Métodos de Coleta de Dados Qualitativos

 

Adriana Truccolo, M.S.

2013

Pesquisa Ii

Nesses casos usamos a Abordagem Qualitativa

• Existem questões que são compreendidas somente quando da

imersão na realidade e forma de

compreender o mundo do outro;

• Existem situações em que a realidade não

pode ser mensurada e sim interpretada;

A Abordagem Qualitativa parte do princípio...

• A realidade só existe

do ponto de vista da

pessoa;

• O que é real é a

Interpretação que se

faz de um fenômeno,

e não o fenômeno em

si.

• Fenomenologia

• Tenta compreender o

fenômeno em sua

essência não levando

em consideração as

interpretações já

realizadas.

Então, quando a proposta é coletar dados qualitativos, o que o pesquisador quer coletar

exatamente?1. O FocoFoco será a realidaderealidade;

2. A realidaderealidade será interpretada;interpretada;

3. As pesquisas qualitativas estão orientadas para

identificar:

Formas de se relacionar

com o mundo Formas de se relacionar com

as demais pessoas

Detectar o que há de

comumcomum e o que se

diferencia

E, como a interpretação

de uma pessoa pode

influenciar um

determinado fenômeno.

Intuito

Diferentemente do que muitos pesquisadores pensam:

O trabalho qualitativo exige métodos rigorosos

que explicitem

que o investigador chegou o mais perto possível

do fenômeno e

que suas conclusões NÃO se deram com base

em suas crenças individuais.

Formas mais comuns de se coletar dados em Pesquisa Qualitativa:

ObservaçãoObservação

EntrevistaEntrevista

Teoria FundamentadaTeoria Fundamentada

EtnografiaEtnografia

Entrevistas IntensivasEntrevistas Intensivas

Análise TextualAnálise Textual

Observação

• Interpretação do que se vê

• Ex: Identificar a reação dos

alunos de uma turma a uma

nova metodologia.

• O pesquisador

procurará descrever a

reação de cada aluno

ou do grupo de alunos

segundo sua

percepção ou

segundo as palavras

dos alunos, sem o foco

de contabilizar os dados

(quanti).

Resultado:

•Descrição do

comportamento dos

alunos frente à nova

abordagem.

Observação

• A observação

científica diferencia-se

da observação

rotineira pela

necessidade de se

buscar fatos

confiáveis.

Estudo Observacional pressupõe

• Sólido planejamento

• Clareza sobre o fenômeno que se quer

observar

• Vianna (2007) apresenta cinco

dimensões para a observação:

Observação

• Oculta x aberta

• Não Participante x

participante

• Não sistemática x

sistemática

• In natura x laboratório

• Auto observação

Observação Oculta x Aberta

Oculta

• O sujeito ou fenômeno

que é observado não

sabe que está sendo

observado

Não Participante x Participante

• Até que ponto o

pesquisador está

envolvido no processo

que é observado?

• O pesquisador pode ou

não integrar a realidade

a ser observada.

• Ex: O pesquisador coleta

dados em sala de aula

em que é professor, em

que participa da

realidade, Participante.

Não Sistemática x Sistemática

• Sistemática há um

roteiro a ser seguido;

• O roteiro orienta o

pesquisador quanto

aos fatos que devem

ser aprofundados ou

que merecerão maior

dedicação.

Objetivo do roteiro

• Evitar a dispersão

daquele que coleta os

dados com eventuais

situações capazes de

afetar a atenção de

uma pessoa.

Perguntas propostas por Moreira e Caleffe (2006) na observação sistemática

• Quais comportamentos

serão observados?

• Quem será observado?

• Onde serão conduzidas

as observações?

• Quantas observações

serão feitas?

• Quando as observações

serão feitas?

• Como as observações

serão analisadas?

Na observação participante e sistemática...

• Deve-se desenvolver:

um Protocolo de

Registro e Coleta dos

Dados;

• Objetivo: Garantir a

coleta do máximo

possível de informações

relevantes para a

pesquisa

Moreira e Caleffe

sugerem 4 métodos

para facilitar a futura

análise dos dados:

• Narrativa ou Registro

Contínuo;

• Contagem Frequente;

• Método do Intervalo;

• Método de Duração

Narrativa ou Registro Contínuo

• O pesquisador ao

observar uma situação

busca descrevê-la

usando sua

interpretação acerca

daquilo que vê.

Contagem Frequente

• Consiste em contar

quantas vezes algo

acontece em um

determinado espaço

de tempo.

Método do Intervalo

• Objetiva compreender

em que intervalo de

tempo uma

determinada situação

se repete.

• É preciso cronometrar

a situação observada,

buscando

entendimento sobre a

regularidade de uma

determinada questão.

Método de Duração

• Tem seu foco na

compreensão de quanto

tempo um fenômeno ou

uma situação leva para

acontecer.

• Não há preocupação

com a repetição de um

evento em um dado

intervalo de tempo,

mas com o tempo que

esse evento leva para

acontecer.

In natura x Em laboratório

• A observação in

natura acontece no

ambiente real do

fenômeno que se

deseja pesquisar.

• Exemplo: uma escola

• A observação em

laboratório ocorre

quando o pesquisador

tenta reproduzir uma

situação em um

ambiente controlado.

Auto-observação x observação de outros

Auto-observação não é muito utilizada.

Observação de fenômeno ou

comportamento onde o pesquisador é o

sujeito da pesquisa.

Lüdke e André (1988) orientam o registro da observação em duas partes:

Parte Descritiva

• Relata exatamente o

que foi visto sem

considerar as

impressões do

investigador

• Descrição dos sujeitos,

• Reconstrução de

diálogos,

• Descrição do local;

• Descrição de eventos

especiais;

• Descrição das atividades.

Parte Reflexiva

• O Pesquisador busca

discutir o que foi

observado, fazendo

analogias,

comparações,

inferências.

• Reflexões analíticas:

análise do pesquisador

frente ao fenômeno que

observa;

• Reflexões Metodológicas;

• Dilemas Éticos e

Conflitos;

• Mudanças na perspectiva

do observador: influência

da bagagem histórica do

observador;

• Esclarecimentos

necessários

Note que...

• O registro das

observações deve ser

feito no momento

em que o evento

acontece;

• Isso evita erros ou

esquecimentos.

• O leitor deve ser

capaz de diferenciar a

descrição dos fatos

das impressões do

pesquisador.

Principal Vantagem do Método Observacional

• Possibilidade de

identificar

comportamentos que

não são comumente

expressos de forma

verbal ou aqueles que

o sujeito pesquisado

não teria como admitir.

Principais Desvantagens

• Frequente falta de

formalização e

sistematização do

método;

• Possibilidade de

interferência do

pesquisador sobre o

fenômeno observado;

• Impossibilidade de

comparação de

fenômenos similares

quando observados

por pesquisadores

diferentes.

Passos para uma coleta observacional

1. Definição do problema e delineamento da pesquisa;

O problema de pesquisa sempre é o ponto de

partida. O delineamento direciona a abordagem e o

método de pesquisa;

2. Identificação e nº da amostra, onde se encontram e

em que tempo serão observados;

3. *Elaboração do protocolo de observação

4. Realização das observações e registro: ápice da

coelta de dados e a efetivação do trabalho.

3. Modelo de Protocolo

Protocolo de Observação

Data Características do Grupo

Local

Hora inicial

Hora final

Anotações Descritivas Anotações Reflexivas

Entrevista

Por Roteiro ou Diretiva

• Conduzida com base em

um roteiro previamente

estabelecido que

orienta o pesquisador

sobre o que deseja

saber da pessoa ou do

grupo entrevistado.

Sem Roteiro ou Não Diretivas

• Aberta e flexível;

• Menos rigor no

seguimento das

colocações feitas pelo

pesquisador.

Pessoal ou Focus group ou Grupo de Foco

• Realizada com uma única pessoa.

• Atores envolvidos:

Entrevistador Entrevistado

Em Grupo

• Realizada entre um ou

mais entrevistadores e

um grupo.

• O grupo entrevistado

deve ter características

comuns, o que deve ser

definido no momento

da seleção da amostra.

Entrevista

Informal

• Realizada em a formalidade de uma entrevista;

• Pesquisador e entrevistado estão à vontade, como em uma conversa que flui na direção que o entrevistador deseja.

Etnográfica

• Orientada a compreender um grupo específico;

• Utilizada pelas pesquisas etnográficas

Entrevista –Moreira e Caleffe (2007) sugerem outra subdivisão

Pela História Oral

• Foca-se em compreender, por meio de uma história contada, fenômenos relacionados à vida de um indivíduo ou de um grupo.

• Usado nas pesquisas narrativas.

Entrevista –Moreira e Caleffe (2007) sugerem outra subdivisão

Cuidados na condução de uma entrevista

• Local adequado

com privacidade, tranquilo;

• Pesquisador Preparado;

• Escutar de forma ativa, para além das

palavras que são ditas.

• Considerar:A emoção

O tom de vozOs gestos

Registro da entrevista

• Em forma de anotação;

• Gravação;

• Filmagem

• Existem softwares que

transcrevem arquivos

em áudio.

• Transcrever é converter

literalmente o conteúdo

de áudio para a escrita.

Vantagens das entrevistas

• Possibilidade de

adequação da questão

frente às colocações

do outro;

• Complementação dos

dados diretos com

dados indiretos;

• Aprofundamento nas

questões mais

pertinentes.

• Tempo que pode ser

extenso demais;

• Dificuldade de

encontrar local

adequado;

• Receio do entrevistado

em se expor;

Desvantagens das entrevistas

• Necessidade de

empatia entre

entrevistador e

entrevistado;

• Possibilidade de o

entrevistado dar as

respostas que julga

que o entrevistador

gostaria de ouvir.

Passos para a realização de uma entrevista

1. Defina a sua Questão de

Pesquisa, que será

convertida em Objetivo

Geral (aonde o estudo quer

chegar) e em Objetivos

Específicos (quais os passos

para se chegar lá).

2. Elabore as perguntas;

3. Organize a sequência das

perguntas;

4. Organize a logística do

processo de entrevista: local,

período escolhidos, entrevistado;

5. Planeje a introdução e o

encerramento da entrevista;

6. Realize o teste-piloto:

permite que se validem as

questões e o entendimento

destas por parte do público-alvo.

Experiência não é o que aconteceu com Você...

Mas o que Você fez com o que lhe aconteceu...

Aldous Huxley