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Medo: algoz ou protetor.
Sobre o medo moderno, o medo pessoal e como o tarô pode ajudar a lidar com tudo isso
O medo é uma reação natural do ser humano, como em qualquer animal. Uma reação em cadeia se forma, diante de um perigo. Há uma descarga de adrenalina, o cérebro processa rapidamente as informações do ambiente e emite comandos para que o corpo fique apto para as duas opções possíveis: luta ou fuga. O medo natural é, portanto, um protetor.
Porém, nesse momento, há menos sangue circulando no cérebro, pois o corpo pede prioridade. No momento do medo, então, o ser humano fica menos capaz de pensar mais profunda ou elaboradamente.
Essa é a real razão para um mundo onde se propagam terrores a intervalos regulares, onde se alimenta a ideia de que tudo é um perigo, onde se fomenta o estado de pavor ininterrupto.
É porque o ser em estado de terror é menos capaz de pensar com coerência, menos capaz de questionar, menos capaz de julgar com isenção e de se opor a qualquer opressor que não seja um inimigo visível e declarado.
Entenda isso, porque é um dado concreto do mundo contemporâneo.
Quem você pensa que mais põe dinheiro em pesquisa de neurociência e de neuropsicologia? E para quê?
Salvo pesquisadores louváveis, a neuropsicologia é essencialmente behaviorista (noves fora, entender como se processa a cognição e seu resultado comportamental). Disso a direcionar o comportamento é um passo. E alguns o dão.
Repense em quê você anda baseando sua vida e pare de panicar cada vez que um “artigo” imbecil diz que caspa é sinal de câncer capilar ou que beija-flor agora transmite cólera.
Saia do medo que te é enfiado goela abaixo, manipulador e emburrecedor, e use a cabeça.
Do ponto de vista pessoal, o problema desse medo-algoz é que ele impede tudo: tanto o estar bem como se está, quanto a disponibilidade de empenho em mudar para vir a estar bem.
O medo moderno é sermos a sombra do Diabo conosco mesmos, o tempo todo.Quero tudo e temo a tudo; sou a um tempo sequestrador e refém desse nó entre medo e desejo.
Em geral, tememos o que nos afasta do que desejamos.
É porque eu quero manter o que possuo que temo o roubo. É porque quero conforto que temo a escassez material. É porque exijo viver eternamente que temo a morte. É porque fui programado para a contrição que temo a fruição. É porque fui ensinado que o amor depende de como sou, que temo amar.
Temo o autoconhecimento, temo a psicoterapia, temo a profundidade, temo perceber minha escuridão, temo contrariar séculos de programação e compreender que sou perfeito como sou, essa conjugação ilógica de luminar e sombra ao mesmo tempo. Pois é, à imagem e semelhança de qualquer deus.
No fundo, o ser moderno teme tudo que não o distrai de perceber sua verdade.
E teme, mais que tudo, admitir que é ele que permite a maior parte do sofrimento que enfrenta.
Enfim, o que realmente tememos é a responsabilidade do auto amor. Louise Hay apontava (e eu venho comprovando essa verdade)que quem ama a si mesmo não se fere, não se condena a viver como não quer, não se flagela, não vai em direção à autodestruição e não se permite a morte em vida em prol de atender às demandas alheias.
Quem ama a si mesmo vive e deixa viver.
Medo do aprisionamento, do impedimento, do golpe e da queda, da mudança e do fim, do que desconheço em mim e do mundo “mágico” do qual desconheço a linguagem.
Mas arcanos são brilhantes. Em si mesmos estão dores e terapêuticas.
Admitir a escolha do impedimento, acatar a fatalidade e ter a humildade de aprender e seguir, sair da ilusão e ser capaz de encerrar o que já terminou, conhecer-se mais profundamente e ser capaz de entender que o mundo é muito mais que lógica e racionalidades.
Em tempos obscuros (e me pergunto qual deles não o foi...), uns acreditam num renascimento mundial luminar, outros preveem a queda fatal num abismo global.
Uns vão pela esperança de que vença o Bem, outros consideram fatal a invencibilidade do Mal.
Na verdade, do que foi feito da sua natureza, virá seu entendimento do arcano XX. E isso pode ser modificado.
Eu acredito em lutar contra esse pensamento maniqueísta, dualista, obsoleto e, principalmente, contra o medo emburrecedor.
Acredito em alimentar o resgate do amor genuíno por si mesmo, porque é ele que gera o amor pelo outro.
Acredito em abordar a vida feito Matrix, mantendo um pé no chão e a cabeça no céu.Abrir caminhos onde parece impossível,continuar a aprender essa língua onírica que completa nossa mandala.
Para mim, do Louco luminar viemos e a ele urge retornar.
Chega de ser marionete dos seus medos.
Vamos jogar!