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DRAP Centro Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas www.drapc.min-agricultura.pt i nformação Neste número DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO CENTRO Relançamento da Ovinicultura na Serra da Estrela Agricultura e Desenvolvimento Rural no Distrito da Guarda Opinião - Agricultura e Desenvolvimento Regional IV Reunião Ibérica de Pastagens e Forragens: - visita de estudo à Cooperativa do Baixo Douro (COBADU) - visita de estudo à Central Leiteira de Zamora (GAZA) ProDer - Projectos contratados no distrito da Guarda ProMar - Medidas e prazos de candidatura 2ª Gala de “Frutas e Legumes” Sanidade vegetal: palmeiras em risco Aspectos técnicos da viticultura e da casta “Baga” No passado dia 16 de Abril, na Casa da Cultura “César Oliveira”, em Oliveira do Hospital, com a presença do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Eng.º Rui Barreiros, realizou-se a sessão pública de apresentação do Plano de Relançamento da Ovinicultura na Região, bem como a assinatura dos documentos protocolares de parceria entre a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, Estrelacoop, Ancose, Direcção Geral de Veterinária, Associa- ções de Desenvolvimento Local, Região de Turismo da Serra da Estrela e as 18 Câmaras Municipais da área geográfica da Denominação de Origem Protegida - DOP Queijo Serra da Estrela. Pretende-se operacionalizar este Plano através de parcerias entre as diversas entidades intervenientes no sector e no desenvolvimento da Região, por forma a dar resposta a um conjunto de preocupações ligadas à ovinicultura da Serra da Estrela, designadamente aproveitando o seu elevado potencial estratégico, sucessivamente desaprovei- tado, como revelam os indicadores: > Redução do número de pessoas ligadas à actividade e do número de explorações que fazem queijo, o que evidencia a perda de transmissão do “saber fazer” ligado às actividade de ovinicultor e de fabrico do queijo; > Percentagem crescente do número de explorações que introduziram animais de raças exóticas nos seus rebanhos, abandonando a produção orientada para os produtos tradicionais com a menção protegida DOP Serra da Estrela sem que, com isso, tenha aumentado a capacidade de auto-abastecimento nacional por parte das indústrias localizadas na região; > Estagnação das quantidades comercializadas com recurso à menção “Serra da Estrela”, segundo as normas instituídas, ou seja, segundo o caderno de especificações de cada produto DOP (Queijo Serra da Estrela, Requeijão Serra da Estrela e Borrego Serra da Estrela). Partindo do diagnóstico da situação estabeleceu-se uma intervenção concertada e objectivamente dirigida, nos termos propostos e sistematizados neste Plano, apresentado pelo Eng.º Fernando Martins, da DRAPCentro, logo após a abertura dos trabalhos pelo Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Dr. José Alexandrino Mendes e pelo Director Regional da DRAP Centro, Eng.º Rui Moreira. Estes intervenientes consideram que se trata de “um acordo que desafia as nossas capacidades” para motivar e mobilizar todos os agentes económicos e sociais, a par com a Administração, o que significa cerca de 30 000 pessoas, directa ou indirectamente ligadas a um certo modo de vida que envolve este produto ancestral de qualidade única. Apesar dos custos associados à certificação, é consensual que se trata de condição indispensável para acesso aos mercados internacionais. O facto de apenas 24 produtores certificarem o Queijo “Serra da Estrela” como DOP, faz com que este produto contribua com apenas 6% para o total dos queijos nacionais comercializados com esta garantia. Há assim que encarar todas as debilidades e ameaças ligadas ao território, às pessoas, aos animais e até à própria marca, instituindo sistemas de controle de qualidade e segurança alimentar adequados à efectiva dimensão dos potenciais riscos. Importa enfrentar estes desafios, melhorando as condições de trabalho e as perspectivas de rendimento dos produtores, por forma a atrair jovens e empreendedores empresários para o sector. Os criadores que interviram no debate consideram que a sementeira e maneio de pastagens e a instalação de salas de ordenha são duas áreas prioritárias de actuação. Foi também referida a necessidade de reequacionar o relacionamento e regras de actuação com a Segurança Social e a necessidade de apoiar financeiramente os produtores no que toca aos custos com análises laboratoriais inerentes à certificação do queijo. As palavras de encerramento por parte do Secretário de Estado, apontam para a vontade e necessidade de dar visibilidade e internacionalização a um produto de excelência, com grande potencial para criação de riqueza e postos de trabalho. Relançamento da Ovinicultura na Serra da Estrela Publicação bimestral para o sector agrário e pescas da Região Centro Nº 13 - Maio 2010

Ministério da nformação - DRAP C · 2020-06-03 · ganhos de dimensão empresarial, através de medidas de actualização do cadastro da propriedade rústica, de emparcelamento

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DRAP CentroDirecção Regionalde Agricultura e Pescasdo Centro

M i n i s t é r i o d aA g r i c u l t u r a,do Desenvolvimento

Rural e das Pescas

www.drapc.min-agricultura.ptinformação

Neste número

DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO CENTRO

Relançamento da Ovinicultura na Serra da EstrelaAgricultura e Desenvolvimento Rural no Distrito da GuardaOpinião - Agricultura e Desenvolvimento RegionalIV Reunião Ibérica de Pastagens e Forragens: - visita de estudo à Cooperativa do Baixo Douro (COBADU) - visita de estudo à Central Leiteira de Zamora (GAZA)ProDer - Projectos contratados no distrito da GuardaProMar - Medidas e prazos de candidatura2ª Gala de “Frutas e Legumes”Sanidade vegetal: palmeiras em riscoAspectos técnicos da viticultura e da casta “Baga”

No passado dia 16 de Abril, na Casa da Cultura “César Oliveira”,em Oliveira do Hospital, com a presença do Secretário de Estadodas Florestas e Desenvolvimento Rural, Eng.º Rui Barreiros,realizou-se a sessão pública de apresentação do Plano deRelançamento da Ovinicultura na Região, bem como a assinaturados documentos protocolares de parceria entre a DirecçãoRegional de Agricultura e Pescas do Centro, Estrelacoop, Ancose,Direcção Geral de Veterinária, Associa-ções de Desenvolvimento Local, Regiãode Turismo da Serra da Estrela e as 18Câmaras Municipais da área geográficada Denominação de Origem Protegida- DOP Queijo Serra da Estrela.

Pretende-se operacionalizar este Planoatravés de parcerias entre as diversasentidades intervenientes no sector e nodesenvolvimento da Região, por formaa dar resposta a um conjunto depreocupações ligadas à ovinicultura daSerra da Estrela, designadamenteaproveitando o seu elevado potencialestratégico, sucessivamente desaprovei-tado, como revelam os indicadores:

> Redução do número de pessoasligadas à actividade e do número deexplorações que fazem queijo, o queevidencia a perda de transmissão do“saber fazer” ligado às actividade deovinicultor e de fabrico do queijo;

> Percentagem crescente do número de explorações queintroduziram animais de raças exóticas nos seus rebanhos,abandonando a produção orientada para os produtos tradicionaiscom a menção protegida DOP Serra da Estrela sem que, comisso, tenha aumentado a capacidade de auto-abastecimentonacional por parte das indústrias localizadas na região;

> Estagnação das quantidades comercializadas com recurso àmenção “Serra da Estrela”, segundo as normas instituídas, ouseja, segundo o caderno de especificações de cada produto DOP(Queijo Serra da Estrela, Requeijão Serra da Estrela e BorregoSerra da Estrela).

Partindo do diagnóstico da situação estabeleceu-se umaintervenção concertada e objectivamente dirigida, nos termospropostos e sistematizados neste Plano, apresentado pelo Eng.ºFernando Martins, da DRAPCentro, logo após a abertura dostrabalhos pelo Presidente da Câmara Municipal de Oliveira doHospital, Dr. José Alexandrino Mendes e pelo Director Regionalda DRAP Centro, Eng.º Rui Moreira.

Estes intervenientes consideramque se trata de “um acordo quedesafia as nossas capacidades”para motivar e mobilizar todos osagentes económicos e sociais, apar com a Administração, o quesignifica cerca de 30 000 pessoas,directa ou indirectamente ligadasa um certo modo de vida queenvolve este produto ancestral dequalidade única.

Apesar dos custos associados àcertificação, é consensual que setrata de condição indispensávelpara acesso aos mercadosinternacionais. O facto de apenas24 produtores certificarem o Queijo“Serra da Estrela” como DOP, fazcom que este produto contribuacom apenas 6% para o total dosqueijos nacionais comercializadoscom esta garantia.

Há assim que encarar todas as debilidades e ameaças ligadasao território, às pessoas, aos animais e até à própria marca,instituindo sistemas de controle de qualidade e segurança alimentaradequados à efectiva dimensão dos potenciais riscos. Importaenfrentar estes desafios, melhorando as condições de trabalhoe as perspectivas de rendimento dos produtores, por forma aatrair jovens e empreendedores empresários para o sector.

Os criadores que interviram no debate consideram que asementeira e maneio de pastagens e a instalação de salas deordenha são duas áreas prioritárias de actuação. Foi tambémreferida a necessidade de reequacionar o relacionamento e regrasde actuação com a Segurança Social e a necessidade de apoiarfinanceiramente os produtores no que toca aos custos comanálises laboratoriais inerentes à certificação do queijo.

As palavras de encerramento por parte do Secretário de Estado,apontam para a vontade e necessidade de dar visibilidade einternacionalização a um produto de excelência, com grandepotencial para criação de riqueza e postos de trabalho.

Relançamento da Oviniculturana Serra da Estrela

Publicação bimestral para o sector agrário e pescas da Região Centro Nº 13 - Maio 2010

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UM ESPIGUEIRO MECANIZADO

1º Pilar – Criando dimensão e criando escalaSignifica, fundamentalmente, diminuir os custos de produção eaumentar a produtividade. Com menos custos, colher mais e melhorproduto. Como é que isto se faz? Aumentando as áreas das exploraçõese incentivando, fomentando e dinamizando as Associações deProdutores, Cooperativas Agrícolas e outras Organizações deAgricultores, bem como o Emparcelamento rural (questão que consideroimportantíssima). É indispensável aumentarmos a nossacompetitividade por via do aumento da produção, sem acréscimo decustos, ou seja, ganhando escala e dimensão empresarial.

2º Pilar – Saber seleccionar os produtos adaptáveis a cada regiãoSignifica percebermos quais os tipos de produtos e culturas que, emcada região e em função das condições edafo-climáticas, melhor seadaptam localmente. O País e a nossa região em particular, não têmcapacidade e dimensão para produzir tudo em quantidade e qualidade.É fundamental sabermos seleccionar e produzir mais e melhor, demodo a tornarmo-nos cada vez mais competitivos.

3º Pilar - Garantia de qualidadeSignifica percebermos como nos mercados nacionais e internacionais,o cliente ou o consumidor final, face à concorrência, muitas vezesdesleal, procura o melhor produto ao melhor preço. Deveremoscombater a concorrência através da garantia da qualidade, ou seja,aquilo que fizermos, temos, obrigatoriamente, de fazer bem.

4º Pilar – ComercializaçãoSignifica saber trabalhar em marketing de comercialização, conhecernovos nichos de mercado, perceber a lei da oferta e da procura, terdimensão, de modo a satisfazer os clientes, em qualidade, emquantidade e a preços competitivos. Assim, funcionando de modosemelhante ao da comercialização dos produtos que entram no nossoPaís, também os produtos nacionais poderão servir como “moeda detroca”, ou seja, contribuir para equilibrar a balança de transacções debens alimentares. Não sendo nós auto-suficientes na produção detodos os produtos, é com os produtos mais competitivos que teremosobrigatoriamente de procurar equilibrar o balanço dasimportações/exportações.

5º Pilar – O triângulo: produção – transformação – comercializaçãoSignifica que estes vértices do triângulo não poderão em qualquersituação funcionar separadamente. Têm obrigatoriamente de estarinterligados, ter um objecto comum, já que os mesmos secomplementam naquilo que eu considero ser a garantia dasustentabilidade do desenvolvimento rural. Em minha opinião, énecessário incentivar e impulsionar cada vez mais a estratégia de fileiraprevista no âmbito do PRODER (Plano de Desenvolvimento Rural)nesta tripla vertente:Produção – Produzir mais e melhor, com custos de produção maiscompetitivos;Transformação – Fomentar, apoiar e dinamizar as Agroindústrias,através da utilização de produtos Nacionais (majoração dos incentivos);Comercialização – Procurar cada vez mais a internacionalização dosnossos produtos, através da qualidade e da dimensão.Em conclusão, permito-me referir a necessidade que todos temos queter, de modo a alterarmos comportamentos e atitudes. Que o objectivocomum, se sobreponha ao interesse individual.

AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL NO DISTRITO DA GUARDA

Como é que o desenvolvimento ruralpoderá dinamizar a actividade económicae social da região?

Em minha opinião, segundo 5 pilares:

Opinião

António Patrício, director regional adjunto

Acompanhado pelo Secretário de Estado da Agricultura e doDesenvolvimento Rural, o Ministro da Agricultura, Doutor AntónioSerrano, deslocou-se ao concelho do Sabugal no passado dia26 de Abril, a fim de participar nas Jornadas de Reflexão sobreo Desenvolvimento Rural do Distrito da Guarda, uma iniciativado respectivo Governo Civil, prontamente apoiada pelaDRAPCentro.

Nas palavras do Governador Civil da Guarda e do DirectorRegional de Agricultura e Pescas do Centro, a Agricultura é umsector-chave, de importância vital para o relançamento daactividade económica no distrito, o que também passa pelareconversão da pequena agricultura tradicional de cariz familiare adopção de novos modelos de exploração empresarial.

A recuperação dos prejuízos causados pelo incêndio do Verãopassado no concelho foi uma das matérias em causa, tendosido já distribuída pelo MADRP uma verba da ordem de 265 mileuros, como forma de apoio às 115 candidaturas apresentadaspelos Agricultores lesados.

Conhecidos os estrangulamentos existentes, importa promoverganhos de dimensão empresarial, através de medidas deactualização do cadastro da propriedade rústica, deemparcelamento fundiário e, eventualmente, também pela maiorresponsabilização dos proprietários cujas terras se encontramabandonadas, não cumprindo assim a sua vocação produtiva,antes prejudicando o ordenamento e valorização do território.

Quanto às actividades produtivas que podem perfilar-se comoalternativas válidas, o Presidente da Câmara do Sabugal salientoua dimensão geográfica, a inexistência de unidades fabris, aexistência de um património natural e cultural rico e diversificado,as potencialidades ao nível da caça, pesca, floresta e, muitoparticularmente, a exploração de ruminantes - bovinos, ovinose caprinos, bem como a batata, vinha, olival, castanha, mel,cogumelos e culturas aromáticas, condimentares e medicinais.

Uma solução integradora e valorizadora dos produtos da terra,deverá ser a criação de marca própria, associada a actividadesde turismo em espaço rural, com adequada estratégia demarketing. A este respeito, o Governador Civil da Guarda referiuestar prevista para 2011 a realização de uma feira internacionalde queijo na região.

Muitos dos investimentos no sector agro-industrial, não tiverama adequada correspondência em investimentos produtivos nasexplorações agro-pecuárias, verificando-se o recurso frequentea importações de matérias-primas, ao mesmo tempo que muitosdos nossos solos agrícolas e recursos endógenos permanecemsub-aproveitados. J.A e M.J.M

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Fundada em 1982 e localizada nas imediações da cidade deZamora, na província de Castela-León, a Cooperativa Agrícolado Bajo Duero (COBADU) é claramente um dos casosemblemáticos de maior sucesso do sector cooperativo espanhol.

Num período de tempo relativamente curto, uma bem sucedidaestratégia de crescimento sustentado, permitiu-lhe passar de300 para mais de 9000 sócios e de 1,8 para 98 milhões deeuros (em 2006) nos valores de facturação anual, revelandototal capacidade de autofinanciamento para os investimentosde consolidação do actual complexo de instalações, onde sedesenvolvem actividades diversificadas, de venda de bens ede prestação de serviços, orientadas para as necessidadesdos seus associados.

À data da sua constituição, em 1982, o grupo de sóciosfundadores pretendia então fundamentalmente unir esforçosno sentido de melhorar os rendimentos da actividade agro-pecuária e de crescer profissionalmente como agricultores ecriadores de gado, para conseguir competir num mercado que,já então, se adivinhava cada vez mais global einternacionalizado. Nessa altura, a base de partida resumia-se à linha de crédito para compra de uma propriedade de 4hectares onde veio a ser instalada uma pequena fábrica derações para apoio às explorações pecuárias da região, comalgum predomínio da actividade suinícola.

Hoje em dia, a actividade da Cooperativa traduz-se pelosseguintes números:- 9000 associados e mais de 18 milhões de euros de fundospróprios (capital próprio e reservas);- 276 mil toneladas de rações e alimentos fibrosos tratados,actividade que regista um crescimento acelerado, decorrentedo recente investimento em novas funcionalidades na área dadesidratação e valorização de forragens (sobretudo luzernae palha tratadas), de acrescido valor alimentar. C. A

Cooperativa Agrícola do Baixo DouroCOBADU

A Cooperativa “Ganaderos de Zamora” (GAZA) e a sua fábrica de lacticíniosforam criadas em 1966 a fim de comercializar a produção leiteira nesta Província.A empresa passou a Sociedade Limitada em 2001 e integra actualmente 86explorações pecuárias da Província de Zamora (Região Autónoma de Castela-Leão), o que corresponde 3 000 vacas leiteiras e 2 800 ovelhas. Recolhe diariamenteuma media de72 000 litros de leite de vaca e 5 500 litros de leite de ovelha.A empresa registou um notável crescimento, sobretudo nos últimos anos, comvendas crescentes na região e noutros pontos de Espanha.A facturação anual daempresa é de 28 milhões de euros, assegura emprego directo a 60 pessoas (30 naunidade fabril) e garante a actividade e rendimento a 160 famílias do mundo rural,que são os accionistas. Por cada 3 000 litros de leite de entrega, cada associado édetentor de 1 acção.A LECHE GAZA, S.L. processa 12 000 litros de leite/hora. O limiar de produtividadeestabelecido para cada trabalhador da unidade corresponde a 1 milhão de litrosprocessados/ano. Os preços-base para pagamento do leite aos produtores são,respectivamente, de 0,30€ para leite de vaca e 0,90€ para leite de ovelha, havendono entanto uma margem adicional (0,04 € no leite de vaca) para premiar a qualidadeindividual. O lucro é na ordem de 0,02 €/litro.Uma dos “apostas” passa por “não deixar cair a produção em mãos alheias” epela diversificação da carteira de produtos: vários tipos de leite e nata, iogurte esobremesas com base em leite (de vaca, ovelha e cabra) proveniente apenas deexplorações associadas, que trabalham segundo os moldes do Plano Gaza deGarantia da Qualidade, que garante a qualidade do leite, o bem-estar dos animaise o respeito pelo meio ambiente.A Empresa está na vanguarda em termos da certificação da Qualidade e boaspráticas de produção (leite) e fabrico (lacticínios). A certificação começa nasexplorações, conforme o Plano de Garantia regularmente auditado e cujo Cadernode Especificações consta da Entidade Nacional de Acreditação (ENAC) espanhola.Para alcançar o valor máximo de pagamento por litro de leite, os produtores têmde cumprir 180 requisitos (alguns dos quais com carácter de exclusão deembalamento). Para satisfazer estas exigências, recebem formação contínua.Desde a sua fundação a Cooperativa tem tido um papel muito importante naorganização e no aumento da auto-estima dos produtores de Zamora, garantindo-lhes assistência técnica e veterinária, na erradicação de doenças e assegurando arealização de vários controlos (células somáticas, análises microbiológicas, …).Também os médicos veterinários dos serviços oficiais efectuam colheitas aleatóriase periódicas do leite nas explorações pecuárias.A circulação do leite, incluindo lavagens e desinfecções, é realizada em “circuitofechado” para evitar contaminações microbiológicas, químicas ou físicas. Averificação do sistema HACCP inclui a solicitação de análises físico-químicas,microbiológicas e de resíduos a um laboratório de referência.O controlo de qualidade só cessa quando o produto final entra na pequenadistribuição. O código de barras identifica cada pacote de leite (ou outro produtotransformado) e permite total rastreabilidade, pois inclui os seguintes elementos:produtor, cisterna, depósito, trabalhador, máquina, dia e hora de embalagem, combase em métodos complexos mas também com recurso a soluções simples, comoé o caso sistema de armazenamento dos packs de Leite (“first in – first out”), quefunciona quase sem custos energéticos.A Empresa investe bastante em marketing, procurando a satisfação do consumidore todos os produtos GAZA ostentam, com orgulho, o selo “Tierra de Sabor”, queos reconhece como produtos agro-alimentares de qualidade superior, vinculadosao território e ao património agrícola e cultural de Castela-Leão. R.C

A 4ª Reunião Ibérica de Pastagens e Forragens decorreu na primeira semana de Maio, na zona de Mirandado Douro e Zamora (Espanha). Os técnicos da DRAPCentro que participaram neste evento, deixam aqui otestemunho de duas realidades bem sucedidasno domínio do Associativismo Agrícolaque puderam visitar no País vizinho.

Unidade de Lacticínios LECHE GAZA, S.L.

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Endereço e contactos para comentários,notícias e sugestõesDRAP Centro - Núcleo de Informação eRelações PúblicasAv. Fernão Magalhães, 465 3000-177 COIMBRATelef. 239 800 520 Fax 239 833 679E-mail: [email protected]

Ediçã

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Ficha técnicaDirector: Rui MoreiraCoordenação: Ângela Pinto CorreiaRedacção: Carlos Alarcão e J. A. AlmeidaColaboraram no presente Boletim:António Patrício (P.A.), Carlos Alarcão (C.A.), JoséAugusto Almeida (J.A.A), Maria Helena Pinto(M.H.P.), Maria José Malheiro (M.J.M), Rui Cabral(R.C) e Rui Melo (R.M).

PRAZOSDE

CANDIDATURAS

Data limiteMedidas

Investimentos a Bordo e Selectividade

Investimentos Produtivos na Aquicultura

Transformação e Comercialização

Portos de Pesca, Locais de Desembarquee de Abrigo

Desenvolvimento de Novos Mercados eCampanhas Promocionais

Acções Colectivas

Projectos Piloto e Transformação deEmbarcações de Pesca

31/10/2013

30/09/2013

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31/08/2013

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31/08/2013

2010 Ano Internacional da Biodiversidade

À margem da iniciativa “Jornadas deR e f l e x ã o d e A g r i c u l t u r a eDesenvolvimento Rural no distrito daGuarda”, o Ministro da Agricultura,teve oportunidade para proceder àassinatura de 13 contratos definanciamento, no âmbito do PRODER– Programa de Desenvolvimento Rural2007-2013, com os respectivospromotores, três dos quais JovensAgricultores.Os pro jectos anal isados pelaDRAPCentro e agora contratados,inserem-se nos seguintes sectores deactividade agrícola: pomóideas, vinha(92 hectares), olival, batata, frangos docampo, ovinos, suínos e bovinos emregime extensivo.O montante total do investimentocontratado ronda 1,5 milhões deeuros, 550 000 dos quais de subsídio.O projecto mais significativo cor-responde à construção de um lagar deazeite tendo sido apresentado pelaCooperativa de Camponeses do Valedo Alto Mondego.O Proder, enquanto instrumentofinanceiro continua à disposição dasempresas agrícolas ou florestais quepretendam investir, reforçando assim aimportância do sector. R.M.

O COTHN (Centro Operativo TecnológicoHortofrutícola Nacional) vai realizar nopróximo dia 2 de Junho, na Figueira daFoz, a II Gala Viva da Fruta e Legumes.Mantendo o espírito que presidiu àrealização da I Gala, esta iniciativapretende promover o sector das frutas ehortícolas nacional e os agentes económicosque nele actuam, realçando a suaimportância para uma alimentaçãosaudável, criando e reforçando laços decooperação para o futuro.

O reforço da aposta na valorização daprodução hortofrutícola nacional permitiráultrapassar os desafios inerentes às lacunasque ainda subsistem ao nível da competiti-vidade e organização para a comercializa-ção, sobretudo na sub-fileira hortícola.Apesar dos estrangulamentos existentes,o sector hortofrutícola já representa umapercentagem significativa das exportaçõesdo sector agrícola, fruto do aumento daqualidade e do esforço promocionalefectuado, conseguindo aceder a novosmercados, muitos deles com elevadospadrões de exigência, como o Reino Unido.

Durante esta gala, pretende-se igualmente,fazer um balanço do primeiro ano doprograma “Regime de Fruta Escolar”,sendo mais uma óptima oportunidade dedivulgação do mesmo. Serão igualmentedistinguidas algumas personalidadesatravés da atribuição de prémios nascategorias de Inovação, Empreende-dorismo, Espírito Jovem, Personalidade,Projecto Empresarial e Promoção.

Para tal o COTHN convidou os 3ministérios envolvidos neste programa:Ministério da Agricultura, Ministério daSaúde e Ministério da Educação.Esta gala conta já com a confirmação doMinistro António Serrano, o Secretário deEstados das Florestas e DesenvolvimentoRural, Rui Barreiro. M.J.M

No Museu do Vinho daBairrada, em Anadia, ecom o patrocínio daRota da Bairrada, foilançado no dia 15 deMaio, o livro “AspectosTécnicos de ViticulturaBaseados na CastaBaga”, da autoria deAnabela Andrade,técnica superior daDRAP Centro.

A ocorrência no distrito de Coimbra da pragaRhynchophorus ferrugineus (Oliver) coloca emsério risco as palmeiras (em especial a espéciePhoenix canariensis), em resultado da elevadacapacidade de dispersão deste inimigo dasplantas. Assim, de forma a alertar a populaçãoem geral, a DRAPCentro irá proceder em brevee nos termos legalmente previstos ao lançamentode um Edital, para divulgação. Caso detectepalmeiras com a sintomatologia da Figura ou osinsectos responsáveis pelo ataque, devecontactar de imediato a Divisão da Protecção eQualidade da Produção da DRAPCentro ou aDivisão dos Espaços Verde da sua CâmaraMunicipal. Brevemente estará disponível maisinformação técnica quanto a esta praga e àsmedidas de controle e erradicação na páginawebb do nosso organismo. M.H.P

Decorreu durante todo o mês de Abril a 1ª JornadaGastronómica do Tortulho (Amanita ponderosa) e daCriadilha (Terfezia arenaria), duas espécies comgrande expressão nos terrenos da Beira Baixa.

A iniciativa contou com o apoio técnico daDRAPCentro e associaram-se ao evento a AFLOBEIe a Câmara Municipal de Castelo Branco, bem comosete restaurantes da cidade, no sentido de demonstrare divulgar todo este potencial gastronómico.

Cogumelos de Primavera

LUTA CONTRA O ESCARAVELHODA PALMEIRA - Rhynchophorusferrugineus (Oliver)

2ª Gala Viva