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Movimento da Escola Moderna Índice Introdução...........................................2 Objectivos Pedagógicos...............................5 A escola e o MEM.....................................7 As funções da escola...............................8 Técnicas e Instrumentos Pedagógicos..................9 Introdução à Escrita................................12 O papel do adulto.................................13 Trabalho de equipa..................................14 Trabalho com a comunidade.........................15 Conclusão...........................................16 Bibliografia........................................18 U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

Índice

Introdução...................................................................................2

Objectivos Pedagógicos..............................................................5

A escola e o MEM........................................................................7

As funções da escola................................................................8

Técnicas e Instrumentos Pedagógicos........................................9

Introdução à Escrita..................................................................12

O papel do adulto...................................................................13

Trabalho de equipa...................................................................14

Trabalho com a comunidade..................................................15

Conclusão..................................................................................16

Bibliografia................................................................................18

U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

Introdução

No âmbito da unidade curricular de Teoria e Gestão do Currículo foi-

nos proposto a elaboração de um trabalho sobre um dos três Modelos

Curriculares em Educação, para o qual o nosso grupo elegeu o Movimento

da Escola Moderna.

Com este trabalho esperamos adquirir novos saberes e também

consolidar os que aprendemos nas aulas. A possibilidade de discutirmos as

opiniões de cada membro do grupo irá enriquecer o trabalho, será valioso

também a nível pessoal, no sentido em que valorizamos o trabalho e

esforço conjunto, e a nível profissional, no sentido em que conheceremos

melhor um dos instrumentos de trabalho disponível para uma melhor

execução da nossa futura profissão.

Ao optarmos por trabalhar o modelo Movimento da Escola Moderna,

iremos abordar a origem e fundamentos deste modelo, bem como

procuraremos centrar-nos em cinco aspectos fundamentais, são eles: as

funções da escola, o trabalho de equipa, o trabalho com as famílias, o

trabalho com a comunidade, e, por fim, o papel do adulto.

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Movimento da Escola Moderna

Movimento da Escola Moderna:

Origem e influências teóricas

Nos anos 20, surgiu, em França, um novo Modelo Curricular,

impulsionado por Célestin Freinet, o qual designaram de Movimento da

Escola Moderna.

O português Viana de Lemos foi professor na Escola do Magistério

Primário de Coimbra e, na década de 20, trocou correspondência com

Célestin  Freinet, e assim introduziu no país algumas das chamadas

Técnicas Freinet. Este pedagogo foi um dos grandes animadores

pedagógicos da 1ª República, sabendo criar à sua volta um vasto circuito de

comunicações, que tornou possível a divulgação das práticas mais

inovadoras da sua época.

O Movimento da Escola Moderna foi introduzido em Portugal,

abrangendo todos os níveis da educação, por António Sérgio Niza, em 1963,

mas só em 1966 se deu a associação à Federação Internacional dos

Movimentos da Escola Moderna. Foi formalizado juridicamente em 1976

(Diário da República 26/11/1976).

“A partir da sua constituição, o trabalho teórico e prático

desenvolvido em Portugal foi operando a deslocação do modelo e uma

“Pedagogia Freinet” para um modelo contextualizado teoricamente pela

reflexão dos professores...” (FORMOSINHO et al, 1998, p.125).

Decorreu da fusão de três práticas pedagógicas convergentes: a

integração educativa, a prática de integração de crianças deficientes visuais

do Centro Hellen Keller e de Curso de Aperfeiçoamento Profissional,

organizado por Rui Grácio e com o apoio do Sindicato Nacional de

Professores, entre 1963 e 1966.

Célestin Freinet idealiza este modelo pela concepção empírica da

aprendizagem, conseguida pelas tentativas e erros. Para ele, a educação

deveria proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real. As suas

propostas de ensino estão baseadas em investigações a respeito da

maneira de pensar da criança e de como ela constrói o seu conhecimento.

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Movimento da Escola Moderna

Vigotsky e Bruner também exercem uma forte influência na

construção deste modelo curricular, pois através da perspectiva socio-

construtivista da aprendizagem, defendem que esta é feita através de

interacções socioculturais, enriquecidas por adultos e pares.

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Movimento da Escola Moderna

Objectivos Pedagógicos

 O MEM é um modelo pedagógico que assenta numa prática

democrática de gestão das actividades, dos materiais, do tempo e do

espaço. Os seus princípios reguladores são aplicáveis a diferentes graus de

escolaridade, iniciando-se na educação pré-escolar. São eles:

Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança, com base

em experiências de vida democrática, numa perspectiva de educação

para a cidadania;

Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no

respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva

consciência como membro da sociedade;

Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e

para sucesso da aprendizagem;

Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas

características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam

aprendizagens significativas e diferenciadas;

Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens

múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilidade

estética e de compreensão do mundo;

Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;

Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança,

nomeadamente no âmbito da saúde individual e colectiva;

Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências de precocidade

e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança;

Incentivar a participação das famílias no processo educativo e

estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade.

A gestão deste modelo curricular é apoiada por instrumentos de

pilotagem, registo e avaliação, tais como: mapa de presenças, mapa de

actividades, mapa de tarefas, comunicações, plano semanal, lista de

projectos e o diário de parede.

5U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

Do currículo semanal faz, ainda, parte meio dia, por semana,

destinado a visitas de estudo ou outro tipo de contactos com a comunidade

envolvente.

O MEM pretende, através da acção dos educadores que dele fazem

parte, proporcionar uma vivência democrática e um desenvolvimento

pessoal e social das crianças, partindo da ideia de que são os próprios

educandos que têm a responsabilidade da construção do seu saber,

baseado na consciencialização e responsabilização social, ou seja é uma

pedagogia de ensino - aprendizagem totalmente voltada para a cooperação.

Segundo Niza (1996 cit. In Mesquita-Pires, 2007: 64), o MEM sugere

uma “…perspectiva de desenvolvimento das aprendizagens, através de

uma interacção sócio centrada, radicada ma herança sócio-cultural a

redescobrir com o apoio dos pares e dos adultos”.

Em 1974, deu-se início às publicações da revista Escola Moderna,

apresentando alguns números anuais, e que tinha como principal objectivo

o meio de comunicação e instrumento de intercâmbio de experiências entre

os sócios que apoiavam o MEM.

Foi através de encontros nacionais propostos pelos sócios do MEM,

onde era transmitido a todos os participantes as suas experiências vividas

em Contexto Educativo, e após várias reflexões, criaram linhas de actuação

do movimento.

6U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

A escola e o MEM

Este modelo possui características que lhe conferem autenticidade,

no que diz respeito à aplicação do MEM no pré-escolar, como por exemplo, a

constituição de grupos heterogéneos, no que diz respeito às idades e à

origem sociocultural das crianças:

“(…)integrando de preferência as várias idades [é feita] para que se

possa assegurar a heterogeneidade geracional e cultural que melhor

garanta o respeito pelas diferenças individuais no exercício da interajuda e

colaboração formativa que pressupões este projecto de enriquecimento

cognitivo e sociocultural.” (Niza, 1998)

Outra das suas características principais relaciona-se com a

organização do espaço. Este integra seis áreas básicas de actividade, que

deverão estar distribuídas em redor de uma área central polivalente.

Segundo Grave-Resendes (citada por Niza), essas seis áreas são: a

biblioteca e documentação, a oficina da escrita e reprodução, o expaço de

laboratório e experiencias, o espaço de carpintaria, o espaço de actividades

plásticas e expressão artística e um espaço de jogos, brinquedos e “faz-de-

conta”.

No pré-escolar a organização do espaço e do tempo tem como

objectivo promover nas crianças a autonomia, a expressão livre, possibilitar

as experiências e intervenções no meio.

A escolha e realização das actividades por parte das crianças

pressupõem um compromisso e uma responsabilização por parte das

mesmas. Os materiais encontram-se ao seu alcance e disposição, para que

possam estar nas zonas de trabalho sozinhas, em pares ou em pequeno

grupo. Todo o espaço da sala é enriquecido com as produções das crianças

que retratam e dão sentido à vida do grupo.

De acordo com esta mesma autora, o dia decorre orientado por uma

rotina de nove momentos distintos:

Acolhimento;

Planificação

Actividades e projectos;

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Refeição da manhã;

Comunicações;

Almoço;

Actividades de recreio;

Tempo para actividades colectivas (contar histórias, balanço de

visitas de estudo, sempre com a iniciativa da criança. À sexta-

feira decorre o conselho – momento de regulação da semana e

primeiros planos para semana seguinte);

Avaliação.

A planificação e a avaliação assumem um carácter diário, semanal e

periódico, estando a avaliação integrada directamente no processo de

desenvolvimento educativo, atribuindo-se, assim, um maior destaque “à

função de regulação formativa, muito embora a cooperação em que

radicam as práticas educativas possa assumir a dimensão de controlo dado

que implicam paritariamente as crianças nesses juízos de valor em

conselhos de balanço.”(Niza, 1998).

As funções da escola

“A actividade escolar, enquanto contrato social e educativo,

explicitar-se-á através da negociação progressiva dos processos de trabalho

que fazem evoluir a experiência pessoal para o conhecimento dos métodos

e dos conteúdos científicos e artísticos”(Niza, 1992).

A escola tem como papel principal o acto de integrar na vida das

crianças, as vivências do meio social onde a escola está inserida. A

execução de actividades conjuntas com as crianças e a comunidade, faz

com que a escola seja um ponto de ligação entre a criança e a sociedade

que a envolve.

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Técnicas e Instrumentos Pedagógicos

“Todos estes instrumentos são facilitadores da organização

democrática e ajudam as crianças a integrar as suas próprias experiências

no grupo” (Folque, 1999)

Para que as tarefas pedagógicas se desenvolvam, tem de se recorrer

a técnicas específicas, que visam a obtenção de resultados relacionados

com os princípios gerais do MEM.

As técnicas utilizadas são: actividades de organização das aulas,

Conselho de Cooperação Educativa, Texto Livre, Iniciação à Leitura e à

Escrita, Iniciação à Investigação, Trabalho de Projecto, etc.

Em termos de materiais pedagógicos, distinguem-se duas dimensões:

os materiais utilizados como fontes de informação e os elementos que

apoiam a organização das actividades pedagógicas.

Os materiais utilizados como fontes de informação visam a

aprendizagem de conteúdos programáticos, incluem a produção e

circulação da informação, como as fichas, manuais, trabalhos dos alunos,

livros, computador, entre outros.

Os elementos de apoio à organização das actividades pedagógicas

funcionam como informantes no processo de avaliação. São denominados

de instrumentos de pilotagem, dado que permitem acompanhar, avaliar,

orientar e reorientar o processo de aprendizagem do grupo e de cada um

dos alunos. Estes instrumentos são:

- Mapa de presenças – quadro com duas entradas com os dias da

semana/mês na fila do topo e os nomes das crianças na coluna do lado

esquerdo. Todas as manhãs quando as crianças chegam à sala, marcam a

sua presença no mapa.

- Mapa actividades – tabela de duas entradas com o nome de todas as

crianças na coluna do lado esquerdo e as actividades ou áreas de trabalho

na horizontal. Cada criança faz um círculo nas actividades planeadas e

depois de terem terminado regressam para o preencher.

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- Mapa de projectos – quadro onde se regista o nome do projecto, a data

do seu início e da sua provável conclusão e os nomes das crianças

envolvidas.

- Mapa tarefas - utilizado pelas crianças, de forma a implementar a

responsabilidade, onde semanalmente e rotativamente, as crianças têm de

executar tarefas, como arrumar as ferramentas, preparar as refeições,

limpar as mesas, regar as plantas ou alimentar os animais.

- Diário de turma – composto por quatro colunas: “Não gostámos”,

“Gostámos”, “Fizemos” e “Queremos”. As primeiras três colunas permitem

ao grupo fazer uma avaliação socio-moral da semana e a quarta uma

participação no planeamento organizacional e pedagógico. No diário

registam-se as ocorrências, negativas e positivas, do grupo. No final da

semana o diário é partilhado através da leitura, faz-se uma reflexão em

grupo e, a partir desta, constroem-se, por exemplo, as regras de

convivência.

“O diário é um instrumento mediador e operador da regulação social

do grupo e do processo de negociação permanente e interactiva que uma

educação cooperada e democrática pressupõe.” (Niza)

É no diário de turma que entra o Conselho de Cooperação Educativa,

de modo a trabalhar a formação cívica. Existe uma reunião quinzenal

dirigida por um presidente e secretário, em regime de rotatividade.

No dia-a-dia da sala, existem momentos de reunião entre os adultos e

as crianças, onde se planeia e planifica o trabalho a ser realizado, onde se

dá a partilha saberes, onde ocorre a avaliação de trabalhos, tarefas e

atitudes, comunicando e partilhando, assim, as descobertas e

aprendizagens.

Todos estes instrumentos contêm potencialidades pedagógicas que

contribuem para a aprendizagem dos alunos, especialmente no que se

refere a atitudes e comportamentos.

No primeiro ciclo apresenta-se aos alunos os programas das

diferentes áreas curriculares no inicio do ano, com o objectivo de “partilhar

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Movimento da Escola Moderna

com alunos as competências e as aprendizagens de forma a envolvê-los no

processo desde o primeiro momento” (Santana, 1999)

As auto e hetero avaliações periódicas dos programas e dos conceitos

abordados permitem que os alunos se consciencializem do que já dominam

e do que ainda tem de aprender, pela análise dos conteúdos menos

abordados, permitindo assim criar novo plano de conteúdos a trabalhar.

Os instrumentos de pilotagem para o 1º ciclo são:

PIT (plano individual de trabalho) – é um registo do projecto

individual de trabalho para a semana que permite gerir o

trabalho individual e a regulação cooperada das aprendizagens

ao longo da semana;

Registo de ficheiros;

Registo da produção de textos (método de avaliação pontual);

Registo de leituras (avaliação mensal);

Diário da turma.

Em relação ao 2º Ciclo, o MEM é desenvolvido nas aulas tendo como

objectivo principal o cumprimento do programa referente a cada disciplina,

que é facultado aos alunos.

Neste âmbito, o professor tem o papel de esclarecer o que é que os

alunos podem explorar e o modo como devem de realizar os trabalhos,

referentes aos temas e sub - temas que constam no programa.

Mais uma vez, para poder escolher os temas que querem abordar no

1º, 2º e 3º período, os alunos reúnem-se com o professor, de modo a que,

democraticamente, estes possam discutir sobre os diversos temas e chegar

a um consenso geral. Os temas seleccionados para trabalhar em projectos

são divididos por, num máximo, de 3 grupos.

No 2º Ciclo, os alunos utilizam o programa da disciplina com

regularidade, uma vez que este é serve de fio condutor aos temas

abordados em aula. Concluído um tema, os alunos assinalam o que

aprenderam ou o que ainda têm dúvidas.

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Movimento da Escola Moderna

Os instrumentos de pilotagem para o 2º Ciclo são:

PIT – plano individual de trabalho;

Ficha de auto-avaliação;

Ficha de avaliação da comunicação;

Mapa de registo de tarefas;

Diário de turma;

O Conselho Cooperação Educativa é uma das características do MEM que é

transversal a todos os níveis de escolaridade, caracteriza-se como o

momento onde se analisam e discutem os assuntos registados no Diário da

Turma, onde se avalia PIT, se explicitam critérios de avaliação e se vão

clarificando as diferentes modalidades de trabalho, permitindo, assim,

ajustar as regras e projectos, previamente definidos, às necessidades que

vão surgindo.

“A turma colegialmente planeia, acompanha, regula, analisa, orienta

e gere as aprendizagens. Em conselho desenvolvem-se social e moralmente

os alunos” (Niza, 1999)

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Movimento da Escola Moderna

Introdução à Escrita

No modelo MEM, a escrita é uma das estratégias utilizadas no

processo metacognitivo da produção para a compreensão. É a partir do

texto individual que a criança se envolve na descoberta do código escrito,

reproduzindo-o e imprimindo-o na imprensa ou no computador. Começam

por produzir textos sem saber escrever. O facto de se escrever o nome que

identifica o que a criança produz, convida a mesma a envolver-se na sua

produção e posteriormente na sua compreensão.

O primeiro processo de escrita traduz-se em rabiscos idiossincráticos,

ou seja, o que a criança representa e que para ela significa algo, ao adulto

é, ou poderá ser, difícil de descodificar.

Contudo, com o passar do tempo, a criança começa a observar e a

identificar que, quando o seu nome está escrito, segue uma regra que todos

os adultos respeitam, a sua forma/imagem. É nesta fase que a criança

começa a imitar o adulto e, posteriormente, escreve o seu nome sem

recorrer a qualquer género de apoio visual.

Segundo Vigotsky:

“...ler e escrever devem ser coisas de que a criança

necessite...escrever deve ser relevante para a vida.”

O educador tem como função principal proporcionar um ambiente

onde a escrita tenha um papel relevante, de modo a despertar a curiosidade

e a progresiva descoberta dos seus códigos. Para além de se utilizar a

escrita na sala de aula, nos momentos de planificação, de diálogo, entre

outros, a escrita também tem a função de comunicação à distância.

Cabe ao educador desenvolver a actividade do “Jornal de Turma”, que

serve para as crianças informarem outras pessoas sobre o que acontece na

escola, o que aprenderam, o que descobriram, partilhando com a

comunidade as suas conquistas. O “Jornal de Turma” é publicado uma vez

por período e contém textos produzidos pelas crianças. Após a impressão do

mesmo, é enviado para outras turmas, outras escolas e para os pais.

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Movimento da Escola Moderna

O facto de existir uma correspondência entre as turmas, transmite à

criança a importância da escrita como meio de comunicação. Através da

troca de correspondência, existe uma partilha de ideias, saberes e trabalhos

entre as crianças de turmas MEM.

O papel do adulto

O papel dos professores é o de acompanhar e observar a actividade

das crianças, apoiando o seu desenvolvimento. O modelo MEM trabalha a

sociedade e a cultura pertencente ao meio social da criança, o que permite

uma aprendizagem, por parte das crianças, feita através de interacções

socio-culturais enriquecidas pelos adultos e pares.

Uma vez que o professor tem um papel activo, deve promover uma

organização participativa, cooperação e cidadania democrática, ouvindo as

crianças e encorajando-as a utilizar a liberdade de expressão, as atitudes

críticas, a autonomia e a responsabilidade.

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Movimento da Escola Moderna

Trabalho de equipa

A pedagogia do MEM dá prioridade às abordagens globais e

genéricas, às estratégias de investigação através de problemas e de

projectos e à criatividade. Enquadra-se na construção de uma estratégia

que orienta a produção de respostas válidas e pertinentes para as diversas

situações educativas e de formação.

O trabalho escolar é combinado entre o professor e os alunos num

processo de diálogo negociado em que todos os elementos do grupo podem

participar, dando as suas opiniões, utilizando, neste modo, um exercício de

democracia directa.

Uma vez que os alunos participam directamente no processo de

planificação, realização, avaliação e regulação de todo o trabalho escolar, os

conteúdos programáticos estruturam-se em planos e projectos de forma

cooperada, existindo, assim, um género de contrato entre professores e

alunos.

Para que haja qualidade pedagógica, é necessário organizar todo o

trabalho de aula, criando a possibilidade de todos e cada um dos alunos

progredirem no seu itinerário de aprendizagem, construindo e apropriando

os diversos saberes.

Contudo, para existir organização, tem de se recorrer a estratégias de

diferenciação de trabalho, que alternam tempos de trabalho colectivo do

grupo/turma com tempos de trabalho autónomo, individual ou em pequeno

grupo.

É nestes momentos que os professores apoiam de, uma forma mais

directa e individualizada, os alunos que necessitam de ajuda, promovendo a

interacção e a entreajuda entre os alunos e a recuperação de alunos que

estejam em risco.

Através de todo este processo, os professores respeitam as

diferenças individuais e estão convictos que todos podem progredir e atingir

15U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

os objectivos estabelecidos, construindo deste modo escolas sem qualquer

género de exclusões.

“Os alunos intervêm ou interpelam o meio social e integram na aula

“actores” comunitários como fonte de saberes dos seus projectos” (Niza,

1992).

O grupo tem como principal papel o de agente provocador do

desenvolvimento intelectual, moral e cívico, com uma ligação ao quotidiano.

Uma vez que a Escola faz parte do quotidiano da criança, esta proporciona

uma aprendizagem através de desafios, baseados nos problemas dos

grupos e da comunidade.

Trabalho com a comunidade

Uma vez que a escola proporciona uma aprendizagem com um

significado social, através da troca de conhecimentos entre as crianças e a

comunidade, as actividades do jardim-de-infância têm um significado

funcional ao constituirem-se como algo que interessa e é útil para o grupo.

As crianças multiplicam as suas fontes de informação e têm

oportunidades de nela intervir, na procura e resolução de problemas.

A família e a comunidade são fontes de informação e conhecimento

ao longo da vida da criança.

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Movimento da Escola Moderna

Conclusão

De uma forma geral, o Movimento da Escola Moderna é um modelo

pedagógico que assenta numa prática democrática da gestão das

actividades, dos materiais, do tempo e do espaço e pretende, através da

acção dos educadores que dele fazem parte, proporcionar uma vivência

democrática e um desenvolvimento pessoal e social das crianças,

garantindo a sua participação na gestão da vida da sala e da escola.

As atitudes, os valores e as competências, sociais e éticas, que a

democracia integra, constrõem-se, enquanto alunos e professores, em

cooperação, vão experienciando e desenvolvendo a própria democracia na

escola.

O MEM opera uma pedagogia de cooperação educativa, onde alunos e

professores negoceiam actividades e projectos a desenvolver em torno dos

conteúdos programados, tendo por base os interesses e saberes dos

estudantes e o contexto cultural das comunidades. Podemos considerar que

um dos pontos importantes deste modelo pedagógico é a aprendizagem

curricular que decorre, essencialmente, através de projectos. Desenvolvem-

se valores morais e cívicos, a capacidade de iniciativa, a co-

responsabilização dos alunos pela sua aprendizagem e a aprendizagem da

democracia.

Este modelo valoriza a formação contínua dos professores, que se processa

através de um modelo de autoformação cooperante. Esta formação

organiza-se a partir de grupos de trabalho cooperativo, onde há espaço para

partilhar experiências e instrumentos de trabalho e, o mais importante,

reflecte-se sobre as práticas aplicadas.

17U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

Enquanto grupo, considerámos todo o processo de construção do

trabalho bastante enriquecedor, pois poderá ser-nos útil no nosso futuro

profissional. Para o elaborarmos foi necessário mobilizar conhecimentos

adquiridos em sala de aula, pesquisar em livros e artigos publicados sobre

este modelo. A nossa inexperiência em contexto prático dificultou,

inicialmente, a total compreensão de alguns aspectos, nomeadamente da

forma como ocorre a aplicação prática de alguns princípios.

Consideramos que o adiamento da data de entrega do trabalho foi-

nos favorável, não só por termos mais tempo para o terminal e ajustar, mas

porque nos permitiu assistir a uma aula expositiva de professores que

aplicam o MEM no seu contexto educativo, conseguindo assim clarificar

algumas dúvidas que poderíamos ter.

18U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

Bibliografia

http://www.movimentoescolamoderna.pt/ , consultado em

22/12/2009.

http://educacaodeinfancia.com/o-movimento-da-escola-

moderna/, consultado em 22/12/2009.

GONZALEZ, Pedro Francisco, O Movimento da Escola Moderna,

Porto Editora (2002), ISBN: 978-972-0-34459-5.

SERRA, Célia Maria Almeida Matos, Currículo na educação pré-

escolar e articulação com o 1º ciclo do ensino básico, Porto

Editora (Outubro de 2004), ISBN: 978-972-0-34221-8.

Slides da aula de TGC de 17 de Dezembro de 2009

19U.C – Teoria e Gestão de Currículo

Page 20: MEM a FINAL

Movimento da Escola Moderna

ANEXOS

Mapa de Presenças

Imagem retirada de: http://4.bp.blogspot.com/_tWBKJhVcKfc/SsZC60XY7FI/AAAAAAAAAFo/SmYDpHcOQ0Q/s400/IMG_81119.jpg , a 3 de Janeiro de 2010

Mapa de actividades

Imagem retirada de:http://3.bp.blogspot.com/_bH22LaK8sbY/SudoBs2TMqI/AAAAAAAAAGc/M4oyMjRZRmo/s320/DSC03728.JPG, a 3 de Janeiro de 2010

20U.C – Teoria e Gestão de Currículo

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Movimento da Escola Moderna

Mapa de Tarefas

Imagem retirada de: http://1.bp.blogspot.com/_pB8P50KzsU/SvIBM6spTJI/AAAAAAAAADg/Bym9KuikUkA/s320/PA090019.JPG, a 3 de Janeiro de 2010

Diário de turma

Imagem retirada de:http://6estrelinhas.blogspot.com/2009/06/movimento-da-escola-moderna-mem.html, a 3 de Janeiro de 2010

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