Meio Aberto

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Projeto Poltico Pedaggico das

Medidas Socioeducativas

no Distrito Federal

Meio Aberto

Secretaria daCriana

Subsecretaria doSistema Socioeducativo

Secretaria daCriana

Subsecretaria doSistema Socioeducativo

Secretaria de Estado da CrianaSetor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN)

Quadra 01, Comercial, Loja CBraslia/DF - CEP: 70.640-000

Telefone: (61) 3233-8288www.crianca.df.gov.br

E-mail: [email protected]

Projeto Poltico Pedaggico

das Medidas Socioeducativas

no Distrito Federal

Meio Aberto

Braslia

2013

Secretaria daCriana

Subsecretaria doSistema Socioeducativo

Projeto Poltico Pedaggico

das Medidas Socioeducativas

no Distrito Federal

Meio Aberto

Braslia

2013

Secretaria daCriana

Subsecretaria doSistema Socioeducativo

GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERALAgnelo Queiroz

SECRETRIA DE ESTADO DA CRIANARejane Pitanga

SECRETRIA ADJUNTACatarina de Arajo

SUBSECRETRIA DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVOLudmila de vila Pacheco

COORDENADORA DE ARTICULAO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVOFernanda Rabelo de Carvalho Beltro

GERENTE DE MEDIDAS EM MEIO ABERTOAndria dos Reis Elias

Carta aos

socioeducadores

e socioeducadoras

Carta aos

socioeducadores

e socioeducadoras

| 7 |Projeto Poltico Pedaggico das Medidas Socioeducativas no DF Meio Aberto

Carta aos socioeducadores e socioeducadoras

Prezados(as) socioeducadores e socioeducadoras do Distrito Federal,

Estarmos frente da Secretaria de Estado da Criana e da Sub-secretaria do Sistema Socioeducativo enfrentar diuturnamente enor-mes desafios. Trabalhamos com uma das mais grandiosas tarefas, a ressocializao de adolescentes em cumprimento de medidas socioe-ducativas. Ns acreditamos que os adolescentes so pessoas em pro-cesso de desenvolvimento, que o ser humano agente de transforma-o do mundo e no desprezamos as relaes que so estabelecidas ao longo de sua histria. Assim, defendemos que o socioeducando no pode ser entendido como o marginal, mas como um sujeito que em razo de um contexto mais amplo, que envolve condies materiais e suas relaes histricas, cometeu um ato infracional.

Iniciamos frentes de debates, discusses, construes, que pre-cisamos consolidar. Dentre elas, concretizamos a elaborao dos Pro-jetos Polticos Pedaggicos das Medidas Socioeducativas do Distrito Federal. Participao democrtica, coletividade, garantia de expresso do pensamento, debates, equipes multidisciplinares, fazem parte do discurso e da prtica da gesto do governador Agnelo Queiroz e subsi-diaram a construo destes projetos. Muitas mos servidores e ser-vidoras, socioeducandos e socioeducandas e famlias, se uniram para dar o carter inovador aos projetos, que foram assentados em valores ticos e alinhados s legislaes vigentes.

| 8 | Projeto Poltico Pedaggico das Medidas Socioeducativas no DF Meio Aberto

Carta aos socioeducadores e socioeducadoras

Os resultados advindos dos diagnsticos presentes nos Projetos Polticos Pedaggicos, que foi objeto de discusso pela comunidade socioeducativa nas oficinas, retornam na forma desta publicao nas mos de vocs, para continuarem as reflexes. Eles mostram as difi-culdades encontradas e os avanos significativos desta gesto. Tam-bm projetam que os socioeducadores e socioeducadoras podem fa-zer mais e as Unidades de Medidas Socioeducativas do Distrito Federal podem se destacar em nvel nacional pelo trabalho diferenciado. Esta a nossa convico inabalvel. Ainda temos um longo caminho a ser trilhado, mas quando se caminha junto se torna mais leve alcanar o que se almeja: adolescentes com proteo integral.

A elaborao desses Projetos Polticos Pedaggicos e sua execu-o , com certeza, um passo decisivo para garantir o sucesso do cum-primento da medida pelo socioeducando(a). Para esta tarefa, temos certeza de contar com o compromisso de todos os socioeducadores e socioeducadoras que, no cotidiano da Unidade, acompanhando cada adolescente, incansavelmente, continuam construindo cidadania.

Agradecemos a todos e todas que ajudaram a construir esses Projetos Polticos Pedaggicos, que no so somente projetos de cada Unidade de Atendimento Socioeducativo, mas se integram como pro-posta do governo do Distrito Federal.

Secretria de Estado da Criana do Distrito FederalRejane Pitanga

Subsecretria do Sistema Socioeducativo Ludmila de vila Pacheco

Apresentao

Apresentao

| 9 |Projeto Poltico Pedaggico das Medidas Socioeducativas no DF Meio Aberto

Apresentao

Apresentao

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Considerando que infncia e adolescncia tm de estar sempre na linha de frente, que no podem mais permanecer sobrevivendo ao descaso e ao desprezo, que o direito vida no meramente direito sobrevivncia, que crianas e adolescentes do Distrito Federal preci-sam viver para que a capital da Repblica seja o modelo humanstico, e no apenas urbanstico, da nacionalidade brasileira, o governo do Distrito Federal, gesto 2011-2014, por meio da Secretaria de Estado da Criana do DF, vem implementando aes para reverter o quadro negativo ora encontrado em relao s medidas socioeducativas, fruto de anos de descaso.

Buscando atender ao objetivo proposto pela Secretaria de Esta-do da Criana do DF, implantar polticas pblicas voltadas promoo dos direitos infanto-juvenis, garantindo os cuidados essenciais nes-ta etapa da vida, vrias aes esto sendo desenvolvidas, tais como: construo de novas unidades de atendimento socioeducativo de in-ternao e semiliberdade; adequao fsica das unidades existentes de internao, semiliberdade e meio aberto; concurso pblico; curso de formao continuada para os servidores do sistema socioeducativo; criao do Ncleo de Atendimento Integrado (NAI); formao e forta-lecimento da rede de proteo com as diversas secretarias do Distrito Federal; e outras. Dentre essas aes, se encontra a organizao dos projetos pedaggicos das medidas socioeducativas do Distrito Federal.

Apresentao

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Assim, numa proposta democrtica, com a participao da co-munidade socioeducativa foram construdos trs projetos, a saber:

(i) Projeto poltico pedaggico das medidas socioeducativas em meio aberto do DF;

(ii) Projeto poltico pedaggico da medida socioeducativa de semili-berdade do DF; e

(iii) Projeto poltico pedaggico da medida socioeducativa de interna-o do DF.

Este primeiro volume, o projeto poltico pedaggico das medi-das socioeducativas em meio aberto do DF, o resultado do esforo coletivo realizado pelos servidores que atuam nas unidades de me-didas socioeducativas em meio aberto. A questo principal que nos impeliu a empreender esse trabalho foi acreditar que mudar difcil, mas no impossvel. A partir dessa convico iniciamos os dilogos para programar a ao poltico-pedaggica das medidas socioeduca-tivas em meio aberto.

O formato escolhido para a construo do projeto pedaggico das medidas socioeducativas em meio aberto foi partir da anlise de situaes reais do atendimento socioeducativo, por meio de encon-tros com os servidores. Com base nas oficinas de estudo de caso foi possvel tratar de temas que suscitam a reflexo sobre a realidade da execuo das medidas, interligando aspectos cotidianos e metodol-gicos do trabalho.

Os encontros contaram com a participao de sessenta e nove servidores das Unidades em Meio Aberto. No primeiro dia das ofici-nas, o grupo foi dividido em duas turmas. A discusso inicial, com a abordagem do caso de um adolescente em cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida, propiciou a verificao dos problemas e das prticas bem sucedidas existentes no atendimento, das dificuldades na articulao com outros rgos e poderes estatais e das relaes entre a prtica socioeducativa e a sociedade. Foi possvel

Apresentao

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tambm elencar os eixos centrais do trabalho nas Unidades executoras das medidas em meio aberto.

Na segunda parte das oficinas, foram organizados subgrupos com at cinco servidores para discusso e elaborao de sugestes de organizao do trabalho socioeducativo, a partir de trs temas centrais e vrios subtemas. Esse trabalho abriu as possibilidades para a construo da minuta do documento que deu origem ao Proje-to Poltico Pedaggico das medidas socioeducativas em meio aberto do Distrito Federal.

O objetivo dessa metodologia de construo do projeto de orga-nizao pedaggica das medidas foi favorecer a participao dos ser-vidores na formulao do modelo de atendimento e manter estreita ligao entre os interesses do Estado e as expectativas dos operadores que atuam nas Unidades de Atendimento do Sistema Socioeducativo.

com uma resposta afirmativa e adequada que o Sistema Socio-educativo do DF emerge no debate sobre a questo da delinquncia juvenil e as polticas de proteo ao adolescente. O desafio seguinte instituir este projeto no cotidiano do trabalho nas Unidades como referncia para a organizao da ao pedaggica das medidas socio-educativas em meio aberto, porque ele expressa a intencionalidade poltica pedaggica de um projeto de socioeducao e de sociedade.

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Sumrio

1. INTRODUO ....................................................................................................... 17

2. MARCOS LEGAIS ................................................................................................. 23

3. DIAGNSTICO DAS MEDIDAS EM MEIO ABERTO NO DF ................. 27

4. BASES PEDAGGICAS ....................................................................................... 31

5. AO SOCIOEDUCATIVA eixos norteadores do trabalho socioeducativo. ................................................................................ 39

5.1. Acompanhamento familiar ......................................................................... 41

5.2. Medidas Protetivas ........................................................................................ 43

5.3. Integrao das Polticas Pblicas............................................................. 44

5.4. Articulao interna e relao com os outros poderes do Estado ................................................................................... 45

5.5. Escolarizao .................................................................................................... 46

5.6. Insero no Mercado de Trabalho e Profissionalizao ................ 47

5.7. Atendimento Individual, em Grupo e Familiar .................................. 48

5.8. O Plano Individual de Atendimento ....................................................... 49

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Sumrio

5.9. Instituio conveniada para Prestao de Servio Comunidade ........................................................................................................... 52

5.10. Orientador Socioeducativo ...................................................................... 52

6. PROPOSTAS DE ATIVIDADES / AES ...................................................... 55

7. PREVISO DE RECURSOS ............................................................................... 63

7.1. Estrutura Fsica das Unidades .................................................................. 65

7.2. Equipe de servidores das Unidades ....................................................... 65

8. ACOMPANHAMENTO E AVALIAO .......................................................... 67

9. PRXIMOS PASSOS ............................................................................................ 71

10. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................. 75

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 81

PARTICIPANTES DAS OFICINAS DE CONSTRUO DO PROJETO PEDAGGICO .................................................. 83

Introduo

Introduo

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1. Introduo

Tratar de medidas socioeducativas implica necessariamente em discutir poltica, principalmente no sentido de poltica como interes-se e ao, da e na polis, ou seja, ela envolve e acontece nos mbitos pblicos e privados, na esfera do Estado e da sociedade. No entanto, conforme o Guia Terico e Prtico de Medidas Socioeducativas (ILA-NUD 2004, p.11)

(...) a poltica relativa s medidas socioeducativas tem um componente ainda mais especfico, pois, corresponde ao conjunto de aes realizadas no mbito do poder pbli-co a partir da ocorrncia de um acontecimento delituoso que tem um adolescente como seu protagonista.

As medidas socioeducativas esto na esfera de discusso da vio-lncia em sentido amplo, e mais especificamente, da violncia juvenil, portanto, devem ser pensadas com toda a complexidade que tal fen-meno implica, longe de estigmatizaes e julgamentos precipitados.

Em primeiro lugar, necessrio reconhecer que as medidas so-cioeducativas, e, portanto seus programas e servios so limitados, no se estendendo para todos os adolescentes, nem tampouco por toda a fase da adolescncia daqueles que infringiram a lei. Destarte, a poltica socioeducativa apenas uma fatia dentre as demais aes po-lticas voltadas para a juventude. Sua importncia evidenciada pela sua finalidade e natureza, tambm limitadas e restritas.

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Introduo

As medidas socioeducativas so a resposta do Estado quando o autor de um ato infracional o adolescente. Elas devem ser en-tendidas e afirmadas como sano jurdica, e, portanto de responsa-bilizao do adolescente, procurando evitar a prtica de novos atos infracionais (ILANUD, 2004).

Como parte da poltica socioeducativa, as medidas socioeducati-vas ao mesmo tempo em que so uma resposta ao ato infracional co-metido por um adolescente, no se referem somente aos mecanismos de controle social que incidem diretamente sobre os jovens. As aes de cunho preventivo que podem diminuir a vulnerabilidade de muitos adolescentes ou a excluso social a que esto expostos so tambm par-te de qualquer medida socioeducativa. No Distrito Federal, a poltica de medidas socioeducativas tem sido marcada pela precariedade e pela violao de direitos, fruto de anos de descaso com esse segmento. Reor-denamentos institucionais frequentes impulsionados por mudanas no cenrio poltico, juntamente com a insuficincia e a m administrao de recursos pblicos, fragilizaram sobremaneira a execuo das medi-das socioeducativas no Distrito Federal, precarizando a infraestrutura, o atendimento e a gesto do Sistema Socioeducativo.

Diante da situao ora descrita, as medidas socioeducativas mui-tas vezes tinham que lidar com questes que surgiam devido falha de outras polticas, sem que, no entanto, tais polticas fossem devida-mente responsabilizadas. Esse cenrio resultava em escassa participa-o das polticas de proteo e preveno de riscos na vida de muitos adolescentes no DF, e tornava as medidas socioeducativas, principal-mente as em meio aberto, um dos bodes expiatrios do problema da violncia juvenil do DF. Assim, esse projeto nasce de uma retomada de compromisso com a poltica socioeducativa no DF e a abertura da dis-cusso sobre a efetivao da poltica de proteo para a adolescncia como parte imprescindvel desse processo.

A partir dessa concepo, fica claro que as medidas socioeduca-tivas, e seus respectivos programas de execuo, devem observar com

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Introduo

preciso os objetivos que pretende atingir, sempre na direo de pre-venir outros atos infracionais e minimizar a excluso e a estigmatiza-o da populao adolescente atendida. Para que tais objetivos sejam alcanados, torna-se indispensvel a implementao do Sistema de Garantia de Direitos. Esse sistema traduz na prtica, aquilo que re-comenda o artigo 86 do Estatuto da Criana e do Adolescente ECA: A poltica de atendimento dos direitos da criana e do adolescente far-se- atravs de um conjunto articulado de aes governamentais e no governamentais, da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. o que se procura demonstrar a partir da discusso de-talhada de cada medida socioeducativa, de distintas possibilidades de execuo, respeitando-se as competncias de cada ente poltico e as diretrizes legais da poltica de atendimento.

Este movimento de construo dos Projetos Polticos Pedag-gicos das medidas socioeducativas, iniciado com os servidores que atuam nas Unidades de medidas em meio aberto, visa promover a transformao necessria e desejada pelo coletivo do Sistema Socio-educativo. O Projeto Poltico Pedaggico ora apresentado o resulta-do de um planejamento dialgico, uma resistncia e alternativa a um projeto de medidas socioeducativas e de sociedade burocrtico, cen-tralizado e descendente. Como aponta Padilha (2002, p.75) o projeto pedaggico em sua dimenso poltico-pedaggica

Pressupe uma construo participativa que envolve ativamente os diversos segmentos. Ao desenvolv-lo, as pessoas ressignificam suas experincias, refletem suas prticas, resgatam, reafirmam e atualizam valores (...) demonstram seus saberes, do sentido aos seus proje-tos individuais e coletivos, reafirmam suas identidades, estabelecem novas relaes de convivncia e indicam um horizonte de novos caminhos, possibilidades e pro-postas de ao.

Nesse sentido, no h possibilidade de se atingir um documen-to poltico pedaggico sem a participao efetiva dos servidores. A

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Introduo

construo de novas metodologias e conhecimentos deve partir do saber dos profissionais que atuam no sistema e de suas prticas rea-lizadas no cotidiano do atendimento socioeducativo. Por isso, o pro-cesso de organizao e transformao do sistema deve acontecer de forma participativa, levando em considerao as contribuies dos gestores e servidores que executam a medidas nas Unidades do Sis-tema Socioeducativo.

Marcos legais

Marcos legais

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2. Marcos legais

As normas relativas aos direitos humanos, em especial os de titularidade de adolescentes aos quais se atribui a autoria de ato in-fracional, so de grande importncia para o processo de alinhamento conceitual da proposta de organizao das medidas em meio aberto no DF. Conhecer o regramento jurisdicional fundamental para a pr-pria compreenso do alcance da medida e de sua aplicabilidade.

O Sistema Socioeducativo do Distrito federal se orienta pelas normativas nacionais Constituio Federal, Estatuto da Criana e do Adolescente e a Lei 12594/2012, SINASE (CONANDA, 2006) e interna-cionais das quais o Brasil signatrio Conveno da ONU sobre os Di-reitos da Criana e do Adolescente, Sistema Global e Sistema Interame-ricano dos Direitos Humanos: Regras Mnimas das Naes Unidas para a Administrao da Justia Juvenil Regras de Beijing Regras Mnimas das Naes Unidas para a Proteo dos Jovens Privados de Liberdade.

Aos princpios especficos dessa proposta pedaggica se somam queles integrantes e orientadores do Sistema de Proteo dos Direi-tos da Criana e do Adolescente constantes no SINASE. A seguir, lista-mos os princpios que norteiam a aplicao e execuo das medidas e que so tambm a base legal desse projeto:

a) Respeito aos direitos humanos.b) Responsabilidade solidria da famlia, sociedade e Estado pela

promoo e defesa dos direitos de crianas e adolescente - artigos 277 da Constituio Federal e 4 do ECA.

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Marcos legais

c) Adolescente como pessoa em situao peculiar de desenvolvimen-to, sujeito de direitos e responsabilidades - artigos 227, 3, inciso V, da CF; e 3, 6 e 15 do ECA.

d) Prioridade absoluta para a criana e o adolescente - artigos 227 da CF e 4 do Eca.

e) Legalidade.f) Respeito ao devido processo legal - artigos 227, 3, inciso IV da

CF, 40 da Conveno das Naes Unidas sobre os Direitos da Crian-a e 108, 110,111 do ECA e nos tratados internacionais.

g) Excepcionalidade, brevidade e respeito condio peculiar de pessoa em desenvolvimento.

h) Incolumidade, integridade fsica e segurana (artigos 124 e 125 do ECA).

i) Respeito capacidade do adolescente de cumprir a medida; gra-vidade da infrao e s necessidades pedaggicas do adolescente na escolha da medida, com preferncia pelas que visem ao fortale-cimento dos vnculos familiares e comunitrios artigos 100, 112, 1, e 112, 3, do ECA.

j) Incompletude institucional, caracterizada pela utilizao do mxi-mo possvel de servios na comunidade, responsabilizando as pol-ticas setoriais no atendimento aos adolescentes artigo 86 do ECA.

k) Garantia de atendimento especializado para adolescentes com de-ficincia artigo 227, pargrafo nico, inciso II, da CF.

l) Descentralizao poltico administrativa mediante a criao e a manuteno de programas especficos artigos 204, inciso I, da CF e 88, inciso II, do ECA.

m) Gesto democrtica e participativa na formulao das polticas e no controle das aes em todos os nveis.

n) Co-responsabilidade no financiamento do atendimento s medi-das socioeducativas.

o) Mobilizao da opinio pblica no sentido da indispensvel parti-cipao dos diversos segmentos da sociedade.

Diagnstico das

medidas em

meio aberto

no DF

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Marcos legais

Diagnstico das

medidas em

meio aberto

no DF

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3. Diagnstico das medidas em meio aberto no DF

As medidas em meio aberto do DF, em maio de 2012, tinham aproximadamente 4.000 adolescentes vinculados nas Unidades, entre aqueles que cumpriam medida de Liberdade Assistida e Prestao de Servios Comunidade. A estrutura para o acompanhamento dos ado-lescentes contava com 14 Unidades distribudas em algumas das Regi-es Administrativas do Distrito Federal, a saber: Braslia, Sobradinho, Planaltina, So Sebastio, Parano, Ncleo Bandeirante, Guar, Gama, Taguatinga, Brazlndia, Ceilndia, Samambaia, Recanto das Emas e Santa Maria.

Dessas unidades, dez funcionavam em espaos fsicos cedidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferncia de Renda SEDEST e apenas quatro estavam em bases fsicas cedidas diretamente ao Sistema Socioeducativo, pelas Administraes Regio-nais. Algumas funcionam em espaos fsicos possuam infraestrutura precria. As salas eram pequenas em relao composio das equi-pes e no existiam salas exclusivas para atendimento individual, invia-bilizando a privacidade e sigilo necessrios ao atendimento dos ado-lescentes. Diante desse quadro, a SECriana est investindo na locao de imveis e construo de novas Unidades de Meio Aberto.

Destaca-se, ainda, nas Unidades uma srie de dificuldades no que diz respeito ao gerenciamento de seus processos. No existe uma

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Diagnstico das medidas em meio aberto no DF

definio clara dos fluxos de trabalho e dos procedimentos. As Uni-dades funcionam de acordo com suas demandas especficas, sem dia-logar umas com as outras, o que incide diferenas metodolgicas no atendimento socioeducativo desenvolvido. Buscando reverter essa situao, a Secretaria publicou a Portaria n 385, de 10 de dezembro de 2012, que institui Grupo de Trabalho com a finalidade de realizar a construo do fluxo de aes das medidas em Meio Aberto.

Bases

pedaggicas

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Marcos legais

Bases

pedaggicas

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4. Bases pedaggicas

A infrao juvenil tem sido abordada sob enfoques diversos vi-sando sua compreenso e enfrentamento. Trata-se de um fenmeno cuja natureza multifatorial impede a adoo de modelos explicativos e propostas de interveno de cunho reducionista, linear e determi-nista. Tais modelos, por pressuporem relaes causais diretas entre as variveis de um fenmeno, no do conta da multiplicidade de formas atravs das quais o mesmo encontra expresso. As diferentes trajet-rias de envolvimento e no-envolvimento de adolescentes com o ato infracional revelam a complexa combinao de fatores que os predis-pem ao risco, e tambm, daqueles que podem proteg-los (COSTA; ASSIS, 2006).

Antes de tudo preciso entender o momento desses sujeitos, pois em nosso contexto histrico e social, a adolescncia se caracteriza como uma fase do desenvolvimento humano permeada por conflitos. o perodo em que o individuo est saindo da condio de protegido para a de autnomo, o que pode oportunizar sentimentos marcados pela insegurana do mundo que se descortina e pela necessidade de afirmao da condio de ser social e individual. Aliadas a isso, as mu-danas biolgicas tambm esto em curso, potencializando as caracte-rsticas psicolgicas culturalmente construdas. Alm disso, de forma geral, os adultos tambm apresentam incertezas e dificuldades em li-dar com as situaes postas a cada dia pelo adolescente.

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Bases pedaggicas

No que se refere especificamente aos adolescentes autores de ato infracional, levantamentos realizados no Brasil mostram que as condi-es de aplicao das medidas socioeducativas tm sido inadequadas promoo do desenvolvimento destes (BRASIL, 2010). O que se constata que o enfoque socioeducativo no se sobreps ao correcional-repres-sivo e assistencialista, mas que estes coexistem e justapem-se, tornan-do difcil o alcance de resultados positivos esperados da aplicao das medidas: o atendimento ainda caracteriza-se fortemente pelo enfoque da punio e pelas concepes patologizantes acerca da adolescncia e do ato infracional. Apesar da legislao, no processo de execuo das medidas socioeducativas, portanto, a situao do adolescente enquanto sujeito em desenvolvimento muitas vezes ignorada.

A intensa transformao corporal, emocional, cultural e intelec-tual vivida por um adolescente exige um condutor que, conhecendo as possibilidades, seja capaz de optar conscientemente e responder por estas opes. Esse condutor s pode ser o prprio adolescente. O dever dos socioeducadores1 colaborar para que o adolescente seja capaz de conquistar sua autonomia. Faz-se necessrio, ento, criar condies para que isso acontea durante o cumprimento das medi-das socioeducativas.

Os programas das medidas socioeducativas precisam propiciar ao adolescente a possibilidade dele desenvolver conhecimentos para explicar o seu mundo e para expandi-lo. Seu universo precisa ser co-nhecido e vivido sem que isso se torne um processo doloroso ou que exija enorme sacrifcio, de tal forma que as escolhas sejam produto de uma bem desenvolvida capacidade de discernimento. A apropriao de suas escolhas ou a posse do poder modificador de seu mundo marca o incio da sua responsabilidade sobre elas mesmas.

Assim, o desafio colocado para quem trabalha com medidas so-cioeducativas de construir novos paradigmas de como socioedu-

1 Esse termo ser usado para todos os operadores do sistema que trabalham diretamente no atendimento ao (a) adolescente em cumprimento de medida socioeducativa.

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Bases pedaggicas

car nesses tempos de modernidade lquida (BAUMAN, 2003), ou de desmodernizao (TOURAINE, 1998), quando nada parece concreto nas relaes humanas, nos valores, na tecnologia e no saber.

O dilema do como socioeducar esbarra em problemas cotidia-nos e profundos do processo educativo, como a falta de interesse dos adolescentes para aprender por meio dos mecanismos tradicionais de ensino apresentados pela sociedade. Esse, na verdade, no um tema novo para a educao, Paulo Freire (1993) analisou minuciosamente essa questo

O problema que se pe queles que, mesmo em diferen-tes nveis, se comprometem com o processo de libertao, enquanto educadores, dentro do sistema escolar ou fora dele, de qualquer maneira dentro da sociedade (estrate-gicamente fora do sistema escolar; taticamente dentro dele), saber o que fazer, como, quando, com quem, para que, contra que e em favor de que.

Assumir a proposta de promoo em oposio punio como base das medidas socioeducativas, exige a busca de outros re-ferenciais. O modelo correcional e assistencialista no garante uma socializao que permita uma vida mais digna e humanizada aos ado-lescentes. O sentido de reforma moral necessita ser substitudo pelo ideal de responsabilizao, autonomia, solidariedade, investimento nas potencialidades dos adolescentes e transformao das condies que afetam negativamente suas vidas.

As medidas socioeducativas podem ter importncia crucial na transformao da vida dos adolescentes em conflito com a lei e de suas famlias. O cumprimento de uma medida socioeducativa pode ser traumtico para o adolescente e reforar sua permanncia nas prti-cas delituosas, ou pode contribuir para que ele busque outras formas de sociabilidade. O que pode diferenciar as propostas o projeto pe-daggico institudo por cada sistema. A concepo pedaggica define as atitudes que os profissionais tero na atuao juntos aos/com ado-

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Bases pedaggicas

lescentes: que tipo de homem esperam formar? Que ajuda se lhes do, para ultrapassarem as mistificaes interessadas, nas quais tantas for-as contribuem para os manter?

fundamental observar que o projeto um momento em que essas decises so tomadas. o filtro por onde devem passar todos os elementos pedaggicos admitidos criticamente. Assim, para pla-nejar o trabalho socioeducativo torna-se necessrio ter presentes to-dos os princpios pedaggicos a serem operacionalizados, de tal for-ma que sejam dimensionados para que se efetivem na realidade das Unidades de medidas em meio aberto. O SINASE (CONANDA, 2006, p. 46) aponta qual deve ser o parmetro pedaggico para o trabalho socioeducativo:

O adolescente deve ser alvo de um conjunto de aes so-cioeducativas que contribua na sua formao, de modo que venha a ser cidado autnomo e solidrio, capaz de se relacionar melhor consigo mesmo, com os outros e com tudo que integra a sua circunstncia e sem reinci-dir na prtica de atos infracionais. Ele deve desenvolver a capacidade de tomar decises fundamentadas, com critrios para avaliar situaes relacionadas ao interesse prprio e ao bem-comum, aprendendo com a experincia acumulada individual e social, potencializando sua com-petncia pessoal, relacional, cognitiva e produtiva.

Fica evidente pelo trecho da resoluo que a autonomia, a soli-dariedade e a responsabilidade so princpios que devem ser perse-guidos pelo sistema socioeducativo. Alm desses, o trabalho nas Uni-dades em meio aberto seguir tambm os seguintes princpios2.

a) As medidas socioeducativas so instncias mediadoras da promo-o cultural dos socioeducandos.

2 Esses princpios devem ser aprovados pelos servidores que atuam nas unidades em meio aberto.

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Bases pedaggicas

A socioeducao, na dinmica das relaes sociais, deve exercer um papel de propiciar ao adolescente a compreenso crtica das ques-tes culturais de organizao da sociedade. As Unidades que executam as medidas so instituies mediadoras de uma concepo de mundo. Devem, por isso, servir ao processo de transformao social. Todavia, precisam atuar em consonncia com um efetivo entendimento da di-nmica social. Isso significa compreender as possibilidades e limites da prtica socioeducativa dentro de uma sociedade, vivendo perma-nentemente a contradio que possibilite o movimento.

b) A relao socioeducador socioeducando como meio necessrio da promoo cultural do socioeducando.

Entende-se que o socioeducador deve ser o elemento mediador da cultura elaborada em relao aos socioeducandos, de tal forma que estes deem um salto da interpretao cotidiana para a compreenso elaborada da realidade. A relao socioeducador-socioeducando de-ver ser de respeito. A autoridade institucional do socioeducador no dever, de forma alguma, transformar-se em autoritarismo.

c) A medida socioeducativa deve contribuir para a construo da auto-nomia do socioeducando.

A compreenso dos elementos culturais da sociedade leva os adolescentes a adquirirem um modo prprio e original de entender o mundo e a realidade, assim como a uma forma mais crtica de agir sobre ela. Durante o acompanhamento socioeducativo, preciso in-centivar e criar uma estrutura adequada para que os adolescentes possam resolver seus conflitos argumentativamente, sem violncia. atravs do desenvolvimento da autonomia que o adolescente assume a responsabilidade pelas decises que envolvem seu projeto pessoal (SOUZA; VASCONCELOS, 2003).

d) O perodo de execuo da medida deve constituir um momento para estruturao do projeto de vida do adolescente.

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Bases pedaggicas

A ausncia de um projeto de vida pessoal relaciona-se vulne-rabilidade dos adolescentes diante do mundo. Fomentar a construo de projetos de vida possibilita maior conhecimento da realidade, dos prprios limites e potencialidades, atrelados ao desejo pessoal. Faz-se necessrio investir no tempo e aspirar felicidade, mesmo diante de perdas sucessivas e histrias marcadas por eventos negativos.

Ao

socioeducativaEixos norteadores do

trabalho socioeducativo

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Marcos legais

Ao

socioeducativaEixos norteadores do

trabalho socioeducativo

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5. Ao socioeducativa eixos norteadores do trabalho socioeducativo

O acompanhamento socioeducativo deve ser realizado numa perspectiva multi e interdisciplinar, com envolvimento da famlia, das polticas setoriais e da sociedade. A abordagem socioeducativa orientada por diversas reas do conhecimento, baseadas nas cincias sociais e humanas. Ressalta-se, ainda, que para garantir o atendimen-to aos direitos dos adolescentes e das suas famlias o Sistema Socioe-ducativo estabelecer articulao direta com as outras Secretarias do GDF, com o Governo Federal, com os outros poderes do Estado e com os servios da comunidade.

5.1. Acompanhamento familiarA famlia desempenha um papel fundamental no desenvolvi-

mento do sujeito, principalmente daqueles que esto em um perodo peculiar de desenvolvimento como as crianas e os adolescentes. Por essa razo, a famlia referncia em diversos dispositivos da normati-va nacional e internacional acerca da criana e do adolescente.

No Estatuto da Criana e do Adolescente a aluso famlia aparece j nas disposies preliminares, haja vista o art. 4 133 (BRASIL, 1990):

dever da famlia, da comunidade, da sociedade em ge-ral e do Poder Pblico assegurar, com absoluta priorida-de, a efetivao dos direitos referentes vida, sade,

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Ao socioeducativa

alimentao, ao esporte, ao lazer; profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convi-vncia familiar e comunitria.

Dessa forma, a famlia comea com um dever, que se no cum-prido poder gerar prejuzos no s para as crianas e adolescentes, mas para a prpria sociedade. Paralelamente ao dever da famlia de garantir os direitos das crianas e dos adolescentes, h ainda o dever do Estado e da sociedade em geral de garantir a estes sujeitos o direito convivncia familiar.

Isso significa que as famlias, quando necessrio, devem contar com o auxlio de outras esferas institucionais para ter condies de propiciar aos seus filhos espaos de convivncia cidad e um desen-volvimento saudvel. Esse auxlio deve ser oferecido por meio de po-lticas pblicas sociais alm da participao ativa da sociedade civil organizada no desenvolvimento de suas aes. No h dvidas, assim, que na garantia dos direitos desses sujeitos os diversos atores fam-lia, poder pblico, comunidade e sociedade civil organizada devem atuar em parceria, na busca do mesmo objetivo, qual seja, o bem-estar das crianas e adolescentes.

No que tange medida socioeducativa de liberdade assistida, o envolvimento dos familiares no processo socioeducativo fundamen-tal para que se alcance o objetivo de insero social do adolescente. Ressalta-se que o termo familiares compreendido como todos aqueles que com quem o adolescente tem maior proximidade e com quem de fato convive. Por isso, o contexto familiar, as circunstncias sociais e econmicas e os modos de sociabilidade do jovem so fatores a serem trabalhados durante a execuo da medida, de modo a po-tencializar os aspectos positivos, superar dificuldades e fortalecer a participao cidad.

Isso porque, geralmente, mesmo depois de cumprida a medi-da judicial, a famlia quem vai continuar a acompanhar o desen-volvimento do adolescente, mesmo que ele se emancipe e faa parte

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Ao socioeducativa

de um novo ncleo familiar, no caso de viver uma unio estvel, por exemplo. Assim, em qualquer atendimento socioeducativo, deve-se partir da premissa que o vnculo afetivo e a referncia familiar so fundamentais para a construo da integridade fsica, psquica e mo-ral do adolescente.

A famlia deve ser encarada como verdadeira parceira no pro-cesso socioeducativo e elemento fundamental para o sucesso da expe-rincia. Atendimentos que tratem o grupo familiar como fator subsidi-rio na execuo da medida e fonte de problemas para o adolescente, ressaltando somente os aspectos negativos, certamente no constro-em bons resultados. O programa e o socioeducador devem respeitar as peculiaridades da famlia, suas crenas e valores, evitando preconcei-tos e reconhecendo nesta as possibilidades de direcionamento futuro da vida do adolescente.

Por fim, importante que o trabalho com a famlia considere as mudanas na forma de organizao, gesto e estrutura das famlias. A ideia de famlia tradicional est em extino em razo da diversidade de arranjos familiares existentes na atualidade. A considerao desses aspectos fundamental para que o acompanhamento familiar no seja pautado por abordagens moralizantes e reprodutoras de estigmas.

5.2. Medidas ProtetivasAs medidas protetivas e socioeducativas, apesar de serem inde-

pendentes entre si, tm pontos em comum que precisam ser conside-rados para uma orientao eficaz do indivduo frente sua realidade. Se a situao de vulnerabilidade estiver ligada ao envolvimento do adolescente com o ato infracional e no for considerada, h maiores chances dele ou dela voltar a infracionar. O objetivo promov-las e concili-las, para que o adolescente em vista de suas necessidades e interesses seja orientado e encontre meios de efetivar aquilo que lhe transmitido no acompanhamento socioeducativo.

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Ao socioeducativa

Enquanto o adolescente estiver inserido na medida socioeduca-tiva e na medida protetiva no se pode obstar sua frequncia a cur-sos profissionalizantes, escola e a sua participao em atividades recreativas, laborativas e esportivas. Isso possibilitar a sua incluso social, de forma a dar condies de o socioeducando exercer respon-savelmente suas atividades cotidianas (trabalho, estudos, prtica de esportes, frequncia a cursos, entre outras).

Cabe destacar que a cumulao das medidas protetiva e socioe-ducativa no impede que uma seja encerrada e a outra continue, visto que elas so independentes entre si.

5.3. Integrao das Polticas PblicasTendo a proteo integral como paradigma, o ECA assegura s

crianas e aos adolescentes todos os direitos necessrios para garan-tir a integridade fsica, psicolgica e moral, as condies bsicas de sobrevivncia e o desenvolvimento pessoal e social. Dessa forma, uma poltica de ateno integral criana e ao adolescente, para ser eficaz, deve promover articulaes entre os diversos servios setoriais, sen-do, portanto, o trabalho em rede uma estratgia fundamental.

Assim, o princpio da incompletude institucional, apresentado no SINASE, busca construir um modelo no qual a dinmica institu-cional e as relaes com os indivduos que esto no cumprimento de medidas socioeducativas no fiquem a cargo apenas de um grupo de pessoas ou de uma poltica setorial. Essa uma responsabilidade dos vrios grupos e setores, a fim de que o processo socioeducativo possa ser permeado pela diversidade social, com seus mltiplos olhares e especialidades, circunstncia que, por si s, inibe a ocorrncia de um processo educativo impositivo e autoritrio, que busca domar e no educar os indivduos.

As medidas socioeducativas no se constituem, portanto, como uma poltica de carter setorial, vinculada exclusivamente a uma rea

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Ao socioeducativa

definida das polticas sociais, possuindo interfaces com diferentes sis-temas e polticas e exigindo atuao diferenciada, que coadune res-ponsabilizao do adolescente e satisfao de seus direitos.

Os programas socioeducativos devem ser articulados aos de-mais servios e programas pblicos voltados ao atendimento dos di-reitos dos adolescentes, tais como: sade, defesa jurdica, trabalho, profissionalizao, escolarizao, esporte, lazer, cultura, etc.

Cabe ressaltar que outros recursos comunitrios tambm po-dem ser mobilizados de forma a integrar a rede, sejam esses de carter assistencial ou empresarial, buscando estabelecer parcerias para exe-cuo de programas de auxlio, preveno e orientao para os adoles-centes e suas famlias.

Trabalhar em rede um aprendizado constante, pois ao se com-plementarem, os pares ensinam e aprendem entre eles. tambm um desafio, na medida em que as especificidades setoriais e institucionais devem dar lugar ao ganho coletivo, sem perda da identidade de cada componente da rede.

5.4. Articulao interna e relao com os outros poderes do Estado

Na organizao interna do Sistema Socioeducativo deve haver a integrao entre as medidas em meio aberto e meio restritivo e pri-vativo de liberdade. Muitos adolescentes que cumprem uma medida privativa de liberdade, como a internao, progridem para uma me-dida em meio aberto, que na maioria das vezes a liberdade assisti-da. Dessa forma, visando continuidade do trabalho socioeducativo, essencial a participao ativa da coordenao que integra as medidas socioeducativas no processo de comunicao e trabalho conjunto en-tre as medidas e Unidades do Sistema Socioeducativo.

Nessa perspectiva, o sistema de justia tambm deve estar em consonncia com a execuo das medidas socioeducativas. Para tal,

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Ao socioeducativa

necessrio articulaes institucionais que estabeleam fluxos claros de comunicao, de forma a dar celeridade nos processos judiciais dos socioeducandos.

5.5. EscolarizaoQuando inseridos na medida socioeducativa, todos os adoles-

centes devem ser orientados e sensibilizados quanto importncia do ensino formal e matriculados em estabelecimento oficial de ensino. O socioeducador, que mantm contato constante com a famlia, realiza vi-sitas s escolas, supervisiona a freqncia e o aproveitamento escolar, indica possveis atividades de lazer, responsabilizando-se pelos devidos encaminhamentos do socioeducando aos servios pblicos disponveis, sempre buscando o envolvimento de organizaes da comunidade.

No entanto, preciso, em primeiro lugar, estar atento ao con-texto em que populao jovem brasileira e do DF passa em relao educao bsica, pois, os operadores do Sistema Socioeducativo facil-mente observam as srias dificuldades no que diz respeito ao cumpri-mento das metas de escolarizao. Muitos dos adolescentes esto fora do sistema formal de ensino e um grande nmero daqueles que esto matriculados no esto efetivamente frequentando o ncleo escolar.

O sistema de educao acaba por refletir as desigualdades so-cioeconmicas regionais e a falta de polticas pblicas em educao. O elevado nmero de adolescentes fora do sistema de ensino, acresci-do do processo de atraso escolar provocado pelos elevados ndices de evaso e repetncia, acabam por provocar tambm altssimas taxas de defasagem idade/srie.

Diante dessa realidade, necessrio que se pense em estratgias de escolarizao especficas para os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, principalmente de liberda-de assistida, que possuem defasagem na relao de idade-srie, o que geralmente lhes inibe a frequncia na escola formal.

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Ao socioeducativa

5.6. Insero no Mercado de Trabalho e Profissionalizao

A insero do adolescente em cursos profissionalizantes e no mercado de trabalho formal um dos aspectos fundamentais no cumprimento de medidas em meio aberto. Para tanto, h que se ob-servar a Carta Magna de 1988 (alterada pela Emenda Constitucional n 20 de 1998), que veda o trabalho profissional para adolescentes com idade inferior aos 16 anos, ressalvando-se os casos em que o adolescente assume um contrato empregatcio como aprendiz. Os ar-tigos 60 a 69 do ECA especificam com maiores detalhes as condies mnimas necessrias para que o jovem possa trabalhar e ingressar no mercado de trabalho.

No Brasil e no DF, apresenta-se como um grande desafio a garan-tia de proteo no trabalho ao adolescente e a ampliao de seu acesso ao mercado de trabalho formal. Isto porque, em sua grande maioria, os jovens acabam entrando no mercado informal, em que geralmente as garantias e os direitos trabalhistas ficam prejudicados.

A oportunidade de superao do estigma que, em geral, exis-te por parte da comunidade em relao a estes adolescentes uma questo relevante. Assim, comum observar que muitos adolescen-tes geralmente passam a ser respeitados pela associao com algum tipo de trabalho.

No entanto, a insero no mercado de trabalho no deve implicar desconsiderao da prpria ideia de sujeito em desenvolvimento que justifica a aplicao a esses adolescentes de uma medida de carter socioeducativo. Ou seja, a exigncia do trabalho no pode colidir com o direito educao e qualificao para a cidadania, fundamentais melhoria das condies de vida que, em sua grande maioria, marca-ram a trajetria familiar do adolescente em cumprimento de medida socioeducativa (ZALUAR, 1994).

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Ao socioeducativa

Para realizar a incluso dos adolescentes no emprego formal, a proatividade e a articulao com os rgos governamentais e no governamentais ligados questo do trabalho so imprescindveis. Nessa tarefa, a Secretaria de Estado de Trabalho a parceira princi-pal, pois cabe a este rgo efetivar a poltica de trabalho e emprego no Distrito Federal.

5.7. Atendimento Individual, em Grupo e Familiar

Diversas so as metodologias e tcnicas para o atendimento in-dividual, grupal e familiar. No existe um padro definido ou alguma regulamentao no mbito nacional ou distrital referente ao assunto. Porm, tal atendimento deve sempre buscar o estreitamento das rela-es entre o socioeducador e socioeducando para a formao de um vnculo forte, que proporcionar ao socioeducador uma abordagem mais profunda das questes relacionadas vida deste jovem.

Segundo Ilanud (2004), o atendimento individual deve abranger entrevistas e dilogos para que seja possvel identificar sentimentos, apreenses, dificuldades, medos e desejos, que com maior dificulda-de, se apresentariam em outros tipos de abordagem como uma ativi-dade em grupo. Deve-se tambm compreender espaos de trocas de experincias, de socializao e apoio, buscando-se contribuir para que os adolescentes possam viver momentos que estimulem sentimentos como solidariedade e pertena. O socioeducador, todavia, deve enten-der que o processo no linear, e que os conflitos precisam ser com-preendidos, para que se possam traar estratgias de educao dentro das capacidades do socioeducando.

Os atendimentos familiares complementam a atividade de orientao do adolescente e devem ser realizados tanto na prpria Unidade executora do programa em meio aberto quanto em visitas do-miciliares. Este trabalho objetiva o empoderamento das famlias para

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Ao socioeducativa

melhor enfrentarem os problemas que podem ter levado seus filhos a se envolver em uma trajetria infracional. Assim, os atendimentos tm a finalidade de desenvolver aptides e competncias familiares para uma melhor anlise de situaes crticas em relao a seus filhos.

O socioeducador deve oferecer apoio emocional e aconselha-mento, informao e orientao, encaminhamento a servios bsicos e complementares e apoio psicossocial. As medidas protetivas pre-vistas no artigo 101 do ECA, realizadas pelo Poder Pblico Executivo (Conselhos Tutelares, CRAS, CREAS, etc.), esto entre as aes que o socioeducador e os programas de medidas em meio aberto devem articular para que sejam oferecidas, caso haja a necessidade, fam-lia do socioeducando.

No acompanhamento ao socioeducando a equipe precisa co-nhecer a realidade da sua comunidade, com a possiblidade de fazer orientao no prprio ambiente em que o adolescente vive, buscando--se criar espaos educativos para tal. Conhecer a regio onde a famlia reside propicia, ainda, a busca pelo envolvimento e apoio da comuni-dade, que representa uma rede de ajuda que transcende, inclusive, o perodo de cumprimento da medida socioeducativa.

Tambm relevante que sejam coletadas informaes para construir um banco de dados que viabilize diagnosticar o perfil destes jovens e formular propostas e mudanas no prprio programa ou nas polticas pblicas regionais de atendimento.

5.8. O Plano Individual de AtendimentoA elaborao do Plano Individual de Atendimento (PIA) ocorre

com a participao do socioeducando, de sua famlia e da equipe de referncia do adolescente, respeitando seus interesses, expectativas e aptides. Dessa forma, uma vez inserido no programa socioeducativo, o adolescente deve ser avaliado para a identificao de suas potencia-lidades, interesses e necessidades (ILANUD, 2004).

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Ao socioeducativa

O PIA consiste no estabelecimento de objetivos e metas a serem alcanados pelo adolescente e pelos executores do programa no curso da medida socioeducativa, ou seja, em um tempo determinado e deli-mitado. Segundo Ilanud (2004, p. 35),

Funciona tambm como um contrato de adeso atravs do qual o jovem se responsabiliza pelo cumprimento de suas obrigaes, sabendo desde logo as regras que de-ver cumprir. No mesmo sentido, vincula os executores de medidas a atuarem junto a outras instncias do poder pblico e mesmo entidades no-governamentais para o oferecimento dos servios que o caso concreto demanda.

Alm disso, o Plano Individual de Atendimento , por excelncia, o instrumento que possibilita uma avaliao objetiva sobre o cumpri-mento da medida, evitando-se arbitrariedades no momento de sua re-avaliao, exatamente por ser um instrumento de construo coletiva. Outrossim, o PIA permite ao profissional avaliar o seu desempenho como socioeducador, os resultados substantivos das intervenes e at a pertinncia do programa institudo pela Unidade.

O PIA, uma vez elaborado pelas equipes de atendimento, em conjunto com os adolescentes e seus familiares, estrategicamente importante para participao das famlias, que conhecendo os objeti-vos almejados, exercem papel fundamental para o sucesso das inter-venes socioeducativas.

Nas medidas em meio aberto, a colaborao dos familiares e res-ponsveis mostra-se como condio indispensvel para a efetivao do PIA, j que o cumprimento de horrios, datas de comparecimento aos atendimentos, frequncia escolar e em cursos profissionalizantes fazem parte da execuo e devem receber o apoio e o acompanhamen-to na famlia.

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Ao socioeducativa

PIA na Medida de Prestao de Servios Comunidade

A medida de Prestao de Servios Comunidade possui carac-tersticas prprias que a diferenciam das outras medidas socioeduca-tivas no que diz respeito s possibilidades de interveno direta da equipe de execuo. No entanto, entende-se que a equipe de execuo no deve privar-se de garantir ao adolescente e sua famlia o direito ao acesso a rede social de atendimento, buscando, inclusive, o apoio do orientador socioeducativo na execuo de encaminhamentos necess-rios ao sistema de garantia de direitos.

Entende-se que o Plano Individual de Atendimento do adoles-cente em cumprimento de PSC deve ser norteado, principalmente, pelas caractersticas e objetivos dessa medida socioeducativa, cujas metas esto intrinsicamente relacionadas s atividades realizadas na instituio, ou seja, ao servio comunitrio prestado propriamente dito. Dessa forma, o PIA deve abordar as atividades que sero desen-volvidas durante o cumprimento da medida, bem como suas carac-tersticas pedaggicas. A construo das metas esperadas deve con-siderar as caractersticas individuais do adolescente e as demandas identificadas no processo de acolhimento, atreladas s potencialida-des educacionais das atividades previstas.

Assim, com base no Plano de Trabalho e a partir das demandas levantadas pelo estudo de caso individual, o orientador e a equipe interdisciplinar da UAMA devem traar o Plano Individual de Atendi-mento ao adolescente. Este planejamento realizado com a presena do adolescente e familiares os quais devem contribuir e comprometer--se com o PIA proposto com o jovem.

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Ao socioeducativa

5.9. Instituio conveniada para Prestao de Servios Comunidade

A seleo de instituies a serem conveniadas para receberem os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de PSC deve atentar para o perfil e misso institucionais das mesmas. De acordo com o ECA (Art. 117), podem ser conveniadas entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congneres, bem como em programas comunitrios ou governamentais. Devem ser privilegiadas as instituies que apresentarem um carter educativo ou possibilita-rem aos adolescentes a execuo de tarefas de cunho pedaggico.

Mesmo no sendo a instituio essencialmente educacional, o Plano de Trabalho deve prever as possibilidades pedaggicas de inter-veno do orientador socioeducativo a fim de que as atividades reali-zadas pelos adolescentes potencializem os aspectos educacionais da medida. Como previsto pelo SINASE (CONANDA, 2006), deve-se bus-car uma ao pedaggica que privilegie a descoberta de novas poten-cialidades direcionando construtivamente seu futuro.

5.10. Orientador SocioeducativoDenominamos orientadores socioeducativos os profissionais

das instituies conveniadas que recebem os adolescentes para pres-tarem servios comunitrios, os quais podem ocupar a funo de re-ferncia socioeducativo ou funcionrio guia conforme estabelecido pela diretriz do SINASE (CONANDA, 2006, p.43):

Referncia socioeducativo o profissional de nvel supe-rior ou com funo de gerncia ou coordenao nos locais de prestao de servio comunitrio, que ser responsvel geral tanto pelos adolescentes prestadores de servio co-munitrio quanto pelo funcionrio guia,(...) que o profis-sional do local de prestao de servio diretamente ligado ao exerccio da atividade realizada pelos adolescente.

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Ao socioeducativa

Os orientadores ocupam funo primordial na medida de Pres-tao de Servios Comunidade. Apesar de no fazerem parte da equi-pe executora da medida efetivamente, so tambm responsveis pelo acompanhamento socioeducativo do adolescente em cumprimento de PSC. Para tanto, se faz necessrio que o orientador socioeducati-vo possibilite espaos sistematizados e frequentes nos quais ele pos-sa mediar um processo de reflexo junto ao adolescente acerca das atividades desempenhadas, destacando-se os valores e competncias desenvolvidas nestas. Cabe, ainda, ao orientador manter dilogo cons-tante com a equipe da UAMA, contribuindo com informaes para as intervenes dessa equipe junto ao adolescente e famlia.

Ressalta-se que a Gerncia de Meio Aberto, em parceria com os supervisores das UAMAs, protagonista na capacitao inicial e conti-nuada dos orientadores e referncias socioeducativos, visando desen-volver competncias necessrias e adequ-los ao perfil almejado.

Com base no andamento do trabalho realizado junto insti-tuio conveniada, os executores dos convnios devem avaliar pe-riodicamente a pertinncia de se manter ou romper com as institui-es conveniadas.

Propostas de

atividades/

aes

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Marcos legais

Propostas de

atividades/

aes

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6. Propostas de atividades / aes

Orientao e acompanhamento sistemtico aos familiares, inclu-sive com visitas domiciliares para constatao da estrutura socio-familiar do adolescente assistido, tendo assim maiores subsdios para a elaborao de um plano individualizado de atendimento, definindo-se metas concretas a se atingir;

Quando necessria, insero tanto do jovem quanto de sua famlia em medidas protetivas, como os programas oficiais ou comunitrios de auxlio e assistncia social, constantes no artigo 101 do ECA.

Realizao de estudos de caso para a elaborao do PIA; Criao de instrumentais para o acompanhamento socioeducativo

e, especificamente, para contribuir com a elaborao do PIA - como genograma e a elaborao de um mapa da rede de apoio do socioe-ducando e sua famlia.

Incentivo e promoo de condies para participao das famlias e responsveis na elaborao e acompanhamento do PIA.

Realizao de encontros sistemticos do adolescente com o socioe-ducador, alm de visitas tcnicas ao domiclio para manter avaliao peridica do PIA.

Realizao de atividades coletivas com os adolescentes. Realizao de reunies sistemticas, que promovam a reflexo con-

junta sobre temticas pr-determinadas.

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Propostas de atividades/aes

Realizao de atendimentos familiares que complementam a ati-vidade de orientao e apoio ao adolescente que devem acontecer tanto na prpria Unidade executora do programa em meio aberto quanto em visitas domiciliares.

Promoo de atividades com grupos familiares, envolvendo, entre outros, os seguintes temas: ampliao do universo cultural; troca de informaes e experincias; atividades ldicas; atividades de orien-tao sobre o funcionamento da Justia da Infncia e Juventude e do Sistema de Justia brasileiro de uma maneira geral, buscando a defesa dos direitos de seus filhos.

Promoo do protagonismo juvenil, reconhecendo e criando bases para o aperfeioamento das potencialidades dos adolescentes como atores polticos.

Coleta de informaes para construir um banco de dados que via-bilize diagnosticar o perfil destes jovens e formular propostas e mudanas no prprio programa ou nas polticas pblicas regionais de atendimento.

Orientao da famlia quanto importncia do ensino formal, reali-zao da matrcula escolar e acompanhamento do processo de esco-larizao do adolescente.

Superviso da frequncia do aproveitamento escolar do socioedu-cando, promovendo, inclusive, quando necessrio, sua a matrcula na rede de Ensino.

Realizao de visitas s escolas.

Realizao de reunies com o sistema de ensino para desenvolver maior integrao de comunicao e metodologia de trabalho, visan-do discutir propostas inovadoras para garantir a permanncia dos adolescentes, bem como, trabalhar projetos de convivncia.

Desenvolvimento de estratgias para mobilizar, sensibilizar e envol-ver o adolescente em relao educao formal.

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Propostas de atividades/aes

Desenvolvimento de estratgias que promovam a conscientizao do adolescente quanto a necessidade da escolaridade para insero no mercado de trabalho, tendo em vista ntima relao entre tais reas.

Profissionalizao e insero do jovem no mercado de trabalho, sem-pre tendo em vista suas aptides, peculiaridades e necessidades.

Auxilio e orientao ao adolescente e a famlia em relao profis-sionalizao e insero no mercado de trabalho.

Indicao de possveis atividades de lazer, responsabilizando-se pelos devidos encaminhamentos do socioeducando aos servios pblicos disponveis, sempre buscando o envolvimento de organi-zaes da comunidade.

Quando do encaminhamento do socioeducando para o mercado de trabalho, observar, obrigatoriamente, as disposies legais no que se refere ao trabalho de adolescentes.

Responsabilizao dos rgos governamentais pela oferta com qualidade dos servios complementares essenciais (sade, educa-o, trabalho, cultura, esporte e lazer), por meio do estabelecimen-to de instrumento jurdico firmado entre os titulares das secreta-rias afins e o Governador, definindo eixos de atuao bem claros e metas especficas.

Acompanhamento do trabalho realizado pela Comisso Interseto-rial Permanente de Acompanhamento do Sistema de Atendimento Socioeducativo do Distrito Federal, que tem como finalidade acom-panhar o processo de implementao do Sistema Socioeducativo, articular polticas governamentais e elaborar estratgias conjuntas para o desenvolvimento de aes relativas execuo de medidas socioeducativas dirigidas ao adolescente.

Articulao permanente com Conselhos Tutelares, para acompanha-mento das demandas dos adolescentes em cumprimento de medidas em meio aberto, sobretudo queles em Prestao de Servios Comu-nidade, com estabelecimento de fluxo e dilogo (referncia e contra referncia) eficaz entre Conselho tutelar e Sistema Socioeducativo.

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Propostas de atividades/aes

Articulao permanente com o Poder Judicirio, Ministrio Pbli-co; Defensoria; Secretaria de Sade; e Secretaria da Criana, para discusso do tema sade mental e sistema socioeducativo, desta-cando tambm a problemtica da avaliao das condies de sade para cumprimento das medidas em meio aberto dos adolescentes com problemas de drogadio.

Criao de Fruns locais, respaldados pelos rgos governamentais responsveis e com a participao de lideranas locais, movimen-tos sociais, famlia e adolescentes, que funcionem como espaos de dilogo peridico e permanente, para discusso do SINASE entre as demais polticas, tendo como objetivo sensibilizar, capacitar, articu-lar e co-responsabilizar.

Articulao com SDH para criao de Encontros Nacionais de Traba-lhadores do Sistema Socioeducativo.

Mapeamento das instituies sociais, por parte das Gerncias da SUBSIS, com a colaborao das equipes das UAMAs, com objetivo de levantar os servios prestados, orientar e encaminhar as famlias.

Participao dos servidores das UAMAs nas reunies de redes j existentes nas Regies Administrativas, buscando articular ofertas de servios.

Realizao de encontros entre os operadores do Sistema Socioedu-cativo para compartilhar experincias de articulao em rede reali-zada pelas UAMAs.

Articulao com rgos governamentais, para assegurar flexibiliza-o de critrios para insero em programas e servios, considerando o perfil dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.

Realizao de Estudos de Caso com os participantes da rede. Possibilitar a participao dos adolescentes e famlias nas reunies

de articulao de rede.

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Propostas de atividades/aes

Realizao de encaminhamentos e desenvolvimento de estratgias para proporcionar aos adolescentes e suas famlias o entendimento das polticas como direito, proporcionando o exerccio da cidadania.

Realizao de Aes Sociais, peridicas, conjuntas e regionalizadas. Articulao da rede tambm para atendimento dos familiares dos

adolescentes. Divulgao do trabalho das UAMAs junto aos demais rgos da rede

e comunidade em que est inserida. Desenvolvimento de estratgias de captao de parceiros pblicos e

privados qualificados para a viabilizao do cumprimento da medi-da de Prestao de Servios Comunidade.

Estabelecimento da integrao do planejamento com a execuo dos servios complementares essenciais, assegurando a participao de representantes do Sistema Socioeducativo e dos socioeducandos na formulao das polticas pblicas dos rgos parceiros.

Realizao de atendimentos ao adolescente, na UAMA, pela equipe socioeducativa, durante o perodo em que ele estiver prestando ser-vios na instituio conveniada.

Realizao de avaliaes peridicas quanto pertinncia de se man-ter ou romper a parceria com as instituies conveniadas para PSC.

Elaborao de um cdigo de tica que oriente as aes dos socio-educadores, prevendo inclusive sanes para quem descumpri-las.

Construo de metodologias e espaos para capacitao permanen-te do socioeducador.

Realizao de fruns permanentes nos quais os profissionais pos-sam compartilhar boas prticas e experincias em socioeducao.

Previso de

recursos

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Marcos legais

Previso de

recursos

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7. Previso de recursos

7.1. Estrutura Fsica das UnidadesNo h uma padronizao sobre a estrutura fsica das medidas

em meio aberto, no entanto, sabe-se que as instalaes das Unidades em meio aberto devero estar de acordo com as necessidades de quan-titativo de equipe e que possibilitem o desenvolvimento das metodolo-gias previstas nos programas de execuo das medidas.

O ambiente da Unidade de execuo deve ser acolhedor para fa-cilitar a expresso das necessidades e opinies, garantindo privacida-de e preservao da integridade e dignidade dos adolescentes e suas famlias, assegurando a acessibilidade das pessoas com dificuldades de locomoo.

As salas de atendimento devem estar de acordo com a deman-da do acompanhamento socioeducativo, alm disso, as UAMAs devem ter salas para grupos, espaos de convivncia e espaos para oficinas ldicas em que geralmente so possibilitadas oportunidades de inter-venes psicossociais.

7.2. Equipe de servidores das UnidadesA formao da equipe deve se pautar em metodologias que vi-

sem interdisciplinaridade das aes, de forma a ter um fluxo de in-formaes em que no haja nenhum tipo de reteno e privilgio entre

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Previso de recursos

os membros da equipe. As intervenes tm que ser pensadas em con-junto, mesmo que se resolva que uma ao possa ser feita individual-mente. Para tal, devem ser estabelecidos cronogramas de estudo de caso entre a equipe para cada socioeducando.

Os vrios saberes formados pela equipe de servidores sero a base para a construo das contribuies de suas respectivas reas para que a socioeducao possa ser efetivada. Dessa forma, para alm de se discutir apenas as atribuies de cada profissional que opera no sistema socioeducativo, antes, preciso pensar com que tipo de vi-so de mundo, metodologia e tcnicas, os vrios saberes profissionais podem colaborar na ao socioeducativa. Os Grupos de Trabalho for-mados pelos profissionais de cada rea apresentaro documento com referncias que subsidiaro a formatao do trabalho coletivo e a es-pecificidade de cada campo do conhecimento.

Para que o trabalho seja realizado com qualidade e de manei-ra individualizada para os socioeducandos e suas famlias, exige-se uma composio de equipe que esteja em consonncia com a legisla-o vigente. Sugere-se as composies de equipe estabelecidas na Lei 12.594/12 (SINASE).

Ademais, os profissionais precisam respeitar questes ticas e de sigilo para o fluxo de informao na mdia ou mesmo para rgos fora da instituio. Devem, ainda, desvencilhar-se dos preconceitos que cercam o adolescente em conflito com a lei, minimizando seus efeitos atravs da busca por espaos de valorizao do adolescente, em relao a si mesmo e em relao aos outros.

Acompanhamento

e avaliao

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Marcos legais

Acompanhamento

e avaliao

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8. Acompanhamento e avaliao

Uma das principais caractersticas do projeto poltico pedaggico ser um documento aberto, em processo contnuo de construo. No tem um fim, um trmino, est sempre sendo avaliado e passvel de mudan-as, desde sua concepo, durante e aps a execuo, servindo de fonte criativa, inspiradora e crtica de aes presentes e futuras. Da a importn-cia crucial dos mecanismos de acompanhamento e avaliao do projeto.

O sentido de avaliao, que melhor se encaixa nesse projeto, aquele abordado por Belloni e Belloni (2003), um processo sistem-tico de anlise de uma atividade, projeto, ou instituio que permite compreender, de forma contextualizada, todas as suas dimenses e implicaes, com vistas a estimular seu aperfeioamento. Portanto, o conceito adotado refere-se anlise de processos e resultados de uma atividade. O caminho apontado nesse tpico apenas o delineamen-to de uma proposta de avaliao sensvel especificidade do sistema socioeducativo e comprometida em contribuir com a melhoria desse sistema, a ser debatida, aprofundada e testada.

Na perspectiva que aqui se advoga, a avaliao no significa apenas o exame comparativo entre o proposto e o alcanado. Essa metodologia, que aprecia o grau de consecuo de objetivos e metas predefinidas, considerada insuficiente, pois no possibilita a contex-tualizao das atividades e interaes. A comparao entre propostas

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Acompanhamento e avaliao

e resultados somente uma parte do processo avaliativo e no oferece os elementos necessrios para o sistemtico aperfeioamento do pro-jeto, ou da poltica pblica.

Defende-se neste projeto, portanto, a avaliao construtiva, que tem como finalidade aperfeioar o projeto e o sistema em seu funcio-namento e em seus resultados. Para cumprir o seu papel de estratgia de aprimoramento do projeto, a avaliao tem que ser politicamente legtima, condio para que suas anlises possam ser transformadas em aes efetivamente relevantes.

Nesse sentido, ela no se limita aos instrumentos, tampouco se satis-faz com objetivos definidos que possam ser cabal e acabadamente explici-tados. Entende-se que ela adquire fora e se expande por meio de processos de interatividade ou de comunicao e interao coletiva. A avaliao nes-ses termos uma prtica social orientada, sobretudo, para produzir ques-tionamentos e compreender efeitos pedaggicos, polticos, ticos e sociais e no simplesmente uma operao de medida (SOBRINHO, 2003).

Resta claro que o modelo de avaliao do projeto pedaggico no ser decretado irrevogavelmente nesse documento. Ao contr-rio, somente ser indicada a freqncia e os sujeitos que devem par-ticipar da avaliao, que ser realizada em trs instncias diferentes, mas no hierrquicas:

Semestralmente em reunies entre os chefes das Unidades, a Ge-rncia de Meio Aberto e a Coordenao de Articulao do Sistema Socioeducativo.

Semestralmente com todos os servidores das Medidas de Meio Aberto, em cada UAMA.

Anualmente em reunies entre os chefes e a Subsecretria do Siste-ma Socioeducativo.

A formatao e os detalhes da avaliao em cada um desses es-paos sero definidos conjuntamente com as equipes das Unidades e o gabinete da Subsecretria.

Prximos

passos

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Marcos legais

Prximos

passos

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9. Prximos passos

O Projeto Poltico Pedaggico das medidas em meio aberto no mais um documento para ficar nos arquivos das Unidades de aten-dimento. Ao contrrio, ele o provedor de mudanas e adequaes constantes do contexto das Unidades, sendo passivo de reviso e rea-dequao. Ainda que devidamente planejado, coletivamente articula-do, imperioso que o projeto seja revisado constantemente.

importante entender que, uma vez em andamento, no se en-cerram as tarefas de aprimoramento que devero ser frequentes du-rante todo o processo de vigncia do projeto. Essas atividades aplica-das de forma combinada possibilitam a reparao das aes que no conseguiram se efetivar, bem como a realocao de recursos para a execuo do que tiver sido previsto. Sendo assim, vale salientar que:

necessrio o processo de troca de experincias, envol-vendo intenes e aes, que abrem perspectivas para a construo permanente do Projeto Poltico Pedaggico e, consequentemente, para um movimento de reflexo e discusso dos problemas. (VEIGA, 2007)

Por isso, aps anlise do processo de participao e dos resulta-dos das oficinas, e, ainda, com o objetivo de manter o projeto como um documento vivo, aponta-se os passos adicionais necessrios para a implementao do projeto:

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Prximos passos

Realizar reunies com os chefes das Unidades para adequar as propostas apresentadas nas oficinas, coloc-las em for-mato de aes, e elaborar o plano de aes das medidas em meio aberto que compor o Projeto Poltico Pedaggico.

Aprovar o plano de aes com os servidores das medidas em meio aberto.

Realizar reunies com os adolescentes que cumprem medi-das e suas famlias para apresentar o projeto, discutir sua pertinncia e apresentar propostas de mudanas.

Consideraes

finais

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Marcos legais

Consideraes

finais

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10. Consideraes finais

Elaborar um projeto pedaggico com base no dilogo, na par-ticipao e na integrao dos saberes daqueles que esto diretamen-te ligados ao fazer cotidiano vivenciar um percurso que tem no seu cerne uma concepo democrtica, marcado pela responsabilidade e compromisso de cada sujeito envolvido.

Ao analisar as propostas elaboradas nas oficinas, tem-se a con-vico de que o resultado desse processo ir influenciar e provocar transformaes na percepo de cada um quanto ao seu fazer dirio, bem como criar condies para que os socioeducadores tenham a pos-sibilidade de refletir sobre as contradies e dilemas intrnsecos ao trabalho com medidas socioeducativas.

O modelo de Sistema Socioeducativo, e de metodologia pedag-gica, que se quer implantar no est pronto, apenas para ser descober-to. Ele ter de ser criado na prxis do trabalho cotidiano nas Unidades do sistema, por aqueles que so provocados constantemente a lidar com questes inesperadas e vem no seu trabalho a possibilidade de transformao da sociedade.

Referncias

Bibliogrficas

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Referncias

Bibliogrficas

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Referncias Bibliogrficas

BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA). Braslia, Palcio do Planalto, 1990.

BRASIL. Levantamento Nacional: Atendimento Socioeducativo ao Ado-lescente em Conflito com a Lei 2010. Secretaria de Direitos Humanos SDH/PR, Braslia, 2011.

CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANA E DO ADOLES-CENTE (CONANDA). Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Braslia, 2006.

BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: A busca por segurana no mundo atu-al. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2003.

BELLONI, Isaura; BELLONI, Jos ngelo. Questes e propostas para uma avaliao institucional formativa. In: FREITAS, Luiz Carlos de (Org.). Avaliao de escolas e universidades. Campinas, Komedi, 2003.

COSTA, Cludia R. B. S. F.; ASSIS, Simone. G. . Fatores Protetivos a Ado-lescentes em Conflito com a Lei no Contexto Socioeducativo. Revista Psi-cologia e Sociedade, v. 18, p. 74-81, 2006.

DIAS Sobrinho, J. Avaliao. Polticas Educacionais e Reformas da Edu-cao Superior. So Paulo, Cortez Editora, 1 ed., 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 21 ed., 1993.

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Referncias Bibliogrficas

____________. Pedagogia da esperana: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 3 ed. 1994.

GADOTTI, Moacir. Histria das ideias pedaggicas. So Paulo, Editora tica. 1993.

INSTITUTO LATINO AMERICANO DAS NAES UNIDAS PARA A PRE-VENAO DO DELITO E TRATAMENTO DO DELINQUENTE- ILANUD. Guia terico e prtico de medidas socioeducativas. ILANUD, 2004. Dis-ponvel em: http://www.ilanud.org.br/pdf/guia.pdf

LEUDEMANN, Ceclia da Silveira. Anton Makarenko vida e obra - a pe-dagogia da revoluo. So Paulo, Expresso Popular, 2002.

PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialgico: como construir o projeto poltico pedaggico da escola. 2 ed. So Paulo, Cortez, Instituto Paulo Freire, 2002

SOUZA, Leonardo. L.; VASCONCELOS, Mrio. Srgio. Modelos organiza-dores do pensamento: uma perspectiva de pesquisa sobre o raciocnio moral com adolescentes autores de infrao. Revista Psicologia em Es-tudo, v.8, n2, 47-59, 2003.

TOURAINE, Alain. Poderemos viver juntos? Iguais e diferentes. Petrpo-lis-RJ, Vozes, 1998.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.) Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Poltico Pedaggico. 1 Ed. So Paulo, Papirus, 2007.

ZALUAR, Alba. Cidados no vo ao paraso. So Paulo, Editora Escuta, 1994.

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Participantes das oficinas de construo do projeto poltico pedaggico

NOME DO SERVIDOR CARGO/FUNO UAMA1 Aflair de Jesus Leito ATRS Planaltina2 Ana Clara Manhes Mendes Psicloga Planaltina3 Ana Paula Lima da Cunha Pedagoga Plano Piloto4 Antnio Regis Paes Psiclogo Ceilndia5 Bruno Gusttavo C. D. Bianca Assistente Social Brazlndia6 Carla Paula Da Silva Pedagoga R. das Emas7 Carolina Yoshii Galli Psicloga Gama8 Cecilia Ribeiro Leite Assistente Social Brazlndia9 Cinthia Zago Capanema Pereira ATRS Gama

10 Cristiane Ferreira Moreira ATRS Plano Piloto11 Daniel Berqu Gomes Assistente Social Samambaia12 Danielle V. da C. R. de Aquno Pedagoga Samambaia13 Dayane Silva Rodrigues Psicloga R. das Emas14 Daysyane Barros Cavalcante ATRS UAMA Gama15 Dulamare Paz Landim Bezerra Pedagoga Brazlndia16 Elainne Maria da Silva Rocha Assistente Social Ceilndia17 Elen Roberta de A. Martins Assistente Social R. das Emas18 Elena Martins Marques Assistente Social Samambaia19 Eliane Bonfada Assistente Social Gama20 Elisa Pereira Brito Fernandes Assistente Social Samambaia21 Emily Aparecida da S. Galvo Psicloga Brazlndia

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Participantes das oficinas...

NOME DO SERVIDOR CARGO/FUNO UAMA22 Ezequiel Nogueira Braga Psiclogo Taguatinga23 Fabiana Netto Guerra ATRS So Sebastio24 Fabiola Alves da S. Nascimento Psicloga Samambaia25 Felipe Guimares dos Santos ATRS Plano Piloto26 Fernanda Alves S. Guieiro Pedagoga Santa Maria27 Gerson Carlos de Almeida ATRS Brazlndia28 Gustavo Galli de Amorim Psiclogo Parano29 Hlio Carvalho Gonalves Agente Social/Chefe Santa Maria30 Hudson Batista Ramos ATRS Parano31 Izabel da Silva Santana ATRS Planaltina32 Jani Santos da Silva ATRS Planaltina33 Jaqueline Kelly de S. Lourenso Pedagoga Samambaia34 Jaqueline Rocha de Arajo ATRS Plano Piloto35 Jos Higino Oliveira Souza Assistente Social Plano Piloto36 Jlia Guevara F. de Souza ATRS Parano37 Juliana de Carvalho R. Vilella ATRS Parano38 Juliana de Lemos Santos Psicloga N. Bandeirante39 Juliana de Moraes Torres ATRS Samambaia40 Juliana Gonalves Magalhes Pedagoga N. Bandeirante41 Juliana Veloso Franco Lorentz Psicloga N. Bandeirante42 Julianna Barbosa Rufino Psicloga Planaltina43 Kcia Rejane Luz Brazil Barros Tc. Administrativa Plano Piloto44 Karine Coeli Barbosa Cunha Psicloga Ceilndia45 Karine Silva de Arajo Psicloga Ceilndia46 Kelly Cristina Tavares Assistente Social Gama47 Leonardo R. de O. Ortegal Assistente Social Ceilndia48 Luci-La dos Santos Leite Assistente Social Parano49 Luiza Coelho Griebler ATRS Parano50 Marcelo Carneiro M. de Souza Psiclogo Planaltina

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Participantes das oficinas

NOME DO SERVIDOR CARGO/FUNO UAMA51 Maria Ribamar P. da Silva Agente Social Brazlndia52 Mariana Matos Vidal Tc. Administrativa Parano53 Mariana Torres Behr Assistente Social R. das Emas54 Miriam Alves de Almeida Pedagoga Planaltina55 Monica Daniele Maciel Ferreira Assistente Social Planaltina56 Natlia Almeida Bezerra Tc. Administrativa Santa Maria57 Paloma dos S. Figueiredo Assistente Social Guar58 Patrcia de Sousa Assistente Social Santa Maria59 Patricia Martin Del Solar Psicloga Parano60 Rafael Chaves de Matos Silva ATRS Planaltina61 Rosana Viana de Souza ATRS Plano Piloto62 Rozeli P. Ramos Psicloga So Sebastio63 Sabrina Rezende Torres ATRS R. das Emas64 Sarah Maressa da S. Crisstomo Tc. Administrativa R. das Emas65 Tatiana Aguiar Rabelo Tc. Administrativa Brazlndia66 Thais Caroline S. de Oliveira Assistente Social Guar67 Thalita Faria M. de Carmo Psicloga Guar68 Thamara Freire da Costa Flores Pedagoga Guar69 Thiago Brando Vieira Tauhata Psiclogo Santa Maria

SERVIDORES DAS COORDENAES E GABINETE DA SUBSIS

70 Andria dos Reis Elias Assistente Social Ger. de Medidas em Meio Aberto

71 Jlia Galiza de Oliveira Assistente Social Assessora da Subsecretria72 Juliana Cristina Otoni Borges Psicloga Coord. de Projetos73 Lauro Rgis de Marco Psiclogo Coord. de Articulao Institucional74 Natlia Pereira Gonalves Assistente Social Gerente de Sade75 Rosilene Beatriz Lopes Pedagoga Coord. de Projetos76 Rosimiro H. Candido Jnior Pedagogo Coord. de Projetos

Projeto Poltico Pedaggico das

Medidas Socioeducativas

no Distrito Federal

Meio Aberto

Secretaria daCriana

Subsecretaria doSistema Socioeducativo

Secretaria daCriana

Subsecretaria doSistema Socioeducativo

Secretaria de Estado da CrianaSetor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN)

Quadra 01, Comercial, Loja CBraslia/DF - CEP: 70.640-000

Telefone: (61) 3233-8288www.crianca.df.gov.br

E-mail: [email protected]