78
MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA ACADEMIA MRS CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS DE LOCOMOTIVAS EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES OPERACIONAIS Rio de Janeiro 2006

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

ACADEMIA MRS

CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS DE

LOCOMOTIVAS EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES

OPERACIONAIS

Rio de Janeiro 2006

Page 2: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

II

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

ACADEMIA MRS

CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS DE

LOCOMOTIVAS EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES

OPERACIONAIS

Monografia apresentada ao curso de Especialização em

Transporte Ferroviário de Carga do Instituto Militar de

Engenharia, como requisito parcial para obtenção do título

de Especialista em Transporte Ferroviário de Carga.

Autora: Marina Guimarães Mattos

Orientador: Altair dos Santos Ferreira Filho

Tutor: Carlos Magno Cascelli Schwenck

Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2006

Page 3: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

II

AGRADECIMENTOS A todo o pessoal das oficinas de locomotivas, do PCM, da engenharia de locomotivas

e engenharia de operações o meu muito obrigada. A contribuição de vocês foi

fundamental para a conclusão deste trabalho!

Page 4: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

III

ÍNDICE ANALÍICO

AGRADECIMENTOS ..................................... .....................................................................II

ÍNDICE ANALÍICO .................................... .........................................................................III

ÍNDICE DE FIGURAS......................................................................................................... V

ÍNDICE DE TABELAS.................................. ..................................................................... VI

RESUMO.......................................................................................................................... VII

1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1

1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................................................. 1 1.2. OBJETIVO.........................................................................................................................................................2 1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.................................................................................................................. 3 1.4. PALAVRAS CHAVE......................................................................................................................................... 4

2. VISÃO GERAL ..................................... .........................................................................5

2.1. A MRS LOGÍSTICA.......................................................................................................................................... 5 2.2. A FROTA DE LOCOMOTIVAS ....................................................................................................................... 6 2.3. GERAÇÃO DE DEMANDA ............................................................................................................................. 3 2.4. MANUTENÇÃO DE LOCOMOTIVAS............................................................................................................ 4 2.4.1. PLANO MESTRE DE MANUTENÇÃO ......................................................................................................4 2.4.2. MANUTENÇÕES PREVENTIVAS............................................................................................................. 6 2.4.3. MANUTENÇÕES CORRETIVAS............................................................................................................... 9 2.4.4. DISPONIBILIZAÇÃO .................................................................................................................................10 2.4.5. RECURSOS DEMANDADOS ..................................................................................................................10 2.5. VARIÁVEIS MEDIDAS ..................................................................................................................................12 2.5.1. MÃO DE OBRA...........................................................................................................................................14 2.5.2. ÁREA FÍSICA..............................................................................................................................................14 2.5.3. TEMPO DE ATIVIDADE ............................................................................................................................15

3. DISTRIBUIÇÃO DE OFICINAS NA MRS................. ...................................................17

3.1. HORTO FLORESTAL (FHL).........................................................................................................................18 3.2. CONSELHEIRO LAFAITE (FCK) .................................................................................................................22 3.3. P1-7 (FPJ) .......................................................................................................................................................23 3.4. BARRA DO PIRAÍ (FBX) ...............................................................................................................................27 3.5. LAPA (IOU) .....................................................................................................................................................30 3.6. JUNDIAÍ (IJN) .................................................................................................................................................32

4. MODELAGEM E SIMULAÇÕES.......................... .......................................................33

4.1. O QUE É SIMULAÇÃO ..................................................................................................................................33 4.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA SIMULAÇÃO ..............................................................................35 4.3. CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS DE SIMULAÇÃO..............................................................................36 4.4. SIMULAÇÃO NO ARENA .............................................................................................................................37 4.5. SIMULAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS .......................................................38 4.5.1. CRIAÇÃO DAS VARIÁVEIS .....................................................................................................................38 4.5.2. RECURSOS................................................................................................................................................39 4.5.3. ALEATORIEDADE .....................................................................................................................................40

Page 5: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

IV

4.5.4. ROTAS E TEMPOS DE PERCURSO......................................................................................................41 4.6. CONSTRUÇÃO DO MODELO .....................................................................................................................42 4.6.1. INSERÇÃO DAS LOCOMOTIVAS ..........................................................................................................42 4.6.2. DISTRIBUIÇÃO DAS LOCOMOTIVAS PARA AS OFICINAS .............................................................44 4.6.3. GERAÇÃO DE DADOS PARA RELATÓRIO .........................................................................................46 4.6.4. RESULTADOS OBTIDOS.........................................................................................................................47

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ............................................................49

5.1. CONCLUSÕES ..............................................................................................................................................49 5.2. RECOMENDAÇÕES .....................................................................................................................................50

6. BIBLIOGRAFIA.................................... .......................................................................52

ANEXO A ............................................ ..............................................................................53

TEMPOS DE ATIVIDADE E PERCURSO DE CORRETIVAS .............................................................................53

ANEXO B ............................................ ..............................................................................54

MÉDIA E DESVIO PADRÃO DOS TEMPOS DE ATIVIDADE DAS MANUTENÇÕES PREVENTIVAS........54

ANEXO C ..........................................................................................................................55

RELATÓRIO DE SIMULAÇÃO.................................................................................................................................55 ENTIDADES ...............................................................................................................................................................56 TEMPO DE ESPERA (MÉDIO) E QUANTIDADE EM FILA (MÉDIA) .................................................................58 TAXA DE UTILIZAÇÃO .............................................................................................................................................59 TEMPO DE INDIDPONIBILIDADE POR MODELO...............................................................................................61 QUANTIDADE MÉDIA DE LOCOMOTIVAS EM OFICINA POR ATIVIDADE ...................................................62

Page 6: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

V

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 - MALHA MRS.........................................................................................................1 FIGURA 2 - MAPA FERROVIÁRIO BRASILEIRO .............................................................................6 FIGURA 3 - LOCOMOTIVA C 30-7MP .......................................................................................7 FIGURA 4 - LOCOMOTIVA C 30-SUPER 7 ..................................................................................7 FIGURA 5 – LOCOMOTIVA HITACHI ...........................................................................................7 FIGURA 6 - LOCOMOTIVA SD 40/2 ...........................................................................................8 FIGURA 7 - LOCOMOTIVA SD 40/3 ...........................................................................................8 FIGURA 8 - LOCOMOTIVA SD 38 ..............................................................................................8 FIGURA 9 - LOCOMOTIVA SF30-C............................................................................................8 FIGURA 10 - LOCOMOTIVA U-23C1..........................................................................................9 FIGURA 11 - COMPARATIVO: PROGRAMA X DISPONIBILIDADE.....................................................9 FIGURA 12 - SUMÁRIO DE LOCOMOTIVAS................................................................................10 FIGURA 13 - PROCESSO DE ATENDIMENTO DE DEMANDAS ..........................................................3 FIGURA 14 - CICLO DE REVISÕES ............................................................................................7 FIGURA 15 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS OFICINAS ...................................................................17 FIGURA 16- VISTA AÉREA UNIDADE DO HORTO FLORESTAL ......................................................18 FIGURA 17 - MAPA MRS MINAS GERAIS ................................................................................19 FIGURA 18 - LAY OUT OFICINA DE LOCOMOTIVA HF.................................................................20 FIGURA 19 - VALAS OFICINA HF............................................................................................21 FIGURA 20 - VALAS - OFICINA LAFAIETE .................................................................................22 FIGURA 21 - ÁREA INTERNA OFICINA DE LAFAIETE ...................................................................23 FIGURA 22 - LAVADOR DE LOCOMOTIVAS P1-7 .......................................................................24 FIGURA 23 - OFICINA P1-7....................................................................................................25 FIGURA 24 - INTERIOR OFICINA P1-7......................................................................................26 FIGURA 25 - VALA FALSA P1-7..............................................................................................26 FIGURA 26 - MALHA MRS RIO DE JANEIRO ............................................................................27 FIGURA 27 - VALA OFICINA BP ..............................................................................................28 FIGURA 28 - OFICINA BP ......................................................................................................29 FIGURA 29 - OFICINA BP : VISTA DA ROTUNDA .......................................................................29 FIGURA 30 - MALHA MRS SP ...............................................................................................30 FIGURA 31 - "PASSADOR" OFICINA LAPA ................................................................................30 FIGURA 32 - OFICINA LAPA....................................................................................................31 FIGURA 33 - OFICINA LAPA- VALAS ........................................................................................32 FIGURA 34 - INPUT ANALYSER ...............................................................................................37 FIGURA 35 - BLOCO 1: INSERÇÃO DAS LOCOMOTIVAS ..............................................................43 FIGURA 36 - BLOCO 2 : DEFINIÇÃO DAS MANUTENÇÕES E OFICINAS ..........................................45 FIGURA 37 - BLOCO 3 : GERAÇÃO DO RELATÓRIO ...................................................................46 FIGURA 38 - TELA DE ANIMAÇÃO ............................................................................................47 FIGURA 39 - RELATÓRIO DE TEMPO EM FILA POR OFICINA.........................................................48

Page 7: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

VI

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 - MODELOS POR FROTA E QUANTIDADE......................................................................5 TABELA 2 - PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES..............................................................................7 TABELA 3 - PLANO MESTRE - PREVENTIVAS .............................................................................8 TABELA 4 - PLANO MESTRE PARA FROTA GE C30-7...............................................................10 TABELA 5 - HH PLANO MESTRE.............................................................................................11 TABELA 6 - HH OFICINAS ......................................................................................................12 TABELA 7-OFICINAS DE DESTINO...........................................................................................41

Page 8: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

VII

RESUMO Este trabalho tem como premissa estudar a capacidade de produção das oficinas de

manutenção de locomotivas da MRS Logística em função das demandas operacionais. O

texto apresenta a MRS Logística, a forma como é gerada a demanda de trens, sua frota

de locomotivas, o plano de manutenção dessas máquinas, as oficinas existentes e as

variáveis que interferem nesse processo como área física, quantidade de mão de obra e

turnos de trabalho.

A partir destes dados é construído um modelo de simulação utilizando o software

Arena, que pode ser utilizado como ferramenta de apoio às decisões em projetos que

envolvam alterações na infra-estrutura das oficinas, no ciclo de manutenção ou na frota

de locomotivas.

Os resultados obtidos mostraram que o tratamento do problema de manutenção das

locomotivas na MRS pode ser melhor gerenciado com o emprego da simulação

computacional.

Page 9: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

1

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho é sobre a capacidade de produção das oficinas de locomotiva da MRS e

tem como objetivo analisar a geração das necessidades operacionais, verificar as

variáveis que interferem na manutenção e gerar um modelo de simulação que represente

bem esse sistema.

1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

A MRS Logística é uma concessionária que controla, opera e monitora a Malha

Sudeste da Rede Ferroviária Federal. A empresa atua no mercado de transporte

ferroviário desde 1996, quando foi constituída, interligando os estados do Rio de Janeiro,

Minas Gerais e São Paulo. São 1.674 Km de malha - trilhos que facilitam o processo de

transporte e distribuição de cargas numa região que concentra aproximadamente 65% do

produto interno bruto do Brasil. Pela malha da MRS também é possível alcançar os portos

de Sepetiba e de Santos.

Figura 1 - Malha MRS

Page 10: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

2

O foco das atividades da MRS está no transporte ferroviário de cargas gerais, como

minérios, produtos siderúrgicos acabados, cimento, bauxita, produtos agrícolas, coque

verde e contêineres.

Para garantir um transporte eficiente e seguro é fundamental trabalhar com um

sistema de manutenção que atenda às necessidades operacionais. Analisando o quadro

de disponibilidade de locomotivas, nota-se que, em alguns momentos, o número de

máquinas disponibilizadas pelas oficinas não atende às necessidades demandadas pela

produção da companhia.

Uma solução para o problema de falta de locomotivas disponíveis pode ser obtida

com a melhoria e otimização dos serviços de manutenção.

1.2. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é estudar as atuais condições das oficinas de manutenção

de locomotivas da MRS e avaliar a capacidade de produção destas em função das

demandas operacionais. Será feita análise da oficina do Horto Florestal, Conselheiro

Lafaiete, P1-7, Lapa, Jundiaí e Barra do Piraí. Não entrará nesse estudo a oficina de Raiz

da Serra por tratar de um tipo específico de manutenção de locomotivas.

Conhecendo o número total de locomotivas por modelo, as atividades de

manutenção, a freqüência e duração dessas atividades, o tempo necessário para

transporte das locomotivas até as oficinas e a estimativa de ocorrência de defeitos e

reboques é possível chegar à quantidade de tempo que cada frota fica parada. A partir da

comparação entre a necessidade de locomotivas disponíveis, ditada pela demanda da

produção, e o tempo previsto de locomotivas paradas em manutenção, será possível

analisar a capacidade de atendimento das oficinas.

Todos estes dados contribuíram para a construção de um modelo de simulação da

capacidade de produção das oficinas. Esse modelo foi construído utilizando o software

Page 11: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

3

Arena e será utilizado como ferramenta para visualização de possíveis modificações

como construção de valas, alteração nos turnos de trabalho, aquisição de novas

locomotivas e alterações no plano de manutenção.

Considerando apenas o atendimento ao ciclo de preventivas, a capacidade das

oficinas de locomotivas poderia ser simplesmente medida através do cálculo de horas e

HH necessários, mas existem também as manutenções corretivas. Como a freqüência

das corretivas e a demanda de horas em manutenção dessas ocorrências é

indeterminada, a criação de um modelo para simulação é muito útil.

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está dividido em cinco capítulos, sendo que o primeiro faz uma

apresentação do problema a ser discutido e do objetivo final desta análise.

O Capitulo 2 mostra uma visão geral da MRS, apresenta a frota de locomotivas,

discorre sobre a geração de demanda das máquinas e os tipos de manutenção

empregados. Nesta parte do trabalho também é feito um detalhamento do plano mestre

de manutenção e são discutidas as variáveis medidas que servem de base para a análise

desenvolvida ao longo do trabalho: mão de obra, área física e tempo de atividade.

De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as

atividades realizadas em cada uma e discorre sobre as variáveis apresentadas no

capítulo anterior.

O capítulo seguinte apresenta o software Arena, utilizado para a simulação, e

descreve como esta foi realizada.

A conclusão do trabalho é feita no Capítulo 5 após a análise dos resultados obtidos

com a simulação.

Page 12: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

4

1.4. PALAVRAS CHAVE Oficina, manutenção, locomotivas, preventivas, corretivas, capacidade, valas, mão de

obra, homem-hora, disponibilidade, frota, Plano Mestre, Arena, simulação, revisão,

inspeção.

Page 13: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

5

2. VISÃO GERAL

Neste capítulo, será apresentada a MRS Logística, sua frota de locomotivas e os tipos

de manutenções realizadas. Essas informações são fundamentais para a situação do

problema.

2.1. A MRS LOGÍSTICA

MRS Logística S.A. é a concessionária que opera a chamada Malha Sudeste da Rede

Ferroviária Federal S. A., que era composta pelas Superintendências Regionais SR3 -

Juiz de Fora e SR4 - São Paulo. Foi constituída em agosto de 1996, assumindo a

concessão no dia 1º de dezembro do mesmo ano, após a obtenção por cessão dos

direitos adquiridos pelo Consórcio MRS Logística, através do leilão de privatização,

realizado em 20/09/96, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, pelo valor de R$888,9

milhões.

Os trechos que foram concedidos para a exploração do transporte ferroviário de

cargas são aqueles que pertenceram às antigas ferrovias Estrada de Ferro Central do

Brasil, as linhas que ligam Rio de Janeiro a São Paulo e a Belo Horizonte, bem como a

Ferrovia do Aço e aqueles pertencentes à Estrada de Ferro Santos-Jundiaí excluídas as

linhas metropolitanas de transporte de passageiros no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Suas linhas interligam as cidades de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro e

constituem acesso ferroviário aos portos do Rio de Janeiro, Sepetiba e Santos, além de

atender ao terminal privativo de embarque de minério de ferro de propriedade da MBR, na

Ilha de Guaíba, na Baía de Angra dos Reis.

Page 14: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

6

Figura 2 - Mapa ferroviário brasileiro

2.2. A FROTA DE LOCOMOTIVAS

A MRS possui atualmente 423 locomotivas divididas em frotas por modelos. A frota A

é atendida pelas oficinas de Minas Gerais, a Frota B pelas oficinas do Rio de Janeiro e as

Frotas C e E pelas oficinas de São Paulo.

Page 15: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

7

Fazem parte da Frota E as locomotivas de circulação restrita à cremalheira e tração

elétrica. Essas locomotivas recebem manutenção na oficina de Raiz da Serra a qual não

entrará nesse estudo por atender máquinas com atividades de manutenção exclusivas.

Seguem abaixo, alguns exemplos de locomotivas da MRS.

Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.010 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.651 Largura (mm): 3.131 Comprimento: 20.497

Figura 3 - Locomotiva C 30-7MP

Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 3.150 HP Tração: 3.010 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.572 Largura (mm): 3.068 Comprimento: 20.428

Figura 4 - Locomotiva C 30-Super 7

Fábrica: Hitachi Utilização: Serviço HP Nominal: 1.000 HP Tração: 950 Peso (ton): 120 Altura (mm): 4.460 Largura (mm): 3.200 Comprimento: 16.740

Figura 5 – Locomotiva Hitachi

Page 16: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

8

Fábrica: GM Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.000 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.640 Largura (mm): 3.150 Comprimento: 21.020

Figura 6 - Locomotiva SD 40/2

Fábrica: GM Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.000 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.756 Largura (mm): 3.124 Comprimento: 20.022

Figura 7 - Locomotiva SD 40/3

Fábrica: GM Utilização: Carga HP Nominal: 2.200 HP Tração: 2.000 Peso (ton): 163 Altura (mm): 4.638 Largura (mm): 3.149 Comprimento: 18.550

Figura 8 - Locomotiva SD 38

Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.010 Peso (ton): 180 Comprimento: 20.497

Figura 9 - Locomotiva SF30-C

Page 17: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

9

Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 2.500 HP Tração: 2.250 Peso (ton): 165 Altura (mm): 4.572 Largura (mm): 3.105 Comprimento: 20.497

Figura 10 - Locomotiva U-23C1

A tabela a seguir foi extraída de uma consulta ao Sislog (Sistema Logístico da

MRS, destinado a centralizar e a operacionalizar diversas atividades realizadas pelo

planejamento, controle e execução do transporte. Abrange toda a operação do transporte,

desde de a criação de um evento até a chegada do mesmo a seu destino.) e mostra a

divisão das frotas e o quadro comparativo entre o programa de manutenção e a real

disponibilidade de locomotivas na data da consulta.

Figura 11 - Comparativo: Programa X Disponibilidade

Page 18: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

10

A coluna Programa indica a quantidade necessária de locomotivas que devem estar

em circulação, isto é, máquinas que deverão estar fora das oficinas em plenas condições

de funcionamento. Esse número é calculado em função da demanda de produção da

companhia. A coluna Disponível mostra o número de locomotivas aptas ao

funcionamento disponibilizadas pelas oficinas de manutenção. A coluna Disp-Prog é a

diferença entre as duas anteriores, ou seja, um valor negativo indica que a demanda de

produção não está sendo atendida pela manutenção.

Através de consulta ao Sumário de Locomotivas, dentro do Sislog, é possível ter uma

visão geral da situação de toda a frota. Este sumário permite saber a quantidade real de

locomotivas em trem (tracionando ou em reboque), paradas em pátios, em oficinas etc.

Para cada situação são listadas as máquinas com informação do modelo, número de

série, condição de circulação e pátio de destino.

Figura 12 - Sumário de Locomotivas

Page 19: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

3

2.3. GERAÇÃO DE DEMANDA

Para entender melhor o cálculo da quantidade necessária de locomotivas a ser

disponibilizada pelas oficinas é fundamental o conhecimento do macrofluxo gerado

dentro da companhia. O diagrama a baixo ilustra as etapas envolvidas nessa atividade:

Figura 13 - Processo de atendimento de demandas De acordo com as demandas geradas pelos clientes a área Comercial da MRS

fecha a venda do serviço de transporte ferroviário. Em função dos volumes, materiais,

origens e destinos dos produtos a serem transportados são gerados fluxos que são

organizados pelo PCO (Planejamento e Controle). Para atender a estes fluxos são

montados trens que buscam otimizar a realização do transporte de cargas dos clientes.

Na montagem dos trens deve ser avaliada a quantidade e o tipo de vagões e

locomotivas que melhor atenderão ao fluxo.

A escolha dos vagões está diretamente ligada ao tipo do material transportado e a

forma como é feita a carga e a descarga deste produto nos terminais.

DEMANDA DE MERCADO

ÁREA COMERCIAL

PCO

DISPONIBILIZAÇÃO DE ATIVOS

MONTAGEM DOS TRENS

MANUTENÇÃO DE LOCOS E VAGÕES

Page 20: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

4

Para a determinação das locomotivas que serão empregadas é importante saber

que cada trem terá uma característica de tração diferente a qual está relacionada com o

perfil do trecho a ser percorrido, o volume de carga transportado e a velocidade a ser

desenvolvida. Como a MRS possui máquinas de modelos variados a alocação de

locomotivas de acordo com a potência desenvolvida por elas e a combinação entre

essas no trem é fundamental para garantir o melhor aproveitamento da frota.

A partir da montagem dos trens e definição dos modelos e tipos de locomotiva que

irão tracionar cada um deles é gerada a necessidade de disponibilidade de máquinas.

2.4. MANUTENÇÃO DE LOCOMOTIVAS

Segundo a ANTF, destacam-se como os principais elementos de um plano de

manutenção de material rodante :

•tamanho da frota;

• idade dos veículos e vida útil prevista;

• quilometragem anual dos veículos;

• ciclos de reparação (períodos de tempo decorridos entre reparações);

• consistência das reparações (intervenções realizadas em cada ciclo);

• tempo de imobilização (tempo do veículo em manutenção);

• índice de indisponibilidade (relação entre o tempo de indisponibilidade e o tempo

total);

• carga de trabalho por centro de manutenção

Nesse capítulo será explicado como é elaborado o Plano Mestre de Manutenção de

locomotivas da MRS e discutidas as variáveis que interferem nesse planejamento.

2.4.1. PLANO MESTRE DE MANUTENÇÃO

O Plano Mestre é elaborado em função do número existente de locomotivas de

cada frota e da necessidade de máquinas em circulação.

Page 21: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

5

Tabela 1 - Modelos por frota e quantidade

Modelo Frota Qde Ativa GE-C30-7 A 9

GE-C30-MP A 19 GE-C30-SF A 10 GE-C36-7 A 23 GE-C36-E A 26

GE-C36-ME A 37 GE-C36-S7 A 2 GE-U20 C C 26 GE-U23C A 64 GE-U23C C 6 GE-U23C1 C 12 GE-U23CA A 28 GE-U23CE A 13 GE-U23CE C 2 GM-SD18 B 9 GM-SD38 B 34

GM-SD40/2 B 38 GM-SD40/3 B 14

O não cumprimento do plano de manutenção implica em aumento dos custos de

manutenção, aumento do THP (Trem Hora Parado), reflexos negativos na circulação e

conseqüências para a produção além de riscos de acidentes.

Fazem parte do Plano Mestre:

•Agenda de manutenção de todo o Material Rodante

•Dimensionamento do Material Rodante para atendimento ao plano de transporte,

com a disponibilidade do ativo compatível.

•Determinação da localização e capacidade dos pontos de manutenção e inspeção.

•Elaboração e acompanhamento do orçamento.

•Mapeamento da condição das locomotivas e vagões.

Dentro deste planejamento estão previstos dois tipos de manutenção de

locomotivas: as preventivas e as corretivas. A realização correta e planejada dessas

atividades de manutenção tem como objetivo :

Page 22: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

6

•reduzir o THP (Trem Hora Parado)

•reduzir os custos de manutenção,

•aumentar a confiabilidade dos ativos

•maximizar os ativos.

Com isso se espera alcançar reflexos positivos na circulação e ganhos na produção

2.4.2. MANUTENÇÕES PREVENTIVAS Manutenções preventivas consistem na execução de intervenções de manutenção

obedecendo a paradas programadas do equipamento em oficinas especializadas e

equipadas para tal evento, visando a diminuição de interrupção do trabalho produtivo do

equipamento antecipando-se à ocorrência de falhas e defeitos dos conjuntos e peças

cujo modo e histórico de falhas e/ou desgaste é conhecido.

As manutenções programadas de locomotivas respeitam o seguinte ciclo de

revisão:

LI1: Inspeção de Viagem, ocorre a cada 15 dias.

LI6: Inspeção Semestral.

LR1: Revisão Anual

LR2: Revisão a cada 2 anos

LR3: Revisão a cada 3 anos

LR4: Revisão a cada 4 anos

LR5: Revisão a cada 5 anos

LR6: Revisão a cada 6 anos

LR7: Revisão a cada 7 anos

RG: Revisão Geral a cada 8 anos.

As revisões LR1, LR3, LR5 e LR7 têm o mesmo escopo, assim como a LR6 e a

LR2.

Page 23: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

7

Figura 14 - Ciclo de Revisões

Quando é realizada uma manutenção que coincide com a data de uma outra de

menor freqüência, esta elimina a mais simples. Por exemplo, uma LRG dispensa uma

LR4 que deveria ocorrer para a locomotiva no 8º ano.

Considerando que o tempo empregue nas atividades LR1 e LR2 é praticamente o

mesmo, e que só ocorre uma das duas a cada ano podemos tratá-las como LRN.

Segue a tabela utilizada para planejamento das atividades:

Tabela 2 - Planejamento de Atividades

Atividade Frequencia unidade Quantidade/ Ano LI1 15 Dias 22 LI6 6 Meses 1

LRN 1 Ano 0,75 LR4 4 Ano 0,125 LRG 8 Ano 0,125

Page 24: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

8

Esse quadro mostra a freqüência de manutenções programadas para cada máquina

e é utilizado para montar o Plano Mestre de manutenção de locomotivas.

A quantidade/ano de LI6, LRN, LR4 e LRG somadas para cada máquina deve ser

no máximo igual a 2, ou seja, deve ocorrer pelo menos uma revisão semestral e uma

outra revisão do tipo anual (LRN, LR4 ou LRG). Por isso aparecem valores fracionados

na tabela. O valor da quantidade/ano de LRN é maior que o de LR4 e LRG porque esta

ocorre com maior freqüência que as demais.

A quantidade de LI1 por ano é encontrada através do cálculo dos 365 dias totais em

um ano divididos por 15, que é a freqüência em dias para cada LI1, menos o número de

manutenções maiores realizadas no mesmo ano, no caso 2.

A seguir é apresentada uma planilha com os campos do Plano Mestre relativos à

parte de manutenções preventivas:

Tabela 3 - Plano Mestre - Preventivas

Frota Qde Plano Tempo Manutenção

Tempo Percurso

Tempo Total

Qde Ano Horas Ano

Preventiva

LI1 a1 b1 a1+b1 22*N c1*d1

LI6 a2 b2 a2+b2 1*N c2*d2 LRN a3 b3 a3+b3 0,75*N c3*d3 LR4 a4 b4 a4+b4 0,125*N c4*d4

X N

LRG a5 b5 a4+b5 0,125*N c5*d5

Σ e

c d e

O tempo de percurso é o tempo médio que a máquina leva para entrar na oficina.

Esse tempo de percurso, somado ao tempo de manutenção (que será diferente para

LI1, LRN, LR4, etc), resultará no tempo total de imobilização da locomotiva para cada

atividade. Esse tempo, multiplicado pelo número de intervenções de cada tipo que a

locomotiva recebe por ano, é igual ao tempo que a locomotiva fica parada em

manutenção preventiva por ano. Isso vale para cada máquina.

Page 25: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

9

A quantidade de máquinas da frota vezes o tempo em manutenção preventiva

calculado por máquina resulta no tempo total que todas as máquinas da frota ficarão

paradas realizando revisões e inspeções.

2.4.3. MANUTENÇÕES CORRETIVAS Além das manutenções preventivas, todas as máquinas estão sujeitas a passar por

corretivas. As manutenções corretivas são correções de falhas ou defeitos observados

na operação do equipamento e que ocorrem no intervalo entre manutenções

preventivas.

Essas corretivas podem ser por reboques ou defeitos. Os reboques levam em conta

as avarias que fazem a locomotiva parar em circulação e serem levadas para uma

oficina. Já os defeitos contabilizam as falhas que não chegam a interromper a

circulação da máquina, mas exigem reparos posteriores. Com as melhorias nos

processos a quantidade de defeitos e reboques tende a reduzir ao longo dos anos.

Não é possível precisar exatamente quanto tempo cada locomotiva terá que ficar

parada em uma oficina para manutenções corretivas, mas é fundamental estimar esse

tempo tanto para dimensionamento da oficina quanto para cálculo de tempo

indisponível da máquina. Os valores de horas em manutenção corretiva são, então,

calculados em função da quantidade de reboques e defeitos que cada máquina sofreu

no último ano e quanto tempo em média essas máquinas ficaram em manutenção por

causa desses defeitos.

A soma de todas as horas em manutenção por defeitos, reboques e em percurso

até a oficina de todas as máquinas de um mesmo modelo representam o tempo médio

em manutenção corretiva de cada frota.

Page 26: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

10

2.4.4. DISPONIBILIZAÇÃO

Somando os tempos totais de manutenções preventivas com os tempos de

manutenções corretivas, tem-se o número de horas que cada máquina ficará

indisponível para circulação (já incluídos os tempos para deslocamento das locomotivas

até as oficinas). A proporção dessas horas em manutenção no período de um ano em

função do tempo total de funcionamento da ferrovia indica a disponibilidade de

máquinas gerada pelas oficinas. Como exemplo, a Frota GE C30-7:

Tabela 4 - Plano Mestre para Frota GE C30-7

Frota Qde Plano Tempo Manut.

Tempo Perc.

Tempo Total

Qde/Ano

Horas/Ano

Prevent. Corret. Retenção

LI1 12 2 14 418 5852 LI6 132 2 134 19 2546

LRN 275 2 277 14 3947,25 LR4 954 14 968 2 2299

GE

C30

-7

19

LRG 1674 14 1688 2 4009

18653,25 7272 25925,25

Horas Totais em Retenção: 25925

Horas Totais de Funcionamento da Ferrovia * Frota: (24*365) *19 = 8760 * 19 =

166440

Disponibilidade = 1 – (25925/ 166440 )= 84% que equivale a 16 das 19

locomotivas em tráfego e 3 paradas em manutenção .

2.4.5. RECURSOS DEMANDADOS

Na montagem do plano mestre, leva-se em conta que as atividades de manutenção

preventiva demandam a mesma quantidade de horas em qualquer oficina, mas

analisando os registros de cada oficina percebemos que os tempos médios de

manutenção variam assim como os valores de homem-hora empregados em cada

atividade.

Page 27: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

11

A quantidade de homens-hora utilizados em uma manutenção é o que realmente

importa para dimensionar a estrutura das oficinas, já que é o dado que melhor traduz a

mão de obra e os tempos necessários para cumprimento da atividade. Um homem-hora

significa o trabalho de 1 homem durante uma hora. Sendo assim, uma atividade que

demanda 10 homens-hora poderia ser executada em 5 horas por 2 homens ou em 1

hora por 10 homens.

As informações relativas ao número de homens-hora empregados nas

manutenções são inseridas por digitadores, que estão sujeitos a falhas, e isto pode

comprometer a qualidade das informações e afetar a média de tempo.

Para desenvolvimento do Plano Mestre de Manutenção que atenderá a todas as

frotas e oficinas, os tempos de manutenção são calculados em função das médias das

oficinas. É feita uma média ponderada, considerando a quantidade de horas

demandada por cada manutenção e também o número de atividades de cada tipo

realizado por oficina. O número médio de HH por atividade será utilizado para

dimensionar o quadro de funcionários da oficina em função do volume de atividades

realizadas e da demanda de mão-de-obra por cada atividade.

Tabela 5 - HH Plano Mestre

Atividade HH

LI1 12 LI6 132

LRN 275 LR4 954 LRG 1674

Comparando os valores do Plano Mestre com os valores de HH médios praticados

pelas oficinas nota-se que alguns valores são bem diferentes.

Page 28: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

12

Tabela 6 - HH Oficinas

Média FBX FHL FCK FPJ IOU IJN LI1 10 41 51 12 7,7 7,6 LI6 191 131 209 128,5

LRN 244 160 268 245,6 LR4 1305 LRG 2018

As maiores distorções desse tipo referem-se a Inspeções de Viagem realizadas nas

Oficinas do Horto Florestal e de Lafaiete. Essa grande variação pode ser justificada

pelo fato dessas oficinas não serem responsáveis por esse tipo de atividade.

O valor de tempo de LI1 no Plano Mestre é mais próximo do praticado pelo P1-7 do

que de outras oficinas. Isso porque a oficina de P1-7 realiza preferencialmente

Inspeções de Viagem. Portanto, seu volume de LI1 é muito maior que o da oficina do

Horto Florestal ou de Lafaiete e por isso tem peso maior no cálculo da média. Pode se

dizer também que as atividades de inspeção não fazem parte da rotina da oficina do

Horto que consequentemente demandará mais tempo para realizar essa atividade.

2.5. VARIÁVEIS MEDIDAS

Vários fatores interferem na realização da manutenção de locomotivas. Neste

capítulo serão listadas as principais variáveis que interferem nessas atividades e que

foram utilizadas para construção do modelo de simulação apresentado no Capítulo 4.

Uma locomotiva pode estar parada em oficina aguardando vala, mão de obra ou

mais freqüentemente material. Esse tempo de espera atrapalha todo o planejamento e

cálculo de disponibilidade de máquinas.

O tempo de locomotivas paradas por espera de material tem ocorrido porque a

previsão de peças e componentes necessários não tem coincidido com os pedidos

semanais e nem com o número de itens aplicados. Todas as oficinas trabalham com

almoxarifados que devem ser dimensionados em função das atividades programadas e

Page 29: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

13

das possíveis manutenções corretivas. Apesar de algumas peças e equipamentos

sofrerem troca menos freqüente e requisição mais demorada, o material utilizado para

troca ou reposição em manutenções preventivas deve estar sempre disponível em

estoque. Outro fator que interfere na produtividade das oficinas é a logística interna de

distribuição de materiais. Não há um planejamento eficiente e as entregas muitas vezes

têm comprometido os prazos e a realização de algumas atividades.

A falta de material também ocorre porque grande parte dos componentes aplicados

em locomotivas é recuperada pela oficina do Horto Florestal e muitos destes não são

encontrados para compra (novos) no mercado. A não existência de “pulmões” (itens

extras de reserva) atrasa a liberação de máquinas que ficam aguardando a

recuperação do próprio componente danificado.

Portanto, apesar de interferir diretamente nas atividades de manutenção, a questão

do fornecimento de material não entra nesse estudo porque envolve questões de

planejamento e não de capacidade produtiva das oficinas.

Para análise da capacidade de produção das oficinas serão levados em conta três

critérios;

•Mão de Obra

•Área Física (valas)

•Tempo de Atividade

Cada atividade de manutenção depende de uma quantidade específica de homens-

hora, tem um tempo de realização e exige a disponibilização de uma vala em oficina.

Estes três critérios atuam juntos para garantir a produção nas oficinas de forma que

nenhum deles deve ficar em detrimento. O funcionamento ideal é encontrado quando

os três critérios estão devidamente balanceados, isto é, sem folga ou gargalos em suas

atividades.

Page 30: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

14

2.5.1. MÃO DE OBRA

Uma forma de medir a quantidade de mão de obra é analisando o número de

homens-hora empregados em cada função.

É importante ressaltar que sobre a quantidade de mão de obra disponível em cada

oficina é necessário aplicar um fator de 85% referente às perdas no trabalho. Ou seja,

apenas 6/7 da força de trabalho são realmente aproveitados diariamente devido a

interrupções geradas por reuniões, treinamentos, acidentes, saídas antecipadas,

atrasos, reprocessos, definições técnicas, banheiro, água, café, etc.

A mão de obra funciona como uma variável direta para otimização da produção,

mas existem limitações quanto ao seu aumento. O aumento do quadro de funcionários

é justificado em função de diminuir o tempo das locomotivas em manutenção já que o

custo da mão de obra, isto é, da contratação e remuneração de funcionários costuma

ser baixo em relação ao valor de hora da locomotiva parada, Todavia, a redução de

tempo não é função direta do aumento da mão de obra empregada, de forma que os

ganhos vão reduzindo e chegam no limite de otimização de mão de obra. Nesse ponto,

é necessário pensar em novas alternativas para melhoria da produção, como por

exemplo aumento da área física ou criação de novos turnos para execução do trabalho.

Ainda que a contratação de empregados adicionais, para a liberação de máquinas

paradas, não represente um custo tão alto em comparação com o valor do THP, o ideal

é que o quadro de funcionários permaneça estável ao decorrer do ano sem períodos de

pico de mão-de-obra nem ociosidade.

2.5.2. ÁREA FÍSICA

A localização geográfica das oficinas dentro da malha ferroviária é um ponto

fundamental que afeta diretamente o atendimento a máquinas em manutenção. Como a

Page 31: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

15

intensidade da circulação de máquinas e os modelos de locomotiva utilizados em cada

fluxo não são iguais o funcionamento das oficinas terá especificidades regionais. A

localização geográfica das oficinas também interfere no tempo de percurso das

máquinas até sua chegada para manutenção. O ideal é que as oficinas estejam

instaladas em pontos estratégicos da malha por onde circule grande parte dos trens.

Apesar da importância da localização geográfica das oficinas esse trabalho não tem

como objetivo avaliar qual o melhor ponto para instalação de uma oficina dentro da

malha da MRS, mas sim, verificar a atual capacidade das oficinas e analisar possíveis

melhorias na estrutura já existente.

Quanto à infra-estrutura física das oficinas, o que realmente afeta a capacidade de

manutenção de locomotivas é a quantidade de valas disponíveis. Muitas vezes existem

mais locomotivas em manutenção na oficina do que a capacidade de valas pode

atender. Isso ocorre porque as locomotivas são manobradas e, enquanto uma aguarda

um serviço ou material fora da vala, a outra é atendida. O tempo e esforço despendidos

na manobra das máquinas geram uma perda e mostram claramente um mau

dimensionamento do espaço disponível para realização das atividades de manutenção.

Para que não ocorram situações de locomotivas aguardando vala para manutenção em

uma oficina enquanto existem valas disponíveis em outro local o plano de manutenção

deve ser eficiente e permitir a alocação otimizada de recursos.

Outro item importante de infra-estrutura são os equipamentos disponíveis como

talhas e pontes rolantes. Em algumas ocasiões equipamentos específicos são

fundamentais para a realização de determinada atividade de manutenção. A falta

destes equipamentos em algumas oficinas limita o atendimento às máquinas.

2.5.3. TEMPO DE ATIVIDADE

A variável tempo é extremamente importante quando se trata de atividades de

manutenção pois está diretamente ligada à disponibilização das locomotivas para a

Page 32: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

16

operação. Cada atividade de manutenção exige um número médio de horas em oficina

o qual é contabilizado no plano mestre e gera o tempo total de máquina indisponível por

período.

Esse tempo em manutenção deve ser otimizado até chegar ao seu valor mínimo.

Essa otimização deve ser feita através de uma definição seqüencial lógica que permita

a realização simultânea de etapas da atividade de manutenção com ordem coerente e

aproveitamento máximo da mão de obra. Quanto melhor for a programação da

atividade, do pessoal envolvido, dos materiais a serem aplicados e da utilização física

do espaço menor será o número de horas demandados. Existe, porém, um limite para

essa redução que será alcançado no limite de aproveitamento dos recursos físicos. Não

é possível fisicamente ter uma quantidade excessiva de pessoas trabalhando na

mesma atividade nem realizar paralelamente etapas que são seqüenciais!

Cada locomotiva em manutenção demanda uma quantidade de horas e cada

oficina tem um horário de funcionamento, portanto o número de turnos em que a oficina

opera é também um fator que será considerado nesta análise. Em alguns casos, a

criação de um novo turno pode ampliar a capacidade de produção.

Page 33: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

17

3. DISTRIBUIÇÃO DE OFICINAS NA MRS

É função das oficinas assegurar a disponibilidade de locomotivas com

confiabilidade, qualidade e segurança operacional para atendimento às demandas de

transporte da MRS.

As oficinas de locomotivas da MRS realizam manutenções preventivas e corretivas.

São sete oficinas de locomotivas distribuídas ao longo da malha, sendo uma para

atendimento especializado de máquinas Hitachi, em Raiz da Serra, a qual não entrará

nesse estudo. A localização das oficinas está indicada no mapa a seguir.

Figura 15 Mapa de Localização das oficinas

Page 34: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

18

3.1. HORTO FLORESTAL (FHL)

A unidade do Horto Florestal possui 230.000m², com uma área para Manutenção de

Locomotivas de 2.250 m².

Figura 16- Vista aérea unidade do Horto Florestal

Essa oficina está localizada em Belo Horizonte, em um dos extremos da malha da

MRS. Para levar as locomotivas até essa oficina é necessário fazer uso do Direito de

Passagem em trecho da FCA.

O mapa da figura a seguir mostra a localização de Belo Horizonte e seu acesso

ferroviário.

Page 35: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

19

Figura 17 - Mapa MRS Minas Gerais

Uma das principais limitações que pode ser apontada a respeito da oficina do Horto

Florestal é a sua localização fora dos domínios da MRS. Isso gera dificuldade de

acesso e dependência em relação a outra ferrovia. Todavia, essa situação vem sendo

bem administrada e a entrega de máquinas à oficina tem levado em média dois ou três

dias, o que não representa perda se levarmos em conta que cada locomotiva fica em

torno de 70 dias parada para realização de revisões gerais.

Tendo em vista a circulação de trens da MRS, essa localização não atende bem

aos objetivos de centralização de manutenção, mas é um ponto estratégico em relação

à malha ferroviária nacional. Observando o mapa das ferrovias brasileiras, é possível

perceber que a oficina do Horto Florestal está localizada em um dos principais

entroncamentos de ferrovias.

A oficina de Locomotivas do Horto Florestal é a única da MRS com capacidade para

realizar revisões pesadas. Apesar dessa estrutura, parte das revisões pesadas da frota

fica a cargo da Gevisa, empresa do grupo GE, localizada em Contagem, cujo contrato

já está garantido pelos próximos anos. Também são realizadas inspeções de viagem e

Page 36: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

20

inspeções semestrais, revisões anuais, manutenções corretivas de defeitos pesados,

modernização e adaptação de locomotivas e reparos de acidentes graves. A oficina

também dispõe de galpão para lavagem de locomotivas, área para teste de carga,

central de resíduos, tanque de óleo lubrificante novo e estação de tratamento de

efluentes.

Nessa oficina também é feita a produção industrial de peças e componentes a

serem aplicados nas locomotivas tanto nas manutenções realizadas no próprio Horto

Florestal como em todas as outras oficinas da MRS. A oficina de manutenção de locos

está localizada no mesmo galpão da oficina de recuperação de componentes, o que

facilita o transporte e agiliza a disponibilização de alguns componentes. Há uma vasta

área livre nas proximidades do galpão, o que permitiria uma expansão da área de

manutenção.

Figura 18 - Lay Out oficina de locomotiva HF

Page 37: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

21

Existem 4 valas com capacidade para 4 locomotivas cada uma, mas em apenas

duas dessas valas é possível trabalhar com a ponte rolante de 50 toneladas. Existem

também na oficina 5 talhas, 4 de 2 toneladas e 1 de 1 tonelada.

Trabalham nas atividades de manutenção de locomotivas 60 funcionários em

jornada de 8 horas e meia por dia. Cerca de 80% desse pessoal é mão de obra

terceirizada.

Figura 19 - Valas oficina HF

Um dos projetos de 2006 é elevação do pé direito das duas últimas valas do galpão

da oficina de manutenção de locomotivas. Essa reforma, associada à instalação de

pontes rolantes, permitirá o pleno funcionamento dessas valas e aumentará a

produtividade da oficina.

Page 38: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

22

3.2. CONSELHEIRO LAFAITE (FCK) Está é uma oficina antiga que está localizada bem no meio da cidade de

Conselheiro Lafaiete. Sua localização em área urbana dificulta obras de expansão da

oficina.

Na oficina de Conselheiro Lafaiete são realizadas Inspeções Semestrais (LI6),

Revisões Anuais (RI1) e Bianuais (RI2) além de corretivas leves. A oficina de C.

Lafaiete atende exclusivamente a máquinas GE da Frota A.

Existem 2 valas com capacidade para atendimento de 4 locomotivas cada, mais

uma vala apenas para a retirada de truques.. A oficina está equipada com uma ponte

rolante de 35 toneladas ,uma de 9 ton., duas de 2 ton., duas talhas de 1 ton. cada, 2

compressores e 4 macacos elétricos.

Figura 20 - Valas - Oficina Lafaiete

Page 39: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

23

São 4 turmas em revezamento de 12 horas com 75 funcionários MRS e 81 terceiros

envolvidos na manutenção de locomotivas.

A estrutura da oficina de Lafaiete possui também caixa separadora, reservatório de

óleo lubrificante novo, reservatório de óleo usado para reaproveitamento e para

sucateamento, reservatório de água tratada do arrefecimento e 2 guinchos para

movimentação de truques.

Figura 21 - Área interna oficina de Lafaiete

3.3. P1-7 (FPJ)

Localizada em São Brás do Suaçuí (Jeceaba), em Minas Gerais a unidade

operacional do P1-7 recebe locomotivas para abastecimento de óleo diesel e

areia, limpeza e realização de inspeções.

A oficina do P1-7 é responsável pelas inspeções quinzenais em toda a Frota A

e também realiza alguns outros serviços como troca de rodeiros e motores de

tração através do sistema de vala falsa, troca de conjuntos de força, radiadores e

pequenos reparos de uma forma geral prestando atendimento a locomotivas no

trecho.

Page 40: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

24

Figura 22 - Lavador de Locomotivas P1-7

A oficina do P1-7 possui em sua estrutura caixa separadora, reservatório de

óleo lubrificante novo , reservatório de óleo lubrificante usado(para

reaproveitamento e para sucateamento), reservatório de água drenada do

arrefecimento p/ reaproveitamento.

Page 41: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

25

Figura 23 - Oficina P1-7

Esta oficina funciona 24 horas por dia com 2 turnos de trabalho de 12 horas

revezados entre quatro turmas. São 84 funcionários da MRS e 82 terceiros

empregados na manutenção de locomotivas.

Enquanto as locomotivas são abastecidas ou estão em manobra funcionários

terceiros realizam uma rápida inspeção no pátio. É comum encaminharem a

locomotiva para a oficina durante essas inspeções e assim evitarem defeitos e

possíveis reboques.

Existe uma ponte rolante de 2 toneladas e outra de 15 toneladas que têm

mobilidade por toda oficina. Está prevista a criação de mais uma vala com

capacidade para três locomotivas também equipada com uma ponte rolante de 2

toneladas.

Page 42: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

26

Figura 24 - Interior oficina P1-7

A oficina tem 2 valas com capacidade de 4 locomotivas em cada, mais a vala

falsa que tem a capacidade de atender 1 locomotiva para troca de rodeiro ou

motor de tração.

Figura 25 - Vala Falsa P1-7

Page 43: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

27

3.4. BARRA DO PIRAÍ (FBX) A unidade de Barra do Piraí é uma oficina bem antiga e está localizada no

maior entroncamento da malha da MRS.

Figura 26 - Malha MRS Rio de Janeiro

Esta oficina atendia à frota B e, a partir de 2006, passou a receber as

máquinas SD40/2 e SD40/3 que antes realizavam manutenção na oficina do Horto

Florestal.

São realizadas atividades de inspeção de viagem, revisões semestrais e

anuais em toda frota de locomotivas dos modelos GM. No último ano porém,

foram feitas algumas revisões do tipo LR4 apenas em caráter experimental.

Existem 5 valas, sendo 2 para inspeção e 3 para atividades de manutenção

equipadas com 4 talhas: uma de 10 ton., uma de 5 ton. e duas de 1 tonelada, e 4

Page 44: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

28

macacos elétricos. A estrutura conta com 1 compressor e tanques reservatórios de

óleo lubrificante novo e usado.

Figura 27 - Vala oficina BP

Os funcionários da oficina se dividem em turmas que trabalham por turnos. Na

atividade de inspeção, que funciona 24 horas por dia, são 10 funcionários da MRS

por turma. Cada turma trabalha 12 horas e, no total, 40 pessoas estão envolvidas

diretamente nessa função.

As equipes de revisão trabalham de 7 às 22 horas tendo uma hora para

almoço e, nesta atividade, são empregadas 39 pessoas todos terceiros. Para as

atividades de revisão, existe um intervalo em que as duas equipes trabalham

juntas na oficina, o que permite uma passagem mais precisa do serviço que está

sendo realizado.

Page 45: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

29

Figura 28 - Oficina BP

A estrutura desta oficina é diferente das demais oficinas de locomotivas da

MRS, pois ela funciona com o sistema de rotunda. para distribuir as locomotivas

nas valas. A foto a seguir mostra como é esse tipo de sistema:

Figura 29 - Oficina BP : Vista da Rotunda

Page 46: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

30

3.5. LAPA (IOU) A oficina da Lapa está localizada na cidade de São Paulo em um ponto

estratégico de passagem de trens. É uma das oficinas de locomotivas mais

antigas da MRS em funcionamento.

Figura 30 - Malha MRS SP

Nessa oficina são realizadas inspeções quinzenais, semestrais, revisões

anuais e manutenções corretivas em locomotivas da Frota C.

Figura 31 - "Passador" Oficina Lapa

Page 47: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

31

A inspeção e a correção de defeitos são realizadas por uma equipe de 18

pessoas que se revezam em turnos de 12 horas para atendimento 24 horas, 7

dias por semana. O trabalho de revisão funciona da 7 às 19 horas com uma

equipe de 5 pessoas.

Figura 32 - Oficina Lapa

Existem três valas na oficina com capacidade para atendimento simultâneo de

até 18 locomotivas.

A oficina está equipada com 2 pontes rolantes de 30 toneladas cada, 4

macacos elétricos de 35 toneladas, 1 compressor e possui área para teste de

carga, lavagem de locomotivas, laboratório eletro-eletrônico, laboratório de

análises físico-químicas (de óleo lubrificante, diesel e água), estação de

tratamento de efluentes e central de resíduos.

Page 48: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

32

Figura 33 - Oficina Lapa- Valas

3.6. JUNDIAÍ (IJN) A oficina de Jundiaí está localizada no estado de São Paulo em um ponto da

malha por onde passam todos os trens da MRS com destino à região portuária do

estado.

A partir de 2006 a oficina de Jundiaí passou a realizar atividades de inspeção

de locomotivas, até então essa oficina fazia apenas manutenções corretivas de

defeitos da Frota C.

Nessa oficina existe apenas uma vala, equipada com uma talha, com

capacidade para uma única locomotiva. São 9 funcionários que se revezam em

turnos de 12 horas para garantir o funcionamento contínuo de 24 horas, 7 dias por

semana, das atividades.

Page 49: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

33

4. MODELAGEM E SIMULAÇÕES

A simulação é uma abordagem de estudo que vem sendo cada vez mais

aceita e utilizada. Contando com interfaces gráficas cada vez mais amigáveis,

destinadas a uma variedade de plataformas e, com o uso intenso de animação

dos sistemas simulados, as técnicas de simulação têm sido empregadas por

analistas dos mais diversos segmentos, permitindo verificação ou

encaminhamento de soluções com diferentes níveis de profundidade para os

problemas com os quais lidam diariamente.

Dentre os fatores que contribuem para o crescimento do uso dessa

ferramenta, podemos citar a crescente complexidade dos problemas de natureza

operacional, a maior disponibilidade de recursos computacionais, a facilidade de

uso e sofisticação dos ambientes de desenvolvimento de modelos computacionais

e a expansão do poder de processamento das estações de trabalho.

4.1. O QUE É SIMULAÇÃO

A simulação computacional de sistemas, ou simplesmente simulação, consiste

na utilização de determinadas técnicas matemáticas, empregadas em

computadores digitais, as quais permitem imitar o funcionamento de, praticamente

qualquer tipo de operação ou processo do sistema real.

São muitas as definições de simulação, podem ser citadas:

• “Simulação implica na modelagem de um processo ou sistema, de tal

forma que o modelo imite as respostas do sistema real numa sucessão de

eventos que ocorrem ao longo do tempo” - Schriber (1974)

• “Simulação é o processo de projetar um modelo computacional de um

sistema real e conduzir experimentos como este modelo com o propósito

Page 50: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

34

de entender seu comportamento e/ou avaliar estratégias para a sua

operação”– Robert Shannon (1975)

Em uma simulação, é construído um modelo lógico-matemático que

representa a dinâmica do sistema em estudo. Este modelo incorpora valores para

tempos, distâncias, recursos disponíveis dentre outros detalhes permitindo que

diferenças de comportamento, às vezes sutis, venham a ser percebidas. As

abordagens tradicionais, ao contrário, empregam estudos preliminares estáticos

com tantas simplificações que muitos projetos, depois de implantados, acabam

sofrendo inúmeras modificações e adaptações.

O principal apelo ao uso dessa ferramenta é que ela permite que se faça uma

análise do sistema sem a necessidade de interferir no mesmo. Todas as

mudanças e conseqüências, por mais profundas que sejam, ocorrerão apenas

com o modelo computacional e não com o sistema real. Dessa forma, a simulação

permite a realização de estudos sobre sistemas que ainda não existem, levando

ao desenvolvimento de projetos eficientes antes que qualquer mudança física

tenha ocorrido.

Um estudo simulado pode economizar tempo e recursos financeiros no seu

desenvolvimento trazendo ganhos de produtividade e qualidade. Trata-se de um

estudo de baixo custo, visto que todo o trabalho de implementação é testado no

computador, permitindo ainda o teste de inúmeros cenários e alternativas para o

sistema em estudo.

É importante destacar a diferença entre simulação e otimização! O modelo

simulado permite análises quase que a todo instante à medida que novas

indagações sobre o comportamento do sistema sejam feitas, e é executado ao

invés de ser resolvido. A maioria dos modelos de simulação não oferece a

possibilidade de busca de uma solução ótima, servindo mais especificamente para

análises do comportamento do sistema sob certas condições.

Page 51: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

35

4.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA SIMULAÇÃO

A simulação é um recurso muito utilizado nos dias de hoje, podemos citar

como razões dessa popularidade algumas vantagens:

� A aplicação da técnica é flexível a vários tipos de modelo

� Permite que não haja interferência no sistema real

� Permite controle do tempo e geração de resposta rápidas.

� Garante a geração de soluções para problemas mais reais enquanto outras

técnicas permitiam soluções para problemas aproximados.

� Permite o apefeiçoamento do modelo com a incorporação de novas

variáveis e/ou relações à medida que as peculiaridades do sistema vão sendo

identificadas.

� Permite avaliar o efeito de possíveis mudanças de cenário ou de diferentes

visões.

� Oferece simplicidade de aplicação frente a métodos analíticos.

� Propicia facilidade de comunicação através de interfaces gráficas.

� Apresenta riqueza de detalhes e baixa simplificação do sistema.

� Possibilita a reutilização de modelos já construídos.

� Identifica gargalos.

Embora as inúmeras vantagens, o processo de simular apresenta algumas

dificuldades, como as listadas a baixo:

� A construção dos modelos requer treinamento especial.

� Modelos construídos por pessoas diferentes terão similaridades mas

dificilmente serão iguais.

� O resultados algumas vezes são de difícil interpretação.

� A modelagem e a experimentação muitas vezes consomem muitos

recursos computacionais e demandam muito tempo.

� Pode gerar erros em função de pouco conhecimento sobre o sistema ou

baixa afinidade com a ferramenta.

Page 52: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

36

� As conclusões devem ser feitas sobre o resultado de mais de uma

replicação.

4.3. CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS DE SIMULAÇÃO

Cada modelo possui características próprias e deve ser empregado de acordo

com o tipo de processo decisório envolvido:

� Modelos Voltados Para a Previsão: São utilizados para prever o estado de

um sistema no futuro, baseado em suposições sobre o seu comportamento atual e

de como continuará se comportando ao longo do tempo.

� Modelos Voltados à Investigação: São voltados à busca de informações e

ao desenvolvimento de hipóteses sobre o comportamento de sistemas.

� Modelos Voltados à Comparação: São muito utilizados para avaliar os

efeitos de mudanças nas variáveis de controle. Estes efeitos podem ser medidos

sobre as variáveis de resposta e relacionados aos objetivos traçados.

Outra classificação dos modelos de simulação é quanto ao propósito de sua

aplicação:

� Modelos Específicos: Sua utilização em situações específicas e únicas

mesmo com baixo volume de recursos financeiros envolvidos nas decisões foi

possível graças às facilidades incorporadas aos ambientes e linguagens de

simulação.

� Modelos Genéricos: São modelos que serão utilizados periodicamente por

longos períodos e devem ser flexíveis e robustos. Em geral fazem parte de um

conjunto de sistemas de apoio a decisões.

Page 53: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

37

4.4. SIMULAÇÃO NO ARENA O Arena é um ambiente gráfico integrado de simulação que contém todos os

recursos para modelagem de processos, desenho e animação, análise estatística

e análise de resultados.

Não é necessário escrever nenhuma linha de código no Arena, pois todo o

processo de criação do modelo de simulação é gráfico e visual, e de maneira

integrada.

Uma grande vantagem da modelagem com o Arena é que ele permite a

utilização de valores estatísticos para os parâmetros do modelo, que podem ser

obtidos a partir de uma coleção de dados sobre o parâmetro a ser inserido. Essa

aplicação é feita através do módulo InputAnalyser, que faz parte do Arena, e

garante uma maior veracidade dos resultados gerados pois não limita os

parâmetros a valores médios de ocorrências.

Figura 34 - Input Analyser

Page 54: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

38

4.5. SIMULAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS

O modelo criado permite visualizar o funcionamento de todas as oficinas de

locomotivas da MRS quanto ao atendimento do ciclo de manutenções preventivas

e de corretivas. Não entram nessa simulação projetos de modernização e

adaptação de locomotivas nem atendimentos a acidentes já que essas atividades

não seguem nenhuma tendência histórica.

Com esse modelo é possível simular a aquisição de novas máquinas, criação

de valas e de novos turnos de trabalho e verificar como o resultado desse tipo de

expansão afeta a produção das oficinas e consequentemente a disponibilidade de

máquinas .

Simulações de problemas ferroviários apresentam normalmente uma grande

diferença em relação aos demais modelos: as variáveis são finitas. No caso de

simulações de fila de caminhões em um carregamento, navios em um porto,

carros em um pedágio, etc, o número de variáveis na chegada é infinito, ou seja,

os veículos entram, passam pelo processo e depois saem enquanto outros vão

chegando e realizando suas atividades. Na simulação da capacidade de produção

das oficinas da MRS, as locomotivas chegam, passam por uma manutenção,

saem e futuramente retornam para a oficina para outra atividade. O número de

locomotivas é limitado e todas têm que passar pelas oficinas para completarem

seu ciclo de revisões.

4.5.1. CRIAÇÃO DAS VARIÁVEIS

Nesse modelo de simulação cada locomotiva foi criada como uma entidade e

tem em seus atributos o modelo, o número de série, a frota da qual faz parte e um

calendário com as manutenções programadas. A criação de cada locomotiva no

sistema seguiu uma distribuição exponencial da quantidade total de locomotivas

dividido pelo número de horas de 8 anos. O período de 8 anos é o tempo do ciclo

de manutenção de cada locomotiva e será o valor de “Warm Up” do sistema.

Page 55: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

39

Dessa forma nenhuma locomotiva terá a mesma data para as preventivas. Essa

inserção de locomotivas com distribuição exponencial não condiz com a realidade

da frota existente, pois muitas máquinas foram adquiridas pela companhia na

mesma data mas, o objetivo dessa simulação é verificar se as oficinas com sua

atual estrutura têm capacidade de realizar todas as manutenções necessárias.

Essa distribuição de máquinas é uma forma de espaçar regularmente os ciclos de

manutenção de cada locomotiva.

Cada locomotiva deverá passar por todas as preventivas do ciclo de

manutenção de acordo com a data programada para cada uma e poderá também,

sofrer alguma manutenção corretiva gerada aleatoriamente segundo os dados de

histórico dessas ocorrências. Os dados de histórico de manutenções corretivas

são referentes ao período do último ano e estão divididos por modelo de

locomotiva entre reboques e defeitos. (Ver ANEXO A)

4.5.2. RECURSOS

Cada oficina tem como recurso o número de valas existente e o seu horário de

funcionamento. Cada locomotiva que entra em uma oficina demanda de um

número de horas de manutenção e de uma vala disponível. Nesse modelo cada

locomotiva só poderá entrar em manutenção se houver uma vala disponível na

oficina, caso contrário será gerada uma fila de locomotivas aguardando

manutenção.

Esse número de horas em manutenção exigido por cada locomotiva utiliza

dados de histórico para sua definição. Os tempos de manutenção preventiva

variam em função da atividade enquanto o número de horas necessárias para

corretivas está diretamente ligado à modelo da locomotiva. (Ver ANEXO B)

Conhecendo o número de HH necessários para cada atividade é possível

avaliar o dimensionamento do quadro de funcionários das oficinas em função do

total de atividades de cada tipo realizadas por período.

Page 56: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

40

4.5.3. ALEATORIEDADE

Se não existissem as manutenções corretivas a capacidade das oficinas de

locomotivas poderia ser simplesmente medida através do cálculo de horas e HH

necessários para atender ao ciclo de preventivas de toda a frota. Como a

freqüência de ocorrências e a demanda de horas em manutenção das corretivas é

flexível a criação de um modelo para simulação é muito importante.

O intervalo entre as manutenções programadas é fixo, mas algumas pequenas

variações são permitidas. Segundo Procedimento Operacional criado pelo setor de

Engenharia e aplicado pelas oficinas, as revisões semestrais podem ser

adiantadas ou atrasadas até 30 dias e as inspeções quinzenais até 6 dias. Essa

flexibilidade permite que uma locomotiva que já esteja na oficina realizando uma

corretiva não precise retornar, em um período muito curto, para a realização de

uma preventiva próxima e permite a tolerância de um pequeno atraso no

cronograma de manutenções sem comprometer a qualidade dos equipamentos

em funcionamento. Essa mobilidade de datas é uma das condições

implementadas na simulação no Arena.

Apesar de existir um número médio da quantidade de horas necessárias para

a realização das preventivas existe uma pequena variação desses tempos. A

simulação considera então, a quantidade de horas necessárias para a realização

de cada tipo de preventiva como uma curva normal com valor médio e desvio

padrão calculados em função do histórico de manutenções do último ano. (Ver

ANEXO B)

Para a indicação do momento que cada máquina sofrerá uma corretiva o

modelo gera a aleatoriedade cuja freqüência é determinada por um padrão com

variação nos tempos de realização destas. A freqüência destas corretivas segue

uma distribuição exponencial com base nos dados do último ano para cada

modelo e a quantidade de horas necessárias em manutenção é baseada na curva

normal com valores de média e desvio padrão do último ano também por tipo de

Page 57: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

41

locomotiva. A proporção entre reboques e defeitos obedece às porcentagens

também do último ano por tipo de locomotiva. (Ver ANEXO A)

4.5.4. ROTAS E TEMPOS DE PERCURSO

Os tempos de percurso não interferem na capacidade produtiva das oficinas

mas são importantes para a construção do modelo porque têm influência na

disponibilidade das locomotivas. Para essa simulação os tempos de percurso de

locomotivas encaminhadas para oficinas para manutenções corretivas foram

gerados em função do histórico de cada modelo no último ano. O tempo de

percurso para manutenções preventivas considerado é de 2 horas para Inspeções

e Revisões Anuais e 14 horas para LR4 e LRG. Por estas serem atividades

programadas o desvio da locomotiva já é previsto.

Como cada oficina atende a uma determinada frota e realiza um tipo de

manutenção as rotas foram traçadas seguindo o planejamento do Plano Mestre de

Manutenção. As oficinas de atendimento para manutenções preventivas de cada

frota estão listadas no quadro abaixo:

Tabela 7-Oficinas de destino

FROTA Atividade Oficina LI1 FPJ LI6 FCK LRN FCK LR4 FHL

A

LRG FHL LI1 FBX LI6 FBX LRN FBX LR4 FHL

B

LRG FHL LI1 IOU LI6 IOU LRN IOU LR4 FHL

C

LRG FHL

Page 58: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

42

Para atendimento de corretivas são utilizadas as mesmas oficinas que

atendem as preventivas da frota, sendo que a locomotiva deverá ser encaminhada

para a oficina com menor fila no momento de necessidade da intervenção.

4.6. CONSTRUÇÃO DO MODELO

A construção do modelo de simulação da capacidade das oficinas de

locomotiva pode ser explicada basicamente pela descrição de três pacotes de

blocos:

4.6.1. INSERÇÃO DAS LOCOMOTIVAS

O primeiro conjunto de blocos desse modelo é responsável pela criação das

variáveis locomotivas no modelo. Essa inserção de variáveis é feita a partir de

uma tabela com as informações referentes à quantidade de máquinas de cada

tipo, nome do modelo, a frota a qual elas pertencem, tempo entre corretivas,

porcentagem de defeitos e reboques e tempos de percurso e horas em

manutenção para defeitos e reboques..

Cada linha dessa tabela é referente a um tipo de modelo de locomotiva e a

cada inserção de máquina o número total dessa frota decresce uma unidade.

Quando esse valor chega a zero o sistema começa a ler a próxima linha da tabela

e incluir locomotivas do próximo modelo listado.

Page 59: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

43

Figura 35 - Bloco 1: Inserção das locomotivas Como essa criação de locomotivas no modelo é feita por tipo de frota observa-

se o funcionamento de determinadas oficinas antecipadamente. Isso ocorre

porque cada oficina atende a uma frota e enquanto o modelo não cria novas

locomotivas das demais frotas algumas oficinas podem ficar ociosas.

Por isso é fundamental o tempo de WarmUp do sistema. Conforme descrito no

início deste capítulo a inserção de locomotivas neste sistema segue uma função

exponencial que visa distribuir todas as locomotivas ao longo de oito anos. Este é

o período do ciclo de manutenção das máquinas e será o valor usado como

WarmUp para este modelo.

Page 60: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

44

4.6.2. DISTRIBUIÇÃO DAS LOCOMOTIVAS PARA AS OFICINAS

Este segundo conjunto de blocos encaminha as locomotivas para as

respectivas oficinas de acordo com a manutenção a ser realizada.

Ao ser inserida no sistema a locomotiva recebe o registro de tempo relativo a

este momento. A partir desta data serão calculadas as próximas intervenções

preventivas que a máquina irá sofrer. Cada locomotiva possui como atributo as

datas em que deverá realizar suas manutenções preventivas e compara a cada

instante essas datas com o valor atual do relógio do sistema. Quando o relógio do

sistema chega à data calculada para a realização de certa atividade, para uma

locomotiva, esta entra em manutenção na oficina determinada.

Uma observação importante desse bloco é que segundo o planejamento das

rotinas de manutenção da MRS cada máquina e tipo de atividade preventiva têm

uma oficina única para atendimento. No caso das LI1 da frota C duas oficinas

podem atender às locomotivas: a oficina da Lapa ou Jundiaí. O modelo envia

prioritariamente as máquinas para a oficina de Jundiaí e caso ela esteja muito

cheia aloca as máquinas da frota C para realizarem suas inspeções quinzenais na

Lapa.

Page 61: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

45

Figura 36 - Bloco 2 : Definição das manutenções e o ficinas

A ocorrência das corretivas segue uma distribuição exponencial em função

das ocorrências de reboques e defeitos para cada modelo de máquina no último

ano.

A partir dessas funções são geradas necessidades de manutenções

corretivas, para cada modelo, e uma locomotiva da frota é sorteada para realizar a

manutenção. Através de uma proporção entre o histórico de reboques e defeitos é

definido qual o tipo de corretiva a máquina irá sofrer e consequentemente quanto

tempo ela deverá ficar em manutenção.

Page 62: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

46

4.6.3. GERAÇÃO DE DADOS PARA RELATÓRIO

O terceiro bloco do modelo reúne os registros que deverão aparecer no

relatório gerado pela simulação a respeito dos tempos de indisponibilidade de

locomotivas por tipo. Os demais dados do relatório, sobre utilização dos recursos

e filas, são gerados automaticamente pelo Arena.

Figura 37 - Bloco 3 : Geração do relatório

É importante lembrar que cada locomotiva tem sua “agenda”, com as datas de

realização das próximas manutenções preventivas, atualizada cada vez que sai de

uma oficina. A data da próxima LR1, por exemplo, será o valor de tempo do

relógio do sistema no momento de saída da locomotiva da oficina mais 15 dias e

assim progressivamente.

Page 63: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

47

Depois de passar por uma LRG a máquina reinicia seu ciclo de manutenção.

4.6.4. RESULTADOS OBTIDOS

O resultado da construção desse modelo é a simulação da capacidade de

produção das oficinas de locomotiva da MRS.

Figura 38 - Tela de animação

Essa simulação gera uma animação com a representação das seis oficinas

que atendem à frota de locomotivas com a indicação da quantidade de máquinas

disponíveis, em manutenção e em fila aguardando vala em cada oficina. Uma

primeira análise visual dessa simulação pode identificar gargalos e verificar a

disponibilidade de locomotivas.

Page 64: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

48

Para melhor validação dos resultados deve ser analisado o relatório gerado

após a simulação. Nesse relatório estão contidas informações de todas as

variáveis envolvidas na simulação. São apresentadas informações sobre a taxa de

utilização de cada oficina, as quantidades de cada atividade realizada e o número

de locomotivas em atendimento e em fila por oficina, tempo das filas e tempo total

de máquinas paradas em manutenção ou em fila por tipo de modelo. Esses dados

são apresentados com valores de média, mínimo e máximo.

Esse relatório pode servir como ferramenta auxiliar a tomada de decisões

permitindo uma investigação detalhada do sistema identificando gargalos e

ociosidades.

Analisando as informações podemos sugerir, por exemplo, a criação de uma

nova vala para uma oficina com alta taxa de utilização ou filas freqüentes. (Ver

ANEXO C)

Abaixo temos as informações sobre tempo de espera em fila. Uma análise

inicial apresenta a oficina de FHL com o maior tempo de locomotivas em espera

para entrar na oficina, seguida por FCK e FPJ.

Figura 39 - Relatório de tempo em fila por oficina

Page 65: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após analisar toda a estrutura das oficinas, os tipos de manutenção

praticados, o ciclo de manutenções e a frota de locomotiva foi gerado um modelo

de simulação no Arena que apesar de algumas melhorias necessárias apresentou

resultado satisfatório.

5.1. CONCLUSÕES

A principal conclusão deste trabalho é que o modelo construído pode servir

como ferramenta para a análise da capacidade de produção das oficinas de

locomotiva da MRS, identificando pontos onde devem ser feitos ou não projetos de

expansão. Este modelo contempla o funcionamento das seis oficinas de

locomotivas e o ciclo de manutenções de toda a frota ativa de máquinas.

Foi possível observar que a medição dos tempos de manutenção e da

quantidade de mão de obra para as atividades não segue um padrão muito

preciso e isto pode dificultar as atividades de planejamento. Para que o modelo

funcione bem e o planejamento da manutenção esteja de acordo com a

capacidade das oficinas é fundamental precisar estes valores e criar padrões para

essas rotinas.

Uma forma de reduzir o tempo das locomotivas em manutenção e aumentar a

disponibilidade de máquinas seria redefinir os escopos das atividades de

manutenção para que haja otimização destas. Alguns passos importantes para se

alcançar o tempo mínimo necessário são:

• Detalhamento das etapas de cada atividade de manutenção com:

o Mão de obra necessária

o Recursos (tipo de equipamento) empregados

Page 66: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

50

o Medição precisa do tempo de cada atividade

• Definição da ordem das etapas seqüenciais

• Ajustes de lay-out de acordo com as atividades realizadas

5.2. RECOMENDAÇÕES

Durante a construção desta simulação foram observados alguns fatores que

dificultaram a validação do modelo. Um dos problemas observados foi que os

registros de horas em manutenção de LR4 e LRG têm valores muito altos que

quando aplicados ao modelo geram filas infinitas na oficina do Horto Florestal. O

que acontece é que uma locomotiva fica em média 60 dias para realização de uma

LR4 nesta oficina, o que corresponde a, aproximadamente, 480 horas em

manutenção já que são trabalhadas 8,5 horas por dia. A média obtida pelos dados

do histórico para a realização deste tipo de manutenção foi de 1455 horas, quase

3 vezes a quantidade real. O mesmo acontece para LRG, quando a máquina fica

parada em média 90 dias na oficina e demanda 810 horas de manutenção. Pela

média dos valores de horas em LRG encontramos o valor de 2417 horas.

Uma maneira possível de contornar essa dificuldade seria tratando a oficina

do Horto Florestal no modelo como funcionando 24 horas já que os parâmetros de

tempo de realização de LR4 e LRG consideram o tempo total que as locomotivas

ficam paradas. Uma restrição a essa alternativa é que simulando o funcionamento

do HF como 24 horas haveria uma maior disponibilidade dessa oficina para a

realização de outras manutenções durante as 16 horas a mais, por dia, na

simulação. Outra desvantagem desse ajuste é que a simulação de um novo

cenário com a oficina do HF funcionando em mais turnos ficaria inviável de ser

realizada. Portanto a melhor solução é atribuir ao modelo os valores de apenas

1/3 da quantidade média de horas necessária para a realização de manutenções

LR4 e LRG.

Outra melhoria que pode ser feita ao modelo é analisar os dados de registros

das ocorrências de defeitos e reboques para encontrar a curva que melhor

Page 67: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

51

descreve a freqüência e o tempo em manutenção necessária para atendimento a

essas corretivas. Essa análise pode ser feita pelo InputAnalyser do Arena

objetivando encontrar padrões para substituir as funções iniciais( exponencial para

a distribuição da freqüência e normal para o tempo empregue em manutenção)

por outras mais precisas.

Outra observação importante é que as taxas de ocorrência de defeitos e

reboques não devem ser constantes ao longo dos anos devido às políticas de

manutenção que visam reduzir as manutenções corretivas. O modelo pode ser

uma ferramenta auxiliar para determinar qual deve ser a taxa anual de redução

dos defeitos e reboques para se atingir a disponibilidade esperada ao final de um

período.

Page 68: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

52

6. BIBLIOGRAFIA

•FREITAS, P. J. Freitas; Introdução à modelagem e Simulação de

Sistemas; Visual Books; 2001

•SALIBY, E; Repensando a Simulação; Atlas; 1989

•NASSAR, Wilson R ; Manutenção De Máquinas E Equipamentos;

Universidade Santa Cecília

•MARCH, L. D. ;Análise preliminar de viabilidade de mudanças de lay-

out das oficinas de recuperação de componentes elétricos e mecânicos e

da oficina de rotativos elétricos

•PG-PCM-0003/02.00 -Planejamento E Controle Da Manutenção

Mecânica Material Rodante

•GG-ENG-0006/01.02 - Intervenções Programadas Para Locomotivas

Diesel-Elétricas

•http://www.mrs.com.br/aempresa/locomotivas.php

•http://intranet/comercial/Mapas.htm � Consulta a mapas

Page 69: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

53

ANEXO A

TEMPOS DE ATIVIDADE E PERCURSO DE CORRETIVAS

Frota Modelo Qtde Média (H) Desv Pad (H)

Qtde Média (H) Desv Pad (H)

Tempo de Atividade DEFEITO REBOQUE A GE-C30-7 137 16,06 30,86 16 2,64 2,14 A GE-C30-MP 348 14,98 27,17 57 2,76 4,62 A GE-C30-SF 165 33,25 169,73 38 2,62 2,16 A GE-C36-7 407 27,88 89,48 68 3,01 3,31 A GE-C36-E 321 27,69 91,67 72 2,33 2,91 A GE-C36-ME 556 27,99 132 108 3,42 10,11 A GE-C36-S7 19 18,03 31,15 7 4,08 1,65 C GE-U20 C 479 14,44 32,54 46 4,17 3,32 A GE-U23C 1251 17,81 48,52 176 1,98 2,15 C GE-U23C 139 17,81 20 1,98 C GE-U23C1 210 37,12 110,22 21 6,49 6,4 A GE-U23CA 547 20,17 48,15 110 2,34 2,99 A GE-U23CE 43 14,85 25,38 6 2,51 3,51 C GE-U23CE 243 14,85 25,38 31 2,51 3,51 B GM-SD18 96 53,18 204,2 22 3,36 3,33 B GM-SD38 342 28,2 64,58 43 3,01 3,45 B GM-SD40/2 724 26,16 81,77 146 2,93 3,69 B GM-SD40/3 298 19,3 32,6 41 1,9 1,89 Tempo de Percurso DEFEITO REBOQUE A GE-C30-7 137 62 121 16 26 165 A GE-C30-MP 348 63 126 57 53 154 A GE-C30-SF 165 80 191 38 25 37 A GE-C36-7 407 56 101 68 18 37 A GE-C36-E 321 66 199 72 98 365 A GE-C36-ME 556 72 139 108 41 112 A GE-C36-S7 19 39 64 7 113 254 C GE-U20 C 479 38 73 46 18 19 A GE-U23C 1251 70 158 176 33 24 C GE-U23C 139 70 158 20 33 24 C GE-U23C1 210 48 98 21 30 27 A GE-U23CA 547 50 118 110 26 25 A GE-U23CE 43 68 133 6 37 26 C GE-U23CE 243 68 133 31 37 26 B GM-SD18 96 30 62 22 30 32 B GM-SD38 342 62 163 43 41 89 B GM-SD40/2 724 64 265 146 103 366 B GM-SD40/3 298 49 113 41 92 338

Page 70: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

54

ANEXO B

MÉDIA E DESVIO PADRÃO DOS TEMPOS DE ATIVIDADE DAS

MANUTENÇÕES PREVENTIVAS

Frota Modelo LI1 LI6 LRN LR4 LRG Média (Horas)

A GE-C30-7 11,66 209,04 117,44 A GE-C30-MP 15,37 93,35 357,01 1061,38 A GE-C30-SF 16,17 145,66 149,86 2687,50 A GE-C36-7 15,76 154,51 166,88 2612,71 A GE-C36-E 16,47 95,27 1158,12 1790,56 A GE-C36-ME 13,46 170,42 236,17 1102,21 A GE-C36-S7 14,65 97,04 107,50 C GE-U20 C 7,14 68,71 283,92 1519,83 1922,71 A GE-U23C 13,67 139,18 150,32 1054,72 C GE-U23C 13,67 139,18 150,32 1054,72 C GE-U23C1 12,09 124,73 187,40 1287,33 A GE-U23CA 14,21 122,46 140,07 1576,59 A GE-U23CE 11,63 123,51 138,04 C GE-U23CE 11,63 123,51 138,04 B GM-SD18 11,91 396,83 98,50 286,81 2548,81 B GM-SD38 11,32 115,48 92,03 927,02 2369,77 B GM-SD40/2 16,70 197,92 345,03 1698,96 4798,25 B GM-SD40/3 14,68 74,15 205,50 1665,99

Desvio Padrão (Horas) A GE-C30-7 25,88 182,95 49,08 A GE-C30-MP 48,93 50,85 0,00 133,29 A GE-C30-SF 25,40 100,65 104,57 559,32 A GE-C36-7 34,04 82,93 104,91 928,35 A GE-C36-E 32,29 47,99 173,08 380,48 A GE-C36-ME 31,43 419,29 194,55 218,65 A GE-C36-S7 26,22 62,17 3,54 C GE-U20 C 16,43 49,06 428,12 352,08 1482,76 A GE-U23C 20,94 144,43 109,48 161,79 C GE-U23C C GE-U23C1 48,02 83,40 0,00 221,62 A GE-U23CA 25,18 67,99 81,07 63,35 A GE-U23CE 16,42 49,46 41,17 C GE-U23CE 16,42 49,46 41,17 B GM-SD18 16,55 586,11 0,00 259,24 809,25 B GM-SD38 26,84 37,26 0,00 547,09 853,85 B GM-SD40/2 37,62 240,67 204,52 492,97 2152,79 B GM-SD40/3 27,53 48,35 0,00 412,07

Page 71: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

55

ANEXO C RELATÓRIO DE SIMULAÇÃO

Page 72: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

56

ENTIDADES

Page 73: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

57

Page 74: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

58

TEMPO DE ESPERA (MÉDIO) E QUANTIDADE EM FILA (MÉDIA)

Page 75: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

59

TAXA DE UTILIZAÇÃO

Page 76: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

60

Page 77: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

61

TEMPO DE INDIDPONIBILIDADE POR MODELO

Page 78: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE ... · De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma

62

QUANTIDADE MÉDIA DE LOCOMOTIVAS EM OFICINA POR ATIVIDADE