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MILES é o boletim informativo da Militia Sanctae Mariae, cavaleiros de Nossa Senhora. http://www.msm-portugal.org http://miles.msm-portugal.org/
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MILES Militia Sanctae Mariae | Fevereiro 2014 | N.º 2
Nesta ediça o
A Regra na MSM ......................... 2
Comentário à Regra .................... 2
Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente 2014 ...... 3
Excerto da Mensagem do Papa Fran-cisco para a Quaresma 2014 ....... 3
A MSM no Brasil ......................... 4
Ecos do Brasil (1) ......................... 5
Ecos do Brasil (2) ......................... 6
S. Nuno de Santa Maria .............. 7
Como deve ser o Cavaleiro de Santa Maria ......................................... 8
MILES de volta ao formato papel Fizemos uma pausa nas nossas edições em papel. Precisávamos de reflectir sobre o nosso percurso.
Como estávamos a chegar aos nossos leitores. Como é que estes estavam a receber-nos. É tempo,
pois de reaparecermos. Diferentes. Sempre com os mesmos objectivos: órgão da Militia Sanctæ
Mariæ - cavaleiros de Santa Maria, associação católica, laical e internacional, para a formação dos
seus membros e amigos e informação destes sobre o que é o trabalho que aquela desenvolve ao
serviço da Igreja, em comunhão com os nossos Bispos e, por estes, com o Santo padre.
A Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Santa Maria é uma associação marcadamente mariana,
inscrita da tradição beneditina e cisterciense e nas Ordens de Cavalaria, filhas da Igreja. O seu Fun-
dador, Dom Gérard Lafond OSB, que foi monge beneditino em S. Wandrille e depois Dom Abade de
S. Paul de Wisques, quis que fosse uma associação para o nosso tempo que constrói futuro mas
cujas raízes fossem beber ao passado no que este tem de melhor e mais puro. Dom Lafond não quis
restaurar nada, quando do final da primeira metade do século XX fundou a MSM. O Fundador teve
somente uma preocupação: colaborar com a Igreja e com todos os homens de boa vontade em “
alargar cá em baixo as fronteiras do Reino de Deus” e sempre, como nos exorta S. Paulo : “ a tempo
e contra-tempo”.
O primeiro reconhecimento da Igreja foi na Diocese de Chartres ( França) em 1969, na vigília de
Natal desse ano, depois de vários anos de acolhimento fraterno e amigo de Dom Gontard, Dom
Abade de S. Wandrille, mosteiro onde o nosso Fundador havia entretanto professado.
Depois, seguiram-se outros reconhecimentos diocesanos de vários países. Em Portugal, tal aconte-
ceu em 26 de Outubro de 1976, com o aplauso incondicional do Arcebispo Primaz da época, Dom
Francisco Maria da Silva, que, com a anuência entusiástica do Cabido Primacial, nos acolheu na
Capela de S. Geraldo, da Sé Catedral de Braga, onde, desde então, tem a sua sede canónica para
Portugal. É nesta Capela onde a MSM tem celebrado várias das suas cerimónias e onde o Arcebispo
Primaz, Dom Eurico Dias Nogueira, agora Emérito, conferiu a benedictio novi militis a vários freires
portugueses.
A MSM é uma Companhia militante e regular. De leigos. O nosso boletim - MILES - (palavra que
significa soldado, cavaleiro) só tem um objectivo:
SERVIR A IGREJA. Pela sua leitura, os nossos freires e amigos podem conhecer-nos melhor, rezar
connosco e por nós, disponibilizarem-se para colaborar no nosso trabalho na cidade de
Deus assim Deus nos ajude!
Pro logo
3. Neste combate sem trégua nem des-
canso, vais ficar inerte correndo o risco
de te deixares também tu, submergir
pelas trevas? A vitória está ao teu alcan-
ce; o Senhor te diz: tende confiança, Eu
venci o mundo1; e: a vitória que venceu
o mundo é a nossa Fé2.
Já que Cristo nosso Rei te escolheu,
afasta para longe de ti toda a indolência
ou tibieza, toda a apatia ou compromis-
so, lembrando-te que o Senhor vomita
os tíbios3. Prepara-te pelo contrário a
lutar virilmente, segundo o preceito do
Apóstolo: tomai, portanto, a armadura
de Deus para que possais resistir no dia
mau, e ficar de pé4. E mais do que o
inimigo já vencido, teme por ti esta
condenação infamante: Maldito o que
faz com moleza a obra do Senhor! Mal-
dito o que recusa o sangue à sua espa-
da5!
1 - Jo. XVI,33
2 - I Jo. V,4
3 - Apoc. III, 16
4 - Ef. VI, 13
5 - Jer. XLVIII, 10
Ao lermos estas palavras do prólogo da Regra da Militia Sanctae Mariae, facilmente somos confrontados com uma
palavra que muitas vezes se repete: o COMBATE. Na realidade, a Regra da Militia é um apelo ao combate por
Cristo pelo Seu Reino.
A Regra da MSM que livremente decidimos seguir, empurra-nos a travar uma luta sem tréguas contra o mal e
contra Satanás seu príncipe. Este apelo ao combate (que aparece cerca de 40 vezes na Rega) é realmente uma
pertença natural da condição de Cristão. Na realidade, o Batismo que recebemos é a marca pela qual somos cha-
mados a entrar nesta guerra, não sendo algo que um outro possa fazer em nosso lugar. Todos e cada um de nós
temos a nossa quota parte de responsabilidade neste combate pelo Reino de Deus. Por outro lado, a condição de
Cristão é um chamamento continuo ao combate, não pela força das armas, mas pelo exemplo, pelo perdão, pela
caridade. Jesus, o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA, aquando da sua passagem pelo meio de nós mostrou-nos qual
a forma de combater este bom combate: quando chegaram para o prender, “armados com espadas e varapaus”,
mostrou-se sereno, calmo, dialogou… quando Pedro puxou da espada e cortou a orelha com criado do sumo
sacerdote, Jesus mandou embainhar a espada e curou a orelha… quando todos se preparavam para apedrejar a
pecadora, Jesus perdoou… e na cruz, quando estava prestes a chegar a sua hora terrena, Jesus não condenou
ninguém, muito pelo contrário pediu ao Pai o perdão para aqueles que lhe tiravam a vida.
A historia da Igreja é claramente marcada por um combate constante contra os inimigos da fé. O passado mostra-
nos que muitos daqueles que nos antecederam travaram por certo grandes combates. Muitos tombaram em
nome de Cristo… mas este combate não está terminado, e a Igreja de Jesus sofre todos os dias ataques ferozes. Se
em tempos passados o combate se fazia pela força das armas, ceifando vidas, hoje em dia, o ataque é dissimula-
do; mas provavelmente muito mais feroz… muito mais forte… O passado recente mostra-nos que ser mártir não é
uma coisa do passado porque o número daquele que morrem na defesa de Cristo não para de aumentar.
Tal como vimos na liturgia do 5º Domingo, que se assinalou no passado fim-de-semana, na terra, somos chama-
dos a ser sal e a luz. Somos chamados a deixar o conforto e o comodismo, para sermos o sal que dá sabor ao
mundo e que testemunha a eternidade do projeto salvador de Deus; ao mesmo tempo, temos a responsabilidade
de ser como que a ser uma luz que aponta no sentido das realidades eternas, que vence a escuridão do sofrimen-
to, do egoísmo, do medo e que conduz ao encontro de um “Reino” de liberdade e de esperança.
A vida cristã é, e será cada vez mais, uma vida de combate. É uma luta constante que tem por base a liberdade
que nos foi dada e que nos permite no nosso dia-a-dia escolher a estrada tomar. O combate que somos chamados
a travar reside na escolha de seguir o caminho fiel ao ensinamento divino.
Que à semelhança de S. Paulo possamos ao chegar ao fim da nossa vida na terra afirmar tal como ele “Combati o
bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”, e dessa forma poderemos ter a certeza de que a nossa
vida foi um encontro total com Cristo.
Filipe Amorim
“Cristão que te preparas para esta Regra, liberta por um instante o teu espírito das preocupações terrestres e mergulha o teu olhar no mistério de Deus…”
A Regra na MSM
O Prólogo da Regra da Milícia de Santa Maria
– MSM – abre com estas palavras que são
uma autentica convocatória:
“Cristão que te preparas para esta Regra,
liberta por um instante o teu espírito das
preocupações terrestres e mergulha o teu
olhar no mistério de Deus…”
A vida contemporânea traz-nos tão agitados,
tão apressados e estonteados que o parar
para “olhar o mistério de Deus” é um desafio
difícil de vencer. Não temos tempo para nada
e o pouco tempo que temos como sobras mal
dá para serenarmos um bocado! Contudo,
Deus está à nossa espera. À nossa escuta.
Disponível para falar connosco. Como é possí-
vel vivermos a nossa liberdade nesta aliena-
ção de todos os dias? Deus, que nos criou
livres, deseja-nos livres. Livres também para
Ele. A Regra da MSM convida-nos a viver na
terra em diálogo com Deus! Aliás é este um
dos desafios da Páscoa: viver em Cristo res-
suscitado. Sempre. Um esforço de cada dia. E
de Todos os dias.
Por isso, o MILES, a cada mês publicará o
comentário à Regra que foi feito em cada um
dos capítulos.
2
Em que consiste enta o esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos?
É precisamente o seu
modo de nos amar, o seu
aproximar-Se de nós como
fez o Bom Samaritano com
o homem abandonado
meio morto na berma da
estrada (cf. Lc 10, 25-37).
Aquilo que nos dá verda-
deira liberdade, verdadei-
ra salvação e verdadeira
felicidade é o seu amor de
compaixão, de ternura e
de partilha. A pobreza de
Cristo, que nos enriquece,
é Ele fazer-Se carne, tomar
sobre Si as nossas fraque-
zas, os nossos pecados,
comunicando-nos a miseri-
córdia infinita de Deus. A
pobreza de Cristo é a
maior riqueza: Jesus é rico
de confiança ilimitada em
Deus Pai, confiando-Se a
Ele em todo o momento,
procurando sempre e
apenas a sua vontade e a
sua glória. É rico como o é
uma criança que se sente
amada e ama os seus pais,
não duvidando um mo-
mento sequer do seu
amor e da sua ternura. A
riqueza de Jesus é Ele ser o
Filho: a sua relação única
com o Pai é a prerrogativa
soberana deste Messias
pobre. Quando Jesus nos
convida a tomar sobre nós
o seu «jugo sua-
ve» (cf. Mt 11, 30), convi-
da-nos a enriquecer-nos
com esta sua «rica pobre-
za» e «pobre riqueza», a
partilhar com Ele o seu
Espírito filial e fraterno, a
tornar-nos filhos no Filho,
irmãos no Irmão Primogé-
nito (cf. Rm 8, 29).
(da mensagem do Papa Francisco
para a Quaresma2014)
Fe e caridade: «Tambe m no s devemos dar a vida pe-los nossos irma os» (1Jo 3, 16) MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O XXII DIA MUNDIAL DO DOENTE 2014
1. Por ocasião do XXII Dia Mundial do Doente, que este ano tem como tema Fé e caridade: também nós deve-
mos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3, 16), dirijo-me de modo particular às pessoas doentes e a quantos
lhes prestam assistência e cura. A Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de
Cristo sofredor. É assim: ao lado, aliás, dentro do nosso sofrimento está o de Jesus, que carrega connosco o
seu peso e revela o seu sentido. Quando o Filho de Deus subiu à cruz destruiu a solidão do sofrimento e ilumi-
nou a sua escuridão. Desta forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde
esperança e coragem: esperança, porque no desígnio de amor de Deus também a noite do sofrimento se abre
à luz pascal; e coragem, para enfrentar qualquer adversidade em sua companhia, unidos a Ele.
2. O Filho de Deus feito homem não privou a experiência humana da doença e do sofrimento mas, assumindo
-os em si, transformou-os e reduziu-os. Reduzidas porque já não têm a última palavra, que é ao contrário a
vida nova em plenitude; transformados, porque em união com Cristo, de negativas podem tornar-se positi-
vas. Jesus é o caminho, e com o seu Espírito podemos segui-lo. Como o Pai doou o Filho por amor, e o Filho se
doou a si mesmo pelo mesmo amor, também nós podemos amar os outros como Deus nos amou, dando a
vida pelos irmãos. A fé no Deus bom torna-se bondade, a fé em Cristo Crucificado torna-se força para amar
até ao fim também os inimigos. A prova da fé autêntica em Cristo é o dom de si, o difundir-se do amor ao
próximo, sobretudo por quem não o merece, por quantos sofrem, por quem é marginalizado.
3. Em virtude do Batismo e da Confirmação somos chamados a conformar-nos com Cristo, Bom Samaritano
de todos os sofredores. «Nisto conhecemos o amor: no facto de que Ele deu a sua vida por nós; portanto,
também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3, 16). Quando nos aproximamos com ternura
daqueles que precisam de cura, levamos a esperança e o sorriso de Deus às contradições do mundo. Quando
a dedicação generosa aos demais se torna estilo das nossas ações, damos lugar ao Coração de Cristo e por Ele
somos aquecidos, oferecendo assim a nossa contribuição para o advento do Reino de Deus.
4. Para crescer na ternura, na caridade respeitadora e delicada, temos um modelo cristão para o qual dirigir o
olhar com segurança. É a Mãe de Jesus e nossa Mãe, atenta à voz de Deus e às necessidades e dificuldades
dos seus filhos. Maria, estimulada pela misericórdia divina que nela se faz carne, esquece-se de si mesma e
encaminha-se à pressa da Galileia para a Judeia a fim de encontrar e ajudar a sua prima Isabel; intercede
junto do seu Filho nas bodas de Caná, quando falta o vinho da festa; leva no seu coração, ao longo da peregri-
nação da vida, as palavras do velho Simeão que lhe prenunciam uma espada que trespassará a sua alma, e
com fortaleza permanece aos pés da Cruz de Jesus. Ela sabe como se percorre este caminho e por isso é a
Mãe de todos os doentes e sofredores. A ela podemos recorrer confiantes com devoção filial, certos de que
nos assistirá e não nos abandonará. É a Mãe do Crucificado Ressuscitado: permanece ao lado das nossas
cruzes e acompanha-nos no caminho rumo à ressurreição e à vida plena.
5. São João, o discípulo que estava com Maria aos pés da Cruz, faz-nos ir às nascentes da fé e da caridade, ao
coração de Deus que «é amor» (1 Jo 4, 8.16), e recorda-nos que não podemos amar a Deus se não amarmos
os irmãos. Quem está aos pés da Cruz com Maria, aprende a amar como Jesus. A Cruz «é a certeza do amor
fiel de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento
e nos confere a força para o carregar, entra também na morte para a vencer e nos salvar... A Cruz de Cristo
convida-nos também a deixar-nos contagiar por este amor, ensina-nos a olhar sempre para o outro com mise-
ricórdia e amor, sobretudo para quem sofre, para quem tem necessidade de ajuda» (Via-Sacra com os jovens,
Rio de Janeiro, 26 de Julho de 2013).
Confio este XXII Dia Mundial do Doente à intercessão de Maria, para que ajude as pessoas doentes a viver o
próprio sofrimento em comunhão com Jesus Cristo, e ampare quantos deles se ocupam. A todos, doentes,
agentes no campo da saúde e voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica.
Vaticano, 6 de Dezembro de 2013. 3
Proví ncia de S. Nuno de Santa Maria
Por decisão do mestre da Milita
Sanctæ Mariæ e do seu Conselho,
foi criada em 15 de Agosto de
2013, a Província de S. Nuno de
Santa Maria. Esta decisão baseia-se
no facto de a anterior Província de
Portugal ter passado a englobar os
freires de Espanha e os cada vez
mais numerosos brasileiros, além,
como é lógico os portugueses. Não
fazia, pois, sentido a Província
chamar-se de Portugal.
Ao ter atribuído esta designação, o
Mestre quis esbater as diferenças
naturais que existem entre povos
irmãos, mas diferentes e, simulta-
neamente, dar-lhes como patrono
o Santo cavaleiro que foi S. Nuno
de Santa Maria, modelo de cidadão
comprometido com o mundo e
cristão sem medo, piedoso e servi-
dor dos mais frágeis da sociedade,
tal como deve ser aquele que
recebeu o sacramental da
“Benedictio novi militis”.
Por indicação do Mestre, o Provincial
criou um novo Preceptorado, com
sede na cidade e Arquidiocese de S.
Paulo (Brasil), tendo sido nomeado
seu primeiro Preceptor o Escudeiro-
Donato Michel Pagiossi da Silva.
A MSM no Brasil Por incumbência do nosso Mestre, tive o
enorme privilégio de ser seu representante
para a recepção dos nossos primeiros freires
brasileiros, 6 jovens promissores na tarefa
que nos cabe: “alargar cá em baixo as fron-
teiras do Reino de Deus”. Assim, parti do
Porto às 7 horas da manhã de 31 de Janeiro
de 2014, num voo da TAP. Eram 18 horas,
hora local (20 em Portugal) quando aterrei em
S. Paulo e tive a imensa alegria de abraçar o
Michel Pagiossi Silva e o Kleber de Barros. O
seu sorriso abriu-me logo as portas da frater-
nidade sincera, alegre e típica da MSM. O
nosso Irmão Kleber e sua Esposa, a Renata,
fizeram questão de me convidar e acolher em
sua casa. Com o Michel e o Bruno, tivemos
um jantar excelente num ambiente de amiza-
de fabuloso. Depois do jantar começámos a
trabalhar, preparando o dia seguinte, até
cerca das 2 horas da manhã!
O dia 1 de Fevereiro foi inesquecível. De ma-
nhã, reuni com todos os nossos noviços (seis)
no salão nobre da paróquia de Santa Cecília,
gentilmente cedido pelo pároco. Foram mais
de duas horas de franco e aberto debate,
questões levantadas, curiosidades sobre a
MSM. Os nossos candidatos, creio, ficaram
muito satisfeitos e ainda mais interessados
em fazer o seu compromisso na MSM na
tarde desse dia. Depois foi um almoço simples
e simpático num restaurante perto da igreja.
Quando se terminou o almoço, rumámos para
a paróquia de Santa Generosa. Aqui fomos
acolhidos pelo respectivo Vigário, P. Fábio,
que foi de uma excepcional atenção e disponi-
bilidade. Convidado a participar no Capítulo
que iria ter lugar a seguir, aceitou e ficou até
ao fim, participando como já fosse nosso
Capelão! O Capítulo começou com a leitura
do 1º parágrafo do Prólogo e o Provincial fez
o respectivo comentário, simples e, sobretu-
do, chamando a atenção dos presentes que
escolher a MSM, é escolher um caminho
difícil mas seguro para uma verdadeira mu-
dança de estilo de vida, numa perspectiva de,
todos os dias nos aperfeiçoarmos. Ser freire
da MSM é estar sempre pronto para o comba-
te pelo Reino de Deus, em nós e no mundo. O
P. Fábio chamou a colação o facto de termos
a obrigação da intransigência para com o mal
e que a indiferença, nos cristãos, não é defen-
sável. Terminada esta fase, que seguiu o nos-
so ritual na abertura, como Provincial recebi
quatro Servos de Nossa Senhora, que haviam
sido admitidos em 8.Dez.2013, via internet e
que já deveriam ter sido admitidos como
Freires de Armas tendo de imediato recebido
dois postulantes como Freires de Armas.
Encerrou-se o Capítulo, pois urgia prepararmo
-nos para a Missa paroquial, na igreja de
4
Foto: Raul Narevicius
Participação na Missa, em Igreja de Santa Generosa (S. Paulo)
“Ser freire da MSM é estar sempre pronto para o combate pelo Reino de Deus, em nós e no mundo”
Santa Generosa. Fez-se um rápido ensaio sobre o
modo de entrar e estar na Missa. À entrada, a orga-
nista u um hino a Nossa Senhora da Conceição, cuja
letra é do Provincial e música de Dr. Manuel Cardo-
so, músico português. Este hino foi muito bem aco-
lhido. No início da Missa, o celebrante, P. Fábio,
apresentou a MSM à sua comunidade. As leituras da
Missa, da Apresentação do Senhor, foram feitas por
três freires brasileiros. No final da homilia, recebi,
como Provincial e mandatado pelo Mestre, quatro
dos Freires de Armas como Escudeiros-Donatos, que
emitiram os seus compromissos e receberam o man-
to cinzento, benzido anteriormente pelo celebrante.
Terminada a Missa, dirigimo-nos para a sacristia
onde agradecemos ao P. Fábio a sua amizade e fo-
mos cumprimentados por muitas pessoas que quise-
ram conhecer-nos. À noite, uma Senhora activa
nesta paróquia recebeu todos os membros da MSM
presentes e alguns amigos, num jantar fraterno,
amigo e muito divertido. Sentimo-nos em casa! Ter-
minámos com júbilo esta jornada.
No dia seguinte, dia 2, ainda houve tempo para um
novo encontro na Missa e num almoço entre irmãos. Depois, foi
o “ adeus”, com muitas saudades e lágrimas nos olhos de mui-
tos… e partimos para o aeroporto.
No final desta jornada, tão cansativa como bela, poderei dizer
com salmista:
Ecce quam bonum et jucundum habitare fratres in
unum… (Salmo 132)
Carlos Aguiar Gomes (Provincial)
Foi com imensa alegria que nos dias 31 de
janeiro, 01 e 02 de fevereiro que a MSM
oficialmente iniciou seus trabalhos no
Brasil, quando o provincial, o senhor Carlos
Aguiar, foi recebido pelos irmãos brasilei-
ros. Vivendo um clima fraterno, os irmãos
tiveram uma sequência árdua de trabalho e
reuniões e que apontou os rumos da MSM
no Brasil e foram recebidos seis freires-
d´armas. Estes dias tiveram seu ápice na
Santa Missa da Apresentação do Senhor,
onde, em um clima solene e emocionante,
foram recebidos os primeiros três escudei-
ros-donatos brasileiros.
Michel Pagiossi (Preceptor do Preceptorado de S. Paulo,
Brasil)
5
Ecos do Brasil (1)
Foto: Raul Narevicius
Foto: Raul Narevicius
Admissão de 6 Freires de Armas (paróquia de Santa Generosa)
“o vigário paroquial, frisou o papel de vivermos seguindo a luz de Cristo…”
Ecos do Brasil (2)
O último dia 01 de fevereiro foi de muita honra e trabalho para
os irmãos brasileiros. Honra porque acolheram, na família do
freire Kleber e sua esposa Renata, o provincial Carlos Aguiar.
Trabalho porque foram sucessivas reuniões e definições para o
futuro da MSM no Brasil
O primeiro evento foi um colóquio sobre a MSM no Brasil, na
paróquia Santa Cecília, região central da cidade de São Paulo. Em
seguida, na igreja de Santa Generosa, celebrou-se um Capítulo
presidido pelo senhor provincial e tendo a presença do reveren-
do padre Fábio Fernandes. Ali, o provincial lembrou-lhe as exi-
gências de se ser um verdadeiro cavaleiro, em seguida, foram
recebidos seis irmãos brasileiros como freires-d´arma.
O coroamento dos trabalhos deu-se na missa celebrada na mes-
ma igreja. Na homilia, celebrava-se a “Apresentação do senhor”,
o vigário, frisou o papel de vivermos seguindo a luz de Cristo.
Esta terminada, os freires que já haviam cumprido o tempo ne-
cessário foram chamados pelo provincial ao Presbitério onde
professaram que defenderiam a fé, vivendo a conversão dos
costumes e tornaram-se os três primeiros escudeiros-donatos
brasileiros. A Santa Missa prosseguiu, sendo celebrada com
solenidade e piedade.
Em seguida, houve um jantar festivo, onde os irmãos viveram em
clima fraterno.
Michel Pagiossi, (Preceptor do Preceptorado de S. Paulo, Brasil)
6
Foto: Raul Narevicius Foto: Raul Narevicius
Foto: Raul Narevicius
1º Capítulo do Preceptorado de S. Paulo
Caminhando para a profissão dos 3 Escudeiros-Donatos Bruno Farias recebe o manto de Escudeiro-Donato
BREVES
Irma Aguiar come-mora 100º aniver-sa rio
A Irmã Aguiar, que é do
nosso Corpo de Apoio
Espiritual desde a funda-
ção da MSM em Portugal ,
no dia do seu 100º aniver-
sário ( 2.Nov. 2013 ).
Miles congratula-se com a
efeméride e deseja mais
anos de vida, com a alegria
que esta doroteia tem
irradiado toda a vida!
Congresso – S. Bento Patrono da Europa
Realiza-se nos próximos
dias 21 e 22 de março, o
Congresso S. Bento, Patro-
no da Europa. A participa-
ção é gratuita, mas de
inscrição obrigatória.
O prazo para a inscrição
termina em 28 de feverei-
ro, e pode ser feita para
[email protected]; nos
Serviços Centrais da Arqui-
diocese (Rua de S. Domin-
gos, 94 B, 4710-435 Bra-
ga); no Hotel S. Bento (Rua
1, n.º 99, 4845-026 Rio
Caldo / 253 141 580 ou
965 525 386
O nosso padroeiro - S. Nuno de Santa Maria, o Santo Condesta vel
Em 6 de Março de 2006, os Bispos portugueses publi-
caram uma Nota Pastoral, que, com a devida autori-
zação, a MSM editou, dedicada a assinalar a próxima
canonização de D. Nuno Álvares Pereira que ocorreria
a 26 de Abril desse ano.
Esta Nota Pastoral tinha este título: “S. Nuno Álvares
Pereira - exemplo heroico em tempo de crise” cujas
últimas palavras são: “Os Bispos de Portugal pro-
põem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o
exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada
pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem
de todos, disponível para lutar pelos superiores
interesses da Pátria, solícita por servir os mais des-
protegidos e pobres. Assim seremos parte activa na
construção de uma sociedade mais justa e fraterna
que todos desejamos.” É um programa de vida tal
como nos recomenda a Regra, a nossa Regra.
Desde o momento do seu
reconhecimento, em Portu-
gal, os freires portugueses
decidiram adoptar como seu
padroeiro celeste precisa-
mente o Santo Condestável.
Portanto, desde 1976 que
estamos sob a sua protecção
celeste. E procuramos imitá-
lo como nos recomendam os
Bispos de Portugal na Nota
referida e na passagem cita-
da.
Desde 15 de Agosto deste
ano, 2013, que S. Nuno é
também Padroeiro da Provín-
cia que engloba o Brasil, a
Espanha e Portugal!
Na realidade, S. Nuno é mo-
delo, exemplo heróico em
tempo de crise. Como nos
recordam os Bispos portu-
gueses:
“Vivemos em tempo de crise
global, que tem origem num
vazio de valores morais. O
esbanjamento, a corrupção, a
busca imparável do bem-
estar material, o relativismo
que facilita o uso de todos os
meios para alcançar os pró-
prios benefícios, um quadro de desemprego, de an-
gústia e de pobreza que ameaçam as bases sobre as
quais se organiza a sociedade. Neste contexto, o
testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força
de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da
promoção de estilos de vida mais sólidos e solidários
e de iniciativas de partilha de bens….”
Ao ser canonizado, D. Nuno Álvares Pereira, passou a
ser modelo para a Igreja universal. De hoje e para o
futuro.
É este o Homem e o Santo que nós, na MSM, quere-
mos imitar. É este o nosso sentir a cavalaria. A sua
vida, neste tempo de crise global, é, tem de ser, inspi-
radora para quem não contenta nem se resigna á
mediocridade, tal como foi a sua vida. Tal como nos
pede a nossa Regra.
7 Xilogravura da «Crónica do Condestrabre», na edição de 1554
1. Aquele que entrou na Ordem de Santa Maria tomou a Cruz e fez a Cristo o sacrifício de sua,
aceitando de antemão os combates, as contradições, as humilhações e a morte que o Senhor
Jesus, no seu imenso amor para com todos os homens, se dignou tomar sobre Si e partilhar com
os seus amigos. Recebe por lei o Código de Honra Cavaleiresca, expressão de sua absoluta fideli-
dade a Deus:
I - O Cavaleiro combate por Cristo e pelo Seu reino.
II - O Cavaleiro serve a sua Dama a Virgem Maria.
III - O Cavaleiro defende a Santa Igreja até ao sangue.
IV - O Cavaleiro mantém as tradições dos seus antepassados.
V - O Cavaleiro combate pela Justiça, pela Ordem Cristã e pela Paz.
VI - O Cavaleiro trava contra o mundo e o seu Príncipe uma guerra sem trégua nem descanso.
VII - O Cavaleiro honra e protege os pobres, os fracos os deserdados.
VIII - O Cavaleiro despreza o dinheiro e os poderes deste mundo.
IX - O Cavaleiro é humilde, magnânimo e leal.
X - O Cavaleiro é puro e cortês, ardente e fiel.
2. Segundo a conceção de S. Bernardo, o Cavaleiro de Santa Maria é soldado de Deus: une à vida
contemplativa a vida ativa para travar com os inimigos de Cristo o duplo combate, sobrenatural e
natural, e derrotá-los no duplo combate.
3. Soldado, ele é o primeiro no sentido do Bonus Miles Christi Jesu. Deve trazer junto de si a
decisão de não recuar, como os primeiros cristãos, em face ao paganismo, pois que se trata para
ele de mudar a vida no mundo e à face dum mundo que renegou Cristo. A fé em Cristo na fideli-
dade à Igreja é o rochedo inabalável sobre o qual se apoia não uma fé mutilada, anêmica, edul-
corada, mas uma fé em toda a sua integridade, pureza e vigor. A sua primeira vitória, deve-a
obter sobre si mesmo por uma verdadeira conversão; o seu primeiro objetivo, é a conquista de si
mesmo. Então, mas só então, pode atacar diretamente os inimigos visíveis da Igreja e da Cristan-
dade, com a certeza de vencer.
COMO DEVE SER O CAVALEIRO DE SANTA MARIA
Co digo de Honra Cavaleiresca
I - O Cavaleiro combate por Cristo e
pelo Seu reino.
II - O Cavaleiro serve a sua Dama a
Virgem Maria.
III - O Cavaleiro defende a Santa
Igreja até ao sangue.
IV - O Cavaleiro mantém as tradições
dos seus antepassados.
V - O Cavaleiro combate pela Justiça,
pela Ordem Cristã e pela Paz.
VI - O Cavaleiro trava contra o mundo
e o seu Príncipe uma guerra sem
trégua nem descanso.
VII - O Cavaleiro honra e protege os
pobres, os fracos os deserdados.
VIII - O Cavaleiro despreza o dinheiro
e os poderes deste mundo.
IX - O Cavaleiro é humilde, magnâni-
mo e leal.
X - O Cavaleiro é puro e cortês, ar-
dente e fiel.
FICHA TE CNICA
Tí tulo: MILES
Director: Filipe Amorim
Propriedade: Militia Sanctae Mariae
Periodicidade: Mensal
ISSN: 1646-9313
Tiragem: 1000 exemplares
Depo sito Legal: 27363/08
MILITIA SANCTÆ MARIÆ
Rua de Guadalupe, n.º 73
4700-298 BRAGA
Telefone: 256 611 609
Email: [email protected]
www.msm-portugal.org
(CONTINUA)...
Foto: Raul Narevicius