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Métodos e Áreas de Aplicação da Psicologia
Psicologia da Lésbica, Gay e Bissexual
19/12/2007 ISCTE
Quando surgiu esta área?
Até ao século XIX, a homossexualidade era exclusivamente vista como uma questão de moralidade e teologia. Foi depois abordada por vários ramos da ciência e medicina e foi considerada uma patologia.
Em 1973, a APA retirou a homossexualidade da sua lista de patologias e começou a estudá-la como uma característica da Natureza.
A Divisão 44 da APA foi então fundada em 1985 por um grupo de psicólogos LGB e seus aliados.
A homo ou bissexualidade têm origem?
O sexólogo Alfred Kinsey descobriu, na década de 50 do séc.XX, que a maioria das pessoas sente, num dado período da sua vida, uma atracção mais ou
menos acentuada por individuos do mesmo sexo. Contudo, isto pode ser uma fase para determinadas pessoas e, para outras, prolongar-se para toda a vida.
Em 1973, a APA declarou: “a homossexualidade não constitui uma desordem mental, mas sim uma forma alternativa de expressão sexual (...) por isso, não é eticamente aceitavel querer-se mudar a orientação sexual de uma pessoa, seja ela qual for”.
Alguns cientistas têm tentado apresentar provas biológicas para explicar a sua origem.
A homo ou bissexualidade têm origem?
Dr. J. Michael Bailey (1991, psicólogo)
Dr. Simon LeVay (1991, neurobiólogo americano)
Dr. Dean Hamer (1993, geneticista americano)
Dr. Richard Pillard (1993, psiquiatra)
Em 2005, os investigadores Glenn Wilson e Qazi Rahm publicaram a sua obra Born Gay: The Psychobiology of Sex Orientation, onde concluem que a orientação sexual é
determinada por uma combinação de factores genéticos e actividade hormonal ao nível do útero.
Já em 1994, a APA declarara que a investigação científica sugere que a orientação sexual está já determinada muido cedo no ciclo da vida, possivelmente mesmo antes do
nascimento.
A homo ou bissexualidade têm origem?
• Concluindo, não há resposta concreta e fundamentada para a questão
“Porque é que se é homossexual?”. Apenas se colocam hipóteses de
origem biológica e/ou ambiental, com pendor mais forte para a hipótese
biológica, mas sem resposta consensual, clara, concreta e consistente.
De salientar, que embora a ciência não responda a esta questão, não
devemos deduzir que a homossexualidade é contra-natura.
A Psicologia dos LGB é abrangida pela
Divisão 17 APA: Society of
Counselling Psychology - Secção LGB
Divisão 44 APA: Society for the Psychological
Study of Lesbian, Gay, and Bisexual
Issues
Objectivos de ambas as divisões: Expandir conhecimento acerca da homossexualidade a profissionais de Psicologia,
estudantes, professores, consultores e autores;
Encorajar a harmonização ética e eficaz do aconselhamento e pesquisa psicológicas, treino e práticas relacionadas com a homossexualidade;
Criar oportunidades de carreira para os estudantes e profissionais homossexuais;
Desenvolver relações de trabalho entre a classe corporativa e os serviços de saúde mental, para facilitar o ambiente de trabalho e habitação.
Procura promover princípios éticos relativos à temática da orientação sexual, os quais devem ser adoptados pelos profissionais de saúde mental.
Estes princípios abordam as atitudes contra a homossexualidade e a bissexualidade, e as relações e as famílias, a diversidade e a educação.
Este trabalho é feito, em parte, através de estratégias em desenvolvimento que constroem uma auto imagem positiva, ajudando gays e lésbicas a lidarem com os preconceitos e com a discriminação.
Quais as tarefas destes psicólogos?
Fazer investigações em Psicologia Social sobre o preconceito, estereótipos e discriminação;
Apoiar os homossexuais nos seus obstáculos pessoais e sociais em consultas individuais ou reuniões;
Contribuir para a sua integração na sociedade (trabalho, família, escola, etc.);
Combater a homofobia;
Lutar pelos direitos civis e legais dos homossexuais;
Alertar os jovens para os perigos do sexo sem contracepção.
Impedir o isolamento social / emocional / cognitivo;
Evitar doenças do foro psicológico;
Prevenir problemas psicossociais.
Ajudar as pessoas a aceitarem-se como são!
Áreas de intervenção
Aconselhamento familiar para pais homossexuais;
Comportamentos de risco - DST’s;
Orientação psicológica individual e/ou em grupo;
Campanhas socio-culturais (para pais, professores…);
Campanhas de integração social (para estudantes e
adolescentes principalmente);
Instituições de apoio (centros de informação jovem, etc.)
Legislação dos direitos humanos dos homossexuais.
Porque a orientação sexual é uma questão de grande importância pessoal para uma série de adolescentes e
jovens, o projecto “Educar para a Diversidade” deve ajudar pais, professores, psicólogos, entre outros, a
contribuir para um fortalecimento do self de cada jovem, assim como para a redução do preconceito social.
Na medida em que contribui para o esclarecimento de:
Diferentes estilos de vida;Identidade e “coming out”;
Outras actividades sobre orientação sexual;A variação do género;
Como intervir em caso de homofobia nas escolas.
Métodos de Investigação
Método experimental;
Observação dos comportamentos sociais;
Aplicação de questionários e testes.
E a homofobia…
Como é que o psicólogo pode mudar as atitudes negativas face à
homossexualidade?
Quando o psicólogo se depara com um indivíduo homofóbico, pode
apenas pôr-lhe questões de modo a fazê-lo entender que é uma atitude
desrespeitadora perante as pessoas com orientações diferentes da sua.
De qualquer forma, não pode fazê-lo mudar de posição, a não ser que o
próprio procure o seu apoio nesse sentido.
A que níveis são discriminados os homossexuais?
Nível Social Nível Profissional Nível Religioso Nível Jurídico
Técnica de Allport
Esta técnica é muito usada, nomeadamente por psicólogos especializados nesta área, pois segundo a “hipótese de contacto” de Allport (1954), quando grupos diferentes entram em contacto/interacção um com o outro, o preconceito reduz.
Para além disto, este tipo de contacto pode também oferecer um modelo positivo aos jovens lésbicas, gays e bissexuais, o que é importante para a sua auto-estima.
Outras técnicas são usadas, mas o contacto entre grupos é, até à data, a estratégia mais eficiente para quebrar, ou reduzir em grande escala, comportamentos discriminatórios e ideias preconcebidas e estereotipadas sobre algo ou alguém, dando origem à aceitação da diversidade.
A discussão sobre esta e outras temáticas, que muitas vezes são
deixadas para último plano ou simplesmente não são abordadas, é algo
urgente e necessário. Por isso, a psicologia deve participar em desafios
de se actualizar e de abandonar as suas concepções prévias sobre
determinadas realidades, reivindicando a não discriminação,
desenvolvendo e implementando acções e estratégias de intervenção,
reconhecendo, deste modo, aquilo por que se devem mover enquanto
psicólogos: o respeito e o apreço pela diversidade.
Conclusão
Fim
Fonte: http://ex-aequo.web.pt/postais/compose.php?imageid=26
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