Metodologia Da Pesquisa 3a Edicao

Embed Size (px)

Citation preview

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao

  • UFSC Universidade Federal de Santa Catarina http://www.ufsc.br

    Reitor Rodolfo Joaquim Pinto da Luz Vice-Reitor Lcio Botelho

    CTC Centro Tecnolgico http://www.ctc.ufsc.br

    Diretor Ariovaldo Bolzan, Dr.

    PPGEP Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo http://www.eps.ufsc.br

    Coordenao Ricardo Miranda Barcia, Ph.D. Sub-coordenao Antnio Galvo Novaes, Dr.

    LED Laboratrio de Ensino a Distncia http://www.led.ufsc.br

    Direo Geral Ricardo Miranda Barcia, Ph.D. Direo Executiva Amir Mattar Valente, Dr. Gerncia Administrativa Eduardo Lobo, M. Gerncia de Processos Andrea Valria Steil, M. Gerncia Acadmica Eunice Passaglia, Dr. Gerncia de Desen. Tecnolgico Alejandro Martins, Dr. Gerncia Financeira Rildo A. F. de Andrade Gerncia de Produo Arthur E. Silveira

    FEESC Fundao de Ensino e Engenharia de Santa Catarina http://www.feesc.org.br

    Presidente Ariovaldo Bolzan, Dr. Superintendente Gilberto Klaumann

    Equipe Tcnica

    Elaborao do Contedo Edna Lcia da Silva, Dr. Estera Muszkat Menezes, M.

    Reviso de Contedo Silvana Pezzi, M.

    Coordenao de Orientao Edis Mafra Lapolli, Dr.

    Superviso de Cursos via Internet Roberto Camargo

    Orientao Pedaggica Rita de Cssia Guarezzi, M.

    Reviso de Texto Daniela Alves da Silva Renato Tapado

    Diagramao Daniel Blass

    Capa Gustavo Bocianoski Rebelo

  • UFSC/PPGEP/LED Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo Laboratrio de Ensino a Distncia

    Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 3a edio revisada e atualizada

    Edna Lcia da Silva Estera Muszkat Menezes

    Florianpolis 2001

  • Ficha Catalogrfica

    (Catalogao na fonte pelo Departamento de Cincia da Informao da UFSC)

    S586m Silva, Edna Lcia da Metodologia da pesquisa e elaborao de dissertao/Edna

    Lcia da Silva, Estera Muszkat Menezes. 3. ed. rev. atual. Florianpolis: Laboratrio de Ensino a Distncia da UFSC, 2001.

    121p.

    1. Pesquisa Metodologia. I. Menezes, Estera Muszkat. II. Ttulo

    CDU: 001.8

  • Sumrio

    Apresentao.................................................................7

    Apresentao das Autoras..............................................9

    Aula 1. O Pesquisador e a Comunicao Cientfica ....................13

    Aula 2. A Pesquisa e suas Classificaes...................................19

    Aula 3. Mtodos Cientficos......................................................25

    Aula 4. As Etapas da Pesquisa..................................................29

    Aula 5. Reviso de Literatura ...................................................37

    Aula 6. Como Levantar Informaes para Realizar Pesquisas em Engenharia de Produo?.........................45

    Aula 7. Leitura, Fichamento, Resumo, Citaes e Referncias.....61

    Aula 8. Problema e Hipteses de Pesquisa.................................79

    Aula 9. O Projeto de Pesquisa (dissertao ou tese) ..................87

    Aula 10. Elaborao e Apresentao do Relatrio de Pesquisa (dissertao/tese)........................91

    Aula 11. Como Apresentar Graficamente seu Relatrio de Pesquisa (dissertao ou tese) ...................97

    Aula 12. Como Elaborar Artigos para Publicao? .....................115

    Referncias................................................................119

  • Apresentao

    O Laboratrio de Ensino a Distncia do Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo PPGEP/UFSC elabo-rou, especialmente para voc, a disciplina Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao.

    Nesta disciplina, voc ter uma nova oportunidade de apren-dizagem, no apenas pela aquisio e troca de conhecimentos, mas tambm pela agilidade que o uso da tecnologia na educa-o a distncia ir proporcionar elaborao de sua disserta-o.

    Com esta iniciativa temos como objetivo principal orient-lo na elaborao de seu projeto de pesquisa e desenvolvimento de sua dissertao.

    Para dar incio a este novo programa de aprendizagem, leia com ateno o Guia de Orientaes: Estudar a Distncia por Internet. Nele voc vai encontrar as informaes necessrias para desenvolver cada etapa deste inovador percurso. Um per-curso em que voc o agente de construo do seu conheci-mento, necessitando conduzir suas atividades de maneira au-tnoma, mas podendo contar permanentemente com o apoio do Laboratrio de Ensino a Distncia.

    Bom trabalho! LED/PPGEP/UFSC

  • Apresentao das Autoras

    Curiosidade, criatividade, disciplina e especialmente paixo so algumas exign-cias para o desenvolvimento de um trabalho criterioso, baseado no confronto permanente entre o desejo e a realidade.

    Mirian Goldenberg

    A Metodologia tem como funo mostrar a voc como andar no caminho das pedras da pesquisa, ajud-lo a refletir e insti-gar um novo olhar sobre o mundo: um olhar curioso, indaga-dor e criativo.

    A elaborao de um projeto de pesquisa e o desenvolvimento da prpria pesquisa, seja ela uma dissertao ou tese, neces-sitam, para que seus resultados sejam satisfatrios, estar ba-seados em planejamento cuidadoso, reflexes conceituais sli-das e alicerados em conhecimentos j existentes.

    Pesquisar um trabalho que envolve um planejamento anlo-go ao de um cozinheiro. Ao preparar um prato, o cozinheiro precisa saber o que ele quer fazer, obter os ingredientes, asse-gurar-se de que possui os utenslios necessrios e cumprir as etapas requeridas no processo. Um prato ser saboroso na medida do envolvimento do cozinheiro com o ato de cozinhar e de suas habilidades tcnicas na cozinha. O sucesso de uma pesquisa tambm depender do procedimento seguido, do seu envolvimento com a pesquisa e de sua habilidade em escolher o caminho para atingir os objetivos da pesquisa.

    A pesquisa um trabalho em processo no totalmente contro-lvel ou previsvel. Adotar uma metodologia significa escolher

  • 10 UFSC/PPGEP/LED

    um caminho, um percurso global do esprito. O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa. Precisa-mos, ento, no somente de regras e sim de muita criatividade e imaginao.

    A disciplina Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dis-sertao visa fornecer a voc informaes bsicas de metodo-logia da pesquisa servindo de guia elaborao do projeto e da dissertao de mestrado e da tese de doutorado do Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo da Universida-de Federal de Santa Catarina. Descreve princpios tericos e fornece orientaes prticas que ajudaro voc a aprender a pensar criticamente, ter disciplina, escrever e apresentar traba-lhos conforme padres metodolgicos e acadmicos.

    A disciplina est estruturada da seguinte forma:

    Aula l O Pesquisador e a Comunicao Cientfica

    Descreve os processos de comunicao na pesquisa cientfica e tecnolgica dando nfase aos canais de comunicao usados pelo pesquisador.

    Aula 2 A Pesquisa e suas Classificaes

    Apresenta as definies de pesquisa, as formas clssicas de sua classificao e as etapas de um planejamento de pesqui-sa.

    Aula 3 Mtodos Cientficos

    Identifica como se processam as operaes mentais no proces-so de pesquisa cientfica. Mostra como a abordagem cientfi-ca pelos mtodos: dedutivo, indutivo, hipottico-dedutivo, dia-ltico e fenomenolgico.

    Aula 4 As Etapas da Pesquisa

    Sistematiza o processo de pesquisa em etapas e mostra os procedimentos que precisam ser adotados em cada uma delas.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 11

    Aula 5 Reviso de Literatura

    Identifica os passos para a elaborao da reviso de literatura e os procedimentos que devem ser adotados em cada etapa.

    Aula 6 Como Levantar Informaes para Realizar Pesquisas em Engenharia de Produo?

    Identifica as fontes disponveis para pesquisa em Engenharia de Produo e mostra as possibilidades oferecidas pelas fontes digitais, fontes impressas em papel e como localizar os mate-riais necessrios pesquisa.

    Aula 7 Leitura, Fichamento, Resumo, Citaes e Referncias

    Fornece elementos para que se faa leituras proveitosas e sn-teses que facilitem o processo de anlise dos textos. Mostra como devem ser as citaes e as referncias dos textos nos moldes da ABNT.

    Aula 8 Problema e Hipteses de Pesquisa

    Define problema e hipteses de pesquisa. Identifica parme-tros formulao do problema e da(s) hiptese(s).

    Aula 9 O Projeto de Pesquisa (Dissertao ou Tese)

    Define o esquema de um Projeto de Pesquisa. Orienta quanto ao contedo de todos os tpicos do projeto.

    Aula 10 Elaborao e Apresentao do Relatrio de Pesquisa (Dissertao ou Tese)

    Orienta quanto forma e ao contedo dos elementos que constituem o relatrio de pesquisa. Mostra os tpicos que de-vem aparecer na dissertao ou tese.

  • 12 UFSC/PPGEP/LED

    Aula 11 Como Apresentar Graficamente seu Relatrio de Pesquisa (Dissertao ou Tese)?

    Identifica como as normas da ABNT devem ser aplicadas na apresentao grfica do relatrio de pesquisa.

    Aula 12 Como Elaborar Artigos para Publicao?

    Define, segundo a ABNT, a estrutura de um artigo. Mostra o contedo de cada um dos elementos pr-textuais, textuais e ps-textuais.

    Edna Lcia da Silva e Estera Muszkat Menezes Professoras do Departamento de Cincia da Informao da UFSC

  • O Pesquisador e a Comunicao Cientfica

    Descrever o processo de comunicao na pesquisa cientfica e tecnolgica; identificar e descrever os canais de comunicao usados pelos pesquisadores; apontar as qualidades de um bom pesquisador.

    INTRODUO

    Hoje se reconhece que a cincia e a tecnologia se viabilizam por meio de um processo de construo do conhecimento e que esse processo flui na esfera da comunicao.

    Garvey (1979), um autor clssico da rea de Sociologia da Ci-ncia, incluiu no processo de Comunicao Cientfica as ati-vidades associadas com a produo, disseminao e uso da informao, desde a hora em que o cientista teve a idia da pesquisa at o momento em que os resultados de seu trabalho so aceitos como parte integrante do conhecimento cientfico.

    O SISTEMA DE COMUNICAO NA CINCIA

    O sistema de comunicao na cincia, estudado por Garvey, apresenta dois tipos de canais de comunicao dotados de di-ferentes funes. O canal informal de comunicao, que re-presenta a parte do processo invisvel ao pblico, est caracte-rizado por contatos pessoais, conversas telefnicas, corres-pondncias, cartas, pr-prints e assemelhados. O canal for-

  • 14 UFSC/PPGEP/LED

    mal, que a parte visvel (pblica) do sistema de comunicao cientfica est representado pela informao publicada em for-ma de artigos de peridicos, livros, comunicaes escritas em encontros cientficos, etc.

    CANAIS INFORMAIS

    Nos canais informais o processo de comunicao gil e sele-tivo. A informao circulada tende a ser mais atual e ter maior probabilidade de relevncia, porque obtida pela interao efetiva entre os pesquisadores. Os canais informais no so oficiais nem controlados e so usados geralmente entre dois indivduos ou para a comunicao em pequenos grupos para fazer disseminao seletiva do conhecimento.

    CANAIS FORMAIS

    Nos canais formais o processo de comunicao lento, mas necessrio para a memria e a difuso de informaes para o pblico em geral. Os canais formais so oficiais, pblicos e controlados por uma organizao. Destinam-se a transferir informaes a uma comunidade, no a um indivduo, e tor-nam pblico o conhecimento produzido. Os canais formais so permanentes, as informaes que veiculam so registradas em um suporte e assim tornam-se mais acessveis.

    FUNO DOS CANAIS INFORMAIS

    Os canais informais, por meio do contato face a face ou medi-ados por um computador, so fundamentais aos pesquisado-res pela oportunidade proporcionada para troca de idias, dis-cusso e feedbacks com os pares.

    O trabalho publicado nos canais formais, de certa forma, j foi filtrado via canais informais. Os contatos informais mantidos com os pares pelos pesquisadores foram chamados por Price (1979) de colgios invisveis; Crane (1972) e Kadushin (1976) denominaram de crculos sociais e, mais recentemente, Latour (1994) denominou de redes cientficas. Latour incorporou s redes cientficas a idia de que estas no visam propriamente troca de informaes; representam um esquema operacional

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 15

    para construo do conhecimento e nesse esquema esto in-cludos os hbridos, elementos no-humanos, representados pelos equipamentos e toda a parafernlia de produtos e servi-os necessrios produo da cincia e da tecnologia.

    Atualmente, com o advento da Internet, as listas de discusso representam um canal informal semelhante aos colgios invi-sveis e os crculos sociais dos tempos passados. As listas de discusso permitem a criao de comunidades virtuais onde pessoas que possuem interesses comuns discutem, trocam informaes por meio de um processo comunicacional instan-tneo, gil e, portanto, sem barreiras de tempo e espao. A internet amplia as possibilidades de troca de informao na medida em que permite ao pesquisador compartilhar e intera-gir com a inteligncia coletiva (LEVY, 1998).

    FUNO DOS CANAIS FORMAIS

    Os canais formais, por intermdio das publicaes, so funda-mentais aos pesquisadores porque permitem comunicar seus resultados de pesquisa, estabelecer a prioridade para suas des-cobertas, obter o reconhecimento de seus pares e, com isso, aumentar sua credibilidade no meio tcnico ou acadmico.

    DIFERENAS BSICAS ENTRE CANAIS FORMAIS E INFORMAIS

    No quadro a seguir foram sintetizadas por Le Coadic (1996) as principais diferenas entre os elementos formais e informais da comunicao cientfica:

    Diferenas entre os Elementos Formais e Informais da Comunicao Cientfica

    Comunicao formal Comunicao informal Pblica. Privada. Informao armazenada de forma permanente, recupervel.

    Informao no-armazenada, no-recupervel.

    Informao relativamente velha. Informao recente. Informao comprovada. Informao no-comprovada. Disseminao uniforme. Direo do fluxo escolhida pelo produtor. Redundncia moderada. Redundncia s vezes muito importante. Ausncia de interao direta. Interao direta Fonte: LE COADIC, Y-F. A cincia da informao. Braslia: Briquet de Lemos, 1996.

  • 16 UFSC/PPGEP/LED

    Antes de chegarem a ser publicados os resultados de uma pesquisa, a informao percorre um longo caminho nesta passagem do domnio informal para o formal. Vale dizer que este processo no estanque ou linear e que os avanos tecnolgicos e as redes de comunicao tm feito com que as duas formas de comunicao estejam se sobrepondo e tm tornado tnues as fronteiras entre os dois domnios da comunicao (informal e formal).

    A freqncia e o uso de um canal informal ou formal so de-terminados por sua acessibilidade.

    O TRABALHO CIENTFICO E SUA AVALIAO

    O trabalho cientfico, propriamente dito, avaliado, segundo Demo (1991), pela sua qualidade poltica e pela sua qualidade formal. Qualidade poltica refere-se fundamentalmente aos contedos, aos fins e substncia do trabalho cientfico. Qua-lidade formal diz respeito aos meios e formas usados na pro-duo do trabalho. Refere-se ao domnio de tcnicas de coleta e interpretao de dados, manipulao de fontes de informa-o, conhecimento demonstrado na apresentao do referen-cial terico e apresentao escrita ou oral em conformidade com os ritos acadmicos.

    O PESQUISADOR E SUAS QUALIFICAES

    Alguns atributos pessoais so desejveis para voc ser um bom pesquisador. Para Gil (1999), um bom pesquisador precisa, a-lm do conhecimento do assunto, ter curiosidade, criatividade, integridade intelectual e sensibilidade social. So igualmente importantes a humildade para ter atitude autocorretiva, a ima-ginao disciplinada, a perseverana, a pacincia e a confiana na experincia.

    Atualmente, seu sucesso como pesquisador est vinculado, cada vez mais, a sua capacidade de captar recursos, enredar pessoas para trabalhar em sua equipe e fazer alianas que proporcionem a tecnologia e os equipamentos necessrios pa-ra o desenvolvimento de sua pesquisa. Quanto maior for o seu prestgio e reconhecimento, obtido pelas suas publicaes, maior ser o seu poder de persuaso e seduo no processo de fazer aliados.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 17

    CONSIDERAES FINAIS

    Tanto os canais formais quanto os informais so importantes no processo de construo do conhecimento cientfico e tecno-lgico. Os canais informais cumprem suas funes como meio de disseminao de informao entre voc e seus pares, e os canais formais so responsveis pela comunicao oficial dos resultados de uma pesquisa. A publicao proporciona o con-trole de qualidade de uma rea, confere reconhecimento da prioridade ao autor e possibilita a preservao do conhecimen-to. Na verdade voc, estando em atividade de pesquisa, parti-cipa de um processo permanente de transaes e mediaes comunicativas.

  • A Pesquisa e suas Classificaes

    Definir o que pesquisa; mostrar as formas clssicas de classificao das pesquisas; identificar as etapas de um planejamento de pesquisa.

    INTRODUO

    O que pesquisa? Esta pergunta pode ser respondida de mui-tas formas.

    Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagaes propostas.

    Minayo (1993, p.23), vendo por um prisma mais filosfico, considera a pesquisa como atividade bsica das cincias na sua indagao e descoberta da realidade. uma atitude e uma prtica terica de constante busca que define um proces-so intrinsecamente inacabado e permanente. uma atividade de aproximao sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinao particular entre teoria e dados.

    Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana considerando-a como uma atitude, um questionamento sis-temtico crtico e criativo, mais a interveno competente na realidade, ou o dilogo crtico permanente com a realidade em sentido terico e prtico.

    Para Gil (1999, p.42), a pesquisa tem um carter pragmtico, um processo formal e sistemtico de desenvolvimento do mtodo cientfico. O objetivo fundamental da pesquisa des-

  • 20 UFSC/PPGEP/LED

    cobrir respostas para problemas mediante o emprego de pro-cedimentos cientficos.

    Pesquisa um conjunto de aes, propostas para encontrar a soluo para um problema, que tm por base procedimentos racionais e sistemticos. A pesquisa realizada quando se tem um problema e no se tem informaes para solucion-lo.

    CLASSIFICAES DAS PESQUISAS

    Existem vrias formas de classificar as pesquisas. As formas clssicas de classificao sero apresentadas a seguir:

    Do ponto de vista da sua natureza, pode ser:

    Pesquisa Bsica: objetiva gerar conhecimentos novos teis para o avano da cincia sem aplicao prtica prevista. Envolve verdades e interesses universais.

    Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para apli-cao prtica dirigidos soluo de problemas especficos. Envolve verdades e interesses locais.

    Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser:

    Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quan-tificvel, o que significa traduzir em nmeros opinies e in-formaes para classific-las e analis-las. Requer o uso de recursos e de tcnicas estatsticas (percentagem, mdia, moda, mediana, desvio-padro, coeficiente de correlao, anlise de regresso, etc.).

    Pesquisa Qualitativa: considera que h uma relao din-mica entre o mundo real e o sujeito, isto , um vnculo in-dissocivel entre o mundo objetivo e a subjetividade do su-jeito que no pode ser traduzido em nmeros. A interpreta-o dos fenmenos e a atribuio de significados so bsi-cas no processo de pesquisa qualitativa. No requer o uso de mtodos e tcnicas estatsticas. O ambiente natural a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador o ins-trumento-chave. descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu signi-ficado so os focos principais de abordagem.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 21

    Do ponto de vista de seus objetivos (Gil, 1991) pode ser:

    Pesquisa Exploratria: visa proporcionar maior familiari-dade com o problema com vistas a torn-lo explcito ou a construir hipteses. Envolve levantamento bibliogrfico; en-trevistas com pessoas que tiveram experincias prticas com o problema pesquisado; anlise de exemplos que esti-mulem a compreenso. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliogrficas e Estudos de Caso.

    Pesquisa Descritiva: visa descrever as caractersticas de determinada populao ou fenmeno ou o estabelecimento de relaes entre variveis. Envolve o uso de tcnicas pa-dronizadas de coleta de dados: questionrio e observao sistemtica. Assume, em geral, a forma de Levantamento.

    Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que deter-minam ou contribuem para a ocorrncia dos fenmenos. aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razo, o porqu das coisas. Quando realizada nas cincias naturais, requer o uso do mtodo experimental, e nas cin-cias sociais requer o uso do mtodo observacional. Assume, em geral, a formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Expost-facto.

    Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos (Gil, 1991), pode ser:

    Pesquisa Bibliogrfica: quando elaborada a partir de mate-rial j publicado, constitudo principalmente de livros, arti-gos de peridicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.

    Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de mate-riais que no receberam tratamento analtico.

    Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variveis que seriam capazes de influenci-lo, definem-se as formas de controle e de obser-vao dos efeitos que a varivel produz no objeto.

    Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogao direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

    Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e e-xaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permi-ta o seu amplo e detalhado conhecimento.

    Pesquisa Expost-Facto: quando o experimento se realiza depois dos fatos.

  • 22 UFSC/PPGEP/LED

    Pesquisa-Ao: quando concebida e realizada em estreita associao com uma ao ou com a resoluo de um pro-blema coletivo. Os pesquisadores e participantes represen-tativos da situao ou do problema esto envolvidos de mo-do cooperativo ou participativo.

    Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interao entre pesquisadores e membros das situaes in-vestigadas.

    O PLANEJAMENTO DA PESQUISA

    Pesquisa a construo de conhecimento original de acordo com certas exigncias cientficas. Para que seu estudo seja considerado cientfico voc deve obedecer aos critrios de coe-rncia, consistncia, originalidade e objetivao. desejvel que uma pesquisa cientfica preencha os seguintes requisitos: a) a existncia de uma pergunta que se deseja responder; b) a elaborao de um conjunto de passos que permitam chegar resposta; c) a indicao do grau de confiabilidade na resposta obtida (GOLDEMBERG, 1999, p.106).

    O planejamento de uma pesquisa depender basicamente de trs fases:

    fase decisria: referente escolha do tema, definio e delimitao do problema de pesquisa;

    fase construtiva: referente construo de um plano de pesquisa e execuo da pesquisa propriamente dita;

    fase redacional: referente anlise dos dados e informa-es obtidas na fase construtiva. a organizao das idias de forma sistematizada visando elaborao do relatrio fi-nal. A apresentao do relatrio de pesquisa dever obede-cer s formalidades requeridas pela Academia.

    As etapas envolvidas no planejamento de uma pesquisa esto detalhadamente abordadas na Aula 4.

    CONSIDERAES FINAIS

    Pesquisa cientfica seria, portanto, a realizao concreta de uma investigao planejada e desenvolvida de acordo com as normas consagradas pela metodologia cientfica. Metodologia

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 23

    cientfica entendida como um conjunto de etapas ordenada-mente dispostas que voc deve vencer na investigao de um fenmeno. Inclui a escolha do tema, o planejamento da inves-tigao, o desenvolvimento metodolgico, a coleta e a tabula-o de dados, a anlise dos resultados, a elaborao das con-cluses e a divulgao de resultados.

    Os tipos de pesquisa apresentados nas diversas classificaes no so estanques. Uma mesma pesquisa pode estar, ao mesmo tempo, enquadrada em vrias classificaes, desde que obedea aos requisitos inerentes a cada tipo.

    Realizar uma pesquisa com rigor cientfico pressupe que voc escolha um tema e defina um problema para ser investigado, elabore um plano de trabalho e, aps a execuo operacional desse plano, escreva um relatrio final e este seja apresentado de forma planejada, ordenada, lgica e conclusiva.

  • Mtodos Cientficos

    Mostrar os mtodos que proporcionam as bases lgicas investigao cientfica.

    INTRODUO

    A investigao cientfica depende de um conjunto de proce-dimentos intelectuais e tcnicos (Gil, 1999, p.26) para que seus objetivos sejam atingidos: os mtodos cientficos.

    Mtodo cientfico o conjunto de processos ou operaes mentais que se devem empregar na investigao. a linha de raciocnio adotada no processo de pesquisa. Os mtodos que fornecem as bases lgicas investigao so: dedutivo, indu-tivo, hipottico-dedutivo, dialtico e fenomenolgico (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).

    De forma breve veja a seguir em que bases lgicas esto pau-tados tais mtodos.

    MTODO DEDUTIVO

    Mtodo proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupe que s a razo capaz de levar ao co-nhecimento verdadeiro. O raciocnio dedutivo tem o objetivo de explicar o contedo das premissas. Por intermdio de uma cadeia de raciocnio em ordem descendente, de anlise do ge-ral para o particular, chega a uma concluso. Usa o silogismo,

  • 26 UFSC/PPGEP/LED

    construo lgica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, de-nominada de concluso (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clssico exemplo de raciocnio dedutivo:

    Exemplo:

    Todo homem mortal. ...........................................(premissa maior)

    Pedro homem. .....................................................(premissa menor)

    Logo, Pedro mortal. .............................................(concluso)

    MTODO INDUTIVO

    Mtodo proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hu-me. Considera que o conhecimento fundamentado na experi-ncia, no levando em conta princpios preestabelecidos. No raciocnio indutivo a generalizao deriva de observaes de casos da realidade concreta. As constataes particulares le-vam elaborao de generalizaes (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clssico exemplo de raciocnio indu-tivo:

    Exemplo:

    Antnio mortal.

    Joo mortal.

    Paulo mortal.

    ...

    Carlos mortal.

    Ora, Antnio, Joo, Paulo... e Carlos so homens.

    Logo, (todos) os homens so mortais.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 27

    MTODO HIPOTTICO-DEDUTIVO

    Proposto por Popper, consiste na adoo da seguinte linha de raciocnio: quando os conhecimentos disponveis sobre deter-minado assunto so insuficientes para a explicao de um fe-nmeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades expressas no problema, so formuladas conjecturas ou hipte-ses. Das hipteses formuladas, deduzem-se conseqncias que devero ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar fal-sas as conseqncias deduzidas das hipteses. Enquanto no mtodo dedutivo se procura a todo custo confirmar a hiptese, no mtodo hiptetico-dedutivo, ao contrrio, procuram-se evi-dncias empricas para derrub-la (GIL, 1999, p.30).

    MTODO DIALTICO

    Fundamenta-se na dialtica proposta por Hegel, na qual as contradies se transcendem dando origem a novas contradi-es que passam a requerer soluo. um mtodo de inter-pretao dinmica e totalizante da realidade. Considera que os fatos no podem ser considerados fora de um contexto social, poltico, econmico, etc. Empregado em pesquisa qualitativa (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).

    MTODO FENOMENOLGICO

    Preconizado por Husserl, o mtodo fenomenolgico no de-dutivo nem indutivo. Preocupa-se com a descrio direta da experincia tal como ela . A realidade construda social-mente e entendida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. Ento, a realidade no nica: existem tantas quantas forem as suas interpretaes e comunicaes. O su-jeito/ator reconhecidamente importante no processo de construo do conhecimento (GIL, 1999; TRIVIOS, 1992). Empregado em pesquisa qualitativa.

    CONSIDERAES FINAIS

    Na era do caos, do indeterminismo e da incerteza, os mtodos cientficos andam com seu prestgio abalado. Apesar da sua reconhecida importncia, hoje, mais do que nunca, se percebe

  • 28 UFSC/PPGEP/LED

    que a cincia no fruto de um roteiro de criao totalmente previsvel. Portanto, no h apenas uma maneira de raciocnio capaz de dar conta do complexo mundo das investigaes cien-tficas. O ideal seria voc empregar mtodos, e no um mtodo em particular, que ampliem as possibilidades de anlise e ob-teno de respostas para o problema proposto na pesquisa.

    Para maior aprofundamento desta matria consulte a biblio-grafia indicada nas fontes ao final desta publicao (FEYERA-BEND, 1989; POPPER, 1993).

  • As Etapas da Pesquisa

    Identificar as etapas da pesquisa; planejar uma pesquisa.

    INTRODUO

    A pesquisa um procedimento reflexivo e crtico de busca de respostas para problemas ainda no solucionados.

    O planejamento e a execuo de uma pesquisa fazem parte de um processo sistematizado que compreende etapas que po-dem ser detalhadas da seguinte forma:

    1) escolha do tema; 2) reviso de literatura; 3) justificativa; 4) formulao do problema; 5) determinao de objetivos; 6) metodologia; 7) coleta de dados; 8) tabulao de dados; 9) anlise e discusso dos resultados; 10) concluso da anlise dos resultados; 11) redao e apresentao do trabalho cientfico

    (dissertao ou tese).

  • 30 UFSC/PPGEP/LED

    AS ETAPAS DA PESQUISA

    1 Escolha do Tema

    Nesta etapa voc dever responder pergunta: O que preten-do abordar? O tema um aspecto ou uma rea de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela delimitada de um as-sunto, estabelecendo limites ou restries para o desenvolvi-mento da pesquisa pretendida.

    A definio do tema pode surgir com base na sua observao do cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback de pesquisas j realizadas e em estudo da literatura especiali-zada (BARROS; LEHFELD, 1999).

    A escolha do tema de uma pesquisa, em um Curso de Ps-Graduao, est relacionada linha de pesquisa qual voc est vinculado ou linha de seu orientador.

    Voc dever levar em conta, para a escolha do tema, sua atua-lidade e relevncia, seu conhecimento a respeito, sua prefe-rncia e sua aptido pessoal para lidar com o tema escolhido.

    Definido isso, voc ir levantar e analisar a literatura j publi-cada sobre o tema.

    2 Reviso de Literatura

    Nesta fase voc dever responder s seguintes questes: quem j escreveu e o que j foi publicado sobre o assunto, que as-pectos j foram abordados, quais as lacunas existentes na li-teratura. Pode objetivar determinar o estado da arte, ser uma reviso terica, ser uma reviso emprica ou ainda ser uma reviso histrica.

    A reviso de literatura fundamental, porque fornecer ele-mentos para voc evitar a duplicao de pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema. Favorecer a definio de contornos mais precisos do problema a ser estudado (veja a Aula 5, que abordar especialmente a Reviso de Literatura).

    3 Justificativa

    Nesta etapa voc ir refletir sobre o porqu da realizao da pesquisa procurando identificar as razes da preferncia pelo

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 31

    tema escolhido e sua importncia em relao a outros temas. Pergunte a voc mesmo: o tema relevante e, se , por qu? Quais os pontos positivos que voc percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefcios voc pressupe que sua pesquisa ir proporcionar? A justificativa dever convencer quem for ler o projeto, com relao importncia e relevn-cia da pesquisa proposta.

    4 Formulao do Problema

    Nesta etapa voc ir refletir sobre o problema que pretende resolver na pesquisa, se realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma soluo para ele. A pesquisa cien-tfica depende da formulao adequada do problema, isto por-que objetiva buscar sua soluo (veja a Aula 8, que abordar especialmente o Problema de Pesquisa).

    5 Determinao dos Objetivos: Geral e Especficos

    Nesta etapa voc pensar a respeito de sua inteno ao propor a pesquisa. Dever sintetizar o que pretende alcanar com a pesquisa. Os objetivos devem estar coerentes com a justificati-va e o problema proposto. O objetivo geral ser a sntese do que se pretende alcanar, e os objetivos especficos explicita-ro os detalhes e sero um desdobramento do objetivo geral. Os objetivos informaro para que voc est propondo a pes-quisa, isto , quais os resultados que pretende alcanar ou qual a contribuio que sua pesquisa ir efetivamente propor-cionar.

    Os enunciados dos objetivos devem comear com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ao passvel de men-surao. Como exemplos de verbos usados na formulao dos objetivos, podem-se citar para:

    determinar estgio cognitivo de conhecimento: os verbos apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, rela-tar, repetir, sublinhar e nomear;

    determinar estgio cognitivo de compreenso: os verbos descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expres-sar, identificar, localizar, traduzir e transcrever;

    determinar estgio cognitivo de aplicao: os verbos apli-car, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traar e usar;

  • 32 UFSC/PPGEP/LED

    determinar estgio cognitivo de anlise: os verbos analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e experimentar;

    determinar estgio cognitivo de sntese: os verbos articu-lar, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e es-quematizar;

    determinar estgio cognitivo de avaliao: os verbos apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar.

    6 Metodologia

    Nesta etapa voc ir definir onde e como ser realizada a pesqui-sa. Definir o tipo de pesquisa, a populao (universo da pesqui-sa), a amostragem, os instrumentos de coleta de dados e a forma como pretende tabular e analisar seus dados.

    Populao (ou universo da pesquisa) a totalidade de indiv-duos que possuem as mesmas caractersticas definidas para um determinado estudo. Amostra parte da populao ou do universo, selecionada de acordo com uma regra ou plano. A amostra pode ser probabilstica e no-probabilstica.

    Amostras no-probabilsticas podem ser:

    amostras acidentais: compostas por acaso, com pessoas que vo aparecendo;

    amostras por quotas: diversos elementos constantes da populao/universo, na mesma proporo;

    amostras intencionais: escolhidos casos para a amostra que representem o bom julgamento da populao/ universo.

    Amostras probabilsticas so compostas por sorteio e podem ser:

    amostras casuais simples: cada elemento da populao tem oportunidade igual de ser includo na amostra;

    amostras casuais estratificadas: cada estrato, definido previamente, estar representado na amostra;

    amostras por agrupamento: reunio de amostras repre-sentativas de uma populao.

    Para definio das amostras recomenda-se a aplicao de tc-nicas estatsticas. Barbetta (1999) fornece uma abordagem

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 33

    muito didtica referente delimitao de amostras e ao em-prego da estatstica em pesquisas.

    A definio do instrumento de coleta de dados depender dos objetivos que se pretende alcanar com a pesquisa e do uni-verso a ser investigado. Os instrumentos de coleta de dados tradicionais so:

    Observao: quando se utilizam os sentidos na obteno de dados de determinados aspectos da realidade. A ob-servao pode ser:

    observao assistemtica: no tem planejamento e controle previamente elaborados;

    observao sistemtica: tem planejamento, realiza-se em condies controladas para responder aos propsi-tos preestabelecidos;

    observao no-participante: o pesquisador presencia o fato, mas no participa;

    observao individual: realizada por um pesquisador; observao em equipe: feita por um grupo de pessoas; observao na vida real: registro de dados medida

    que ocorrem;

    observao em laboratrio: onde tudo controlado.

    Entrevista: a obteno de informaes de um entrevis-tado, sobre determinado assunto ou problema. A entre-vista pode ser:

    padronizada ou estruturada: roteiro previamente es-tabelecido;

    despadronizada ou no-estruturada: no existe rigi-dez de roteiro. Podem-se explorar mais amplamente al-gumas questes.

    Questionrio: uma srie ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionrio deve ser objetivo, limitado em extenso e es-tar acompanhado de instrues As instrues devem es-clarecer o propsito de sua aplicao, ressaltar a impor-tncia da colaborao do informante e facilitar o preen-chimento.

  • 34 UFSC/PPGEP/LED

    As perguntas do questionrio podem ser:

    abertas: Qual a sua opinio?; fechadas: duas escolhas: sim ou no; de mltiplas escolhas: fechadas com uma srie de res-

    postas possveis.

    Young e Lundberg (apud Pessoa, 1998) fizeram uma srie de recomendaes teis construo de um question-rio. Entre elas destacam-se:

    o questionrio dever ser construdo em blocos temti-cos obedecendo a uma ordem lgica na elaborao das perguntas;

    a redao das perguntas dever ser feita em linguagem compreensvel ao informante. A linguagem dever ser acessvel ao entendimento da mdia da populao es-tudada. A formulao das perguntas dever evitar a possibilidade de interpretao dbia, sugerir ou indu-zir a resposta;

    cada pergunta dever focar apenas uma questo para ser analisada pelo informante;

    o questionrio dever conter apenas as perguntas rela-cionadas aos objetivos da pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemo, j se sabe que no sero respondidas com honestidade.

    Formulrio: uma coleo de questes e anotadas por um entrevistador numa situao face a face com a outra pessoa (o informante).

    O instrumento de coleta de dados escolhido dever proporcio-nar uma interao efetiva entre voc, o informante e a pesquisa que est sendo realizada. Para facilitar o processo de tabulao de dados por meio de suportes computacionais, as questes e suas respostas devem ser previamente codificadas.

    A coleta de dados estar relacionada com o problema, a hip-tese ou os pressupostos da pesquisa e objetiva obter elemen-tos para que os objetivos propostos na pesquisa possam ser alcanados.

    Neste estgio voc escolhe tambm as possveis formas de tabulao e apresentao de dados e os meios (os mtodos estatsticos, os instrumentos manuais ou computacionais) que sero usados para facilitar a interpretao e anlise dos dados.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 35

    Na Engenharia de Produo, muitas vezes, as dissertaes e teses esto comprometidas com o desenvolvimento de modelos e produtos. Em tais casos a metodologia no seguir os pas-sos indicados acima, e sim deve estar adequada necessidade requerida para criao especfica do modelo ou produto que est sendo desenvolvido.

    7 Coleta de Dados

    Nesta etapa voc far a pesquisa de campo propriamente dita. Para obter xito neste processo, duas qualidades so funda-mentais: a pacincia e a persistncia.

    8 Tabulao e Apresentao dos Dados

    Nesta etapa voc poder lanar mo de recursos manuais ou computacionais para organizar os dados obtidos na pesquisa de campo. Atualmente, com o advento da informtica, natu-ral que voc escolha os recursos computacionais para dar su-porte elaborao de ndices e clculos estatsticos, tabelas, quadros e grficos.

    9 Anlise e Discusso dos Resultados

    Nesta etapa voc interpretar e analisar os dados que tabu-lou e organizou na etapa anterior. A anlise deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa e para comparar e confron-tar dados e provas com o objetivo de confirmar ou rejeitar a(s) hiptese(s) ou os pressupostos da pesquisa.

    10 Concluso da Anlise e dos Resultados Obtidos

    Nesta etapa voc j tem condies de sintetizar os resultados obtidos com a pesquisa. Dever explicitar se os objetivos fo-ram atingidos, se a(s) hiptese(s) ou os pressupostos foram confirmados ou rejeitados. E, principalmente, dever ressaltar a contribuio da sua pesquisa para o meio acadmico ou pa-ra o desenvolvimento da cincia e da tecnologia.

    11 Redao e Apresentao do Trabalho Cientfico

    Nesta etapa o pesquisador dever redigir seu relatrio de pes-quisa: dissertao ou tese. Azevedo (1998, p.22) argumenta que o texto dever ser escrito de modo apurado, isto , gra-maticalmente correto, fraseologicamente claro, terminologica-mente preciso e estilisticamente agradvel. Normas de docu-

  • 36 UFSC/PPGEP/LED

    mentao da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) devero ser consultadas visando padronizao das indicaes bibliogrficas e a apresentao grfica do texto. Normas e orientaes do prprio Curso de Ps-Graduao tambm devero ser consultadas (ver Aula 11, que abordar especialmente esta parte).

    CONSIDERAES FINAIS

    As etapas aqui identificadas e as orientaes feitas devero servir de guia elaborao de sua pesquisa e no como uma camisa-de-fora. Portanto, no devem impedir sua criativi-dade ou causar entraves elaborao da pesquisa. A inteno deste documento fornecer a voc orientaes bsicas ela-borao de uma investigao cientfica.

  • Reviso de Literatura

    Mostrar a importncia da reviso de literatura no processo de pesquisa; identificar os passos para a elaborao de uma reviso de literatura.

    INTRODUO

    Uma das etapas mais importantes de um projeto de pesquisa a reviso de literatura. A reviso de literatura refere-se fundamentao terica que voc ir adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da anlise da literatura publicada voc ir traar um quadro terico e far a estrutu-rao conceitual que dar sustentao ao desenvolvimento da pesquisa.

    A reviso de literatura resultar do processo de levantamento e anlise do que j foi publicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitir um mapeamento de quem j escreveu e o que j foi escrito sobre o tema e/ou problema da pesquisa.

    Para Luna (1997), a reviso de literatura em um trabalho de pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos:

    determinao do estado da arte: o pesquisador procu-ra mostrar atravs da literatura j publicada o que j sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encon-tram os principais entraves tericos ou metodolgicos;

  • 38 UFSC/PPGEP/LED

    reviso terica: voc insere o problema de pesquisa dentro de um quadro de referncia terica para explic-lo. Geral-mente acontece quando o problema em estudo gerado por uma teoria, ou quando no gerado ou explicado por uma teoria particular, mas por vrias;

    reviso emprica: voc procura explicar como o problema vem sendo pesquisado do ponto de vista metodolgico pro-curando responder: quais os procedimentos normalmente empregados no estudo desse problema? Que fatores vm a-fetando os resultados? Que propostas tm sido feitas para explic-los ou control-los? Que procedimentos vm sendo empregados para analisar os resultados? H relatos de ma-nuteno e generalizao dos resultados obtidos? Do que elas dependem?;

    reviso histrica: voc busca recuperar a evoluo de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a in-sero dessa evoluo dentro de um quadro terico de refe-rncia que explique os fatores determinantes e as implica-es das mudanas.

    Para elaborar uma reviso de literatura recomendvel que voc adote a metodologia de pesquisa bibliogrfica. Pesquisa Bibliogrfica aquela baseada na anlise da literatura j pu-blicada em forma de livros, revistas, publicaes avulsas, im-prensa escrita e at eletronicamente, disponibilizada na Inter-net.

    A reviso de literatura/pesquisa bibliogrfica contribuir para:

    obter informaes sobre a situao atual do tema ou pro-blema pesquisado;

    conhecer publicaes existentes sobre o tema e os aspectos que j foram abordados;

    verificar as opinies similares e diferentes a respeito do te-ma ou de aspectos relacionados ao tema ou ao problema de pesquisa.

    Para tornar o processo de reviso de literatura produtivo, voc dever seguir alguns passos bsicos para sistematizar seu trabalho e canalizar seus esforos. Os passos sugeridos por Lakatos e Marconi (1991) so:

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 39

    ESCOLHA DO TEMA

    O tema o aspecto do assunto que voc deseja abordar, pro-var ou desenvolver. A escolha do tema da reviso de literatura est vinculada ao objetivo da prpria reviso que voc preten-de fazer. A reviso de literatura dever elucidar o tema, pro-porcionar melhor definio do problema de pesquisa e contri-buir na anlise e discusso dos resultados da pesquisa.

    Em funo da exploso da informao, voc dever definir pa-ra onde ele ir dirigir e concentrar seus esforos na reviso de literatura, porque s assim no ficar perdido no emaranhado das publicaes existentes. Pesquisadores experientes sabem que o risco de perder tempo e o rumo podem ser fatais neste processo. Alm de atravancar todo o desenvolvimento das eta-pas da pesquisa, pode at impedir sua realizao.

    ELABORAO DO PLANO DE TRABALHO

    Para evitar disperso e perda de tempo no processo de leitura de textos, importante levantar os aspectos que sero abor-dados sobre o tema. Para isso voc deve elaborar um esquema provisrio de sua reviso de literatura, onde listar de forma lgica as abordagens que pretende fazer referentes ao tema ou problema de sua pesquisa. O esquema servir de guia no pro-cesso de leitura e na coleta de informaes nos textos. Veja o exemplo na pesquisa indicada abaixo:

    Exemplo

    ROCHA, Simone Karla da. Qualidade de vida no trabalho: um es-tudo de caso no setor txtil. 1998. Dissertao (Mestrado em Enge-nharia de Produo) - Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo, UFSC, Florianpolis.

    Nesta pesquisa a autora escolheu para realizao de sua reviso de literatura:

    TEMA Pressupostos bsicos que permeiam a qualidade de vida no trabalho.

    ESTRUTURA (esquema mostrando os tpicos que seriam abordados)

    EVOLUO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS

  • 40 UFSC/PPGEP/LED

    O ENFOQUE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

    A origem e a evoluo dos estudos de qualidade de vida no trabalho

    Os conceitos de qualidade de vida no trabalho

    Os modelos para avaliao da qualidade de vida no trabalho:

    Modelos de Hackman e Oldham;

    Modelo de Westley;

    Modelo de Werther e Davis;

    Modelo de Walton.

    IDENTIFICAO

    Aps a definio do que ser abordado na reviso de literatura e a elaborao de um esquema com os aspectos a serem abor-dados que servir de guia para organizao do processo de leitura, voc deve identificar o material.

    A identificao implica fazer um levantamento bibliogrfico para recuperar as informaes sobre o que j foi publicado sobre o tema e os aspectos que constam no esquema/sumrio dos tpi-cos. Esse processo requer o uso de obras de referncia para mi-nimizar esforos e recuperar a maior quantidade de informao possvel. Obras de referncia, usadas para levantamento biblio-grfico, so organizadas especialmente para facilitar a consulta de itens especficos de informao. Possuem, geralmente, ndices de autores e assuntos/palavras-chave que remetem s informa-es arranjadas em itens numerados para facilitar a recupera-o. Bibliografias e Abstracts so publicaes disponveis em papel para consulta. Bases de dados so disponveis em meio digital, em CD-ROM ou eletrnico via internet.

    Para efetuar o levantamento bibliogrfico na rea de Engenha-ria de Produo voc poder fazer uso de fontes de informao de referncia, como por exemplo:

    ABI/Inform; Compendex; Computer & Control Abstracts; Dissertation Abstracts International;

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 41

    Engineering Index; Ergonomics Abstracts; Psychological Abstracts; Social Sciences Citation Index; Sociological Abstracts.

    Outra forma de fazer levantamento bibliogrfico usando as ferramentas de busca da internet, como por exemplo: Altavis-ta, Excite, Infoseek, Lycos, Yahoo, Radar Uol, Cad, as biblio-tecas virtuais e os catlogos on-line de bibliotecas disponibili-zados na rede.

    Tambm no devem ser desprezadas as indicaes bibliogrfi-cas feitas em artigos ou livros disponveis e lidos sobre o tema da pesquisa.

    Na Aula 6 sero abordadas as Fontes de Informao para pes-quisa em Engenharia de Produo e sero dadas orientaes de como fazer pesquisa na internet.

    LOCALIZAO E COMPILAO

    Realizada a identificao (o levantamento bibliogrfico), ne-cessrio que voc obtenha os materiais considerados teis realizao da pesquisa. preciso, ento, localiz-los. Deve-se comear pela Biblioteca que est mais prxima e, se essa no possuir, podem-se consultar outras no Pas ou no mundo. Ve-ja como proceder para localizao dos materiais na Aula 6. Para fazer a compilao, reunio sistemtica dos materiais selecionados e localizados, os seguintes recursos: fotocpias, impresses e a prpria aquisio, quando for indispensvel.

    FICHAMENTO

    Os materiais selecionados para leitura sero analisados e fi-chados. O Fichamento permite que voc rena as informaes necessrias e teis elaborao do texto da reviso. Podem ser elaborados diversos tipos de fichas, como:

    bibliogrfica: com dados gerais sobre a obra lida; citaes: com a reproduo literal entre aspas e a indica-

    o da pgina da parte dos textos lidos de interesse espec-fico para a redao dos tpicos e itens da reviso;

  • 42 UFSC/PPGEP/LED

    resumo: com um resumo indicativo do contedo do texto; esboo: apresentando as principais idias do autor lido de

    forma esquematizada com a indicao da pgina do docu-mento lido;

    comentrio ou analtica: com a interpretao e a crtica pessoal do pesquisador com referncia s idias expressas pelo autor do texto lido.

    O Fichamento ir permitir: identificao das obras lidas, an-lise de seu contedo, anotaes de citaes, elaborao de cr-ticas e localizao das informaes lidas que foram considera-das importantes.

    Veja a Aula 7, que abordar especialmente como elaborar fi-chamentos.

    ANLISE E INTERPRETAO

    De posse dos Fichamentos voc far ento, a classificao, a anlise, a interpretao e a crtica das informaes coletadas.

    REDAO

    Na redao do texto final voc deve observar os seguintes cri-trios: objetividade, clareza, preciso, consistncia, linguagem impessoal e uso do vocabulrio tcnico (ver Aula 7).

    Recomendaes importantes:

    o texto deve ter comeo, meio e fim. faa um texto introdutrio explicando o objetivo da reviso

    de literatura;

    reviso de literatura no fazer colagem de citaes biblio-grficas; ento:

    faa uma abertura e um fecho para os tpicos tratados; preencha as lacunas com consideraes prprias; crie elos entre as citaes.

    Citao, segundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (2001, p.1), a Meno, no texto, de uma informao extra-da de outra fonte.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 43

    Os tipos de citaes que podem ser utilizadas no texto, segun-do a NBR 10520:2001, so:

    citao direta: transcrio textual dos conceitos do autor consultado;

    citao indireta: transcrio livre do texto do autor con-sultado;

    citao de citao: transcrio direta ou indireta de um texto em que no se teve acesso ao original.

    A Aula 7 ir mostrar como fazer citaes de forma padroniza-da de acordo com as Normas da ABNT.

  • Como Levantar Informaes para Realizar Pesquisas em Engenharia de Produo?

    Identificar as fontes de informao acessveis pesquisa em Engenharia de Produo; mostrar as possibilidades oferecidas por cada fonte; mostrar a Internet como fonte de informao.

    INTRODUO

    A Engenharia de Produo caracteriza-se como uma engenha-ria de mtodos e de procedimentos. Seu objetivo o estudo, o projeto e a gerncia de sistemas integrados de pessoas, mate-riais, equipamentos e ambientes. Procura melhorar a produti-vidade do trabalho, a qualidade do produto e a sade das pes-soas (no que se refere s atividades de trabalho).

    A rea de Engenharia de Produo tem uma abordagem inter-disciplinar como suporte da sua construo cognitiva. Nesse sentido est envolvida com diversas Cincias Humanas, em particular com a Economia e as cincias da organizao (que envolvem temas ligados Administrao, Sociologia, s Ci-ncias Ambientais, Psicologia e Matemtica Aplicada).

    Visto que a Engenharia de Produo uma rea interdiscipli-nar, as fontes de informao para pesquisa podem ser de ou-tras reas do conhecimento. Tais fontes sero utilizadas quando voc estiver elaborando sua reviso de literatu-

  • 46 UFSC/PPGEP/LED

    ra/pesquisa bibliogrfica (conforme foi exposto na Aula 5) pa-ra identificar referncias e possibilitar a recuperao de textos que iro dar fundamentao terica a sua pesquisa.

    FONTES DE INFORMAO PARA PESQUISA

    As fontes de informao destinadas para pesquisa so o-bras/bases de dados especialmente organizadas para consul-ta. Apresentam arranjos dos itens de forma a facilitar o pro-cesso de busca da informao. Possuem ndices de autor, ttu-lo e assunto. Podem estar apresentadas em formato digital (on line ou CD-ROM) ou em formato impresso em papel. As obras digitais so mais indicadas quando se deseja aliar rapidez e preciso ao processo de busca. Algumas fornecem apenas re-ferncias bibliogrficas (bases referenciais) e outras, alm da referncia bibliogrfica, possibilitam acesso ao documento, so bases com texto completo (full text). As bases digitais de-vem ser preferidas mesmo quando voc tiver que pagar pelo processo. A relao custo-benefcio bem maior quando se compara o tempo necessrio para se fazer uma busca em for-mato impresso em papel com a feita via processo digital. Os meios digitais possibilitam que uma busca que se faria em 15 dias nas obras impressas em papel seja feita em minutos via recursos digitais.

    As fontes de informao para pesquisa sero usadas para fa-zer o levantamento bibliogrfico de sua pesquisa.

    FONTES DE INFORMAO IMPRESSAS (EM PAPEL)

    Se voc no dispuser de meios digitais para efetuar seu levan-tamento bibliogrfico, veja algumas obras disponveis em pa-pel, no acervo da BU/UFSC ou em qualquer outra Biblioteca, que podero ser usadas nesta etapa:

    Computer & Controle Abstract.

    A Biblioteca Universitria da UFSC possui assinatura desde 1999.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 47

    The Engineering Index.

    A Biblioteca Universitria da UFSC possui o anual desde 1968 e o mensal desde 1997.

    Ergonomics Abstracts.

    A Biblioteca Universitria possui assinatura desde 1995

    Metal Abstracts.

    A Biblioteca Universitria possui assinatura desde 1973.

    Psychological Abstracts.

    A Biblioteca Universitria possui assinatura desde 1978.

    Sociological Abstracts.

    A Biblioteca Universitria possui assinatura desde 1981.

    FONTES DE INFORMAO DIGITAIS

    As fontes de informao digitais disponveis para consulta por meio da Biblioteca Universitria da UFSC e algumas outras bibliotecas ligadas s Universidades ou Rede Nacional de Pesquisa so:

    Internet com Acesso Restrito

    Web of Science

    A Web of Science (WoS) uma base de dados produzida pelo Institute for Scientific Information (ISI), com informaes so-bre artigos publicados, a partir de 1974, em mais de 8.400 peridicos especializados, indexados pelo ISI, em todas as -reas do conhecimento (Cincias, Cincias Humanas e Sociais, Artes e Humanidades). A assinatura do WoS foi inicialmente feita pela Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP). A CAPES, reconhecendo a importncia ins-trumental dessa base de dados, firmou com a FAPESP um convnio que garantiu o direito de acesso WoS, a partir de 1999, a mais 67 instituies de ensino superior e de pesquisa de todo o Pas, mediante o uso compartilhado da infra-estrutura instalada.

  • 48 UFSC/PPGEP/LED

    Para consultar a Web of Science s acessar o site da Biblioteca Virtual da BU/UFSC e o acesso ser totalmente auto-explicativo. O acesso s possvel pelo servidor da Rede UFSC.

    Algumas das bases disponveis por intermdio do Web of Science:

    Science Citation Index Expanded: base de dados que pos-sui 5.300 peridicos cientficos indexados e atualizada semanalmente. Nela voc encontrar informaes relacio-nadas s reas de: Agricultura, Agronomia, Anatomia, As-tronomia, Biologia, Biotecnologia, Psicologia, Cincias dos Materiais, Cincias Mdicas, Ecologia, Energia, Engenharia, Fsica, Gentica, Meio Ambiente, Psiquiatria, Qumica e Zo-ologia.

    Social Science Citation Index: base de dados que possui 1.700 ttulos de peridicos indexados e atualizada sema-nalmente. Nela voc encontrar informaes relacionadas s reas de: Antropologia, Arqueologia, Cincia da Informa-o, Cincias Polticas, Cincias Sociais, Comunicao, Criminologia, Demografia, Direito, Economia, Educao, Enfermagem, Ergonomia, Estudos Ambientais, Geografia, Urbanismo, Histria, Lingstica, Negcios, Relaes Inter-nacionais, Psicologia, Sociologia e Sade Pblica.

    Arts 7 Humanities Citation Index: base de dados que pos-sui 1.100 ttulos de peridicos indexados e atualizada se-manalmente. Nela voc encontrar informaes relaciona-das s reas de: Arqueologia, Arquitetura, Artes, Cinema, Dana, Estudos Asiticos, Filosofia, Folclore, Histria, Ln-gua, Lingstica, Literatura, Msica, Rdio, Religio, Teatro e Televiso.

    A seleo dos artigos que sero de interesse para sua pesquisa poder ser feita a partir da lista de resultados ou documentos individuais completos.

    Para assinalar um documento na lista de resultados, clique no quadrado esquerda do documento e marque tantos quantos desejar. Para assinalar os dez documentos da tela clique o dis-positivo mark all e em seguida clique no dispositivo submit.

    Para salvar ou imprimir os resultados voc deve clicar em marked list para formatar documentos para impresso e sal-var em um arquivo.

    O processo de salvamento e impresso dos documentos voc poder fazer da seguinte forma:

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 49

    usando o correio eletrnico: clique no boto Editar (Edit) e depois em Copiar (Copy) do seu browser, abra seu sistema de correio eletrnico, posicione o cursor no corpo da mensa-gem a ser impressa e clique em Editar (Edit) e Colar (Paste);

    usando um arquivo local para salvamento: clique no boto Editar (Edit) e depois em Copiar (Copy) do seu browser. A-bra seu processador de texto, posicione o cursor no corpo da mensagem e clique em Editar (Edit) e em Colar (Paste);

    usando o processo de impresso: clique em imprimir (Print) na barra de ferramentas.

    Bases com Texto Completo (full text) assinadas pela UFSC

    Proquest

    Sistema de busca e recuperao de informao que possibilita a recuperao de referncias bibliogrficas e/ou textos com-pletos em base de dados. A BU/UFSC possui da Famlia Pro-quest as bases em CD-ROM ou com acesso pela internet: ABI/Inform e Education Plus text.

    ABI/Inform

    Indexa mais de 1.300 peridicos cientficos em lngua inglesa. Destes, cerca de 800 com textos completos. A base de dados inclui peridicos nas reas de Administrao e Negcios, Ban-cos, Computao, Economia, Energia, Meio Ambiente, Finan-as, Sade, Recursos Humanos, Marketing, Administrao Pblica, Transportes e Telecomunicaes.

    A base abrange artigos com, pelo menos, nove anos retrospec-tivos. possvel imprimir e salvar os arquivos em disco. Os arquivos so visualizados em formato PDF (necessita o Acro-bat Reader).

    Education Plus Text

    Possui mais de 400 peridicos na rea de Educao, Educa-o a Distncia, Psicologia Educacional, Sociologia da Educa-o, entre outros. A base abrange artigos com, pelo menos, cinco anos retrospectivos. possvel imprimir e tambm sal-var os arquivos em disco. Os arquivos so visualizados em formato PDF (necessita o Acrobat Reader).

    O acesso pela internet das bases ABI-Inform e Education Plus Text requer o uso de sua senha pessoal.

  • 50 UFSC/PPGEP/LED

    Bases de Dados Referenciais

    Disponveis em reas como Cincias Agrrias, Biomdicas, Exatas, Humanas e Veterinria. So elas:

    Agricola Aquatic Science and

    Fisheries Abstracts ASFA

    Bioesthicsline Plus Biological Abstracts CAB Abstracts Cancerlit DRUGDEX DRUGREAUX Econlit

    FSTS Food Science & Technology Abstracts

    HealthStar Iconda Life Sciences Collection LISA Library & Informa-

    tion Science Abstracts Medline Full File PDR Sociological Abstracts Toxline

    Para utilizar tais bases voc precisa dispor de uma senha que permita o acesso pela internet. A senha fornecida pela Biblio-teca Universitria da UFSC. Na pgina da BU/UFSC voc dis-pe de links para as bases assinadas pela UFSC.

    Internet com Acesso Pblico

    A internet uma rede de computadores conectada a um con-junto de milhares de redes menores, cujo protocolo padro de comunicao denominado TCP/IP (Transmission Control Pro-tocol/Internet Protocol) torna possvel o processo de comuni-cao (OLIVEIRA, 1997).

    A internet um enorme banco de dados, um canal de co-municao onde so oferecidos servios de informao. Os principais servios oferecidos pela internet so:

    WWW: a World Wide Web (rede de alcance mundial) o principal servio da internet. Nela esto hospedados os sites de instituies, empresas e pessoas;

    GOPHER (Servidores Gopher): existem vrios servidores go-pher, cada qual contm uma lista de diretrios e subdiret-rios de diversos tpicos e subtpicos, que permitem locali-zar rapidamente uma informao. O navegador pode ser usado para pesquisar essas listas, mas o ideal utilizar programas especficos, como o WS-Gopher (Winsock gopher) ou o VERONICA (Very Easy Oriented Net-Wide Index to Computerized Archive);

    FTP (File Transfer Protocol): um protocolo para transfern-cia de arquivos, que em geral utilizado quando fazemos

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 51

    download e upload. Download significa copiar arquivos de um computador qualquer que esteja conectado rede para o nosso computador, e upload significa a transferncia de um arquivo do nosso computador para um computador remoto;

    Usenet (Newsgroup): so grupos de discusses sobre os mais variados assuntos. As mensagens enviadas so arma-zenadas em um servidor e podem ser consultadas por todos os participantes; para ler as mensagens enviadas necess-rio utilizar um programa de leitura, como por exemplo o Netscape News ou o Internet News;

    Mailing List: uma lista de discusso utilizada para troca de informaes (dos mais variados assuntos) entre pessoas que se interessam por assuntos comuns. Essa troca de in-formaes feita via e-mail;

    Lista de Avisos: listas para voc receber informaes sobre produtos ou servios. O prestador de servios geralmente pergunta se a pessoa quer ficar a par das novidades da sua loja ou empresa e solicita autorizao para enviar um novo e-mail sempre que houver novidades, lanamentos, etc;

    IRC (Internet Relay Chat): um canal de comunicao que pode ser criado na internet e que permite que duas ou mais pessoas possam conversar em tempo real;

    E-mail (eletronic mail): correio eletrnico que voc pode usar para enviar mensagens, arquivos, imagens, sons, fotos, etc;

    Telnet: possibilita o acesso, pelo computador do usurio, a um prompt de um computador remoto, isto , voc pode o-perar um outro computador atravs do seu micro;

    Talk: um sistema de telefone via internet, no qual dois usu-rios falam um com o outro. Possuindo um microfone e um programa especfico, voc pode se comunicar com qualquer parte do mundo pelo preo de uma tarifa telefnica local;

    Videoconferncia: recurso sofisticado pelo qual possvel falar com uma pessoa ou com vrias pessoas (multicast), ou ainda vrias pessoas podem falar entre si como em uma reu-nio (multipoint).

    Como Buscar Informaes de Acesso Pblico na Internet

    Para buscar informaes na internet voc deve usar as ferra-mentas de busca. As ferramentas de busca so sistemas que fazem a indexao dos documentos. A forma como feita essa indexao vai influir diretamente na quantidade e na qualidade dos resultados que sero obtidos na pesquisa. As ferramentas

  • 52 UFSC/PPGEP/LED

    de busca utilizam programas de indexao denominados robs ou aranhas, que periodicamente vasculham a rede em busca de novos documentos a serem indexados no seu banco de da-dos, atualizam endereos que tenham mudado e deletam aque-les que j no possuem nenhum documento (BRAD, 1999).

    Atualmente esto disposio para efetuar suas buscas na internet diversas ferramentas de busca (nacionais e interna-cionais). A tabela abaixo mostra o endereo das principais:

    Ferramentas Nacionais

    http://www.achei.com.br/

    http://www.cade.com.br/

    http://www.radaruol.com.br/

    http://www.surf.com.br/

    http://www.zeek.com.br/

    http://bookmarks.com.br/

    Ferramentas Internacionais

    http://www.altavista.digital.com

    http://infoseek.go.com/

    http://www.excite.com/

    http://www.hotbot.com/

    http://www.webcrawler.com/

    http://www.yahoo.com/

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 53

    Metaferramentas

    Ferramentas que possibilitam busca em vrias ferramentas simultaneamente.

    http://www.metacrawler.com/

    http://www.miner.bol.com.br:8888/metaminer.html

    http://www.itools.com/find-it/find-it.html

    Buscadores de Grupos da Usenet e Listservs

    http://www.reference.com/

    http://www.dejanews.com/

    Liszt http://www.liszt.com/

    http://www.forumone.com/

    Como Buscar as Informaes?

    A busca de informaes na internet pode ser feita de duas maneiras:

    por assuntos/categorias: a busca feita por tpicos que esto indexados por categorias e subcategorias de assuntos;

    por assuntos especficos: a busca feita utilizando as fer-ramentas de busca. Nesta forma de busca voc deve informar a palavra-chave ou a frase que caracteriza o que quer pesqui-sar. Essa forma de pesquisa pode ser feita de dois modos:

    pesquisa simples: pode ser feita na prpria home page das ferramentas e oferece a opo de uso de comandos mais gerais;

    pesquisa avanada: ou mais refinada, s pode ser feita na home page das ferramentas de busca, abrindo uma janela especial, na qual possvel usar comandos mais especficos para aproximar ao mximo o resultado da pesquisa daquilo que se quer encontrar.

  • 54 UFSC/PPGEP/LED

    Como Fazer Uso de Comandos e Operadores Booleanos na Recuperao das Informaes na Internet?

    Na busca de informaes voc pode simplesmente digitar uma palavra (por exemplo, qualidade) na janela indicada e clicar para buscar. Possivelmente uma lista com centenas de docu-mentos sero mostrados sobre o assunto. Contudo, nem sem-pre esse tipo de busca pode ser considerada satisfatria, isto porque voc no ter provavelmente tempo para analisar o grande volume de documentos resultantes de uma pesquisa to ampla e vaga.

    As ferramentas de busca oferecem comandos e recursos para voc resolver este problema, isto , possibilitar que suas bus-cas tenham resultados mais depurados e precisos. No sistema de ajuda de cada ferramenta voc identificar quais so os comandos que podero ser usados.

    Geralmente os comandos utilizados na busca de informaes so:

    uso de sinais: o sinal de incluso + (mais), o sinal de exclu-so (menos), aspas " " e o asterisco *;

    uso de operadores booleanos: AND (e), OR (ou) e AND NOT (no) e tambm o uso dos parnteses ( ).

    O emprego dos comandos em buscas simples possibilita:

    O uso de aspas " "

    As aspas so utilizadas para que a ferramenta de busca con-sidere as palavras como sendo uma frase. Por exemplo, ao co-locar duas palavras entre as aspas, engenharia de produo, a busca ficar limitada a documentos que contenham exata-mente essa frase.

    O uso do sinal de mais +

    O sinal de incluso + deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele deve se-lecionar os documentos que tenham obrigatoriamente todas as palavras precedidas do sinal +, em qualquer ordem que se-ja. Por exemplo:

    +engenharia +"inteligncia artificial"

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 55

    o uso do sinal de menos

    O sinal de excluso deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele no deve incluir os documentos que contenha aquela palavra(s) ou fra-se(s). Por exemplo:

    +engenharia "engenharia de produo"

    o uso do asterisco *

    O asterisco utilizado para solicitar ao programa de busca que busque todos os documentos que contenham a parte ini-cial da palavra (at o asterisco) com qualquer terminao. Por exemplo:

    produ*

    para recuperar produo, produtivo, produto, produtos, pro-dutividade

    O uso de sinais pode ser combinado, e estes devem ser utili-zados de forma lgica; a primeira palavra ou frase deve ser sempre a de incluso. Veja este exemplo:

    +"inteligncia artificial" "redes neurais artificiais"

    No caso acima, a ferramenta trar como resultado da pesquisa uma lista de documentos que tenha a expresso inteligncia arti-ficial, mas no contenha a expresso redes neurais artificiais.

    A relao lgica entre os termos a serem pesquisados, chamada de expresso booleana, estabelecida pelos operadores lgicos tambm conhecidos como operadores booleanos. Tais opera-dores so derivados da teoria de conjuntos e so de uso univer-sal para aplicao na recuperao da informao. Os operado-res booleanos so usados nas buscas para possibilitar a ampli-ao ou a restrio (refinamento) dos resultados. Os operadores vlidos numa expresso de pesquisa so os seguintes:

    Operador Significado Resultado obtido

    OR Unio Busca todos os registros onde exista qualquer um dos termos indicados

    AND Interseco Busca todos os registros onde ocorram simultanea-mente os termos indicados

    AND NOT Excluso

    Busca todos os registros onde ocorra o primeiro ter-mo exceto o segundo

  • 56 UFSC/PPGEP/LED

    O uso de operadores pode ser observado nos exemplos abaixo:

    AND: o uso do operador AND traz como resultado da pes-quisa pginas que possuam obrigatoriamente todas as pala-vras ligadas por esse operador. Por exemplo, na solicitao:

    engenharia gentica AND tica.

    O resultado da pesquisa ser uma lista com todos os docu-mentos com a expresso engenharia gentica que tambm tenham a palavra tica.

    NOT: o uso dos operadores AND NOT traz como resultado da pesquisa pginas que possuam a palavra que precede o operador AND e excluam as palavras que sucedem o opera-dor NOT. Por exemplo, na seguinte solicitao:

    engenharia gentica AND NOT tica.

    O resultado da pesquisa incluir todos os documentos que possuam a expresso engenharia gentica, mas que no contenham a palavra tica.

    OR: o uso do operador OR traz como resultado da pesquisa documentos que possuam tanto uma palavra como a(s) ou-tra(s) ligada(s) por esse conectivo. Por exemplo, na solicitao:

    engenharia gentica OR tica.

    O resultado da pesquisa incluir todos os documentos que possuam a expresso engenharia gentica e a palavra tica no necessariamente no mesmo documento.

    PARNTESES ( ): os parnteses so utilizados para agrupar vrias palavras ligadas pelos conectivos. Veja o exemplo:

    qualidade AND (empresas OR organizaes)

    Ferramentas de busca que utilizam incluso, excluso e aspas

    Ferramentas de busca que utilizam operadores booleanos

    Altavista. Lycos. Hotbot. Infoseek. Yahoo. Excite.

    Altavista. Excite. Lycos. Hotbot. Zeek.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 57

    Como Avaliar a Informao Disponibilizada na Internet?

    A internet, como vimos, uma fonte inesgotvel de recursos. Voc deve utiliz-la para busca de informaes, mas deve ser igualmente seletivo no uso dessas informaes. Alguns critrios de seleo devem ser adotados como, por exemplo, verificar as credenciais do autor, como est escrito o documento (lingua-gem, correo ortogrfica e gramatical) e a atualidade do site.

    Outro cuidado que voc deve tomar com os direitos autorais. Referenciar os documentos usados e indicar como fontes de consulta tico e de bom tom. A ABNT publicou normas para referenciar documentos digitais na NBR6023:2000.

    Como Localizar os Documentos Levantados nas Bases de Dados da Internet, CD-ROM e Fontes Impressas?

    Realizada a identificao (o levantamento bibliogrfico) ne-cessrio obter os materiais considerados teis realizao da pesquisa. preciso, ento, localiz-los. Deve-se comear pela biblioteca que est mais prxima e, se a biblioteca no possuir, pode-se consultar (dependendo do que se procura):

    para localizar peridicos: a base de dados do Catlogo Cole-tivo Nacional de Peridicos do IBICT (http://www.ct.ibict.br: 82/ccn/owa/ccn_consulta);

    para localizar anais/proceedings de congressos e normas: a base em CD-ROM CD-CIN do Centro de Informaes Nucleares;

    para localizar livros e teses: as bases INIBIBL.CD-ROM da USP/UNESP/UNICAMP, o Catlogo Coletivo da Rede Biblio-data-Calco da FGV, e os catlogos das bibliotecas das Uni-versidades Brasileiras como:

    Biblioteca da UFSC: http://www.bu.ufsc.br Biblioteca da UFMG: http://www.bu.ufmg.br/ Biblioteca da USP: http://www.usp.br/sibi/

    para localizar teses nacionais: http://www.ibict.br:81/site/ owa/si_consulta;

    para localizar teses estrangeiras: http://www.umi.com (EUA e Europa).

    para localizar livros nas Bibliotecas da Universidade do Novo Mxico, em Albuquerque EUA consulte o catlogo: http://Library.unm.edu. Anote a sigla da biblioteca que possui o documento para possibilitar a sua recuperao posterior.

  • 58 UFSC/PPGEP/LED

    Para ter acesso ao texto completo de artigos procure o Servio de Peridicos da Biblioteca da UFSC. Os ttulos de peridicos assinados pela BU/UFSC nas reas de Engenharia de Produ-o, Economia e Administrao voc encontrar listados no site da biblioteca (www.bu.ufsc.br). Procure, ainda, em outra biblioteca que esteja prxima e seja acessvel para voc. Se no encontrar as revistas (peridicos) indicadas, solicite c-pias dos artigos ao Servio de Comutao Bibliogrfica.

    Para recuperar os documentos de outras instituies procure a Biblioteca que est mais prxima e pergunte sobre os servi-os de:

    Emprstimo entre Bibliotecas: convnio ou acordo formal ou informal realizado entre bibliotecas que possibilita que uma biblioteca possa solicitar emprestado o material neces-srio para sua pesquisa em outra biblioteca;

    Comutao Bibliogrfica: servio que permite a busca de artigos, partes de livros e teses em bibliotecas nacionais e estrangeiras. A Biblioteca Universitria da UFSC (Servio de Referncia [email protected] ) participa de alguns progra-mas que facilitam a localizao e recuperao de documen-tos, como:

    COMUT: Programa de Comutao Bibliogrfica do IBICT que possibilita a busca de artigos de peridicos nas biblio-tecas brasileiras. O programa cobra uma taxa para a prestao do servio;

    LIGDOC: Interligao de Bibliotecas para Troca de Do-cumentos. Servio prestado pelo Consrcio ISTEC (The Ibero-American Science and Technology Education Con-sortium). Programa cooperativo entre bibliotecas que possibilita que a Biblioteca Universitria da UFSC tenha acesso eletrnico aos documentos da rea de engenharia existentes nas Bibliotecas da Universidade do Novo Mxi-co, em Albuquerque EUA; Bibliotecas da Escola Politc-nica da USP SP; Biblioteca Central da PUCRS RS; BAE Biblioteca de Arquitetura e Engenharia da UNI-CAMP e Biblioteca da Escola de Engenharia de So Car-los USP. Podem ser solicitados artigos de peridicos, trabalhos de congressos, captulos de livros que integram a coleo da CSEL (Centennial Science Engineering Li-brary), desde que no estejam disponveis nas bibliotecas brasileiras. Servio gratuito (fase experimental);

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 59

    BIREME: Centro Latino-Americano e do Caribe de Infor-mao em Cincias da Sade Programa que permite a busca de documentos da rea da sade em todas as bi-bliotecas que fazem parte do Sistema;

    BL: British Library: empresta livros existentes em seu a-cervo cobrando uma taxa.

    Caso voc deseje ou necessite adquirir os livros selecionados, muitas livrarias esto prestando servios pela internet.

    O Miner Livros uma metaferramenta de busca que permite a consulta escolhendo o(s) site(s) de livraria(s) ou fazendo con-sulta simultnea em vrios sites ou em todos os sites que fa-zem parte da ferramenta.

    O endereo da metaferramenta :

    http://miner.bol.com.br:8088/livrosminer.html

  • Leitura, Fichamento, Resumo, Citaes e Referncias

    Aplicar princpios na anlise e leitura de textos; identificar pontos importantes de um texto; identificar os passos para a elaborao de fichamentos de textos; elaborar snteses de textos; formular citaes de documentos de acordo com as recomendaes da ABNT; formular referncias de acordo com as recomendaes da ABNT.

    INTRODUO

    Para a realizao do projeto de pesquisa e, principalmente, para a elaborao da reviso de literatura, os processos de leitura e fichamentos de textos so fundamentais. Ter condi-es de elaborar resumos importante na medida em que facilita o processo de sntese e anlise dos documentos lidos. Citaes e referncias elaboradas de acordo com as normas da ABNT facilitam o processo de identificao dos documentos lidos e permitem que voc d crdito, por uma questo de ho-nestidade intelectual, aos autores das idias usadas em sua pesquisa.

  • 62 UFSC/PPGEP/LED

    LEITURA

    Saber ler e interpretar um texto fundamental. Para facilitar o processo de leitura Severino (2000) recomenda que esta seja feita com base nas seguintes dimenses de anlise:

    anlise textual: preparao do texto para a leitura. Requer o levantamento esquemtico da estrutura redacional do tex-to. Objetiva mostrar como o texto foi organizado pelo autor permitindo uma visualizao global de sua abordagem. De-vem-se buscar: esclarecimentos para o melhor entendimen-to do vocabulrio, conceitos empregados no texto e informa-es sobre o autor;

    anlise temtica: compreenso da mensagem do autor. Re-quer a procura de respostas para as seguintes questes: de que trata o texto? Qual o objetivo do autor? Como o tema es-t problematizado? Qual a dificuldade a ser resolvida? Que posies o autor assume? Que idias defende? O que quer demonstrar? Qual foi o seu raciocnio, a sua argumentao? Qual a soluo ou a concluso apresentada pelo autor?;

    anlise interpretativa: interpretao da mensagem do au-tor. Requer anlise dos posicionamentos do autor situando-o em um contexto mais amplo da cultura filosfica em ge-ral. Deve-se fazer avaliao crtica das idias do autor ob-servando a coerncia e validade de sua argumentao, a o-riginalidade de sua abordagem, a profundidade no trata-mento do tema, o alcance de suas concluses. E, ainda, fa-zer uma apreciao pessoal das idias defendidas.

    COMO FAZER OS FICHAMENTOS DOS TEXTOS

    1 Passo: voc ir definir o tema e, depois, levantar os aspectos que pretende abordar referentes ao tema (plano de trabalho).

    Exemplo

    ROCHA, Simone Karla da. Qualidade de vida no trabalho: um es-tudo de caso no setor txtil. 1998. Dissertao (Mestrado em Enge-nharia de Produo) Programa de Ps-graduao em Engenharia de Produo, UFSC, Florianpolis.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 63

    Nesta pesquisa a autora escolheu para realizao de sua reviso de literatura:

    TEMA: Pressupostos bsicos que permeiam a qualidade de vida no trabalho.

    ESTRUTURA (sumrio mostrando os tpicos abordados)

    EVOLUO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS

    O ENFOQUE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

    A origem e a evoluo dos estudos de qualidade de vida no trabalho

    Os conceitos de qualidade de vida no trabalho

    Os modelos para avaliao da qualidade de vida no trabalho:

    Modelos de Hackman e Oldham

    Modelo de Westley

    Modelo de Werther e Davis

    Modelo de Walton

    2 Passo: voc proceder leitura dos textos procurando le-vantar informaes importantes para todos os aspectos esco-lhidos na abordagem j definida anteriormente. O fichamento de citaes muito til elaborao da reviso de literatura. Veja como proceder para recolher as citaes que provavel-mente sero usadas em seu texto posteriormente:

    PRESSUPOSTOS BSICOS QUE PERMEIAM A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ENFOQUE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. Os modelos para avaliao da qualidade de vida no trabalho: Modelo de Westley

    Referncia do texto que est sendo lido. Transcrio da citao entre aspas que provavelmente ser usada para se escrever o tpico indicado acima: Modelos de Westley + indicao da pgina onde est a citao no texto lido. Localizao do documento lido/consultado: Ex. Biblioteca, Acervo Pessoal

  • 64 UFSC/PPGEP/LED

    Desta forma, conforme as informaes que voc for encon-trando sero abertas novas fichas. Quanto maior for o nmero de fichas maior o nmero de informaes disponveis para se-rem usadas como suporte para anlise e discusso dos resul-tados obtidos. A composio de um novo texto sntese do que j foi abordado na literatura sobre o tema ser tambm facili-tada.

    3 Passo: consiste em agrupar os fichamentos conforme a parte do texto indicada no cabealho. Ler e analisar o conjun-to das informaes recolhidas, juntando os autores por similaridade ou diferenas na abordagem.

    4 Passo: consiste na redao do texto que deve obedecer aos seguintes critrios, segundo Azevedo (1998):

    clareza: o texto deve ser escrito para ser compreendido; conciso: o texto deve dizer o mximo no menor nmero

    possvel de palavras;

    correo: o texto deve ser escrito corretamente conforme as regras gramaticais;

    encadeamento: as frases, os pargrafos, os captulos devem estar encadeados de forma lgica e harmnica;

    consistncia: o texto deve usar os verbos nos mesmos tem-pos, preferencialmente na voz ativa;

    contundncia: o texto no deve fazer rodeios, e sim ir direto ao ponto desejado, apresentando as colocaes de forma ob-jetiva e firme;

    preciso: o texto deve evitar o uso de termos ambguos ou apresentar a definio adotada;

    originalidade: o texto deve evitar o uso de frases feitas ou lugares-comuns. Dever se autnomo e apresentar idias novas;

    correo poltica: o texto deve evitar o uso de expresses de conotao etnocentrista ou preconceituosa;

    fidelidade: o texto deve respeitar o objeto de estudo, as fon-tes empregadas e o leitor. Devem estar indicadas as fontes usadas para escrev-lo.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 65

    RESUMOS

    Voc deve elaborar os resumos de acordo com a NBR6028 (NB88) da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (1990), que define as regras para sua redao e apresentao.

    Os resumos devem vir sempre acompanhados da referncia da publicao.

    Resumo a apresentao condensada dos pontos relevantes de um texto. No resumo voc deve ressaltar de forma clara e sinttica a natureza e o objetivo do trabalho, o mtodo que foi empregado, os resultados e as concluses mais importantes, seu valor e originalidade. O contedo de um resumo deve con-templar o assunto ou os assuntos tratados de forma sucinta, o objetivo do trabalho, o mtodo ou os mtodos empregados, como o tema foi abordado e suas concluses.

    Requisitos de um Resumo

    Conciso: a redao concisa quando as idias so bem expressas com um mnimo de palavras.

    Preciso: resultado das selees das palavras adequadas para expresso de cada conceito.

    Clareza: caracterstica relacionada compreenso. Significa um estilo fcil e transparente.

    A leitura do resumo deve permitir:

    conhecer o documento; determinar se preciso ler o documento na ntegra.

    Tipos de resumos

    Informativo

    Contm as informaes essenciais apresentadas pelo texto.

    Exemplo

    SILVA, Edna Lcia da. A construo dos fatos cientficos: das prticas concretas s redes cientficas. 1998. Tese (Doutorado em Cincia da Informao) ECO-UFRJ/CNPq-IBICT, Rio de Janeiro.

    Pesquisa que aborda a questo das relaes entre Cincia e So-ciedade e seus desdobramentos no campo da comunicao cientfi-

  • 66 UFSC/PPGEP/LED

    ca, utilizando como fio condutor de anlise o cotidiano, o dia-a-dia da atividade cientfica no Laboratrio de Pesquisa do Grupo de Pesqui-sa em Qumica Bioinorgnica da Universidade Federal de Santa Ca-tarina. As aes dos cientistas, neste espao estratgico de produ-o do conhecimento, foram observadas porque se considera que o conhecimento, como produto, afetado pelas condies sociais de um contexto especfico. Usando como inspirao os Estudos de La-boratrio da Nova Sociologia da Cincia, adotando, portanto, uma perspectiva antropolgica, o foco do estudo recaiu em duas ques-tes: 1) Como so os fatos cientficos construdos no laboratrio e como a comunicao cientfica atua nesta construo?; 2) Quais as redes de relaes e comunicaes que se estabelecem para viabili-zar a construo de fatos cientficos? Os resultados mostram como feita a Cincia Bioinorgnica no contexto da UFSC e nas contingn-cias verificadas com base na observao in loco do trabalho dos pesquisadores no laboratrio de pesquisas, nas suas falas sobre o que fazem e nas entrevistas formais ou informais realizadas durante os dez meses de pesquisa de campo e na anlise de documentos produzidos pelo Grupo. Enfoca a histria do Grupo na UFSC, o labo-ratrio como o espao do fazer cientfico, o processo da construo do conhecimento, a produo cientfica e as redes cientficas. Apre-senta um parecer analtico sobre o que foi dito como observado, procurando atrelar concepes diferentes sobre a dinmica do fazer cientfico para compor uma configurao prpria e particular sobre a realidade da construo do conhecimento no Grupo de Pesquisa e no Laboratrio de Qumica Bionorgnica da UFSC.

    Indicativo ou Descritivo

    No dispensa a leitura do texto completo. Apenas descreve a natureza, a forma e o objetivo do documento.

    Exemplo

    SILVA, Edna Lcia da. A construo dos fatos cientficos: das pr-ticas concretas s redes cientficas. 1998. Tese (Doutorado em Cin-cia da Informao) ECO-UFRJ/CNPq-IBICT, Rio de Janeiro.

    Pesquisa que aborda a questo das relaes entre Cincia e So-ciedade e seus desdobramentos no campo da comunicao cientfi-ca utilizando como fio condutor de anlise o cotidiano, o dia-a-dia da atividade cientfica no Laboratrio de Pesquisa do Grupo de Pesqui-sa em Qumica Bioinorgnica da Universidade Federal de Santa Ca-tarina.

  • Metodologia da Pesquisa e Elaborao de Dissertao 67

    Crtico

    Informa sobre o contedo do trabalho e formula julgamento sobre ele.

    No existe padronizao. subjetivo, pois depende de inter-pretao. O seu resultado produto do repertrio particular de conhecimentos de quem o est elaborando.

    Recomendaes importantes para a redao do resumo informativo

    A estrutura deve ser lgica, isto , o texto deve ter comeo, meio e fim.

    A primeira frase deve ser significativa, expondo o tema principal do documento, isto , identificando o objetivo do autor quando escreveu o texto.

    As frases subseqentes devem seguir a lgica de abordagem do autor, isto , a seqncia dada s idias pelo autor, in-cluindo todas as divises importantes dando igual propor-o a cada uma delas e sempre observando o tema principal do documento, isto , objetivo do autor.

    Dar preferncia ao uso da terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa (descreve, aborda, estuda, etc.).

    Segundo a NBR6028 (NB88), deve-se evitar no resumo: o uso de pargrafos; frases longas; citaes e descries ou explicaes detalhadas; expresses do tipo: o autor trata, no texto do autor o

    artigo trata e similares; figuras, tabelas, grficos, frmulas, equaes e diagramas.

    A extenso