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ALUNO Nome: Anelise Azevedo Ribeiro E-mail: [email protected] CONCEDENTE Razão Social: Princesa Indústria e Comércio de Alimentos Ltda Caracterização jurídica: Ltda; CNPJ 89.874.333/0001-53 Setores de realização do estágio: setor de produção de massa de pastel, congelados, pizzas e bolachas. Endereço: Avenida Fernando Osório nº 580, bairro Três Vendas – Pelotas/RS. CEP: 96065-000 Fone: (53) 3223.1833 Web-site: http://www.princesaalimentos.com.br Supervisor: Valnir Hellwig Roloff – chefe de produção e Técnico em segurança do trabalho ESTÁGIO Área de atuação: Processos de produção na 1

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ALUNO

Nome: Anelise Azevedo Ribeiro

E-mail: [email protected]

CONCEDENTE

Razão Social: Princesa Indústria e Comércio de Alimentos Ltda

Caracterização jurídica: Ltda; CNPJ 89.874.333/0001-53

Setores de realização do estágio: setor de produção de massa de pastel,

congelados, pizzas e bolachas.

Endereço: Avenida Fernando Osório nº 580, bairro Três Vendas –

Pelotas/RS.

CEP: 96065-000

Fone: (53) 3223.1833

Web-site: http://www.princesaalimentos.com.br

Supervisor: Valnir Hellwig Roloff – chefe de produção e Técnico em

segurança do trabalho

ESTÁGIO

Área de atuação: Processos de produção na

indústria

Período do termo de compromisso: 21/07/08 a 25/10/08

Período coberto pelo relatório: 21/07/08 a 17/10/08

Número de horas do relatório: 510h

Professor orientador: Dr. Valdecir Carlos Ferri

Semestre/ano: 2º/2008

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Lista de Figuras

Figura 1 Organograma geral da Princesa Indústria e Comércio de Alimentos...............9

Figura 2 Fluxograma das etapas de produção de massa de pastel.............................16

Figura 3 Fluxograma processamento do pão francês...................................................19

Figura 4 Mistura dos ingredientes.................................................................................20

Figura 5 Cilindro de panificação....................................................................................21

Figura 6 Divisora de pães.............................................................................................21

Figura 7 Modeladora de pães.......................................................................................21

Figura 8 Croissant........................................................................................................23

Figura 9 Processamento da massa de croissant..........................................................24

Figura 10 Fluxograma de produção de pizza................................................................27

Figura 11 Divisor de massas.........................................................................................28

Figura 12 Corte da massa.............................................................................................29

Figura 13 Fluxograma do processamento de bolacha folhada açucarada...................31

Figura 14 Fluxograma do processamento de biscoito dobrado....................................33

Figura 15 Estampadora rotativa....................................................................................35

Figura 16 Forno contínuo..............................................................................................36

Figura 17 Fluxograma processamento de biscoito folhado...........................................37

Figura 18 Fluxograma do processamento de bolachão doce.......................................38

Figura 19 Fluxograma do processamento de bolachão salgado..................................39

Figura 20 Processamento do biscoito sortido doce......................................................40

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Lista de Tabelas

Tabela 1 Requisitos de qualidade da farinha de trigo para diferentes produtos...........13

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SUMÁRIO

RESUMO...........................................................................................................................6

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................7

1.1 Histórico da empresa...................................................................................................8

1.2 Organização estrutural da empresa............................................................................8

1.3 Setores e produtos......................................................................................................9

2 OBJETIVOS.................................................................................................................11

2.1 Objetivo Geral............................................................................................................11

2.2 Objetivos Específicos................................................................................................11

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.................................................................................12

3.1 Recebimento de matéria-prima.................................................................................12

3.2 Linha de pastelaria....................................................................................................15

3.2.1 Processamento de massa de pastel......................................................................15

3.2.2 Processamento de massa de lasanha...................................................................17

3.3 Linha de congelados.................................................................................................18

3.3.1 Processamento de pão francês congelado............................................................18

3.3.2 Processamento de massa para Croissant..............................................................23

3.3.3 Processamento de massa folhada.........................................................................25

3.4 Linha de pizza...........................................................................................................26

3.4.1 Processamento da massa de pizza........................................................................26

3.4.2 Processamento da bolacha folhada açucarada.....................................................30

3.4.3 Processamento do biscoito dobrado......................................................................32

3.5 Linha de bolachas.....................................................................................................34

3.5.1 Processamento de biscoito folhado........................................................................37

3.5.2 Processamento de bolachão doce.........................................................................38

3.5.3 Processamento de bolachão salgado....................................................................39

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3.5.4 Processamento de biscoito sortido doce................................................................40

4 SUGESTÕES...............................................................................................................41

4.1 Sugestões à indústria................................................................................................41

4.2 Susgestões ao Curso................................................................................................41

5 CONCLUSÃO...............................................................................................................42

Referências.....................................................................................................................43

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RESUMO

RIBEIRO, Anelise Azevedo. Produção de panificáveis na Princesa Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. 2008. 44f. Relatório de estágio – Bacharelado em Química de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas – RS.

Há registros de consumo do pão desde 10.000 anos a.C., produzido pela mistura de farinha e água, cozida em pedras quentes. Os primeiros pães não continham fermento para promover o crescimento e, portanto, apresentavam forma achatada, crosta dura e miolo macio. Ao longo do tempo ocorreram evoluções, com aprimoramento das técnicas de panificação, introduzindo a fermentação e cozimento. A participação da panificação na indústria de produtos alimentares é de 36,2%, e na indústria de transformação representa 7% do total. São mais de 50 mil micro e pequenas empresas (96,3% das padarias brasileiras), e atendem em média 40 milhões de clientes por dia (21,5% da população nacional). O setor gera 600 mil empregos diretos e 1,5 milhão indiretos. A Padaria Princesa fundada em 1964, por Albino Robe e sua esposa Zilá Crochemore Robe, tinha como idéia a panificação e o comércio de gêneros alimentícios. Em 04 de dezembro de 1979, a empresa inovou-se como indústria, passando a se chamar “Princesa Indústria e Comércio de Alimentos Ltda”. Dentro deste contexto a empresa conta hoje com um quadro de 76 funcionários distribuídos entre os quatros setores de produção (congelados, pizza, pastelaria e bolachas), setor de depósito, departamento de venda e logística, refeitório e escritório. O objetivo do cumprimento deste estágio foi o de colocar em prática os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso, acompanhando cada processo de produção da indústria, fazendo ligação com a teoria recebida no decorrer do Curso.

Palavras-chave: Panificação. Elaboração de panifícios. Elaboração de alimentos.

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1 INTRODUÇÃO

O pão já é consumido desde 10.000 anos a.C., produzido pela mistura de

farinha e água, cozidos em pedras quentes. Os primeiros pães não continham fermento

para promover o crescimento e, portanto, apresentavam forma achatada, crosta dura e

miolo macio. Ao longo do tempo ocorreram evoluções, com aprimoramento das

técnicas de panificação, introduzindo a fermentação e cozimento. Durante o período

clássico da Grécia e Roma o ato de fazer pão tornou-se a principal atividade (SETOR 1,

2008).

No período da Revolução Industrial, com o surgimento de máquinas, as

panificadoras foram se equipando, permitindo o desenvolvimento de certos tipos de

pães, típicos em certas regiões, como o pão italiano, pão francês e o pão negro na

Rússia (SETOR1, 2008). Atualmente o pão branco representa cerca de 66% da

produção de pães, suprindo com cerca de 19% das necessidades energéticas diárias,

além de vitaminas, proteínas e minerais.

Em 2007 as vendas de panificados cresceram 13,25% em média,

proporcionando um faturamento anual em torno de R$ 39,61 bilhões, destes, cerca de

R$ 17,82 bilhões são de produção própria. São mais de 50 mil micro e pequenas

empresas (96,3% das padarias brasileiras), e atendem em média 40 milhões de clientes

por dia (21,5% da população nacional). O setor gera 600 mil empregos diretos e 1,5

milhão indiretos (PROPAN, 2008).

A variedade de insumos novos para panificação vem aumentando com a

globalização da economia, permitindo a diversificação de produtos panificados e

desenvolvimento de novos produtos para conquistar novos e interessantes segmentos

(SETOR 1, 2008).

Segundo dados do Programa de Apoio à Panificação - PROPAN (2008), a

participação da panificação na indústria de produtos alimentares é de 36,2%, e na

indústria de transformação representa 7% do total.

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1.1 Histórico da empresa

A “Padaria Princesa” fundada em 1964, por Albino Robe e sua esposa Zilá

Crochemore Robe, tinha por princípio a panificação e o comércio de gêneros

alimentícios. Devido o casal ser oriundo da região colonial de Pelotas, conheciam as

necessidades da região da colônia de obter os produtos da cidade, e percebeu aí a

grande oportunidade de aumentar suas vendas.

Em seguida, com ajuda do filho Lélio, a família começara a venda de pães para

a colônia pelotense. Com os negócios prosperando, conseguiram comprar o primeiro

veículo, que agilizaria o serviço de transporte, realizado anteriormente de charrete.

Em 1974, Albino faleceu. Lélio assume empresa e de forma empreendedora,

investe na produção de massas secas e biscoitos. Foi então que em 04 de dezembro

de 1979, a empresa transformou-se em indústria, passando a se chamar Princesa

Indústria e Comércio de Alimentos Ltda.

Nas décadas de 80 e 90 a empresa ganhava espaço em diversas cidades da

Metade Sul, mas principalmente em Pelotas, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar,

Canguçu e São Lourenço do Sul. Isso permitiu seu ingresso no segmento de massas

frescas, que são as massas para pastéis e lasanha. Em 2002, a indústria realiza seu

maior empreendimento, a fabricação de vários modelos de pães, cucas e salgados

congelados.

1.2 Organização estrutural da empresa

A Princesa Indústria e Comércio de Alimentos Ltda conta com um quadro de 76

funcionários distribuídos entre os quatros setores de produção (congelados, pizza,

pastelaria e bolachas), setor de depósito, departamento de venda e logística, refeitório

e escritório.

Roberto Robe, terceiro filho do casal, é o responsável pela direção geral da

indústria que conta ainda, de forma hierárquica, com um chefe de produção (Valnir

Roloff), e os encarregados de cada setor. O organograma geral da empresa pode ser

visualizado na Fig.1.

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Figura 1 – Organograma geral da Princesa Indústria e Comércio de Alimentos.

1.3 Setores e produtos

No setor de congelados são produzidos diversos tipos de pães, dentre eles:

brotinho, gageta, pão de centeio, pão de leite, pão para Bauru, pão francês,

amanteigado, sovado. Estes pães são produzidos e vendidos congelados antes de

sofrerem o processo de fermentação e cozimento. Neste mesmo setor ainda, são

produzidos salgados folhados e salgados fritos como: empadinha, pastelzinho,

croissant, pãozinho de queijo, kibe, croquete, entre outros, que assim como os pães

são vendidos congelados. Trabalham neste setor 14 funcionários, onde oito são

responsáveis pela produção de pães, quatro pela produção de salgados e dois são

responsáveis pela pesagem, embalagem e armazenamento dos produtos.

Correspondem ao setor de pizzas congeladas cinco funcionários que atuam na

produção de pizza pré-cozida, biscoito folhado açucarado (conhecido popularmente

como carioca) e biscoito dobrado.

Na linha de produção de bolachas são elaboradas as bolachas tipo água e sal,

tipo sortida, tipo rosca de chocolate, tipo rosca de côco, bolachão salgado, bolachão

doce e biscoito folhado, e neste setor trabalham ao todo 14 funcionários que se dividem

entre os setores de produção e empacotamento.

Chefe de produção

Diretor Geral

Encarregadocongelados

Encarregado pizzas

Encarregado bolachas

Encarregado pastéis

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O setor de pastelaria conta com cinco funcionários que produzem as massas

frescas para lasanha, para pastel lanche e para pastéis grande ambos de 500g, e para

pastéis médios e pequenos de 200g cada.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo do cumprimento deste estágio foi o de colocar em prática os

conhecimentos adquiridos no decorrer do Curso, acompanhando cada processo de

produção dentro da indústria fazendo uma ligação da teoria vista e a prática realizada

no setor de panifícios.

2.2 Objetivos Específicos

Participar nas etapas de produção em cada linha de processamento de

panificáveis da indústria;

Controlar o recebimento de toda a matéria-prima a ser empregada na indústria;

Fazer sugestões de possíveis inovações a serem adotadas pela empresa nos

setores de processamento.

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

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3.1 Recebimento de matéria-prima

O principal insumo de produção de panificáveis é o trigo, um produto natural

que tem a sua qualidade dependente de diversos fatores, tais como: clima, adubação,

controle de pragas e até da política de importação do país, pois parte do trigo para

atender as necessidades de consumo provém do exterior, sendo adicionada à produção

nacional (DUARTE FILHO, 2002).

Devido a todos esses fatores, segundo Duarte Filho (2002), os métodos e

padrões de produção (quando existentes) tornam-se dependentes da sensibilidade do

padeiro em ajustar a receita à matéria prima de qualidade variável.

Entende-se por farinha de trigo o produto obtido a partir da espécie Triticum

seativan, ou de outras espécies do gênero Triticum, através do processo de moagem

do grão de trigo beneficiado (BARCIA et al., 2006).

A classificação da farinha é influenciada pelo tipo de trigo e pelo processo de

produção. Quanto ao trigo, do ponto de vista comercial, este pode ser dividido em

quatro classes: duro, mole, branco e durum (GULARTE, 2008).

A farinha obtida do trigo duro apresenta alto teor de proteína e possui

excelentes características para panificação. O trigo branco apresenta um teor de

proteína inferior ao duro e sua farinha é recomendada para produção de tortas e bolos.

A farinha obtida do trigo mole é indicada para produção de crackers, bolachas e pães

tipo árabe, por apresentar um teor de proteína maior em relação ao branco. Enquanto

que a farinha de trigo durum, com elevado teor de proteína, para elaboração de massas

alimentícias (GULARTE, 2008). Na tab. 1 são apresentados os requisitos de qualidade

da farinha de trigo para panificáveis.

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TABELA 1. Requisitos de qualidade da farinha de trigo para diferentes produtos

Tipo de trigo

Pão francês

Duro

Pão de

forma

Duro

Bolos e

biscoitos

Branco mole

Crackers

Mole

Massas

alimentícias

Durum

Teor de proteína (%) 13,5-15,5 11,0-12,5 7,5-9,0 9,0-10,0 12

Absorção de água (%) 63-68 60-64 48-52 48-52 -

Estabilidade (min) 9 7,5 1-3 1-3 Alta

Extensibilidade (min) Média/alta Média/alta Baixa Média -

Resistência à extensão (UE) Alta Média/alta Baixa Baixa -

Índice de queda (seg) 220-260 220-260 180-220 220-260 400

Amido danificado (%) 7-8,5 5,5-7,5 4 4 4

Fonte: GUTKOSKI, 2001.

A farinha de trigo é transportada do moinho através de caminhões com

carroceria aberta, em sacos de 50kg cobertos com lonas e, ao chegarem na empresa,

são descarregados e empilhados sobre “pallets” em pilhas de 20 unidades para que

assim também fosse possível a conferência da mercadoria. Era tomado o cuidado de

manter uma determinada distância entre a matéria-prima e as paredes do depósito, a

fim de evitar aumento da umidade e propiciar uma melhor circulação do ar.

Juntamente com essa matéria prima o moinho responsável pela fabricação da

farinha disponibiliza laudo técnico com informações sobre as características reológicas

como farinografia, alveografia, falling number, entre outras, e análises físico-químicas

do lote.

Além das diferenças na qualidade tecnológica inerentes das farinhas de uma

classe específica de trigo, as farinhas de um mesmo tipo de trigo podem variar em

qualidade devido às condições sofridas na moagem ou devido à composição da farinha

de diferentes passagens no moinho. São produzidos 16 tipos diferentes de farinha de

um mesmo trigo, e cada uma delas difere no conteúdo de proteína, cinzas, atividade

enzimática, absorção de água, cor, assim como, na qualidade da panificação

(GULARTE, 2008).

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De acordo com Gularte, (2008), as análises para determinação da qualidade de

uma farinha são: determinação do peso hectolitro, determinação da umidade,

determinação do glúten (Glutomatic), análise de proteínas, análises microscópicas e

macroscópicas, determinação da alfa-amilase (Falling Number), análise da acidez

aquosa e alcoólica, determinação da cor (Colorímetro - Pekar), alveografia, farinografia,

e a determinação de resíduos minerais (cinzas). Os resultados dessas análises são

importantes para o direcionamento adequado das farinhas para os produtos:

panificação, massas, biscoitos e bolos.

Para Quaglia (1991) dentre as análises de qualidade da farinha pode-se

destacar a farinografia que mede a consistência de uma massa perante uma força

necessária para alcançar esta consistência. O princípio da medida baseia-se no registro

da resistência que a massa oferece mediante aplicação de uma força mecânica

constante.

A alveografia que mede a estabilidade e resistência que uma massa oferece

durante o período de repouso. Para realizar a medida em alveógrafo prepara-se

pequenos discos de massa que são colocados sobre uma superfície onde é injetado ar

por pressão e então forma-se um balão com a massa até atingir o ponto de ruptura

onde é medida a pressão exercida sobre a massa para causar essa ruptura (QUAGLIA,

1991).

Índice de queda ou falling number mede a atividade da alfa-amilase na farinha.

Essa análise reproduz as condições de panificação para provocar a rápida

gelatinização do amido e em seguida realizar a medição da degradação do mesmo

através da ação da alfa-amilase (QUAGLIA, 1991).

O teor de cinzas de uma farinha é um parâmetro utilizado para controlar a

eficiência do processo de moagem, pois quanto maior a concentração de cinzas em

uma farinha, maior terá sido seu grau de extração, ou seja, maior quantidade de farelo

incorporado à farinha o que diminui a qualidade tecnológica da mesma (QUAGLIA,

1991).

De acordo com descrições feitas por Quaglia (1991), a cor está diretamente

relacionada com o teor de cinzas da farinha. O método Pekar determina a cor de uma

farinha por uma análise onde a amostra é comparada com uma amostra de farinha

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conhecida sobre uma superfície de madeira, comprimida com uma placa de vidro e

submergida em água por aproximadamente um minuto até que não se desprendam

mais bolhas de ar das amostras.

3.2 Linha de pastelaria

Neste setor foram acompanhados os processos de produção de massa de

pastel e massa de lasanha. Ambas são classificadas como massas frescas que

diferenciam das massas secas devido o teor de umidade.

Segundo a ANVISA, massa fresca é que foi submetida a processo parcial de

secagem. Este produto, devido ao seu alto teor de umidade, próximo a 30%, requer

cuidados especiais para sua preservação. Pelo fato de não sofrer uma intensa

desidratação, como a massa seca, mantém suas características de textura e sabor

mais semelhantes aos da massa caseira. A massa seca é aquela que é submetida ao

processo de secagem e tem sua umidade final em torno de 13%.

3.2.1 Processamento de massa de pastel

O pastel é um petisco tipicamente brasileiro, sendo derivado do tradicional

rolinho primavera da culinária chinesa. Sua introdução se deu através de imigrantes

chineses, que tiveram de adaptar-se às matérias-primas disponíveis no Brasil. Os

pastéis ganharam o gosto popular por serem produtos saborosos, de rápido consumo e

principalmente baratos (MARTINES, 2007).

As etapas de produção de pastéis são demonstradas em forma de fluxograma

apresentado na Fig. 2.

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Figura 2 – Fluxograma das etapas de produção de massa de pastel.

O processo de produção começa pela pesagem da farinha, sal, gordura vegetal

hidrogenada, água, corante beta-caroteno e conservante sorbato de potássio que são

as matérias-primas utilizadas na massa. Após a pesagem, é realizado o processo de

mistura dos ingredientes que dura cerca de dez minutos até uma homogeneização

moderada da massa. Esse processo é realizado através do uso de masseira.

Na laminação ou cilindragem ocorre a afinação da massa até uma espessura

desejada. Quando a massa sai do equipamento de mistura ela possui uma consistência

que se assemelha à “farofa”. Para que essa torne-se uma massa fina, homogênea e de

espessura adequada, é necessário o processo de laminação que consiste em passar a

massa através de uma série de cilindros lisos, que reduzem cada vez mais sua

espessura, formando uma lâmina. Para isso, começa-se com a abertura máxima entre

os cilindros, reduzindo a distância entre eles a cada passagem da massa.

O enrolamento é uma etapa feita em enroladores retangulares dispostos em um

suporte, em que os manipuladores vão enrolando a massa juntamente com o filme

Mistura

Laminação

Enrolamento

Corte

Pesagem

Embalagem

Pesagem dos ingredientes

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plástico que irá separar as camadas. A massa é enrolada até um número de camadas

determinado que dará a unidade certa no momento do corte.

Então é realizada a etapa seguinte que é o corte feito em cortador de disco.

Essa etapa é feita manualmente onde a massa, que já foi enrolada com o filme plástico,

é colocada abaixo do disco e então o operador movimenta uma alavanca que baixa o

disco e realiza o corte na massa. Para cada tipo de massa (grande, média ou pequena)

há um tipo de disco de tamanho diferente.

Depois de feito o corte que dá o formato desejado a massa, ela é pesada

conforme a embalagem a qual é comercializada. As embalagens são fechadas em

máquinas seladoras e os pacotes são dispostos em caixas de plástico. Essas caixas

são levadas para uma câmara de refrigeração e são armazenadas em uma temperatura

entre 8-10ºC.

As massas frescas, devido à sua composição, são produtos que estão sujeitos

ao desenvolvimento de uma ampla variedade de microrganismos, podendo se

deteriorar e mesmo constituir risco à saúde pública. Quanto mais rica nutricionalmente

for a massa, maior a gama de microrganismos que nela podem se desenvolver

(GUERREIRO, 2006).

Exige-se cuidados especiais com relação a comercialização da massa fresca, a

qual contamina-se facilmente e pode ocorrer por diversas causas: presença de

contaminantes nas matérias-primas, contato com um ambiente contaminado, contato

com equipamentos e utensílios inadequadamente limpos/sanitizados, falta de uma

higiene rigorosa dos manipuladores ou ausência de requisitos básicos como uso de

luvas, máscaras, gorros e roupas adequadas durante o processamento (GUERREIRO,

2006).

3.2.2 Processamento de massa de lasanha

Além do acompanhamento da produção de massa para pastéis neste setor,

acompanhou-se também a produção de massa para lasanha que tem um

processamento bastante semelhante ao da massa de pastel, porém difere na maneira

que é realizado o corte da massa.

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O tamanho dos enroladores retangulares utilizados neste processo são maiores

de que os utilizados em pastéis.

O corte é feito dispondo as massas, já enroladas com o filme plástico, em uma

mesa de aço inox. Então o manipulador efetua o corte com o uso de uma faca e uma

régua no tamanho desejado do produto. As demais etapas são realizadas da mesma

forma do processo anterior.

3.3 Linha de congelados

Neste setor acompanhou-se a produção de pão francês congelado e das

massas para salgados (massa folhada e para croissant).

3.3.1 Processamento de pão francês congelado

Segundo a Resolução nº 90 de 2000 da ANVISA, pão francês é o produto

fermentado, preparado, obrigatoriamente, com farinha de trigo, sal (cloreto de sódio) e

água, que se caracteriza por apresentar casca crocante de cor uniforme castanho-

dourada e miolo de cor branco-creme de textura e granulação fina não uniforme.

Os ingredientes utilizados na produção do pão francês congelado são: mistura

pré-pronta para pão francês que contém farinha, sal e melhoradores, e além dessa

mistura utiliza-se açúcar, fermento, água, banha e gelo, processados pelo disposto em

fluxograma de elaboração do pão francês (Fig. 3).

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Figura 3 – Fluxograma do processamento do pão francês.

A produção de pão francês é iniciada pela mistura dos ingredientes realizada

em uma masseira (Fig. 4). Na masseira, a mistura é realizada em torno de 20-25

minutos adicionando o fermento no final do processo.

Mesa de preparo

Cilindragem

Gordura vegetal

Divisão/modelagem

Formas

Estantes

Congelamento

Armazenamentodos carrinhos

Embalagem

Armazenamento

Mistura dos ingredientes

19

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Figura 4 – Mistura dos ingredientes.Fonte: Bunge Alimentos.

O papel do amassamento é primeiro, misturar os constituintes que compõe a

massa e, em seguida, assegurar um trabalho sobre a mesma, até que ela esteja bem

coesa, homogênea, lisa e que se desprenda bem das mãos e das paredes da masseira

(CASTRO, 2004).

Depois de decorrido o tempo de mistura, a massa é retirada da masseira e

colocada sobre uma mesa de aço inox onde é cortada em blocos para a passagem nos

cilindros que é a próxima etapa.

Nos cilindros (Fig. 5) ocorre a afinação da massa. Nesta etapa além de ocorrer

a retirada de parte do ar incorporado durante a mistura, ocorre também a uniformização

da espessura da massa que facilita a etapa seguinte.

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Figura 5 – Cilindro de panificação.Fonte: www.quebarato.com.br, 2008.

A massa volta para a mesa de preparo onde é esticada e pincelada com

gordura vegetal e pulverizada com farinha para que durante o corte e modelagem ela

não fique aderida nos equipamentos.

Então é realizado o corte em divisora semelhante a da figura abaixo. O padeiro

corta a massa que está esticada sobre a mesa em tiras e vai colocando na entrada do

equipamento. Da divisora, a massa cortada cai diretamente na modeladora (Fig. 7) que

então dá o formato desejado do pão francês.

Figuras 6 e 7 – Divisora e modeladora de pães respectivamente.Fonte: www.francasolucoes.com.br e www.italbras.com.br, 2008.

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Os pães são colocados em formas no número certo de unidades que são

embaladas em cada pacote posteriormente. Estas formas são colocadas em estantes

de aço inox, os chamados “carrinhos”, para serem levadas ao congelamento.

O congelamento dos pães é realizado em um ultrafreezer que opera em

temperaturas em torno de -19ºC. Esse equipamento promove um congelamento rápido

do pão o que é bastante benéfico, pois ocorre formação de microcristais na estrutura da

massa. Os carrinhos permanecem dentro do ultrafreezer cerca de 20 minutos e são

retirados após esse tempo e armazenados em câmara de congelamento à temperatura

de -13/-14ºC e assim, permanecem por mais de 15 horas. Então, os carrinhos são

retirados da câmara fria e os pães são embalados. Como citado anteriormente, cada

forma tem a quantidade certa de unidades de pães que são colocados em cada uma

das embalagens. Depois de embalados, os pacotes são colocados em caixas plásticas

e armazenados em container a -14ºC.

Um dos fatores que limita a vida-de-prateleira do pão é o envelhecimento que

ocorre devido à retrogradação e que contribui para aumentar a firmeza do miolo, dando

uma sensação de produto seco ao ser ingerido (GUTKOSKI, et al., 2005).

O congelamento é um dos melhores métodos de preservação conhecido e é

empregado para retardar alterações na qualidade dos alimentos. Por esta razão, o

mercado para produtos de panificação congelados tem crescido rapidamente e vem

sendo pesquisado e aplicado em diversos países (GUTKOSKI, et al., 2005).

Segundo GUTKOSKI (2004) citando HAVET, MANKAY & LE BAIL (2000), a

respeito de estudo do efeito do congelamento na qualidade de pão francês, afirmaram

que o volume é influenciado prioritariamente pela viabilidade das leveduras e a

qualidade da rede de glúten. A levedura é afetada pelo congelamento, sendo

normalmente recomendado o lento como forma de preservar a atividade das leveduras.

A rede de glúten é danificada durante o congelamento, fenômeno que afeta a

habilidade da massa reter o gás carbônico, minimizando o volume do pão. Os

resultados do trabalho mostraram que a atividade da levedura está fortemente

relacionada com a velocidade de congelamento da massa.

Embora o congelamento lento seja melhor para preservar a atividade das

leveduras esse tipo de congelamento não é indicado como forma de preservação para

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alimentos devido a formação de cristais grandes na estrutura celular do alimento, o que

danifica essa estrutura e acarreta prejuízos à qualidade do produto.

É o congelamento rápido que mantém as propriedades reológicas e garante

efeitos benéficos de atividade da levedura, pois nele, são formados microcristais no

interior da célula não permitindo a difusão da água para fora da célula.

O potencial de panificação da massa decresce substancialmente com o tempo

de armazenamento e com os ciclos de congelamento e descongelamento parciais, que

podem ocorrer durante a distribuição, transporte e armazenamento do produto. No

entanto, devido ao enorme avanço na qualidade dos produtos de panificação trazidos

pelo aprimoramento das formulações, da tecnologia de processo e da metodologia de

congelamento, assim como, dos tipos de levedura e de farinha, de agentes oxidantes e

condicionadores, tais desvantagens estão sendo minimizadas (GUTKOSKI, 2004).

3.3.2 Processamento de massa para Croissant

Croissant (Fig. 8), é uma palavra francesa que significa crescente. Identifica um

pão característico, de massa folhada em formato de meia-lua. O tipo de massa de que

é feito se caracteriza por ser semifolhada. Este tipo possui menos gordura que a

folhada, menos dobras e leva fermento biológico.

Figura 8 – Croissant.Fonte: www.wikipédia.org, 2008.

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As etapas de produção da massa para croissant é resumida em forma de

fluxograma na Fig. 9.

Figura 9 – Processamento da massa de croissant.

Os ingredientes utilizados são: farinha, sal, açúcar, fermento, ovos, água e

margarina folhada. A mistura é realizada durante aproximadamente dez minutos com a

adição do fermento no final desta etapa.

Separação da massa

Cilindro

Incorporação margarina

Dobragem/afinação

Dobra

Embalagem

Congelamento

Armazenamento

Mistura dos ingredientes

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A massa então é retirada da masseira e separada em blocos de seis

quilogramas para a passagem nos cilindros.

Depois da afinação nos cilindros, ela é colocada sobre a mesa para que seja

incorporada a margarina folhada.

A margarina é colocada em 2/3 da massa que é então dobrada em três partes

de modo que a gordura fique no meio da mesma. Feita a incorporação da gordura,

ocorre novamente uma passagem no cilindro.

A massa volta para mesa onde é esticada com o auxílio de um rolo comum. É

dobrada novamente em três partes e levada ao cilindro. Por fim, é dada uma última

dobra em três partes e feito o corte para a massa ser embalada e levada ao

congelamento. As dobras são as responsáveis pela separação da massa e das

camadas de gordura que proporcionam a folhagem do croissant.

No ultrafreezer essa massa permanece por 20 minutos a uma temperatura de

-19ºC. Terminada a etapa de congelamento, ela é armazenada em câmara de

congelamento (-14ºC) por um período de no máximo 24horas até ser utilizada para a

preparação dos croissants. A empresa produz croissants com quatro tipo de recheios:

chocolate, goiabada, doce de leite e presunto e queijo.

3.3.3 Processamento de massa folhada

Os ingredientes dessa massa são: farinha, sal, água e margarina folhada.

Como citado no processo anterior, esse tipo de massa não leva fermento.

As etapas do processo de produção são as mesmas da massa do croissant,

porém, na etapa de dobra da massa é feita uma dobra a mais em três partes. A massa

folhada tem um número maior de dobras. Quanto maior a quantidade de dobras dadas

na massa, mais folhado é o produto que se obtém. As demais etapas são exatamente

iguais ao do processamento descrito anteriormente e essa massa é utilizada para

produção de salgados como empadas e pastéis folhados.

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3.4 Linha de pizza

No setor de produção de pizza pré-cozida além do acompanhamento desta,

foram acompanhados a produção do biscoito dobrado e da bolacha folhada açucarada.

3.4.1 Processamento da massa de pizza

A pizza é conhecida como uma preparação culinária que consiste em um disco

de massa fermentada de farinha de trigo, coberto com molho de tomates e ingredientes

variados que podem ser algum tipo de queijo, carnes preparadas ou defumadas e ervas

(como orégano ou manjericão) tudo assado em forno. Descrita em fluxograma

simplificado na Fig. 10.

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Figura 10 – Fluxograma de produção de pizza.

A pizza surgiu no Brasil no final do século XIX, início do século XX, trazida

pelos imigrantes italianos, mas foi somente nas últimas décadas que se tornou um

segmento de maior destaque da indústria alimentícia. Estima-se que exista mais de 25

mil pizzarias em todo o Brasil, sendo seis mil somente na Grande São Paulo, região

que consome em torno de 43 milhões de pizzas/mês, segmento do mercado de

Mistura

Corte/divisão

Moldagem

Cilindro

Enformagem

Fermentação

Forneamento

Desenformagem

Resfriamento

Limpeza

Embalagem

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alimentação que certamente apresenta crescimento superior a 5% ao ano (CASTRO,

2008).

Os ingredientes utilizados na massa de pizza são: farinha, açúcar, sal,

propionato de cálcio, sorbato de potássio, melhorador, gordura vegetal hidrogenada,

fermento, vinagre, gelo, banha, água e óleo.

O melhorador ou reforçador é um produto que aumenta a qualidade das

massas. Segundo a Portaria nº 540 de 27 de outubro de 1997 da ANVISA, melhorador

de farinha é um aditivo alimentar que, agregado à farinha, melhora sua qualidade

tecnológica para os fins a que se destina. Este aditivo faz com que a massa fique mais

fácil de sovar e mais resistente. É empregado em farinhas consideradas fracas, nas

quais as proteínas do glúten não possuem força suficiente para formarem a cadeia de

amido (GUERREIRO, 2007).

Na indústria o melhorador utilizado no preparo das massas de pizza contém

amilase, ácido ascórbico, polissorbato, amido de milho e fécula de mandioca.

Os ingredientes da massa são misturados na masseira e homogeneizados por

cerca de 15 a 20 minutos. Depois de cessada essa mistura a massa é pesada para

realização do corte. Coloca-se a mesma em uma mesa de aço inox untada com óleo

(para que a massa não fique aderida) e então são pesadas porções de 2600g. O corte

é feito em um divisor (Fig. 11) que separa a massa em 30 pedaços.

Figura 11 – Divisor de massas.Fonte: www.fornomak.com.br, 2008.

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A Fig. 12 contém imagem da massa após realizada a etapa de divisão. Essa

operação tem como objetivo padronizar o peso das frações de massa em quantidades

apropriadas.

Figura 12 – Corte da massa.Fonte: Bunge Alimentos.

No processo de moldagem são utilizados dois pedaços provenientes do corte

(173g) e então os manipuladores fazem movimentos circulares para unir estes pedaços

e obter a porção no peso exato da massa de pizza.

O cilindro utilizado para a laminação possui dois rolos pequenos, onde um deles

está disposto na posição diagonal e o outro na posição horizontal e é esta disposição

dos rolos que dará o formato circular próprio da massa de pizza.

Na etapa de enformagem as massas são colocadas em formas circulares

metálicas untadas com banha para que possa ser esticada preenchendo todo o espaço

da forma e, além disso, para facilitar a posterior desenformagem. As formas então são

colocadas em estantes que são levadas para estufa onde ocorre uma remoção parcial

da umidade por um tempo pré determinado. Esta estufa opera a uma temperatura de

27-28ºC e controle de umidade de 75-90%. Neste período ocorre a fermentação da

massa onde a Saccharomyces cerevisiae (levedura responsável pela fermentação)

degrada o açúcar formando etanol e dióxido de carbono através da reação:

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Após a fermentação, a massa é levada ao forno para o pré-cozimento. O forno

utilizado na indústria é alimentado por lenha e esse tipo de forno é chamado de forno

de batelada. Nele, as formas de pizza são colocadas nas bandejas das estantes assim

como são retiradas da estufa, com o auxílio de uma pá com o cabo longo. O

forneamento é feito a uma temperatura de 130-140ºC por 5 minutos, tempo suficiente

para que ocorra o pré-cozimento da massa.

Depois de cessada a pré-cocção, as pizzas são retiradas do forno,

desenformadas e colocadas em estantes revestidas com plástico, com uma

determinada distância de uma massa da outra, para que ocorra o resfriamento da pizza.

Realizado o resfriamento estas massas passam pelo processo de limpeza que é feito

manualmente com o uso de palhas de aço para retirada de resíduos oriundos da forma

e do forno.

Antes de serem embaladas, é aplicado na massa o álcool de cereais que

prolonga a vida de prateleira e inibe o crescimento de microrganismos. Então essas

pizzas são embaladas em embalagens de polietileno de baixa densidade e colocadas

em caixas plásticas que são armazenadas em depósito até a distribuição do produto. A

vida de prateleira desse produto é de 45 dias após a data de fabricação.

3.4.2 Processamento da bolacha folhada açucarada

Este produto é elaborado na indústria uma vez por semana. A produção de

pizza no setor era cessada e então todos os funcionários se envolviam com a produção

desta bolacha.

Os ingredientes da massa são: farinha, sal, açúcar, gordura, banha, fécula e

melado (mistura de água e açúcar cristal), através do fluxograma (Fig. 13) que mostra o

processamento deste tipo de bolacha.

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Figura 13 – Fluxograma do processamento de bolacha folhada açucarada.

Após a pesagem dos ingredientes faz-se a mistura dos mesmos no misturador

por cerca de 15 minutos. A massa é então levada para o cilindro onde é realizado o

processo de laminação e folhagem. Essas etapas são alternadas, o operador passa a

massa uma vez no cilindro e então realiza a folhagem pincelando a massa com banha

derretida e fécula de mandioca e assim, o processo laminação/folhagem se repete seis

vezes.

Terminada esta etapa, é feita então a cobertura com açúcar cristal. A massa é

esticada sobre a mesa e um dos funcionários coloca o açúcar sobre ela e então outro

funcionário realiza a estampagem na massa, que é feita manualmente com o auxílio de

um cortador chamado “carretilha”. Esta carretilha corta a massa no formato próprio do

produto.

Mistura dos ingredientes

Laminação

Folhagem da massa

Cobertura com açúcar cristal

Estampagem

Cozimento

Resfriamento

Embalagem

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Para o cozimento as bolachas são colocadas em formas retangulares e levadas

ao forno de 25-30 minutos a 200-212ºC. Após o cozimento, as bolachas são retiradas

do forno e colocadas em grandes tanques de aço inox para resfriarem a temperatura

ambiente. O processo de embalagem é realizado após o resfriamento das bolachas e

estas são colocadas em embalagens de polipropileno de 300g e fechadas por seladora.

Depois de embaladas, as bolachas são colocadas em caixas de papelão e

armazenadas.

3.4.3 Processamento do biscoito dobrado

Normalmente, eram dedicados dois dias na semana para a produção deste

biscoito, que assim como, a produção do produto descrito anteriormente envolvia todos

os funcionários do setor.

No dia anterior da produção deste biscoito, o encarregado do setor produz um

“pé-de-cuba” misturando uma parte do fermento com uma parte da pré-mistura utilizada

na fabricação deste produto. Nesta pré-mistura contém farinha, sal e melhoradores de

farinha. O pé-de-cuba é feito para que as leveduras do fermento sejam ativadas e se

adaptem ao meio que estão sendo adicionadas. Este “pé” vai servir como base a massa

do biscoito que será produzida.

No dia da fabricação do biscoito são então adicionados na masseira,

juntamente com o “pé”, o restante do fermento, da pré-mistura e banha que são

misturados por cerca de 10 minutos (fluxograma descrito na Fig. 14).

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Figura 14 – Fluxograma do processamento de biscoito dobrado.

A laminação é a etapa seguinte e tem como objetivo o afinamento da massa do

biscoito para que sejam realizados a dobra e o corte da massa. A massa é colocada na

mesa de preparo e é pincelada com banha para facilitar sua dobra e corte. Estes

processos são feitos manualmente por um operador com o auxílio de uma faca, dando

assim a forma desejada deste tipo de biscoito. Então os biscoitos são colocados em

formas retangulares e levados para estufa até o ponto de crescimento da massa.

Mistura dos ingredientes

Laminação

Dobra e corte da massa

Formas

Estufa

Cozimento

Resfriamento

Recozimento

Resfriamento

Embalagem

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Depois de retirados da estufa, os biscoitos são colocados no forno de batelada

(alimentado à lenha) para sofrerem um cozimento a 180ºC. Os biscoitos são retirados

do forno e colocados em tanques para resfriarem e então sofrerem um novo cozimento

em um forno tipo túnel, o mesmo utilizado no processamento dos demais biscoitos

produzidos na industria. Este forno opera em torno de 200ºC e ocasiona um

recozimento dos biscoitos.

Os biscoitos saem do forno através de esteiras e vão sendo resfriados por

vários ventiladores dispostos no decorrer do percurso. Após resfriados, os biscoitos são

embalados por uma embaladora mecânica que pesa a quantidade determinada de cada

pacote, embala e corta a embalagem no tamanho certo. As embalagens são colocadas

em fardos plásticos e armazenadas no depósito.

3.5 Linha de bolachas

Segundo a Resolução nº 12 de 1978, define-se biscoito ou bolacha como o

produto obtido pelo amassamento e cozimento conveniente de massa preparada com

farinhas, amidos, féculas fermentadas, ou não, e outras substâncias alimentícias

(ANVISA, 2008).

Embora não constituam um alimento básico como o pão, os biscoitos são

aceitos e consumidos por pessoas de qualquer idade. Sua longa vida de prateleira

permite que sejam produzidos em grande quantidade e largamente distribuídos

(EMBRAPA, 1994).

Nos últimos anos, o mercado de biscoito no Brasil tem desenvolvido seus

produtos, tanto no tipo de biscoito (com a produção de “cookies” e outros) quanto na

embalagem utilizada, buscando atingir o consumidor mais exigente e sofisticado

(FAUSTIN et al., 2007).

A produção de biscoitos exige um controle iniciando na escolha dos

ingredientes, cuidadosamente de acordo com o tipo de produto a ser produzido, até

todas as etapas como mistura, laminação, estampagem/moldagem, cozimento,

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resfriamento e embalagem, cuidando-se os parâmetros para que o produto seja obtido

com todas as características desejadas tanto pela indústria como consumidor.

A farinha de trigo é o ingrediente principal de biscoitos, possuindo função

estrutural para o produto. A farinha de trigo para a produção de biscoitos é oriunda

majoritariamente de trigo mole, podendo ser composta em quantidades menores por

trigo duro. A diferença básica é o teor de proteína, sendo que farinhas de trigo mole

caracterizam-se por terem mais baixo conteúdo de proteína, menor capacidade de

absorção de água, quantidades menores de amido danificado, menor tolerância à

mistura, granulosidade mais fina e maiores propriedades de fluidez do glúten.

A empresa possui uma linha de processamento que fabrica diversos tipos de

biscoitos e bolachas e neste setor são realizados os processos de mistura, laminação,

estampagem e cozimento dos produtos. Estas etapas são semelhantes para todos os

tipos de biscoitos, porém com algumas variações.

Neste setor foram observados os processos de produção do biscoito tipo

folhado, bolachão doce, bolachão salgado e biscoito sortido doce. Estes produtos têm

em comum o método de produção onde a massa é laminada e o produto é cortado e

estampado por cortadores rotativos ou por prensas.

Após a massa ser obtida no misturador, é enviada para a fase de formação do

biscoito. Os produtos do tipo estampado comumente são laminados por meio de

sistema laminador composto de pares de rolos. A abertura entre os rolos diminui

gradualmente à medida que a massa atinge o estampador. A lâmina de massa deve ser

forte o bastante para se manter íntegra durante a operação (MARTINES, 2006).

Esta lâmina fina da massa é então estampada e cortada por uma prensa

estampadora semelhante a da Fig. 15.

Figura 15 – Estampadora rotativa.

Fonte: www.fornomak.com.br, 2008.

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As prensas são ajustadas conforme o tipo de bolacha que é produzida. Depois

de passado pelo processo de estampagem, os biscoitos são levados ao cozimento que

é realizado em forno contínuo tipo túnel com esteira metálica (Fig. 16). Estes fornos

possuem zonas de aquecimento, cujas temperaturas e umidades podem ser

controladas. Além de queimadores, localizados acima e abaixo da superfície de

aquecimento, os fornos possuem abafadores para equiparar a umidade e pressão

dependendo do tipo de massa a ser assada.

Figura 16 – Forno contínuo.Fonte: www.fornomak.com.br, 2008.

Ao saírem do forno, as esteiras metálicas carregam os biscoitos até o setor de

embalagem. No decorrer desse percurso os biscoitos vão passando por ventiladores

que vão realizando o resfriamento dos mesmos. A etapa de resfriamento é uma das

mais importantes no processamento do biscoito, pois, ao sair do forno se apresenta

muito quente, mole e ainda com excesso de umidade. No setor de embalagem os

biscoitos são empacotados por uma embaladora mecânica de acordo com o tipo e peso

de cada um e então são colocados em caixas de papelão e armazenados.

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3.5.1 Processamento de biscoito folhado

Os ingredientes farinha, sal, gordura, água e melado são homogeneizados na

masseira de 20 a 25 minutos e seguem o processamento de acordo com o fluxograma

(Fig. 17).

Figura 17 – Fluxograma do processamento de biscoito folhado.

A folhagem é feita esticando a massa e aplicando banha fundida e em seguida

fécula de mandioca. Essa massa é dobrada e passada pelo cilindro para ocorrer

novamente a laminação.

Mistura dos ingredientes

Laminação

Folhagem

Estampagem

Cozimento213ºC por 10 minutos

Resfriamentode 10 a 15 minutos

Embalagem

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3.5.2 Processamento de bolachão doce

A produção (Fig. 18) inicia com a mistura da farinha, açúcar, bicarbonato de

amônio, sal, banha, melado e metabissulfito de sódio por 60 minutos.

Este tipo de biscoito é caracterizado pelo uso de fermento químico em sua

formulação para a produção de gás que irá arejar o produto facilitando a

mastigabilidade. O bicarbonato de amônio se decompõe sob ação do calor durante o

forneamento produzindo CO2, NH3 e vapor de água.

Figura 18 – Fluxograma do processamento de bolachão doce.

Mistura dos ingredientes

Laminação

Estampagem

Cozimento160ºC de 8 a 10 minutos

Resfriamentode 10 a 15 minutos

Embalagem

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3.5.3 Processamento de bolachão salgado

Esta bolacha também sofre o processo de folhagem da massa assim como o

biscoito folhado. Porém, neste tipo de bolacha é adicionado fermento biológico.

A farinha, sal, gordura, reforçador, açúcar e melado são homogeneizados por

cerca de 20 minutos na masseira e nos cinco minutos finais é acrescentado o fermento.

Figura 19 – Fluxograma do processamento de bolachão salgado.

Mistura dos ingredientes

Laminação

Folhagemda massa com banha e

fécula de mandioca

Estampagem

Cozimento200-212ºC de 8 a 10 minutos

Resfriamentode 10 a 15 minutos

Embalagem

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3.5.4 Processamento de biscoito sortido doce

Os ingredientes utilizados neste processo são: farinha, bicarbonato de amônio,

açúcar, sal, banha, fécula, melado, chocolate e metabissulfito de sódio que são

misturados por 20 minutos e seguem o processamento da figura 20.

Figura 20 – Processamento do biscoito sortido doce.

Mistura dos ingredientes

Laminação

Folhagemda massa com banha e

fécula de mandioca

Estampagem

Cozimento171ºC por 6 a 8 minutos

Resfriamentode 10 a 15 minutos

Embalagem

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4 SUGESTÕES

4.1 Sugestões à indústria

Em relação à indústria, minha sugestão é que a empresa invista mais em

controle de qualidade da matéria-prima, dos processos e dos produtos a fim de obter

um produto final de maior qualidade e uma marca de maior credibilidade entre os

clientes, pois sabe-se que hoje em dia os consumidores buscam acima de tudo

qualidade e benefícios que um alimento pode proporcionar.

Durante o estágio foi observada disparidade entre os produtos produzidos na

empresa, o que é refletido pela falta de um controle rígido de qualidade e do efetivo

emprego de Boas Práticas de Fabricação. Para solução deste problema o ideal é adotar

padronização dos processos e dos produtos em todos os setores da indústria por meio

de avaliações sistemáticas de todas as etapas envolvidas, treinamento de funcionários,

obtenção de matérias-primas dentro de especificações da qualidade e análises das

características do produto final.

4.2 Sugestões ao Curso

Em relação ao Curso de Bacharelado em Química de Alimentos sugiro uma

reformulação na grade curricular, a fim de que se proporcione aos alunos a realização

de estágios no decorrer do curso e não só no final da graduação. Pois este possibilitará

que o aluno tenha um contato maior na sua área de trabalho e ainda que aplique seus

conhecimentos de uma forma prática. A presença constante dentro de uma indústria de

alimentos despertará questões que muitas vezes não são levantadas em sala de aula e

faz com que o aluno adquira conhecimentos que só a prática é capaz de proporcionar.

Desta forma, os graduados saem do curso com uma segurança maior sobre seu futuro

mercado de trabalho.

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5 CONCLUSÃO

A realização do estágio permitiu colocar em prática a teoria adquirida no

decorrer do curso através do acompanhamento dos processos de produção dentro da

fábrica. Essa experiência aumentou os conhecimentos em panificação permitindo uma

visão mais aprofundada desta área.

Além disso, foi possível perceber a atuação de um Químico de Alimentos pela

presença do mesmo em cada etapa de produção, dando uma idéia prévia de como será

o mercado de trabalho e da importância que um profissional com conhecimento

tecnológico tem neste segmento.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DOS ALIMENTOS

CURSO DE QUÍMICA DE ALIMENTOS

PRODUÇÃO DE PANIFICÁVEIS NA PRINCESA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS Ltda

Relatório final de estágio apresentado à

Universidade Federal de Pelotas, sob a

orientação do Profº Drº Valdecir Carlos Ferri,

como parte das exigências da disciplina de

Estágio Supervisionado, do Curso de Química de

Alimentos, para obtenção do título de Bacharel

em Química de Alimentos.

Anelise Azevedo Ribeiro

Pelotas, dezembro de 2008

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