Métodos de investigacao do solo

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Métodos de investigacao do solo

Citation preview

  • UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    BRUNA SCARTON

    EDUARDA REIMANN

    HELENA SCHIEMANN MAIA

    MAYARA PADILHA

    PRISCILLA HELLER

    MTODOS DE INVESTIGAO

    JOINVILLE

    1. SEMESTRE DE 2015

  • UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    BRUNA SCARTON

    EDUARDA REIMANN

    HELENA SCHIEMANN MAIA

    MAYARA PADILHA

    PRISCILLA HELLER

    MTODOS DE INVESTIGAO

    Relatrio de Pesquisa apresentado como requisito

    parcial para a aprovao na disciplina de Geologia

    Aplicada Engenharia.

    Professor: Mnica Lopes Gonalves

    JOINVILLE

    1. SEMESTRE DE 2015

  • SUMRIO 1 INTRODUO .......................................................................................................................... 3

    2 REVISO .................................................................................................................................... 4

    3 MTODOS DE INVESTIGAO GEOTCNICA DE SUPERFCIE ............................... 5

    3.1 LEVANTAMENTO GEOLGICO ...................................................................................... 5

    3.2 FOTOGRAFIAS AREAS .................................................................................................. 6

    4 MTODOS DE INVESTIGAO GEOTCNICA DE SUBSUPERFCIE ....................... 7

    4.1 MTODOS DIRETOS .......................................................................................................... 7

    4.1.1 Sondagem a Trado Manual ............................................................................................. 7

    4.1.2 Sondagem Percusso.................................................................................................... 9

    4.1.3 Sondagem Rotativa ....................................................................................................... 10

    4.1.4 Sondagem Mista ........................................................................................................... 11

    4.2 MTODOS INDIRETOS .................................................................................................... 12

    4.2.1 Mtodos eltricos .......................................................................................................... 12

    4.2.2 Mtodos ssmicos ......................................................................................................... 13

    4.2.3 Mtodos Potenciais ....................................................................................................... 14

    5 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 15

    6 RESULTADOS E DISCUSSES ........................................................................................... 16

    7 CONCLUSO ........................................................................................................................... 20

    REFERNCIAS .......................................................................................................................... 21

    APNDICE .................................................................................................................................. 23

    ANEXO ......................................................................................................................................... 24

  • 3

    1 INTRODUO

    A disciplina de Geologia Aplicada Engenharia, na sua ementa, prev a abordagem de

    minerais e rochas, alm das estruturas das rochas, tipos de risco geolgico e solues de

    engenharia. Todos esses tpicos da ementa necessitam de mtodos de investigao que permitam

    identificar os condicionantes geolgico-geotcnicos para a implantao de obras de engenharia.

    Por isso a verificao do solo se faz necessria para no colocar em risco a qualidade da

    construo, visto que esse suportar a carga de toda a obra.

    Este relatrio tem como objetivo mostrar, atravs de coleta de informaes - feita por

    meio de questionrio ao engenheiro residente da obra visitada, e uma reviso bibliogrfica, - a

    importncia de se conhecer os mtodos de investigao geolgico-geotcnica do solo. Alm

    disso, sero elencados os principais mtodos e tcnicas de investigao da superfcie e sub

    superfcie, assim como salientar a importncia da verificao do solo para realizao de obras de

    engenharia. A sondagem mais cara a aquela que no feita 1

    Assim, o estudo desse tema se justifica j que interage a teoria com a prtica, despertando

    a curiosidade dos alunos do curso de graduao em Engenharia Civil, quanto aplicao de

    diferentes mtodos de investigao dos solos e rochas que recebero as obras de engenharia.

    Alm disso, importante mostrar uma das formas de atuao do engenheiro civil no mercado de

    trabalho, no caso, realizando servios de investigao geolgica e geotcnica e analisando os

    resultados de forma a verificar as demandas da obra a ser realizada.

    1 BEZERRA, Augusto. Reportagem destaca a importncia da realizao de sondagens. Disponvel em:

    Acesso em

    5 de maio de 2015.

  • 4

    2 REVISO

    A construo da barragem de Barra Bonita, no rio Tiet em So Paulo foi precedida pela

    execuo de 27 sondagens rotativas que contra indicaram a construo da barragem de concreto-

    gravidade no local previamente escolhido. Passou-se ento a estudar outro local,

    aproximadamente 3 km a jusante, onde mais 23 sondagens foram realizadas, alm de prospeco

    ssmica que identificaram trs derrames de basalto, com espessura mdia variando de 80 a 35

    metros, sobrepostos ao arenito Botucatu, com artesianismo generalizado sempre que se

    ultrapassava o basalto e se atingia o arenito, com pronunciado carreamento de areia. Essas

    condies exigiram o acompanhamento geolgico-geotcnico at a fase final da execuo das

    obras civis da barragem, onde mtodos como sondagens rotativas, ensaios de permeabilidade e

    observaes diretas das superfcies de escavao foram necessrios (MARRANO; RUIZ, 2009).

    Segundo Souza; Silva e Iyomasa (2009) a construo de obras civis, bem como os estudos

    de meio ambiente devem ser precedidos de estudos para a caracterizao geolgico-geotcnica da

    rea de interesse. Essa indicar o melhor local para o posicionamento das estruturas de obras

    civis. Schnaid; Odebretch (2012) afirmam que essa caracterizao pr-requisito para projetos

    geotcnicos seguros e econmicos. Caso faltem ou sejam malfeitos, para Milititsky; Consoli;

    Schnaid (2006 apud SCHNAID; ODEBRETCH, 2012), os aspectos relacionados investigao

    das caractersticas do subsolo so as causas mais frequentes de problemas de fundaes.

    Segundo Das (2012), a explorao adequada do solo para grandes estruturas, consiste em

    quatro fases: coleta de informaes sobre o tipo de estrutura a ser construda e seu uso futuro,

    coleta de informaes j existentes das condies do subsolo, reconhecimento visual do local, e

    finalmente, uma investigao detalhada do local com sondagens e coleta de amostras do solo.

    Por fim, a experincia internacional faz referncia frequente ao fato de que o

    conhecimento geotcnico e o controle da execuo so mais importantes para satisfazer aos

    requisitos fundamentais de um projeto do que a preciso dos modelos de clculo e os coeficientes

    de segurana adotados. (SCHNAID; ODEBRETCH, 2012).

  • 5

    3 MTODOS DE INVESTIGAO GEOTCNICA DE SUPERFCIE

    Rodrigues (1977, p.159) explica que na investigao superficial procura-se obter o

    mximo de informaes sobre a rea, pela observao do terreno, de seus mapas e fotografias

    areas, bem como outras publicaes. Segundo McCormac (2007), a topografia que, atravs de

    plantas com curvas de nvel, representa o relevo do solo com todas as suas elevaes e

    depresses. A norma que regulariza a execuo de levantamento topogrfico a NBR 13133

    (ABNT, 1994).

    3.1 LEVANTAMENTO GEOLGICO

    Segundo Rodrigues (1979, p.160) o levantamento geolgico da regio feito trazendo

    em mos a planta topogrfica da regio, o gelogo a percorrer, marcando as diferentes camadas,

    suas atitudes (direes e mergulhos) 2 e contatos, que representar em planta e corte. A figura 1

    mostra uma mesma regio em corte ( esquerda) e em planta (a direta). Ag seria uma camada

    de Argilito e An de Arenito.

    Figura 1 - Planta (esquerda) e Corte (direta) de uma mesma regio.

    Fonte: adaptado de Rodrigues (1979, p.161).

    2 Direo, segundo o Dicionrio Geolgico do IBGE (1999) orientao em relao ao norte, de uma linha

    resultante da interseo da superfcie ou plano de uma camada com o plano horizontal imaginrio; e Mergulho o ngulo diedro entre o plano de uma camada e um plano horizontal.

  • 6

    Rodrigues (1979) ainda chama ateno que em casos onde a mata muito fechada ou haja

    alguma outra dificuldade para se fazer o reconhecimento visual das rochas, deve-se ento

    observar as rochas ao redor da regio e posteriormente fazer outro tipo de investigao. Das

    (2012) explica que o tipo de vegetao pode dar indcios do que h no subsolo, assim como em

    cortes abertos prximos ao local. Das (2012) tambm observa que a acessibilidade do local e a

    natureza da drenagem tambm podem ser determinadas a partir dessa investigao.

    3.2 FOTOGRAFIAS AREAS

    Conforme Chiossi (1979), as fotografias areas tem aplicao tanto por si mesmas como

    quando, por exemplo, mapas so obtidos a partir delas - fotogrametria. Assim, podem ser

    empregados em diversos setores da Engenharia Civil, e em outros tais como agricultura, extrao

    de minrios e na geologia.

    Ao se planejar o recobrimento aerofotogramtrico de uma determinada rea, um avio

    devidamente provido com uma cmera montada no seu cho, dever executar uma srie de

    linhas de voo dispostas de acordo com a forma da rea a ser estudada. (CHIOSSI, 1979, p.200).

    Rodrigues (1977), explica que as fotografias areas podem ser verticais ou oblquas,

    representadas na figura 2 respectivamente esquerda e a direta. As verticais so as mais

    utilizadas para estudos geolgicos, pois a deformao do terreno na imagem pequena e a juno

    das fotos mais fcil. As oblquas abrangem uma rea maior, como pode ser observado na figura

    2, e do uma viso panormica do terreno.

    Figura 2 - Aerofoto vertical (esquerda) e Aero foto oblqua (direta)

    Fonte: Rodrigues (1977, p.163)

  • 7

    4 MTODOS DE INVESTIGAO GEOTCNICA DE SUBSUPERFCIE

    Rodrigues (1977) esclarece que a investigao superficial no suficiente para execuo

    de muitos dos servios da engenharia, Das (2011) usa como exemplo os projetos de fundaes,

    em que importante conhecer a estratificao do solo local, por isso, deve-se procurar mais

    detalhes por meio de processos diretos e/ou indiretos de investigao do subsolo. De acordo com

    Chiossi (1979) com esse tipo de anlise, alm de determinar os tipos de rocha existentes,

    possvel definir quais os seus elementos estruturais, como linhas de contato, fraturas, dobras e

    falhas. No Brasil, o custo envolvido na execuo de sondagens normalmente varia entre 0,2% e

    0,5% do custo total de obras convencionais, podendo ser mais elevado em obras especiais ou em

    condies adversas de subsolo (SCHNAID; ODEBRETCH, 2012).

    4.1 MTODOS DIRETOS

    Os mtodos diretos, segundo Chiossi (1979) tm como principal objetivo o mapeamento

    geolgico do subsolo, que atravs da extrao de amostras permite classificar os vrios tipos de

    rochas abaixo da superfcie. A seguir sero descritos alguns dos mtodos mais comuns.

    4.1.1 Sondagem a Trado Manual

    Constitui um mtodo manual que, segundo IN-04 (DEINFRA, 1994) a sondagem a trado

    uma investigao que utiliza como instrumento o trado, que composto, segundo a Resoluo

    194 (CASAN,1997) por lminas cortantes, que podem ser espiraladas (trado helicoidal ou

    espiralado) ou convexas (trado concha). Esse tipo de investigao normatizado pela NBR 9603

    (ABNT, 1988).

  • 8

    A figura 3 ilustra os vrios tipos de lminas de trado. - Sua finalidade coletar amostras

    deformadas - que possui seu estado natural modificado3 - para determinar a profundidade do

    nvel de gua, assim como identificar os horizontes do terreno.

    Rodrigues (1977) esclarece que esse mtodo consiste em rotacionar o trado para que

    penetre no solo. medida que a penetrao aumenta novos segmentos de cano so encaixados. A

    profundidade mxima que atingem de 10 ou 15m. Chiossi (1979) observa que as amostras

    devem ser coletadas a cada metro e, aps serem guardadas em recipientes adequados, so levadas

    para anlise em laboratrio. O mesmo tambm esclarece que ao chegar no lenol fretico esse

    mtodo no funciona mais, assim como quando encontra materiais compactos ou endurecidos.

    Porm, afirma que a sondagem a trado corresponde ao meio de investigao preliminar mais

    simples, rpido e econmico.

    Figura 3 - Tipos de Trado Manual

    Fonte: Agrolink. Disponvel em: . Acesso em 1 de maio de

    2015.

    3 Engenharia Civil.com. Internet. Disponvel em:

    Acesso em: 1 de maio de 2015.

  • 9

    4.1.2 Sondagem Percusso

    Constitui um mtodo mecnico e segundo Odebrecht (2003) o SPT (Standard Penetration

    Test) o mtodo de reconhecimento de subsolo mais utilizado no Brasil e no mundo e muito

    simples de ser executado. A NBR 6484 (ABNT, 2001) descreve que este ensaio tem a finalidade

    determinar o perfil geolgico do solo, sua profundidade, nvel do lenol fretico e a capacidade

    de carga de diferentes camadas do solo, que obtido atravs do ndice de resistncia a cada

    metro. A figura 4 exibe a realizao de uma sondagem a percusso e tambm as amostras coletas.

    Figura 4 - Sondagem Percusso

    Fonte: Imagem da esquerda: SJA Perfuraes, imagem da direita: Pattrol.

    De acordo com Chiossi (1979) a amostragem do material obtida cravando o amostrador

    padro no solo atravs de golpes de um peso de 65 kg. anotado o nmero de golpes necessrio

    para a penetrao de cada 15 cm do amostrador. O nmero de golpes realizados nos ltimos 30

  • 10

    cm corresponde ao ndice de resistncia do solo (NSPT) (LUKIANTCHUKI, 2012), como anexo

    A o NSPT que corresponde linha em azul. As amostras coletadas atravs do amostrador so

    submetidas a ensaios de laboratrio.

    A partir de 1,0 m de profundidade o ensaio deve ser realizado a cada metro, conforme IN-

    06 (DEIFRA, 1994). De acordo com a Resoluo 194 (CASAN, 1997) a sondagem ser

    finalizada quando atingir a profundidade especificada, ou quando por processo de lavagem

    obtiver avanos inferiores a 5,0 cm em trs perodos subsequentes de dez minutos ou ainda

    quando a cavao do amostrador tiver penetrao inferior a cinco cm durante 10 golpes

    consecutivos, nessas condies o terreno ser considerado impenetrvel.

    A Tabela 1 a seguir apresenta nmero de sondagens que devem ser realizadas de acordo

    com a NBR 8036 (ABNT, 1983).

    Tabela 1 - Nmero de sondagens por m

    rea de projeo da construo (m2) Numero mnimo de furos

    At 200 2

    De 200 a 400 3

    At 1200 Um a cada 200 m2

    De 1200 a 2400 Um a cada 400 m2

    Acima de 2400 A critrio

    Fonte: as autoras, adaptado da NBR 8036 (ABNT, 1983).

    4.1.3 Sondagem Rotativa

    Segundo o IN-07 (DEINFRA, 1994) a sondagem rotativa consiste em um conjunto

    motomecanizado, e tem por finalidade obter a amostras do material rochoso que retirado,

    segundo Resoluo 194 (CASAN, 1997), atravs de ao perfurante dada basicamente por

    foras de penetrao e rotao que, conjugadas, atuam com poder cortante.

    Conforme Chiossi (1979) este mtodo o mais eficaz para examinar a subsuperficie, pois

    alm de indicar o tipo de rocha e os elementos estruturais presentes (xistosidade, falhas e

  • 11

    dobras.), tambm designa o estado da rocha, ou seja, o seu grau de fraturamento, alterao ou de

    decomposio. A figura 5 exibe a realizao de uma sondagem rotativa.

    Figura 5 - Realizao de sondagem Rotativa

    Fonte: Sonddenge Engenharia. Disponvel em: . Acesso em 4 de maio

    de 2015.

    4.1.4 Sondagem Mista

    Segundo Lopes e Veloso (2010), a sondagem mista compreende a unio da Sondagem a

    Percusso com a Sondagem Rotativa. Emprega-se primeiro a sondagem a percusso, quando ela

    for inoperante, visto que o terreno se torna impenetrvel4, utilizado, ento, a sondagem rotativa,

    4Helix Engenharia. Disponvel em:< http://www.helix.eng.br/downloads/sp.pdf>. Acesso em 3 de maio de 2015.

  • 12

    que permite atingir maiores profundidades. Assim, possvel definir tanto das camadas solo

    quanto o testemunho da rocha.

    4.2 MTODOS INDIRETOS

    Segundo Rodrigues (1977), a investigao geofsica feita por meio de mtodos

    indiretos, ou seja, no feita de forma invasiva. Chiossi (1979) complementa que, nesse caso, a

    anlise do subsolo resultado da interpretao de medidas fsicas e campos de fora naturais

    ou artificiais juntamente observao de imagens do local e sua topografia. Ao analisar esses

    dados, contrastes podem ser observados e assim, comparados ao conhecimento geolgico prvio,

    possvel esclarecer as condies da geologia local.

    Chiossi (1979) explica que esse tipo de investigao possui um grande alcance e gera

    dados de forma contnua, facilitando inclusive a perscrutao futura por meio de mtodos diretos

    para caracterizar ou monitorar o local estudado. A NBR 15935 (ABNT, 2011) que normatiza

    os mtodos geofsicos de investigao esclarece que o xito de um levantamento deste tipo

    depende de muitos fatores, pode acontecer de alvos diferentes resultarem em respostas muito

    parecidas, em vista disso os profissionais responsveis devem ser qualificados e experientes.

    4.2.1 Mtodos eltricos

    Segundo Chiossi (1979), a propriedade fsica utilizada neste mtodo de investigao a

    diferena de condutividade e resistividade eltrica das rochas, que no geral, so ms condutoras,

    j as argilas so relativamente condutoras. Ento ao avaliar-se a resistividade de rocha so

    observados outros fatores, julgados at mais importante do que sua composio mineral. Assim,

    os fatores que mais influenciam o grau de resistncia a corrente eltrica teor de gua intersticial,

    a quantidade de sais solveis (ons) e da porosidade.

    Chiossi (1979) explica que este mtodo realizado com a introduo de uma corrente

    eltrica artificial no terreno atravs de dois eletrodos (denominados de A e B), cujo objetivo

    medir o potencial gerado em outros dois eletrodos (denominados M e N) nas proximidades do

  • 13

    fluxo de corrente. O equipamento utilizado consiste numa fonte controlada de emisso de

    corrente eltrica, resistivmetro, e medidores de diferena de potencial (V) gerada. Como pode

    ser visto na figura 6.

    Figura 6- Tcnica de Sondagem Eltrica Vertical - SEV

    Fonte: TecGeofsica Sondagens Geofsicas. Internet. Disponvel em:. Acesso em:

    1 de maio de 2015.

    Esses equipamentos geram e coletam dados que so convertidos em grficos que

    relacionam a resistividade e profundidade ou tempo de percurso, depois, so transformados em

    um grfico esquemtico com o perfil geolgico observado no local investigado.

    4.2.2 Mtodos ssmicos

    Chiossi (1979) explica que a caracterstica fsica utilizada nessa forma de investigao

    baseia-se na velocidade com que as ondas se propagam em meios diferentes. Os tipos de rocha

  • 14

    variam em composio qumica, densidade, porosidade, grau de decomposio, e esses fatores

    variam a velocidade com que as ondas ssmicas (elsticas) se propagam.

    Chiossi (1979) diz que esse mtodo consiste em gerar ondas ssmicas na superfcie

    terrestre atravs de pequenas exploses ou choques mecnicos. Essas ondas geradas

    artificialmente atravessam o solo e as rochas sofrendo reflexo e/ou refrao quando mudam de

    meio. Por fim, um conjunto de receptores registra o tempo percorrido por essas ondas e suas

    amplitudes. importante lembrar que rudos externos como trnsito intenso e outras fontes de

    vibrao, podem atrapalhar a leitura precisa de dados.

    4.2.3 Mtodos Potenciais

    Existem, segundo Chiossi (1979), dois principais mtodos potenciais: O Mtodo Potencial

    Gravitacional (Gravimetria) que investiga o subsolo por intermdio da anlise de pequenas

    variaes do campo gravitacional causadas pela diferena de densidade das rochas; e o Mtodo

    Potencial Magntico (Magntometria), que faz a investigao atravs da anlise do campo

    magntico da Terra influenciado pela quantidade de magnetita presente nas rochas. Quanto maior

    a quantidade deste minrio na rocha maior ser o campo magntico observado e, assim, pode-se

    fazer uma leitura da configurao do subsolo.

  • 15

    5 METODOLOGIA

    Realizou-se uma ampla reviso da literatura incluindo conceitos bsicos obtidos em livros

    e as aplicaes destes casos prticos descritos em artigos cientficos ou em trabalhos acadmicos.

    Posteriormente, o presente estudo teve uma parte prtica que envolveu a visita de campo a

    obra do Tnel Duplo do Morro Vieira que foi projetado no contorno de Jaragu do Sul para

    transposio de um morro, entre as comunidades de Joo Pessoa e Trs Rios no Norte, integrante

    do projeto de duplicao da Rodovia BR-280, no segmento entre a BR-101 e Jaragu do Sul. Este

    acompanhamento contou com registro fotogrfico e localizao geogrficas da obra em imagem

    de satlite e/ou em mapa topogrfico para melhor interpretar os resultados a luz da literatura

    geolgico-geotcnica da rea, assim como entrevista ao engenheiro residente Marledo Manoel da

    Silveira. Obtivemos esclarecimentos com o professor da UDESC da disciplina de Mecnica dos

    Solos, Edgar Odebretch, que devido sua vasta experincia na rea de investigao geotcnica,

    pode esclarecer dvidas pertinentes execuo dos mtodos de investigao que no puderam ser

    observados na prtica durante a execuo deste relatrio.

  • 16

    6 RESULTADOS E DISCUSSES

    Em entrevista com o engenheiro residente constatou-se que, em primeiro lugar, foram

    feitas anlises fotogeolgicas e levantamento geolgico de campo, com a presena de engenheiro

    e gelogo, assim como descrito por Rodrigues (1977) anteriormente. A figura 7 mostra o local

    antes da construo do tnel ser iniciada, a linha vermelha indica a j existente BR-280 e a linha

    em amarelo ser seu novo traado. Pode ser percebido que o Morro do Vieira receber um trecho

    do novo traado e o tnel, representado em laranja.

    Pode ser observado que na figura 7 que a regio recoberta por vegetao descrita pelo

    engenheiro como arbrea, cerrada, secundria, mesclada, nos seus estgios de regenerao,

    apesar disso o entrevistado destaca que pela anlise fotogeolgica foi possvel identificar alguns

    alinhamentos estruturais - como falhas e fraturas- e que foram confrontadas com a investigao

    geofsica para serem confirmadas ou descartadas.

    Figura 7 - Vista de satlite do local da obra (antes de ser iniciada)

    Fonte: adaptado de Mobilizao FECAM5

    Aps a definio geomtrica em planta e perfil do traado com a marcao dos emboques

    dos tuneis (para esclarecer as denominaes relativas ao tnel ver figura 8) foi possvel o gelogo

    estimar os locais onde deveriam ser realizadas as sondagens. Nas figuras 10 e 11, que mostram a

    5Mobilizao FECAM disponvel em: . Visualizado em abril de 2015.

  • 17

    locao das sondagens, possvel observar a representao do morro em corte com suas

    camadas, e em planta com os seus nveis.

    Figura 8 - Desenho esquemtico com as partes e denominaes do tnel.

    Fonte: cedido pelo engenheiro residente da obra

    Assim, a primeira sondagem a ser realizada determinada pelo gelogo foi atravs do

    mtodo eltrico. O mtodo e equipamentos utilizados so exatamente como descritos

    anteriormente. A partir da interpretao dos grficos obtidos foi traado o perfil geolgico de

    cada regio investigada. Um dos resultados pode ser observado na figura 9 em que possvel

    notar na regio inspecionada h 15.2 m de solo e a partir da at 100 m de profundidade encontra-

    se rocha alterada do tipo Gnaisse.

    Foi tambm a partir da investigao geofsica que as zonas de falhas e fraturas,

    identificadas na investigao de superfcie, foram confirmadas. Essas esto representadas na

    figura 11 por linhas tracejadas na diagonal. Logo aps foram definidos os locais para a

    prospeco direta, que esto indicados em planta (figura 10) e corte (figura 11).

  • 18

    Figura 9 - Perfil Geolgico atravs de Mtodo Eltrico

    Fonte: as autoras

    Figura 10 - Planta indicando local das sondagens

    Fonte: as autoras.

    De acordo com o entrevistado depois de todas as anlises descritas, foram definidas as

    realizaes de sondagens do tipo mistas, e foram primeiramente executados, seis furos, sendo

    dois furos na regio prxima ao emboque leste e trs furos na regio prxima ao emboque oeste e

    ainda um furo no topo do Morro Vieira (como pode ser constatado pela figura 11), foram

    executados at a profundidade que o engenheiro ou gelogo acharam necessrias, ou seja, a

    informao obtida j foi suficiente para o mapeamento geolgico-geotcnico. Os nmeros

    romanos na Figura 11 indicam, segundo o gelogo presente na obra, as classes do macio

    rochoso, onde I muito bom, II e bom, III regular, IV podre e V muito pobre.

  • 19

    Figura 11 - Corte indicando local da sondagem

    Fonte: as autoras

    Foi requisitado pelo DNIT a execuo de mais dois furos de sondagem, no emboque leste

    na estaca. Estes furos tiveram uma profundidade de dez metros abaixo do limiar dos tneis.

    Os procedimentos foram realizados a fim obter a profundidade do macio rochoso nos

    respectivos emboques, e tambm o perfil geologico-geotecnico para que se pudesse fazer a

    previso dos processos de escavaes.

    O resultado da investigao num modo geral a seguinte: a rocha predominante o

    Gnaisse. Esse apresenta leves alteraes e presena de algumas fraturas, que apresenta pouca ou

    nenhuma infiltrao de gua. As classes predominantes do macio esto entre II e III, ou seja, boa

    e regular. O engenheiro tambm observou que o tnel passa paralelamente direo das camadas

    das rochas, o que alegou serem bastante desfavorveis sob o ponto de vista geomecnico. Disse

    ainda que o gelogo no observou presena de dobramentos no local. Por fim, o engenheiro

    afirma que medida que o tnel aberto expectativa de qualidade da rocha segundo a

    classificao exposta na figura 11, vem se confirmando.

  • 20

    7 CONCLUSO

    Neste projeto foram abordados os principais mtodos e de investigao do solo bem como

    suas aplicaes, procurou-se mostrar como essas tcnicas so fundamentais para a realizao de

    obras de engenharia. A coleta de dados foi feita atravs de questionrio aplicado ao engenheiro

    residente na obra do tnel do Morro do Vieira.

    Primeiramente avaliou-se a investigao geotcnica de superfcie, era esperado que na

    obra avaliada houvesse esse tipo de investigao o que foi confirmado pelo engenheiro. Pde-se

    concluir que a ideia inicial obtida no processo de investigao superficial sobre o ambiente como

    qual iriam lidar se aproximou muito da realidade.

    A investigao indireta de investigao de subsuperfcie a partir do mtodo eltrico foi a

    primeira a confirmar alguns elementos. E, alm disso, foi usada estrategicamente para definir os

    locais em que as sondagens mistas deveriam ser feitas e, essas por sua vez confirmarem a

    configurao do subsolo.

    O entrevistado argumentou tambm sobre investigao direta do solo, em que houve

    predomnio na obra de sondagens mistas. Esperava-se que este tipo de investigao fosse o mais

    utilizado, visto que, compreende o meio mais comum de reconhecimento do subsolo, e tambm o

    mais importante. Assim pode-se obter o perfil geolgico- geotcnico do solo mais preciso do que

    os mtodos retratados anteriormente.

    Em virtude do que foi exposto, pode-se afirmar que a investigaes tanto de superfcie

    quanto de subsuperficie so essenciais para qualquer obra de engenharia, principalmente as de

    grande porte. A pesquisa traz uma comparao com uma obra de rodovia ressaltando a

    importncia de realizar a verificao do solo e subsolo para que no haja futuros imprevistos e

    maiores gastos com a execuo da obra.

  • 21

    REFERNCIAS ABNT NBR 6484, Solo Sondagens de simples reconhecimento com SPT Mtodo de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.

    ABNT NBR 8036, Programao de sondagens de simples reconhecimento dos solos para

    fundaes de edifcios. Rio de Janeiro, 1983.

    ABNT NBR 9603, Sondagem a trado. Rio de Janeiro, 1988.

    ABNT NBR 13133, Execuo de levantamento topogrfico. Rio de Janeiro, 1994.

    ABNT NBR 15935, Investigaes ambientais Aplicao de mtodos geofsicos. Rio de Janeiro, 2011.

    CASAN Resoluo 194, Manual de execuo de sondagens e de servios topogrficos, Santa

    Catarina, 1997.

    CHIOSSI, Nivaldo Jos. Geologia aplicada a engenharia. 2. Ed. So Paulo: Grmio Politcnico

    DLP, 1979.

    DAS, Braja M. Fundamentos de Engenharia Geotcnica. So Paulo: Cengage Learning, 2012.

    DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRAESTRUTURA DEINFRA. Resoluo CA 224, de 16 de junho de 1994. Instruo Normativa para execuo de sondagem a trado. IN04-94.

    LOPES, Francisco de Rezende; VELLOSO, Dirceu de Alencar. Fundaes: critrio de projeto,

    investigao do subsolo, fundaes superficiais, fundaes profundas. So Paulo: Oficina de

    Textos, 2010.

    MARRANO, Antnio; RUIZ Murillo Dondici. Condicionantes geolgico-geotcnicos na escolha

    do eixo e no tratamento de fundaes da Barragem de Barra Bonita, Rio Tiet, SP. In: SANTOS,

    Alvaro Rodrigues dos. Geologia de Engenharia: conceitos, mtodo e prtica. 2. Ed. So Paulo:

    O Nome da Rosa Editora Ltda./ABGE. p. 46-49.

    PATTROL - Controle tecnolgico de solos, asfalto, concreto. Disponvel em:

    . Acesso em 5 de maio de 2015.

    RODRIGUES, Jos Carlos. Geologia para engenheiros civis. So Paulo: McGraw-Hill do

    Brasil, 1977.

    SJA Perfuraes. Internet. Disponvel em:

    . Acesso em:

    1 de maio de 2015.

  • 22

    SCHNAID, Fernando; ODEBRECHT, Edgar. Ensaios de campo e suas aplicaes

    engenharia de fundaes. 2 ed. So Paulo: Oficina de Textos, 2012.

    SOUZA, Luiz Antonio Pereira de; silva, Ricardo Fernandes da; IYOMASA Wilson Shoji.

    Mtodos de Investigao. In: OLIVEIRA, Antnio Manuel dos Santos; BRITO Srgio Nertan

    Alves de. Geologia de Engenharia. 2009. So Paulo: Associao Brasileira de Geologia de

    Engenharia. P. 163 - 196.

  • 23

    APNDICE

    APNDICE A- Questionrio

    1 Investigao de superfcie

    1) Qual a localizao geogrfica da obra? 2) Podemos ter acesso a mapas geolgico e topogrfico ou imagem de satlite do local?

    2 Investigaes de subsuperfcie

    1) Qual a dureza e o grau de fraturamento das rochas? 2) Havia disponibilidade de gua para a perfurao?

    2.1 Investigaes direta de subsuperfcie

    1) Quantas perfuraes foram feitas? Como isso foi definido? 2) At que profundidades foram feitas? Qual foi o critrio? 3) Quanto tempo para realizar cada um dos furos? 4) Podemos ter acesso ao resultado fornecido pela empresa fez a investigao, com

    os grficos e outros dados obtidos?

    5) Podemos ter imagens fotogrficas das amostras dos perfis de solo obtidos na investigao do tnel?

    2.2 Investigaes indireta de subsuperfcie

    1) Qual tipo de mtodo utilizado? 2) Podemos ter acesso ao resultado fornecido pela empresa que fez a investigao,

    com os grficos e outros dados obtidos?

    3 Outras perguntas

    1) Em relao s camadas da rocha pelo qual o tnel est passando: a) Em que sentido as camadas esto dispostas? Na vertical? Na horizontal?

    Inclinadas? Ou a rocha bem slida e no h camadas de rochas?

    b) O tnel passa paralela ou perpendicularmente as camadas de rocha? Ou as camadas so inclinadas?

    c) H presena de dobramentos de rochas nessa rea que podem desenvolver aumentos de presso/tenso na obra?

    2) Aps a perfurao do tnel iniciada, o que havia sido definido previamente pela

    investigao se concretizou ou houve algo que no foi previsto?

    3) Por que se optou pelo tnel em arco? A geologia local influenciou nessa escolha?

  • 24

    ANEXO

    ANEXO A- RESULTADOS DE SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO