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MEDICINA ESPECIALIZADA ALTO DESEMPENHO EM ANO I EDIÇÃO 01 A REVISTA MÉDICA DO HOSPITAL SAMARITANO ARTIGO SOBRE O PROTOCOLO ASSISTENCIAL MULTIDISCIPLINAR PARA AVALIAÇÃO DOS CASOS DE AVC ISQUÊMICO SAÚDE: PRESENTE E FUTURO COMO O HOSPITAL SAMARITANO VEM SE PREPARANDO FRENTE AO CENÁRIO ATUAL E OS PRINCIPAIS DESAFIOS NA ÁREA DE SAÚDE CIÊNCIA EM PAUTA ENTREVISTA: ESPECIALISTA DE NEFROPEDIATRIA FALA SOBRE MARCA HISTÓRICA

Medicina Especializada

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Medicina Especializada, a nova Revista Médica do Hospital Samaritano.

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Page 1: Medicina Especializada

medicinaespecializada

Alto desempenho em

ano I edIção 01A revistA médicA do hospitAl sAmAritAno

artIgo sobre oProtocolo AssistenciAl

MultidisciPlinAr PArA AvAliAção dos cAsos

de Avc isquêMico

Saúde: preSente

e futuro Como o HospItal samarItano vem se

preparando frente ao CenárIo atual e os prInCIpaIs desafIos na área de saúde

c i ê n c i Ae M P A u tA

entrevistA: EspEcialista dE NEfropEdiatria fala sobrE marca histórica

Page 2: Medicina Especializada
Page 3: Medicina Especializada

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MEDICINA ESPECIALIZADA é uma publicação jornalística trimestral do Hospital Samaritano de São Paulo, com distribuição gratuita e circulação interna. O conteúdo da publicação é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião do Hospital Samaritano. Rua Conselheiro Brotero, 1.486 | 01232-010 | Higienópolis | São Paulo | SP | Brasil www.samaritano.org.br | [email protected] | 11 3821.5300 | fax. 11 3824.0070 Gestão executiva superintendente corporativo Luiz De Luca superintendente Médico Dario Fortes Ferreira superintendente coMercial, MarketinG e desenvolviMento de neGócios Paulo Ricardo Campos Ishibashi superintendente de responsabilidade social Luiz Maria Ramos Filho superintendente de recursos HuManos Carmen Maria Natali Nigro Doro • conselHo editorial Marcus Vinicius Bittencourt, Dario Fortes Ferreira, Luiz Maria Ramos Filho, Paulo Ricardo Campos Ishibashi, Fernando de Andrade Leal, Mara Martin Dreger, Mariana Vendemiatti, Patricia Torres • equipe de MarketinG Fernanda Crema Henrique, Rafael Avad Ernandi, Giuliana Aparecida Nascimento Benzi

Jornalista responsável Roberto Souza (MTB: 11.408) editor-cHefe Fábio Berklian editor Rodrigo Moraes subeditora Samantha Cerquetani reportaGeM Renato Santana de Jesus e Vinicius Morais revisão Paulo Furstenau proJeto Gráfico Luiz Fernando Almeida diaGraMação Leonardo Fial, Luiz Fernando Almeida e Willian Fernandes. Rua Cayowaá, 228, Perdizes, São Paulo - SP | www.rspress.com.br

Encontros,não esbarrões

04 16

06

12 CIÊNCIAEM PAUTA

16 NOTAS

04 Q & A

06 REPORTAGEM

3

A revista é um meio de comunicação que exi-

ge exclusividade, atenção e foco. É sinônimo

de engajamento. Sua leitura está relacionada

a um momento de pausa, item cada vez mais

escasso – embora ainda importantíssimo –

no dia a dia das pessoas.

Justamente por exigir essa atenção, é a que

também oferece maior assertividade no

registro das mensagens transmitidas.

Os editores costumam dizer que revistas

são encontros, e não esbarrões.

Por isso, o Hospital Samaritano de São Paulo

lança a revista Medicina especializada.

Queremos nos encontrar com você para

apresentar e discutir os grandes temas

da área de saúde, dos interesses da classe

médica e, claro, do nosso propósito que é de

consolidar cada vez mais o posicionamento

do Hospital Samaritano de alto desempenho

em medicina especializada.

A publicação foi planejada para que você

tivesse a melhor interação possível e, nosso

objetivo é estarmos próximos, levando para

nossos leitores assuntos que conferem inova-

ção e credibilidade, tradição e modernidade.

Um ótimo encontro e boa leitura!

Dr. Marcus Vinicius Bittencourt, Diretor Clínico

Dr. Dario Fortes Ferreira, Superintendente Médico

Hospital Samaritano de São Paulo

Page 4: Medicina Especializada

H o s p i t a l S a m a r i t a n o

Q + A

4

Nefropediatriado HospitalsamaritaNo atiNge marca Históricae se coNsolida como uma das maisavaNçadas do país

O Hospital Samaritano de São Paulo

realizou, em 2005, seu primeiro trans-

plante renal pediátrico. O segundo

veio apenas em 2008, no entanto,

esse intervalo foi o suficiente para que

a Dra. Maria Fernanda Carvalho de

Camargo, juntamente com sua equipe,

fizesse da instituição uma das maiores

referências em nefropediatria do Brasil.

Em agosto de 2014, o Samaritano

alcançou a marca de 204 transplantes

renais infantis, sendo 34% deles em

crianças de baixo peso, ou seja, aquelas

com menos de 15 quilos e, consequen-

temente, em situação mais crítica.

Primeira instituição privada do País

a ter uma Unidade de Hemodiálise

Infantil, o Samaritano é, atualmen-

te, um dos pouquíssimos hospitais

Page 5: Medicina Especializada

j a n e i r o • f e v e r e i r o •m a r ç o | 2 0 1 5

Q + A

5

estruturados com um serviço capaz de

atender crianças desde a parte clíni-

ca, passando pela hemodiálise, até a

realização de transplantes.

Graduada pela Faculdade de Ciências

Médicas de Santos, com especializações

em pediatria e nefrologia pediátrica,

Maria Fernanda faz parte do corpo mé-

dico do hospital desde 1994 e, atualmen-

te, coordena o Centro de Transplantes.

Em conversa com a MEDICINA ESPECIA-LIZADA, a médica pediatra falou sobre o

panorama do departamento e os proje-

tos do Hospital na área de transplantes.

Em agosto de 2014, o Hospital

Samaritano atingiu a marca de

204 transplantes renais pe-

diátricos. Por que essa marca

deve ser comemorada?

Na realidade, são poucos centros que

fazem. Participamos do Registro Bra-

sileiro de Transplante Renal Pediátrico,

mantido há 10 anos por um grupo de ne-

fropediatras, via Associação Brasileira de

Transplante de Órgãos (ABTO). Embora

só tenhamos seis anos efetivos de trans-

plantes, já estamos em terceiro lugar

entre os hospitais que mais transplantam

no Brasil e, em crianças de baixo peso,

que é nosso foco, somos os primeiros.

Como surgiu o interesse de se

especializar nessa área?

É uma área que necessita de desen-

volvimento no Brasil. Normalmente

as crianças com problemas renais

não chegam em boas condições para

a equipe. E é possível melhorar dras-

ticamente a sobrevida da criança se

você transplantar precocemente. Só

que para isso, é preciso ter uma estru-

tura multidisciplinar. Nesse pacote,

a equipe assume a criança como um

todo. É um trabalho pioneiro. Outros

hospitais não têm a nossa estrutura,

desde a parte de nutrição para essas

crianças, acompanhamento psicoló-

gico, realização das sessões de he-

modiálise diária, enfim, dando todo o

suporte de forma integrada.

Atualmente o Hospital capacita

outros centros para a realiza-

ção de transplante renal pediá-

trico. Como funciona isso?

Temos dois projetos de capacitação.

No primeiro, desde 2012, escolhemos

cinco centros que ainda não trans-

plantavam, ou que transplantavam

mais em adolescentes. Nesse pro-

grama, as equipes clínica e de enfer-

magem desses centros vêm para o

Samaritano uma vez por ano e ficam 15

dias, por três anos para treinamento.

Em 2013, vendo os resultados desse

projeto, o Ministério da Saúde (MS)

pediu outro projeto de aprimoramento

em transplante, que começou neste

ano. Nós recebemos um cirurgião, um

clínico e um enfermeiro de cada es-

tado. A diferença é que essas equipes

já transplantam em adultos. Eles vêm

mensalmente, ficam conosco durante

uma semana, pelo período de um ano.

E quais são os planos do Hospi-

tal para a área de transplantes?

Atualmente, estamos habilitados

para a realização de transplantes de

rim, medula óssea, fígado, pâncreas,

coração, tecidos musculoesqueléticos

e de córnea. São 15 equipes ao todo.

A ideia é ampliar nossa atuação em

todas essas áreas, porém com foco em

transplante hepático, cardíaco e de

medula. Vamos também iniciar um

programa de transplante de intestino e

multivisceral para crianças, que ainda

não existe no Brasil. Mas é graças ao

trabalho feito a partir do renal pediá-

trico e adulto que conseguimos mos-

trar ao Ministério da Saúde que somos

capazes de fazer tudo isso.

Em sua avaliação, o que fez o

Hospital tornar-se referência em

transplante renal pediátrico?

Existe uma relação de parceria. Houve

uma doação muito grande por parte

nossa e, por outro lado, o Hospital

também acreditou e investiu muito.

Crescemos, aprendemos e tivemos

diversas conquistas ao longo desses

anos. Sempre com total retaguarda do

Hospital. E é isso que tento mostrar

para todas as equipes multidisciplina-

res. Ter a oportunidade de acompanhar

um centro que nunca transplantou

e, em três anos, vê-lo transplantar, é

uma recompensa. Sem contar que a

experiência de ver uma criança chegar

ao hospital com poucas chances de

sobreviver e hoje você conseguir dar a

ela uma qualidade de vida é impagá-

vel! Claro que há toda uma dedicação,

abrimos mão de muita coisa, mas a

satisfação e o prazer são enormes em

poder ver que existe um significado

para tudo isso.

Ter a oportunidade de acompanhar um centro que nunca transplantou e, em três anos, vê-lo transplantar, é uma recompensa

© T

hiag

o Te

ixei

ra /

Hosp

ital S

amar

itano

Page 6: Medicina Especializada

cenário

6 H o s p i t a l S a m a r i t a n o

Procedimentos de alta comPlexidade são referência na atuação do HosPital

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cenário

7j a n e i r o • f e v e r e i r o •m a r ç o | 2 0 1 5

m dos princípios básicos

da medicina é proporcio-

nar ao paciente o melhor

atendimento disponível, independen-

temente da doença. E cada vez mais se

torna necessária uma gestão estraté-

gica hospitalar eficaz, gerenciando os

aspectos administrativos, tecnológicos

e assistenciais para atingir esses obje-

tivos. De acordo com o estudo As Qua-tro Dimensões Competitivas da Saúde, da

Fundação Getúlio Vargas (FGV), dos

autores Ana Maria Malik e Marcelo

Caldeira Pedroso, as necessidades de

cuidados, investimentos e gastos com

saúde tendem a aumentar gradativa-

mente em função da maior conscien-

tização dos pacientes, além de maior

disponibilidade de recursos tecnológi-

cos, aumento da renda da população e

da expectativa de vida.

O cenário da gestão em saúde é

complexo por envolver diversos fa-

tores. “Mas infelizmente a segurança

nos hospitais brasileiros ainda é insu-

ficiente, assim como a transparência e

a responsabilidade dos gestores”, des-

taca a Dra. Ana Maria Malik, que é mé-

dica formada pela Faculdade de Medi-© In

ácio

Tei

xeira

/ Ho

spita

l Sam

arita

no

Gestão, aspectosadministrativos etecnolóGicos no

caminho para o futuro da saúde, e a preocupação

cada vez maispresente do hospital

samaritano de são paulo em proporcionar a melhor assistência

ao paciente

por SAMANTHA CERQUETANI

U

SOlidez nO preSente,deSafiOSpara O fUtUrO

Procedimentos de alta comPlexidade são referência na atuação do HosPital

cina da USP, mestre em administração

pela FGV e coordenadora do GVSaú-

de. Além disso, para a especialista, a

maioria dos hospitais está preocupada

com questões individuais da institui-

ção e não com o paciente ou a socieda-

de de um modo geral.

“Teoricamente, cada vez mais as

pessoas têm direitos e expectativas, e

hoje o paciente precisa fazer parte de

um processo de cuidado. A maioria

dos hospitais não se adapta e trabalha

com aquilo que conhece, não buscando

atualização”, afirma Ana Maria. Para a

especialista, a tecnologia, muitas ve-

zes, encarece e não necessariamente

traz resultados bons suficientes. “Para

ter excelência, é importante ser com-

prometido com a eficiência na assis-

tência e na gestão, ou seja, planejar

e controlar os custos a fim de reduzir

aqueles desnecessários, alcançando

assim o objetivo de oferecer o melhor

atendimento ao paciente.”

transParência e comPrometimentoAtento às estas tendências, desde 2011

o Hospital Samaritano de São Paulo

investe em uma estratégia institucio-

nal e se dedica às especialidades es-

tratégicas: Cardiologia, Neurologia,

Gastroenterologia, Ortopedia, Urolo-

gia, Ginecologia, Obstetrícia e Perina-

tologia e Oncologia. Para o superin-

tendente do Hospital, Dr. Dario Fortes

Ferreira, essas especialidades são im-

portantes do ponto de vista epidemio-

Page 8: Medicina Especializada

cenário

8 H o s p i t a l S a m a r i t a n o

Ferreira destaca que a tarefa prin-

cipal do Samaritano é ser excelente na

gestão das doenças dessas especiali-

dades. “Isso significa ser muito bom

nas doenças frequentes, com ótimos

resultados e baixo custo, realizando

também tratamentos de maior com-

plexidade com excelência”. O principal

objetivo das equipes é garantir um bom

resultado assistencial. Oferecer o me-

“É importante ressaltar que o paciente está sempre em primeiro lugar e é o centro das nossas atenções,o que facilita atomada de decisões”

lhor tratamento baseado nas melhores

evidências científicas no tempo cor-

reto, evitando complicações ou falhas.

“Outra questão importante é estabele-

cer parcerias construtivas entre os en-

volvidos nos cuidados, ou o sistema se

torna inviável do ponto de vista da sus-

tentabilidade.” Ele reforça que a insti-

tuição pretende seguir a meta de zero

morte por evento adverso até 2020,

conforme preconizado pelo Patient safety Movement.

Para manter a eficácia nos aten-

dimentos, o Samaritano opta por

compartilhar as decisões. “A sus-

tentabilidade e uma boa qualidade

no atendimento são dependentes

do triângulo formado entre a gestão

financeira, a questão técnica médi-

ca e o relacionamento comercial. Se

esses três setores não trabalharem

em conjunto, organizadamente, não

conseguimos melhorar a gestão. En-

tretanto, não podemos negar melhor

assistência por comprometimento de

resultados financeiros, por exemplo.”

Ele ressalta que a instituição faz o

possível para estar sempre atualizada

na área tecnológica, mas só incorpo-

dr. dario fortes ferreira,suPerintendente médico do HosPital samaritano

lógico. “Focamos essas áreas porque

assim conseguimos oferecer o melhor

tratamento e manter um bom relacio-

namento com os parceiros, que são as

operadoras de saúde, os fornecedores,

pacientes e a comunidade de maneira

geral. É importante ressaltar que o pa-

ciente está sempre em primeiro lugar e

é o centro das nossas atenções, o que

facilita a tomada de decisões.”

Page 9: Medicina Especializada

cenário

9j a n e i r o • f e v e r e i r o •m a r ç o | 2 0 1 5

ra a tecnologia se esta trouxer algum

benefício para o paciente, se for com-

provada cientificamente sua eficácia e

efetividade. Para tornar isso possível,

eles investem no acompanhamento de

resultados, tanto assistencial quanto

nos de produção e financeiros.

O Samaritano destaca-se como

um dos principais centros de exce-

lência em saúde do País, reconhecido

pelo Ministério da Saúde por sua qua-

lidade na assistência, e possui proje-

tos do Programa de Apoio ao Desen-

volvimento Institucional do Sistema

Único de Saúde (PROADI-SUS). “Os

projetos do PROADI visam melhorar a

qualidade da gestão em diversos seto-

res, capacitando os gestores e permi-

tindo um atendimento de qualidade.”

Com foco na transparência, o Hos-

pital possui o projeto de divulgar os

indicadores de assistência ao público,

como as taxas de infecção hospitalar

e resultados no tratamento de doen-

ças graves. “Estamos absolutamente

comprometidos em garantir o melhor

resultado para nossos pacientes. Mas

é importante destacar que eles pre-

cisam ser envolvidos no tratamento,

participar de todas as decisões, para

também serem responsáveis pelos re-

sultados”, explica Ferreira.

crescimentosustentávelPara promover a integração social e o

intercâmbio de conhecimentos, a As-

sociação Médica do Hospital Samari-

tano (AMHS) existe desde 1962. Para

o presidente da AMHS, Dr. Edilson

Ogeda, as áreas de gestão, tecnologia

e assistência precisam estar integradas

para garantir a eficiência nos proce-

dimentos realizados. “É preciso haver

essa harmonia, essa aliança de objeti-

vos estratégicos para que se tenha um

crescimento sustentável. Os níveis de

excelência só serão alcançados com

trabalho coletivo”, afirma.

Para ele, é fundamental que os ob-

jetivos do médico estejam alinhados

aos do hospital. “Dessa forma, o mé-

dico começará a ser referência para

aquele tipo de especialidade, e ao mes-

mo tempo em que o hospital cresce, ele

também vai crescer. Não consigo ima-

ginar o médico vinculado a um hospi-

tal tendo um objetivo e o hospital tendo

outro”, completa.

Ogeda acredita que mesmo que o

Samaritano reforce a necessidade de

integração entre as áreas, deve partir

do profissional da saúde executar o

trabalho com excelência. “A humani-

zação do atendimento, o acolhimento,

o atendimento integral às necessida-

des do paciente e dos familiares falam

mais alto do que o parque tecnológico

que o hospital venha a ter. Acredito

que quando tivermos uma instituição

que una sua competência na gestão

para tratar diversas patologias, sua

racionalidade no uso da tecnologia e

o acolhimento necessário para o pa-

ciente e sua família, teremos a exce-

lência da instituição.”© H

ospi

tal S

amar

itano

/ Di

vulg

ação

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Inác

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Hosp

ital S

amar

itano

dr. edilson ogeda, Presidente da amHs

Page 10: Medicina Especializada

cenário

10 H o s p i t a l S a m a r i t a n o

alta tecnologia é uma das condições que maisinfluencia o diagnóstico e tratamento das doenças

investimentos na saúde cardíacaEm 2012, o Samaritano inaugurou o

Núcleo de Cardiologia, com o intuito

de proporcionar assistência completa

aos pacientes com problemas cardio-

lógicos. Seu coordenador, Dr. Roberto

Caldeira Cury, destaca que um dos principais desafios é se tornar referência den-

tro do Hospital e no estado de São Paulo. Para isso, começaram a investir nos in-

dicadores de qualidade e trouxeram especialistas conceituados. “Tivemos uma

reestruturação de toda a equipe da área diagnóstica e terapêutica. E o cardiolo-

gista está mais presente no cenário de emergência. Sempre há um especialista

para dar suporte à equipe todos os dias do ano”, afirma.

Na área de assistência, o setor começou a visar à alta complexidade. “Rea-

lizamos a colocação de prótese aórtica transcutânea (TAVI) e já fizemos apro-

ximadamente 10 procedimentos. Além disso, tivemos uma diferenciação na

cirurgia cardíaca (transplante de coração artificial) e realização suporte cir-

culatório mecânico.” Para o futuro, ele afirma que ocorrerá uma ampliação das

subespecialidades, como coronariopatia, insuficiência cardíaca/miocardiopa-

tia, hipertensão, arritmia e cardiologia do esporte. Em 2015, serão implantados

novos equipamentos de última geração, além dos projetos que esperam aprova-

ção pelo PROADI. “Temos um de transplante cardíaco em parceria com hospital

público e outro com o Instituto do Coração (InCor) na linha de genética na área

cardiovascular. Oferecemos todos os exames necessários para o diagnóstico, até

os mais recentes como a tomografia coronária e ressonância cardíaca.”

integraçãona área degastroenterologiaO Núcleo de Gastroenterologia foi

inaugurado em 2013 para oferecer aos

pacientes um atendimento integrado

que unia a alta tecnologia com a equi-

pe de 27 especialistas. No mesmo ano

já realizou o primeiro transplante de

fígado da história do hospital. O pro-

tocolo não utiliza exames e medicações

desnecessárias. Nos próximos três

anos, a área deverá realizar transplante

de múltiplos órgãos em pacientes pe-

diátricos. “Em breve implantaremos

um programa de múltiplos órgãos e

aumentaremos o corpo clínico do Hos-

pital. Temos reuniões frequentes com

naprática

confira a seguir alguns exemplos que mostram na prática o quanto o hospital samaritano observa e está se preparando paraacompanhar o panoramaatual e as tendências dasaúde mencionadas peladra. ana maria malik

Page 11: Medicina Especializada

cenário

11j a n e i r o • f e v e r e i r o •m a r ç o | 2 0 1 5

e o cuidado com o paciente. “Hoje a tecnologia e a medicina andam juntas. O obje-

tivo da área é ter suficiência com os melhores recursos disponíveis e eficiência na

capacitação dos profissionais para lidar com casos de alta complexidade.”

tecnologia em focoO Departamento de Imagem também é dividido em subespecialidades, o que propor-

ciona ao paciente acesso ao melhor diagnóstico e tratamento. De acordo com o coor-

denador, Dr. Claus Francisco Grasel, a área funciona 24 horas e tem aproximadamente

as áreas de cirurgia de urgência,

bariátrica, laparoscópica avança-

da, hérnia e de transplante para

oferecermos o melhor atendi-

mento”, destaca o coordenador do

Núcleo de Gastroenterologia e do

Programa de Transplante de Fí-

gado, Dr. Andre David. Ele afirma

ser fundamental as equipes esta-

rem alinhadas com o acolhimento

30 médicos, além de biomédicos,

técnicos e enfermeiros. “A área de

diagnóstico por imagem teve um

avanço gigantesco nos últimos 20

anos. Atualmente, alguns métodos

de imagem permitem a realização de

exames complexos com diagnóstico

preciso em poucos segundos (tomo-

grafia computadorizada multislice).

A interação entre as áreas torna o

atendimento muito mais eficiente,

pois o médico sozinho não atinge

esse objetivo”, diz. Para ele, a tecno-

logia é fundamental, assim como a

gestão e a parte assistencial. E am-

bas devem ser sempre humanizadas

para atender às necessidades dos

múltiplos perfis.

Entre as tecnologias existen-

tes no Samaritano, Grasel cita o

Picture Archiving and Communication System - PACS (Sistema de Comu-

nicação e Arquivamento de Ima-

gens). “Todas as imagens são digi-

tais, e com esse sistema elas ficam

armazenadas e disponíveis para

visualização e estudos comparati-

vos. Temos também as Ressonân-

cias Magnéticas de 3.0 tesla e de

1.5 tesla, equipamentos de última

geração. No fim das contas, tudo o

que fazemos tem por objetivo ofe-

recer o melhor atendimento aos

pacientes e ao médico solicitante.”

Ele acredita que no curto e médio

prazos os exames funcionais e

multiparametricos evoluirão con-

sideravelmente enquanto a longo

prazo veremos desenvolvimentos

significativos nas imagens mole-

culares e quantitativas. © S

hutte

rsto

ck

© In

ácio

Tei

xeira

/ Ho

spita

l Sam

arita

no

1. dr. roberto caldeira cury, coordenador do núcleode cardiologia2. dr. andre david, coordenador do núcleo de gastroenterologia e do Programa de transPlantede fígado

1

2

Page 12: Medicina Especializada

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r e v i s t a m e d i c i n a e s p e c i a l i z a d a • h o s p i t a l s a m a r i t a n o

ciência em pauta

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais

causas de morte no mundo, sendo a principal no Brasil,

resultando em 97 mil óbitos em 20111. É a principal causa de

dependência funcional no Brasil e no mundo1,2. Existem dois

tipos distintos de AVC: isquêmico e hemorrágico, sendo o

primeiro com incidência muito superior ao segundo.

A implementação de diretrizes clínicas é uma importante

ferramenta na melhoria da qualidade do cuidado ao acidente

vascular cerebral isquêmico (AVCi). Atualmente, entre os

possíveis tratamentos no cuidado ao AVC com elevado nível

de evidência científica (classe IA), estão o uso de trombolíti-

cos e a internação nas unidades de AVC.2,3

O cuidado estruturado em uma unidade de AVC está asso-

ciado a menor mortalidade, maior independência e retorno ao

domicílio em um ano após o AVC3. O atendimento multidisci-

plinar estruturado no cuidado precoce minimiza complicações

como pneumonia e trombose venosa profunda, e a reabilitação

neurológica precoce tem impacto direto na mortalidade preco-

ce. Estudos nacionais1,3, portanto dentro da realidade brasilei-

ra, demonstram impacto na redução da mortalidade na com-

paração entre uma unidade de AVC e uma enfermaria geral.

O atendimento precoce em até 4,5 horas do início dos sin-

tomas no paciente com AVCi permite o uso de medicação

trombolítica (alteplase) conforme preconizado por diretrizes

nacionais e internacionais2,4. Este tratamento está associado à

melhora funcional e, quanto mais precoce, melhor o resultado.

Protocolo AssistenciAlMultidisciPlinAr – Acidente

VAsculAr cerebrAl isquêMico

AUTOR RenATO AnghinAh COAUTOR RAfAel wATAnAbe

A máxima de que “tempo é cérebro” é válida. Uma análise

do uso de alteplase em AVCi5 evidenciou um número necessá-

rio a tratar (NNT) de 4,5 para obter uma resposta de sintoma

leve ou mesmo nenhuma sequela após AVCi (escala de Rankin

modificada 0 ou 1 – Tabela 1), quando o tratamento trombolíti-

co é realizado com até 1,5 hora do início dos sintomas. Ou seja,

para obter uma resposta ao tratamento sem nenhuma sequela

ou sintoma leve sem incapacidade significativa foi necessário

tratar 4,5 pacientes neste intervalo de tempo. Esse número

dobrou para 9 quando o tempo de início do tratamento foi entre

1,5 e 3 horas e para 14,1 com intervalo entre 3 e 4,5 horas. Pode-

-se deduzir um aumento de NNT de 1 a cada 20 minutos de

atraso no tratamento. Fica evidente a associação entre o trata-

mento precoce e uma menor incapacidade funcional.

Com o objetivo de atender o paciente com quadro de

acidente vascular cerebral isquêmico, o Hospital Samarita-

no implantou um protocolo assistencial multidisciplinar

envolvendo os diversos serviços (Tabela 2) presentes na

linha de atendimento deste paciente durante todo o período

de internação hospitalar.

O paciente que chega ao nosso Serviço de Emergência é

avaliado quanto à instalação de sintomas neurológicos,

(Tabela 3) para elegibilidade de tratamento trombolítico.

Então é encaminhado para a sala de emergência com aciona-

mento simultâneo da equipe médica (emergencista, neuro-

logista) e do Setor de Imagem.

O cuidadO estruturadO em uma unidade de aVc está assOciadO a menOr mOrtalidade,maiOr independência e retOrnO aO dOmicíliO em um anO após O aVc3

Page 13: Medicina Especializada

ciência em pauta

13

r e v i s t a m e d i c i n a e s p e c i a l i z a d a • h o s p i t a l s a m a r i t a n o

Após avaliação de estabilidade clínica, monitoração de parâ-

metros vitais e coleta de exames, o paciente é encaminhado ao

Setor de Radiologia acompanhado por equipe médica para reali-

zação de tomografia de crânio e posterior retorno à sala de emer-

gência. A imagem é avaliada imediatamente, com o paciente ain-

da no aparelho de tomografia, pelo neurologista. O laudo da

tomografia é disponibilizado precocemente pelo radiologista.

O paciente que se encontra dentro dos critérios (Tabela 4) e

com seu próprio consentimento ou de familiar é então submeti-

do a tratamento trombolítico com alteplase. É monitorado

quanto aos parâmetros clínicos e sintomas neurológicos com o

escore NIHSS (National Institute of Health Stroke Scale), que avalia

11 parâmetros neurológicos (nível de consciência, motricidade

ocular, campo visual, paresia facial, força de membros superio-

res, força de membros inferiores, ataxia apendicular, sensibili-

dade, linguagem, disartria e extinção/negligência).

Este paciente é encaminhado à UTI, preferencialmente a

Unidade de Terapia Intensiva Neurológica, para seguimento

terapêutico e investigação etiológica do AVC. Confira o flu-

xograma (Figura 1) na página 15.

Cada participante da equipe multidisciplinar está incor-

porado dentro de um plano de cuidados discutido e implan-

tado visando ao melhor cuidado, minimizando complicações

clínicas, especialmente infecciosas, reabilitação precoce e

orientação familiar. Existem check lists diários para cada pro-

fissional, que incluem aferições de sinais periódicos, medi-

camentos, exames, terapias e até orientações aos familiares.

O tempo de avaliação médica, realização de imagem e

tratamento estão sendo contabilizados. Eles são parâmetros

de qualidade preconizados pelas diretrizes. Pontos traçado-

res incluídos na linha de cuidado de AVC são gerenciados

mensalmente, como tempo porta-tomografia em 30 minu-

tos; porta-agulha em 60 minutos; antiagregante plaquetário

no primeiro dia de pacientes não trombolisados; controle de

glicemia; controle de hipertermia; avaliação fonoaudiológica

em 24 horas; profilaxia para trombose venosa profunda;

reconciliação medicamentosa e avaliação de déficits por

escala funcional em até 48 h. Todos os dados são revistos

para controle dos casos de AVC em reuniões mensais.

O protocolo assistencial multidisciplinar será revisado

periodicamente. Dados epidemiológicos como mortalidade

– assim como os pontos traçadores acima citados – irão

gerar dados futuros que certamente se correlacionarão com

dados encontrados na literatura, evidenciando um centro de

Grau Descrição

0 sem sintomas

1 nenhuma incapacidade significativa, a despeito dos sintomas; capaz de conduzir todos os deveres e atividades habituais

2 leve incapacidade; incapaz de realizar todas as atividades prévias, porém é dependente para os cuidados pessoais

3 incapacidade moderada; requer alguma ajuda, mas é capaz de caminhar sem assistência (pode usar bengala ou andador)

4incapacidade moderadamente severa; incapaz de caminhar sem assistência e incapaz de atender às próprias necessidades fisiológicas sem assistência

5 deficiência grave; confinado à cama, incontinente, requerendo cuidados e atenção constante de enfermagem

6 óbito

Tabela 1. escala rankin

Profissionais

equipe médica – neurologista, emergencista, intensivista, radiologista

equipe de enfermagem

Fisioterapia

Fonoaudiologia

nutrição

assistente social

Tabela 2. equipe multidisciplinar

Sintomas

perda súbita de força em um lado do corpo

dificuldade súbita de fala e/ou compreensão

alteração visual súbita

cefaleia súbita intensa e não usual

Tabela 3. critérios

excelência no atendimento ao paciente com acidente vascu-

lar cerebral isquêmico.

RenATO AnghinAhé coordenador do núcleo de neurologia do Hospital samaritano de são paulo

RAfAel wATAnAbeé neurologista do Hospital samaritano de são paulo

Page 14: Medicina Especializada

14

r e v i s t a m e d i c i n a e s p e c i a l i z a d a • h o s p i t a l s a m a r i t a n o

ciência em pauta

Critérios de inclusão

Diagnóstico clínico de acidente vascular isquêmico

Início dos sintomas < 4,5 h até o início do tratamento; se o exato momento do início não é conhecido, este é definido pelo último momento dele/a sem sintomas

Idade ≥ 18 anos

Critérios de exclusão

AVC significativo ou trauma craniano nos últimos 3 meses

Hemorragia intracraniana prévia

Tumor intracraniano, malformação arteriovenosa ou aneurisma

Cirurgia intracraniana recente ou intraespinal

Punção arterial em sítio não compressível nos últimos 7 dias

Sintomas sugestivos de hemorragia subaracnoide

Pressão arterial persistentemente elevada (sistólica ≥ 185 mmHg ou diastólica ≥ 110 mmHg)

Glicemia ≤ 50 mg/dL (< 2,8 mmmol/L)

Hemorragia interna

Diátese hemorrágica aguda

Contagem de plaquetas < 100.000/mm3

INR > 1,7 ou TP > 15 segundos

Uso de heparina nas últimas 48 horas ou TTPa acima do limite superior de normalidade

Uso de inibidor de trombina ou direto do fator Xa com evidência de efeito anticoagulante em testes como TTPa, INR, TT, ECT, ensaios para dosagem do fator Xa

Evidência de hemorragia

Evidência de infarto multilobar com hipodensidade acometendo 1/3 do hemisfério cerebral

Critérios de exclusão relativos

Apenas sintomas neurológicos pequenos ou isolados

Melhora espontânea dos sintomas do AVC

Cirurgia de grande porte ou traumatismo nos últimos 14 dias

Sangramento gastrointestinal ou urinário nos últimos 21 dias

Infarto do miocárdio nos últimos 3 meses

Convulsão no início do AVC com déficit neurológico no pós-ictal

Gravidez

Critérios de exclusão relativos entre 3 e 4,5 horas do início dos sintomas

Idade > 80 anos

Uso de anticoagulante oral independente do INR

AVC grave (escore NIHSS > 25)

Combinação de AVC isquêmico prévio e diabetes

Tabela 4.

Page 15: Medicina Especializada

ciência em pauta

15

r e v i s t a m e d i c i n a e s p e c i a l i z a d a • h o s p i t a l s a m a r i t a n o

1. nasi la, Ferreira-da-silva a, martins scO, et al. implementation of a dedicated cardiovascular and stroke unit in a crowded emergency department of a tertiary hospital in Brazil: effect on mortality rates. academic emergency medicine 2014;21:40-46.

2. Jauch ec, saver Jl, adams Hp Jr, et al. Guidelines for the early management of patients with acute ischemic stroke: a guideline for healthcare professionals from the american Heart association/ american stroke association. stroke 2013; 44:870-947.

3. rocha msF, almeida acF, neto Oa, et al. impact of stroke unit in a public hospital on length of hospitalization and rate of early mortality of ischemic stroke patients. arquivos de neuropsiquiatria 2013; 71(10):774-779.

4. Oliveira-Filho J, martins sc, pontes-neto Om, et al. Guidelines for acute ischemic stroke treatment: part i. arquivos de neuropsiquiatria 2012; 70:621-629.

5. lees Kr, Bluhmki e, von Kummer r, et al. time to treatment with intravenous alteplase and outcome in stroke: an updated pooled analysis of ecass, atlantis, ninds, and epitHet trials. lancet 2010;375:1695-1703.

RefeRÊnCiAS

figura 1. Fluxograma de parâmetros clínicos e sintomas neurológicos

Page 16: Medicina Especializada

P & D

16 H o s p i t a l S a m a r i t a n o

Em 2014, o Hospital Samaritano iniciou a parceria com o Depar-tamento de Educação Continuada da Faculdade de Medicina de Harvard (EUA) para oferecer o curso a distância Principles and Practice of Clinical Research (PPCR). Foram 24 aulas ministra-das por professores da Universidade, acompanhadas por mais de 400 alunos de diferentes partes do mundo. Utilizando videocon-ferência e uma plataforma em ambiente virtual, a proposta foi apresentar conceitos básicos e práticos em pesquisa clínica.O Samaritano passou a integrar a lista participantes do PPCR em 2014, que possui 26 instituições em 30 países. Foram 18 alunos inscritos, nove dos quais subsidiados pelo PROADI-SUS. O site center Samaritano foi coordenado pela Dra. Nelci Zanon, neuro-cirurgiã pediátrica da instituição, com o auxílio de três monito-res designados pela equipe do PPCR, além de uma equipe técni-ca do Hospital para as aulas de videoconferência. Para 2015 já está prevista uma nova turma de alunos. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail [email protected].

curso em parceria do Hospital samaritano com a universidade de Harvard

Visando à disseminação do conheci-

mento e acompanhar o o avanço cientí-

fico na área da saúde, um dos principais

compromissos do Hospital Samaritano

é incentivar e promover condições

necessárias para realização de pesqui-

sas em nossa Instituição. Atualmente

atuamos em três vertentes: pesquisas

institucionais, clínicas patrocinadas e

as vinculadas ao Ministério da Saúde.

O principal foco das pesquisas institu-

cionais é o aperfeiçoamento dos profis-

sionais da saúde. São propostas apre-

sentadas e desenvolvidas por colabora-

dores do Samaritano ou por profissio-

nais de outras instituições com

interesse em parcerias. Já as pesquisas

clínicas visam principalmente à avalia-

ção da segurança e eficácia de medica-

mentos, novas drogas ou produtos

médicos, e têm o subsídio de instituições

privadas nacionais e internacionais.

Por fim, o Samaritano, por meio do

Programa de Apoio ao Desenvolvimen-

to Institucional do Sistema Único de

Saúde (PROADI-SUS), investe, em

parceria com o Ministério da Saúde e

com Instituições renomadas na área de

pesquisa, na condução de estudos que

visam trazer melhorias para o sistema

público de saúde.

Pesquisascientíficas

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Page 17: Medicina Especializada

DIAGNÓST ICA e TerApêuT ICA

17j a n e i r o • f e v e r e i r o •m a r ç o | 2 0 1 5

tânea. Estes procedimentos são

realizados em pequenos nódulos

de até 1 cm quando guiados por

tomografia, e em formações

volumosas líquidas ou sólidas,

nas afecções que comprometem a

cavidade abdominopélvica, regi-

ões torácica e pulmonar, retrope-

ritônio, coluna espinhal, entre

outras. Outras punções percutâ-

neas também compõem esse rol

guiado por imagem, com intuito

paliativo ou analgésico, como a

neurólise percutânea do plexo

celíaco guiada por TC, o bloqueio

radicular seletivo (infiltração

perirradicular), e diagnóstico/

tratamento de cistos sinoviais.

O Setor de Imagem do Hospital

Samaritano realiza procedimen-

tos intervencionistas guiados

por USG ou TC. O coordenador

médico do Setor, Claus Francisco

Grasel, relata que os procedi-

mentos têm propósito diagnósti-

co/terapêutico das lesões, com

condutas menos invasivas atra-

vés do uso de agulhas de aspira-

ção e/ou biópsia (core biopsy), ou

por drenos e cateteres, via percu-

Procedimentosintervencionistas

em destaque

O coordenador médico do Setor de

USG, Eduardo P. Z. Anastácio, expli-

ca que esses procedimentos permi-

tem reduzir risco, morbimortalida-

de, tempo de internação e custo.

“Somos um dos primeiros do Brasil

a oferecer esse serviço, com uma

equipe em constante atualização.”

O Setor adquiriu, em 2014, apare-

lhos de USG que permitem exames

com maior acurácia e orientação

com maior precisão. “São 200 pro-

cedimentos/mês e temos uma

equipe atuante em radioablação e

crioablação de tumores guiados

por imagem. São alternativas efi-

cazes contra os cânceres de fígado

e rim, por exemplo.”

Exames como o de ecoendoscopia já entraram na rotina do Serviço de Endoscopia do Hospital Samaritano, que possui atualmente quatro profis-sionais capacitados para sua realiza-ção. “A ecoendoscopia começou a ser utilizada no mundo no começo dos anos 1990, e no Samaritano chegou em 1998. Fazíamos uma média de dois exames por mês. Atualmente já exis-tem várias indicações, sendo coberto por diversos convênios”, diz Dr. Lucio Rossini, médico responsável pelo Setor

precisão diagnóstica emendoscopia

de Ecoendoscopia do Hospital Samarita-no. Entretanto ele lembra que a ecobron-coscopia ainda é um exame mais restrito. De acordo com ele, tal procedimento auxilia os pneumologistas e cirurgiões de tórax a diagnosticar e estadiar neoplasias de pulmão e mediastino. Isso porque per-mite a introdução de um transdutor de ultrassom, por meio da broncoscopia.

Além disso, realiza terapêuticas guiadas por ultrassom como a neurólise do plexo celíaco e drenagens internas de absces-sos, pseudocistos do pâncreas ou das vias biliopancreáticas. “Atendemos cerca de 30 pacientes mensalmente, mas temos capacidade de dobrar esse núme-ro de exames com os equipamentos do Setor”, completa.

Page 18: Medicina Especializada

P & D

18 H o s p i t a l S a m a r i t a n o

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ação

O Centro de Tratamento de Mioma, coordenado pelo Dr. Marcos L. Messina, realiza o diagnóstico e tra-tamento em casos de mioma uterino. A técnica endovascular vem benefi-ciando um número de crescente de mulheres com esse tipo de tumor, particularmente as que desejam tra-tamento sem a retirada do útero. A embolização consiste em bloquear os vasos sanguíneos que nutrem o

ginecologiaendovascular

tumor por procedimento minimamente invasivo. Sem irrigação, o mioma diminui de tamanho e o útero é preservado. As chances de engravidar após esse pro-cedimento variam de 30% a 35%, sendo uma opção terapêutica à miomectomia em casos selecionados. Mulheres que não desejam a extirpação do útero, mesmo que não apresentem desejo reprodutivo, também são candidatas a este tratamen-to. Envolvendo sempre uma equipe multi-disciplinar, o procedimento é feito por meio da punção na região da virilha, com a introdução de um cateter. Guiado por imagens de fluoroscopia, um raio-X dinâ-mico, o médico irá posicioná-lo na artéria uterina. Com anestesia raquidiana ou peridural, em poucos dias, a paciente pode retomar de rotina. O Centro também atende casos de adenomiose, congestão pélvica, e pacientes com alto risco para sangramento obstétrico.

Pacientes que sofrem de arritmias cardíacas supraventriculares conhecidas também como fibri-lação atrial, podem passar por atendimento no Centro de Fibrilação Atrial. O serviço foi desenvol-vido para prestar um atendimento completo aos pacientes e melhorar a qualidade de vida. Uma das principais consequências desta arritmia é a associação com o AVC, fenômenos trombo-embólicos e disfunção cardíaca, que fazem com que haja um aumento de quase duas vezes na mortalidade. O Centro de Fibrilação Atrial disponibiliza médicos de excelência – Cardiologistas e Neurologistas – e equipe multidisciplinar especializada nesse tipo de arritmia. Os pacientes podem agendar consultas pelo telefone (11) 3821-5300.

NúCleoS De CarDioloGia e NeuroloGia iNauGuram CeNtro De Fibrilação atrial

procedimento ortopédico

O Núcleo de Ortopedia teve desta-que na imprensa devido à cirurgia minimamente invasiva em uma paciente com 102 anos para corre-ção de fratura de fêmur. O procedi-mento é feito por um corte de 3 cm: um na altura do colo do fêmur e outro no canal do osso. Os fragmentos são colocados no lugar e fixados com parafusos, pla-cas ou hastes. Segundo o coorde-nador do Núcleo, Luiz Fernando Cocco, a técnica reduziu pela metade o tempo de internação e permitiu menos sangramento e dor ao paciente durante o procedimen-to. Quatro dias depois, ela já cami-nhava pelo quarto do Hospital usando um andador.

notas

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