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MESTRADO ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Melhoria Contínua e Responsabilidade Social nas organizações Uma análise exploratória da divulgação voluntária de informação Diogo Augusto Rebelo Pereira Marquez M 2019

Melhoria Contínua e Responsabilidade Social nas organizações · PDCA Plan Do Check Act PDCS Plan Do Check Standardize PRO Proeminência RS Responsabilidade Social. 1 1. INTRODUÇÃO

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MESTRADO

ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Melhoria Contínua e Responsabilidade

Social nas organizações Uma análise exploratória da divulgação voluntária de informação

Diogo Augusto Rebelo Pereira Marquez

M 2019

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Melhoria Contínua e Responsabilidade Social nas organizações –

Uma análise exploratória da divulgação voluntária de informação

Diogo Augusto Rebelo Pereira Marquez

Dissertação

Mestrado em Economia e Administração de Empresas

Orientado por

Professora Doutora Catarina Judite Morais Delgado

2019

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Agradecimentos

Terminar este trabalho representa, para mim, o encerramento de um ciclo académico e com

ele quero aproveitar para me dirigir às pessoas que foram importantes durante este período

Começo pela minha orientadora, Professora Doutora Catarina Delgado, sem a qual não

teria tido as condições necessárias para realizar este trabalho. Em particular, quero

agradecer toda a dedicação, todos os ensinamentos e toda a disponibilidade com que me

orientou neste trabalho. Obrigado.

Aos meus colegas de faculdade, amigos que este mestrado me deu. Foram muitas as

disciplinas, as horas, os exames, muitas coisas boas e alguns momentos difíceis. Não

trocaria o vosso companheirismo e amizade por nada. Obrigado.

À Martifer, empresa que me acompanhou nesta etapa da minha vida e que muito

contribuiu para que eu tivesse as condições necessárias para a realizar. Nela, agradecer a

todos os meus companheiros que ao longo de 4 anos me apoiaram naquilo que precisei.

Obrigado.

A todos os meus amigos, sem exceção, que em diferentes períodos me ajudaram nesta

missão. Obrigado.

À minha família, estrutura nuclear de apoio nos meus projectos. Obrigado.

Ao Mike, um exemplo de vida, de força, de sucesso, um amor de irmão. Foram as tuas

vitórias mas principalmente as tuas lutas, que serviram de motivação para que me

mantivesse da mesma forma que comecei, motivado. Obrigado

À Tatiana, a minha companheira! Já é o segundo ciclo de estudos em que me acompanhas,

neste ciclo de vida que partilho contigo. Foste e és fundamental no apoio que me dás e nas

horas que me dedicas, Obrigado!

Ao Pedro, e pouco mais seria necessário dizer. Para poder descrever a importância que tens

na minha vida, nas coisas que faço, teria de escrever outra dissertação. A felicidade que tive

em ver-te terminar o teu ciclo de estudos foi de extrema importância para que pudesse

também terminar o meu. Por tudo o resto, e muito mais, Obrigado!

Ao meu pai, importante pilar na minha vida. Sempre presente e sempre disponível.

Contribuíste nas pequenas coisas que fizeram que eu sentisse que tinha todo o apoio para

completar este desafio que foi realizar este mestrado, Obrigado!

Termino com a pessoa que, sem margem de dúvida, teve o papel mais importante em tudo.

Mãe, a ti te dedico este trabalho. Na vida pessoal, na vida académica, na vida profissional,

em todas as vidas que eu possa ter, foste, és e serás sempre o meu ídolo. OBRIGADO!

Este trabalho contou com o apoio do FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (programa

COMPETE 2020) e da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do projeto POCI-

01-0145-FEDER-031821.

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Resumo

Novos paradigmas levam as organizações a adoptar estratégias de diferenciação para

aumentarem a sua vantagem competitiva e gerirem as relações com os seus stakeholders

(clientes, colaboradores, fornecedores, investidores, credores, Estado, comunidades locais,

activistas, grupos de interesse, etc.). A divulgação voluntária de informação sobre

responsabilidade social, em relatórios de sustentabilidade, relatórios integrados e, mais

recentemente nas suas páginas web e redes sociais, tem sido encarada, a par da divulgação

de informação contabilística e financeira nos relatórios de conta, como um dos mais

importantes instrumentos de comunicação das organizações com os seus stakeholders.

Quanto mais a organização valorizar as práticas de responsabilidade social e, de acordo

com a Teoria dos stakeholders, quanto mais importantes estes forem para as organizações,

mais estas se esforçam para melhorar a sua relação com aqueles e mais investem na

divulgação voluntária de informação sobre as suas iniciativas de responsabilidade social. A

par com a responsabilidade social, as filosofias de melhoria contínua Kaizen/ Lean

thinking, ao promoverem o aumento da eficiência das organizações, a redução de

desperdícios e uma utilização mais eficiente dos recursos são simultaneamente

instrumentos potenciadores da vantagem competitiva e responsabilidade ambiental/ social

das organizações. Por esse motivo, algumas organizações começam a dar os primeiros

passos de divulgação deste tipo de práticas/ iniciativas como forma de melhorar ainda mais

as relações com os seus stakeholders. No entanto, esta é uma temática ainda não explorada

quer na literatura de comunicação empresarial, quer na literatura de melhoria contínua.

Com este estudo, pretende-se contribuir com uma primeira análise exploratória sobre este

tipo de práticas de divulgação voluntária.

Um dos objectivos deste trabalho é analisar a forma com que as organizações, vencedoras

de prémios atribuídos pelo Instituto Kaizen entre os anos 2010 e 2018, encaram a

divulgação da melhoria contínua através do seu website. Outro objectivo deste trabalho é o

de avaliar a relevância que as mesmas organizações atribuem à temática da responsabilidade

social que, assente numa perspectiva de sustentabilidade, é normalmente considerada como

um factor não produtivo e que implica custos para a organização. Por fim, pretende-se

comparar de que forma as duas vertentes podem coexistir nas organizações na divulgação

da informação e qual a importância dada a essa divulgação.

Para a realização deste estudo de carácter exploratório foi feita uma recolha de dados

através de uma análise de conteúdo aos websites de 57 organizações onde, com recurso a

uma metodologia qualitativa e quantitativa, procuramos responder aos objectivos

propostos. Através dos nossos resultados podemos concluir que existe uma ligação entre a

divulgação de informação e a dimensão das organizações e, ainda, pudemos observar uma

importante diferença de comportamento na divulgação entre organizações privadas e

públicas.

Palavras-Chave: melhoria contínua; responsabilidade social; divulgação voluntária de

informação

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Abstract

New paradigms lead organizations to adopt differentiation strategies to increase their

competitive advantage and manage relationships with their stakeholders (clients,

employees, suppliers, investors, creditors, state, local communities, activists, interest

groups, etc.). The voluntary disclosure of information on social responsibility, sustainability

reports, integrated reports and, more recently, on its web pages and social networks, has

been seen, together with the disclosure of accounting and financial information in the

account reports, as one of the most organizations and their stakeholders. The more the

company values social responsibility practices and, according to stakeholder theory, the

more important they are to organizations, the more they strive to improve their those and

others invest in the voluntary disclosure of information about their social responsibility

initiatives. Along with social responsibility, Kaizen / Lean thinking's philosophy of

continuous improvement, by promoting increased organizational efficiency, waste

reduction, and more efficient use of resources are both tools that enhance the competitive

advantage and environmental / social responsibility of organizations. For this reason, some

organizations are starting to take the first steps of disseminating this type of practices /

initiatives as a way to further improve relations with their stakeholders. However, this is an

issue not yet explored in both the business communication literature and the continuous

improvement literature. With this study, we intend to contribute with a first exploratory

analysis on this type of practices of voluntary disclosure.

One of the objectives of this work is to understand how the organizations, winners of

prizes awarded by the Kaizen Institute between 2010 and 2018, consider disseminating the

Continuous Improvement through its websites. Another objective of this work is to

evaluate the relevance that the same organizations attribute to the theme of Social

Responsibility, which, based on a sustainability perspective, is usually considered as a non-

productive factor and that implies costs for the organizations. Finally, we intend to

compare how the two aspects can coexist in the organizations in the dissemination of

information and how important is this disclosure.

For the accomplishment of this exploratory study it was made a data collection through a

content analysis to the websites of 57 organizations where, using a qualitative and

quantitative methodology, we tried to answer the proposed objectives.

Through our results we can conclude that there is a link between the disclosure of

information and the size of organizations and, also, we could observe an important

difference of behavior in the disclosure between private and public organizations.

Key-Words: continuous improvement; social responsibility; voluntary corporate

information disclosure

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Índice

1. Introdução ................................................................................................................................. 1

1.1. Enquadramento Geral ..................................................................................................... 1

1.2. Motivações e Objetivos ................................................................................................... 2

1.3. Estrutura da Tese ............................................................................................................. 3

2. Revisão de literatura ................................................................................................................. 4

2.1. Filosofia e Ferramentas de Melhoria Contínua ............................................................ 4

Cultura Kaizen .......................................................................................................... 4 2.1.1.

5S’s ............................................................................................................................. 5 2.1.2.

Gestão Visual ............................................................................................................ 6 2.1.3.

Padronização ............................................................................................................. 6 2.1.4.

2.2. Divulgação Voluntária de Informação .......................................................................... 7

Motivos da Divulgação Voluntária de Informação ............................................. 7 2.2.1.

Internet ...................................................................................................................... 9 2.2.2.

2.3. Responsabilidade Social ................................................................................................... 9

Definição ................................................................................................................... 9 2.3.1.

Divulgação da Responsabilidade ......................................................................... 10 2.3.1.

2.4. Melhoria Contínua e Responsabilidade Social ........................................................... 11

3. Metodologia ............................................................................................................................. 12

3.1. Amostra ........................................................................................................................... 12

3.2. Recolha de Dados .......................................................................................................... 14

3.3. Variáveis ........................................................................................................................... 15

Variáveis dependentes ........................................................................................... 15 3.3.1.

Variáveis independentes ........................................................................................ 16 3.3.2.

3.4. Hipóteses de investigação ............................................................................................. 17

4. Resultados e discussão ........................................................................................................... 19

4.1. Análise descritiva dos resultados .................................................................................. 19

Melhoria Contínua ................................................................................................. 19 4.1.1.

Responsabilidade Social ........................................................................................ 21 4.1.2.

Melhoria Contínua e Responsabilidade Social ................................................... 23 4.1.3.

4.2. Testes de hipóteses......................................................................................................... 24

Análise bivariada .................................................................................................... 24 4.2.1.

4.3. Discussão dos resultados............................................................................................... 25

5. Conclusões ............................................................................................................................... 27

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5.1. Principais conclusões ..................................................................................................... 27

5.2. Principais contribuições ................................................................................................ 29

5.3. Limitações ....................................................................................................................... 29

5.4. Sugestões para estudos futuros .................................................................................... 30

6. Referências Bibliográficas ...................................................................................................... 31

7. Anexos ...................................................................................................................................... 34

ANEXO A – Lista das organizações ....................................................................................... 34

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Índice de Figuras

FIGURA 1 – NÚMERO DE ORGANIZAÇÕES POR ORGANIZAÇÃO/DIMENSÃO 13 FIGURA 2 – NÚMERO DE ORGANIZAÇÕES POR ORGANIZAÇÃO/DIMENSÃO E IDADE MÉDIA, MÁXIMA E

MÍNIMA 13 FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE A EXISTÊNCIA DE INFORMAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO/DIMENSÃO – MELHORIA

CONTÍNUA 19 FIGURA 4 – RELAÇÃO ENTRE A EXISTÊNCIA DE INFORMAÇÃO E A IDADE – MELHORIA CONTÍNUA 20 FIGURA 5 – RELAÇÃO ENTRE A PRO DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO /DIMENSÃO –

MELHORIA CONTÍNUA 20 FIGURA 6 – RELAÇÃO ENTRE A PRO DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO E A IDADE – MELHORIA CONTÍNUA

21 FIGURA 7 – RELAÇÃO ENTRE A EXISTÊNCIA DE INFORMAÇÃO E O ORGANIZAÇÃO /DIMENSÃO –

RESPONSABILIDADE SOCIAL 21 FIGURA 8 – RELAÇÃO ENTRE A EXISTÊNCIA DE INFORMAÇÃO E A IDADE – RESPONSABILIDADE SOCIAL 22 FIGURA 9 – RELAÇÃO ENTRE A PRO DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO DE INFORMAÇÃO E A

ORGANIZAÇÃO/DIMENSÃO – RESPONSABILIDADE SOCIAL 22 FIGURA 10 RELAÇÃO ENTRE A PRO DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO DE INFORMAÇÃO E A IDADE –

RESPONSABILIDADE SOCIAL 23 FIGURA 11 – RELAÇÃO ENTRE A PRO DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO DE INFORMAÇÃO E A

ORGANIZAÇÃO /DIMENSÃO – MELHORIA CONTÍNUA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL 23 FIGURA 12 – RELAÇÃO ENTRE A PRO DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO DE INFORMAÇÃO E A IDADE –

MELHORIA CONTÍNUA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL 24 FIGURA 13 – TESTE QUI-QUADRADO DE PEARSON PARA H1 – TIPO DE ORGANIZAÇÃO 24 FIGURA 14 – TESTE QUI-QUADRADO DE PEARSON PARA H2 – DIMENSÃO DA ORGANIZAÇÃO 24 FIGURA 15 – TESTE MANN-WHITNEY E KRUSKAL-WALLIS PARA H3 – IDADE DA ORGANIZAÇÃO 25

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Lista de siglas, abreviaturas e acrónimos

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

IK Instituto Kaizen

MC Melhoria Contínua

PDCA Plan Do Check Act

PDCS Plan Do Check Standardize

PRO Proeminência

RS Responsabilidade Social

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento Geral

Numa época marcada pela globalização, em que a distância é por vezes ultrapassada por

um clique e a área geográfica de influência é partilhada com organizações de diferentes

continentes, deparamo-nos com novas formas de olhar o modelo empresarial. Neste

contexto, as organizações são pressionadas a excederem-se e é através da diferenciação que

muitas organizações procuram encontrar uma vantagem para com a sua concorrência. Cada

vez mais, as organizações são forçadas a encontrar mecanismos para atingirem uma elevada

eficiência operacional, bem como, em simultâneo, serem organizações socialmente

responsáveis e cuja imagem seja positiva e resulte numa melhor reputação.

A necessidade do cliente final apresenta-se cada vez mais complexa, pelo que não apenas a

organização tem de cumprir a sua missão de uma forma realmente eficiente como também

de uma forma socialmente aceitável, promovendo desta forma os seus valores sociais e não

apenas os económicos.

É com base neste paradigma que este trabalho exploratório se desenvolve, pelo facto de as

organizações hoje terem a necessidade de serem extremamente produtivas, ou seja, com

um grande enfoque no controlo de custos e, simultaneamente, estarem inseridas numa

realidade onde a opinião pública se apresenta cada vez mais importante e por vezes

tornando-se até limitadora da acção.

Um dos objectivos deste trabalho é analisar a forma com que as organizações, vencedoras

de prémios atribuídos pelo Instituto Kaizen (IK) entre os anos 2010 e 2018, encaram a

divulgação da filosofia de melhoria contínua (MC) através do seu website. As organizações

premiadas pelo IK são organizações que apresentam uma preocupação para com os seus

resultados, justificada pela integração da filosofia kaizen mas também com uma filosofia

lean, onde se procura reduzir o desperdício. Com base nesta ideia, outro objectivo deste

trabalho é o de avaliar a relevância que as mesmas organizações atribuem à temática da

responsabilidade social (RS) que, assente numa perspectiva de sustentabilidade, é,

normalmente, considerada com um factor não produtivo e que implica custos para a

organização. Por fim, pretende-se comparar de que forma as duas vertentes podem

coexistir nas organizações uma vez que, por um lado, existe a vertente económico-

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produtiva baseada em resultados directos e, por outro lado, existe uma vertente mais social,

de preocupação com o ambiente, onde o seu benefício não é directo mas sim indirecto.

Para atingir os objectivos, analisámos qualitativamente o website de 57 organizações, com

diferentes características, examinando em primeiro lugar a existência de divulgação

voluntária de informação e, no caso de existir, qual a proeminência (PRO) da informação

de cada uma das categorias pretendidas.

1.2. Motivações e Objectivos

Durante bastante tempo, era através do relatório e contas que as organizações

comunicavam com os seus stakeholders e, como tal, também uma grande parte dos estudos

realizados tiveram como enfoque a informação disponível nesses mesmos relatórios. Hoje

em dia a relação organização-stakeholder é mais dinâmica, havendo uma maior interação

através do seu website e da informação lá partilhada.

As organizações são levadas a incorporar processos de melhoria contínua como forma de

se tornarem sustentáveis a nível económico-financeiro. Por outro lado, o enfoque que

actualmente se dá à noção de responsabilidade social e sustentabilidade torna as

organizações mais vulneráveis a outros factores além dos directamente conectados com a

parte económica. Noutras áreas tem sido estudado o impacto que essas formas de

investimento não económico trazem para a organizações e de que forma tal impacto é

percepcionado e divulgado.

A presente tese tem como objectivo analisar as práticas de divulgação voluntária de

informação por parte das organizações reconhecidas como tendo um nível de excelência a

nível da melhoria contínua. Um dos objectivos deste trabalho é analisar de que forma as

organizações, vencedoras de prémios atribuídos pelo Instituto Kaizen entre os anos 2010 e

2018, encaram a divulgação da melhoria contínua através do seu website. Outro objectivo

deste trabalho é o de avaliar a relevância que as mesmas organizações atribuem à temática

da responsabilidade social que, assente numa perspectiva de sustentabilidade, é

normalmente considerada como um factor não produtivo e que implica custos para a

organização. Por fim, pretende-se comparar de que forma as duas vertentes podem

coexistir nas organizações na divulgação da informação e qual a importância dada a essa

divulgação.

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1.3. Estrutura da Tese

A presente tese está organizada em 5 capítulos.

No primeiro capítulo, será apresentado um enquadramento acerca do objecto de estudo,

apontando as motivações e os objectivos pelos quais se irá desenvolver o trabalho.

No segundo capítulo, será feito um levantamento bibliográfico acerca da temática MC, com

enfoque para a metodologia kaizen. Ainda neste capítulo, será estudada a temática da

divulgação voluntária de informação e o papel que a Internet desempenha nesta área. Por

fim, será feito um levantamento bibliográfico acerca da temática da RS bem como a

motivação inerente à sua divulgação voluntária.

No capítulo seguinte, o terceiro, serão abordas questões de método qualitativo para o

estudo exploratório realizado, critérios para a definição da amostra e recolha de dados.

Ainda neste capítulo serão definidas as variáveis em estudo, as hipóteses a testar.

No quarto capítulo, serão apresentados os resultados obtidos da análise estatística realizada

e apresentada a sua análise e discussão.

No quinto e último capítulo, serão apresentadas as conclusões obtidas, suportadas pelas

limitações encontradas, apresentados os seus contributos académicos e empresariais e

dadas sugestões para investigações futuras.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Filosofia e Ferramentas de Melhoria Contínua

Surgida como necessidade e não como opção, a MC, lean thinking, é uma filosofia de

liderança e administração que tem como objectivos a eliminação do desperdício e a criação

de valor (Pinto, 2009).

A criação de valor (Pinto, 2009) e o alcance da excelência (Coimbra, 2013), encontram no

desperdício uma espécie de alvo e, portanto, isso torna o seu combate prioritário (Imai,

1997). O desperdício refere-se a todas as actividades que realizamos e que não acrescentam

valor (Pinto, 2009). Valor é, na concepção de Pinto (2009), mais do que a compensação que

recebemos do dinheiro dado em troca, valor é tudo aquilo que justifica a atenção, o tempo

e o esforço que dedicamos a algo.

O desperdício leva naturalmente a que como resultado final quer os produtos quer os

serviços obtenham um preço final relativamente desfasado do justo valor. Desta forma é

fácil compreender que, quando outrem obtém os mesmos resultados a um custo inferior ou

pelo mesmo custo obtém melhores resultados, iremos certamente ficar fora de mercado. A

vantagem competitiva pode então ser medida pela relação entre o valor que uma

organização cria e aquilo que a mesma pede por isso (Pinto, 2009).

Cultura Kaizen 2.1.1.

Quando abordamos uma metodologia lean está implícita a eliminação do desperdício, com

o intuito de potenciar a rapidez e a flexibilidade dos processos, de forma a produzir os

produtos e/ou fornecer os serviços necessários, quando necessário e na quantidade exigida

(Arcidiacono et al., 2012).

A palavra kaizen tem origem na cultura japonesa e é resultado da associação de dois termo,

kai e zen, que traduzidos individualmente querem dizer mudar e melhor, respectivamente.

Quando se procura implementar uma produção lean, o kaizen torna-se parte central ao

apresentar um conjunto de práticas e estratégias de baixo custo para implementar no local

de trabalho, seja numa linha de produção ou num gabinete administrativo. Dividida num

conjunto de pequenas tarefas que, como um todo, acrescentam valor, esta cultura de MC é

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traduzida pela máxima "hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje” (Imai,

1997).

Existem porém diversas teorias acerca da temática liderança mas na maioria elas

apresentam duas consideráveis falhas. Por um lado, são desajustadas da realidade, por

outro, não apresentam medidas exactas e concretas para se poderem atingir os esperados

resultados. A metodologia distingue-se das demais existentes por colmatar essas limitações.

Não só definem concretamente as acções necessárias para uma eficaz implementação,

como são totalmente baseados em realidades simples acerca das pessoas, processos e

desperdícios (Lareau, 2002).

O kaizen é um projecto de longo prazo e, como tal, não é algo que se espere implementar

de um dia para o outro, nem cujos resultados se esperem a curto prazo. Porém, quando se

consegue ultrapassar a inércia inicial e a filosofia kaizen fizer parte, os demais stakeholders

acabam por aceitar que devem aprender diariamente a fazê-lo melhor, de uma forma

contínua.

As ferramentas de MC que nos permitem atingir uma gestão lucrativa são as boas práticas

de trabalho representadas suportadas pelos 5S’s, a eliminação de desperdícios e a

padronização.

5S’s 2.1.2.

A filosofia 5S’s nasceu no Japão com as obras The 5 Pillars of the Visual Workplace de

Hiroyuki Hirano (1995) e The 5S’s: The Five Keys to a Total Quality Environment de Taashi

Osada (1991). A ferramenta nasce para organizar as zonas de trabalho e com isso obter

melhorias na produtividade dos colaboradores. Com esta metodologia, espera-se uma

redução de desperdícios, ou seja, toda e qualquer coisa que não acrescente valor ao

trabalho.

A ferramenta é praticamente universal ao poder-se aplicar desde a uma secretária, a um

computador, a um servidor ou até mesmo a um escritório inteiro. A sua implementação é

baseada num conjunto de técnicas que se focam em arrumação e padronização

organizacional que pretende melhorar a rentabilidade, aumentar a eficiência e segurança dos

processos que contribuem para a redução do desperdício de todos os tipos.

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Gestão Visual 2.1.3.

Todas as situações que não decorram da melhor forma devem tornar-se visíveis. É com

esta ideia que Imai (1997) defende que, para se tomarem as acções correctivas necessárias, é

fundamental que os problemas estejam visíveis.

Existem diferentes formas de apresentar visualmente os problemas e Dennis (2007)

considera importante o recurso a quadros, gráficos ou códigos de cores, permitindo que se

aplique o triângulo de gestão visual onde a organização deve ver, saber e agir como um

grupo. Como ferramentas frequentes da gestão visual temos o uso de imagens, gráficos de

desempenho, classificação por cores (Liff e Posey, 2007).

Padronização 2.1.4.

De acordo com o abordado por Imai (2012), na filosofia kaizen é fulcral estabelecer o ciclo

PDCA/PDCS (Plan Do Check Act/Plan Do Check Standardize) como um meio para

manter e/ou melhorar rotinas, sendo um dos conceitos fundamentais do processo de

melhoria contínua.

O ciclo PDCA/PDCS é descrito, resumidamente, da seguinte forma (Imai 2012):

Plan – “P” do ciclo refere-se a “planear”. Nesta fase definem-se objectivos para

uma área de melhoria e um plano de ação. Verifica-se qual a situação actual e

analisa-se o possível impacto de possíveis ajustamentos no futuro.

Do – O “D” do ciclo refere-se a “fazer”, onde se pretende que o plano seja

executado em condições controladas através da implementação dos processos.

Check – O “C” do ciclo refere-se a “monitorar e avaliar” os processos, bem como

os resultados de acordo com o objectivo e as respectivas especificações.

Act/Standardize – O “A” do ciclo refere-se a “normalizar” o processo ou utilizar a

experiência como base para implementar novas melhorias.

De acordo com o estudo realizado, concluímos que existem ainda variadas ferramentas que

poderão ser utilizadas para suportar o Lean, como por exemplo: Just in Time, Lean Six Sigma,

Total Quality Management, abordagem por sistemas, agile, filas de espera (Daultani et al., 2015).

Adicionalmente, Machado e Leitner (2010) indicam também outras ferramentas de medição

de tempos que poderão ser utilizadas na filosofia kaisen.

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2.2. Divulgação Voluntária de Informação

A Informação pode ser explicada como sendo o “resultado da agregação e composição

desses dados elementares, realizada de acordo com determinados objectivos. É a

informação que fornece sentido aos dados de forma a obter descrições de acontecimentos,

objectos ou situações” (Santos e Ramos, 2006).

Acerca da divulgação de informação, e em concreto para o trabalho em questão, importa

analisar o conceito de divulgação voluntária-

Num conceito simples e de importante adequação, divulgação voluntária, como o próprio

termo permite antecipar, consiste na divulgação daquilo que excede o que é legalmente

obrigatório. Do ponto de vista empresarial podemos entender como sendo um

instrumento que permite diversificar os motivos de interesse na organização.

Motivos da Divulgação Voluntária de Informação 2.2.1.

Os motivos que explicam a divulgação voluntária de informação das organizações têm sido

estudados ao longo das últimas décadas e por vários autores.

Actualmente tem-se assistido a uma alteração no padrão da divulgação de informação e,

como concluíram Branco e Góis (2013), a crescente preocupação do sector empresarial em

divulgar mais informação do que a legalmente obrigatória é notória pelo facto de, para as

organizações, a divulgação voluntária poder ser vista como um factor diferencial entre as

mesmas.

Os relatórios que anualmente são apresentados pelas organizações são resultado das

expectativas/exigências por parte dos seus stakeholders, no entanto, diferentes autores (Beyer

et al.,2010; Meek et al.,1995; Leuz e Wysocki, 2016) concluem que essa mesma informação

divulgada é afetada quer pelo que é legalmente obrigatório quer pelos benefícios quer ainda

pelos custos associados à mesma.

Um factor implicitamente associado a essa divulgação é o do custo/benefício, ou seja, os

decisores estão mais propensos a divulgarem a informação sempre que o benefício dessa

mesma divulgação supere os seus custos associados como, por exemplo, os custos de

propriedade, pois estes ocorrem quando a informação divulgada é potencialmente negativa

para a organização. Sobre divulgação de informação, no âmbito da propriedade, Verrecchia

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(2001) defende que tanto a divulgação como a não divulgação de informação terão custos

para a organização, pois é apenas do tipo informativa.

Além do sector onde a organização se insere, estudos realizados (Meek et al., 1995; Branco

e Góis, 2013; Barako et al., 2006; Eng e Mak, 2003) concluem que organizações com maior

dimensão são mais propensas a divulgarem mais informação quando comparadas com

organizações mais pequenas. Esta relação positiva pode ser justificada pelos incentivos que

organizações maiores possuem na divulgação de informação.

De certa forma relacionado com o anterior, Lang e Lundholm (1993) defenderam que

existe uma relação positiva entre a divulgação de informação e o desempenho que as

organizações obtêm em mercados financeiros, ou seja, organizações com presença em

bolsa sentem maior necessidade nessa mesma divulgação.

Outro factor, controverso, para a divulgação de informação, é a rentabilidade de uma

organização. Este factor não reúne um consenso quanto a sua validade, sendo difícil chegar

a uma conclusão quanto à sua importância na divulgação voluntária de informação pois os

resultados são contraditórios. Por um lado, Meek et al. (1995) e Wang et al. (2008)

confirmam que as organizações com os melhores resultados apresentam voluntariamente

mais informação, tendo como principal intuito o de se diferenciarem de outras menos

rentáveis. Ainda, Lang e Lundholm (1993) colocaram a hipótese da existência de uma

maior divulgação em organizações com maior rentabilidade e de maior dimensão. Contudo,

por outro lado, outros estudos (Barako et al., 2006; Branco e Góis, 2013; Rouf e Harun,

2011; Eng e Mak, 2003) não permitiram que uma relação fosse considerada relevante entre

a rentabilidade e a divulgação voluntária de informação.

Gamerschlag et al. (2011) são peremptórios ao afirmar que o motivo pelo qual as

organizações divulgam informação sobre a RS é estritamente económico.

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9

Internet 2.2.2.

A Internet tem-se tornado cada vez mais importante para as organizações em termos de

divulgação. Através da Internet é possível realizar uma divulgação para o público em geral e

com isso aumentar a interacção entre a organização e os seus stakeholders. Por consequência,

esta interacção proporciona à organização maior proximidade com os seus stakeholders.

Também Alisson Clark (2000) ao referir-se à relação entre a organização e os stakeholders,

conclui que a Internet é importante para essa comunicação sendo que o sucesso desta

depende da participação dos stakeholders.

A divulgação da informação tem tido uma evolução semelhante à evolução dos meios de

partilha de informação. Desta forma a Internet tem substituído os tradicionais meios de

divulgação ao permitir que os stakeholders tenham acesso a um elevado número de

informações acerca da organização. Mateus (2008) afirma que a Internet se tornou no meio

de divulgação mais utilizado no sentido em que a mesma é realizada de uma forma mais

eficaz e abrangente. Stuart e Jone (2004) vão mais longe afirmando que, com esta evolução,

a Internet tornou-se indispensável ao funcionamento de uma organização.

Já no final dos anos 90, havia estudos que permitiam concluir que a Internet era já muito

utilizada na divulgação voluntária de informação, em particular acerca do tema da

responsabilidade social das organizações (Esrock e Leichty,1998). Ainda esse mesmo

estudo levou os autores a concluírem que existe uma ligação entre a dimensão da

organização e a divulgação sobre esse mesmo tema, a RS.

2.3. Responsabilidade Social

Definição 2.3.1.

A ligação entre a RS e as organizações começou a ganhar forma com o trabalho de Clark,

em 1926, de onde resultou a teoria de que existe uma responsabilidade das organizações

perante a sociedade. Algum trabalho foi desenvolvido nos anos seguintes, até que o assunto

ganhou uma dimensão académica relevante, tendo o trabalho de Bowen (1953) contribuído

para que o tema da RS começasse a ser objecto de estudo académico.

Bowen (1953) acrescenta à teoria de Clark (1926) que a RS é baseada num conjunto de

políticas e decisões a serem tomadas pelas organizações em relação à sociedade da qual

fazem parte; e Eells (1958), mais tarde, vem introduzir o conceito de filantropia no mundo

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empresarial. Por outro lado, Levitt (1958) conclui que este conceito implica para os

accionistas um impacto negativo em relação aos resultados líquidos da organização,

afectando os lucros gerados pelas mesmas.

McWilliams e Siegel (2001) introduzem uma conotação voluntária na correta definição de

RS por parte das organizações, defendendo que apenas se pode considerar como RS as

políticas que excedem os compromissos legais da organização.

Definições mais recentes de RS aproximam a sociedade da organização, tomando-a

organização como um stakeholder da sociedade. Foi no estudo de Bakker et al. (2005), que

foi reconhecida a importância que a sociedade tem para a organização e o quanto a

percepção que a sociedade tem sobre a organização é importante para o funcionamento da

mesma.

As diferentes definições que foram apresentadas ao longo dos anos reforçam a ideia da

evolução do conceito e a forma como a responsabilidade se foi definindo no contexto

empresarial.

Divulgação da Responsabilidade 2.3.1.

Como se pode entender no ponto anterior, a RS tornou-se em certa medida uma

necessidade das organizações para com a sociedade por forma a serem melhor aceites pela

mesma. Com esta necessidade vem o interesse em divulgar a RS que a organização pratica.

Chaudhri e Wang (2007) analisaram, no seu estudo acerca da comunicação da RS nos

websites, uma centena de organizações indianas de tecnologias de informação e verificaram

que apenas um terço das organizações possuíam informação sobre o tema. Os motivos

encontrados para este número dividem-se: por um lado, são explicados pela falta de

interesse das organizações em abordarem o tema e, por outro lado, decorrem da decisão de

comunicarem a responsabilidade através de outros mecanismos como, por exemplo, os

relatórios anuais.

Quanto às organizações que divulgavam a informação, novamente verificou-se que um

terço das mesmas possuía uma secção própria tendo as restantes a informação difundida

nas secções generalistas do website.

Ainda neste estudo, Chaudhri e Wang (2007) retiram uma conclusão importante acerca da

quantidade de informação divulgada acerca da RS, afirmando que o número de páginas não

é por si só suficiente para definir a importância que a organização dá ao assunto.

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11

2.4. Melhoria Contínua e Responsabilidade Social

A relação entre a MC e a RS tem sido abordada por diversos autores com o objectivo de

analisarem a relação entre duas realidades que, numa primeira análise podem ser

consideradas antagónicas. A pressão económica que existe nas organizações, para que se

alcancem os objectivos estabelecidos, levam as organizações a ter uma cultura muito forte

no que concerne ao controlo dos seus custos e despesas, procurando obter uma relação

custo/benefício de curto impacto (Bergman et al., 2007)

A relação entre as duas temáticas por vezes ocorre de forma não planeada em que uma leva

à outra. No estudo de Bergmiller e McWright (2009) foi possível observar que organizações

que implementaram metodologias de MC, tendo sido inclusive premiadas, tornaram-se de

certa forma muito mais sustentáveis do que eram antes.

Sawhney et al. (2007) afirmaram no seu estudo que “é natural que o conceito de melhoria

contínua, noção inerente de valor e o seu foco na eliminação sistemática de desperdício,

encaixem na estratégica geral de sustentabilidade”.

Por seu turno, Savitz e Weber (2007) entendem que as organizações não deviam

concentrar-se apenas na vertente económica do negócio mas considerarem no processo de

decisão a importância dos seus stakeholders.

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3. METODOLOGIA

Terminada a revisão de literatura, neste capítulo iremos apresentar a metodologia

qualitativa e quantitativa utilizada, suportada pelas opções tomadas.

3.1. Amostra

Para seleccionar a amostra, realizámos uma pesquisa acerca das organizações premiadas

pelo IK, entre os anos 2010 e 2018, nas diferentes categorias existentes. Esta análise

permitiu-nos definir uma amostra inicial com 79 organizações.

Terminada a selecção das organizações, com base no critério apresentado, recorremos à

base de dados SABI, uma base de dados que funciona como uma ferramenta de pesquisa

avançada de dados onde é possível obter diversas informações sobre organizações

portuguesas e espanholas.

Durante os meses de Junho, Julho e Agosto de 2019, procedemos à consulta de informação

das 79 organizações que fazem parte da amostra inicial acerca à informação partilhada

sobre a MC e a RS nos respectivos websites. Depois de efectuarmos a análise de todas as

organizações foi necessário excluirmos as seguintes organizações:

1 organização por não possuírem informação institucional;

2 organizações por não possuírem website;

2 organizações pelo facto de os websites serem vocacionados para a venda

de produtos;

4 organizações por apenas existir website o do grupo a que pertencem;

13 organizações porque não constam na base de dados utilizada;

Desta forma, a nossa amostra reduziu-se para 57 organizações, que se dividem em 51

organizações privadas e 6 organizações públicas. Portanto, as organizações privadas

representam 89,5% da amostra sendo estas ainda divididas de acordo com a sua dimensão

em: grandes organizações e PME’s.

Para distinguirmos entre grandes organizações e PME’s, recorremos aos critérios do

IAPMEI segundo os quais todas as organizações que empreguem menos de 250 pessoas e

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cujo volume de negócios não ultrapasse os 50 milhões de euros são consideradas como

PME’s (Gomes, 2012).

Figura 1 – Número de organizações por organização/dimensão

Como se pode observar na tabela acima, as grandes organizações e as organizações

públicas, que segundo a definição do IAPMEI são todas grandes organizações,

representam de 96,5%, sendo que dentro desta percentagem a predominância das

organizações privadas é clara.

No tocante à caracterização da amostra importa ainda analisar de que forma as

organizações se distribuem de acordo com a sua idade, sendo que a média total das idades

das organizações da amostra é de aproximadamente 36 anos, tendo a mais recente 5 anos e

a mais antiga 101 anos de existência.

Figura 2 – Número de organizações por organização/dimensão e idade média, máxima e mínima

A figura mostra que as grandes organizações privadas apresentam a maior média de idades,

cerca de 39 anos, e as organizações públicas a mais baixa, na ordem dos 17 anos.

Organização | Dimensão Nº Organizações Percentagem

Organizações Públicas 6 10,5%

Grandes Organizações Privadas 49 86,0%

PME's 2 3,5%

Total 57 100%

Organização | Dimensão Nº Organizações Idade Média Idade Máx. Idade Min.

Organizações Públicas 6 17,33 45 8

Grandes Organizações Privadas 49 39,00 101 5

PME's 2 25,50 41 10

Total 57 36,25 101 5

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3.2. Recolha de Dados

A técnica de análise de conteúdo foi baseada na classificação da informação divulgada nas

páginas web, em várias categorias de elementos (Correia, 2010), que incluem a temática da

MC, da temática da RS e bem assim a relação entre ambas.

Sendo o estudo realizado um estudo de carácter exploratório, foi necessário aplicar a forma

mais simples da análise de conteúdo (Gomes, 2012). Desta forma, detectou-se a presença

ou ausência de informação acerca da temática da MC, da RS, bem como a relação entre

ambos, tendo-se optado por verificar se, e de que forma, a informação sobre os temas

referidos é divulgada nos websites das organizações analisadas.

O método de recolha de dados utilizado foi concebido com base nos métodos utilizados

nos estudos de Chapple e Moon (2005), Chaudhri e Wang (2007) e Gomes (2012), tendo

sido avaliados os seguintes aspetos:

1. Existência de informação acerca da MC;

2. PRO da informação acerca da MC no website da organização;

3. Existência de informação acerca da RS;

4. PRO da informação acerca da RS no website da organização;

5. Relação entre a MC e a RS;

Acerca da PRO da informação, verificámos onde era partilhada, mais especificamente, se

havia uma secção ou página específica para a informação ou se a mesma era difundida de

forma ligeira. Depois, como no estudo de Gomes (2012), avaliámos a existência de

informação sobre a MC e a RS de cada uma das organizações que constituem amostra

(página/secção dedicada e/ou diversos) como um factor de destaque da informação, isto é,

como um indicador de PRO da comunicação. Considerámos que as organizações que

possuíam uma secção dedicada à MC ou à RS eram aquelas que consideravam importante

divulgar informação dessa natureza.

Para o nosso estudo, a recolha de dados foi realizada através da pesquisa e análise dos

websites das 57 organizações da nossa amostra final. Na nossa amostra, como já referido,

constam as organizações vencedoras dos prémios atribuídos, nas diferentes categorias, pelo

IK, entre os anos de 2010 e 2018.

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Cada um dos websites foi analisado para podermos verificar a existência ou não de

informação sobre a MC, a RS, bem como na relação entre ambos. Para construir a nossa

análise, atribuímos o valor de 1, quando existia divulgação de informação relativamente a

essa temática, e o valor de 0, quando o website não fornecia qualquer tipo de informação

sobre os aspectos observados. Esta abordagem é própria deste tipo de Análise de

Conteúdos (Haniffa e Cooke; 2005, Gomes, 2012; Suwaidan et al., 2004). Ainda, analisámos

a PRO de informação com relação à existência de uma página, secção e/ou relatório

dedicados às temáticas em questão, sendo atribuído o valor de 0 quando residual, o valor

de 1 quando regular e o valor 2 quando existia uma página/relatório dedicado.

Conforme anteriormente descrito, pelas limitações apresentadas, não nos foi possível

verificar a qualidade da informação mas sim reconhecer se a organização divulgava alguma

informação relevante dentro das categorias da MC e da RS, bem como avaliar a relação

entre ambas (Correia, 2010). Contudo, esta limitação foi considerada aceitável por

Campbell (2000).

3.3. Variáveis

Para realizar o estudo, foram definidos dois tipos de variáveis, as dependentes e as

independentes.

Variáveis dependentes 3.3.1.

1. Existência de informação acerca da Melhoria Contínua

Esta variável refere-se à informação, divulgada voluntariamente, no website da organização.

Como tal, utilizámos o valor 0, quando não encontramos informação, e o valor 1 quando

existia informação.

2. Proeminência da informação acerca da Melhoria Contínua

Através desta variável foi possível avaliar a PRO da informação, considerando que a PRO é

maior quando existe uma página dedicada. Assim, utilizámos o valor de 0 quando a

informação era residual, o valor de 1 quando era regular e o valor 2 quando existia uma

página/relatório dedicado.

3. Existência de informação acerca da Responsabilidade Social

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À semelhança da variável 1, esta variável refere-se à informação, divulgada voluntariamente,

no website da organização. Deste movo, utilizámos o valor 0, quando não encontramos

informação, e o valor 1 quando existia informação.

4. Proeminência da informação acerca da Responsabilidade Social

Através desta variável foi possível avaliar a PRO da informação, considerando-se que a

PRO é maior quando existe uma página dedicada. Portanto, utilizámos o valor 0 quando a

informação era meramente residual, o valor de 1 quando a informação era regular e o valor

2 quando existia uma página/relatório dedicado.

5. Proeminência da informação acerca da relação entre Melhoria Contínua e

Responsabilidade Social

Por último, esta variável permitiu-nos avaliar a relação entre a informação acerca da MC e

da RS, tendo em conta que a PRO é maior quando existe informação direta acerca da

relação entre as variáveis. Como tal, utilizámos o valor 0 quando a divulgação sobre a

relação era inexistente, o valor 1 quando divulgação era ligeira e o valor 2 quando existia

claramente uma divulgação acerca da relação entre ambas.

Variáveis independentes 3.3.2.

1. Organização – Pública ou Privada

Com esta variável diferenciamos se a organização é pública ou privada.

2. Dimensão

Na variável dimensão das organizações, dividimos as organizações em dois grupos: grandes

organizações, quando o número de colaboradores era maior do que 250 pessoas ou o

volume de facturação era superior a 50 milhões de euros e em PME’s as restantes.

3. Idade

Por último, diferenciamos a amostra através da idade, ou seja, o número aos anos desde a

sua criação até ao ano de 2018. Fruto da variedade dos dados, e como forma de permitir

avançar com a análise, convertemos o número de anos nas seguintes categorias: Grupo 1 -

menos de 10 anos, Grupo 2 - entre 10 e 50 anos e Grupo 3 - mais de 50 anos (Gomes,

2012).

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3.4. Hipóteses de investigação

Procurando alcançar os objectivos a que nos propusemos no início desta tese iremos

formular um conjunto de hipóteses de estudo.

Uma das variáveis em estudo é o tipo de organização, se pública ou privada, e para essa

variável formulamos as seguintes hipóteses:

H1|a: Existe uma relação entre o Tipo de organização e a divulgação no website de

informação sobre melhoria contínua;

H1|b: Existe uma relação entre o Tipo de organização e a proeminência da divulgação no

website de informação sobre melhoria contínua;

H1|c: Existe uma relação entre o Tipo de organização e a divulgação no website de

informação sobre responsabilidade social;

H1|d: Existe uma relação entre o Tipo de organização e a proeminência da divulgação no

website de informação sobre responsabilidade social;

H1|e: Existe uma relação entre o Tipo de organização e a proeminência da divulgação no

website de informação sobre a relação entre melhoria contínua e responsabilidade social.

Outra variável em estudo é a dimensão organização, se grande organização ou PME e, para

essa variável, formulamos as seguintes hipóteses:

H2|a: Existe uma relação entre a Dimensão da organização e a divulgação no website de

informação sobre melhoria contínua;

H2|b: Existe uma relação entre a Dimensão de organização e a proeminência da

divulgação no website de informação sobre melhoria contínua;

H2|c: Existe uma relação entre a Dimensão de organização e a divulgação no website de

informação sobre responsabilidade social;

H2|d: Existe uma relação entre a Dimensão de organização e a proeminência da

divulgação no website de informação sobre responsabilidade social;

H2|e: Existe uma relação entre a Dimensão de organização e a proeminência da divulgação

no website de informação sobre a relação entre melhoria contínua e responsabilidade

social.

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Por fim, analisamos a variável idade com o objectivo de entender de que forma a idade

influência a divulgação no website de informação sobre os temas abordados e para tal

formulamos as seguintes hipóteses:

H3|a: Existe uma relação entre a Idade da organização e a divulgação no website de

informação sobre melhoria contínua;

H3|b: Existe uma relação entre a Idade de organização e a proeminência da divulgação no

website de informação sobre melhoria contínua;

H3|c: Existe uma relação entre a Idade de organização e a divulgação no website de

informação sobre responsabilidade social;

H3|d: Existe uma relação entre a Idade de organização e a proeminência da divulgação no

website de informação sobre responsabilidade social;

H3|e: Existe uma relação entre a Idade de organização e a proeminência da divulgação no

website de informação sobre a relação entre melhoria contínua e responsabilidade social.

Na análise de hipóteses formuladas iremos recorrer aos testes não paramétricos Qui-

Quadrado, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para analisar a relação entre as variáveis em

estudo, procurando entender se existem relações de dependência.

Com base nos resultados obtidos iremos a avaliar a significância da relação entre as

variáveis independentes e as variáveis dependentes.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como resultado da aplicação da metodologia apresentada, os dados foram recolhidos

através da análise de conteúdos realizada nos websites das organizações resultantes da

amostra final. Estes resultados demonstram que existe um considerável nível de

informação voluntária divulgada em que, em relação à temática da MC, a percentagem de

organizações analisadas que divulgam informação é de cerca de 84% e, em relação à

temática da RS, o valor aumenta para de cerca de 91%. No que concerne à relação entre as

duas temáticas abordadas, o número de organizações a divulgarem informação é de cerca

de 77%.

Sobre a PRO da informação divulgada, no que respeita a temática da MC, verificamos que

cerca de 79% das organizações divulgam informação em diversos locais ou possuem uma

página/secção dedicada. No caso da temática da RS, praticamente todas as organizações,

cerca de 94%, divulgam informação em diversos locais ou possuem uma página/secção

dedicada.

Por fim, das organizações que divulgam simultaneamente informação sobre ambas

as temáticas, o número de organizações a divulgar a relação entre ambas é de cerca de 91%.

4.1. Análise descritiva dos resultados

Melhoria Contínua 4.1.1.

As tabelas que se seguem analisam a existência ou não de divulgação sobre as temáticas

estudadas, a sua PRO e a relação entre ambas e comparam a relação com as variáveis

independentes.

Sobre a temática da MC resultaram do estudo as seguintes quatro tabelas:

Figura 3 – Relação entre a existência de informação e a organização/dimensão – Melhoria Contínua

Valor 0 Valor 1 Total

Organizações Públicas 0 6 6

Grandes Organizações Privadas 8 41 49

PME's 1 1 2

Total 9 48 57

Existência de informaçãoOrganização | Dimensão

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Da figura anterior podemos constatar que só no caso das grandes organizações privadas é

que o número de organizações que divulgam informação é maior do que as que não

divulgam e que, simultaneamente, as grandes organizações representam 96% do número

total de organizações que divulgam informação acerca da temática da MC. Nesta análise,

podemos observar todas as organizações públicas divulgam de forma voluntária a

informação.

No que concerne à idade das organizações, é nas organizações do grupo 2, com idades

compreendidas entre os 10 e os 50 anos, inclusive, que se apresenta a menor percentagem de

organizações que divulgam informação, cerca de 70%.

Figura 4 – Relação entre a existência de informação e a idade – Melhoria Contínua

A análise da PRO da informação divulgada foi realizada apenas nas organizações que

divulgam informação, o que neste caso em concreto abrange as 48 organizações que

divulgam a informação.

Figura 5 – Relação entre a PRO da divulgação de informação e a organização /dimensão – Melhoria Contínua

Sobre a PRO da informação divulgada podemos constatar que uma em cada cinco

organizações divulgam informação de forma ligeira. A maior concentração, cerca de 42%,

foi verificada nas grandes organizações que divulgam a informação em diversos locais, sem

Valor 0 Valor 1 Total

Grupo 1 - < 10 anos 0 3 3

Grupo 2 - ≥ 10 e ≤ 50 anos 8 32 40

Grupo 3 - > 50 anos 1 13 14

Total 9 48 57

IdadeExistência de informação

Valor 0 Valor 1 Valor 2 Total

Organizações Públicas 0 1 5 6

Grandes Organizações Privadas 10 20 11 41

PME's 0 0 1 1

Total 10 21 17 48

Organização | DimensãoProeminência

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página dedicada. Das 48 organizações analisadas, apenas 17, cerca de 1/3, divulgam a

informação em página ou secção dedicadas à temática.

Figura 6 – Relação entre a PRO da divulgação de informação e a idade – Melhoria Contínua

É importante referirmos que as organizações que divulgam informação acerca da temática

da MC, na sua maioria, divulgam-na de forma regular. Na relação estudada entre a idade

das organizações e a PRO da divulgação, verifica-se uma concentração em relação às

organizações do grupo 2.

Responsabilidade Social 4.1.2.

Sobre a temática da RS resultaram do estudo as seguintes quatro tabelas:

Figura 7 – Relação entre a existência de informação e o organização /dimensão – Responsabilidade Social

Da figura anterior, à semelhança do resultado da temática da MC, podemos observar que

nenhuma PME divulga informação e que todas as organizações públicas divulgam não

divulgam e que simultaneamente, as grandes organizações privadas representam 88 % das

organizações que divulgam a informação. A única diferença a realçar são as 4 organizações

que não divulgam informação sobre a temática da MC e que divulgam informação sobre

esta temática.

Valor 0 Valor 1 Valor 2 Total

Grupo 1 - < 10 anos 1 1 1 3

Grupo 2 - ≥ 10 e ≤ 50 anos 6 15 11 32

Grupo 3 - > 50 anos 3 5 5 13

Total 10 21 17 48

IdadeProeminência

Valor 0 Valor 1 Total

Organizações Públicas 0 6 6

Grandes Organizações Privadas 3 46 49

PME's 2 0 2

Total 5 52 57

Organização | DimensãoExistência de informação

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Na relação estudada entre a idade das organizações e a PRO da divulgação, as organizações

com idades compreendidas entre os 10 e os 50 anos, e acima de 50 anos, apresentam uma

elevada percentagem de organizações que divulgam informação, ultrapassando os 92%.

Ao analisarmos a variação entre as duas análises, verificamos que existe menos 1

organizações, com idade superior a 50 anos, a divulgar informação sobre este tema e

existem mais 5 organizações, com idades compreendidas entre os 10 e os 50 anos, a

divulgarem informação acerca da RS, quando comparadas com a divulgação da temática da

MC.

Ainda assim, apesar da variação, podemos observar nesta análise que a percentagem de

organizações que divulgam informação também aumenta com a idade.

Figura 8 – Relação entre a existência de informação e a idade – Responsabilidade Social

Como anteriormente, a análise da PRO da informação foi realizada apenas nas

organizações que divulgam informação, o que neste caso em concreto abrange as 52

organizações que divulgam a informação.

Figura 9 – Relação entre a PRO da divulgação de informação de informação e a organização/dimensão –

Responsabilidade Social

Sobre a PRO da informação divulgada, as variações, face à outra temática estudada, são

notórias. Podemos constatar que só duas organizações, apenas 6%, divulgam informação

de forma ligeira, sendo que cerca de 77% das organizações, maioritariamente as grandes

organizações, a divulgam em página dedicada.

Valor 0 Valor 1 Total

Grupo 1 - < 10 anos 1 2 3

Grupo 2 - ≥ 10 e ≤ 50 anos 3 37 40

Grupo 3 - > 50 anos 1 13 14

Total 5 52 57

IdadeExistência de informação

Valor 0 Valor 1 Valor 2 Total

Organizações Públicas 0 1 5 6

Grandes Organizações Privadas 3 8 35 46

PME's 0 0 0 0

Total 3 9 40 52

Organização | DimensãoProeminência

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Figura 10 Relação entre a PRO da divulgação de informação de informação e a idade – Responsabilidade Social

Observando a variável idade, no que se refere à PRO da informação divulgada, verifica-se

que existe um compromisso elevado entre a divulgação de informação da temática e que

esta é transversal a todos os grupos de idade.

Melhoria Contínua e Responsabilidade Social 4.1.3.

Sobre a relação entre ambas as temáticas estudadas, resultam do estudo as seguintes duas

tabelas:

Figura 11 – Relação entre a PRO da divulgação de informação de informação e a organização /dimensão –

Melhoria Contínua e a Responsabilidade Social

A análise da PRO da informação foi realizada apenas nas organizações que divulgavam

informação sobre as duas temáticas, o que neste caso em concreto nos restringiu a 44

organizações, cerca e 77% do total da amostra. Nesta análise, observamos que a maioria

das organizações, cerca de 73%, divulga a relação entre as duas temáticas em diversos

locais. Apenas 4 organizações, cerca de 9%, e todas grandes organizações privadas, é que

não fazem qualquer divulgação da relação, apesar de divulgarem as duas temáticas.

Valor 0 Valor 1 Valor 2 Total

Grupo 1 - < 10 anos 0 0 2 2

Grupo 2 - ≥ 10 e ≤ 50 anos 2 8 27 37

Grupo 3 - > 50 anos 1 1 11 13

Total 3 9 40 52

IdadeProeminência

Valor 0 Valor 1 Valor 2 Total

Organizações Públicas 0 6 0 6

Grandes Organizações Privadas 4 26 8 38

PME's 0 0 0 0

Total 4 32 8 44

Organização | DimensãoProeminência

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24

Figura 12 – Relação entre a PRO da divulgação de informação de informação e a idade – Melhoria Contínua e a

Responsabilidade Social

No que concerne a relação entre a PRO da divulgação de informação e a idade, o

comportamento das organizações é semelhante ao observado na análise sobre a temática da

MC, ou seja, na sua maioria as organizações divulgam informação em diversos locais.

4.2. Testes de hipóteses

Análise bivariada 4.2.1.

Os dados recolhidos neste trabalho foram sujeitos a análises estatísticas com recurso ao

programa informático IBM SPSS, versão 26. Foram realizadas análises estatísticas, com

recurso a testes não-paramétricos – teste de Qui-Quadrado; teste de Mann-Whitney e

Kruskal-Wallis.

Figura 13 – Teste Qui-quadrado de Pearson para H1 – Tipo de organização

Figura 14 – Teste Qui-quadrado de Pearson para H2 – Dimensão da organização

Valor 0 Valor 1 Valor 2 Total

Grupo 1 - < 10 anos 0 2 0 2

Grupo 2 - ≥ 10 e ≤ 50 anos 4 22 4 30

Grupo 3 - > 50 anos 0 8 4 12

Total 4 32 8 44

IdadeProeminência

H1a H1b H1c H1d H1e

Qui-Quadrado 1,257 7,024 0,645 0,429 2,605

p-value 0,262 0,030 0,422 0,807 0,272

H2a H2b H2c H2d H2e

Qui-Quadrado 1,824 1,862 21,556 NA NA

p-value 0,177 0,394 <0,001 NA NA

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25

Figura 15 – Teste Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para H3 – Idade da organização

4.3. Discussão dos resultados

O presente estudo procurou analisar uma amostra de organizações, que se relacionam pela

premiação obtida através da implementação de filosofias de melhoria contínua. Essas

organizações possuem características diversas sendo que este estudo considerou como

variáveis independentes de análise o Tipo, se privada ou pública, a Idade e a Dimensão. A

recolha de dados seguiu um método concebido com base nos métodos utilizados nos

estudos de Chapple e Moon (2005), Chaudhri e Wang (2007) e Gomes (2012), tendo sido

avaliados os aspectos que definem as variáveis dependentes.

Para verificar a existência de relação entre a variável Tipo e as variáveis dependentes

recorreu-se ao teste de Qui-Quadrado, sendo que apenas se verificou existir uma relação

estatisticamente significativa entre Tipo de organização o e a PRO da divulgação no

website de informação sobre melhoria contínua (p = 0.030) conforme Fig.13.

Através do teste de Qui-Quadrado, foi também analisada a relação entre a Dimensão das

organizações e as variáveis dependentes, concluindo-se existir uma relação estatisticamente

significativa entre Dimensão da organização o e a divulgação no website de informação

sobre responsabilidade social (p < 0.001) conforme Fig.14. Não foi possível realizar o teste

para as variáveis 4 e 5 uma vez que na amostra apenas existiam organizações com dimensão

grande e como tal, tornou-se uma amostra constante.

Esta relação estatisticamente significativa entre a Dimensão da organização e a divulgação

voluntária sobre responsabilidade social vai de encontro a autores como Gunardi, et al,

(2016) Lu e Abeysekera (2014) e Van de Burgwal e Vieira (2014) que evidenciam que a

dimensão da organização influência a divulgação de informação de caracter social. Por

outro lado, Dias et al. (2019) no seu estudo sobre a divulgação acerca da responsabilidade

H3a H3b H3c H3d H3e

Mann-Whitney 265 168,5

Kruskall-Wallis 0,248 0,438 5,317

p-value 0,283 0,884 0,277 0,804 0,070

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26

social, considerarem que as práticas utilizadas na divulgação da informação não estão

relacionadas com a dimensão sendo que apenas quantidade de informação divulgada está

positivamente relacionada com a dimensão da organização.

Por fim, não foi possível confirmar a relação entre a idade das organizações e a divulgação

e a relação entre a idade das organizações e a proeminência da informação acerca da

melhoria contínua e da responsabilidade social, o que não confirma o estudo feito por

Waluyo (2017). Neste estudo verificou-se que a idade da organização tem um efeito

significativo uma vez que devido à maior duração existe mais experiência na divulgação.

Por outro lado, o resultado do teste está em acordo com os resultados de Gunawan et al.

(2018) que não verifica também uma relação estatisticamente significativa entre a idade da

organização e a divulgação de informação.

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27

5. CONCLUSÕES

5.1. Principais conclusões

Novos tempos levam a que o tecido empresarial, público ou privado, seja confrontado com

novos paradigmas. Hoje, a globalização e o aumento da competitividade afectam de forma

directa ou indirecta praticamente todas as organizações. Tornou-se imprescindível ser-se

eficiente e produtivo e, com isso, cada vez mais são as organizações que adoptam filosofias

de MC como parte da cultura organizacional. Foi partindo deste princípio que definimos a

nossa amostra limitando-a às organizações que implementavam de forma objectiva uma

ferramenta de MC, o Kaizen.

Com esta informação, soubemos à partida que a nossa amostra era constituída por

organizações cuja preocupação em evoluir o seu nível de competitividade era real e, como

tal, procurámos entender de que forma essas mesmas organizações divulgavam a

informação de forma voluntária acerca das temáticas da MC e da RS nos seus websites.

Através da selecção da amostra, caracterizada no capítulo da metodologia, foi-nos possível

obter uma amostra de 57 organizações que se dividira em 6 organizações públicas e 51

organizações privadas., em que 49 são grandes organizações e apenas 2 são PME’s. Face a

estes números pode concluir-se que existe um padrão de comportamento no tipo de

organização que é premiada pelo IK: as grandes organizações privadas. Estas são as que

mais se dedicam à implementação da filosofia kaizen bem como à sua divulgação,

representando cerca de 84% das organizações analisadas que divulgam informação sobre a

MC e perto de 88% sobre a RS. Esta conclusão está alinhada com o estudo de Lang e

Lundholm (1993), que colocam a hipótese da existência de uma maior divulgação em

organizações e de maior dimensão, e também com Gamerschlag et al. (2011) que afirmam

que a visibilidade da organização, característica das grandes organizações privadas, tem uma

influência directa na motivação para a divulgação acerca da RS. No caso das organizações

públicas, que também são definidas como grandes organizações, este número atinge os

100% das organizações fazem divulgação voluntária sobre qualquer uma das temáticas.

Este resultado contradiz o estudo de Wang et al. (2008) que afirma que organizações

públicas têm menos dependência externa e como tal, menos incentivos em divulgar

voluntariamente informação para além da legalmente obrigatória. Também Bushman et al.

Page 38: Melhoria Contínua e Responsabilidade Social nas organizações · PDCA Plan Do Check Act PDCS Plan Do Check Standardize PRO Proeminência RS Responsabilidade Social. 1 1. INTRODUÇÃO

28

(2004) concluem que as organizações públicas não são, em geral, propensas a divulgar

informação voluntária.

Quando observamos as PME’s, verificamos que apenas uma das organizações divulga

informação. Aqui, entra como factor diferencial a dimensão da organização e consequente

motivação e, sobre isso, o estudo de Gamerschlag et al. (2011) justifica que, quanto menor

for a estrutura de stakeholders, menor será a necessidade de divulgação de informação.

Sunarsih e Nurhikmah (2017) afirmaram no seu trabalho que cada organização ira fazer um

balanço entre o custo e o benefício na divulgação de informação e que portanto não está

relacionado com a dimensão da organização.

Neste estudo em concreto, concluímos que as organizações públicas apresentam um

comportamento semelhante ao das grandes organizações privadas, aparentando dar tanta

ou mais relevância à divulgação da informação. Aliás, como pudemos observar, na

discussão dos resultados foi possível notar uma semelhança padrão de comportamento

entre as organizações públicas e as grandes organizações privadas.

Sobre a PRO da informação, apenas as grandes organizações privadas apresentaram um

comportamento diferente, de acordo com a temática em questão. Detectamos uma

alteração na PRO da divulgação entre a MC e a RS, estando as grandes organizações

privadas mais interessadas em promover um comportamento socialmente mais

responsável.

As organizações de maior visibilidade, possivelmente por uma questão de escrutínio, estão

sujeitas a uma maior pressão do que as organizações de menor visibilidade. Assim, o facto

de estarem sob pressão, conduz essas organizações a apresentarem uma cultura mais

responsável a nível social e consequentemente promover uma divulgação voluntária de

informação mais constante sobre responsabilidade social. Esta conclusão foi também

referenciada em estudos já realizados (Meek et al., 1995; Branco e Góis, 2013; Barako et al.,

2006; Eng e Mak, 2003).

As conclusões apresentadas resultam de um estudo exploratório, que através de uma

metodologia qualitativa e quantitativa, permitiu realizar uma análise de conteúdo dos

websites da amostra definida e que se são concordantes com diversos estudos realizados.

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29

5.2. Principais contribuições

Academicamente este trabalho permitiu realizar um primeiro estudo de divulgação

voluntária acerca da melhoria contínua. À semelhança da responsabilidade social também a

melhoria contínua pode servir para as organizações como uma medida de diferenciação.

O tecido empresarial pode verificar a importância da divulgação sobre a melhoria contínua

para com os seus stakeholders dada a ligação que existe entre a melhoria contínua e a

responsabilidade social.

5.3. Limitações

Sobre o estudo apresentado, bem como das conclusões que dele retiramos, devemos ter em

conta algumas limitações

A primeira limitação deste estudo prende-se com a dimensão da amostra. Apesar de se ter

utilizado uma amostra que permitiu a aplicação de técnicas não paramétricas de análise

estatística, com uma amostra de dimensão superior teria sido possível a aplicação de testes

estatísticos multivariados com outro poder de análise.

Inerente à dimensão da amostra, apresenta-se como limitação a dificuldade sentida na

obtenção de informação acerca das organizações que praticam a filosofia da melhoria

contínua. A inexistência de acesso a bases de dados com informação desta natureza, bem

como a dificuldade em obter este tipo de dados a partir de entrevistas ou questionários, é

uma dificuldade recorrente dos estudos de investigação sobre práticas nas organizações.

Neste estudo compete notar como limitação a realização de estudo exploratório em que, a

análise quantitativa da informação fica limitada e como tal, limita a discussão dos

resultados.

Por último, é importante referir que os resultados e conclusões produzidos neste estudo

são baseados exclusivamente na informação divulgada voluntariamente nos websites das

organizações sem que se tenham confrontado as mesmas acerca da sua posição sobre o

objecto de estudo desta tese.

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30

5.4. Sugestões para estudos futuros

Sugerimos para futuro que a amostra a utilizar seja alargada a um maior número de

organizações que implementem a metodologia kaizen. Ainda, sugerimos que sejam

realizados casos de estudo para avaliar o impacto percebido sobre a divulgação da melhoria

contínua a par da responsabilidade social.

Sugerimos também a realização de estudo quantitativo alargado a mais stakeholders para

avaliar se existe algum impacto sobre a divulgação a melhoria contínua e a sua percepção.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. ANEXOS

ANEXO A – Lista das organizações

ID Organização Website

1 ADEGA COOPERATIVA DE BORBA, C.R.L. www.adegaborba.pt

2 AMORIM - REVESTIMENTOS, S.A. www.wicanders.com

3 AMORIM & IRMÃOS, S.A. www.amorimcork.com

4 AMORIM CORK COMPOSITES, S.A. www.amorimcorkcomposites.com

5ANTÓNIO DE ALMEIDA & FILHOS - TÊXTEIS,

S.A.Excluída - website do grupo

6ARVAL SERVICE LEASE - ALUGUER E GESTÃO

AUTOMÓVEL, S.A.www.arval.pt

7 AVELEDA, S.A. www.aveleda.pt

8 BANCO BNP PARIBAS PERSONAL FINANCE, S.A. www.cetelem.pt

9 BOSCH CAR MULTIMÉDIA PORTUGAL, S.A. www.bosch.pt

10BOSCH SECURITY SYSTEMS - SISTEMAS DE

SEGURANÇA, S.A.www.boschsecurity.com

11 BOSCH TERMOTECNOLOGIA, S.A. www.junkers.pt/

12 CAETANO AUTO, S.A. www.caetanoauto.pt

13 CÂMARA MUNICIPAL DE ÁGUEDA Excluída - Excluída SABI

14 CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO Excluída - Excluída SABI

15 CELULOSE BEIRA INDUSTRIAL (CELBI), S.A. www.celbi.pt

16 CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA, E.P.E. Excluída - Excluída SABI

17 CENTRO HOSPITALAR DE SÃO JOÃO, E.P.E. www.chsj.pt

18 CENTRO HOSPITALAR DO PORTO, E.P.E. www.chporto.pt

19 CEREALIS - PRODUTOS ALIMENTARES, S.A. www.cerealis.pt

20CIN - CORPORAÇÃO INDUSTRIAL DO NORTE,

S.A.www.cin.com

21 COLEP PORTUGAL, S.A. Excluída - website do grupo

22 CONCEITO - CONSULTORIA DE GESTÃO, S.A. www.conceito.pt

23 COPO TÊXTIL PORTUGAL, S.A. www.grupocopo.com

24 EDP - ENERGIAS DE PORTUGAL, S.A. www.edp.pt

25 EDP - SOLUÇÕES COMERCIAIS, S.A. Excluída - Excluída SABI

26 EFACEC ELECTRIC MOBILITY, S.A. www.electricmobility.efacec.com

27ESCALA BRAGA - SOCIEDADE GESTORA DO

ESTABELECIMENTO, S.A.www.hospitaldebraga.com.pt

28 ESPÍRITP SANTO INFORMÁTICA Excluída - Excluída SABI

29 EUROPASTRY PORTUGAL, S.A. www.europastry.com

30FACULDADE DE ENGENHARIA DA

UNIVERSIDADE DO PORTOExcluída - Sem informação Institucional

31 FARFETCH PORTUGAL, UNIPESSOAL, LDA Excluída - Venda de produtos

32 FARMÁCIA LOBOS MAR, UNIPESSOAL, LDA Excluída - Sem website

33

FNAC PORTUGAL - ACTIVIDADES CULTURAIS E

DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS, DISCOS

MULTIMÉDIA E PRODUTOS TÉCNICOS, LDA

Excluída - Venda de produtos

34 GALP ENERGIA, SGPS, S.A. www.galpenergia.com

35 GENERIS - FARMACÊUTICA, S.A. www.generis.pt

36GEWISS PORTUGAL - INDÚSTRIA DE MATERIAL

ELÉCTRICO, UNIPESSOAL, LDAwww.gewiss.com

37 GUERIN - RENT-A-CAR (DOIS), LDA www.guerin.pt

38HILTI (PORTUGAL) - PRODUTOS E SERVIÇOS,

LDAwww.hilti.pt

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ID Organização Website

39HOSPITAL DA SENHORA DA OLIVEIRA

GUIMARÃES, E.P.E.www.hospitaldeguimaraes.min-saude.pt

40 INEM Excluída - Excluída SABI

41INSTITUTO PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA DO

PORTO FRANCISCO GENTIL, E.P.E.www.ipoporto.min-saude.pt

42 IRMÃOS VILA NOVA, S.A. www.salsajeans.com/pt/

43ITAU - INSTITUTO TÉCNICO DE ALIMENTAÇÃO

HUMANA, S.A.www.itau.pt

44 J.ANTÓNIO DA SILVA, LDA www.jasil.com

45 JOSÉ DE MELLO SAÚDE, S.A. www.josedemellosaude.pt/

46LIPOR - SERVIÇO INTERMUNICIPALIZADO DE

GESTÃO DE RESÍDUOS DO GRANDE PORTOwww.lipor.pt

47LOW COST FOOD CONCEPTS, RESTAURANTES,

LDAwww.100maneiras.com

48 LUÍS SIMÕES - LOGÍSTICA INTEGRADA, S.A. www.luis-simoes.pt

49 LUSÍADAS - PARCERIAS CASCAIS, S.A. www.lusiadas.pt/en/Pages/hospitaldecascais

50 MEDLOG - LOGÍSTICA FARMACÊUTICA, S.A. www.medlog.pt

51 MODELO CONTINENTE HIPERMERCADOS, S.A. Excluída - website do grupo

52 NOS COMUNICAÇÕES, S.A. Excluída - Excluída SABI

53NOVAQUI - EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIO DE

CONFORTO, S.A.Excluída - Sem website

54 NOVO BANCO, S.A. www.novobanco.pt/site/

55OGMA - INDÚSTRIA AERONÁUTICA DE

PORTUGAL, S.A.www.ogma.pt

56 OLBO & MEHLER TEX PORTUGAL, LDA www.olbo-mehler.com

57 OLI - SISTEMAS SANITÁRIOS, S.A. www.oli-world.com

58 PHARMACONTINENTE - SAÚDE E HIGIENE, S.A. www.continente.pt/stores/wells

59 PORCELANAS DA COSTA VERDE, S.A. www.costa-verde.com

60REFRIGERAÇÃO E ESTRUTURAS METÁLICAS

D'ALAGOA, S.A.www.mercatus.pt

61 SAKTHI PORTUGAL SP 21, S.A. www.sakthiportugal.pt

62 SALGADO & NETO - TÊXTEIS, S.A. www.salgado-neto.pt

63SERVIÇO REGIONAL PROTEÇÃO CIVIL

BOMBEIROS AÇORESExcluída - Excluída SABI

64 SIMOLDES - PLÁSTICOS, S.A. www.simoldes.com/plastics

65 SONAE - SGPS, S.A. www.sonae.pt

66 SONAE ARAUCO PORTUGAL, S.A. www.sonaearauco.com

67 SONAE INDÚSTRIA, SGPS, S.A. www.sonaeindustria.com

68 SONAESR - SERVIÇOS E LOGÍSTICA, S.A. Excluída - Excluída SABI

69 UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR DE VALONGO Excluída - Excluída SABI

70UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DE MATOSINHOS,

E.P.E.www.ulsm.pt

71UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO ALTO MINHO,

E.P.E.www.ulsam.min-saude.pt

72 UNIDADE SAÚDE FAMILIAR RIBEIRO SANCHES Excluída - Excluída SABI

73 Ubilabs Excluída - Excluída SABI

Page 46: Melhoria Contínua e Responsabilidade Social nas organizações · PDCA Plan Do Check Act PDCS Plan Do Check Standardize PRO Proeminência RS Responsabilidade Social. 1 1. INTRODUÇÃO

36

ID Organização Website

74 USF Terras de Santa Maria Excluída - Excluída SABI

75 VIA VERDE CONTACT, S.A. Excluída - website do grupo

76VIEIRA DE CASTRO - PRODUTOS

ALIMENTARES, S.A.www.vieiradecastro.pt

77 VOLKSWAGEN AUTOEUROPA, LDA www.volkswagenautoeuropa.pt

78 WORTEN - EQUIPAMENTOS PARA O LAR, S.A. www.worten.pt

79YKK PORTUGAL - ACESSÓRIOS PARA

VESTUÁRIO, LDAwww.ykk.pt