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Analise Tecnica da Extração do DNAUNESP Rio ClaroCEIS centro de estudo de inseto sociaisBiologiaMÉTODOS MOLECULARES PARA A ANÁLISE DO DNA
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DOUGLAS DE OLIVEIRA LUCIANO
MÉTODOS MOLECULARES PARA ANÁLISE DO
DNA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS
SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP, 2004
1
DOUGLAS DE OLIVEIRA LUCIANO
MÉTODOS MOLECULARES PARA A ANÁLISE DO
DNA
Nome do orientador: Maurício Bacci Júnior
Monografia apresentada como requisito da
Disciplina de Estágio supervisionado do Curso de
Ciências Biológicas
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS
SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP, 2004
2
PÁGINA DE APROVAÇÃO
Autor: Douglas de Oliveira Luciano
Título da monografia: Métodos moleculares para a análise do DNA
Monografia aprovada em________ de ______________de ______________, pela
banca examinadora.
________________________________Orientador: Prof. Dr. Maurício Bacci Júnior
________________________________Biólogo Joaquim Martins Júnior
_______________________________Farmacêutica Danyelle Cristine Marini
________________________________Douglas de Oliveira Luciano
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de conclusão de curso a minha mãe Oneide e ao meu
pai José Mário pelo amor, dedicação, amizade e apoio. A eles muito devo e espero
que esta monografia seja-lhes motivo de orgulho, por ser mais uma realização e
mais uma etapa que concluir em minha vida.
4
AGRADECIMENTO
Para realizar um trabalho como este, foi necessária a ajuda de muitas
pessoas. Agradecê-las é somente uma das formas de mostrar-lhes minha gratidão.
Deixo meus agradecimentos aos meus amigos Joaquim e “Dani” que
colaboraram imensamente com a realização desta monografia.
Agradeço ainda a todos os amigos do laboratório da UNESP (CEIS) pelo
apoio e companheirismo ao longo dessa pesquisa.
Agradeço, em especial, ao professor Dr. Maurício Bacci Júnior, não somente
por ter sido o orientador desta monografia, mas também por sua amizade e por tudo
que fez para me ajudar na concretização deste trabalho.
5
RESUMO
O seqüenciamento de DNA é um processo que determina a ordem dos nucleotídeos, moléculas que constituem o DNA. Existem vários métodos disponíveis, e cada um apresenta vantagens e desvantagens. O processo é realizado a partir de uma cadeia simples (não dupla) do DNA a ser seqüenciado; esta servirá de molde para gerar a outra metade complementar da dupla hélice. Isto é obtido pela desnaturação da “molécula nativa”. O método pode ser automatizado através de seqüenciador automático gerenciado por computadores com softwares que analisam seqüencialmente e identificam os produtos. Isto permitirá executar o processo em grande escala. O sinal fluorescente diferencial emitido por cada fragmenta, após iluminação com um feixe de laser, identificará os produtos baseados na diferença de comprimento de onda. Quando os fragmentos gerados numa reação de seqüenciamento são separados por eletroforese, os fragmentos menores vão à frente, seguidos dos demais, sendo à distância entre as bandas aproximadamente iguais, pois representa sempre a diferença de uma base a mais ou a menos.
Palavras-chave: DNA, seqüenciamento, fluorescência, métodos, fluorescente.
** - colocar sobre extração, purificação, e outros.
6
ABSTRACT
The sequencing of DNA is a process that determines the order of the nucleotideos, molecules that constitute the molecule of DNA in a sample. Some methods available each one presents advantages and disadvantages. The process is carried through from a simple chain (not double) of the DNA to be sequenced; this will serve of form to generate to another complementary half of the double helix. That is gotten for the denaturation of molecule native. The method can be automat zed through would it schemes appropriate managed for computers with softs that
they to read sequentially and they identify the products. This will allow executing the large-scale process. The distinguishing fluorescent signal emitted by each fragment, after illumination with a laser beam, will identify the products based in the difference of wavelength. When the piece generated in a sequence reaction are separate for electrophoreses, the lesser fragment go to the front, followed of excessively, being in
the distance enter the bands approximately equal, therefore it always represents the difference of a base more or less.
Keywords: DNA, sequence, fluorescence, methods, electrophoreses.
*** não colocar para traduzir em site ou em programas.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura química dos quatro nucleotídeos.......................................12
Figura 2 - (a) Modelo simplificado da estrutura helicoidal do DNA, mostrando as pontes de hidrogênio que unem as bases purínicas Adenina (A) e Guanina (G) às bases purimidínicas Timina (T) e Citosina (C), respectivamente; b) Estrutura tridimensional da dupla hélice de DNA, com suas fitas de polaridade inversa, tendo uma o sentido 3’ 5’ e outra o sentido 5’ 3’ e c) Visão esquemática da dupla hélice do DNA formadas por nucleotídeos unidos por ligações fosfodiéster e pelas bases nitrogenadas ligadas por pontes de hidrogênio, de forma que A se liga à T por 2 pontes de hidrogênio e G e C são ligadas por 3 pontes de hidrogênio..........................................................................................................13
Figura 3 - Thomas D. Brock no Lago do “Yellowstone National Park”............24
Figura 4- Termocicladores..............................................................................25
Figura 5 - Representação esquemática de algumas etapas da técnica PCR....................................................................................................................26
Figura 6 - Esquema para a obtenção de plasmídeos recombinantes...............36
Figura 7 – Processo conhecido com réplica.......................................................38
Figura 8 - Seqüenciamento...............................................................................41
Figura 9 - DNA ligase catalisa a junção de duas fitas de DNA que são partes da molécula da dupla-hélice....................................................................43
Figura 10 - Fragmentos de DNA com extremidades não coesivas podem
ser transformadas em coesivas pela adição de poli (A) e poli (T)......................44
Figura 11. Fragmentos de DNA com extremidades não coesivas....................45
Figura 12 - A reação de síntese.........................................................................47
Figura 13 - Terminadores..................................................................................48
Figura 14 - Autoradiograma..............................................................................49
8
Figura 15 - Fragmentos de diferentes comprimentos.......................................52
Figura 16 -Os fragmentos de diferentes comprimentos que migram no gel......53
Figura 17- Eletroferograma parcial de uma sequência de DNA........................54
9
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................11
1 ESTRUTURA E FUNÇÃO DO DNA........................................................11
1.1 EXTRAÇÃO DE DNA..............................................................................13
1. Eletroforese em Gel de Agarose.............................................................16
2. Espectrofotometria..................................................................................20
3. Fluorometria............................................................................................20
2 AMPLIFICAÇÃO......................................................................................24
2.1 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR)....................................24
3 PURIFICAÇÃO DA AMPLIFICAÇÂO......................................................27
4 CLONAGEM............................................................................................30
4.1 CLONAGEM DE DNA.............................................................................30
4.2 CICLO CELULAR....................................................................................31
4.3 ESTIMATIVA DE CONCENTRAÇÃO DE DNA.......................................32
4.4 PREPARAÇÃO DO PLASMÍDEO (PREP)........................................................33
4.4.1 Clonando DNA de um Plasmídeo...................................................................35
5 REAÇÃO DE SEQÜENCIAMENTO..............................................................39
5.1 Seqüenciamento Automático...................................................................40
6 PURIFICAÇÃO DA REAÇÃO.......................................................................42
6.1 DNA LIGASE...........................................................................................43
6.1.1 Tipos de Fragmentos de DNA que são ligados pela DNA Ligase...........43
7 SEQÜENCIAMENTO DE DNA.....................................................................46
7.1 PRODUÇÃO DE UM DNA PARA SEQÜENCIAMENTO E A TÉCNICA
DIDEOXI..................................................................................................49
CONCLUSÃO....................................................................................................54
REFERÊNCIAS..................................................................................................55
10
RELATÓRIO DE ESTÁGIO.................................................................................61
INTRODUÇÃO
Todos os seres vivos são formados de células e as formas mais simples de
vida são células individualizadas, que se propagam por cissiparidade. Porém,
organismos superiores, como vegetais e animais, são constituídos de grupos
celulares que têm tarefas especializadas e são ligadas por um complexo sistema de
comunicações.
As células são constituídas de moléculas e ocupam um ponto intermediário na
escala da complexidade biológica. O estudo das moléculas e a compreensão do
funcionamento delas revelam a maneira pela qual a cooperação intercelular origina
os organismos mais complexos.
Milhares de reações diferentes e intimamente coordenadas são realizados
simultaneamente por uma célula e uma variedade de mecanismos-controle regulam
as atividades de enzimas-chave em respostas a mudanças de condições da célula.
A evolução de grandes animais e plantas dependeu da evolução de muitos
tipos de células especializadas, assim como de uma maior coordenação entre elas,
refletindo um crescente e elaborado sistema de controle da expressão gênica nas
células individuais.
Na maioria dos seres vivos as informações genéticas são transportadas na
seqüência linear de nucleotídeos no DNA, com exceção de alguns vírus, cujo
material genético é o RNA. Cada molécula de DNA é uma dupla-hélice formada por
duas fitas complementares de nucleotídeos unidas por pontes de hidrogênio entre os
pares de bases G-C (citosina e guanina) e A-T (adenina e timina). A duplicação da
informação genética ocorre pela polimerização de uma nova fita complementar de
cada uma das fitas originais da dupla-hélice, durante a replicação de DNA.
Até o inicio da década de 70, o DNA era a molécula celular mais difícil de ser
analisada pelo bioquímico. Extremamente longa e quimicamente monótona, a
seqüência de nucleotídeos do DNA somente podia ser estudada através de
11
abordagens indiretas, como seqüenciamento de proteínas ou RNA ou por analise
genética. Atualmente é possível manipular uma região especifica do DNA, produzir
um numero virtualmente ilimitado de copias da mesma e determinar a sua seqüência
nucleotídica num ritmo bastante acelerado. Variações das mesmas técnicas
permitem que um gene isolado seja alterado (engenharia do DNA) de acordo com o
interesse e, posteriormente, reintroduzido em célula de cultura. Com um pouco mais
de dificuldade, é possível inserir um gene modificado na linhagem germinativa de um
animal ou de um vegetal, de modo que ele se torne funcional e que seja herdado
como parte do genoma do organismo que o recebeu.
Estes estudos levaram à descoberta de novas classes de genes e proteínas,
e revelaram que muitas proteínas foram altamente conservadas ao longo do
processo evolutivo, num grau bem maior do que se suspeitava anteriormente.
O DNA então, tornou-se a molécula mais fácil de ser analisada, sendo
possível isolar regiões específicas, obtê-las em grande quantidade e determinar a
sua seqüência numa velocidade de milhares de nucleotídeos por dia.
**A capacidade das células de manter a ordem em um universo caótico
depende da informação genética que é expressa, mantida, replicada e,
ocasionalmente, melhorada, através dos processos genéticos básicos: síntese de
RNA e de proteínas, reparação do DNA, replicação do DNA e recombinação
genética.
Genética é o estudo dos genes em todos os níveis, desde as moléculas até
as populações. Os primórdios desta disciplina datam da década de 1860, com o
trabalho de Gregor Mendel, que formulou a idéia da existência dos genes
(chamados por ele de partículas ou fatores). Hoje sabemos que os genes
correspondem a regiões específicas da longa molécula de DNA que constitui a
estrutura fundamental do cromossomo.
12
1 ESTRUTURA E FUNÇÃO DO DNA
A vida depende da capacidade das células de armazenar, resgatar e traduzir
as instruções genéticas necessárias para fazer e manter um organismo.
No início do século XX, reconheceu-se que os genes estão nos
cromossomos, estruturas então conhecidas como filamentos no núcleo de uma
célula. Análises bioquímicas mostraram que os cromossomos continham DNA e
proteína.
Conduzindo seus experimentos com linhagens virulentas e não-virulentas da
bactéria Streptococcus pneumoniae, Frederick Griffith, em 1928, demonstrou que o
DNA é o princípio transformante. A demonstração de que o DNA é o princípio
transformante foi à primeira de que os genes são compostos por DNA.
Os biólogos da década de 40 tinham dificuldades em aceitar que o DNA era o
material genético devido à sua simplicidade química, frente à enorme diversidade de
características apresentadas pelos organismos. Porém, em 1952 Allfred Hershey e
Martha Chase, a partir de seus experimentos com bactérias Escherichia coli
infectadas por fagos T2, apresentaram argumentos conclusivos de que o DNA era o
material genético.
A estrutura física do DNA ainda não era conhecida, mas os “blocos
estruturais” (as quatro moléculas básicas, conhecidas por nucleotídeos, contendo
um fosfato, uma pentose e uma das quatro diferentes bases nitrogenadas: Adenina,
Citosina, Guanina e Timina) já eram conhecidos (Figura 1). Entretanto, a
compreensão ainda era difícil, pois os conceitos sobre o código genético ainda não
estavam estabelecidos.
13
Figura 1 - Estrutura química dos quatro nucleotídeos que formam os blocos estruturais do DNA. Cada nucleotídeo é constituído por um fosfato, uma pentose (desoxirribose) e uma base nitrogenada, que podem ser purínicas (guanina e adenina) ou pirimidínicas (citosina e timina). (Griffiths et al., 2000).
No início da década de 50, Rosalind Franklin e Maurice Wilkins examinaram
pela primeira vez a molécula de DNA por difração de raio X, uma técnica que
permite determinar a estrutura atômica tridimensional de uma molécula. Os
resultados indicaram que DNA era composto de duas fitas enroladas em uma hélice.
Erwin Chargaff, por sua vez, estabelecera regras empíricas sobre as quantidades de
cada componente do DNA, a qual definia que a quantidade total de nucleotídeos
pirimidínicos (T+C) é sempre igual à quantidade total de nucleotídeos purínicos
(A+G).
Em 1953, James Watson e Francis Crick deduziram e propuseram, a partir
destas informações, a estrutura de dupla hélice do DNA, onde cada hélice é uma
cadeia de nucleotídeos unidos por ligações fosfodiéster e cujas hélices estão ligadas
por pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas, por pareamento específico
entre uma base purínica com uma base pirimidínica. Estabeleceram também que
apenas os pareamentos T-A e C-G tinham complementaridade tipo “chave-
fechadura”, necessária para um pareamento eficiente por pontes de hidrogênio
(Figura 2).
O modo como as subunidades de nucleotídeos estão ligadas dá à fita de DNA
uma polaridade química que caracteriza uma extremidade como 3’ e a outra como
extremidade 5’, esta convenção é baseada nos detalhes da ligação química entre os
nucleotídeos.
14
Figura 2 - (a) Modelo simplificado da estrutura helicoidal do DNA, mostrando as pontes de hidrogênio que unem as bases purínicas Adenina (A) e Guanina (G) às bases purimidínicas Timina (T) e Citosina (C), respectivamente; b) Estrutura tridimensional da dupla hélice de DNA, com suas fitas de polaridade inversa, tendo uma o sentido 3’ 5’ e outra o sentido 5’ 3’ e c) Visão esquemática da dupla hélice do DNA formada por nucleotídeos unidos por ligações fosfodiéster e pelas bases nitrogenadas ligadas por pontes de hidrogênio, de forma que A se liga à T por 2 pontes de hidrogênio e G e C são ligadas por 3 pontes de hidrogênio. (Extraído de Griffiths et al., 2000).
O gene é uma região do DNA que controla uma característica hereditária
específica. A seqüência especifica das bases que compõe o gene geralmente
corresponde a uma única proteína ou RNA complementar.
1.1 EXTRAÇÃO DE DNA
Para o isolamento e purificação de ácidos nucléicos, é necessário separá-los
efetivamente dos outros constituintes celulares. No caso especial dos ácidos
nucléicos, também é fundamental manter a integridade das moléculas, que devem
permanecer inalteradas durante o procedimento de extração, pois as informações
contidas no DNA/RNA dependem da seqüência diretamente. Alguns protocolos
resultam na quebra dos polímeros de DNA ou RNA, causando a perda de
informações. Portanto, é extremamente importante que os ácidos nucléicos sejam
extraídos num estado mais intacto e inteiro possível. Para DNA, teoricamente, a
extração de moléculas do tamanho de cromossomo seria ideal. Apesar de ser
possível, especialmente para algumas aplicações, tais como eletroforese de campo
pulsado (“Pulsed Field Gel Electrophoresis”), as quantidades obtidas não são
suficientes para a maioria dos usos. Existe, portanto, um balanço entre a qualidade e
15
praticidade. Existem vários métodos descritos na literatura, e a escolha depende do
balanço entre a praticidade, qualidade e a finalidade de uso do acido nucléico. De
modo geral, os métodos e extração consistem dos seguintes passos:
a) ruptura dos tecidos através da trituração de tecidos congelados na presença de
nitrogênio liquido ou gelo seco.
b) liberação de componentes celulares num tampão de lise da membrana com
detergentes (SDS, sodium dodecil sufato; ou CTAB, cetiltrimetilamonio brometo).
O tampão de extração deve possuir Ph entre 8,0 e 9,0, desfavorável à ação de
nuclease.
c) inativação de nuclease por esses detergentes e agentes quelantes (EDTA,
ethilenodiamonotetraacetato). Este agente quelante imobiliza cátion de Mg, que
são cofatores para varias endonucleases. A emulsificação da mistura de tampão
e tecido com fenol ou clorofórmio leva a desnaturação das proteínas. Na
extração de DNA de plantas, utiliza-se o PVP (polivinilpirrolidona) por possuir
efeito antioxidante, e é adicionado para evitar a oxidação de polifenóis. O agente
redutor β-mercaptoetanol inibe a atividade de peroxidases e polifenoloxidases.
d) remoção dos resíduos celulares e precipitação das proteínas por centrifugação.
A desproteinização é obtida através de um tratamento com fenol ou clorofórmio,
pois esses solventes orgânicos desnaturam as proteínas e enzimas, e são
separadas após centrifugação, permanecendo na interface entre a fase aquosa
(superior) contendo os ácidos nucléicos e a fase orgânica (inferior). Alguns
protocolos incorporam proteases (proteína K) para facilitar a separação do DNA
das proteínas da cromatina.
e) recuperação dos ácidos nucléicos totais por precipitação em álcool (etanol ou
isopropanol).
f) eliminação do RNA por digestão com RNAse, ou separação de RNA e DNA por
solubilidade diferencial em sais. Sob condições de alta concentração de sais (Ex:
7,5 M de Acetato de Sódio), DNA e os RNA pequenos (principalmente Trna)
permanecem em solução, enquanto que RNA (> que 60 bases) precipita.
Os ácidos nucléicos são poliânions solúveis em água. Os sais de sódio e
potássio de ácidos nucléicos são solúveis na maioria dos solventes orgânicos,
incluindo numa mistura de etanol e água, mas eles não são desnaturados por
solventes orgânicos. O detergente catiônico CTAB solubiliza membranas celulares, e
16
dependendo da concentração de NaCl no tampão, CTAB forma um complexo com o
DNA, e é utilizado para precipitar DNA seletivamente.
Para analise de DNA, utilizando a digestão por enzimas de restrição (Ex:
RFLP), existe a necessidade de obter-se DNA de boa qualidade. Contaminantes
(polifenóis e polissacarídeos) interferem na atividade dessa enzima, reduzindo a
eficiência. A contaminação por polissacarídeos consiste na principal contaminação
afetando a pureza do DNA extraído de plantas. Esses carboidratos podem inibir a
atividade de várias enzimas usadas em manipulações biológicas de DNA, tas como,
ligase, polimerase, e enzimas de restrição. A maioria dos métodos de extração
empregada não separa eficientemente o DNA dos polissacarídeos, provavelmente
devido à similaridade estrutural entre esses dois tipos de polímeros. A contaminação
por polissacarídeos depende da espécie, tecido e condições fisiológicas da planta
amestrada. Certas espécies “produzem” um DNA muito contaminado por
polissacarídeo, tornando difícil a ressuspensão do pelet. Vários métodos têm sido
propostos tentando superar esse problema. A contaminação por fenóis, e a
conseqüente oxidação do DNA, pode ser evitada agregando PVP, β-mercaptoetanol
ao tampão de extração. Em casos extremos, o composto dietilditiocarbonato (0,1 M)
pode ser adicionado.
Os métodos de extração de DNA mais antigos empregavam gradientes em
CsCl, que produzem DNA de alta qualidade, mas são caros e trabalhosos,
requerendo uma ultracentrífuga. Soluções com alta concentração de cloreto de césio
(5M) formam um gradiente de densidade sob alta centrifugação, e o sal de césio de
DNA possui uma densidade intermediária entre os extremos de concentração (e,
portanto de densidade) desse gradiente. É possível a separação de RNA do DNA,
assim como espécies de DNA com densidade diferente devido a composição de
bases e estrutura terciária. Esses métodos de extração de DNA necessitam maiores
quantidades de tecido, um problema quando se trabalha com um grande número de
indivíduos em análises genéticas. Mais recentemente, com o advento do PCR,
vários métodos foram propostos, que utilizam pouca quantidade de tecido na
extração, resultando num DNA com qualidade inferior, mas bem aceitáveis. A maior
parte dos protocolos de extração disponíveis deriva basicamente do método descrito
por Dellaporta et al. (1983) e aqueles que utilizam o detergente CTAB (brometo de
hexadeciltetrametilamônio), onde o DNA é solúvel sob altas concentrações de sal.
17
1.1.1 Eletroforese em Gel de Agarose
Sob influência de uma diferença de potencial elétrico, átomos, moléculas e
partículas com carga, em solução aquosa, migram na direção do eletrodo com carga
oposta. Como as moléculas têm cargas e massas variáveis, a migração em um meio
de viscosidade definida se dará em diferentes velocidades, com separação das
várias frações de uma mistura.
A mobilidade eletroforética, que é a velocidade de migração por unidade de
campo elétrico, é um parâmetro característico da molécula em um determinado meio
de eletroforese. Este parâmetro depende da densidade de cargas da molécula e do
seu tamanho. Depende, portanto, do pH do grupo ionizável e do pH do tampão que
dissolve a amostra. Como a viscosidade do gel determina o atrito, limitando a
velocidade de propagação, a mobilidade eletroforética será dependente da
temperatura. O que normalmente analisamos é a mobilidade eletroforética relativa
da molécula, comparando-se as distâncias de migração com as de uma substância
padrão, aplicada na mesma corrida eletroforética. Estas substâncias constituirão
marcadores que tornam a avaliação da separação eletroforética relativamente
independente de variações na diferença de potencial elétrico e do tempo de
eletroforese.
As amostras para eletroforese não poderão conter partículas grandes ou
gotículas de óleo em suspensão, pois estas interferem com a separação por
bloquear os poros da matriz de eletroforese. Pode-se centrifugar as soluções antes
de colocá-las no gel.
Separar substâncias que têm ou cargas positivas ou cargas negativas, como
os ácidos nucléicos, que só têm cargas negativas, não constituem, em geral,
problema. As moléculas como as proteínas cuja carga resultante dependente do pH
do meio terão as migrações eletroforética fortemente influenciadas pelo pH do
tampão.
A força iônica (concentração total de íons) do tampão utilizado deve ser tão
baixa quanto possível (o mínimo que garanta um pH constante), reduzindo-se, desta
forma, as correntes iônicas que fluem pelo gel e a dissipação térmica excessiva
18
(lembrar que os íons que constituem o tampão também migram eletroforeticamente,
contribuindo para a corrente total).
Para se avaliar o progresso da separação e reconhecer o fim da corrida,
corantes com alta mobilidade eletroforética são adicionados juntamente com a
amostra.
A matriz do gel de eletroforese deve ter poros de tamanhos regulares e
ajustáveis, deve ser quimicamente inerte. A eletro-osmose, que é o arraste do
solvente pela migração eletroforética do soluto, quando os poros são pequenos, não
deve ocorrer, pois alteraria a mobilidade dos íons.
Os géis de agarose, um polissarídeo extraído de algas marinhas, são
adequados para separar moléculas com diâmetro igual ou superior a 10 nm. Com a
remoção da agaropectina, se obtêm tipos de agarose com diferentes graus de
pureza e de eletrosmose. As diferentes agaroses se caracterizam pelo seu ponto de
fusão (melting point), que pode variar entre 35oC e 95oC e pelo grau de eletrosmose
(mr), que depende do número de grupos polares que persistem após a purificação.
O tamanho dos poros depende da concentração de agarose. A concentração
em geral é dada como peso de agarose por volume de água. Em geral, géis a 1%
têm poros em torno de 150 nm e géis a 0,16% têm poros em torno de 500 nm. A
agarose é dissolvida em água fervendo e forma um gel quando esfria. Durante esse
processo há formação de duplas hélices que se juntam lateralmente, de modo a
formar filamentos finos. Durante a geleificação há formação de polímeros.
Eletroforese em gel de agarose é o método de escolha para separação,
purificação e identificação DNA e RNA. São utilizados, para isso, géis horizontais,
submarinos: o gel fica diretamente mergulhado no tampão. O gel de agarose tem
menor resolução que o de acrilamida (que veremos posteriormente), mas tem uma
faixa de separação maior (entre 200 pb e cerca de 50 kpb).
A eletroforese em gel de agarose consiste no método padrão usado para
separar, identificar, analisar, caracterizar e purificar fragmentos de DNA. A
eletroforese em gel de acrilamida é usada em menor escala. A técnica é simples,
rápida e capaz de separar misturas de fragmentos de DNA que não podem ser
separados por outros métodos, tais como centrifugação com densidade de gradiente
ou por velocidade de sedimentação. A localização do DNA no gel pode ser
determinada diretamente. As bandas no gel são coloridas principalmente por
Brometo de Etídeo a baixa concentração, que colore por intercalar-se na dupla fita
19
de DNA. Concentrações de até 1 ng de DNA podem ser visualizadas por exame
direto de gel na luz ultravioleta.
Uma molécula de DNA, quando exposta a um campo elétrico, migra para o
eletrodo na velocidade ou mobilidade eletroforética, proporcional a força do campo e
a carga líquida da molécula. A mobilidade eletroforética é também inversamente
proporcional ao coeficiente friccional da molécula, que, por sua vez é função do
tamanho e forma da molécula e da viscosidade do meio. Portanto, uma mistura de
moléculas diferentes pode ser separada eletroforeticamente com base em:
a) tamanho da molécula
b) forma ou conformação da molécula
c) magnitude das cargas elétricas líquidas na molécula
Quando aplicadas na mesma posição num campo elétrico, as moléculas
serão separadas em bandas e migrarão a velocidades diferentes para posições
diferentes no meio.
Sob condições fisiológicas, os grupos fosfatos dos ácidos nucléicos
encontram-se ionizados. Cadeias de polinucleotídeos de DNA e RNA são
chamadas de poliânions e migram para o eletrodo POSITIVO (anodo) quando
colocados em campo elétrico. Devido à natureza repetitiva dos fosfatos, o DNA
dupla fita possuem aproximadamente a mesma relação de massa e carga líquida.
Ajustando a viscosidade do meio, entretanto, os efeitos da fricção e o formato das
moléculas podem ser usados permitindo separar os ácidos nucléicos
eletroforeticamente por tamanho. A viscosidade do meio pode ser determinada pelo
tamanho dos poros do meio através da concentração de agarose ou poliacrilamida.
Portanto, a taxa de migração de DNA através de gel de agarose é
dependente de quatro parâmetros:
1. Tamanho da molécula de DNA: uma molécula linear de DNA dupla fita move-se
através da matriz de agarose numa taxa inversamente proporcional ao log10 do
seu peso molecular (ver figura).
2. Concentração de Agarose: O fragmento de DNA de um determinado peso migra
em velocidade distinta através de géis de diferentes concentrações de agarose.
Existe uma relação linear entre o logaritmo da mobilidade eletroforética do DNA e
a concentração do gel
20
3. Conformação de DNA: DNA circular fechado e tenso “supercoiled” (Forma I),
circular relaxado com corte “nick” (Forma II), e linear (forma III) com o mesmo
peso molecular migra através de géis a velocidades diferentes. A mobilidade
relativa das três formas depende primeiramente da concentração de agarose no
gel, mas também é influenciada pela voltagem aplicada, a força iônica do
tampão, e a densidade de torção do DNA na Forma I. Sob algumas condições, a
Forma I migra mais rapidamente que a Forma III; e sob outras condições, a
ordem é invertida.
4. Corrente aplicada: Sob baixa voltagem, a taxa de migração de fragmentos de
DNA linear é proporcional à voltagem aplicada. Entretanto, com um aumento no
campo de força aplicado, a mobilidade de fragmentos de alto peso molecular
aumenta diferencialmente. Portanto, a faixa efetiva de separação por gel de
agarose decresce com um aumento na voltagem. Para obter a maior resolução
de fragmentos de DNA, os géis não devem ser submetidos a voltagens maiores
que 5 V/cm.
5. Composição de Bases e Temperatura: O comportamento eletroforético de DNA
em géis de agarose (em contraste a géis de poliacrilamida) não é muito afetado
tanto pela composição de bases do DNA, nem pela temperatura em que o gel é
corrido. Portanto, a mobilidade eletroforética relativa de fragmentos de DNA em
géis de agarose não é muito afetada por temperaturas entre 4 e 30oC. De modo
geral, géis de agarose são corridos na temperatura ambiente. Entretanto, géis
contendo menos de 0,5% de agarose são muito frágeis e devem ser corridos a
4oC, para terem maior rigidez.
1.1.2 Espectrofotometria
Nessa prática utilizou-se o espectrofotômetro, gel de agarose, fluorômetro e
placa de Petri com padrão.
1. Ligar o espectrofotômetro 15 minutos antes. Colocar o comprimento de
onda para 320 nm.
21
2. Fazer uma solução diluída em água da amostra de DNA (1:100, 1: 500, ou
até 1: 1000).
3. Zerar o instrumento com água em Abs320nm.
4. Fazer leituras de Abs230nm, AbS260nm, Abs280nm e Abs320nm
5. Estimar a concentração de DNA pela fórmula
(Abs260nm – Abs320nm) x 50 x fator de diluição = [DNA] em mg ml-1
Obs. Existe um superestimativa da concentração por espectrofotômetro
devido a impurezas na solução.
6. Fazer um estoque de trabalho com a concentração de 5 ng ml-1
1.1.3 Fluorometria
O equipamento que usamos foi o Hoefer DyNA Quant 200, que é um fotômetro
com filtro de fluorescência com uma fonte fixa de passagem de excitação a 365 nm
e um filtro de passagem de emissão a 460 nm. Ele foi desenhado para a
quantificação de baixas concentrações de DNA usando o corante chamado de
Hoechst 33258, também chamadao de bisbenzimida. O corante Hoechst 33258
apresenta alterações nas características de fluorescência na presença de DNA, que
permite a estimativa da concentração na solução. Na ausência de DNA, o espectro
de excitação do corante Hoechst 33258 possui um pico a 356 nm e o espectro de
emissão possui um pico fraco a 492 nm. Quando Hoechst 33258 liga-se ao DNA,
esses picos movem-se para 365 nm de excitação e 458 nm de emissão. No poço da
cuveta, a amostra é exposta a luz filtrada (365 nm + 7 nm) de uma lâmpada de
mercúrio. Essa luz excita o complexo corante-DNA, causando a luz a emitir um pico
a 458 nm. O filtro de emissão colocado em frente ao fotodetector, permite apenas
fluorescência de 460 + 15 nm ser detectada. Portanto, a fluorescência medida é um
indicador direto da concentração de DNA. A medida de fluorescência não é uma
unidade absoluta e sim relativa a um branco e a um padrão com concentração
conhecida.
a) Preparar as soluções necessárias para o ensaio e a solução DNA padrão
(“calf thymus” DNA)
SOLUÇÕES ESTOQUES
22
Tampão 10 x TNE Solução Estoque
(100 mM Tris, 10 mM EDTA, 2 M NaCl, 100 ml)
Tris base (PM = 121,14) 1,211 g
EDTA, sal dissódico, dihidratado (PM = 372,20) 0,372 g
NaCl 11,689 g
Completar volume até 70 ml com água mQ
HCl concentrado até pH 7,4
Completar volume até 100 ml
Filtrar antes do uso (0,45 µm). Armazenar a 4oC por até 3 meses.
Solução de Corante Hoescht 33258 ( 1mg/ml)
USE MÁSCARA E LUVAS
Hoescht 33258 10 mg
Água mQ 10 ml
Não filtrar. Armazenar a 4oC por até 6 meses protegendo da luz.
Padrão de DNA “calf thymus” (100 mg/ml)
Solução estoque 1 mg/ml de padrão 100 ml
10 x TNE 100 ml
Água mQ 800 ml
Solução de Trabalho 1 x TNE Baixa concentração (A)
(concentração final do DNA a medir entre 10 a 500 ng/ml)
0,1 mg/ml de H 33258 em 1 x TNE (0,2 M NaCl, 10 mM Tris-Cl, 1 mM EDTA,
pH 7,4)
solução estoque de H 33258 10 ml
10 x TNE 10 ml
Água mQ destilada 90 ml
b) Zerar o instrumento. Prepare um branco usando 2 ml da solução de
trabalho A (baixa concentração). Seque o lado da cubeta com lenço de
23
papel. Insira a cubeta no poço, feche a tampa, e aperte o botão <ZERO>.
Depois que aparecer 0 no display, remova a cubeta.
c) Calibrar o instrumento. Aplique 2 ml da solução de DNA padrão nos 2 ml
de Solução de Trabalho A. Misture com pipetagem várias vezes. Coloque a
cubeta no poço, feche a tampa e aperte o botão <CALIB>. Digite 100 e
aperte <ENTER>. Depois que o valor aparecer no display, remova a cubeta.
d) Zerar o instrumento. Retire a cubeta, esvazie e rinse. Seque a cubeta
sobre lenço de papel. Adicione 2 ml da solução de trabalho A (baixa
concentração) .Insira a cubeta no poço, feche a tampa, e aperte o botão
<ZERO>. Depois que aparecer 0 no display, remova a cubeta.
e) Ler a amostra. Adicionar 2 ml da amostra e misture bem. Coloque a cubeta
no poço, feche a tampa e registre a leitura.
f) Ler as amostras subseqüentes. Repetir os passos 4 e 5 para cada
amostra.
Importante:
- ligue o instrumento 15 minutos para estabilizar a lâmpada antes de medir
- use luvas pois o corante pode ser mutagênico.
- Toda as soluções devem estar à temperatura ambiente antes de medir a
fluorescência
- Preparar solução de trabalho fresca para uso do dia
- Filtrar o tampão TNE antes de acrescentar o corante
24
2 AMPLIFICAÇÃO
2.1 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR)
A técnica reação em cadeia da polimerase (PCR, Polymerase Chain
Reaction), foi concebida por Kary Mullis em meados da década de 80. Desde a sua
concepção causou uma verdadeira revolução nas pesquisas. O impacto da PCR e
seus métodos derivados deram a Kary Mullis o prêmio Nobel.
Reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma técnica que envolve a síntese
in vitro de milhões de cópias de um segmento de DNA na presença da enzima DNA
polimerase
Um importante avanço técnico no processo surgiu com a descoberta da Taq
polimerase oriunda da bactéria Thermus aquaticus a qual vive em fontes de água à
temperatura de 75ºC encontrada no do “Yellowstone National Park” (figura 3).
Figura 3 - Thomas D. Brock no Lago do “Yellowstone National Park”
A enzima tem uma temperatura ótima de ação a 72ºC, mas permanece
razoavelmente estável mesmo a 94ºC e com isto, a enzima ‘e adicionada uma única
25
vez. Devido a este fato, foi possível a automatização do processo nos chamados
termocicladores (figura 4).
Figura 4- Termocicladores
A maior aplicação desta metodologia é a possibilidade de se amplificar numa
determinada seqüência do DNA sem a necessidade do uso das tradicionais técnicas
de clonagem molecular. Uma simples copia de um gene especifico dentro de um
genoma pode ser amplificada para alguns microgramas, partindo-se de quantidades
mínimas como picogramas de DNA total. A condição básica para a aplicação da
técnica, depende da construção de oligonucleotidoes iniciadores (primers) os quais
são complementares as duas fitas opostas do DNA e que estejam flanqueando a
seqüência a ser amplificada.
Como podemos ver, no processo basicamente ocorre em 3 fases:
desnaturação, anelamento e extensão, os quais, constituem um ciclo de reação de
amplificação.
O processo inicia-se com a desnaturação da dupla fita do DNA que contém a
seqüência a ser amplificada. Geralmente, a desnaturação é realizada a uma
temperatura de 94ºC durante 5 minutos, onde nesta temperatura as duas fitas do
DNA separam-se (figura 5).
26
Figura 5 - Representação esquemática de algumas etapas da técnica PCR, mostrando a ligação dos iniciadores (primers) ao segmento de interesse e a amplificação em progressão geométrica dos fragmentos a cada ciclo. (Griffiths et al., 2000).
O passo seguinte consiste em baixar a temperatura de acordo com o primer
especifico (usualmente 5ºC abaixo do TM real dos primers), permitindo que os
oligonucleotideos iniciadores anelem-se especificamente nas extremidades
flanqueadas da seqüência alvo e nas fitas opostas.
Finalmente, no terceiro passo a temperatura é elevada para
aproximadamente 72ºC e nesta temperatura, há incorporação de 35 a 100
nucleotideos por segundo, dependendo da enzima, do tampão, do pH, da
concentração de sal e da natureza do DNA-template e com isto a polimerase copia a
seqüência alvo a partir dos oligonucleotideos iniciadores é a fase de extensão.
27
3 PURIFICAÇÃO DA AMPLIFICAÇÂO
Qualquer análise em genética molecular requer, obviamente, o estudo do
DNA ou do RNA, pelo que o primeiro passo em qualquer técnica genética consiste
no isolamento e purificação de uma ou mesmo das duas espécies de ácidos
nucléicos.
Para o isolamento e purificação dos ácidos nucléicos, encontram-se
disponíveis várias técnicas alternativas as quais originam DNA ou RNA com
diferentes graus de pureza e de integridade física. Na maioria dos casos, estas
técnicas iniciam-se com o processo de libertação dos ácidos nucléicos, o que
envolve a lise das células a estudar, seguida de ataques enzimáticos e/ou químicos
para destruir os componentes protéicos da mistura. Já no que diz respeito ao
processo de purificação dos ácidos, várias alternativas se encontram disponíveis. O
processo de purificação mais econômico e simples é denominado de salting-out e
consiste na insolubilização dos longos filamentos de DNA por ação da concentração
salina da solução . Neste método, o DNA obtido é de baixa pureza, sendo recolhido
por suave enrolamento com uma vareta de vidro após adição de um sal. O DNA
assim preparado necessita depois de ser submetido a um longo processo de
ressolubilização, após o que se encontra pronto para ser estudado. Note-se que
apesar do baixo custo envolvido, este é um processo muito ineficiente devido á
baixa pureza do DNA obtido, ao elevado teor de mão de obra necessário, e ao longo
tempo de preparação que envolve. O processo tradicional de preparação de DNA de
elevada pureza e integridade fisica é denominado de fenol-clorofórmio.Este
processo deve o seu nome ao fato de envolver o ataque químico de proteínas e
outros compostos celulares por ação do fenol dissolvido em clorofórmio. Esta
mistura contém ainda habitualmente δ-hidroxiquinelona como corante (facultativo) e
álcool isoamilico como regulador da densidade. Neste processo, após a libertação
dos ácidos nucléicos, a solução aquosa é misturada com igual volume de solução de
fenol/clorofórmio, e após homogeneização suave, é centrifugada. Como as soluções
aquosa (contendo o DNA) e orgânica (contendo o fenol) são imiscíveis, após a
centrifugação podemos facilmente recolher a fase aquosa (no topo do tubo) e rejeitar
a fase orgânica (no fundo do tubo) e a interfase contendo um anel esbranquiçado
28
proteínas oxidadas e precipitadas. Note-se que a remoção da fase aquosa deve ser
executada com muito cuidado, para que a alta viscosidade não acarrete o
arrastamento de interfase protéica. O processo repete-se ciclicamente até não ser
observável a presença de interfase protéica. No final, o DNA é precipitado com a
adição de um sal e um álcool, e depois de centrifugados e secos brevemente é
então redissolvido. Este processo, apesar de permitir obter DNA de elevada pureza,
concentração e integridade física, tem como o salting out a desvantagem de ser
exigente do ponto de vista da mão-de-obra e do
tempo de execução, envolvendo ainda a manipulação de compostos tóxicos
como o fenol e o clorofórmio, o que exige condições não facilmente compatíveis com
um laboratório de rotina de análises clinicas.
PROTOCOLO
Segue abaixo o protocolo de purificação de DNA ULTRACLEAN PCR CLEAN UP
KIT da MO BIO Laboratories, Inc.:
1. Adicione a solução SpinBind na reação de PCR na proporção de 5:1. Exemplo: se
sua reação de PCR for de 100ul, adicione 500ul da solução.
2. Misture muito bem. Se você utilizar óleo mineral, verá duas camadas, sendo a
superior correspondente ao óleo.
3. Transfira então a reação para o filtro, evitando pegar a fase de óleo.
4. Centrifugue de 10 - 30 segundos a no mínimo 10.000g
5. Remova o filtro e descarte o filtrado do microtubo. Coloque o filtro de volta
neste mesmo tubo.
6. Adicione 300 µl da solução SpinClean buffer no filtro.
7. Centrifugue de 10 - 30 segundos a no mínimo 10.000g
29
8 . Remova o filtro e discarte o filtrado que esta no microtubo e coloque o filtro
novamente no mesmo tubo.
9. Centrifugue novamente de 30 - 60 segundos a 10.000g, no mínimo
10. Transfira o filtro para um novo tubo que acompanha o Kit.
11. Adicione 50ul de Elution Buffer (10mM Tris) que acompanha o kit ou então água
milli Q autoclavada no centro do filtro. Recomenda o uso do tampão fornecido com o
kit.
12. Centrifugue de 30 - 60 segundos a no mínimo 10.000g
13. Descarte o filtro. Armazene o tubo com DNA em freezer -20°C ou -80°C
30
4 CLONAGEM
Clone é o organismo ou grupo de organismos que derivam de outro através
de um processo de reprodução assexuada. O termo tem sido aplicado tanto a
células quanto a organismo, de modo que um grupo de células que procedem de
uma célula única também recebe este nome. Em geral, os clones têm características
hereditárias idênticas, ou seja, os seus genes são iguais. Por exemplo, os gêmeos
idênticos são parte de um clone, os procariontes, a maioria dos protozoários e
algumas leveduras reproduzem-se por clonagem.
Devido aos recentes progressos da engenharia genética, os cientistas podem
isolar um gene individual (ou grupo de genes) de um organismo e implantá-lo em
outro de uma espécie diferente.
Na década de 90, cientistas começaram a clonar organismos inteiros. O
primeiro deles foi uma ovelha, que ficou conhecida como Dolly, clonada a partir de
uma célula mamária de outra ovelha. No final de 1998, cientistas japoneses
anunciaram êxito numa experiência de clonagem de vacas.
4.1 CLONAGEM DE DNA
Produção de cópias exatas (clones) de um gene em particular ao conjunto de
genes utilizando técnicas de engenharia genética. O DNA contendo os genes "alvo"
é dividido em fragmentos utilizando enzimas de restrição.
Estes fragmentos são inseridos em vetores de clonagem, que transferem o
DNA recombinante para as células receptoras. Alternativamente o DNA pode ser
diretamente adquirido pelas células receptoras do meio (método menos eficaz do
que utilizando vetores).
Dentro da célula receptora o DNA recombinante sofre replicação. Assim, a
célula receptora vai dar origem a uma colônia de células contendo o gene alvo
clonado. Podem ser usados vários métodos para identificar essas colônias,
permitindo a sua seleção e cultura.
31
A clonagem de DNA facilita a seqüenciação; também permite que grandes
quantidades de uma proteína desejada sejam produzidas (exemplo: insulina
humana)
CICLO CELULAR
Período que compreende todo o tempo da vida de uma célula, desde a sua
formação, à sua subdivisão em células filhas.
A duração do ciclo celular varia de células para células, mas é constante em
células do mesmo tipo.
a) enzima de restrição
Enzima que percorre a molécula de DNA, fragmentando-a sempre que
reconhece seqüências de bases específicas.
São já bem conhecidas mais de 100 enzimas de restrição e cada uma
delas corta o DNA quando reconhece determinada seqüências de bases.
b) Vetor de clonagem
É o "veículo" utilizado na clonagem de DNA para introduzir o fragmento
de DNA estranho no genoma da célula receptora (por exemplo: plasmídeos ou
fagos)
c) Quiescência
É o estado no qual as funções mais básicas de uma célula ou conjunto
de células deixam de se realizar. É normalmente uma resposta a uma
condição ambiental desfavorável, tal como a falta de alimento. A célula torna-
se dormente até que o seu ambiente se torna favorável. Neste estado os
genes que definem a função da célula diferenciada encontram-se desativado o
que torna a célula propicia para a transferência nuclear.
d) Transferência nuclear
O núcleo de um ovócito é removido e introduz-se nesta célula o núcleo
de uma célula corporal preparada especialmente. A fusão entre o núcleo e o
32
ovócito anucleado é provocado por um impulso elétrico ou introdução de
químicos, o que provoca o início do desenvolvimento do ovo. Este processo
ainda não é muito bem conhecido e muitas tentativas falham logo ao início.
e) "Gene targeting"
As técnicas da biologia molecular moderna fornecem-nos uma
ferramenta capaz de efetuar mudanças muito precisas na informação
genética de uma célula. Isso pode envolver remoção, substituição ou adição
de uma seqüência de DNA. O que pode ser útil para modificar as
características de uma célula para ser usada num processo de transferência
nuclear.
4.3 ESTIMATIVA DE CONCENTRAÇÃO DE DNA
A estimativa da concentração de DNA depende do tipo e quantidade de
amostra disponível. Para amostras com certo grau de pureza, com baixo nível de
contaminação por proteínas, fenóis, polissacarídeos, álcool, ou outros ácido
nucléicos, a estimativa por espectrofotômetro, medida pela absorbância das bases a
260 nm consiste num método simples, rápido e com certa precisão. Para
quantificação de DNA, as leituras devem ser feitas entre 230 nm até 320 nm. A
leitura a A260nm permite o cálculo da concentração da ácidos nucléicos na amostra.
Uma DO (Densidade óptica) de l corresponde aproximadamente a 50 mg ml-1 para
DNA dupla fita, 40 mg ml-1 para DNA e RNA fita simples, e cerca de 20 mg ml -1 para
oligonucleotídeos. A relação entre A260nm e A280nm (DO260/DO280) fornece uma
estimativa da pureza dos ácidos nucléicos. Soluções puras de DNA e RNA
possuem valores de DO260/DO280 entre 1,8 e 2, respectivamente. Se existe
contaminação com fenol ou proteínas, a relação DO260/DO280 será muito menor, e a
precisão nas quantidades de ácidos nucléicos será baixa.
O uso de protocolos de extração de DNA simplificados, que utilizam pouco
material de origem, ou possuem poucos passos de purificação, tendem a produzir
ácidos nucléicos com maior contaminação. Em plantas tropicais, existe um grande
problema de contaminação com polifenóis e polissacarídeos. Nesses casos, a
estimativa por espectrofotometria não permitem uma determinação acurada da
33
concentração de DNA. Nesse caso, o método de escolha consiste na fluorometria.
A amostra de DNA a ser estimada é tratada com um corante específico para DNA
dupla fita (ex. Hoechst 33258), e esse corante é excitado a um comprimento de onda
(365 nm) e com emissão a 460 nm proporcional a concentração de DNA. RNA,
proteínas e nucleotídeos não afetam as leituras. (FERREIRA E GRATTAPAGLIA,
1995: 124-125).
Outros métodos empregados utilizam a característica da fluorescência em
ultravioleta induzida pela intercalação de brometo de etídeo na dupla fita de DNA. A
fluorescência é proporcional à concentração de DNA, e pode-se determinar a
quantidade de DNA numa amostra por comparação com padrões conhecidos. A
comparação de fluorescência pode ser feita num mini-gel, que permite também a
separação de DNA do RNA. Uma outra possibilidade é aplicar a amostra numa
placa de petri com 1% agarose contendo brometo de etídeo (0,5 mg ml -1), e
comparar com padrões. Manter a placa a 37ºC por cerca de 30 minutos e observar
no transiluminador (usar 0,5 g de agarose 1% em 50 ml de tampão TAE, adicionar 5
µl de brometo de etídeo 10 mg/ml e analisar alíquotas de 2 µL).
4.4 PREPARAÇÃO DO PLASMÍDEO (PREP)
O desenvolvimento de terapias moleculares como a terapia gênica e as
vacinas de DNA levaram ao aumento da necessidade de obtenção de grandes
quantidades de plasmídeos puros. Embora existam diversos métodos para purificar
plasmídeos, baseados nos procedimentos utilizados em biologia molecular, a maior
parte não é adequada para utilização em larga escala. Além disso, estes utilizam
geralmente reagentes tóxicos impossibilitando a sua utilização na purificação de
produtos terapêuticos. Nos últimos anos foram feitos alguns progressos nesta área
tendo-se desenvolvido novos métodos cromatográficos. Contudo existem ainda
algumas metodologias a serem exploradas. Uma das mais promissoras parecem ser
os sistemas de duas fases aquosas (SDFA). Estes se formam quando dois
polímeros ou um polímero e um sal se misturam em água acima de uma
determinada concentração crítica. As duas fases que se formam têm diferentes
características físico-químicas o que permite a separação de componentes de uma
mistura complexa. A variação dos parâmetros do sistema como o pH, a
concentração, peso molecular e tipo de polímeros e sais permitem a definição de
34
condições para a purificação do composto pretendido. As suas condições suaves,
simplicidade técnica, baixo custo, não toxicidade dos reagentes, facilidade de
aumento de escala e operação em contínuo torna-os adequados para a purificação
de biomoléculas em larga escala.
********Este projeto pretende desenvolver um processo de purificação de
plasmídeos baseado em SDFA contendo polímeros catiônicos. Sendo o DNA um
poliânion em solução é esperado que nestes sistemas os plasmídeos sejam
extraídos para a fase em que o polímero catiônico se acumula. Embora existam
outras espécies aniônicas na preparação impura de plasmídeo o teste de diversos
sistemas e condições permitirão a seleção das condições apropriadas para a sua
purificação. Vários SDFA serão testado para avaliar a sua capacidade para purificar
o plasmídeo modelo pVax1LacZ um vector utilizado para a produção de vacinas de
DNA.
Antes deste estudo os sistemas serão caracterizados pela determinação do
seu diagrama de fases. Os polímeros catiônicos serão utilizados como polímero
dominante numa das fases e também adicionados em pequenas quantidades a
sistemas polímero-polímero de modo a atuarem como ligados de afinidade e
direcionarem a partição do plasmídeo para uma das fases.
Em ambos o caso é esperado que o plasmídeo condense com o polímero
catiônico formando um poliplexo. Estes poliplexos serão depois isolados utilizando
métodos cromatográficos. Serão testadas a cromatografia de troca aniônica, de
exclusão molecular e de interação hidrófoba previamente utilizado para purificar os
plasmídeos e selecionado o melhor método. Os polímeros catiônicos utilizados
serão a polietileneimina, o poli-L-lisina e polímeros de poliamidoamina. Estes
polímeros têm sido referidos como eficientes vectores na terapia gênica e deste
modo o desenvolvimento deste procedimento permitirá a definição de um processo
fácil de produção de agentes para terapia molecular.
4.4.1 Inserindo DNA num Plasmídeo para clonagem
Finalmente podem-se discutir as bases da clonagem de DNA. Para
exemplificar o procedimento empregou-se um plasmídeo como vetor de clonagem e
cortou-se o plasmídeo e o DNA a ser clonado com uma enzima de restrição que
forma extremidades coesivas. É preciso ter em mente, contudo, que existem vários
outros vetores de clonagem e diferentes formas de fragmentar e clonar o DNA (com
35
enzimas de restrição que deixam extremidades cegas, com ou sem posterior
encaudeamento, com nebulização e com prensa francesa).
O processo se inicia pela extração do DNA das células doadoras e do
plasmídeo (neste exemplo, um plasmídeo pequeno, de aprox. 2,5 kpb, da bactéria E.
coli). A extração de DNA não é um processo complexo: resumidamente, as células
são lisadas com um detergente, os restos celulares e boa parte das proteínas
precipitadas por centrifugação em presença de uma concentração elevada de sal
(em geral acetato de potássio) e o sobrenadante, transferido para outro tubo, é
misturado com isopropanol. O DNA não é solúvel neste álcool, mesmo diluído com
água, e tende a precipitar. Para acelerar o processo centrifuga-se o material a
13.000 rpm por alguns minutos e o precipitado é ressuspenso em água ou num
tampão adequado. O DNA que se obtém desta forma não é muito limpo, mas serve
para uma boa parte das aplicações corriqueiras de laboratório. Atualmente kits
comerciais permitem a extração rápida de DNA de praticamente qualquer tipo de
célula, em quantidades e grau de pureza que satisfaçam ao mais exigentes
pesquisadores.
A extração do plasmídeo é semelhante à descrita acima, mas é preciso
usar um estratagema para separar o plasmídeo do DNA bacteriano. O DNA
plasmidial é muito menor que os fragmentos de DNA cromossômico bacteriano. O
truque então consiste em adicionar à solução de lise uma certa quantidade de álcali.
O pH alto desnatura o DNA. Logo em seguida adiciona-se ácido acético glacial e
acetato de potássio: o ácido neutraliza o álcali e os DNAs tendem a renaturar.
Porém, a presença de sal provoca a precipitação de todas as moléculas que não
forem muito solúveis em água. O DNA desnaturado é pouco solúvel em água e
precipita. É o caso dos fragmentos grandes de DNA cromossômico, que não
conseguem se renaturar e precipitam (por centrifugação), junto com as proteínas da
bactéria e restos celulares. O DNA plasmidial, ao contrário, renatura-se rapidamente
e torna-se muito solúvel em água, não podendo ser precipitado. Assim, recolhendo o
sobrenadante, teremos essencialmente DNA plasmidial, com uma contaminação
pequena de DNA cromossômico bacteriano.
Uma vez com os dois DNAs disponíveis (doador e plasmidial), resta cortá-
los com a enzima de restrição escolhida e misturar os dois DNAs. A tendência será
parear as extremidades coesivas, formando construções híbridas, ou quimeras. A
adição de ligase completa a cadeia fosfodiéster em cada uma das fitas de DNA. Este
passo está representado na parte superior da (figura 6).
36
Figura 6 - Esquema para a obtenção de plasmídeos recombinantes, a partir do uso de uma enzima de restrição que cria extremidades coesivas. Para maiores detalhes veja o texto acima.
Ao menos 5 produtos distintos podem ser formados a partir desta mistura. O
produto 1 é o desejado, no qual um inserto (verde) foi clonado no plasmídeo
(vermelho). Mas, lamentavelmente, outras construções também aparecem: o
produto 2 é o mais danoso ao processo, pois se trata do plasmídeo vazio, fechado
sem inserto. Ele é perfeitamente funcional e não pode ser descartado do processo.
O produto 3 é a circularização de vários fragmentos de DNA do doador, numa ordem
qualquer. Este "lixo" não é problemático, porque não contém uma origem de
replicação bacteriana. É um DNA que será perdido ao longo do tempo. O produto 4
é a união de dois (ou mais) plasmídeos e não se replica tão rápido quando o
plasmídeo vazio ou carregado com apenas um inserto, de forma que acaba
desaparecendo ao longo do tempo. O último "lixo" é o plasmídeo carregado com
vários insertos concatenados (ligados em cadeia) ou com um inserto muito grande.
É uma construção instável, também, e tende a desaparecer. Assim, excetuando o
plasmídeo vazio, todos as outras quimeras "lixo", uma vez na bactéria, tendem a
desaparecer e não são problemas para o experimentador.
Uma vez ligado o inserto com o plasmídeo (e produzidos os vários possíveis
lixos, também), é preciso introduzir estas construções na bactéria hospedeira. Isto é
feito pela entrada passiva de DNA através da membrana de bactérias previamente
tratadas com uma solução de cloreto de cálcio, ou ativamente, através de choques
elétricos, num processo chamado eletroporação. A eficiência de transformação
37
(entrada de DNA na bactéria) é bastante baixa (10-3 a 10-8), mas os transformantes
terão o plasmídeo dentro deles, o que lhes deve conferir propriedades novas, que
permitam uma seleção positiva. De fato, os plasmídeos têm um gene que confere à
bactéria a resistência a um certo antibiótico (suponhamos, ampicilina), de forma que
basta adicionar ampicilina ao meio e eliminaremos rapidamente todas as bactérias
que não tiverem plasmídeo (vazio ou carregado).
O plasmídeo vazio confere a mesma resistência ao antibiótico que o
plasmídeo carregado. Entretanto, é possível averiguar ao menos se, no conjunto de
plasmídeos formados, a maior parte está carregada (com inserto) ou, ao contrário,
vazia. Para tal os plasmídeos de clonagem têm uma segunda marca de resistência a
antibióticos (em geral, tetraclina), que é perdida quando o plasmídeo é aberto e o
inserto é clonado. Significa dizer que o sítio de clonagem é interno ao gene para a
resistência à tetraciclina. Significa também dizer que as bactérias que têm
plasmídeos vazios são resistentes a ampicilina e tetraciclina, enquanto as que têm
plasmídeos com inserto só mostram resistência a ampicilina. O procedimento
baseia-se na obtenção de uma réplica de uma placa de Petri contendo colônias
crescidas em presença de ampicilina, que é então carimbada sobre uma nova placa
de Petri contendo tetraciclina. As colônias que crescerem também em tetracilcina
não interessam, mas podem ser contadas. A figura 7 mostra esquematicamente o
procedimento, desenvolvido para outros fins, há quase 50 anos, por Joshua
Lederberg, que também recebeu o Prêmio Nobel pelos seus estudos (Joshua
Lederberg, George Beadle e Edward Tatum receberam o prêmio Nobel de Fisiologia
ou Medicina em 1958. Lederberg provou a existência da recombinação genética em
bactérias e contribuiu de forma importante para o conhecimento da organização
gênica de microrganismos. Beadle e Tatum mostraram que os genes agem
regulando eventos químicos definidos).
38
Figura 7 - O processo conhecido como réplica, na qual um carimbo de veludo estéril, facilmente improvisado sobre um cilindro de madeira, serve para transferir um pouco de bactérias de cada colônia de uma placa para outra. Após 24 horas o crescimento na nova placa é avaliado. Neste caso a primeira placa contém meio de cultura adicionado de ampicilina, enquanto na segunda o meio contém tetraciclina. Da figura pode-se concluir que a maior parte das bactérias da amostra é sensível à tetraciclina e alberga, portanto, plasmídeos recombinantes (quiméricos, ou com inserto).
5 REAÇÃO DE SEQÜENCIAMENTO
O método de Seqüenciamento do DNA mais utilizado no momento foi
desenvolvido por Sanger e colaborador (1979), conhecido também como método do
término do crescimento.
O seqüenciamento do DNA através deste método exige a clonagem do
fragmento de DNA e de seus subfragmentos a serem seqüenciados em vetores
apropriados como os da serie M13mp os quais têm sido largamente utilizado parra
esta finalidade.
O principio do método baseia-se na capacidade da DNA polimerase copiar
uma fita de DNA a partir do molde na presença de um iniciador. A reação de
seqüenciamento consiste na hibridização de um oligonucleotídeo sintético
39
(iniciador), com uma região conhecida do vetor (M13), imediatamente adjacente ao
inserto a ser seqüenciado.
A seguir, promove-se a síntese da fita complementar empregando o
fragmento Klenow da DNA polimerase I e uma mistura de deoxinucleotídeos (dNTP),
sendo um deles marcado com 32P ou 35S.
No processo são realizadas quatro reações independentes, sendo que em
cada uma delas é adicionado um tipo de dideoxinucleotídeos (ddNTP). Em cada
reação, uns números muito grandes de moléculas de fita complementar estão sendo
copiados simultaneamente. No entanto, em um dado momento da extensão, uma
pequena porcentagem de moléculas ira incorporar um ddNTP e neste caso a reação
de alongamento da cadeia será automaticamente interrompida naquele sitio, devido
a ausência do grupamento 3’OH do ddNTP. Por outro lado, em outras moléculas a
reação de extensão continua a ocorrer até que um ddNTP seja incorporado.
Sendo assim, em cada uma das quatro reações, haverá fragmentos de todos
os tamanhos sendo que todos eles têm inicio comum, ou seja, adjacente ao
iniciador.
Uma vez terminada as reações de extensão, cada fragmento recém-
sintetizado é separado em gel desnaturado de poliacrilamida-uréia e a seguir
autoradiografado. Como este tipo de gel tem alto poder de resolução, é possível
então visualizar na auto-radiografia cada um dos fragmentos sintetizados como uma
banda especifica. Desta forma, é possível analisar de 200 a 300 nucleotídeos por
gel.
5.1 Seqüenciamento Automático
A utilização de seqüenciadores automáticos é essencial quando se deseja
realizar seqüenciamento em larga escala, como por exemplo, em projetos genoma.
O desenvolvimento e utilização de seqüenciadores automáticos tornam mais
eficientes e rápidos o seqüenciamento de DNA na medida em que as etapas de
leitura do gel e o processamento de seqüências são realizados através de
computadores. A reação de seqüenciamento é realizada através do método de
Sanger (1979), do mesmo modo que no seqüenciamento manual. Entretanto, no
seqüenciamento automático os nucleotídeos estão marcados com fluorocromos ao
invés de isótopos radioativos. Quatro diferentes fluorocromos são empregados e
40
uma vez excitados por um feixe de laser emitem sinais luminosos de diferentes
comprimentos de onda. É possível marcar com este fluorocromos o “primer”
universal M13 ou então cada um dos dideoxinucleotídeos (terminadores). Assim,
uma vez que em cada uma das reações (A, T, C, G) foi empregado um fluorocromo
diferente é possível juntar estes produtos às reações de seqüenciamento, marcados
com fluorocromos, ao serem submetidos à eletroforese passam pelo feixe de laser,
que promove a excitação dos fluorocromos. A luz emitida pelo fluorocromos é
detectada por um fotomultiplicador e a informação é processada através de um
computador.
No seqüenciamento de DNA, as reações com diferentes dideoxinucleotídeos
são realizadas em um plasmídeo M13, no qual encontra-se clonado o fragmento de
DNA a ser seqüenciado. Cada uma das misturas de reação contém o primer
universal M13 marcado com um fluorocromo diferente. Os produtos de reação são
agrupados e submetidos à eletroforese em uma única raia de gel de
seqüenciamento.
Figura 8 - Seqüenciamento
41
6 PURIFICAÇÃO DA REAÇÃO
No seqüenciamento de DNA várias etapas são indispensáveis para obtenção
de seqüências de qualidade. Uma delas é a purificação, empregada na remoção de
resíduos provenientes da reação em cadeia da polimerase com ddntps, restos de
primers, sais entre outros resíduos. Na transformação o DNA de interesse é
ligado ao vetor geralmente plasmídeo que é introduzido em célula hospedeira
compatível, normalmente bactéria E. coli. O arranjamento é a etapa seguinte
consistindo na separação de clones da bactéria, esses clones são distribuídos
em 96 poços da placa de cultura permanente para ser amplificado. A
minipreparação de DNA (MINIPREP) consiste na separação do DNA plasmidial
dos demais componentes bacterianos retirando sais, desnaturando e
removendo compostos celulares da bactéria, como membrana, parede celular,
entre outros compostos. A quantificação é um método de controle da
quantidade e qualidade do DNA extraído na minipreparação consiste na
confecção de um gel de agarose, onde se aplica amostras de DNA e um padrão
de concentração de DNA conhecido, um controle, onde se comparando os
mesmos avalia-se a quantidade de DNA presente. A reação em cadeia da
polimerase (PCR) é mediada por uma mistura que contém primer específico
responsável pela amplificação do DNA produzindo novas fitas, um kit Big Dye
42
Terminator, responsável pela formação fluorocromos no DNA que quando excitados
por um feixe de laser emitirão diferentes comprimentos onda capazes de serem
reconhecidos pelo seqüenciador automático. A mistura possui ainda um tampão
(save money) diluído em água em igual concentração. Normalmente a reação de
PCR produz milhões de cópias de um único fragmento de DNA, anelamento, e
formação de fluorocromos nos nucleotídeos no DNA. Antes do seqüenciamento, as
placas precisam passar por um processo de purificação onde são utilizados
isopropanol, e etanol por no mínimo duas vezes, este procedimento permite melhor
aproveitamento dos resultados já que elimina restos indesejáveis resultantes do
PCR. O seqüenciamento é mediado por uma maquinaria automatizada comandada
por softwares onde cada comprimento de onda emitido pelos fluorocromos é
captada pelo seqüenciador e processada em um computador.
6.1 DNA LIGASE
Conforme mencionada anteriormente esta enzima promove a ligação dos
fragmentos de DNA em vetores previamente clivados por endonucleases de
restrição. A DNA ligase requer um grupo OH livre na extremidade 3' de uma das
cadeias de DNA e um grupo fosfato na extremidade 5' da outra cadeia (Figura 9). A
E.coli e o fago T4 codificam uma DNA ligase capaz de selar fragmentos de DNA
com dupla fita. DNA ligase isolada de E.coli e de outras bactérias requer NAD+,
enquanto que a isolada do bacteriófago T4 requer ATP como cofator.
Figura 9 - DNA ligase catalisa a junção de duas fitas de DNA que são partes da molécula da dupla-hélice.
43
6.1.1 Tipos de Fragmentos de DNA que são ligados pela DNA Ligase
a) Fragmentos com extremidades coesivas
As extremidades coesivas produzidas por várias enzimas de restrição
permitem dois fragmentos de DNA ligarem-se facilmente, através da formação
de pontes de hidrogênio pela complementariedade das bases. Finalmente a
ligação covalente dos fragmentos é realizada pela DNA ligase (figura 10).
Figura 10. Fragmentos de DNA com extremidades não coesivas podem ser transformadas
em coesivas pela adição de poli (A) e poli (T).
b) Fragmentos com extremidades não coesivas
DNAs portando extremidades não coesivas são ligados com muito
menos eficiência que aqueles que tem extremidades coesivas. Uma
concentração muito maior de DNA ligase e mesmo dos DNAs envolvidos é
necessária para que as moléculas com extremidades não coesivas sofram
reação de ligação.
44
No entanto, a ligação deste tipo de fragmento é facilitada pela
transformação prévia das extremidades não coesivas em coesivas. Este
procedimento pode ser feito através de dois processos:
Adição de polidesoxi (A) na extremidade 3' de um fragmento de DNA e
polidesoxi (T) na extremidade 3' de um outro fragmento de DNA, através da
enzima desoxinucleotidil transferase terminal ou simplesmente transferase.
Esta enzima, uma DNA polimerase incomum, adiciona nucleotídeos à
extremidade 3’-OH de fragmentos fita simples proeminente de uma cadeia de
DNA. Para gerar este tipo de extremidade proeminente a molécula é tratada
previamente com uma exonuclease 5’-específica para remover alguns
nucleotídeos terminais. Após a mistura dos dois tipos de fragmentos
complementares e anelamento dos mesmos, as moléculas são unidas
preenchendo-se os espaços existentes com o auxílio da DNA pol I e selando-
os com DNA ligase (Figura 11)
Figura11. Fragmentos de DNA com extremidades não coesivas podem ser transformados em coesivas pela adição de adaptadores e posterior tratamento com a enzima de restrição que reconhece o adaptador.
Adição de adaptadores às extremidades não coesivas.
Os adaptadores são oligonucleotídeos sintéticos e complementares
que contêm sítios de clivagem para uma ou mais enzimas de restrição.
Eles são unidos ao DNA com o auxílio da DNA ligase.
c) O terceiro método utiliza T4 ligase em concentrações que pode ligar
moléculas de DNA sem proeminências.
45
7 SEQÜENCIAMENTO DE DNA
O seqüenciamento de DNA é um processo que determina a ordem dos
nucleotídeos (blocos que constituem a molécula de DNA) em uma amostra. Existem
vários métodos disponíveis, e cada um apresenta vantagens e desvantagens.
Até meados da década de 70 não era nada simples obter uma seqüência de DNA,
fosse ele fita simples ou dupla. De fato, trabalhar com DNA era muito mais
complicado do que com proteínas e o conhecimento sobre os ácidos nucléicos
avançava de forma lenta. No início da década de 80 uma técnica relativamente
rápida de seqüenciamento de DNA foi desenvolvida, que empregava a quebra de
uma cadeia de DNA com diferentes produtos químicos e a visualização dos
fragmentos gerados por eletroforese. Havia necessidade de fazer-se a marcação
radiativa das moléculas porque a quantidade de material produzida era muito
pequena e não podia ser detectada de outra forma. Mesmo com todas estas
dificuldades houve então um rápido progresso no conhecimento de seqüências de
DNA. Poucos anos depois um novo avanço tecnológico foi alcançado pela
introdução da técnica de interrupção da seqüência pela incorporação aleatória de
um nucleotídeo modificado (sem a hidroxila na posição 3´), que ficou conhecida
como técnica de didesoxi ou dideoxi. Esta técnica suplantou imediatamente a
anterior e permitiu o desenvolvimento de seqüenciadores automáticos de DNA,
sobre os quais versa este capítulo. Ainda se faz eventualmente o seqüenciamento
manual, mas é muito mais trabalhoso, caro e arriscado, pois emprega substâncias
radiativas. De uma forma geral quando se deseja saber uma seqüência de bases de
um fragmento qualquer de DNA, purifica-se o fragmento e enviamos para
seqüenciamento numa empresa prestadora deste serviço.
46
O seqüenciamento de DNA é um processo que determina a ordem dos
nucleotídeos (blocos que constituem a molécula de DNA) em uma amostra. Existem
vários métodos disponíveis, e cada um apresenta vantagens e desvantagens.
Um dos mais utilizados é o chamado “método didesoxi” conhecido também como de
“terminadores de cadeia” ou de “Sanger”; ele constitui a base da metodologia
empregada no seqüenciamento do genoma humano. Sua estratégia consiste em
identificar, continuamente e seqüencialmente durante o processo, o último
nucleotídeo incorporado na extremidade de alongamento da cadeia. Os produtos da
reação deverão também portar uma “marca” que permita detectá-los na etapa de
análise. Resumidamente, o processo é realizado a partir de uma cadeia simples
(não dupla) do DNA a ser seqüenciado; esta servirá de molde para gerar a outra
metade complementar da dupla hélice. Isto é obtido pela desnaturação da “molécula
nativa” (fig 12).
Figura 12 - A reação de síntese se processa em condições iônicas e de pH apropriadas, na presença da enzima DNA polimerase e de uma mistura dos 4 nucleotídeos sob a forma de 3’-desoxinucleotídeo trifosfatos (dNTPs): dATP, dCTP, dGTP e dTTP sendo um deles marcado radioativamente com ³²P ou ; um dos mais utilizado é o dATP ³²P (fig 2a). Como a enzima utilisada catalisa somente o alongamento da cadeia nascente são necessários também, a presença na reação, de um pequeno fragmento de DNA sintético (XXX) complementar a uma região conhecida (YYY) na extremidade 3’ do DNA molde; estas características permitirão sua hibridização no local mencionado, e fornecerão um ponto de partida para a replicação do DNA. O fragmento XXX, denominado iniciador ou “primer", quando marcado, poderá ser utilizado para rastrear o fragmento de DNA recém sintetizado no lugar do dNTP. Fato importante no processo é que ele é executado em quatro reações separadas; cada uma delas, contendo adicionalmente pequena quantidade de um (e apenas um) dos 4 tipos de cada dNTP sob a forma de análogo, 2’, 3’-didesoxinucleotídeo trifosfatos (ddNTPs) (fig 2b).
47
Figura 13. Terminadores
Estes análogos conhecidos como “terminadores” quando incorporados à
cadeia nascente, por não apresentarem 3’OH que permita formar ligação com o
próximo dNTP a ser adicionado, bloquearão todo processo. Como todos os
nucleotídeos normais (dNTPs) estão presentes, o alongamento da cadeia
prosseguirá até que a enzima DNA-polimerase insira um análogo (ddNTP).
Conseqüentemente, haverá parado imediata da reação de síntese no ponto em que
seu alongamento foi interrompido: na extremidade e a molécula estará marcada com
P³². Os fragmentos assim obtidos, cada qual contendo um resíduo final conhecido,
pois se sabe em que tubo de reação o análogo foi adicionado, são separados por
tamanho em gel de poliacrilamida individualmente: um canal de análise para cada
reação. O gel é “transferido” para um suporte de nitrocelulose (filtro).
Após auto-radiografia a ordem dos nucleotídeos, na cadeia de DNA recém
sintetizada, pode ser visualizada e obtida diretamente; esta é complementar à da
molécula seqüenciada que serviu de “molde”. Levando estas observações em
consideração, é possível conhecer a seqüência de nucleotídeos do DNA
seqüenciado de 3’ para 5’ partindo-se da parte inferior para a superior do gel. O
resultado e as etapas do processo descrito acima, freqüentemente mostrado em
fotografias nos livros especializados, pode ser observado no esquema da Fig 14.
48
Figura 14 - Autoradiograma
O método pode ser automatizado através de “maquinaria apropriada”
gerenciada por computadores com “softs” que lêm seqüencialmente e identificam os
produtos. Isto permitirá executar o processo em grande escala. Neste caso utilizam-
se simultaneamente os 4 didesoxinucleotídeos terminadores (ddNTPs) marcados
por fluorescência fig 4a. Como cada reação (A,T,G,C) utilizou um fluorocromo
diferente os produtos podem ser reunidos e a eletroforese destes realizada em um
único canal do gel de seqüenciamento fig 4b. O sinal fluorescente diferencial emitido
por cada fragmento, após iluminação com um feixe de laser, identificará os produtos
baseado na diferença de comprimento de onda. A luz emitida é detectada por
“escaneamento” do gel e a seqüência deduzida por computador fig 4c. Variáveis
mais modernas, conseqüentemente mais rápidas e poderosas, incluem a
robotização total do processo com a inclusão das etapas de purificação e da reação
de síntese da cadeia do DNA.
7.1 PRODUÇÃO DE UM DNA PARA SEQUENCIAMENTO E A TÉCNICA DE DIDEOXI
49
Para sequênciar uns trechos de DNA, têm que ter uma grande quantidade
dele no nosso tubo de ensaio. Duas formas corriqueiras de se obter grandes
quantidades de uma determinada seqüência de DNA são a clonagem em plasmídeo
e a PCR. Se o DNA que queremos sequênciar for o inserto de um plasmídeo, tudo o
que precisamos é crescer 200 µL da bactéria com o plasmídeo e, empregando as
técnicas já usuais de extração de DNA, obter o plasmídeo purificado, que será
empregado na reação de seqüenciamento. Se ainda não tivermos o material
clonado, podemos empregar a PCR e amplificar o trecho a ser seqüenciado,
purificando a banda do gel e usando o material assim obtido para iniciar a reação do
seqüenciamento. Neste caso, precisamos saber apenas as seqüências das
extremidades do trecho a ser seqüenciado.
Um didesoxinucleotídeo trifosfato, ou ddNTP. O precursor normal da síntese
de DNA é o dNTP, ou desoxiribonucleotídeo trifosfato, que apresenta uma hidroxila
na posição 3´. É a partir desta hidroxila que a fita nascente é estendida. Um ddNTP,
entretanto, não tem esta hidroxila. Logo, se for incorporado a uma fita de DNA,
interrompe a incorporação de outros nucleotídeos a partir dele. Se o ddNTP for
marcado associado à radiação ou fluorescência, a fita interrompida ficará radiativa
ou fluorescente e poderá ser detectada mais facilmente. Para fins vamos admitir que
cada didesoxibase está marcada com uma florescência diferente. Portanto, as fitas
terminadas em A, T, G ou C vão emitir cores diferentes quando excitadas com luz de
um determinado comprimento (em geral, de um feixe laser).
Na figura 15 exemplificamos como surgem as fitas simples estendidas a partir
de um primer (seta preta pequena) que pareia com uma seqüência específica (em
vermelho) do plasmídeo (trechos em amarelo), no qual foi clonado um inserto (azul)
entre os sítios de restrição EcoRI e XhoI. Observe que o inserto pode ter um
comprimento muito variável, tipicamente entre 500 e 3000 pb (pares de base). No
exemplo estamos admitindo que, numa determinada posição na seqüência do
inserto, uma parte dele tem uma base A e outra uma base G. É o que ocorre se
clonarmos um trecho de DNA de um alelo para o qual o doador é heterozigoto.
Observe também que, do lado direito do inserto, há uma seqüência (em verde) na
qual pode parear um outro primer, que será empregado no seqüenciamento quando
quisermos vir da direita para a esquerda sobre o inserto. Jamais, contudo, os dois
primers são empregados simultaneamente, e por isto a reação de seqüenciamento
Por isso, não temos tanta preocupação com contaminação como nas reações de
50
PCR: podemos fazer múltiplas reações de seqüenciamento, lado a lado, numa placa
de 96 micropoços e mesmo reutilizar boa parte do material plástico empregado no
preparo do DNA ou na reação de seqüenciamento, em si, bastando para isto lavar
bem o material.
Ainda na figura, podemos ver que fragmentos de diferentes tamanhos são
gerados, porém nunca (exceto no caso onde houver moldes de DNA com
polimorfismo de base, como no caso A/G mostrado) dois fragmentos de igual
tamanho terminarão em bases diferentes. Na parte de baixo da figura todos os
fragmentos representados na parte de cima estão organizados por ordem de
tamanho. Observe que:
a) podem existir muitos fragmentos (fitas simples estendidas a partir do
primer) do mesmo tamanho, mas fatalmente terminarão na mesma base (exceto no
caso do polimorfismo do DNA molde);
b) podem existir fitas terminadas na mesma base (afinal, só temos 4 opções,
A,T,G ou C), com comprimentos diferentes. Não há qualquer restrição para isto.
c) há espaços mostrados na seqüência, onde não havia nenhum fragmento
gerado do tamanho esperado. Isto só acontece quando a reação gera poucos
fragmentos, mas uma reação deste tipo gera centenas de milhares de fragmentos de
cada tamanho e é muito pouco provável que existam seqüências não representadas
de um comprimento qualquer.
d) apenas onde há polimorfismo de base do DNA molde há fragmentos do
mesmo tamanho terminando em bases diferentes (é o caso A/G).
51
Figura 15. Fragmentos de diferentes comprimentos gerados a partir do primer, interrompidos quando um didesoxinucleotídeos é incorporado na fita. Os
didesoxinucleotídeos são marcados com substâncias fluorescentes diferentes, conforme a base (A,T,G ou C).
Quando os fragmentos gerados numa reação de seqüenciamento são
separados por eletroforese, os fragmentos menores vão à frente, seguidos dos
demais, sendo à distância entre as bandas aproximadamente iguais, pois representa
sempre a diferença de uma base a mais ou a menos. A figura 8.2 mostra
esquematicamente como esta separação acontece e como a fluorescência nas
bandas é identificada, na medida em que elas atravessam um trecho do gel que é
iluminado por um feixe laser (representado pela barra verde na parte de baixo do
gel). Observe que à distância entre as bandas é regular. Um gel pode permitir o
seqüenciamento de 600-700 bases para cada reação, e podemos correr até 96
reações por gel. Há no mercado também seqüenciadores de DNA de última geração
nos quais o gel foi substituído por um feixe de capilares, que são automaticamente
preenchidos por um polímero, ao invés de gel. Cada reação de seqüenciamento é
separada no seu capilar e a fluorescência detectada individualmente, o que evita
uma eventual confusão entre seqüências causada pelos desalinhamentos das
corridas eletroforéticas, comum nos géis. Há máquinas com feixes de 1 a 384
capilares. As maiores são capazes de produzir mais de 2 mil seqüências em 24
horas.
Figura 16. Os fragmentos de diferentes comprimentos migram no gel, os menores na frente. São iluminados por um feixe de laser e fluorescem quando atravessam a janela do feixe. Um gel pode resolver 96 seqüências simultaneamente. Os géis têm sido substituídos por capilares preenchidos de polímero nas máquinas mais modernas. As bandas pretas indicam ausência de material e são apenas uns recursos gráficos usado aqui para indicar o espaço aumentado entre bandas que aconteceria neste caso. Entretanto, isto não ocorre na reação de sequenciamento finalizada, porque o número de fragmentos gerados é muito grande e a probabilidade de uma classe de tamanho não ser representada na reação é praticamente nula.
52
A fluorescência emitida pela passagem de uma banda pela janela de
medição é registrada por um sistema de microcâmaras sensoras, que por sua vez
transforma o sinal num gráfico, conhecido como eletroferograma. Os picos
representam as bandas, e quanto mais alta e aguda mais qualidade tem, isto é,
maior será a probabilidade de que a base registrada seja correta. O valor de
qualidade é medido por um programa chamado Phred, que leva em conta vários
parâmetros (espaçamento entre bandas, largura e altura do pico, intensidade
absoluta do sinal, ruído de fundo, etc). Geralmente emprega-se como padrão
aceitável de qualidade o valor Phred 20, que corresponde a aprox. 99% de certeza
da base indicada. A figura 17 abaixo mostra um eletroferograma obtido no
seqüenciamento de um inserto de cDNA do parasita Leishmania chagasi. Observe
que, neste trecho, a qualidade do seqüenciamento é muito alta, com espaçamento
regular dos picos (que indica espaçamento regular das bandas) e picos agudos. Não
há qualquer polimorfismo de bases, nem poderia haver, pois esta seqüência foi
obtida a partir de um clone de cDNA.
Figura 17 Eletroferograma parcial de uma seqüência de DNA obtida no seqüenciador automático ABI3100 Prism, da Applied Biosystems. Observe que os picos são agudos e regularmente separados, o que indica alta qualidade do seqüenciamento neste trecho.
53
CONCLUSÃO
Nos métodos moleculares para analise do DNA são utilizados vários
processos como Extração (ruptura dos tecidos), Purificação (eliminação de resíduos
provenientes da extração ou da purificação), Amplificação ou PCR (síntese in vitro
de milhões de cópias de um segmento de DNA), Clonagem e Seqüenciamento e
podem ser aplicado em todos os organismos vivos, com plantas e animais podendo
ou não ser o estudo direcionado à filogenia.
As implicações deste procedimento sempre serão de analisar e caracterizar
cada função e localização do gene, comparação filogenética, identificação de um
organismo, clonagem de DNA e em futuras pesquisas um melhoramento genético
em humanos para que possam viver mais e sem doenças hereditárias e resistentes
a outras patogenias.
Estes procedimentos exigem uma enorme responsabilidade, além de ter
equipamentos caros, qualquer erro pode ser crucial para a analise e a perda de
semanas de trabalho duro em laboratório. Com estas técnicas para se chegar ao
seqüenciamento de DNA pode ser usado em varias áreas de estudo para
identificação filogenética de organismos vivos.
Em toda essas pesquisas de analisar e sequênciar o DNA tem seus pontos
positivos e negativos. Os positivos são que em futuro próximo iremos saber
corretamente o local e qual a função de cada gene e sim uma possível precaução
contra doenças hereditárias e outras doenças sem cura. Os negativos é que com
essas técnicas muitos cientistas irão utilizar para transformar o ser humano em uma
máquina, ou seja, com as melhores características que um ser humano possa
adquirir.
54
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Estágio Supervisionado - 2004
Curso de Ciências Biológicas
Formulário para descrição de atividades de estágio
Aluno: Douglas de Oliveira LucianoEntidade/Empresa/Instituição onde realizou os estágio: UNESP – Rio Claro – Laboratório CEIS (Centro de Estudos de Insetos Sociais)
Responsável/Orientador do estágio: Maurício Bacci JúniorPeríodo (mm/aaaa): Março de 2004 a Setembro de 2004Tempo total do estágio (horas): 540 horas
Relato das atividades desenvolvidas:
As atividades desenvolvidas no Laboratório do CEIS (Centro de Estudos de Insetos
Sociais) junto ao orientador Maurício Bacci Júnior, foram direcionadas ao estudo de filogenia
das espécies de formigas Atta sexdens e Atta cephalote (Formiga Saúva).
As coletas foram obtidas de vários locais de amostragem, como nos Estados Unidos,
Brasil e Colômbia. Depois de coletadas as amostras eram levadas ao laboratório para que
fossem analisadas geneticamente.Com os métodos moleculares de análise de DNA foi
conferida sua filogenia de acordo com os estudos sobre o trabalho desenvolvido por outros
pesquisadores.
O método de extração de DNA é realizado para extraí-lo através da ruptura dos
tecido e depois é necessário quantificar para verificar se há presença de DNA, para isso
usamos os métodos de Gel de Agarose, Fluometria e Espectofotometria.
Após a extração faz-se uma amplificação do mesmo pelo método de reação em
cadeia de polimerase (PCR – Polymerase Chain Reaction) que é uma técnica que envolve a
síntese in vitro de milhões de copias de um segmento do ácido desoxirribonucléico na
presença da enzima DNA polimerase.
O passo seguinte é feito uma clonagem do material, ou seja, produção de cópias
idênticas de uma única célula. Feita a clonagem é necessário aplicar a técnica de
purificação de DNA para remover resíduos provenientes da Reação em cadeia (PCR) como
ddntps, restos de primers, sais entre outros resquícios.
Feito todos os procedimentos de métodos moleculares é preciso sequenciar a
amostra, e este processo é feito através de aparelho chamado seqüenciador, que pode ser
por Gel de poliacrilamida ou por Capilar, ambos com o mesmo efeito.
Com os dados obtidos faz-se uma comparação com dados obtidos com
pesquisas de diferentes pesquisadores do assunto e verificar a relação filogenética
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entre as espécies coletadas em diversos locais do mundo e saber sua posição
geográfica no globo terrestre.
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