas formas: saco de gelo, cilindrosgelados, toalhas geladas, compressas frias, ligaduras degelo, cubo de gelo, sprays de frio e banhos frios

MEIOS FÍSICOS

Page 24: Medicina Desportiva

• Crioterapia – aplicação de gelo- Efeitos

- Interferência neuromotora, modificando a capacidade deexcitação neural

- Aplicação

- + ou – de 3 em 3 horas por períodos de 15 a 20 minutos;

- Até ás 72 horas (3º dia).

Page 25: Medicina Desportiva

• Crioterapia – aplicação de gelo

- Indicações terapêuticas

- Reflexão prévia sobre as características da lesão.

- Precauções

- Queimaduras pela aplicação directa e prolongada de friosobre os tecidos.

Page 26: Medicina Desportiva

• Calor- Efeitos

- Vasodilatação: aumento do fluxo sanguíneo – remoção desubstâncias nocivas;

- Aumento da actividade celular e das exigências metabólicas;

- Aumento do trabalho enzimático e logicamente dosprocessos de catabolismo

- Potencia o processo inflamatório;

- Aumento da amplitude, flexibilidade e força muscular;

Page 27: Medicina Desportiva

• Calor

- Aplicação

- Depende da técnica utilizada;

- Ideal: quer a aplicação de calor profundo ou superficial -após a fase aguda, ao 2º/3º dia.

- Indicações terapêuticas

- Reflexão prévia sobre as características da lesão.

Page 28: Medicina Desportiva

• Calor Superficial

- Calor húmido: bolsa de água quente, toalha quente e banhosde contraste;

- Seco: fototerapia (radiação UV/Infravermelhos)

Page 29: Medicina Desportiva

• Calor Superficial

Indicações terapêuticas:

-Situações de patologias / lesões crónicas;

-Lesões agudas ( a partir da fase aguda)

- Preparação da mobilização articular, estiramento músculo-tendinoso, fortalecimento muscular

Contra-Indicações:

- Feridas

- Infecções

- Lesões agudas na fase inflamatória

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• Calor Profundo

- Micro-ondas

- Ondas Curtas (2)

- Electroterapia (3)

- Laserterapia (1)

- Vibroterapia

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• Utilização de agentes farmacológicos

Anti- Inflamatórios Não esteróides

-Variam na estrutura química e mecanismo de acção mas têmem comum a capacidade de combater a respostainflamatória, diminuir a dor e reduzir a febre

Page 32: Medicina Desportiva

• Utilização de agentes farmacológicos

Exemplos de Anti- Inflamatórios Não esteróides:

- VOLTAREN – diclofenac

- ASPIRINA – ácido acetilsalicílico

- NIFLURIL – ácido niflúmico

- BRUFEN, TRIFENE – ibuprofeno

- NIMED – nimesulide

- REUMON - etofenamato

Page 33: Medicina Desportiva

• Utilização de agentes farmacológicos

Vias de administração

- Oral – comprimidos, cápsulas, granulados, suspensões

- Injectável – intramuscular

- Tópica – pomada, gel, creme

- Rectal - supositórios

Page 34: Medicina Desportiva

• Utilização de agentes farmacológicos

Anti- Inflamatórios esteróides

- Contêm glucocorticóides (cortisol) na sua composição

- Podem ser usados como “tratamento de choque” na faseinicial, sob condições de rigoroso acompanhamento

- Risco de positividade de controle anti-dopagem

Page 35: Medicina Desportiva

• Utilização de agentes farmacológicos

Exemplos de Anti- Inflamatórios esteróides:

- Cortisona

- Hidrocortisona

- Administração por via intravenosa (Infiltração)

Page 36: Medicina Desportiva

• Utilização de agentes farmacológicos

Outros grupos medicamentosos utilizados:

- Analgésicos

- Relaxantes musculares

Page 37: Medicina Desportiva

• A Reabilitação pelo Movimento

- A importância da actividade física

- O efeito positivo desta no processo de formação decolagénio

- O programa de reabilitação previsto como um processoevolutivo:

1. Mobilizações passivas

2. Mobilizações activas assistidas

3. Mobilizações activas livres

4. Mobilizações activas resistidas

Page 38: Medicina Desportiva

• A Reabilitação pelo Movimento

- Manipulações

- Massagens

- Hidroterapia

- Stretching/Alongamento

- Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva

Page 39: Medicina Desportiva

Acidentes com alterações das funções vitais

Tipos de lesões existentes

Alterações ao nível da respiração, circulação e até das funçõescerebrais

Alterações da respiração• Ausência de movimentos perceptíveis e visíveis

do tórax

• Ausência de sopro respiratório

• Cianose crescente nos lábios e dedos – negrume

• Perda de consciência

• Obstrução das vias respiratórias

• Aspiração de vómitos, sangue ou corpos estranhos

• Traumatismos torácicos e ou cranianos

• Etc.

Page 40: Medicina Desportiva

Acidentes com alterações das funções vitais

Tipos de lesões existentes

Alterações da actividade cardio-circulatória

• Ausência de pulso

• Dilatação das pupilas

• Palidez, Cianose de lábios e dedos

• Ausência de respiração (esta aparece primeiro)

• Perda de consciência

Page 41: Medicina Desportiva

Acidentes com alterações das funções vitais

Tipos de lesões existentes

Alterações das funções cerebrais

• Mais frequente nos traumatismos cranianos

• Examinar em primeiro lugar a capacidade de reacção

• A profundidade e duração da perda de consciência depende daintensidade do traumatismo

• Perigo de obstrução das vias respiratórias

• Distinguem-se 2 tipos de traumatismos cranianos: concussão cerebral(comoção - sem lesões ósseas do crânio) e contusão cerebral (comlesões ósseas do crânio) .

Page 42: Medicina Desportiva

Acidentes com alterações das funções vitais

Tipos de lesões existentes

Alterações das funções cerebrais

• Indícios de concussão cerebral após pancada da cabeça ou colisãocom objectos:

- Perda de consciência

- Náuseas e vómitos

- Amnésia

- Cefaleias e vertigens

- Quando existem sinais externos de saída de sangue ou líquidocefaloraquidiano pela boca, nariz ou canal auditivo podemos estar empresença de uma fractura do crânio (contusão cerebral) comconsequente rotura de vasos sanguíneos intracranianos

Page 43: Medicina Desportiva

Hemorragias

Tipos de lesões existentes

Perca de sangue por rotura de vasos sanguíneos. Perder 0,5 a 2litros de sangue põe em perigo a vida do sujeito. Podem serhemorragias internas ou externas.

Classificação das hemorragias – quanto ao grau

• Leves

• Moderadas

• Intensas

• Muito intensas

Classificação das hemorragias – quanto à origem• Capilares

• Venosas

• Arteriais

Page 44: Medicina Desportiva

Feridas

Tipos de lesões existentes

É uma rotura provocada na pele, podendo ser do tipo superficial ouprofundo, de origem mecânica ou térmica

Feridas Superficiais (escoriações)

• A epiderme está sempre lesionada mas a dermenem sempre

Feridas Profundas• Ter atenção que apesar da lesão da epiderme estarreduzida poderá haver complicações no que se refere àsestruturas anatómicas subjacentes, nomeadamentevasos sanguíneos e nervos.

Feridas fechadas – Equimoses e flictenas

Feridas abertas – Incisivas ou “rasgo”

Page 45: Medicina Desportiva

CONTUSÃO MUSCULAR

Causas• Quedas

• Traumatismos

• Impactos com bola

• Colisões com outros atletas

• Impactos contra objectos duros

Com lesões tecidulares Sem lesões tecidulares

Page 46: Medicina Desportiva

CONTUSÃO MUSCULARSem lesão tecidular

• Manifestações

‐ Dor de duração breve

‐ Zona avermelhada (pode ser transitória)

‐ Edema

Com lesão tecidular

• Manifestações

‐ Dor

‐ Hematoma (surge após algumas horas ou dias depois do traumatismo)

‐ Feridas

Page 47: Medicina Desportiva

CONTUSÃO MUSCULAR

O QUE FAZER?

• Aplicação de frio

• Pode ser compressas húmidas e frias

• Aplicar pomadas anti‐inflamatórias (indicação médica)

Após +/‐ 48 horas

Utilizar medidas de calor que irão ajudar na absorção do hematoma e facilitam a absorção das substâncias anti‐inflamatórias

Massagens não são aconselhadas, poderão provocar a calcificação do hematoma muscular

Page 48: Medicina Desportiva

LESÕES MUSCULARES

LESÕES MUSCULARES POR ESTIRAMENTO

Distensões Musculares

Alongamento excessivo do tecido muscular, no sentido das fibras (linha de tracção)

Roturas Musculares

É o alongamento exageradodo músculo, acompanhado darotura da túnica envolventesem compromisso das fibrasmusculares (célulasmusculares).

O grau de rotura é dado pelonúmero de fibras afectadas.Observa‐se uma depressão e um“alto” acima ou abaixo da lesão(caso exista rotura da fásciaconjuntiva), acompanhado deuma cor azulada. A hemorragiapode ser intramuscular ouintermuscular se o perímisio fortambém lesado (sofrer rotura).

Page 49: Medicina Desportiva

DISTENSÕES MUSCULARES

O que fazer?

• Dor pouco intensa:

‐Massagens com gelo

‐ Alguns exercícios de alongamentos (fisioterapia)

• Dor intensa intensa e incapacidade funcional elevada:

‐ Aplicar frio

‐ Ligadura compressiva

‐ Imobilização do membro

Page 50: Medicina Desportiva

ROTURAS MUSCULARES

Manifestações• Dor repentina, parecida com uma facada

• Surge uma depressão na zona afectada, ou um nódulo acima ou abaixo da lesão

• Passado algumas horas surge coloração azulada, na parte inferior da lesão

• Pode surgir hemorragia (dentro do músculo afectado ou intermuscular)

O que fazer?

• O diagnóstico é efectuado não só pelo quadro clínico e pela observação mas recorre‐se também a exames complementares de diagnóstico

• Em função da gravidade da lesão, o seu tratamento poderá ser conservador ou cirúrgico

• Aplicação imediata de frio

• Aplicar ligadura compressiva

• Após se ter diagnosticado se o rotura é total ou parcial, irá recorrer‐se a medidas que estimulem a irrigação

• Recuperação total após 3 a 6 semanas, dependendo das situações 

Page 51: Medicina Desportiva

CONTRATURAS MUSCULARES

Manifestações• Dor no local

•Impotência funcional parcial

• Endurecimento muscular delimitado no local

O que fazer?

• Interromper a actividade

• Gelo no local

• Calor húmido após + ou – 1 dia

Page 52: Medicina Desportiva

Caimbras (Cãibras) Musculares

É uma contracção muscular involuntária ( espasmo muscular) queocorre pela contracção exagerada do músculo tendo variadascausas

Causas:

Esgotamento de reservas energéticas - Esforços intensos/cansaço físico

Deficientes aquecimentos/Treino insuficiente

Desidratação

Tipos de lesões existentes

Falências nas reservas de K+, Na, Mg ou Cálcio

Page 53: Medicina Desportiva

Manifestações:

Dor intensa e incapacitante

Impotência Funcional imediata

Tipos de lesões existentes

Caimbras Musculares

Contracção muscular espasmódica

Page 54: Medicina Desportiva

LESÕES DE TENDÕESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Tendões• Os tendões têm como missão procurar um correcto funcionamento damusculatura

• Caracterizam‐se por uma elevada capacidade de tracção, sendo tambémtreinados, ou seja, desenvolvidos com o exercício

• As alterações ao seu funcionamentopodem ser devido a:

‐ Idade – vai ocorrendo umadegeneração dos tecidos

‐ Lesões não tratadas ouincorrectamente tratadas

‐ Processos inflamatórios decarácter crónico

‐ Doenças infecciosas

‐ Hipotermia continuada

Page 55: Medicina Desportiva

LESÕES DE TENDÕESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Tendões• As alterações ao seu funcionamentopodem ser devido a:

- Esforço constante e excessivo, nãohavendo espaço para a adaptação do tecidoe sua regeneração

- Esforço máximo aplicado aosmúsculos

- Utilização de anabolizantes, emque o tendão não acompanha odesenvolvimento muscular

- Paragem brusca do movimento

- Alongamento excessivo do tendão

- Desidratação e má nutrição

Page 56: Medicina Desportiva

LESÕES DE TENDÕESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Distensão do tendão• Ocorre uma lesão por alongamento do mesmo, mas sem roturasubstancial do tecido tendinoso

• Manifestações: Dor aguda e breve

• Intervenção:

- Aplicação de frio

- Imobilização

Page 57: Medicina Desportiva

LESÕES DE TENDÕESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Rotura do tendão• A acção do músculo correspondente fica interrompida, surge umadepressão no ponto onde ocorreu a lesão e um “aumento” atípicodo músculo.

• Manifestações: Dor forte e repentina

• Intervenção:

- Aplicação de frio

- Ligadura de compressão

- Elevação e Imobilização

- Serviços médicos

Page 58: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho• O Joelho constitui a articulação mais complexa do corpo humano,estando permanentemente exposta solicitações intensas de tendõese esforços

• Como consequência, a prática de actividade desportiva torna-se,por norma, um factor da maior importância na criação de condiçõespara a ocorrência de lesões das estruturas anatómico-funcionais dojoelho

Page 59: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho• Em conjunto, todas estas estruturas permitem ao joelho realizaros movimentos de:

- Flexão

- Extensão

- Rotação (em reduzida amplitude, sobre o eixo vertical)• Existem 4 grandes ligamentos no joelho que lhe garantem aestabilidade:

- LCA

- LCP

- LLI

- LLE

Evitam o deslizamento antero-posterior da tíbia em relação ao fémur

Estabilizam lateralmente a articulação

Page 60: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho• As lesões do LCA resultam de situações de:

- Traumatismo directo – deslocação do fémur posteriormenteem relação à tíbia

- Traumatismo indirecto – associado a movimentos decorrida, salto, rotação, travagem súbita, mudança brusca dedirecção, sem contacto físico

Page 61: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho• Manifestações:

- Dor (de intensidade variável)- Edema intenso- Incapacidade funcional

- O paciente pode ouvir um “pop”

quando a lesão ocorrer

Page 62: Medicina Desportiva

• Após a rotura, o tecido ligamentar não se reabilita, cicatriza ouvolta ao seu estado normal.

• Significa que as superfícies ósseas serão sempre instáveis.

• Poderá assim originar lesões em meniscos, cartilagens e mesmoartroses.

Rotura de ligamentos

• Ocorre normalmente por torção/rotação da articulação.

Page 63: Medicina Desportiva

Rotura de ligamentos

Page 64: Medicina Desportiva

Rotura de ligamentos

Page 65: Medicina Desportiva

Rotura de ligamentos

LCA LCA roturado

Page 66: Medicina Desportiva

• Tratamento: reconstrução do ligamento.

• Usualmente faz-se por implantes de tendões por astroscopia.

• Exemplo: enxertos dos isquio-tibiais para reconstruir osligamentos cruzados.

Rotura de ligamentos

Page 67: Medicina Desportiva

Ligamento Cruzado Anterior

Page 68: Medicina Desportiva

Ligamento Cruzado Anterior

Técnica “rigidfix”

Page 69: Medicina Desportiva

Ligamento Cruzado Anterior

Page 70: Medicina Desportiva

Ligamento Cruzado Posterior

TratamentoTécnica cirúrgica

Page 71: Medicina Desportiva

Ligamento Cruzado Posterior

TratamentoTécnica cirúrgica

Page 72: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho

Page 73: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho

LCA LCP

Rotura LCA Rotura LCP

Page 74: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho

• Intervenção: ARTROSCOPIA- Artroscópio - instrumento que

permite ao médico olhar directamente paradentro da articulação do joelho e fazer odiagnóstico correctamente, uma vez que tematravés deste, acesso ao interior de toda aarticulação

- O artroscópio é fundamental, pois éatravés dele que se faz não só a introduçãode toda a luz necessária à iluminação, mastambém é através do seu sistema de lentes,que conseguimos fazer a recolha das imagensdo interior articular. Melhor acesso, melhorvisualização e menor trauma dos tecidosmoles.

Page 75: Medicina Desportiva

LESÕES LIGAMENTARESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

Lesões ligamentares do joelho

• Intervenção: ARTROSCOPIA- Enxerto de tendões do próprio paciente (tendão patelar,

pata de ganso ou flexores do joelho)- Também existe a sutura mas com piores resultados- Imobilização de 6 a 8 semanas- Após a retirada da imobilização realizar movimento

progressivo e lentamente- Prática desportiva 6 a 9 meses após a cirurgia

Page 76: Medicina Desportiva

FRACTURASIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

O QUE É?• Perda de continuidade estrutural do osso, seja de formaespontânea, por debilidade anormal do osso ou provocada por umincidente traumático ou stress repetido.

As fracturas podem incapacitartotalmente uma pessoa e até em algunscasos, causar a morte.

Depende da imobilização que é efectuadae de outras medidas assistenciais.

Page 77: Medicina Desportiva

FRACTURASIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

CLASSIFICAÇÃO

• Fechadas – ocorre a fractura, masa pele mantém-se intacta

• Abertas – o osso fractura entra emcontacto com o exterior. Háperfuração da pele e produz umaferida aberta. O osso pode ficar ounão em contacto com o exterior. Hárisco de infecção e de hemorragia.

Page 78: Medicina Desportiva

FRACTURASIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

FRACTURAS ABERTAS

Grau I

- De dentro para fora

- Os fragmentos ósseos ao angularem-se provocamedema e perfuração da pele, de dentro para fora

- A ferida é geralmente pequena (< 1 cm) e estárelativamente limpa

Grau I I

- De fora para dentro

- O mesmo agente provoca a lesão óssea, lesa a pele eoutros tecidos moles

- A ferida é maior (>= 1 cm) e (< 3 cm) podendo estarmais suja

Page 79: Medicina Desportiva

FRACTURASIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

FRACTURAS ABERTAS

Grau III

- Ocorre uma lesão das partes moles, com destruição demúsculos, vasos sanguíneos, nervos e outras órgãos

- Ferida com diâmetro superior a 3 cm

FRACTURAS – CAUSAS POSSÍVEIS

- Quedas- Traumatismos / impactos fortes- Contracções musculares violentas- Movimentos de torção- Sobre-uso- ...

Page 80: Medicina Desportiva

FRACTURASIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

MANIFESTAÇÕES

• Dor intensa

– Localiza-se no foco de fractura

- Aumenta com a movimentação

- Diminui com a imobilização da fractura• Deformação

- Pode ocorrer encurtamento do membro• Impotência Funcional

- A mobilidade quando presente, é muitodolorosa e limitada• Crepitação Óssea

- Pode ser ouvida e sentida

- Não deve ser pesquisada pois é muitodoloroso

Page 81: Medicina Desportiva

FRACTURASIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

MANIFESTAÇÕES

• Edema / hematomas

– Resultam da reacção de defesa do organismo aotrauma

- O hematoma é tanto maior quanto maior for odiâmetro do osso• Exposição dos topos ósseos

– São indicação de que o traumatismo responsável pelafractura foi muito violento

O QUE FAZER?

• Aula Prática

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LUXAÇÕESIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

O QUE É?• Deslocamento completo da posição normaldos ossos que constituem uma articulação,perdendo-se por completo o contacto entre assuperfícies articulares

• Sub-luxação – quando o deslocamento aindadeixa as superfícies articulares em contactoparcial

• A luxação resulta geralmente detraumatismo e é acompanhada de rotura deligamentos e da cápsula, podendo ou nãoocorrer fractura de um ou mais ossos.

Page 83: Medicina Desportiva

FRACTURASIntervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

MANIFESTAÇÕES

• Dor muito aguda

• Deformação

• Impotência funcional

• Podem surgir complicações que levam àparalisia:

- Luxação de uma vértebra

- Luxação da articulação do ombro ou daanca podem lesar os nervos mais importantes

Page 84: Medicina Desportiva

Intervenção nas Lesões Músculo-esqueléticas

COMPLICAÇÕES DAS FRACTURAS E LUXAÇÕES• Lesões Vasculares

- As grandes artérias das extremidades ficamjunto aos ossos, próximo das articulações

- Algumas fracturas podem provocarhemorragias graves

- Uma das consequências, pode ser a perda deum membro por interrupção da irrigação sanguínea

• Lesões dos Nervos (neurológica)

- Os locais mais frequentes são a clavícula,úmero, cotovelo, fémur, joelho e coluna vertebral.

- Os sintomas são: dor, sensação anormal(dormência, anestesia completa) e paralisia

• Infecção

- Nos casos das fracturas abertas, é umacomplicação frequente

• Lesão Visceral

Page 85: Medicina Desportiva

Imagens impressionáveis…

LUXAÇÃO TRAUMÁTICA

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Imagens impressionáveis…

FRACTURAS

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Imagens impressionáveis…

FRACTURAS

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Imagens impressionáveis…

LUXAÇÃO DA RÓTULA

Page 89: Medicina Desportiva

Imagens impressionáveis…

ROTURA DE MUSCULOS E TENDÕES

Page 90: Medicina Desportiva

EntorsesRotura ou distensão dos ligamentos que mantêm unidas as superfíciesarticulares – (após uma torção brusca)

Os tecidos moles da articulação (cápsula articular e/ou ligamentos)

Afecta:

Manifestações:

Dor intensa e Edema no local;

Inflamação da zona afectada;

Impotência Funcional (na rotura), funcionalidade limitada (noestiramento).

Tipos de lesões existentes

Lesões Articulares

Numa de grau 2 existe hematoma e inflamação

Page 91: Medicina Desportiva

Grau das entorses:

Grau III – rotura total do liga

mento

Tipos de lesões existentes

Grau II – rotura parcial do ligamento

Grau I – estiramento do ligamento

Entorses

Page 92: Medicina Desportiva

DISCO INTERVERTEBRAL é uma estrutura de forma ovaladaconstituído de 2 partes: a parte central chamada núcleo pulposo ea parte externa chamada de anel fibroso formado por fibras quetem grande resistência às cargas de torsão, inclinação e

compressão.O disco age como um amortecedor entre as vértebras distribuindoas cargas estando constantemente sobre pressão.

Hérnia Discal

No decorrer da nossa vida, os discos,principalmente os da coluna cervical e lombardesgastam-se podendo romperem-se. Quando serompem surge a hérnia do disco. Estaproximidade pode produzir a compressão denervos, levando ao aparecimento de dor nascostas.

Page 93: Medicina Desportiva

Hérnia Discal

Se houver movimentos bruscos e não estivermospreparados para executá-los (por exemplo tentardefender uma bola difícil num jogo de ténis, pegarnum peso de maneira errada) estas estruturas sãosolicitadas anormalmente podendo causar desdepequenos traumas no disco ou até umaruptura do seu anel fibroso.

Esta protusão comprime o nervo que estápróximo. Na coluna lombar isto aconteceprincipalmente com os discos entre as duasúltimas vértebras lombares, e neste caso o nervocomprimido é o nervo ciático que está próximo.Esta compressão produz a dor ciática.

Tratamento:a maioria dos indivíduos com hérnia discal lombarrecupera-se sem necessidade de cirurgia

Page 94: Medicina Desportiva

• O tecido muscular ou outros órgãos emergem assim peloorifício causando dor e desconforto.

• Na hérnia inguinal, serão as vísceras que se irão alojar noorifício causando posteriormente lesões graves.

Hérnia

Tumefacção muscular (rotura) mas no invólucro conjuntivo queenvolve o músculo (aponevrose). Poderá ser originado por umacontusão violenta ou por microtraumatismos numa região débil.

Page 95: Medicina Desportiva

Basicamente, existem tantas possibilidades de hérnias quantoexistem cavidades fechadas no corpo humano. Abaixo citamosos nomes dos tipos principais, por ordem de ocorrência:

•Hérnia inguinal (virilha)

•Hérnia umbilical (umbigo)

•Hérnia epigástrica (zona estomacal)

•Hérnia crural (coxa)

Hérnia

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Hérnia Inguinal - Virilha

Sinais e Sintomas:Aumento de volume da pele bem localizado

e amolecido. Poderá sentir dor quando ergueobjectos pesados, tosse, esforço ao urinar ouevacuar, ou ainda quando ficar muito tempo em pé.A dor pode ser aguda ou ser contínua, piorando aofinal do dia.

Tratamento:Quase a totalidade das hérnias requerem

tratamento cirúrgico.

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Meniscos são estruturas fibrocartilaginosas responsáveis pelaabsorção, distribuição das carga, lubrificação, nutrição eestabilização da articulação.

• Sintomas: dor localizada no local,na maior parte dos casos interna.

• Sinais: estalido, edema, dificuldadeem apoiar o pé. Por vezes hematoma.

Lesões do menisco/bordaletes

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Clivagem horizontal

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Asa de cesto

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Asa de cesto

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Meniscectomia Artroscópica

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Page 104: Medicina Desportiva

Lesões do menisco

• Possuem poucos vasos sanguíneos o quevem dificultar a sua capacidade deregeneração.

• Tem a capacidade de se adaptar àcompressão, deformando-se e retornando àsua forma original.

• Tratamento:

- Gelo durante 2 a 3 dias

- Analgésicos e anti-inflamatórios

- Fisioterapia ou Cirurgia conforme os casos

Page 105: Medicina Desportiva

INCLUI 3 DISFUNÇÕES

1. Isquémia – 85%

2. Hemorragia – 15%

3. Anomalia cerebrovascular congénita

- Causa de 200 000 mortes/ano nos Estados Unidos da América.

DOENÇA CEREBROVASCULAR

Page 106: Medicina Desportiva

DOENÇA CEREBROVASCULAR

• A Isquémia leva ao enfarte - morte das células cerebrais

• Os coágulos sanguíneos provocam isquémia e enfarte de duas formas:

ISQUEMIA CEREBRAL é provocada pelo bloqueio de um vaso sanguíneo ou de uma artéria, o que impede a corrente sanguínea de atingir partes do cérebro.

Page 107: Medicina Desportiva

DOENÇA CEREBROVASCULAR

1. Embolia - coágulo que se forma numa parte qualquer do corpo, que se desprende ou quebra, e se desloca, percorrendo os vasos sanguíneos até ficar preso num ponto mais estreito de uma artéria cerebral. Um AVC provocado por uma embolia tem o nome de AVC embólico.

2. Trombose - formação de um coágulo de sangue (também conhecido como trombo) dentro de um vaso sanguíneo no cérebro, geralmente sobre uma placa de gordura (acumulação de colesterol nas paredes das artérias, conhecido como processo de arteriosclerose). Isto leva à obstrução total ou parcial do vaso. Os locais mais frequentes para estas ocorrências são as artérias carótidas e cerebrais. Um AVC provocado por uma trombose tem o nome de AVC trombótico.

ISQUEMIA CEREBRAL

Page 108: Medicina Desportiva

ISQUEMIA CEREBRAL

DOENÇA CEREBROVASCULAR

Défice no aporte nutritivo ao sistema nervoso

TRANSITÓRIO PERMANENTE

Placa de Ateroma

Sinais neurológicos reversíveis

Duração normal: 5 a 15 minutos

Duração máxima: < 24 h

Acidente Isquémico Temporário

Trombo ou êmbolo oclusivos

Enfarte e necrose dos tecidos

Sinas neurológicos irreversíveis

Duração > 24 h

Acidente Vascular Cerebral

Page 109: Medicina Desportiva

Isquemia Cerebral

DOENÇA CEREBROVASCULAR

Page 110: Medicina Desportiva

Hemorragia Cerebral é provocado pela ruptura de um vaso sanguíneo, que leva ao derrame de sangue para dentro do cérebro ou para a área que o rodeia.

DOENÇA CEREBROVASCULAR

A hemorragia pode ocorrer de várias formas, sendo as principais:

- Aneurisma - um ponto fraco ou fino na parede de uma artéria. Com o tempo estes pontos aumentam com a elevada pressão arterial, acabando por rebentar.

- A ruptura de uma parede arterial - As paredes arteriais encrostadas de placas (provocadas pela arteriosclerose) perdem a sua elasticidade, ficam rígidas, finas e sujeitas a quebrarem.

Page 111: Medicina Desportiva

Hemorragia Cerebral

DOENÇA CEREBROVASCULAR

Sinais e Sintomas neurológicos difundidos:

• Efeito massivo sobre as estruturas adjacentes

• Edema

• Aumento da pressão intracraniana

• Sinais neurológicos focais/generalizados

Page 112: Medicina Desportiva

DOENÇA CEREBROVASCULAR

Manifestação Atípica:

• Por vezes “silenciosa” para o próprio

• Sem cefaleias

• Sem auto-detecção

• Prognóstico dependente do rápido diagnóstico!

Hemorragia Cerebral

Page 113: Medicina Desportiva

Hemorragia Cerebral

DOENÇA CEREBROVASCULAR

Manifestação Típica:

• Défice motor – marcha

• Cefaleias súbitas e intensas

• Agitação e ansiedade

• Disartria (articulação linguística)

• Coma

• Paralisia Facial

• Incontinência dos esfíncteres

• Capacidades proprioceptivas (Cinestésicas) diminuídas

• Palidez e sudorese acentuadas

Page 114: Medicina Desportiva

ANGINA ESTÁVEL/CLÁSSICA - o suprimento de sangue para umaparte do coração é insuficiente em relação ás suas necessidades.Nesta situação o coração não recebe a quantidade de oxigénio enutrientes necessários para funcionar, o que se traduz emisquemia.

DOENÇA CARDÍACA ISQUÉMICA

Sinais e Sintomas:

• Desconforto retro-estrenal e que pode prolongar-se até ao braço

• Aliviada com retorno á calma (5 a 10 minutos)

• Aliviada com administração de nitroglicerina (vasodilatador) sublingual (posologia/administração de 0,5 mg até 3 vezes de 5 em 5 minutos para alívio da dor).

Page 115: Medicina Desportiva

ANGINA INSTÁVEL / ATÍPICA

DOENÇA CARDÍACA ISQUÉMICA

• Desconforto isquémico com uma de 2 características:

1. Incidente em repouso ou esforço mínimo

3. Expressão em crescendo

Page 116: Medicina Desportiva

ENFARTE DO MIOCÁRDIO – provocado por umadiminuição mais prolongada do suprimento desangue para o músculo cardíaco.

Enquanto que na angina este suprimento éreduzido temporariamente, no enfarte ocorreuma interrupção total e abrupta do fluxo desangue para o músculo cardíaco. Nestasituação, a dor é mais intensa e dura maistempo.

Como regra geral, a angina não causa danospermanentes ao músculo cardíaco, o enfartesim.

DOENÇA CARDÍACA ISQUÉMICA

Page 117: Medicina Desportiva

ENFARTE DO MIOCÁRDIO

DOENÇA CARDÍACA ISQUÉMICA

Outros Sinais e Sintomas associados:

• Necrose miocítica, com sintomatologia isquémica que persiste por mais de 30 minutos.

• Dor típica ou atípica

• Distúrbios gastrointestinais

• Dispneia

• Sudorese

• Ansiedade

• Hipotensão

• Pulso rápido, fraco e irregular.

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...e quando Phidippides chegou a Agora gritou: Nenikikamen ! “ Vencemos” , e caiu exausto e morreu!

Grécia, 12 Setembro 490 AC

Morte Súbita

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Page 120: Medicina Desportiva

Morte Súbita em Atletas

Incidência:

Atletas 2.1:100.000 / ano

Morte súbita nos atletas ocorre 2.5 X mais frequentemente durante ou imediatamente após o exercicio.

Relação Homem / Mulher = 10 / 1Corrado et al, JACC 2003

Page 121: Medicina Desportiva

Causas de Morte Súbita em Atletas

< 35 anos

> 35 anos

Page 122: Medicina Desportiva

Causas de morte súbita em atletas

MCH (36%)

Origem anómala das art. coron.

Aumento da massa VE (10%)

MC

H

-DAV

D

3% 3% 2%2%

Maron - Circulation 1996N=158; mean age - 17 Y; USA 1985 - 1995

(19%)

Page 123: Medicina Desportiva

- Hereditáriaautossómica dominante

- Prevalência – 1:500 - Causa mais importante de MS em jovens e atletas

durante ou imediatamente após exercício

MiocardiopatiaHipertrófica

• Aumento anormal da voltagem do QRS• Ondas Q profundas• Alterações acentuadas da repolarizacão vent. • Desvio esquerdo do eixo eléctrico • Hipertrofia auricular esquerda

ECG

- 90 a 95% dos casos de MCH tem ECG anormal

SI

V

Page 124: Medicina Desportiva

Displasia arritmogénica do VD

Diagnóstico:• Clínica - Hx familiar

- Palpitações / síncope• ECG - Alterações da Repolarização Ventricular

- SPV / TV com morfologia de BRE • Morfológico - dilatação / disfunção VD

- Aneurismas / dilatação segmentar(Eco - RMN - Angio)

• Histologia - Biópsia / Ex. necrópsico

Page 125: Medicina Desportiva

Origem anómala da artéria coronária esquerda

Origem normal da artéria coronária esquerda

Ao

CSVD

Page 126: Medicina Desportiva

• Síncope • Disritmias ventriculares• QT

Sind. QT longo

Page 127: Medicina Desportiva

Concussão Cardíaca. Traumatismo torácico ocorrendo durante o período vulnerável do ciclo cardíaco desencadeando arritmia maligna.

Page 128: Medicina Desportiva

Avaliação Cardiológica de Desportista

- Que protocolo?

2 - Hx pessoal e familiar + exame físico+ ECG

1 – Hx pessoal e familiar + exame físico

3 - Hx pessoal e familiar + exame físico+ ECG + ECOC ?

Page 129: Medicina Desportiva

AHA, 1996

Page 130: Medicina Desportiva

ESC, 2005

Page 131: Medicina Desportiva
Page 132: Medicina Desportiva

Consensus Statement of the Study Group of Sport Cardiology of the Working Group of CardiacRehabilitation and Exercise Physiology and the Working Group of Myocardial and PericardialDiseases of the European Society of Cardiology

Cardiovascular pre-participation screening of young competitiveathletes for prevention of sudden death: proposal for a commonEuropean protocol

- European Heart Journal (2005) 26, 516–524ESC Report

Lausanne Recommendations - ". . preparticipation cardiovascular screening in sport, including four elements: the

personal history of the athlete, his/her family history, a physical examination and an electrocardiogram”

Page 133: Medicina Desportiva

Desfibrilhação Precoce

Page 134: Medicina Desportiva

DIABETES

• Diabetes é um distúrbio hídrico decorrente da hiperglicémia

• Glicémia em jejum > 126mg/dL = Hiperglicémia

• Inclui 2 grupos:

1. Tipo I – Insulino-dependente (auto-imune)

2. Tipo II – Não insulino-dependente

Page 135: Medicina Desportiva

DIABETES

DIABETES TIPO II – Diagnóstico

Na diabetes tipo II, o que acontece é que as célulasnão respondem ou respondem mal à insulina, diz-se que têm resistência à insulina. Geralmenteexiste uma predisposição genética para essaresistência (por isso é que é mais prováveldesenvolver diabetes se se tiver um ou maisdiabéticos na família). A obesidade é outro factorque facilita o desenvolvimento de resistência àinsulina. Existem em maior número.

Page 136: Medicina Desportiva

DIABETES

DIABETES TIPO I – Diagnóstico

Na diabetes tipo I, o que acontece é uma falta de insulina, deforma que o funcionamento normal da insulina nãoacontece. A causa para a falta de insulina é uma lesão nascélulas do pâncreas que a produzem: as células b dosilhéus de Langerhans. Geralmente essa lesão dá-seporque o sistema imunitário do indivíduo reage contraessas células, destruindo-as.

Condições a considerar:

- Hiperglicémia – Hipoinsulinémia

- Hipoglicémia – Hiperinsulinémia (<50mg/dL)

Page 137: Medicina Desportiva

DIABETES

MONITORIZAÇÃO PARA O EXERCÍCIO

- Monitorização antes, durante (30 em 30 minutos) e 15 min pós-sessão

- Contra-indicação para glicémias > 250mg/dL

- Ingestão de Hidratos de Carbono (glicémia < 100mg/dL)

Page 138: Medicina Desportiva

DIABETES

HIPOGLICÉMIA - Sinais e Sintomas:

- Sensação de fraqueza/fome – tremores

- Palidez acentuada

- Sudorese abundante e fria

- Pulso rápido e cheio (hipertensão)

- Ventilação superficial e deprimida

- Convulsões – Coma

Page 139: Medicina Desportiva

DIABETES

HIPERGLICÉMIA - Sinais e Sintomas:

- Fadiga crescente

- Desidratação

- Ventilação rápida, profunda e irregular

- Pulso rápido e cheio

- Hálito adocicado (cetónico)

- Rubor facial e aspecto congestionado

- Inconsciência - coma

Page 140: Medicina Desportiva

IMAGIOLOGIA

• Existem diferentes modalidades de imagiologia: Raios X, TAC,RMN e Ultra-sons.

• Na actualidade a Ecografia é também um método bastanteimportante, nomeadamente nas ecografias para diagnóstico nasmassas musculares, uma vez que é simples, não invasivo etambém porque se consegue detectar e localizar a grande maioriadas lesões musculares. Muito utilizado no diagnóstico clínico deroturas musculares.

Page 141: Medicina Desportiva

IMAGIOLOGIA

• Simples e eficaz em fracturas, no entanto, é necessário que ofeixe de raios X seja tangencial a uma anomalia para que sejavisível. Em fracturas perto de articulações ou na coluna vertebral,onde a anatomia óssea é complexa, a observação pode ser muitodifícil.

• Tempo de espera: Baixo

• Preço: Baixo

• Utilização em: fracturas vulgares e cominutivas

RADIOGRAFIA CONVENCIONAL – RAIOS X

Page 142: Medicina Desportiva

IMAGIOLOGIA

• Raios X com radiação mais elevada do que a radiografiaconvencional. Resolução de contraste maior que na radiografiamas a resolução espacial é inferior. É menos relevante emmedicina desportiva.

• Tempo de espera: Moderado

• Preço: Médio

• Utilização em: fracturas cominutivas e debruns.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TAC)

Page 143: Medicina Desportiva

IMAGIOLOGIA

• Ondas sonoras que criam imagens de alta resolução de estruturassuperficiais, nomeadamente tendões e músculos

• Tempo de espera: Baixo-Moderado

• Preço: Baixo

• Utilização em: lesões em tendões (tendinites), bursites,acumulações de líquido nas articulações

ULTRA-SOM

Page 144: Medicina Desportiva

IMAGIOLOGIA

• Criação de imagem através de ondas rádio, magnetismo. Imagensdigitalizadas. Capacidade de ter imagens multiplano, ausência deradiação, contraste superior dos tecidos moles e resoluçãoespacial alargada.

• Tempo de espera: Elevado

• Preço: Muito Elevado

• Utilização em: lesões articulares, lesões nos tecidos molesnomeadamente bursites e roturas de tendões.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Page 145: Medicina Desportiva

Pé de atletaCausa/sintomas:o pé de atleta também é uma infecção fúngica,normalmente concentra-se por debaixo ou entre osdedos. causando borbulhas nas camadas da pele,que podem causar comichão e ser inconfortáveis,tratando-se com pomadas que a pele absorve.

O que é?Pé de atleta é a designação “ comum “ de umconjunto clinicamente diversificado de infecçõesfúngicas que, frequentemente, afectam os pés dosdesportistas. Em termos médicos é a tinea pedis.

Page 146: Medicina Desportiva

Pé de atleta

Como se aquire? O equilíbrio ecológico da áreacutânea correspondente aos pés é, em grandenumero de situações, bastante precário. Asparticularidades morfológicas dos pés, i.e., aexistência de múltiplas pregas interdigitais, acrescidasdas características oclusivas da maioria do calçadodesportivo, geram in situ um microclima especifico,conducente a uma grande vulnerabilidade às infecçõese aos agentes físicos e químicos. Os pés são áreascutâneas constantemente submetidas à acção do calore humidade. Estes dois factores para além deconstituírem o substractum básico para a colonizaçãoe desenvolvimento dos fungos, promovem localmentea maceração e fissuração da pele, o que facilita aacção dos enzimas proteolíticos dos dermatófilos, econsequentemente a sua penetração na camadacórnea. A partir daí, estão reunidas as condiçõesnecessárias para a instalação da infecção fúngica.

Page 147: Medicina Desportiva

Bibliografia•Adickes, M. & Stuart, M. (2004). Youth Football injuries, Sports Medicine, 34 (3), 201-207.•Comité do PHTLS da National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) em ccoperação como Comité de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões (2004). Atendimento Pré-Hospitalar ao traumatizado – Básico e Avançado. Traduzido do original. Elsevier Editora Lta., Rio de Janeiro.•Flegel, M.J. (1997). Sport first aid. (updated ed.) Human Kinetics Publishers, Inc. USA.•Freiwald, J. (1994). Prevención y rehabilitación en ele deporte. Hispano Europea, Barcelona.•Genety, J.; Brunet-Guedj, E. (1995). Traumatologia del deporte. 3ª Ed., Hispano Europea, Barcelona.•Hinrichs, H-U. (1999). Lesiones deportivas. Hispano Europea, Barcelona.•Horta, L. (2000). Prevenção de lesões no desporto. 2ª Ed., Caminho, Lisboa.•Junge, A. & Dvorak, J. (2004). Soccer Injuies. A review on incidente and prevantion, Sports Medicine, 34 (13), 929-928.•Kulund, D. (1988). The injured athlete. 2th Ed., J.B. Lippincott, Philadelphia.•Lacombe, G. (1996). Os primeiros socorros – Uma resposta vital em situação de emergência. Colecção Medicina e Saúde, Instituto Piaget, Lisboa.•Magnusson, P. et al. (2006). Compêndio de Medicina Desportiva.Ciência e Aspectos Clínicos da Lesão Desportiva e da Actividade Física. Edições Instituto Piaget.•Massada, J.L. (1989). Lesões musculares no desporto. Caminho, Lisboa.•Nunes, L. (1998). Lesões mais comuns no desporto. Dinalivro, Lisboa.•Pereira, F. D. (2001). Manual do Nadador Salvador. FMH/Instituto de Socorros a Náufragos, Lisboa.•Pinheiro, J. P. (1998). Medicina de reabilitação em traumatologia do desporto. Caminho, Lisboa.•Cruz Vermelha Portuguesa – Escola de Socorrismo (2006). Manual de Socorrismo. Editorial do Ministério da Educação, Lisboa.•Woo, S. L-Y. & Buckwalter, J. A. (1991). Injury and repair of the musculoskeletal soft tissues. American Academy of Orthopaedic Surgeons, Illinois.