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Minas da Panasqueira
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Escola Secundária Gabriel Pereira
Geologia – 11º ano
Minas da Panasqueira
João Paulo Monteiro Piteira
11ºB, nº17
Évora, 13 de Abril de 2010
Índice
Introdução---------------------------------------------------------------------------3
Localização geográfica e caracterização geomorfológica da mina --4
A História da mina ----------------------------------------------------------------6
Métodos de exploração ---------------------------------------------------------8
Minérios Presentes nas minas da Panasqueira ------------------------10
O Volfrâmio da Panasqueira--------------------------------------------------11
O impacto socioeconómico da mina da região--------------------------12
Conclusão-------------------------------------------------------------------------13
Bibliografia-------------------------------------------------------------------------14
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Introdução
As minas da Panasqueira laboram há sensivelmente 100 anos e são, a par das minas de Neves-Corvo, as explorações mineiras mais importantes em Portugal. A Panasqueira é considerada a maior mina subterrânea do mundo, com mais de 12 mil km de túneis escavados a uma profundidade de aproximadamente 200m. O principal minério explorado na mina é o Volfrâmio e a oscilação do preço deste no mercado tem provocado altos e baixos na História das minas.
Actualmente a empresa encarregue da exploração das minas tem apresentado lucros devido às variações positivas do preço do Volfrâmio.
O futuro mineiro na Panasqueira parece ser promissor, pelo menos nas próximas duas ou três gerações, altura em que o minério das minas se deve esgotar.
Com este trabalho pretendo dar a conhecer um pouco melhor a história desta grande mina, assim como os métodos de exploração nela utilizados entre outros aspectos.
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Localização geográfica e caracterização geomorfológica da mina
A mina da Panasqueira situa-se na Vertente Sul da cordilheira da Serra da
Estrela (zona denominada de Serra do Açôr), na aldeia de Barroca Grande a
aproximadamente 60 quilómetros a Este de Coimbra.
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Figura nº1- Localização da Mina da Panasqueira
Figura nº2- Imagem de Satélite da Mina da Panasqueira
Os minérios explorados na Panasqueira encontram-se em filões de quartzo
sub-horizontais. Estes por sua vez encontram-se encaixados nos xistos do Grupo das
Beiras. Trata-se de um “enxame” de filões que se apresentam na periferia de um
granito não observável à superfície.
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Figura nº3-
A História da mina
Os primeiros indícios de
Volfrâmio na serra do Açôr remontam
a 1985. A serra era nesta altura
coberta por densos matagais. Por este
motivo deslocavam-se a este local um
grande número de carvoeiros em
busca de carvão para vender. Foi
então que um destes exploradores
encontrou uma pedra negra e luzídia
que lhe despertou o interesse pelo seu
grande peso. O carvoeiro decidiu então levar a pedra a um conhecido
seu, Manuel Dos Santos. Este, impressionado pela pedra correu a visitar a serra e, na
expectativa de fazer um bom negócio, foi visitar um professor de Mineralogia e pediu-
lhe para examinar o local onde a pedra tinha sido encontrada.
Entretanto, Manuel Dos Santos, adquiriu logo uma porção de terreno na serra
onde construiu uma pequena casa e começou a juntar todo o minério possível. O
minério era tanto que os pastores que passeavam os seus rebanhos pela serra
começaram a recolher as pedras que encontravam pelo caminho e vendiam-nas a
Manuel Dos Santos.
Enquanto Manuel ia recolhendo o minério, o professor de Mineralogia que tinha
visitado a serra apercebeu-se então das enormes quantidades de volfrâmio existentes
na serra e então, comprou o terreno e todo o minério a Manuel Dos Santos e iniciou
ele a exploração das Minas da Panasqueira.
Foi assim o início da exploração do Volfrâmio na Panasqueira...
A partir de 1910 a exploração das Minas passou
a ser efectuada por uma empresa denominada Wolfram
Mining & Smelting Co. Ltd. Em 1928 a empresa
exploradora passou a ser a Beralt Tin & Wolfram
Limited que explorou as minas até 1973, ano em que o
nome da empresa mudou, devido à incorporação de
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Figura nº5 – Simbolo da Beralt Tin & Wolfram Limited
Figura Nº4 – Antiga Lavaria na Panasqueira
capitais sociais na empresa, passando assim a chamar-se Beralt Tin & Wolfram
Portugal, S.A.
Recentemente, o nome da empresa encarregue da exploração das minas
mudou novamente, chamando-se agora Sojitz Beralt.
O ponto alto da história das minas foi aquando da segunda guerra mundial,
altura em que a procura do Volfrâmio aumentou brutalmente pois este era utilizado
como endurecedor de ligas metálicas, utilizadas na construção de armas.
A partir da Segunda grande guerra a procura do Volfrâmio tem vindo a diminuir
gradualmente, no entanto as aplicações do minério não se limitam apenas ao
armamento, sendo também bastante utilizado na indústria
eléctrica, como por exemplo nos filamentos das lâmpadas
vulgarmente utilizadas.
Apesar da principal exploração na mina da Panasqueira ser
de Volfrâmio, também é extraído Estanho, cuja exploração é muito
antiga, sendo conhecida desde a idade do Bronze.
O Estanho é extraído da Cassiterite e é conjugado com
cobre para produzir Bronze.
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Figura nº6 - Cassiterite
Métodos de Exploração
A exploração actualmente é feita através do
método de câmaras e pilares.
Primeiro é traçada uma rampa de acesso ao
nível ou sub-nível que vai ser explorado.
Depois são efectuados travessas num
quadriculado de 11 por 11 metros. Cada
travessa tem 5 metros de largura por 2 de
altura. Nesta primeira fase ficam pilares de 11 por 11 metros. Depois caso os teores
do minério sejam adequados, cada pilar destes é cortado por uma nova travessa de 5
por 2. Restando no final pilares de 3 por 3 metros.
O minério é carregado por pás carregadoras até poços de descarga que servem
também de silos. Estes poços têm a sua saída num piso de rolagem, onde vagonetas
levam o minério até a um poço que através de um elevador leva o minério para o piso
onde existe uma câmara de fragmentação. Desta câmara o minério segue por uma
rampa até à superfície, onde é tratado na lavaria (local onde os minérios são
concentrados).
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Figura nº7- Esquema do método de exploração mineiro
Figura nº8-
Este método de exploração subterrâneo acaba por não provocar um impacte
na paisagem da serra tão grande como acontece com outros tipos de mina, no entanto
este método trás outros problemas, como por exemplo a poluição das águas
subterrâneas que correm na serra. Por este motivo é sempre necessário um grande
planeamento na escavação de túneis de forma a não poluir as águas e desta forma
não prejudicar tanto o ambiente como as populações.
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Figura nº9-
Figura nº10- Fotografia da entrada da mina
Minérios presentes nas Minas da Panasqueira
O minério mais importante nas minas,
e aquele que tem actualmente o
maior interesse económico é o
Volfrâmio.
Este mineral é extraído da Volframite,
que por sua vez se encontra
incrustada em filões de quartzo. A
principal utilização de Volfrâmio é na indústria eléctrica, principalmente nos
filamentos de lâmpadas.
Mas a volframite não é o único minério existente nas minas da Panasqueira.
Podemos também encontrar outros minerais como a Cassiterite, da qual se
extrai o estanho, a Calcopirite, que nos dá o cobre, a Blenda, o Topázio, a
Apatite, a Fluorite, a Mica e a Marcassite.
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Figura nº11- Volframite em Quartzo
Figura nº12- Fluorite Figura nº13- Calcopirite
O Volfrâmio da Panasqueira
O Volfrâmio, também conhecido como tungsténio,é um metal escasso e
encontra-se na superficíe terrestre no estado sólido. Este metal tem uma cor
acinzentada, é brilhante, muito duro e muito denso, tem o ponto de fusão mais alto de
todos os elementos!
A principal aplicação deste metal é, tal como referido
anteriormente, na indústria eléctrica ( filamentos de lâmpadas,
válvulas electrónicas, etc), no entanto tem diversas outras
utilizações como:
Aplicações aerospaciais (devido ao elevado ponto de fusão)
Aplicações na indústria automóvel
Armamentos, devido à sua grande dureza e densidade
Ferramentas que exigem condições extremas de trabalho
Lâminas de turbinas e peças que necessitam de uma grande resistência
É utilizado como alvo nos raio-X
Até nas novas chuteiras de futebol da Adidas!
Quase a totalidade do volfrâmio extraído nas minas da Panasqueira é
exportado, sendo o maior cliente das minas a multinacional OSRAM, uma empresa
de produção de lâmpadas. No entanto, e apesar de esta empresa ser o maior
cliente, não é a indústria eléctrica a que consome mais volfrâmio da Panasqueira,
sendo este lugar ocupado pelo sector automóvel.
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Figura nº14- Pedras de Volfrâmio
Impacto socioeconómico das
minas na região
As minas da Panasqueira são
actualmente a maior indústria na
região, sendo, portanto, essenciais
quer na vida social da comunidade
local, como também na vida
económica, sendo as maiores
produtoras de riqueza e emprego.
Delas dependem directamente as
familías dos 320 mineiros que trabalham diariamente nas galerias da
Panasqueira.
Podemos assim afirmar que as minas são o grande motor de toda a
região da Serra do Açôr e é assim necessário que a sua administração efectue
uma gestão cuidadosa da mina, tendo em atenção não só os apectos
económicos mas também sociais, de forma a garantir uma vida confortável a
todos os mineiros.
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Figura nº15- Simbolo da multinacional OSRAM Figura nº16-Linha de produção automóvel
Figura nº17- Monumento em honra de todos os mineiros na aldeia de Barroca Grande
Conclusão
Com este trabalho espero ter dado a conhecer um pouco melhor
aquelas que são as maiores minas em Portugal, em particular os minérios
nelas explorados e os métodos de exploração utilizados.
Espero também ter sensibilizado as pessoas para a importância de
uma administração responsável desta exploração, não só na vertente
económica como também social, pois uma administração sem sentido de
responsabilidade pode arruinar toda uma região que depende inteiramente das
centenárias minas da Panasqueira!
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Figura nº18- Grupo de mineiros da Panasqueira
Bibliografia
Artigos online:
http://panasqueira.net/
http://home.uevora.pt/~pmn/min/PAN002.htm
http://cegeo.ist.utl.pt/html/investiga/geomecanica.pdf
http://en.wikipedia.org/wiki/Panasqueira
http://www.serrasonline.com/
http://www.urbi.ubi.pt/010130/edicao/52minaspanasqueira.html
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