Métodos Ativos Para a Aprendizagem

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MTODOS ATIVOS PARA A APRENDIZAGEM

MTODOS ATIVOS PARA A APRENDIZAGEM

Os mtodos ativos que privilegiam a grande participao dos alunos, que mantm uma interao fecunda professor/aluno, substituem os mtodos didticos tradicionais.

A linha pedaggica tradicional apoiava-se na transmisso do conhecimento. O professor era a figura central do processo de aprendizagem. Era ele quem transmitia as informaes para o aluno, que memorizava o contedo com exerccios repetidos e reproduzia o que aprendeu na avaliao. A disciplina era rgida e os alunos deveriam seguir as regras de comportamento estabelecidas pela escola. Hoje, esse mtodo encontra-se em desacordo com o momento atual. A escola no se sustenta mais como transmissora, ela deve ser construtora do saber. A disciplina no mais imposta, mas discutida e estabelecida juntamente com os alunos.

Os mtodos ativos so uma necessidade da nossa poca. No so novos na literatura pedaggica. Ao longo dos tempos eles vm sendo citados, mas pouco usados. No havia uma conscientizao geral de sua aplicabilidade. Hoje, porm, so irreversveis, indispensveis. Eles comearam a se despontar com mais vigor no final do sculo XVIII.

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) o pioneiro da educao moderna. Filsofo francs, defendeu a necessidade de atender os interesses prprios das crianas; que os adultos no impusessem a elas seus pensamentos. A criana nasce boa, a sociedade corrompe-a, por isso a escola deve aprimorar-se em sua educao moral, apregoava.No final do sculo XVIII e sculo XIX, com Pestalozzi e Froebel, vemos a psicologia nascente. Johan Pestalozzi (1740-1827), pai da edu-cao integral, dizia: O amor o instrumento da educao. Propunha o mtodo da observao, que o currculo partisse do prximo para o distante.

Friedrich Froebel (1782-1852) utilizava na Prssia, onde nasceu, o mtodo indutivo em atividades construtivistas. Johann Friedrich Herbart (1776-1841), psiclogo e terico da educao, nascido na Alemanha, propunha partir daquilo j conhecido pelo aluno, associar o novo ao j conhecido, usar a experincia anterior do aluno, como base para a atividade didtica, cultivar o desenvolvimento moral atravs da instruo. (Pontos abordados pelos Parmetros Curriculares Nacionais).

Ovide Deeroly (1871-1932), educador belga, ps nfase no aprendizado pela prtica. Valorizava o material construdo pelas crianas.

Rudolf Steiner (1861-1925), educador alemo, deu origem ao mtodo Waldorf, tambm chamado antroposfico. O mtodo trabalha conjuntamente sobre trs eixos de desenvolvimento da criana: fsico, social e individual. As turmas se dividem por faixa etria e no por srie. No h repetncias e a relao da escola com a famlia grande. Cada professor um tutor que guia a mesma turma por um perodo de sete anos. O nome Waldorf provm do fato de os primeiros alunos de Steiner serem funcionrios da fbrica Waldorf Astoria, na Alemanha.

Maria Montemori (1870-1952), mdica italiana, desenvolveu tcnicas para ensinar crianas excepcionais. Parte do pressuposto de que a criana dotada de infinitas potencialidades e capaz de autoconhecimento. Seu mtodo foi chamado de Escola do Silncio, por estimular a concentrao, a introspeco. Acentua a integrao social. As atividades so propostas levando-se em considerao as potencialidades da criana.

Na relao professor/aluno as atividades so sugeridas e orientadas, deixando que a prpria criana se corrija.

Celestin Freinet (1896-1966), apregoava a aproximao do ensino prtica, como Decroly. Os alunos praticam enquanto aprendem. Enfatizava o ensino prtico. Criou o sistema de correspondncia dos alunos por meio de jornais, que escrevem enquanto se alfabetizam. Freinet dizia que o aluno no vai escola para tirar uma nota e, sim, para crescer, desenvolver-se.Jerome Bruner, americano, contemporneio de Piaget, com seu currculo em espiral, dizia que se o professor respeitar os modos de pensar das crianas, suas formas lgicas de pensamento, ser possvel introduzi-las, precocemente, s idias e estilos mais avanados. O currculo vai e volta, recupera, leva para frente, sempre ampliando. Deu nfase ao mtodo da descoberta, quando o professor deve criar condies para o aluno descobrir, raciocinar. O seu conceito de prontido leva em conta o estgio de desenvolvimento da criana.

Jean Piaget (1896-1980) no foi educador, mas bilogo. Procurou decifrar as fases do desenvolvimento mental da criana. Desenvolveu o mtodo do construtivismo. Estudou como a criana apreende o mundo espontaneamente, organizando os dados do exterior, a partir dos quais vai construindo seu conhecimento. A criana um ser que interage com a realidade e assim forma suas estruturas mentais. Noes como proporo, quantidade, causalidade, volume e outras, surgem com a prpria interao da criana e o meio em que vive.

Emlia Ferreiro, uma aluna de Piaget, ampliou a teoria para o campo da leitura e da escrita e concluiu que a criana pode se alfabetizar sozinha, desde que esteja em ambiente que estimule o contato com letras e texto.

Contemporneo a Piaget, o russo Lev Vigotsky desenvolveu uma psicologia construtivista, levando em conta as atividades interpessoais da criana e a histria social. Esses ltimos trs autores citados sero abordados, especificamente, mais adiante, ainda nesse captulo de Educao Infantil.

Podemos perceber que a escola moderna est, basicamente, fundamentada nos mtodos desses precursores, considerados mentores da educao moderna. So observaes que foram se aprimorando ao longo dos anos, atingindo um grau evoludo de aplicao.

Aos mtodos ativos, acrescentaria o pensamento do educador paulista Antonio Severino, que diz: O professor deve ser fundamentalmente particular e fundamentalmente universal. Pensar globalmente, agir localmente.

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