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1 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA-UnB FACULDADE DE CEILÂNDIA-FCE CURSO DE FISIOTERAPIA ANDREZA MENEZES DAS CHAGAS WEMERSON RODRIGUES DE SOUZA MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR DINAMOMETRIA EM HEMIPARÉTICOS: REVISÃO SISTEMÁTICA. BRASÍLIA 2018

MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR DINAMOMETRIA EM ... - UnB

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Page 1: MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR DINAMOMETRIA EM ... - UnB

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA-UnB FACULDADE DE CEILÂNDIA-FCE

CURSO DE FISIOTERAPIA

ANDREZA MENEZES DAS CHAGAS WEMERSON RODRIGUES DE SOUZA

MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR DINAMOMETRIA EM HEMIPARÉTICOS:

REVISÃO SISTEMÁTICA.

BRASÍLIA 2018

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ANDREZA MENEZES DAS CHAGAS WEMERSON RODRIGUES DE SOUZA

MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR

DINAMOMETRIA EM HEMIPARÉTICOS: REVISÃO SISTEMÁTICA.

BRASÍLIA 2018

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Brasília – UnB – Faculdade de Ceilândia como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia. Orientador (a): Ana Clara Bonini Rocha

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ANDREZA MENEZES DAS CHAGAS WEMERSON RODRIGUES DE SOUZA

MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR DINAMOMETRIA EM HEMIPARÉTICOS:

REVISÃO SISTEMÁTICA.

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Dedicatória

Este trabalho é dedicado a Deus, nossos pais, irmãos,

companheiros e amigos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus e à Nossa Senhora, aos quais sempre recorri buscando força, saúde, sabedoria, perseverança e paciência para superar todas as dificuldades no decorrer da graduação e para realizar este trabalho, sem essa força divina nada disso seria possível. Obrigada por todas as bênçãos e graças que concederam a mim durante toda a minha vida.

Agradeço a minha mãe Maria, pela dedicação e esforço para me manter na faculdade, pelo incentivo, apoio e amor incondicional que foram essenciais para minha formação.

Agradeço ao meu irmão Franklin, por todo apoio, companheirismo e por sempre me dizer que tudo daria certo e tudo ficaria bem.

Agradeço meu noivo Ricardo e minhas amigas de curso Karissa, Larissa, Raíssa e Lorena por estarem sempre ao meu lado, pelo apoio, incentivo e carinho.

Agradeço também, minha dupla, Wemerson, pois seu apoio, ajuda, dedicação e trabalho em equipe foram essenciais para que este trabalho desse certo.

Agradeço à professora Ana Clara Bonini Rocha por sua orientação, ao professor Wagner Rodrigues Martins pelo seu apoio à esta pesquisa e aos demais professores por todo ensinamento e aprendizado.

Andreza Menezes das Chagas

Agradeço a Deus, por ser agraciado em todas as áreas da minha vida e pela sabedoria diária, aos meus pais, Cícero e Cirlene, meu irmão Vinícius e avó Maria Antônia por todo amor, apoio e paciência durante essa jornada acadêmica.

A minha namorada Raíssa por todo apoio e compreensão, aos meus familiares, amigos, colegas de curso e minha dupla Andreza pelo apoio, companheirismo, parcerias e incentivos.

À professora e orientadora Ana Clara Bonini Rocha, ao professor Wagner Rodrigues Martins e aos demais professores por todo aprendizado.

Wemerson Rodrigues de Souza

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Epígrafe

“E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança.” (Romanos 5:3-4)

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RESUMO

DAS CHAGAS, Andreza Menezes., DE SOUZA, Wemerson Rodrigues. Confiabilidade da medida de força por dinamometria manual em indivíduos hemiparéticos após acidente vascular encefálico: uma revisão sistemática. 2018. Monografia (Graduação) – Universidade de Brasília, Graduação em Fisioterapia, Faculdade de Ceilândia. Brasília, 2018. A dinamometria manual é um método prático e rápido que pode ser utilizado como medida quantitativa para avaliação e acompanhamento da recuperação motora em pessoas acometidas por hemiparesia após AVE. O objetivo desta pesquisa foi verificar na base de dados científicos se existe confiabilidade entre diferentes medidas de força muscular aferidas pelo dinamômetro manual em teste/reteste em indivíduos hemiparéticos após AVE. Dois pesquisadores buscaram nas bases de dados PubMed, Medline, Lilacs, Scielo, Scopus, PEDro e Web of Science databases, no período entre agosto de 2017 e março de 2018, estudos de confiabilidade com dinamômetro isométrico manual em participantes com AVE, sem restrição quanto ao sexo e idade. Sete estudos foram incluídos, totalizando uma amostra de 227 participantes com idade média em anos de 59 (±31.8). Todos obtiveram o desfecho de força muscular, com valores iniciais de 74.53N a 238.01N e finais de 98.06N a 244.28N. Os estudos mostraram alta confiabilidade de acordo com os valores de CCI, que variou de 0.91 a 0.98. Conclui-se queo dinamômetro manual se mostrou confiável nas medidas de força muscular teste/reteste em indivíduos pós AVE dentre os artigos analisados.

Palavras-chave: Dinamômetro manual, Acidente vascular encefálico, Preensão palmar, Confiabilidade.

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ABSTRACT DAS CHAGAS, Andreza Menezes., DE SOUZA, Wemerson Rodrigues. Reliability of the force measurement by manual dynamometry in hemiparetic subjects after stroke: a systematic review. 2018. Monograph (Graduation) - University of Brasilia, undergraduate course of Physicaltherapy, Faculty of Ceilândia. Brasília, 2018. The handgrip is a convenient and fast method that can be used as a quantitative measure for evaluation and monitoring of motor recovery in people suffering from hemiparesis after a stroke. The objective of this research was to verify in the scientific database if there is reliability between different measures of muscular strength measured by the manual dynamometer in test / retest in hemiparetic individuals after stroke. Two researchers searched the PubMed, Medline, Lilacs, Scielo, Scopus, PEDro and Web of Science databases, between August 2017 and March 2018, for reliability studies with manual isometric dynamometer in participants with stroke, without restriction to sex and age. Seven studies were included, totaling a sample of 227 participants with mean age in years of 59 (± 31.8). All achieved the end of muscular strength, with initial values of 74.53N to 238.01N and final values of 98.06N to 244.28N. The studies showed high reliability according to ICC values, which ranged from 0.91 to 0.98. It was concluded that the manual dynamometer was reliable in the measures of muscle strength test-retest in individuals post stroke among the articles analyzed. Keywords: Manual Dynamometer, Stroke, Grip strength, Reliability.

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO…………...……………………………………………… 12

2- MÉTODOS……………………………………………………………..… 13

2.1- Critérios de Seleção………………….............................................. 13

3- RESULTADOS………………………………………………………….. 14

3.1- Característica Geral dos Estudos……………………....…………… 15

3.2- Características dos Resultados…………….................................... 15

4- DISCUSSÃO…………………………………………………………...… 18

5- CONCLUSÃO……………………………………………………………. 20

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………… 21

7- ANEXO: NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA………...................... 24

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LISTA DE ABREVIATURAS

AVE - Acidente Vascular Encefálico

BBT - Box andBlocktest

CAHAI - Chedoke Arm and Hand Activity Inventory

CCI - Coeficiente de Correlação Intra-classe

DP - Desvio Padrão

FIM - Functional Independence Measure

FM-UE - Fugl-Meyer Assessment of Sensorimotor Recovery After Stroke

FPM - Força de preensão manual

Kgf - Quilograma força

MAS - Modified Ashworth Scale

MSHFT - Modified Sollerman Hand Function Test

N - Newtons

NHPT - Nine-Hole Peg Test

P1 - Pesquisador 1

P2 - Pesquisador 2

TEMPA - UpperExtremity Performance Test for theElderly

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LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma da revisão sistemática

Quadro 1 - Característica geral dos estudos

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1- INTRODUÇÃO

A importância da medida de força muscular após o Acidente Vascular

Cerebral (AVE) está relacionada às medidas de desempenho e atividades

funcionais, pois o aumento da força permite a realização de atividades com

independência e velocidade 1. A hemiparesia consiste na causa mais comum

de disfunção motora após o AVE, provocando perda do movimento

contralateral da região da lesão, resultante da redução da ativação de grupos

musculares, atenuação de unidades motoras e atrofia muscular após o desuso

2-4.

Neste sentido, a Força de Preensão Manual (FPM) pode ser um

indicativo de capacidade funcional e da função global sendo de suma

relevância sua avaliação ao longo do tempo com medidas que sejam confiáveis

e válidas 5,6. O dinamômetro é um dos instrumentos mais utilizados para aferir

a força de preensão na avaliação de pessoas com hemiparesia, por ser de fácil

utilização e manejo, comumente utilizados por profissionais de saúde na área

de reabilitação. Aferindo a força exercida por uma contração isométrica

estabelecendo a FPM durante 3 verificações, extraindo-se as médias para a

avaliação da força 7.

O dinamômetro manual fornece uma medida quantificada de força

muscular, aferindo pequenas diferenças e assim auxiliando na escolha da

melhor conduta para a reabilitação 8, porém existem fatores como sexo, idade

e dominância que podem influenciar no valor da medida. Em um estudo

realizado no Brasil com indivíduos saudáveis, a média de força para homens foi

de 44,2 kgf no lado dominante e 40,5 kgf no lado não dominante, já a média de

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força para mulheres foi de 31,6 kgf no lado dominante e 28,4 kgf no lado não

dominante 9.

O objetivo desta pesquisa foi verificar, dentre os estudos, se existe

confiabilidade na medida de força muscular com dinamômetro manual, em

indivíduos hemiparéticos após AVE, dentre diferentes medidas teste/reteste.

2- MÉTODO

Tratou-se de uma revisão sistemática na qual dois avaliadores

pesquisaram de forma independente, entre agosto de 2017 e março de 2018,

nas bases de dados eletrônicas: PubMed, Medline, Lilacs, Scielo, Scopus,

PEDro e Web of Science databases. Utilizando o seguintebloco de descritores:

“Stroke AND hand-grip strength”; “Stroke AND reliability AND muscle strength”;

“Stroke AND test-retest AND muscle strength”; “Stroke AND isometric hand

strength”. Sem limitações quanto ao idioma, data e país de origem da

publicação.

2.1- Critérios de Seleção

Os critérios de inclusão foram decididos por consenso entre os autores,

são eles: (1) estudos de confiabilidade com dinamômetro isométrico manual;

(2) estudos com participantes diagnosticados com AVE; (3) sem restrição

quanto ao sexo e idade.

Critérios de exclusão: (1) estudos que utilizaram dinamômetro

isocinético; (2) participantes com comorbidades cognitivas neurológicas e/ou

ortopédicas associadas; (3) método de pesquisa teste/reteste não descrito

claramente nos estudos.

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Os artigos foram selecionados após uma leitura sequencial dos títulos,

resumos, que excluiu os que não mostraram relevância com o tema, e os

textos completos, nesta ordem. Divergências na seleção do estudo foram

resolvidas em consenso entre os revisores. A lista de referências dos artigos foi

consultada para encontrar possíveis estudos adicionais. Itens duplicados foram

removidos.

3- RESULTADOS

A busca eletrônica iniciou de forma independente, resultando um total de

2246 artigos científicos encontrados pelo Pesquisador 1 (P1), e 2243 artigos

encontrados pelo Pesquisador 2 (P2).

Após a leitura dos títulos e retiradas de duplicatas, restaram P1= 26

artigos e P2= 33 artigos, resultando num total geral de 59 artigos. Dos 59

artigos selecionados, foram retiradas 10 duplicadas, restando 49 artigos.

Então, P1 e P2 realizaram a leitura dos resumos e ambos excluíram 29

artigos, restando 20 para a leitura do texto completo. Após a leitura completa e

análise metodológica, foram excluídos por consenso 14 artigos e restaram 6

para a confecção do presente estudo. Incluiu-se 1 estudo encontrado nas

referências bibliográficas, por apresentar relevância e dados que contribuíram

positivamente. Resultando um total de 7 artigos (Figura 1).

A média do Coeficiente de Correlação Intra-classe (CCI) dos estudos

variou de 0.91 a 0.98, e da força inicial de 74.53N a 238.01N e a final de

98.06N a 244.28N.

3.1- Característica Geral dos Estudos (Quadro 1).

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Uma amostra de 227 participantes com idade média de 59 anos (±31.8)

participaram dos estudos. O tempo de diagnóstico de AVE variou de 1 a >48

semanas. 57,14% de AVE crônico.

O intervalo entre os testes de força variou de 1 a 24 semanas. Em 6

estudos 10,11,13,14,15,16 foram realizadas 3 tentativas de preensão utilizando o

valor médio ou o de maior valor e 1 estudo 12 realizou 2 tentativas utilizando o

valor médio.

3.2- Características dos Resultados

Os estudos tinham o desfecho em comum de força muscular, 4 estudos

também investigaram função 11,13,14,16, dois deles função de toda extremidade

superior 11,16 e outros dois em função unicamente manual 13,14.

Bertrand (2007) 15 e Boissy (1999) 16 apresentaram os valores da

dinamometria em Newton (N), e os estudos de Bertrand (2015) 10, Ekstrand

(2015) 11, Suzuki (2011) 12, Chen (2009) 13 e Beebe (2009) 14 apresentaram os

valores em quilograma força (kgf). Para unificar os valores, todos foram

convertidos para Newton por ser unidade de força padrão no Sistema

Internacional de Unidades.

Todos apresentaram uma forte confiabilidade nas medidas de

teste/reteste de FPM através do dinamômetro manual e a alguns deles foram

adicionadas medidas de funcionalidade também, tais como

ChedokeArmandHandActivityInventory (CAHAI), ABILHAND Questionnaire (1

estudo) 10, ModifiedAshworthScale (MAS) (2 estudos) 11,15, Fugl-Meyer (FM-UE)

(2 estudos)11,16, ModifiedSollermanHandFunction Test (mSHFT) (1 estudo) 11,

UpperExtremity Performance Test for theElderly (TEMPA) (1 estudo) 16, Box

andBlock(BBT) (2 estudos) 13,16, Nine-HolePeg Test (NHPT) (2 estudos) 13,14,

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Finger-to-noseTests (1 estudo) 16, ChedokeMcMasterStrokeAssessment (1

estudo) 15, Mini-MentalStateExamination (1 estudo) 15, Functional

Independence Measure (FIM) (1 estudo) 12 e ActionResearchArm Test, Jebsen

Taylor Test of HandFunction, StrokeImpactScale (1 estudo) 14.

Figura 1: Fluxograma da revisão sistemática.

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4- DISCUSSÃO

Este estudo verificou se existe confiabilidade na medida de força

muscular com dinamômetro manual em teste/reteste de pessoas com

hemiparesia após AVE. Os resultados mostram alta confiabilidade entre as

medidas, uma vez que os valores de CCI foram altos.

O dinamômetro manual foi utilizado em todos os estudos incluídos, os

demais instrumentos de medidas encontrados para teste/reteste foram para

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avaliação de tônus, funcionalidade, destreza, desempenho, coordenação dos

membros superiores, bem como medidas que avaliam o nível de deficiência

física, seus impactos na vida cotidiana e perdas cognitivas.

Os estudos foram uniformes quanto ao método de avaliação da FPM. Os

participantes foram orientados a manterem o ombro aduzido, o cotovelo fletido

a 90 graus e antebraço em posição neutra, investigando a força muscular

exercida por uma contração isométrica estabelecendo a FPM durante 3

verificações 10,11,13,14,15,16. Exceto por Suzuki e colaboradores que, em 201112,

realizou a média de 2 tentativas. A variação do intervalo entre teste/reteste foi

de até 7 dias em 5 estudos 10,11,12,13,16, garantindo a uniformidade dos estudos

quanto ao intervalo, quatro estudos com AVE em fase crônica e três em fase

aguda. Investigaram a força muscular exercida por uma contração isométrica

estabelecendo a FPM durante 3 verificações, extraindo-se as médias (DP) de

valor mais alto 7.

Os valores de teste e reteste quando analisados em indivíduos na fase

aguda, apresentaram maior variação de um teste para outro, quando

comparados com indivíduos na fase crônica da doença, isso se dá porque na

fase aguda do AVE, quando ocorre um processo de reabilitação precoce, as

chances de recuperação aumentam e as de complicações diminuem 17.

Bertrand e colaboradores, em 2015 10 afirmaram que os participantes de sua

pesquisa receberam tratamento fisioterapêutico e de terapia ocupacional na

enfermaria neurológica, de acordo com a intensidade dos comprometimentos e

adaptados às condições médicas de cada um. No estudo de Suzuki et al

(2011)12 100% dos participantes receberam um tratamento padronizado para a

reabilitação e treinamento de atividades de vida diária de membros superiores

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e membros inferiores de acordo com as diretrizes japonesas para reabilitação

de AVE, durante 5 dias na semana por um terapeuta ocupacional e

fisioterapeuta.

A força de preensão e sua relação com a função da extremidade

superior e manual é analisada por Ekstrand et al (2015)11, Chen et al (2009)13,

Beebe et al (2009)14 e Boissy et al (1999)16. Os indivíduos com AVE crônico

com déficits de força de preensão voluntária tendem a disfunções

neuromotoras e funcionais muito incapacitantes quando afetados nos membros

superiores 16.

Um dos estudos não mencionou o número de mulheres e homens na

amostra15. No total, contou-se 71 mulheres e 139 homens 10,11,12,13,14,16. A

maioria dos estudos apresentam as médias de idade dos participantes, todos

estes em anos 10,12,1315,, e 3 deles expuseram a idade mínima e máxima, sendo

mínimas 29, 31 e 44, as máximas 65, 76 e 77 11,14,16.

Dentre os membros afetados, 176 participantes tiveram o membro direito

afetado, e 51 participantes tiveram o membro esquerdo afetado. Tais dados

possuem relação direta nos resultados de cada estudo, tendo em vista que

mais da metade dos participantes são homens, que possuem maior força que

as mulheres, além disso, o fator idade também pode ter gerado valores

questionáveis nos resultados dos estudos, pois pessoas mais jovens dispõem

de uma melhor capacidade muscular e de restabelecimento da lesão. Por ser

mais utilizado e possuir maior destreza, o membro dominante apresenta uma

importante atuação durante a avaliação da dinamometria de um membro.

Até o momento não existem revisões sistemáticas anteriores que

demonstram a confiabilidade da medida de força de preensão com

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dinamômetro manual em indivíduos após AVE, sendo este estudo de grande

relevância para a prática clínica, demonstrando o seu uso confiável e prático

podendo ser utilizado para acompanhar a recuperação motora, quantificar o

comprometimento da força e estimar a capacidade funcional, sendo altamente

reprodutível.

5- CONCLUSÃO

O dinamômetro manual para medir de força muscular de indivíduos

hemiparéticos é um método confiável para medida quantitativa para avaliação e

acompanhamento da recuperação motora.

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BOHANNON, R. W. Muscle strength and muscle training after stroke.

Journal of Rehabilitation Medicine, v. 39, n. 1, p. 14–20, 2007.

2. DE OLIVEIRA, A. I. C.; DA SILVEIRA, K. R. M. Utilização da CIF em

pacientes com sequelas de AVC. Revista Neurociências, v. 19, n. 4, p.

653-662, 2011.

Page 21: MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR DINAMOMETRIA EM ... - UnB

21

3. HARRIS, J. E.; ENG, J. J. Paretic Upper-Limb Strength Best Explains Arm

Activity in People with Stroke. PhysicalTherapy, v. 87, n. 1, p. 88–97,

2007.

4. NAKASHIMA, Akira et al. Prediction of prognosis of upper-extremity

function following stroke-related paralysis using brain imaging. Journal of

physical therapy science, v. 29, n. 8, p. 1438-1443, 2017.

5. SILVA, S. et al. Relationship between hand grip strength and functional

capacity after stroke. RevistaNeurociências, v. 23, n. 1, p. 74–80, 2015.

6. HAMMER, A.; LINDMARK, B. Test-retest intra-rater reliability of grip force in

patients with stroke. Journal of Rehabilitation Medicine, v. 35, n. 4, p.

189–194, 2003.

7. FIGUEIREDO, I. M. et al. Teste de força de preensão utilizando o

dinamômetro Jamar. Acta Fisiátrica, v. 14, p. 104–110, 2007.

8. YEN, H.-C. et al. Reliability of lower extremity muscle strength

measurements with handheld dynamometry in stroke patients during the

acute phase: a pilot reliability study. Journal of Physical Therapy

Science, v. 29, n. 2, p. 317–322, 2017.

9. CAPORRINO, F. A. et al. Estudo populacional da força de preensão palmar

com dinamômetro JAMAR. Revista Brasileira de Ortopedia. V. 33, n.2.

1998.

10. BERTRAND, A. M. et al. Reliability of maximal grip strength measurements

and grip strength recovery following a stroke. Journal of Hand Therapy, v.

28, n. 4, p. 356-363, 2015.

11. EKSTRAND, E.; LEXELL, J.; BROGÅRDH, C. Isometric and isokinetic

muscle strength in the upper extremity can be reliably measured in persons

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with chronic stroke. Journal of rehabilitation medicine, v. 47, n. 8, p. 706-

713, 2015.

12. SUZUKI, M. et al. Predicting recovery of bilateral upper extremity muscle

strength after stroke. Journal of rehabilitation medicine, v. 43, n. 10, p.

935-943, 2011.

13. CHEN, H. -M. et al. Test-retest reproducibility and smallest real difference

of 5 hand function tests in patients with stroke. Neurorehabilitation and

neural repair, v. 23, n. 5, p. 435-440, 2009.

14. BEEBE, J. A.; LANG, C. E. Relationships and responsiveness of six upper

extremity function tests during the first 6 months of recovery after stroke.

Journal of neurologicphysicaltherapy: JNPT, v. 33, n. 2, p. 96, 2009.

15. BERTRAND, A. M. et al. Reliability of maximal static strength

measurements of the arms in subjects with hemiparesis. Clinical

rehabilitation, v. 21, n. 3, p. 248-257, 2007.

16. BOISSY, P. et al. Maximal grip force in chronic stroke subjects and its

relationship to global upper extremity function. Clinical rehabilitation, v.

13, n. 4, p. 354-362, 1999.

17. CECATTO, R. B.; DE ALMEIDA, C. I. O planejamento da reabilitação na

fase aguda após o acidente vascular encefálico. Acta Fisiátrica, v. 17, n.

1, p. 37-43, 2016.

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7- ANEXO: NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Forma e apresentação do manuscrito Manuscritos originais

A língua oficial do BJPT é o inglês. O BJPT considera a submissão de manuscritos originais com até 3.500 palavras (excluindo-se página de título, resumo, referências, tabelas, figuras e legendas). Informações contidas em anexo(s) serão computadas no número de palavras permitidas. Antes do corpo do texto do manuscrito (i.e., antes da introdução), deve-se incluir uma página de título e identificação, palavras-chave, o abstract/resumo e citar os pontos-chave do estudo. No final do manuscrito, devem-se inserir as referências, tabelas, figuras e anexos (se houver). Título e identificação

O título do manuscrito não deve ultrapassar 25 palavras e deve apresentar o máximo de informações sobre o trabalho. Preferencialmente, os termos utilizados no título não devem constar da lista de palavras-chave.

Page 24: MEDIDA DE FORÇA MANUAL POR DINAMOMETRIA EM ... - UnB

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A página de identificação do manuscrito deve conter os seguintes dados: Título completo e título resumido: com até 45 caracteres, para fins de legenda nas páginas impressas; Autores: nome e sobrenome de cada autor em letras maiúsculas, sem titulação, seguidos por número sobrescrito (expoente), identificando a afiliação institucional/vínculo (unidade/instituição/cidade/ estado/ país). Para mais de um autor, separar por vírgula; Autor de correspondência: indicar o nome, endereço completo, e-mail e telefone do autor de correspondência, o qual está autorizado a aprovar as revisões editoriais e complementar demais informações necessárias ao processo; Palavras-chave: termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis) em português e em inglês Abstract/Resumo

Uma exposição concisa, que não exceda 250 palavras em um único parágrafo, em português (resumo) e em inglês (abstract), deve ser escrita e colocada logo após a página de título. Referências, notas de rodapé e abreviações não definidas não devem ser usadas no resumo/abstract. O resumo e o abstract devem ser apresentados em formato estruturado. Pontos-chave (Bullet points)

Em uma folha separada, o manuscrito deve identificar de três a cinco frases que capturem a essência do tema investigado e as principais conclusões do artigo. Cada ponto-chave deve ser redigido de forma resumida e deve informar as principais contribuições do estudo para a literatura atual, bem como as suas implicações clínicas (i.e., como os resultados podem impactar a prática clínica ou investigação científica na área de Fisioterapia e Reabilitação). Esses pontos deverão ser apresentados em uma caixa de texto (i.e., box) no início do artigo, após o abstract. Cada um dos pontos-chave deve ter, no máximo, 80 caracteres, incluindo espaços, por itens. Introdução

Deve-se informar sobre o objeto investigado devidamente problematizado, explicitar as relações com outros estudos da área e apresentar justificativa que sustente a necessidade do desenvolvimento do estudo, além de especificar o(s) objetivo(s) do estudo e hipótese(s), caso se aplique. Método

Consiste em descrever o desenho metodológico do estudo e apresentar uma descrição clara e detalhada dos participantes do estudo, dos procedimentos de coleta, transformação/redução e análise dos dados de forma a possibilitar reprodutibilidade do estudo. Para ensaios clínicos, o processo de seleção e alocação dos participantes do estudo deverá estar organizado em fluxograma, contendo o número de participantes em cada etapa, bem como as características principais (ver modelo do fluxograma CONSORT). Quando pertinente ao tipo de estudo, deve-se apresentar o cálculo amostral utilizado para investigação do(s) efeito(s). Todas as informações necessárias para a justificativa do tamanho amostral utilizado no estudo devem constar do texto de forma clara. Devem ser descritas as variáveis dependentes e independentes; deve-se informar se os pressupostos paramétricos foram atendidos; especificar o programa computacional usado na análise dos dados e o nível de significância adotado no estudo e especificar os testes estatísticos aplicados e sua finalidade. Resultados

Devem ser apresentados de forma breve e concisa. Resultados pertinentes devem ser reportados utilizando texto e/ou tabelas e/ou figuras. Não se devem duplicar os dados constantes em tabelas e figuras no texto do manuscrito. Os resultados devem ser apresentados por meio de medidas de tendência e variabilidade (por ex: média (DP), evitar média±DP) em gráficos ou tabelas autoexplicativas; apresentar medidas da magnitude (por ex: tamanho do efeito) e/ou precisão das estimativas (por ex: intervalos de confiança); relatar o poder de testes estatísticos não significantes. Discussão

O objetivo da discussão é interpretar os resultados e relacioná-los aos conhecimentos já existentes e disponíveis na literatura, principalmente àqueles que foram indicados na introdução. Novas descobertas devem ser enfatizadas com a devida cautela. Os dados apresentados no método e/ou nos resultados não devem ser repetidos. Limitações do estudo, implicações e aplicação clínica para as áreas de Fisioterapia e Reabilitação deverão ser explicitadas. Referências

O número recomendado é de 30 referências, exceto para estudos de revisão da literatura. Deve-se evitar que sejam utilizadas referências que não sejam acessíveis internacionalmente, como teses e monografias, resultados e trabalhos não publicados e comunicação pessoal. As referências devem ser organizadas em sequência numérica de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborados pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas - ICMJE. Os títulos de periódicos devem ser escritos de forma abreviada, de acordo com a List of Journals do Index Medicus. As citações das referências devem ser mencionadas no texto em números sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das informações das referências constantes no manuscrito e sua correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es). Exemplos: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html. Tabelas, Figuras e Anexos.

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As tabelas e figuras são limitadas a cinco (5) no total. Os anexos serão computados no número de palavras permitidas no manuscrito. Em caso de tabelas, figuras e anexos já publicados, os autores deverão apresentar documento de permissão assinado pelo autor ou editores no momento da submissão. Para artigos submetidos em língua portuguesa, a(s) versão(ões) em inglês da(s) tabela(s), figura(s) e anexo(s) e suas respectivas legendas deverão ser anexadas no sistema como documento suplementar. -Tabelas: devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas (máximo

permitido: uma página, tamanho A4, em espaçamento duplo), devem ser numeradas, consecutivamente, com algarismos arábicos e apresentadas no final do texto. Não se recomendam tabelas pequenas que possam ser descritas no texto. Alguns resultados simples são mais bem apresentados em uma frase e não em uma tabela. -Figuras: devem ser citadas e numeradas, consecutivamente, em algarismos arábicos na ordem em que

aparecem no texto. Informações constantes nas figuras não devem repetir dados descritos em tabela(s) ou no texto do manuscrito. O título e a(s) legenda(s) devem tornar as tabelas e figuras compreensíveis, sem necessidade de consulta ao texto. Todas as legendas devem ser digitadas em espaço duplo, e todos os símbolos e abreviações devem ser explicados. Letras em caixa-alta (A, B, C etc.) devem ser usadas para identificar as partes individuais de figuras múltiplas. Se possível, todos os símbolos devem aparecer nas legendas; entretanto símbolos para identificação de curvas em um gráfico podem ser incluídos no corpo de uma figura, desde que não dificulte a análise dos dados. As figuras coloridas serão publicadas apenas na versão on-line. Em relação à arte final, todas as figuras devem estar em alta resolução ou em sua versão original. Figuras de baixa qualidade não serão aceitas e podem resultar em atrasos no processo de revisão e publicação. -Agradecimentos: devem incluir declarações de contribuições importantes, especificando sua natureza.

Os autores são responsáveis pela obtenção da autorização das pessoas/instituições nomeadas nos agradecimentos. Os autores são fortemente encorajados a utilizar o Checklist EQUATOR network que é específico para cada tipo de estudo (por exemplo, CONSORT para ensaios clínicos, PRISMA para revisões sistemáticas ou STROBE para estudos observacionais).