Miguel Sousa Neves Presidente Direção da Sociedade Portuguesa de Gestão de Saúde SPGS...
37
Miguel Sousa Neves Presidente Direção da Sociedade Portuguesa de Gestão de Saúde SPGS Pós-graduações em Direção de Unidades de Saúde e em Gestão de Serviços de Saúde Médico Oftalmologista QUAL O PREÇO DA SAÚDE? www.spgsaude.pt [email protected][email protected]
Miguel Sousa Neves Presidente Direção da Sociedade Portuguesa de Gestão de Saúde SPGS Pós-graduações em Direção de Unidades de Saúde e em Gestão de Serviços
Miguel Sousa Neves Presidente Direo da Sociedade Portuguesa de
Gesto de Sade SPGS Ps-graduaes em Direo de Unidades de Sade e em
Gesto de Servios de Sade Mdico Oftalmologista www.spgsaude.pt
[email protected][email protected]
Slide 2
A sade no tem um preo observvel. A sade resultado da combinao
das caractersticas de cada pessoa, do tipo e montante de cuidados
de sade que recebe e do tempo que usado pela pessoa na produo dessa
sade. www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012
Slide 3
No clculo puramente econmico do preo da sade h que ter em conta
que: - Quanto mais escasso for um recurso maior ser o seu preo; - O
conceito do VALOR da sade; - Preo de alteraes marginais no estado
de sade; - Preo explcito e preo implcito (custos de oportunidade);
- Valor da vida estatstica; - anos de vida ajustados da qualidade
(QALY-quality adjusted life years).
Slide 4
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 Valor da vida? DG
Environment em 2000 usava como valor de vida estatstica um valor
mdio de 1.4 milhes de euros. No Mundo real poder no significar
coisa alguma. Custos de oportunidade de um recurso escasso:
IMPORTANTE ESTA DISCUSSO A noo de QALY pondera cada ano
remanescente da vida de uma pessoa pela qualidade de vida esperada
no ano em questo. O clculo baseia-se na utilizao de instrumentos
testados, como o EuroQol (EQ-5D), havendo a transposio das
respostas do inqurito para uma escala que representa valorizaes
obtidas num grupo representativo da populao.
Slide 5
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 A NECESSIDADE DE
ORGANIZAO DE UM SISTEMA DE SADE Os sistemas de sade desde o incio
-A relao mdico-doente; -Os 1 os passos na higiene do ambiente e no
saneamento bsico; -A evoluo aps a 1 grande guerra; - O desequilbrio
entre a medicina preventiva e a curativa.
Slide 6
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 A NECESSIDADE DE
ORGANIZAO DE UM SISTEMA DE SADE Primeira fase/Primeira Era da Sade
Pblica (at 1950) -Combate s doenas infeciosas e parasitrias;
-Combate m nutrio; -Combate falta de higiene alimentar; -Saneamento
bsico; -Vacinaes; - Diminuio dos riscos no trabalho.
Slide 7
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 A NECESSIDADE DE
ORGANIZAO DE UM SISTEMA DE SADE Segunda fase/Segunda Era da Sade
Pblica (desde 1950) -Reorganizao dos cuidados de sade com
alargamento dos cuidados prestados em consultrios mdicos
individuais e no domiclio, a centros de atendimento e hospitais;
-Desenvolvimento de novas patologias (osteoarticulares
degenerativas, cardiovasculares, hipertenso, alcoolismo, tumores
malignos); - Necessidade planeamento familiar (aparece a plula); -
Aumento de esperana de vida; - Aumento em flecha da aplicao das
novas tecnologias; - Aumento de custos.
Slide 8
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 A NECESSIDADE DE
ORGANIZAO DE UM SISTEMA DE SADE Terceira fase (Pases
Industrializados) - Intensificao da patologia caracterstica da 2
era da sade pblica; - Desenvolvimento da patologia social e do
ambiente: perturbaes da sade mental; exposio a txicos veiculados,
pelo ar, agua e alimentos; tabaco, lcool, sedentarismo, violncia e
acidentes; obesidade; Sida e toxicodependncia.
Slide 9
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MODELOS DE
FINANCIAMENTO fundamentais e podem moldar atributos essenciais dos
sistemas de sade FINANCIAMENTO FONTES DE FINANCIAMENTO SISTEMAS
COMPULSIVOS Impostos Seguros de sade obrigatrios SISTEMAS
VOLUNTRIOS Livre opo DISTRIBUIO DE RECURSOS SISTEMAS INTEGRADOS
Prestadores pagos por quem os dirige ou emprega SISTEMAS
CONTRATUAIS Prestadores independentes da entidade financiadora e
com ela fazem contratos
Slide 10
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 PARADIGMA
KEYNES-BEVERIDGE KEYNES: ajustamento da economia de mercado no
sentido da manuteno do pleno emprego. BEVERIDGE: conjunto de
servios sociais universais como forma de resposta contra a
pobreza.
Slide 11
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 OS MODELOS TIPO DE
SISTEMAS DE SADE CLSSICOS - SNS (britnico, portugus, dinamarqus,
espanhol); - SEGURO SOCIAL (segurana social) (Alemanha, Blgica,
Luxemburgo, Holanda at certo ponto); - LIBERAL (mercado de livre
concorrncia) EUA e pases da sua influncia.
Slide 12
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MODELO DE SNS -
Financiado maioritariamente por impostos atravs do Oramento do
Estado; - Universal; - Organiza-se segundo uma rede nacional
integrada de prestadores maioritariamente pblicos; - Os prestadores
privados articulam-se atravs de conveno ou contratualizao.
Slide 13
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MODELO DE SEGURO
SOCIAL OBRIGATRIO - Financiado atravs de: Contribuies de uma
percentagem dos salrios dos trabalhadores; Descontos feitos pela
entidade patronal; Contribuies dos impostos gerais; Pagamentos
diretos no momento da doena. - Geralmente universal (Na Holanda no
ser completamente universal); - Os prestadores so quer pblicos,
quer privados em regime de conveno ou contratualizao com as caixas
ou fundos de seguros.
Slide 14
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MODELO LIBERAL
(Pr-Obama) - Financiamento predominantemente privado atravs de
seguros voluntrios comerciais; - Prestadores quase exclusivamente
privados; - Idosos e indigentes tm cobertura mdica atravs de
sistemas pblicos (medicare e medicaid); - No universal.
Slide 15
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 FINANCIAMENTO POR
IMPOSTOS - Vantagens: melhor desempenho (Ex: Dinamarca e preveno
ambiental e acidentes rodovirios); melhor controlo do volume de
recursos afectos ao sistema de sade; menores custos; indexao das
contribuies ao rendimento; maior solidariedade social no
financiamento.
Slide 16
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 FINANCIAMENTO POR
IMPOSTOS - Desvantagens: injustia social nas contribuies para a
sade se o sistema fiscal for inquo; os contribuintes no se
apercebem ao certo de quanto pagam para a sade tendendo a
desvalorizar os custos e a assimilar uma certa ideia de
gratuitidade; o montante das verbas pode variar em funo da
conjuntura poltica provocando instabilidade no financiamento.
Slide 17
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 PORTUGAL - Origem
dos recursos vem dos IMPOSTOS; - No existe Mercado de sade; -
Estado financiador e Prestador; - Consumidores no escolhem nem
segurador nem prestador; - imposto princpio da no consignao das
Receitas; - Falta de sensibilidade do consumidor quanto sua
contribuio para a sade.
Slide 18
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 PORTUGAL -
Consequncias previsveis: Monoplio Estatal do Financiamento e da
Prestao; Convite subproduo; Empobrecimento das condies de
atendimento; Aparente gratuitidade utilizao desregrada.
Slide 19
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 AS POLITICAS DE
SADE DEVEM SER ORIENTADAS POR OBJECTIVOS MENSURVEIS - Qualidade dos
cuidados; - Grau de satisfao dos utilizadores; - Ganhos em
sade.
Slide 20
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 A NECESSIDADE DE
ADAPTAR AS POLTICAS DE SADE S NOVAS REALIDADES
Slide 21
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MCKeown demonstrou
que as grandes melhorias em sade andam mais associadas a mudanas
alimentares e ao meio ambiente que s grandes descobertas biomdicas,
ao lanamento de novos frmacos ou generalizao do acesso a mdicos e
hospitais.
Slide 22
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 Como definir
eficincia em sade? Na distino tradicional entre eficincia tcnica (a
minimizao dos inputs para um dado output) e eficincia distributiva
(a maximizao dos ganhos em bem-estar social nas diversas combinaes
alternativas de recursos), Culyer introduziu a noo de eficincia a
custo-efetividade, isto , a minimizao do custo para um dado
output.
Slide 23
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MODELO SUECO Est a
introduzir mudanas no sentido de reforar os seguintes princpios: -
liberdade de escolha dos pacientes; - pagamento ao ato efetivamente
prestado (Money follows the patient); - introduo de incentivos
produtividade; - desenvolvimento de uma rede de mdicos de famlia; -
introduo de sistemas de disseminao de melhores prticas (evidence-
based medicine); - transferncia de responsabilidades de
financiamento do governo regional para o central em paralelo com a
introduo do sistema de vouchers; E prev-se o crescimento de
incentivos ao sector de seguros de sade ou seja a introduo de um
sistema de financiamento misto.
Slide 24
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 NHS INGLS O
conceito do Foundation Hospital Trusts que procura implementar a
lgica do Money follows the patient com base em 2 vectores de
mudana: a liberdade de escolha dos doentes e a dependncia do
financiamento hospitalar nos nveis de satisfao dos utentes implica
processos de contratualizao e a introduo de preo de referncia.
Slide 25
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 RISCOS NAS REFORMAS
DE SADE EM PORTUGAL SNS a estrutura que organiza e administra o
funcionamento dos servios de sade, tendo integrado os servios
mdico-sociais em 1974. Mas foi com a reforma de Gonalves Ferreira
em 1971 que se iniciou a 1 grande reforma de sade em Portugal. Em
1979 finalmente institudo um SNS universal, geral e
(tendencialmente) gratuito. Em 1970 apenas 56% da populao estava
coberta com sistema de sade. Em 1976 a cobertura j era de 100%. Os
gastos pblicos eram de 1.86% do PIB em 1970, passaram a 5.2% em
2002 e em 2012 ter ficado perto dos 10%.
Slide 26
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 RISCOS NAS REFORMAS
DE SADE EM PORTUGAL -A desarticulao do SNS leva a um risco social
aumentado com ruturas na cadeia de solidariedade; -A desarticulao
leva a um forte crescimento do sector privado lucrativo na sade,
financiado pelo Estado; -Pode haver uma legislao de licena, onde
tudo ser permitido, facilitando a captura de servios pblicos
fragilizados por interesses mercantis e s aparentemente
concorrenciais; - Existe o risco do desaparecimento das carreiras
profissionais de sade tal como existem hoje.
Slide 27
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 RISCOS NAS REFORMAS
DE SADE EM PORTUGAL - Desnatao; - Gastos com medicamentos: quem
gasta o qu?; - Grau de satisfao dos ativos mais importantes:
profissionais de sade; - Avaliao/qualidade dos gestores 60% dos
gestores no tero tido qualquer formao ou relao profissional com a
sade, especialmente hospitalar.
Slide 28
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 NEGCIO DA SADE CORE
BUSINESS: a trajetria do cidado ao longo da vida com a melhor gesto
possvel das contingncias (OPTIMIZAR A TRAJECTRIA)
Slide 29
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 ELEMENTOS
DISTINTIVOS DO SECTOR DA SADE - Existncia de um forte juzo de valor
sobre tudo o que se relaciona com a SADE; - A presena dominante da
incerteza; - A existncia de externalidades.
Slide 30
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 ELEMENTOS
DISTINTIVOS DO SECTOR DA SADE INCERTEZA: do individuo quanto ao
momento em que necessita de cuidados mdicos, quanto ao montante dos
custos envolvidos, do mdico quanto ao tratamento a prescrever,
quanto aos resultados do tratamento prestado EXTERNALIDADES:
decises individuais tm efeito interno (uma vacina diminui a
probabilidade de um individuo contrair uma doena) mas tambm pode
ter um efeito externo adicional (a probabilidade de outros
contrarem a doena tambm diminui)
Slide 31
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MEDIDAS DE CONTENO
DE CUSTOS 1. Aposta continuada na preveno e prioridade nos cuidados
primrios: medicina familiar e de proximidade mais eficaz (colocar
as pessoas a gerir a sua prpria sade); 2. Aposta continuada no
ambulatrio; 3. Alternativas para idosos e doentes de evoluo
prolongada (Misericrdias); 4. Utilizao criteriosa de tecnologia
pesada, sua instalao e rea de influncia; 5. Controlo sobre formao
de tcnicos e do seu emprego nos servios de sade: plasticidade na
orientao do servio para o cliente. H poucos anos atrs s em Portugal
e na Grcia que subsistia o regime salarial como forma exclusiva de
pagar ao clnico geral faltando a necessria capitao e pagamento ao
ato associados ao salrio
Slide 32
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 MEDIDAS DE CONTENO
DE CUSTOS 6. Continuao do trabalho na poltica do medicamento e nos
genricos; 7. Melhoria e aposta forte no desenvolvimento das
Carreiras Mdicas; 8. Incrementar polticas de parceria com sector
privado onde seja mais favorvel ao Estado; 9. Publicao da avaliao
das parcerias pblico-privadas e restruturao das mesmas onde o
Estado possa obter ganhos de sade; 10. Implementao das medidas do
Plano Nacional de Sade 2011-2016 especialmente onde se refere a
melhoria da qualidade clnica, preveno e promoo de vida saudveis e
programas integrados de sade; 11. Recuperao de alguma rede
hospitalar por parte do sector social que tem um trabalho mais
profcuo de proximidade s populaes; 12. Otimizao da capacidade
formativa dos diversos cursos de medicina.
Slide 33
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 E POR FIM PENSAR UM
POUCO EM EFICINCIA: to do the things right (aquilo que se consegue
com menos recursos) EFICCIA: to do the right thing (aquilo que
importaria fazer adequado ao pblico) LOOSELY COUPLED SYSTEMS:
articulao em rede quando devem = permite satisfao e eficcia
ORGANIZING: na sade h um acto de organizao permanente
Slide 34
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 E POR FIM PENSAR UM
POUCO EM OS DESAFIOS QUE TEMOS DE ENFRENTAR HOJE NO PODEM SER
SUPERADOS COM O NVEL DE PENSAMENTO DO CONTEXTO EM QUE FORAM
GERADOS!
Slide 35
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 E POR FIM PENSAR UM
POUCO EM PARA TI, NO PASSO DE UMA RAPOSA IGUAL A CEM MIL RAPOSAS.
MAS, SE ME CATIVARES, PRECISAREMOS UM DO OUTRO. SERS PARA MIM NICO
NO MUNDO. SEREI NICA NO MUNDO PARA TI. Em o Principezinho de Saint
Exupry
Slide 36
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 www.spgsaude.pt
[email protected] O objetivo ser sempre tentar chegar a bom
porto
Slide 37
www.spgsaude.pt Covilh, 12 de Novembro 2012 Obrigado e ao
dispor, Miguel Sousa Neves