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Artigo sobre a natureza dos meios de produção simbólica no contexto da sociedade capitalista produzido no ano de 1982 e editado pela revista Cadernos de Comunicação e Realidade Brasileira.
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OFICINA DE COMUNICÃÇ60-(r
cadernos decomunicaçãoE REAXtPAPE BRA$1LE!@
+
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elÚnvtstq: ELtStO VtpÓNatligo: GABRISL COUN
IHPREtISA M\HeOGRAfAÜhFLASHES SOBRE 1NDUSTRn CLUTURAL
ÇONUNICAÇÁÓ e DESENVOLVIMENTOÜ\8TÕR\A $DCIAL E MetlóRIA OPÇedRn
C.C.R.B. -- Cadernos de Comunicação o Realidade Brasileira
No OI -- Junho do 1982
Editores:Pbdro Nunes / Jogo de Limo
Conselho Editorial
Annelsina TrigueiroAlbino (hnelm RubisJoio de Unu GolesMana Célia LopesPbdro Nunes FilhoVbldir de Castra Oliveira
Conttibuitam nia üanscriçio de ãtw, nvisão, Copidescagem e sugestões
David (limpos FernandesDali T6.KaippGetalda reboa de BritaWWledo Maldomdo
Montagem: Nilaldo S. Amújo
Conupondentes dos CCRB
SiHeide lbrein -- Av. Ptincen lubel S/N'"l'V Uniserdtáiia de Natal"Albino (zulu Rubin -- SÃO PAULOR. Vupadussu, 23 -- Pinheiros
Pãulo Heniique Couto Maçado - TERESINAR Sb Qtaiina, 863 - Hprn
PI
Este üabülho fol montado. fotolitado e Impe810 nü Editora Univudtárb/UFpb/FUNAPE
ÍNDICE
Aprewnlaçâo. . .Discurso -- Ideologia e Sodedade
tentrevista com Eliseo V:rón). .Comunicação e Desenvolvimento
Valdir de Castra Oliwira.
Os neios de Produção Simbólica e a lógica de Acumulação de CapitalPedro Nunes Filho.
Cinema Paraibano -- Entrevista
Indústria Cultural e Realidade Brasileira Flashs. pam uma IntroduçãoAlbino Rubis. . .
Os Inventores l)esconheddosFrancisco Foot Hardman
Considerações sobre Imprensa )çlimeografadaJaão de Limo. . .
O Poder Como o "OutroMondar Valwrde. . .
Nosso Precário Radi(ãornahsmoVigente de Almeida Filho.
O Lugar do Poder da Comunicação no BrasilGabriel Cohn. . .
Indústria Cultural e Reprodução do CapitalMana Arminda Acuda. . .
O que é a 06idna de Comunicação.Prometo de Pesquisa: DiaMóstico da Comunicacão na Puaíba
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APR ESENTAÇÃO
Sob primeiro aspecto, este texto tem como objetivo prindpa] discutiriítalisar os f\leias de Produção Simbólica por uma perspectiva crítica-re-
tlc-xiva. tendo em vista o seu processo de integração e reprodução da socie-ladc capitalista c sua lógica de acuJllulaÇão
Pretende ser unl trabalho que possa abrir questionamentos às pessoasliH das ao est,ido da comunicação, sendo assim uni estudo inicial, sucep-ívcl a reformulações, entendendo a comunicação e outras formas sistemá-
rlcas do mnhecimento humano como urll processol)esta forma, o delineanleilto deste estudo seguirá uma orientação a
partir de un] conllecinlento metodológico abstrato, associado ao contextoleais amplo de nossa sociedade
Ennin}, o trabalho objetiva analisar os reflexos polêinicos dos Nteios
tle Produção Simbólica face a própria estrutura sócio-económica a qualestão inseridos: como também ''analisar a impossibilidade destes meios contribuirem mnlo agentes de transformação social, tendo em vista que elesseguem o processo de reprodução da sociedade capitalista e sua lógica deacunlulaçào". (1 )
OS híEIOS DE PRODUÇÃO SINIBóLICA
E A LÓGICA DE ACUÀIULAÇÃO DO CAPIM.\L+.
Pedra Nunes Fíit} )
SUMÁRIO
apresentaçãol NTRODUÇAO
O estudo dos bíeios de Produção Simbólica tem aumentado de formasigninlcativa ll"ates últimos anos. As visões e análises já realizadas apresentam-se na maioria Cas vezes em profundas contradições. Nestas considerações, hácorrentes clÜa premissa é considerar o todo social como harmónico, que pre-ferem apenas definir e rotular tais meios como instrumentos ',incubados aproblemática humana. com valorização às inovações técnicas associadas aodesenvolvimento nacional. Uma visão simplista sem dúvida. Outros mais oti-mistas, preferem acreditar na possibilidade dos meios em conthbuirem parao processo de transformação social; dissociados das implimções político-ideológicos. . . etc.
Logicamente nosso posicionamento aqui será refutar estas considera-ções; uma vez entendendo que os Nteios de Produção Simbólica como inte-grantes do modo de produção capitalista, são instrumentos de acumulaçãoe reprodução do capital.
introdução
Os Nleios de Produção Simbólica wmo parte integrante da acumula-
ção do capital.
efeitos
conclusão
+ Texto final como trabalho realizado no estágio supervisionado de Gradação, naárea teórica do curso de Comer\ilação, orientado pelo prof. VALDtR CASTRA. 1]) CASTRA. Valdir -- entrevista
2829
Inicialmente partiremos de um eixo básico conceptual (dos Meios de
Produção Simbólica) de maneira a compreender melhor toda complexidade,sempre permeada pelo Estado enquanto aparelho coercitivo que escamoteia
as contradições das classes, servindo fundamentalmente os interesses dos quedetém o poder econõinico.
Neste trabalho optamos pela designação hleios de Produção Simbólica,justamente poí considera-lo mais apropriado a proposta aqui desenvolvida.
Os termos 'Comunicação de lvlassa' ou 'Veículos híassivos', são refuta-
dos por alguns autores pela imprecisão, abstração e indefinição em Amassa.
li\existe um esboço teórico exala e aprofundado que demuque o seu con-teúdo; sendo usado na maioria das vezes em uma série de estudos conota-tivamente
Tan)béni não optamos por /HJüsPZ/z (I'u/fura/, considerando principal-mente que é resultante da sociedade industrializada; concretizando-se naetapa do capitalismo monopolista. As grandes empresas a nível da Globo e\bril são denominadas Indústria Cultural.
Segundo o prof. Albino Rubin, a Indústria Cultural é uma forme pecu-
liar de estruturação e dinâmica dos Nleios de Produção Simbólica numa socie-dade caT)itnlsta que já chegou a etapa oligopolista.
forlila ben) preliminar, como definir hleios de Produção Simbó-lica?. I'r.'retro estes meios são empresas que produzem bens culturais envol-
vendo «li} sistema dc dispositivos técnicos e eletrõnicos, cuja linguagem(escrita-. [dada e audio \ísua]) é processada de forma indireta e unilateral;l[avendo iIH] corte brusco das relações interpessoais. Scguuldo, é o alcancede unl grande l)ublico lleterogêneo através de uma mensagem revestida
de padrões liorilogeneizantes. Atribui-se convencionalmente quatro funçõesaos bleios Simbólicos: Informar, Diwrtir, Persuadir e Ensinar.
Poderias reiterar o pensamento de f.luniz Sodré quando afirma queos Ateias de Difusão seriam uma nova modalidade comunicacional com seu
marco inicial ila imprensa, onde predollüna a dissociassão dos termos pola-res (falante, ouvinte, emissor, receptor) ou seja: existência do contrõ]e socialdo diá:-'go e evidenciação do monólogo.
Para efeito de explicitação subdividiremos os f.leias de Produção Sim-bólica cjTl: b.feios Irrtpressrjs (Jornal, reüsta, livro. quadrinhos) e Nleios NãoImpressos (Televisão, Cinema, Rádio. . .)
Os aspectos aqui analisados, terão como referencial teórico os meiosde maior a]cance e representatividade -- Televisão, rádio e joma] , face asua ampla penetração nos diversos segmentos sociais. Com isto não queremosdescaracterizar a importância de outros meios como livro, revista. ., porémestes não nos fomeceriam uma riqueza de detalhes que os acinu citados.
NIEIOS DE PRODUÇÃO SlhIBÓLICA CON10 INTEGRANTES DAACUNIULAÇAO DO CArnAL
A teoria é sempre uma forma dc explicitação particularizada do con-creto. Torna-se necessário um avanço nos estudos teóricos, a partir das cons-tantes mudanças ldtrapassadas pelo concreto (real).
É justamente nesta linha de üsualização do real que nos propomosrefleth os Meios Simbólicos (lvlS) inseridos no contexto da sociedade global.
Uma pergunta imediata sobrepõe-se com enfase a este trabalho:Como os Meios de Produção Simbólica reproduzem o sistenu capita-
lista?
Partiremos de uma conceituação geral inicial, até chegarmos ao pon-to em questão.
'Capitalismo significa não apenas um sistema de produção de mercado-dK wmo também um determinado sistema no qual a força de trabalho se
truidbrma em mercadoria e se coloca no mercado como qualquer objeto detroca.
Para que exista capitalismo faz-se necessário a conwntração da proprie-
dade privada dos meios de produção em mãos de uma classe social e a presença de outra classe para qual a venda da força de trabalho seja a única fonte desubsistência. (2)
'É com o capital que ç«contratos a formulação mais acabada e per-feita da relação necessária e contraditória entre o trabalho e o capital". (3)Entendemos assim que, o capitalismo é o regime social que tem como basea influência ou predomínio do dinheiro; supremacia do capital sobre osoutros fatores de produção, consistindo basicamente na exploração do tra-balho, apropriação de mais valor, marginalização, barateamento da mão-de-
t2} CA TANI. Mendes Afrânio -- O que é capitalismo.
[3) KO VA ROCK, Lücio Capitalismo e Margina]idede na Américe Latina
3130
obra, expropriação e manipulação. A sociedade capitalista é por definição oreino da mercadoria, onde a força de trabalho tomate também mercado-ria
do cat)italismo, uma ênfase sem precedentes se situa nos aspectos idcologicos do sistema. O trabalho ideológico difundido através da penetração de
agências multinacionais no mercado, no sentido de indudr a aceitação dc va
lotes capitalistas de produção e consumo no sentido, enfim, de assegurara vivência de filia 'mentalidade capitalista' homogénea pairando acima dosconflitos de classe. demonstrando que apenas as n\editas repressiws eram
ineficientes às necessidades de reprodução do sistema''.(6)Este pensamento vem reforçar os aspectos deste trabalho, onde essen-
cialmente vai de encontro com alguns trabalhos que fazem apenas uma lei-
tura ideológica dos meiosAinda neste sentido, buscaremos o aspecto do conteúdo e as formas
veiculadas pelos meios simbólicosO conteúdo das mensagens, é um fatal aparentemente secundado aos
donos dos meios e demais componentes da classe dominante, uma vez quea forma (plasticidade, estética. . .) toda um corpo como escamoteamentodo real. A questão é que estas mensagens seguem uma orientação político-confonnista dominante, em perfeito ajustamento a manutenção do status
que. O conteúdo supérnuo e acrítico, toma-se patente até mesmo quando\lstcl por un] olho menos exigente
Diz.c T)os ainda que o conjunto de conteúdos dos Àleios Simbólicos,seguem a lin'a determinada lógica em que predominantemente há escamo-teação ci' real, ou seja. o real é conduzido por conotações que implicamnuma apreensão isolada ou mesmo deformada do fato em si
Daí a anirniação que a veiculação do discurso com:lnicativo dos bleiosSimbólicos. muitas vezes não possibilita o seu entendimento fa.ce o papel querepresenta . sendo ambíguo e contraditória
No tocante ao papel dos nteius e automaticamente dos conteúdos,observamos que a mensagem veiculada em anúncios publicitários destinam-sesobretudo à pessoas que tem poder aquisitivo.para consumir o produto emoferta. J\ publicidade está inseríaa no contexto de rentabilidade c 'sobrevi-vência' (acumulação). pois como toda atividade do sistema económico, os\leites Simbólicos são indústrias que vendem sustentando-se do lucro, dandoamplitude a questão ideológica
A publicidade funciona como elemento que reforça (assegura) a pro-cura, induzindo ao consumo através de rotulações e embalagens de um de-
É neste quadro geral, com características bens própria de uma indús-tria que segue a lógica de ampliação do capital, que os hleios de ProduçãoSimbólica estão inseridos. Estes por sua vez, concentrados nas mãos da
classe dominante agem como porta vozes do sistema competetivista a qualrepresentam, aliados a penetração imperialista. Obedecem ao regime de
propriedade privada, especializados na hierarquização e racionalização daprodução , de aco. do com as necessidades do capitalismo.
A partir do momento que existe uma dinâmica interagindo por trásdos meios de produção simbólica Galgadas nas estruturas de produção dosistema : estes veículos seguem a lógica integradora do esquema acumulativo.E é também, prindpalmente com base nestas afirmações, que não possuem
autonomia de poderem contribuir ao processo de transformação social, umavez que, são instrumentos de reprodução do capital da saciedade civil-polí-tica burguesa.
Subdividiremos as estruturas dos bleios Simbólicos em dois níveis.a) i-:teológicob) econõniico
No sentido ideológico, a articulação interna da sociedade civil dá-se
em sua organização através da qual a classe defende a sua ideologia. ''Essaorganização é qualificada por Gramsci de estrutura ideológica da classedirigente. . ."(5)
A estrutura ideológica dos Níeios de Produção Simbólica (material
ideológico) tem conto função difundir a sua concepção de mundo (ideo-logia) em todos níveis com uma vinculação direta a uma determinada oor-
A partir desta fundamentação, entendemos a ideologia enquanto umproduto de classes, que propicia a dominação, ocultando a divisão social dotrabalho e a luta de classes, transformando o pensamento dominante emidéias dominantes/universais para a sociedade como um todo.
Ingrid A. Sartre em Comunicação e Dependência Cultural um equí-voco afirma que "já não causa mais surpresa que na anual fue de expansão
rente
14-5} POR TELLI. Hugues Gramsci e o Bloco Histórico IC} SARTRE. A. !ngrid Comunicação e Dep. Cufturot.
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temlinado produto. É portanto neste contexto especí6im, que a publici-dade através dos Meios de Produção Simbólica oontübuem pam criação dovalor e mab valia, reprodudndo o sistema capitalista em suas nuances reais.
Ainda referente a conceituação de ideologia, é newssáiio considerá-
la como uma função a wr desempenhada pelo Estado com objetivo de asse-
ginu 8 dominaçâó, sua análin dew ser compreendida com vistas às situaçõesreais especaicas do contexto histórico, levando em mndderação não apenasu duns dominante/dominada, mas sim mantendo a "dbünção entre os di-fonntel utores de dasseB qw ocupam posições diversas no processo de pro-duç$ó", dentro da perspectiva global da sociedade.(7)
Já na antedpamos em aâmw a discordância d© anãises já realiza-da que enfatizam tmicamente o aspecto ideológico dos Meios Simbólicos. Anproduçao ideológica é apenas uma ponta de lanp. de nforço para o dstemücapitalista. Esta reprodução ideológica nos impulsiona outra reproduçãotambém piindpal: a económica.
No eoonõnüco produz-se mercadoüas, valores; valores que entram non»lado onde se realizuá a maia valia gerada no processo de produção.(wr 8mxa l)
Neste aspecto económico, teremos em condderação que os meios en-quanto tecnologia integram.w na reprodução do capital. Buscaremos algunsfimdamentos pan explica melhor este ponto.
Em o que é Capitalismo de Afrânio Mendes Catana, Q autor afirma quepna oompnender o aspecto ewnõmico brasileim dos últimos tempos, dewnr 8naliudo a puür do capitalismo monopolista de Estado aqui implantado80 ând do gowmo de Kubi8chek, marcando a fase final da industrialização."bto porqw l6 entâb são con8tituídu integralmente as bases tónicas neces-iádn pua a auto detemünação do capital, cristalizadas no estabeledmentodo mações entre OI bens de produção, bens de consumo pam trabalhadorese bens de consumo pua c8pitalistu, o que impõe uma dinâmica especiâica-
tmnte cüpitajbta ao procedo de acumulação".(8) Dizemos que a lógica in-terna do apitali8mo consolida-Be à dinâmica intemadonal de acumulaçãodo capltd em tempos de valons, ídéiu, doutiinu. . . etc.
Lembramos ainda que em tempos eoonõmicos, o centro unitário é ovalor, onde o trabalhador vende a sua força de trabalho cuja nsultante é 8mercadoria através das forças industriais de produção .
A inovação téaüca é o eixo de sustentação pua a frequente tr8nsfbrmü-
ção(modmcação) no processo produtivo capt8Jiüta. A hov çü téaüca dá.na partir do momento em que há nova criação (Know How) de produtos,mudança nas formas de produção(novas necessidades, moda. . .) como tam-bém a "descoberta de novos recursos natwais"
Paul Singer subdivide as inovações técnicas em dois grupos: mudançade prowssos c novos produtos. Mudanças de processo é justamente a manu-fatwação de novos produtos ou de matérias prima nova. Um novo processode produção em determinado meio produtivo, consiste numa mudança deprocesso.
"Novos produtos são apenas os bens de consumo que atendem as HCF
va necessidades já satisfeitas de um modo novo".(9) Resulta em cdu novafórmulas de necessidade oom o intento de aumenta o consumo. A inwnçãoda T'V' veio automaticamente substituir o rádio e o cinema com um novo pro-duto resultante das inovações tecnológicas, aumentando de certa forma oconsumo. Com a difusão deste novo produto ocorre a mudança de procedo(redução do valor da meradoria).
A tecnologia é a força produtiw mestra para o desenvolvimento eamplitude das relações capitalistas, gerando indusive um novo ambientemodal tlansfoi'mando situações. Em tempos mds dmples a tecnolodü, a evo-
lução tecnolóElca reproduzem apital. Seja no aspecto aoncorrendal oumonopolista.
O fatos novos produtos(inwntos) ]igam4e indinamente a evolução
do capital constante associados a condição extrüUw da mais vara. Daí aaâimlação que mercados novos possibilitam o aumento do apit81 constan-te, necessitando explidtamente de mnsumidores, representando entretanto
uma ampliação da modalidade produtíw.É evidente que o sistema capitalista tem buscada htenninantemente
novas fórmulas de consumo. Mesmo em épocas de forte crise econõnüca naAnlérica Latina, particularmente no Bruil, surge a TV juntamente com ou-
tros dispositivos eficazes para manipulação, como fenómenos resultantes dot7) SARTRE, A Ingrld-- Comuniaç6a e Dep. CultuHitO) CANTANt. Afdnio Mende8 -- O Qw é Ceplntlsma
34 E9) StNGER, Paul -- Economia Poiítla da Trabalho
3
avanço "temalógico-cultwal" oqetiv8ndo atingir u danes de baixo poderaqüsitívo. logo em seguida introduz-se a TV à oonl em que feria neceaá-rio o consumo de artigos importados. .. etc.
No sistema econõmicola ló#ca acumulatíw do capital é um tanto com-
plexa para sua compreensão. O wnsumo como integrante desta condiçõesacumulativas é fatos secundária no aspecto global. "0 fatal prindpal é como
transformar o trabalho produtivo em capital e este conünuu reprodudndo".
O consumo fundona wmo elemento contríbuiüvo para reprodução docapital. Consumo por sí só não gera capital. É neceB8árío enfatizar que o ca-
pitalismo atem-se piindpalmente segundo as regeu de mercado, na força detrabalho e no princípio da propriedade privada. O volante gerador do capitalé sem quaisquer permeações a força de trabalho.
A força de trabalho está diretamente proporcional a expansão do capi-tal. É atraüs da exploração do trabalho modal, que o capitalismo transformaesta resultante em valor, por outro lado parte integrante deste valor é acumu-lado sob a conâigwação de novo capital.
Para expansão do capital dado principalmente mediante a acumulaçãode grande parte do lucro, implim evidentemente na expansão do trabalhomodal. Esta expansão/exploração do trabalho modal(emprego) como aâumaPaul Singer, "não passa anual de outra fruta do próprio processo de acumu-lação". (12)
Ainda quanto ao aspecto do consumo, se o analisamos lixado as mndi-ções de reprodução da força de trabalho, como também paralelaimnte ao po-der reivindicativo dos assalariados, passa a ter um lugar de destaque. Dizemosque os meios em sí atuam Doma forma extema e interna.
A forma extema, caraçterizase pelo consumo do meio e similares(porexemplo, a compra de um vídeo tape ou um grawdor levam a um consumo
constante de altas, energia elétrica, baterias ou pãlh©). O segundo aspecto,fomla intema, funciona como duinamento da fomia extema e todos elemen-
tos consta.ates do consumo de bens dwáwis ou supérfluos, modificando com-portamentos e regras para o seu wo. Daí a junção perfeita entre ideoloda/econoiiua ou ua seria.
(1 1)
Os Meios de Produção Simbólia tem a função dc rcpxoduç8i) ttBli Bli
dos aspectos materiais mmo também da ideolobia bem concreta. É cittpreWdo como intemlediário pua mncarar de maneira sofisticada a exploração dutr8bejho, mudando a transfomw a mais valia em dinheiro.
Em termos atuais, é muito bem sintomático e explídto que o Estadautiliza todas formas possíveis para reprodução do capital, seja na habitação.saúde, educação. . ., todos são instrumentos verossímeis do capitalismo.
Os Meios de Produção Simbólica evidentemente são potentes instru-mentos de passe qu o poder utiliza como forma de minimização das con-tndições sodüis, com objeüvos patentes de Dominação e Legitimação do
EFEriDS
Neste ponto específico de efeitos, há um número mato restrito de tra-b8jhos versando sobre o tema, devido a complexidade de analisar-© wmperto rigor os resultados(efeitos) sob detemlinado público. Estas dificulda-des âmiam-n prindpalmente devido a heterogeneidade que os meios atin-gem, e a diwrsidade em termos de comportamento, valor©9. . . prementes emCeda ngião. Assim por questões metodoló#cas juntamente com outras va-ríávob, tomasse difíd] emitir resultantes concretas quanto aos teus efeitosdoõ Meios Simb6Kcos através do seu conteúdo no comportamento do amplo
público qw atinge.hinddos frestas considerações, diBcuüremos alguns elementos oriun-
dos ou nío, de constatações empíricas reflexiws tais como: fomução de es-
tedótip08, mne da mação comtmicacional, pasdvidade.. . etc.Num estudo de efeitos o que analiumos é uma detemlinada nnnsagem
emldda pelo neto, captada pelo receptor e entendermos como este conteúdofol decodiâcado/interpretado pelo consumidor(receptor). Em outras pala-vns a obtenção de respostas do renptor, sabenda6e jwtamente a eficácia dan»a18Rem.
O receptor de um modo geral ullmüa a mensagem que Ihe é dirigidanm maiores reflexões ou qualquer cdtiddade, deupercebendo os imponen-tes htendonais e persuuivos mesdados de conotações, deturpações e sen-
udonalismo qwtados a forma/estética a plasticidade dos meios.P8n oomprovu ou descomprovu está informações está aí o gowmo
Hino um dos mais priviledad08 quanto aos efeitos dos meios, isto devido
{l 1} CASTRA, Veldir -- Entrevista
{12) SfNGER, Paul -- Economia Política do Tnbalho
36 37
ração humana através da mensagem capaz deprovocar atitudes. Comunicaçãoé Jwtaimnte a transmissão de idélw num determinado contexto modal.
Sob o aspecto psicológico, define-õe mmo sendo a relação estabeleddapela transmissão de estímulos e pelo suscintamento de respostas. Inexiste acomunicação sem um sistema de siglas.
Colin Chery em "A Comunicação Humana'' aârma que "comunicaçãosigliÊica compartilha elementos do comportamento dos modos de vida pelaexistênda de um conjunto de regras", considera ainda que qualquer momontacomunicativo é bipolar.
Consideramos ainda a comunicação como um prowsso dinâmico e ne-
nssário, capaz de envolver todos os níveis de uma sodedade, sendo fatal quedetemlina e garante a pemlanência de um sistema económico. SÓ podemosconhecer melhor a comunicação dentro de uma sociedade concreta, oomestudo du características próprias desta sociedade, e vista de modo inter-disciplinar.
Com estas considerações, observamos em primeiro plano que inexistea interação humana, a troca de valores nos meios de "comunicação'', bto emdecoríência da linguagem fechada, onde inexiste a possibilidade imediata derespostas.
Como efeitos diretos, temos nos Meios Simbólicos o porte da relaçãocomunicacional em favor de uma ordem abstrata e unívoca ou seja,.controlemodal do diálogo. Monólogo substituindo o diálogo .
O controle toma-se mais fácil pela relação indireta com o público eatravés da diversificação de esquemas aplicados pelos :meios empresariaiscapitalistas.
Os meios seledonam, rqeitam o produto que vão oferewr sem maiores
reflexões, agindo como donos da cultwa social. Segundo alguns autores agemcomo mistificadores adquirindo momentaneamente um público "ATÓMI-CO", ''ANÓNIMO'', "ISOLADO" empobrecido de suas relações interpes-soais. Emitem um encorajamento ao conformismo sodal a partir do momentoem que marginalizam o debate sobra questões vitais da sociedade .
Os efeitos, mesmo ainda em comprovações, mais prensas, transcendemas considerações aqtü formuladas. Acredita-n que a atuação(penetração) dalinguagem de forma negativa aumetlt& em deconênda de alguns fatores au-ciantes enfrentados pelos Meios Simbólicos como :
Importação de enlatados
Controle da Informação
ao controle(explídto ou implídto) que o Estado exerw na televisão, rádiojomal. . . através de impaiçõe8, restrições, censwü etc. Os resultado emdúvida são complacentes a engrenagem do dstema político vigente, findonecessariamente fundamentais para difusão das idéias, valores da socieda-de de consumo, podendo dizer até dedsivos puâ manutenção do regime.
A problemática dos efeitos não permanece unicamente neste upectodo govemo, consiste apenas num fato isolado, inwrido noutros fatores que
também merecem destaques. É importante salientar que valias setores liga-dos ao status que e correntes fundonalista8 não fazem questão em desandarcertos aspectos negativos dos Meios de Produção Simbólica. Porém liça pa-
tente que o rádio, jomal e TV não são os únicos(excluüvos) ou mds impor-tantes elementos fomladores de comportamentos, valores e idéi© de umdetemiinado grupo social.
Apresentamos aqui algumas questões frequentemente fomiuladas porpessoas interessadas nos efeitos da 'comunicação'. Os Meios Simbólicos são
alienantes? Uma campanha jomalística bem programada poderá influenduno resultado de uma eleição? Os meios Bão instrumentos capazes de criar va-lores e alterar comportamentos.
A polémica estende-se, e aumenta o bloco dos que preferem dota OImeios como instrumentos maléficos, e persistem as wrrentes que prefenmisenta-los das críticas e considera-los como um bem sodal, enfatizando o seu
papel na promoção do "desenvolvimento" e do ''progrewo".Refutaremos as duas conentes, mas com isto não queremos descuac-
terizu a importância destes meios. O intento aqui é realmente questiona,refletir e criticar a forma como está estrutwado, a maneira como é elabondoo seu discurso, o modo como são emitidas as mensagens, sua dependêndü,seus efeitos; enfim tópicos diwrsos que serão extensão deste trabalho.
Na realidade inexiste a comunicação do público ouvinte com os pro-palados meios de "comunicação de mossa''. E os tempos comunicação/in-fomlação tem sido atolados com diversos equívocos.
Püa entendermos melhor este upecto, situaremos de modo prelimlnua comunicação, objetivando fomecer um suporte de compreensão, eluddandoalgumas questões referentes aos meios.
Comunicação é um processo continuo, dinâmico entre inda«duos,originando interações sob os diversos níwis e fomiw. Diremos que a mmu-nicação é a troca de valores, cantata disto, a relação hterpessoõl, é a inte-
39
38
-- Conteúdo da Infomiação.Ressaltamos que não geria, B não importação de enJ8tados ou coisa si-
milar que resolwria a problemática dos meios. A dimensão é muito mais am-
pla. Os meios estão inseridos na dinâmica competitivista constituindo-n emseu conjunto como um aparelho de passe que valoriza, legitima e reproduzo poder do Estado em seus diwrsos níveis. As discuwões em tomo dos efei-tos nãb se encenam aqiü.
tribuirem para o processo de transfomiação da sodedade independem deles,
««; ü -«"ü'm.; «t'g
CONCLUSÃO
De fome amplificada podemos caracterizar o poder dos Meios Sim-bólicos em três instâncias explídtal :
- Poder políticoPoder económico
-- Poder Ideológico
Os detentores dos imita de produção além da concentração ewnõmica,tem ao leu serviço o Estado com todo apanto repressivo ou seja, poder po-lítico. O controle exerddo por esta minoria nos meios de difusão denonüna-n poder político.
Toma-e mato bem sintomático que com o poder político e ideoló-gico, o capitalismo utiliza o$ meios em função de seus interesses ewnõnücos ;nprodudndo © relações de produção e fortalecendo por outro lado as nla-çõeB de exploração.
Quenmos reforça qw o procedo produtivo dos Meios Simbólicos ©-
nimlhamlBO nos setores económicos industriais, onde predominam a divi-do modal do trabalho e outros fatons cuücterísticos da exploração capita-lista. Os meias ião mediadons rápidos e criitalizadons 'pam realização damds valia, üt8lizando a circulação, tranBfomlando a mais valia em dinheiro.
Em termos geral, é de fundamental importândü repetir, interpretao oompnender a real situação d® Meios de Produção Simbólica, até entãoGerentes de pesqtü8u e análises pua fixação de bufas sólida .
Aaeditamos que mesmo sqeito u promiaas aqui desenvolvida, os'\mí08" devem buscar/cdu a]temativu extrBpo]ando os limites impostospolo dstema. Isto não será fádl
Os Mei« de Produção Simbólica enqlwito capital tem uma função deroprodudr o sistema oompetetlüsta A lua mudança no enüdo amplo de con-
0KluZ<
40
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ORIENTAÇÃO
Vbldir de Cntro Oliveira -- Coordenador do Cume de Com. Sod81 daUFPb.
EN'gREviSTAS
Eleonora de Oliveira Soarem -- Prole Disc. Cultura Bus. do Cubo de
Comunicação Social da UFPb.
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