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METODOLOGIA DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO PROFa. JULIANA FELISBERTO

Metodologia de Pesquisa Em Administração

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METODOLOGIA DE PESQUISA EM ADMINISTRAO

METODOLOGIA DE PESQUISA EM ADMINISTRAOPROFa. JULIANA FELISBERTO

SUMRIOUnidade 1 Orientao para estudo, leitura, anlise e interpretao de textoUnidade 2 Tipos de pesquisaUnidade 3 O processo de pesquisaUnidade 4 Instrumentos e tcnicas de coleta e anlise de dadosUnidade 5 Estrutura e organizao de trabalhos

UNIDADE 1ORIENTAO PARA ESTUDO, LEITURA,ANLISE E INTERPRETAO DE TEXTO

OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Conhecer os objetivos e as atividades da Universidade; Identificar a importncia do processo de leitura, anlise e interpretao de textos cientficos no ato de estudar; e Utilizar as tcnicas de sublinhar, esquematizar, resumir, documentar textos cientficos para auxiliar o processo de aprendizagem.

A UNIVERSIDADE COMO UNIVERSO DE CONHECIMENTOS

Universidade se apoia sobre trs pilares fundamentais: ensino, pesquisa e extenso. Portanto, estudar em uma universidade significa estar numa instituio que desenvolve essas trs atividades interligadas.Ao ensinar, por meio da ao de seu corpo docente*, a Universidade se prope a incentivar em voc a reflexo sobre a construo do conhecimento e desenvolver habilidades do saber.Ao desenvolver a pesquisa, ponto bsico de apoio e sustentao de suas outras duas atividades, o ensino e a extenso (SEVERINO, 2007, p. 23), a Universidade busca produzirconhecimento novo, ser espao de criao e de inovao.Permite que voc, estudante de Administrao, participando em eventos diversos como consultorias, prestao de servios e projetos de diagnstico organizacional, compartilhe com a sociedade o conhecimento produzido dentro da Universidade.A Universidade cumpre com seu papel social ao desenvolver aes de ensino, pesquisa e extenso e que, ao fazer isso, torna-se espao de produo de conhecimento. isso que d sentido prpria palavra universidade.

UniversidadeUniversal, universalidade, totalidade, o mundo todo. Assim podemos ainda dizer que, a Universidade um universo de conhecimento e de pessoas. o espao da universalidade das ideias e da diversidade do pensamento. Portanto, deve ser um espao democrtico, aberto a todos, de acolhimento de pensamentos e de pessoas.

O ESTUDO NA UNIVERSIDADE

importante lhe dizer que no existe uma receita prontaque ensina como se deve estudar. Existem, sim, condiesque favorecem um bom estudo. Mas, o que estudar paravoc? Como voc costuma estudar? Voc avalia que seu mtodo de estudo eficaz, o ajuda a aprender?

Estudar conhecer o mundo. Podemos conhecer o mundo por meio da observao direta da realidade, isto , mediante a vivncia, a experincia; ou por meio da observao indireta da realidade, mediante a comunicao de outra pessoa, seja por palavras escritas ou faladas.Da a importncia da leitura de diferentes tipos de textos ao longo de sua formao acadmica.Para que sua formao profissional e poltica possa ser enriquecida importante que voc comece a organizar sua biblioteca pessoal, procurando adquirir sistematicamente obras que possibilitam ampliar e explorar o conhecimento. Segundo Severino (2007, p. 40, grifo do autor) o estudante precisar munir-se de textos bsicos para o estudo de sua rea especfica, tais como um dicionrio, um texto introdutrio, algum tratado mais amplo, algumas revistas especializadas, todas obras especficas sua rea de estudo e a reas afins.

Voc poder arguir, dizendo que os livros no Brasil so caros. Tem toda razo. Mas pense bem: se voc quer se tornar um profissional de sucesso, veja sua biblioteca no como gasto, mas como investimento!Portanto, importante que voc expanda e qualifique cada vez melhor sua formao por meio da leitura. Voc no pode se limitar a ler somente os livros que o curso lhe oferece como textos-base de cada disciplina. Seria empobrecer muito sua formao profissional!Voc encontrar nesses textos-base, tanto nas referncias que esto localizadas no final do livro, como nas sees Complementando, a indicao de outras leituras que so de fundamental importncia. No l-los significaria renunciar uma formao slida e competitiva!Esperamos que esta prtica acompanhe voc no somente durante sua trajetria acadmica, mas durante toda sua vida, pois, estudar um processo contnuo e no finaliza com o trmino da graduao. Como diz Demo (2008, p. 10) quando se termina umcurso, no se conclui nada, a no ser uma etapa numa sucessoinfinita de etapas.

O que exige, ento, o ato de estudar para que propicie aprendizagem?

Aprendizagem supe autoria, isto , reconstruir o pensamento sem reproduo. Tornar-se autor de sua reflexo!Aprendizagem supe pesquisa, atividade que leva criao e reconstruo de novo conhecimento!Aprendizagem pede elaborao e construo de textos, que possibilitam exercitar a autoria e autonomia do saber pensar!Aprendizagem reclama leitura sistemtica, rigorosa e meticulosa, pois quem l possui referncias, apoios e contradies!Aprendizagem se expressa na arte de argumentar e contraargumentar. questionar! Para argumentar preciso ler muito, conhecer e dialogar com os autores. convencer, sem vencer! amarrar teoricamente o discurso sem vazios ou frases soltas e desconexas.Aprendizagem aparece na habilidade de fundamentar, isto , construir alicerces para o que se diz ou se rejeita mantendo a crtica e autocrtica no discurso!Aprendizagem requer dedicao sistemtica transformada em hbito permanente (DEMO, 2008, p. 21-22).

Voc deve ter percebido que estudar implica o ato de ler e que esse ler deve possuir certas qualidades para que a aprendizagem se realize e os conhecimentos sejam construdos.O educador brasileiro Paulo Freire escreveu um texto primoroso sobre esse tema: A importncia do ato de ler. Com estilo simples e profundo ao mesmo tempo, o autor traz sua experincia como leitor, da leitura da palavra leitura do mundo. No seu entender:

A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra ea leitura desta implica a continuidade da leitura daquele(FREIRE, 1983. p. 12).

no ato de ler, trs posturas so fundamentais e devem ser assumidas para que a leitura seja produtiva:

Compreender a mensagem, no memorizar!Verificar a validade e a objetividade da informao, no a aceitando como est estruturada!Questionar, buscar, perguntar sobre as informaes expostas no texto!

A compreenso, a validade, a objetividade e o questionamento so fundamentais no ato de ler.

Para que a leitura de um texto se transforme em aprendizagem, so necessrias trs condies essenciais:

Motivao: a motivao uma caracterstica interna do ser humano. Podemos encontrar situaes externas que despertem a vontade de estudar, mas fundamentalmente necessrio que voc tenha motivo para a ao de estudar. Motivao envolvimento, prazer. A vontade de estudar (motivao interna) origina-se de fatores como paixo, interesse e disposio para o estudo, enquanto que a motivao externa nasce de fatores como condies fsicas do ambiente (luminosidade, limpeza, ambiente arejado), disponibilidade de textos impressos, de biblioteca, de tecnologia de informao adequada com acesso rpido, entre outros fatores.

Disciplina: disciplina no como uma obrigao, uma rotina cansativa e desgastante, repetitiva, mas como um procedimento instrumental que traz benefcios e resultados gratificantes a longo prazo. Estudar com disciplina estudar para a vida toda e no somente para uma avaliao de conhecimento.

Indisciplina: parece estranho falar em indisciplina como uma condio para estudar, mas a argumentao do autor tem outra conotao. a indisciplina obrigatoriamente presente no processo de criao. encarar o estudo como uma oportunidade de se tornar autnomo, de fazer algo diferente, original, de construir e reconstruir a prpria histria, de ser autor de seus pensamentos e suas aes e no mero repetidor de palavras! Para ser criativo, inovador, voc, estudante precisa desenvolver habilidades de pesquisa e elaborao.

Compromisso: siga o ditado: no deixe para amanh o que pode fazer hoje! Assuma o compromisso, independente da vontade de fazer ou no. No espere que o tutor, ou outra pessoa de seu relacionamento, chame sua ateno ou lembre que est na hora de estudar. importante se conscientizar que voc est aqui para adquirir conhecimento e que isso depende exclusivamente de voc!

Agenda de estudos: organize a sua agenda de estudos. Faa disso um compromisso sagrado. No substitua a atividade agendada por qualquer outra. Compromisso assumido uma obrigao! Estabelea um horrio padro de estudos e busque cumprir essa meta. Somente impedimentos graves podero mudar o que foi planejado. Observe a carga horria e o cronograma da disciplina. Elabore o seu cronograma! Entregue as atividades na data estipulada, pois a pontualidade faz parte do sistema de avaliao!

Preparao para o estudo: assim como no seu ambiente de trabalho, prepare o ambiente de estudo. Rena com antecedncia o material necessrio: livro, caderno de anotaes, computador, lpis, borracha e caneta, entre outros. Sente-se confortavelmente e comece as leituras e atividades agendadas para aquele momento.

Dvidas e apoio: no se acanhe em pedir ajuda ao professor ou ao seu tutor. Ele um profissional habilitado e a sua funo essencial auxili-lo. Anote as dvidas e dificuldades. No acumule dvidas e busque orientao assim que elas surgirem.

Exerccios e avaliaes: as atividades e avaliaes determinadas no cronograma das disciplinas so importantes para voc. uma forma de ensinoaprendizagem. No deixe de resolv-las e entreg-las na data estipulada. Procure manter a concentrao em todosos momentos. Sempre surgem novas curiosidades. Pesquise! Busque respond-las! Com as avaliaes corrigidas, procure aprender com os erros cometidos. Procure compreender onde est o erro. Esta tambm uma forma de aprender.

Escolhido o texto (unidade de leitura), Luchesi et al. (1986, p.147) sugerem que voc faa a identificao de elementos como: o tipo de texto, a referncia bibliogrfica e os dados biogrficos e bibliogrficos do autor. A identificao do tipo de texto leva em considerao as diferentes caractersticas de cada tipo de texto, que pode ser:

Informativo: tem como objetivo veicular a informao. Literrio: trata de expresso da arte. Filosfico: apresenta rigorosa reflexo sobre o significado das coisas e dos fatos. Cientfico: se caracteriza por um raciocnio construdo sobre fundamentao exaustiva e sempre provada; os termos so especficos, tcnicos da rea de estudo e o Mtodo igualmente rigoroso (LUCHESI, et al., 1986, p. 147).Pedro Demo (2008) acrescenta, ainda, outros tipos de texto: Terico: discute teorias,conceitos,categorias. Metodolgico: discute Mtodo, produo e testes dedados, epistemologia*. Emprico: discute dados e suas anlises. Prtico: serve para discusso de prticas organizacionais,polticas, programas, projetos, entre outros.

ANLISE INTERPRETATIVA

Interpretar tomar uma posio prpria a respeito das ideiasenunciadas, superar a estrita mensagem do texto, lernas entrelinhas, forar o autor a um dilogo, explorartoda a fecundidade das ideias expostas, cotej-las comoutras, enfim, dialogar com o autor (SEVERINO, 2007, p. 59).

PROBLEMATIZAO

ler atentamente o texto e procurar question-lo, buscando encontrar as respostas para os problemas; e assinalar em uma folha de papel os termos, os conceitos, as ideias.Para problematizar, ou levantar problemas, essencial ter lido diversas e diferentes abordagens sobre o assunto. S possvel problematizar aps a leitura de textos originais do autor que est escrevendo sobre o assunto e a leitura de outros autores que criticamas ideias expostas pelo autor original. Isso significa levantar e discutir problemas com relao mensagem do autor, sob o ponto de vista de outros autores.

SNTESE OU CONCLUSO PESSOAL

Aps a reflexo e a anlise expostas anteriormente, voc tem condies de expor as concluses a que chegou sobre o texto.

A TCNICA DE SUBLINHAR

A TCNICA DE ESQUEMATIZAR

A TCNICA DE RESUMIR

UNIDADE 2TIPOS DE PESQUISA

OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Diferenciar os diferentes tipos de pesquisa; Identificar as caractersticas de cada tipo de pesquisa; e Relacionar os diferentes tipos de pesquisa com o campo da Administrao.

Pesquisa pura: um tipo de estudo sistemtico motivado pela curiosidade intelectual. Tambm chamada de bsica ou terica, preocupa-se com o desenvolvimento do conhecimento pelo prazer de conhecer e evoluir cientificamente. Na concepo de Trujillo Ferrari (1982), a pesquisa pura procura melhorar o prprio conhecimento, isto , busca contribuir, entender e explicar os fenmenos. Nela os pesquisadores trabalham para gerar novas teorias. J para Minayo (2002, p. 52) esta forma de investigar permite articular conceitos e sistematizar a produo de uma determinada rea de conhecimento visando, portanto criar novas questes num processo de incorporao e superao daquilo que j se encontra produzido.

Pesquisa aplicada: tem como motivao bsica a soluo de problemas concretos, prticos e operacionais. Trujillo Ferrari (1982, p. 171) enfatiza que no obstante a finalidade prtica da pesquisa, ela pode contribuir teoricamente com novos fatos para o planejamento de novas pesquisas ou mesmo para a compreenso terica de certos setores do conhecimento. Esta pesquisa tambm chamada de pesquisa emprica, pois o pesquisador precisa ir a campo, conversar com pessoas, presenciar relaes sociais.

O MTODO E A FORMA DE ABORDAR O PROBLEMA

Pesquisa qualitativa: pode ser definida como a que se fundamenta principalmente em anlises qualitativas, caracterizando-se, em princpio, pela no-utilizao de instrumental estatstico na anlise dos dados. Esse tipo de anlise tem por base conhecimentos tericoempricos que permitem atribuir-lhe cientificidade. Historicamente, os estudos qualitativos iniciaram na segunda metade do Sculo XIX, nas reas de Sociologia e Antropologia. Somente nos ltimos 40 anos ganhou espao reconhecido em outras reas como Psicologia, Educao e Administrao.

Pesquisa quantitativa: a pesquisa quantitativa aquela que se caracteriza pelo emprego de instrumentos estatsticos, tanto na coleta como no tratamento dos dados, e que tem como finalidade medir relaes entre as variveis. Preocupa-se, portanto, com representatividade numrica, isto , com a medio objetiva e a quantificao dos resultados. Procura medir e quantificar os resultados da investigao, elaborando-os em dados estatsticos. apropriada para medir tanto opinies, atitudes e preferncias como comportamentos. Se voc quer saber quantas pessoas usam um servio ou tm interesse emsaber a opinio dos usurios sobre um tipo de servio, a pesquisa quantitativa a opo mais acertada. Assim, as pesquisas quantitativas utilizam uma amostra representativa da populao para mensurar qualidades. A primeira razo para escolhermos este mtodo de pesquisa descobrirmos quantas pessoas de uma determinada populao compartilham uma caracterstica ou um grupo de caractersticas. Por exemplo, quantas pessoas que moram na cidade de Tubaro/SC so do sexo masculino e quantas so do sexo feminino.

QUANTO AOS OBJETIVOS DA PESQUISA

Pesquisa exploratria: tem a finalidade de ampliar o conhecimento a respeito de um determinado fenmeno. Segundo o autor, esse tipo de pesquisa, aparentemente simples, explora a realidade buscando maior conhecimento, para depois planejar uma pesquisa descritiva. O planejamento da pesquisa exploratria bastante flexvel, j que o pesquisador no possui clareza do problema nem da hiptese a serem investigados. Veja a seguir alguns exemplos de pesquisa exploratria.

Pesquisa descritiva: a pesquisa descritiva, como o prprio nome j diz, tem o objetivo de descrever com exatido os fatos e fenmenos de determinada realidade (TRIVIOS, 1987, p. 100, grifo do autor). Voc acha possvel descrever um fato ou um fenmeno com exatido? Claro que aqui o autor no quis afirmar que possvel, no campo das Cincias Sociais, uma descrio fiel da realidade, uma descrio de como ela . Neste sentido observe que o autor d nfase a importncia do fenmeno social ser estudado com Mtodo, seguindo procedimentos de coleta e anlise, buscando o pesquisador se afastar do objeto e de suas impresses pessoais. um tipo de estudo muito utilizado em Administrao, j que se presta a descrever as caractersticas de um determinado fato ou fenmeno.

Pesquisa explicativa: pesquisa explicativa aquela centrada na preocupao de identificar fatores determinantes ou contributivos ao desencadeamento dos fenmenos. Explicar a razo do fato ou fenmeno social. Tambm importante situar o ambiente social de ocorrncia. Portanto, a realidade tempo-espao fundamental na identificao de causa e efeito do evento social. Os procedimentos bsicos so: registrar, classificar, identificar e aprofundar a anlise. Por exemplo: Vamos supor que os Secretrios de Sade dos Municpios Palmas (TO) e So Joo da Mata (BA) querem saber as razes do sucesso e fracasso do Programa de Sade da Famlia (PSF), no perodo de 2005 a 2009. Para descobrir as causas que levaram ao sucesso e fracasso do Programa, eles podem fazer uso da pesquisa explicativa, pois alm de descrever a realidade encontrada, esse tipo de pesquisa esclarece os motivos, as razes dos fatores determinantes do sucesso e fracasso do PSF.

QUANTO AOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA COLETA DE DADOS

Pesquisa bibliogrfica: como o prprio nome diz, se fundamenta a partir do conhecimento disponvel em fontes bibliogrficas, principalmente livros e artigos cientficos. Segundo Koche (1997, p. 122), tem a finalidade de ampliar o conhecimento na rea, de dominar o conhecimento para depois utiliz-lo como modelo terico que dar sustentao a outros problemas de pesquisa e para descrever e sistematizar o estado da arte na rea estudada. Este tipo de pesquisa se restringe ao campo de atuao no levantamento e na discusso da produo bibliogrfica existente sobre o tema. O processo de pesquisa envolve a escolha do tema, levantamento bibliogrfico preliminar, formulao do problema, elaborao do plano provisrio de assunto, busca das fontes, leitura do material, fichamento, organizao lgica do assunto e redao do texto

Pesquisa documental: semelhante pesquisa bibliogrfica, a pesquisa documental se utiliza de fontes documentais, isto fontes de dados secundrios. Os dados documentais, de natureza quantitativa e/ou qualitativa, podem ser encontrados junto empresa [dados secundrios internos] como os relatrios e manuais da organizao, notas fiscais, relatrios de estoques, de usurios, relatrio de entrada e sada de recursos financeiros, entre outros, e externos, como as publicaes [censo demogrfico, industrial] e resultados de pesquisas j desenvolvidas. Em funo da natureza dos documentos qualitativos ou quantitativos o planejamento, a execuo e a interpretao dos dados seguem caminhos diferentes, respeitando as particularidades de cada abordagem.

Pesquisa por levantamento (surveys ou sondagem): um mtodo de levantamento e anlise de dados sociais, econmicos e demogrficos e se caracteriza pelo contato direto com as pessoas. Os censos e as pesquisas polticas para avaliar a inteno de voto e a pesquisa de mercado so exemplos de surveys. Pela dificuldade em conhecer a realidade de todas as pessoas que fazem parte do universo pesquisado recomendado utilizar os levantamentos por amostragem. Os surveys se utilizam da matemtica e da estatstica para o tratamento e anlise dos dados.

Estudo de caso: estudo de caso uma forma de pesquisa que aborda com profundidade um ou poucos objetos de pesquisa, por isso tem grande profundidade e pequena amplitude, procurando conhecer em profundidade a realidade de uma pessoa, de um grupo de pessoas, de uma ou mais organizaes, uma poltica econmica, um programa de governo, um tipo de servio pblico, entre outros. Assim, a caracterstica principal a profundidade do estudo

Pesquisa experimental: determina o objeto de estudo, selecionando as variveis de estudo. Por exemplo: define as formas de controle e de observao dos efeitos que a varivel produz no objeto: A, B e C produzem Z; A, B e D no produzem Z; B, C e D produzem Z; logo C condio para a produo de Z. o delineamento mais prestigiado nos meios cientficos, onde o pesquisador interfere diretamente: manipulao, controle e distribuio aleatria; no entanto muito pouco utilizado em Administrao. Umexemplo seria: O estudo da relao entre ergonomia e qualidade de vida no trabalho (Pressupe aqui doisgrupos de pesquisa: um com aes ergonmicas no ambiente fsico e equipamentos e outro sem essasalteraes).

Ex-post-facto: como j dito, a traduo literal da expresso ex-post-facto a partir do fato passado.Isso significa que neste tipo de pesquisa o estudo foi realizado aps a ocorrncia do fato ou fenmeno. Umexemplo de pesquisa ex-post-facto seria fazermos um levantamento sobre o nmero de egressos nos cursosde Administrao e numa perspectiva longitudinal no perodo de 1990 2000. Outro exemplo seria fazermosum estudo da relao entre o planejamento de recursos humanos e os objetivos estratgicos da Companhiade gua e Saneamento localizada no municpio de So Francisco de Paula (RS), no perodo de 2000 a2005. Observe que so fatos passados.

Pesquisa por levantamento (surveys): um mtodo de levantamento e anlise de dados sociais, econmicos e demogrficos que se caracteriza pelo contato direto com as pessoas. Os censos so exemplosde surveys. Pela dificuldade em conhecer a realidade de todas as pessoas que fazem parte do universo pesquisado recomendado utilizar os levantamentos por amostragem. Um exemplo de pesquisa por levantamento a Top of Mind, pesquisa que revela as marcas mais lembradas pela populao.

Estudo de campo: os estudos de campo pesquisam situaes reais. A palavra campo quer dizer que o estudo realizado num ambiente real. So semelhantes aos levantamentos e aos estudos de caso, mas metodologicamente apresentam diferena quanto profundidade e amplitude: os levantamentos (surveys) tm grande amplitude, pouca profundidade, isto , abrangem grande nmero de pessoas, muitas organizaes, etc; os estudos de caso tm grande profundidade e pouca amplitude, isto , estudam poucas pessoas ouorganizaes, mas exaustivamente; e os estudos de campo tm pouca profundidade e pouca amplitude.

UNIDADE 3O PROCESSO DE PESQUISA

OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Relacionar as diferentes etapas do processo de pesquisa; e Descrever os procedimentos operacionais desenvolvidos em cadaetapa.

ETAPAS DA PESQUISA CIENTFICA

Primeira etapa de planejamento uma etapa decisria, pois nesse momento que voc decidir qual o caminho que ir percorrer em sua pesquisa.Trata-se, portanto, de uma reflexo antecipada sobre:O problema, o assunto, tema ou fenmeno a serinvestigado; Os objetivos a serem alcanados; A base terica que dar sustentao em todas asetapas da investigao; e A definio de quem deve participar do estudo, dosinstrumentos de coleta e anlise de dados, entreoutras decises. o que Minayo (2002) chama de fase exploratria da pesquisa. As decises tomadas nessa fase so expressas em um documento chamado de plano de pesquisa ou projeto de pesquisa.

Segunda etapa de execuo a fase em que o pesquisador entra em contato direto com o problema ou, como diz Minayo (2002), quando o pesquisador entra no campo de pesquisa*.

A terceira etapa a comunicao dos resultados Para Luckesi et al. (1986) este o momento redacional e comunicativo; o momento de relatar comunidade cientfica ou sociedade os resultados, as dificuldades e as limitaes da investigao. Os resultados de uma pesquisa podem ser expressos por meio de Trabalho de Concluso de Curso (TCC), artigo cientfico, dissertao de mestrado e tese de doutorado, dentre outras formas de comunicao.

O PLANEJAMENTO DA PESQUISA

O que pesquisar? Para responder a este questionamento voc deve: Escolher um assunto, tema ou fenmeno a ser estudado; Fazer um levantamento de materiais bibliogrficos e documentais; Delimitar e formular um problema de pesquisa; e Elaborar a fundamentao terica. Por que pesquisar o tema escolhido? Para responder a este questionamento voc deverefletir sobre os motivos e razes que justificam o estudo. Para que pesquisar? Elabore os objetivos da pesquisa, na forma de objetivo geral e objetivos especficos para responder a esta pergunta. Os objetivos, como refletem os propsitos a serem alcanados, devem serformulados usando verbos no infinitivo: identificar, analisar, avaliar, e assim por diante.

Como pesquisar? Nesse momento voc toma a deciso em relao aos procedimentos metodolgicos da investigao, Nos estudos tericos, bibliogrficos e documentais os procedimentos metodolgicos ficam circunscritos definio do tipo de pesquisa [terica, bibliogrfica e documental], forma de abordar o problema [pesquisa quantitativa e/ou qualitativa], ao levantamento, anlise, discusso e interpretao da produo bibliogrfica e documental existentes sobre o tema. Nas pesquisas aplicadas necessrio escolher,alm do tipo de estudo e abordagem, a populao, amostra ou sujeitos de pesquisa, a escolha das tcnicas de coleta e anlise de dados.

Quando pesquisar?Esta a deciso que determina em um perodo de tempo as atividades decididasanteriormente. O mais usual um quadro de duplaentrada onde se cruzam informaes referentes aotempo [ms, semanas, dias, etc.] e as tarefasnecessrias para responder ao questionamento inicial.

Com que recursos? Aqui iremos definir quanto aos recursos financeiros, materiais e de pessoas necessrios ao cumprimento das atividades de pesquisa. As especificaes sobre os recursos utilizados para fazer a pesquisa so exigncias das Agncias de fomento e de apoio pesquisa, instituies que financiam os projetos de pesquisa, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPQ), a Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), as Fundaes de Apoio Pesquisa (FAPS), os Institutos de Pesquisa e o prprio Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT), organizao governamental federal que possui programas de apoio pesquisa. importante voc conhecer as normas decada instituio, pois cada uma delas tem suas regras e critrios internos de financiamento, entre outros.

A EXECUO DA PESQUISA

preparao do campo de pesquisa: nesta etapa o pesquisador se aproxima das pessoas envolvidasbuscando aprovao e consentimento para a execuo da pesquisa e para posteriormente elaborar osinstrumentos de coleta de dados;

entrada no campo: o momento de interao diretacom os atores sociais envolvidos na pesquisa, com osdocumentos para leitura e com o local de observao; e

anlise e interpretao dos dados: este o momento de relacionarmos os dados coletados com oproblema, com os objetivos da pesquisa e com a teoria de sustentao, possibilitando abstraes, concluses,sugestes e recomendaes relevantes para solucionar ou ajudar na soluo do problema ou para sugerir arealizao de novas pesquisas. Selltiz et al. (1972) fazemuma distino entre anlise e interpretao de dados.Para os autores, a anlise tem o objetivo de organizar e sumariar* os dados de forma que possibilitem darrespostas ao problema proposto para investigao. J a interpretao tem como objetivo a busca do sentidomais amplo dos resultados, atravs de sua ligao a outros conhecimentos obtidos anteriormente.

A COMUNICAO DOS RESULTADOS

explicar, isto , descrever, evidenciar, o que foi coletado; discutir, ou seja, comparar as ideias contrrias; e demonstrar por meio da argumentao, isto , do raciocnio lgico, a evidncia racional dos fatos demaneira ordenada (KCHE, 1997).

UNIDADE 4INSTRUMENTOS E TCNICAS DECOLETA E ANLISE DE DADOSOBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Apontar as tcnicas e os instrumentos utilizados para a coleta e anlise de dados nas pesquisas cientfica; Listar as vantagens e desvantagens na utilizao de cada uma das tcnicas; e Identificar a sua aplicabilidade nas pesquisas em Administrao.

TCNICAS DE COLETA DE DADOS

QuestionrioO questionrio um instrumento de coleta de dados constitudo por uma srie ordenada de perguntas chamadas: descritivas: onde o objetivo descrever o perfil das pessoas participantes da pesquisa como, por exemplo,renda, idade, escolaridade e profisso; comportamentais: que tm como propsito conhecer o comportamento dessas pessoas como padro deconsumo, de comportamento social, econmico e pessoal, dentre outros;

Perfil do turista: procedncia, sexo, idade, meio de transporte utilizado, motivo da viagem, veculo de propaganda que influenciou a viagem, etc. Encontramos este bloco nas questes 1, 2, 2, 4, 5 e 6, correto? Comportamento: tempo de permanncia na localidade, meio de hospedagem; gasto dirio, meio detransporte utilizado; principais atrativos visitados, etc. Temos estas caracterstica nas questes 7, 8 e 9. Avaliao: identificamos esta etapa na questo 10 j que esta pede a opinio dos turistas sobre os meios dehospedagem, transporte utilizado, equipamentos visitados, se pretendem voltar ou no, entre outras. No entanto, nem sempre esses trs grupos de perguntas esto presentes em todos os questionrios. Voc pode encontrar um instrumento com a inteno de conhecer o perfil e comportamento, sem avaliar a opinio dos participantes. Da mesma maneira, outro pode ter o objetivo de somente avaliar uma circunstncia ou fato.

Nas perguntas com respostas abertas os entrevistados expem suas opinies escrevendo ou falando. Por exemplo: O que voc entende por qualidade de vida no trabalho _______________?J nas perguntas com respostas fechadas o entrevistado escolhe respostas [verbalmente ou assinalando graficamente] dentre as opes oferecidas. As perguntas fechadas podem ser: dicotmicas: sim/no, concordo/discordo, fao/no fao, aprovo/desaprovo; escolha mltipla: onde o respondente escolhe uma alternativa ou um nmero limitado de opes, ou porqualquer nmero de opes de respostas; e

Entrevista

A entrevista um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informaes a respeito de determinado assunto (LAKATOS; MARCONI, 1991).Assim, a presena do pesquisador no momento da coleta de dados da pesquisa fator sine qua non* para a realizao da entrevista.Esta tcnica mais utilizada para pesquisas qualitativas.

A vantagem que voc tem com esta tcnica que: ela pode ser realizada com todos os segmentos da populao, incluindo os analfabetos; permite analisar atitudes, comportamentos, reaes e gestos; e d maior flexibilidade ao entrevistador.

O pesquisador precisa tambm ter clareza sobre qual a informao que ele precisa. Para isso, devemos ter alguns cuidados:

planejar a entrevista, definindo claramente qual o objetivo; conhecer com antecedncia o entrevistado e o campo de pesquisa; agendar previamente a hora e o local do encontro; e garantir o sigilo e a confiabilidade dos dados e da identidade do entrevistado.

Chizzotti (2001, p. 93) alerta tambm que

O entrevistador deve manter-se na escuta ativa e com aateno receptiva a todas as informaes prestadas, quaisquerque sejam elas, intervindo com discretas interrogaesde contedo ou com sugestes que estimulem a expressomais circunstanciada de questes que interessem pesquisa.

Mesmo com todas as vantagens que voc viu sobre a entrevista, ela apresenta algumas limitaes ou desvantagens.

Segundo Lakatos e Marconi (1991, p. 193), as limitaes so: dificuldade de expresso e comunicao de ambas as partes; incompreenso, por parte do informante, do significado das perguntas, da pesquisa, que pode levar a uma falsa interpretao; possibilidade de o entrevistado ser influenciado, consciente ou inconscientemente, pelo questionador,pelo seu aspecto fsico, suas atitudes, ideias, opinies, etc;disposio do entrevistado em dar as informaes necessrias; pequeno grau de controle sobre uma situao de coleta de dados; e ocupa muito tempo e difcil de ser realizada.

UNIDADE 5ESTRUTURA E ORGANIZAODE TRABALHOS CIENTFICOSOBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEMAo finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de: Distinguir os elementos que compem a estrutura bsica de um trabalho cientfico: introduo, desenvolvimento e concluso; Enumerar os elementos constitutivos: pr-textuais, textuais e ps-textuais; e Identificar a estrutura e organizao de trabalhos cientficos, especificamente Trabalho de Concluso de Curso e artigo cientfico.

Tese: o documento que apresenta o resultado de um trabalho de tema nico e bem limitado. Deve serelaborado com base em investigao original, constituindo-se em real contribuio para a especialidade em questo. feito sob a coordenao de um orientador (doutor) e visa obteno do ttulo de doutor ou similar (ABNT, 2005a, p. 3), portanto vinculado a um Programa de Doutorado. Dissertao: o documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposio de um estudo cientfico retrospectivo, de tema nico e bem delimitado em sua extenso, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informaes. feito sob a orientao de um orientador (doutor), visando obteno do ttulo de mestre (ABNT, 2005a, p. 2), portanto vinculado a um Programa de Mestrado. Trabalho de concluso de curso (TCC): trabalho de graduao interdisciplinar (TGI), trabalho de concluso de curso de especializao ou aperfeioamento e outros. Documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, mdulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenao de um orientador.

Introduo

A introduo, como o nome diz, tem o propsito de introduzir o leitor no texto. Tem, portanto, o propsito de situar o leitor no contexto da pesquisa informando o tema e o problema de pesquisa [o que foi investigado], a justificativa do trabalho, isto as razoes e motivos da escolha do tema e do problema [por que foi pesquisado]e os objetivos do estudo, isto , os propsitos do estudo [para que foi pesquisado].

Desenvolvimento do trabalho

Tambm chamado por alguns metodlogos de corpo de trabalho, o desenvolvimento no um captulo, mas sim uma parte do trabalho, constitudo normalmente de vrios captulos. o elemento textual que sucede a introduo e antecede a concluso

A reviso terica, tambm chamada de reviso da literatura ou fundamentao terica, o captulo do TCC que tem como objetivo apresentar os estudos e as diferentes correntes tericas j desenvolvidas pelosestudiosos do tema. Como voc j teve a oportunidade de conhecer na Unidade 4, lembra? Permite, portanto,a familiarizao em profundidade com o assunto.A abrangncia da reviso terica depende da teoria que se desenvolve no esclarecimento dos fatos (TRIVIOS, 1987), das fontes bibliogrficas (livros, peridicos e trabalhos acadmicos), do material de divulgao da organizao, de documentos internos e das legislaes. Roesch (1999, p. 244) alerta que a reviso da literatura est presente em diversas fases de uma pesquisa. No s na elaborao da proposta como tambm durante a pesquisa e possivelmente na anlise e relato. Assim, pode-se dizer que a reviso da teoria acompanha todo o processo de pesquisa.Dependendo do problema de pesquisa e dos objetivos do trabalho, os autores sugerem que o captulo tenha quebra de sees (secundria, terciria, quaternria e quinria), se houver necessidade. A quebra de seo facilita a coeso entre os diferentes assuntos.

Procedimentos metodolgicos: chamado usualmente de metodologia do trabalho descrito com detalhes como foi feita a pesquisa, e nele inclui-se a abordagem do estudo [terico, terico-emprico, qualitativo, quantitativo], o tipo de estudo, os sujeitos de pesquisa [populao e amostra], as variveis ou categorias de anlise, as tcnicas de coleta e a anlise de dados. importante salientar que todas as escolhas devem ser plenamente justificadas, trazendo, se necessrio, o que dizem os autores para tal justificativa. Assim, se voc desenvolveu um estudo de caso, muito importante justificar o porqu da escolha desse tipo de pesquisa e no uma exploratria, por exemplo.

Descrio, anlise, discusso e interpretao dos dados: a parte do trabalho que retoma o problemade pesquisa, analisando-o e discutindo-o frente teoria. Apresenta uma parte descritiva e outra analtica.

Concluso

A concluso decorre da anlise e discusso do problema de pesquisa. Como salienta Vergara (1997, p. 78), S se pode concluir sobre aquilo que se discutiu, logo, tudo o que voc apresentar na concluso dever ter sido discutido anteriormente.A concluso inicia com o resgate do tema e do problema de pesquisa que norteou a construo do trabalho, seguidos da sntese que foi discutida e da concluso a que se chegou, isto , a resposta ao problema e aos objetivos especficos. Cabe tambm nessa parte do trabalho incluir sugestes e recomendaes sobre novas pesquisas ou aprofundamentos sobre o tema, j que um trabalho de pesquisa nunca se esgota em si mesmo.Alm da estrutura bsica, todo trabalho cientfico, independente do tipo e categoria, apresenta na sua formatao trs elementos constitutivos, que so chamados de pr-textuais (ou preliminares), textuais e ps-textuais.

Elementos pr-textuais

CapaElemento obrigatrio para proteo externa do trabalho. As informaes constantes na capa devem seguiresta ordem: nome da instituio (opcional); nome do autor; ttulo; subttulo se houver; nmero de volumes se houver;local (cidade) da instituio onde deve ser apresentado; e ano de depsito (da entrega). A disposio das informaesna folha no est determinada na NBR 14724, mas usualmente centralizada em relao s margens.

LombadaElemento opcional que deve seguir a NBR 12225 de 2004. O nome do autor deve ser impresso longitudinalmente do alto para o p da lombada e o ttulo do trabalho deve ser impresso da mesma forma que o nome do autor e os elementos alfanumricos

Folha de rosto um elemento obrigatrio que apresenta informaes essenciais identificao do trabalho e encontra-se no anverso da folha de rosto. L voc encontra: Nome do autor; Ttulo e subttulo, se houver, (o subttulo deve estar subordinado ao ttulo principal e separado por dois pontos); Nmero de volumes (se houver mais de um volume, deve constar em cada folha de rosto a especificao do respectivo volume); A natureza (como por exemplo,Trabalho de Concluso de Curso), o objetivo [aprovao em disciplina, graupretendido e outros], nome da instituio e rea de concentrao; Nome do orientador e coorientador se houver; Local (cidade) de apresentao; e O ano de depsito (da entrega).O texto que apresenta a natureza, o objetivo, nome da instituio e a rea de concentrao digitado emespao simples, alinhado do meio da mancha para a margem direita. No verso da folha de rosto, deve constara ficha catalogrfica, conforme o Cdigo de Catalogao Anglo-Americano vigente.

Errata: elemento opcional, apresentada em folha avulsa ou encartada, acrescida ao trabalho depois deimpresso, aps a folha de rosto. No alto da folha, deve aparecer a referncia do trabalho, seguida do texto daerrata.

Folha de aprovao: Elemento obrigatrio que apresenta as informaes essenciais aprovao do trabalho: nome do autor; ttulo e subttulo (se houver); natureza; objetivo; nome da instituio a que submetido; rea de concentrao; data de aprovao; nome e titulao dos membros componentes da banca examinadora e instituio a que pertencem. A assinatura e a data de aprovao so colocadas aps a aprovao do trabalho.

Dedicatria: Trata-se de uma homenagem do autor do trabalho. um elemento opcional. A palavra dedicatria no aparece na folha, pois o texto d o significado, a inteno, e sucede a folha de aprovao. Agradecimentos: Elemento opcional colocado aps a folha da dedicatria. um espao dirigido s pessoasque contriburam para a concretizao do trabalho.

Epgrafe: Elemento opcional colocado aps a folha do agradecimento, que apresenta uma citao ou umpensamento que tem relao com o tema do trabalho, podendo aparecer tambm nas folhas de abertura dassees primrias. A disposio na folha livre, no entanto, sugere-se que se mantenha uniformizao grfica. Assim, as informaes constantes nesses trs elementos opcionais dedicatria, agradecimento e epgrafe , se forem apresentados, devem aparecer na mesma posio na folha, com a mesma distribuio grfica.

Resumo na lngua vernacular: Elemento obrigatrio que deve seguir a NBR 6028 de 2003. Apresenta uma viso clara do contedo e das concluses do trabalho. Sobre ele, importante lembrar que: uma apresentao condensada de um texto; Apresenta na primeira frase o tema e a finalidade do estudo, isto , o objetivo seguido da metodologia, de resultados e da concluso; No apresenta comentrio pessoal, crtica ou julgamento de valor; No apresenta todos os assuntos colocados pelo autor; texto nico de at 500 palavras, com redao contnua, sem abertura de pargrafos e em espao simples; O ttulo centralizado em letras maisculas, sem indicativo numrico; Apresenta palavras-chave representativas do contedo do trabalho, separadas por ponto; e Deve-se evitar frases negativas, grficos e tabelas.Quanto disposio na folha, aparece, em primeiro lugar, a referncia bibliogrfica do trabalho, especificada conforme a NBR 6023 de 2002, seguida do resumo e, por ltimo, as palavras-chave. As palavras-chave seguem a norma NBR 6028 de 2003. Elas devem ser no mnimo trs e no mximo cinco, separadas por ponto final.

Elementos ps-textuais

Os elementos ps-textuais complementam o trabalho. So formados por referncias, glossrio, apndices, anexos e ndices. Vamos conhecer um pouco destes elementos?

Referncias: Elemento obrigatrio que, segundo a NBR 14724 de 2005, deve ser elaborado de acordocom a NBR 6023 da ABNT. Glossrio: Elemento opcional elaborado em ordem alfabtica. Apndice: Elemento opcional, que consiste em um texto ou documento elaborado pelo autor do trabalho, com o objetivo de complementar o argumento apresentado. Aparece com letras maisculas, travesso e o respectivo ttulo.APNDICE A Nome do apndiceAPNDICE B Nome do apndice Anexo: Elemento opcional, que consiste em um texto ou documento no elaborado pelo autor do trabalho,mas que serve de fundamentao, comprovao ou ilustrao. Aparece em letras maisculas, travesso e o ttulo.ANEXO A Nome do anexoANEXO B Nome do anexo ndice: Elemento opcional, elaborado segundo a NBR 6034 de 2004, que estabelece os requisitos de apresentao e os critrios bsicos para a elaborao de ndices.

O saber no ocupa espao, mas creio ser ainda mais completo o conceito de que O saber fazer amplia os nossos espaos. Ou seja, quem no sabe pode aprender, e quem sabe pode fazer (JACOB FILHO, 2009, p. 2).