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CESAU – Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde – Junho / Julho – 2014 Número 02/2014 – Salvador – Junho / Julho - 2014 Exmo(a). Sr(a). Promotor(a) de Justiça com Atribuição na Área de Saúde Pública Prezado(a) Colega, Segue mais uma versão do Boletim do CESAU, relativo ao período de junho-julho. Contamos com suas sugestões e colaboração para aprimorar o nosso periódico. Cordialmente, Rogério Luís Gomes de Queiroz Promotor de Justiça Coordenador do CESAU Desg. Ato n.º 590 / 2012 – DPJ em 21/08/2012 1

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Número 02/2014 – Salvador – Junho / Julho - 2014

Exmo(a). Sr(a).

Promotor(a) de Justiça com Atribuição na Área de Saúde Pública

Prezado(a) Colega,

Segue mais uma versão do Boletim do CESAU, relativo ao período de junho-julho.

Contamos com suas sugestões e colaboração para aprimorar o nosso periódico.

Cordialmente,

Rogério Luís Gomes de Queiroz Promotor de Justiça Coordenador do CESAU Desg. Ato n.º 590 / 2012 – DPJ em 21/08/2012

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I N D I C E

NOTÍCIAS …............ ...............................................3

JURISPRUDÊNCIAS ….............................................19

PARECERES TÉCNICOS CESAU …............................29

PEÇAS PROCESSUAIS ….........................................48

LEGISLAÇÃO …......................................................49

OUTRAS NORMAS NA ÁREA DE SAÚDE …...............64

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I – N O T Í C I A S

III CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO E SAÚDE

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"I Encontro Nacional Ministério Público: Pensamento Crítico e Práticas Transformadoras"

- Período: de 10 a 13 de setembro de 2014 -

INFORMAÇÕES : http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Escola_Superior/I_Encontro1

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SUS incorpora medicamento para tratar tumor do estroma gastrointestinal

Tratamento de doenças

Ministério da Saúde realiza consulta pública para incorporar medicação no tratamento da osteoartrose do joelho ao SUS

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde incorporou o medicamento mesilato de imatinibe para quimioterapia adjuvante (realizada após a cirurgia curativa) do tumor do estroma gastrointestinal no âmbito no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi publicada no Diário da União desta segunda-feira (7).

O tumor estromal gastrointestinal (GIST, na sigla em inglês) é uma doença rara que ataca qualquer local do sistema gastrointestinal (boca, esôfago, estômago e intestinos). A cirurgia é tida como o tratamento principal deste tipo de câncer.

O relatório de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS sobre essa tecnologia estará disponível no site do Ministério da Saúde do Ministério da Saúde.

Consulta pública

Na mesma edição do Diário Oficial, o Ministério da Saúde abriu ainda uma consulta pública para manifestação da sociedade civil a respeito da recomendação da Conitec relativa à proposta de incorporação no SUS do hilano G-F 20 para o uso intra-articular no tratamento de dor associada com a osteoartrose do joelho.

A consulta pública ficará disponível no site do Ministério da Saúde por 20 dias a contar desta segunda (7). A Secretaria Executiva da Conitec avaliará as contribuições apresentadas a respeito da matéria.

Fonte: Portal Brasil, com informações da Imprensa Nacional e Instituto Nacional de Câncer

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Fabricante de medicamento omitiu dados de agências reguladoras (Pradaxa)

A falta de conhecimento sólido do comportamento no longo prazo de uma nova tecnologia, como os medicamentos, por exemplo, representa um importante entrave a sua imediata incorporação ao SUS. Para a segurança dos pacientes, é importante que uma nova droga não seja imediatamente incorporada ao Sistema Único de Saúde.

O anticoagulante oral padrão para tratamento e prevenção de eventos tromboembólicos é a varfarina. Algumas drogas alternativas à Varfarina surgiram nos últimos anos, como, por exemplo, Xarelton e Pradaxa.

Durante o uso da Varfarina, é necessário medir a sua concentração no sangue periodicamente. Essa medida é feita através de uma escala de coagulação sanguínea chamada RNI (Relação Normalizada Internacional). Uma das vantagens alardeadas dos novos anticoagulantes orais em relação à Varfarina é a desnecessidade de monitoração da concentração dos novos anticoagulantes orais no sangue. Em tese, durante o uso do Pradaxa, o paciente não teria a necessidade de monitorar a sua concentração através de uma escala, como a RNI.

Um estudo, contudo, põe em xeque se realmente não é necessário medir as concentrações no sangue desses novos anticoagulantes orais, como, por exemplo, o Pradaxa.

Segue link da reportagem:

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/07/1490302-fabricante-de-remedio-omitiu-dados-de-agencias-reguladoras.shtml

Adler Ramon Conceição MunizAssistente Técnico AdministrativoCESAU

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ALEITAMENTO MATERNO

Ministério da Saúde lança Campanha Nacional de Amamentação 2014

Atriz Nívea Stelmann é a madrinha deste ano. Campanha busca incentivar as mães a amamentarem seus bebês até dois anos ou mais. O leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou nesta quinta-feira (07) em Brasília, a Campanha Nacional de Aleitamento Materno 2014. O evento integra a 22º Semana Mundial de Amamentação, que é comemorada em mais de 175 países. O tema da campanha este ano é “Amamentação. Um ganho para a vida toda”, e tem como madrinha a atriz Nívea Stelmann, mãe da pequena Bruna, de quatro meses, que mama exclusivamente no peito, e do Miguel, de nove anos, que mamou por quase dois anos, tempo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.

Perguntas e respostas sobre amamentação

Assista vídeo da Campanha e matéria do Canal Saúde

Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS. Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos seis anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou a importância do envolvimento de toda a sociedade, inclusive das empresas, para garantir o aleitamento materno exclusivo até os seis meses. “Essa campanha é importante porque precisamos do envolvimento de todos. Para estimular a amamentação até os seis primeiros meses, estamos apoiando a criação de Salas de Apoio à Amamentação em empresas de todo o país, capacitando os profissionais que atuam como referência”, disse o ministro. Ele destacou ainda o esforço do Ministério da Saúde para fazer com que a cultura do aleitamento esteja presente em todas as camadas da sociedade. “Além da campanha, realizamos ações e orientamos as mães permanentemente por meio das Unidades Básicas

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de Saúde (UBS), da estratégia Saúde da Família e toda a Rede de Atenção do SUS”.

A atriz Nívea Stelmann falou da emoção de ter sido escolhida como madrinha da nova campanha de amamentação. “Fiquei muito emocionada quando fui convidada porque acredito realmente na importância da amamentação. Vejo a diferença na vida da Bruna e do Miguel, que irá completar 10 anos e, em todo esse tempo, teve pouquíssimos problemas de saúde. Consegui amamentá-lo até os dois anos”, disse Nívea Stelmann.

A campanha, produzida pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo incentivar às mães brasileiras a amamentar até os dois anos ou mais e de forma exclusiva até o sexto mês de vida do bebê. O leite materno tem tudo o que a criança precisa até os seis meses, inclusive água, e protege de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além possibilitar o fortalecimento dos vínculos entre a mãe e o bebê.

O coordenador da área Saúde da Criança, do Ministério da Saúde, Paulo Vicente Bonilha, destacou que “a amamentação auxiliou o Brasil a atingir o objetivo do milênio de redução da mortalidade na infância, antes do tempo previsto, alcançando o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS)”.

A Semana Mundial de Amamentação é uma estratégia idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba, sigla em inglês) e ocorre em cerca de 175 países. Este ano, o tema global é aumentar a proteção, a promoção e o apoio ao aleitamento materno diante da contagem regressiva para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil alcançou em 2012 a meta do ODM 4, de redução da mortalidade na infância (menores que 5 anos), três anos antes do prazo estabelecido (2015) e com um dos melhores resultados do mundo, diminuição de 77%.

REDE CEGONHA - O governo federal lançou, em 2011, a estratégia Rede Cegonha, que tem como uma das principais metas reduzir morte materna e neonatal, incentivar o parto normal humanizado e intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho. Atualmente, a Rede Cegonha está presente em mais de 5 mil municípios de todos os estados do país, e atende a 2,6 milhões de gestantes. Desde o lançamento da Rede, já foram investidos mais de R$ 3,3 bilhões para o desenvolvimento de ações em todo o país.

A Rede Cegonha fortalece a Política Nacional de Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, que contempla um conjunto de estratégias voltadas para a saúde da mãe e do bebê. Uma delas é a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, que capacita profissionais de saúde da Atenção Básica para o

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aconselhamento e orientação em amamentação e alimentação complementar saudável. Até junho deste ano, 1.700 tutores foram formados na estratégia. Há ainda o Método Canguru, que é uma intervenção de baixo custo e que carrega ganhos duradouros para as crianças e as famílias, entre outras estratégias. Desde 2013, R$ 8,5 milhões já foram investidos em ações que incentivam a amamentação no Brasil.

BANCOS DE LEITE - Os bancos de leite figuram entre as principais iniciativas do Ministério da Saúde para a redução da mortalidade infantil, inseridos na estratégia da Rede Cegonha. Cada litro de leite pode atender até 10 recém-nascidos internados por alimentação, dependendo da necessidade. Toda mulher que amamenta pode doar leite materno para atender a demanda de bebês prematuros e de baixo peso. O Brasil conta com 213 Bancos de Leite e 141 Postos de Coleta. Desta forma, o país possui a maior Rede de Bancos de Leite do mundo. Desde 2011, o Ministério da Saúde repassou R$ 1,5 milhão para custeio desses serviços, beneficiando 4,7 milhões de mulheres, que receberam algum tipo de assistência.

FONTE: Ministério da Saúde. Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/14181-ministerio-da-saude-lanca-campanha-nacional-de-amamentacao-2014

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PREVENÇÃO

SUS passa a oferecer vacina contra hepatite A para crianças A meta do Ministério da Saúde é imunizar três milhões de crianças, na faixa etária de um e dois anos, no prazo de um ano. A medida integra as ações que marcam o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais

O calendário básico de imunização da criança está sendo ampliado com a introdução da vacina contra a hepatite A, que passa a ser ofertada nos postos de saúde do país. A meta do Ministério da Saúde é imunizar 95% do público-alvo, cerca de três milhões de crianças - na faixa etária de um até dois anos incompletos - no período de 12 meses. Com isso, o Brasil passa a oferecer, gratuitamente, 14 vacinas de rotina, garantindo todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A introdução da nova vacina é uma das ações do Ministério da Saúde que marcam o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho.

Confira a apresentação do ministro

Perguntas e respostas sobre a hepatite A

O objetivo é prevenir e controlar a hepatite A e, dessa forma, imunizar, gradativamente, toda a população. O esquema vacinal preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, prevê uma dose única da vacina. Será feito o monitoramento da situação epidemiológica da doença, no país, para definir a inclusão ou não de uma segunda dose no calendário da criança. A Hepatite A é uma doença infecciosa aguda que atinge o fígado.

Para o início da vacinação, estados e municípios já receberam 1,2 milhão de doses. Outros lotes da vacina serão encaminhados, ainda este ano e no decorrer de 2015, para atender 100% do público-alvo. A data para início da vacinação será definida por cada estado.

A vacina contra a hepatite A deve ser incorporada aos programas nacionais de imunização, na medida em que as condições de saneamento básico de um país começam a melhorar e o contato das pessoas com o vírus passa a ocorrer mais tarde, na fase adulta, propiciando o surgimento de mais casos da forma grave da doença. O Ministério da Saúde investiu R$ 111 milhões na compra de 5,6 milhões de doses neste ano.

Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a introdução da vacina contra a hepatite A é um grande avanço para a melhoria da saúde da população. “A

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partir do momento em que podemos reduzir cerca de 65% dos casos sintomáticos desta doença e 59% dos óbitos, temos absoluta convicção quer é um investimento que vale a pena ", destacou o ministro. Ele ressaltou ainda que não se trata de uma vacina de campanha, e sim um imunobiológico que entrou na rotina, permanecendo no calendário básico da criança.

Já de acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a vacina contra hepatite A passa a ser uma importante ferramenta de prevenção da doença. “A vacina tomada na infância gera proteção para a vida inteira, e evita casos graves e óbitos causados pela doença”, explicou o secretário. Ele destacou ainda que o Brasil tem um dos mais completos calendários de vacinação do mundo.

As doses para o início da vacinação já foram enviadas para todas as secretarias estaduais de saúde, assim como os materiais instrucionais para a correta aplicação na população. A vacina contra a hepatite A é segura e praticamente isenta de reações, mas pode provocar vermelhidão e inchaço no local da aplicação.

PARCERIA - A introdução desta vacina foi possível mediante política adotada pelo governo brasileiro de fortalecer o complexo industrial da saúde, ampliando a capacidade de produção de vacinas no país. A tecnologia envolvida é resultado de acordo de transferência feito por meio de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o Ministério da Saúde e o laboratório produtor Merck Sharp & Dohme Farmacêutica, que vai transferir gradualmente para o laboratório público Instituto Butantan a tecnologia e a fórmula do princípio ativo deste imunobiológico. A transferência completa da tecnologia, com produção 100% nacional, está prevista para 2018.

Desde 2006 a taxa de incidência de hepatite A no Brasil tem apresentado tendência de queda, atingindo 3,2 casos para cada 100 mil habitantes em 2013. De 1999 a 2013, foram registrados 151.436 casos de hepatite A no Brasil. A maioria dos casos se concentra nas regiões Norte e Nordeste do país, que juntas, representam 55,8% (84.501) das confirmações neste período. As regiões Sudeste abrangem 16,4% (24.835); Sul 16,3% (24.684) e Centro-Oeste 11,6% (17.566) dos casos do país. Estima-se que com a vacina para hepatite A, ocorra uma queda de 64% dos casos ictéricos da doença e de 59% das mortes. Em decorrência do agravamento da doença foram registradas 761 mortes por Hepatite A em no período de 1999 a 2012.

SOBRE A DOENÇA - A hepatite A é habitualmente benigna e raramente apresenta uma forma grave (aguda e fulminante) que pode levar à hospitalização ou morte em 2% a 7% dos casos graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos ocorrem cerca de 1,4 milhão de casos da doença no mundo. No Brasil, estima-se que ocorram por ano 130 novos casos a cada 100 mil habitantes.

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A principal forma de contágio da doença é a fecal-oral, por contato entre as pessoas infectadas ou por meio de água e alimentos contaminados. A estabilidade do vírus no meio ambiente e a grande quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados contribuem para a transmissão. A disseminação está relacionada com infraestrutura de saneamento básico e a aspectos ligados às condições de higiene.

PÚBLICO-ALVO E DOSES DISTRIBUÍDAS PARA INÍCIO DA VACINAÇÃO

UFPÚBLICO-ALVO PARA

VACINAÇÃODOSES ENVIADAS PARA INÍCIO DA VACINAÇÃO

FONTE: Ministério da Saúde.

Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/14059-sus-passa-a-oferecer-vacina-contra-hepatite-a-para-criancas

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BA 209.979 87.600

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NOTA DE PESAR

Dirigentes do MS lamentam morte do sanitarista Gilson Carvalho

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e os demais dirigentes do Ministério manifestam profundo pesar pelo falecimento do médico pediatra Gilson de Cássia Marques de Carvalho nesta quinta-feira (3). Referência nacional em saúde pública, com mestrado e doutorado nesta área, Carvalho teve importante atuação na implantação do Sistema Único de Saúde. É autor de vários livros e artigos e mantinha semanalmente uma produção crítica com sua “domingueira”, tendo sido responsável pela formação de uma geração de sanitaristas, gestores e técnicos em saúde.

No governo federal, ocupou o cargo de secretário nacional de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde. Foi secretário de saúde do município de São José dos Campos, em São Paulo; consultor do Conselho Nacional de Secretários de Saúde; e professor da Faculdade de Medicina de Taubaté. Para muitos, a perda não é apenas de uma referência importante na saúde pública brasileira, mas também de um grande e incansável companheiro na construção do Sistema Único de Saúde.

Arthur Chioro

Ministro de Estado da Saúde

FONTE: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/13760-dirigentes-do-ms-lamentam-morte-do-sanitarista-gilson-carvalho

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AIDS/HIV

Pacientes com aids começam a receber medicamento 3 em 1

O novo tratamento será disponibilizado, primeiramente, aos pacientes do Rio Grande do Sul e do Amazonas, estados com maior incidência da doença.

O Ministério da Saúde iniciou a oferta da dose tripla combinada, o chamado três em um, dos medicamentos Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg). Atualmente, esses fármacos são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e consumidos, separadamente, pelos pacientes com portadores de HIV e aids. O novo tratamento será ofertado, em um primeiro momento, para dois estados que possuem as maiores taxas de detecção. A dose fixa combinada será disponibilizada gradativamente aos demais estados do país.

O principal ganho com o novo medicamento antirretroviral está na redução do número de pacientes que deixam de dar continuidade ao tratamento. Isso porque a disponibilidade das três composições em um único comprimido facilita a ingestão permitindo boa adesão ao tratamento e durabilidade do esquema terapêutico.

Essa combinação de medicamentos integra o Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids do Ministério da Saúde, publicado em dezembro de 2013, e será disponibilizado como tratamento inicial para os pacientes soropositivos. Considerado um importante avanço, o Brasil passa a garantir o tratamento três em um, a exemplo de países como Estados Unidos, China e África.

A partir de agora, pacientes destes dois estados passam a tomar, em dose única, os medicamentos: Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg). O tratamento será disponibilizado, inicialmente, para pessoas que sejam identificadas como soropositivo a partir da data de publicação do anúncio do Ministério da Saúde (27 de junho de 2014). Estima-se que cerca de 11 mil pacientes devam ser atendidos nos dois primeiros estados. Os medicamentos já estão disponíveis nos estados do Rio Grande do Sul e Amazonas. A medida se estenderá gradativamente aos demais estados do país e a todos os pacientes soropositivos.

Cenário - De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV-Aids, em 2012 o Rio Grande do Sul apresentou a maior taxa de detecção do país, com 41,4 casos por 100 mil habitantes, e o Amazonas 29,2. A taxa de detecção do Brasil é de 20,2 registros da doença.

Em dezembro de 2013, o Ministério da Saúde passou a garantir a todos os adultos com testes positivos de HIV, mesmo que não apresentem comprometimento do sistema imunológico, o acesso aos medicamentos antirretrovirais contra a aids pelo SUS. A

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medida também integra o novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids.

Desde o início da oferta do antirretroviral no SUS, há 17 anos, 313 mil pessoas foram incluídas no tratamento. Com o novo protocolo, o Ministério da Saúde passou a disponibilizar os medicamentos a mais 100 mil pessoas, apenas em 2014. Isso significa um aumento de 32% no número de pacientes vivendo com HIV com acesso ao antirretroviral.

A rede de assistência conta hoje com 518 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE) e 724 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM). Gradualmente, as Unidades Básicas de Saúde estão sendo incorporadas na atenção aos pacientes vivendo com aids e HIV.

FONTE:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/13609-pacientes-com-aids-comecam-a-receber-medicamento-3-em-1

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VIGILÂNCIA

Infecção por HIV passa ser de notificação compulsória

Portaria do Ministério da Saúde também torna obrigatória a notificação de acidentes de trabalho, violência sexual e casos graves e óbitos por varicela.

Os profissionais de saúde dos serviços públicos e privados deverão, a partir de agora, notificar regularmente às autoridades de saúde os casos de infecção por HIV, a partir da confirmação do diagnóstico. A determinação consta em portaria publicada no Diário Oficial da União, que inclui a infecção por HIV na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública. Antes, a obrigatoriedade era restrita aos casos de infecção em gestante, parturiente, puérpera e criança exposta ao risco de transmissão vertical do vírus.

A notificação da infecção pelo HIV seguirá os mesmos critérios de sigilo definidos na Lei de Acesso à Informação (12.527/2011). Os profissionais de saúde terão que notificar todos os casos de aids em adultos e crianças, mesmo que tenham sido comunicados anteriormente como infecção pelo HIV. Vale ressaltar que, a partir de agora, terão que ser notificados os portadores por HIV e também as pessoas que vivem com aids.

As pessoas com infecção pelo HIV em acompanhamento clínico-laboratorial e diagnosticadas com data anterior à publicação da Portaria serão notificadas à medida que comparecerem à rede de serviços de saúde. Os laboratórios da rede privada deverão informar, periodicamente, a Vigilância Epidemiológica todos os casos diagnosticados de infecção pelo HIV.

A nova lista é composta por 46 categorias de doenças e agravos que devem ser notificadas às autoridades de saúde, revisada com base no perfil epidemiológico nacional e alinhada ao Regulamento Sanitário Internacional de 2005. Integram esta lista as notificações de acidentes de trabalho grave e com exposição a material biológico; varicela em casos graves e óbitos; violência sexual e tentativa de suicídio como notificação imediata municipal, dentre outras. A atualização da lista é realizada sempre que há identificação de doenças e agravos de importância para a saúde pública nacional, desde 1961.

Até então, estes acidentes eram notificados apenas por unidades sentinelas (estabelecimentos de saúde que integram uma rede de vigilância específica). Tendo em vista a importância do tema, a notificação universal vai permitir uma visão mais concreta da realidade dos acidentes de trabalho no Brasil.

VARICELA – A portaria também torna obrigatória a inclusão na lista nacional de casos graves e óbitos por varicela, popularmente conhecido como catapora.

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A notificação às secretarias estaduais e municipais passa a ser imediata, até 24 horas. A inclusão da doença na lista, além de permitir um acompanhamento dos casos e surto, possibilita uma análise da eficácia da incorporação da vacina contra a doença no Sistema Único de Saúde (SUS). Vale ressaltar que em alguns estados a doença já era de notificação compulsória.

Em até 90 dias, a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, publicará normas sobre as definições de casos suspeitos e confirmados, fluxos e prazos da notificação e o funcionamento dos sistemas de informação em saúde.

VIOLÊNCIA SEXUAL - A portaria também estabelece que os profissionais das urgências e emergências notifiquem imediatamente às autoridades de saúde do município os casos de violência sexual e de tentativas de suicídio. O objetivo é garantir atendimento integral e humanizado, seja com medidas clínicas - como prevenção da gestação com contraceptivo de emergência e profilaxia de DST/Aids e hepatite B - ou com encaminhamentos a atendimentos especializados nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou em hospitais da rede.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, ressalta que as informações geradas pela notificação são estratégicas para preparação de intervenções eficazes em saúde pública. “A notificação destas doenças possibilita que os gestores – tanto dos estados, municípios ou do próprio Ministério - monitorem e planejem ações de prevenção de controle, avaliem tendências e impacto das intervenções, indicando riscos para a população”, explica o secretário.

A portaria atual simplifica a norma para melhorar a informação por parte dos profissionais de saúde, com definição sobre o fluxo e prazo para a notificação (semanal ou em até 24 horas) e qual autoridade de saúde deve ser notificada. A atualização da lista envolveu a participação de representantes de secretarias estaduais e municipais de Saúde.

FONTE:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/13460-infeccao-por-hiv-passa-ser-de-notificacao-compulsoria

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Enunciados apresentados pela Comissão Permanente de Defesa da Saúde – COPEDS, aprovados pelo Conselho

Nacional dos Procuradores - Gerais – CNPG

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I I – JURISPRUDÊNCIAS

TJ-RS - Apelação Cível AC 70060828555 RS (TJ-RS) Data de publicação: 29/07/2014

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA PARA TRATAMENTO CONTRA DROGADIÇÃO. PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO A HOSPITAL CONVENIADO DO SUS. 1. Aqui a condenação limita-se a despesas não arcadas pelo SUS, daí por que é de ser mantida a sentença. 2. Mantidos os honorários de advogado fixados em favor do FADEP. RECURSO DESPROVIDO (Apelação Cível Nº 70060828555, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 25/07/2014)

Encontrado em: Sétima Câmara Cível Diário da Justiça do dia 29/07/2014 - 29/7/2014 Apelação Cível AC 70060828555 RS (TJ-RS) Liselena Schifino Robles Ribeiro

Trata-se de apelo do MUNICÍPIO DE PELOTAS, pretendendo a reforma da sentença das fls. 62/3 e v., que julgou procedente o pedido de internação compulsória ajuizado por MARILENE L. C., em favor de seu filho ANGELO DENIS C. C., condenada a municipalidade a arcar com os custos da desintoxicação, já realizada em antecipação de tutela, devido o ressarcimento do valor gasto, caso não arcado pelo SUS, a ser apurado em liquidação de sentença, ao Hospital Espírita de Pelotas, fixadas as custas e honorários de advogado em 10% sobre o valor da causa, isento, nos termos do art. 11 da Lei 8.121/85.

Sustenta o cumprimento da internação, em antecipação de tutela. Refere a impossibilidade jurídica do pedido, pois não há recusa, apenas a obrigatoriedade em observar o princípio da legalidade, bem como a padronização e procedimentos adminsitrativos adotados. Entende que é flagrante a falta de interesse de agir, por ausência da pretensão resistida ou a perda do objeto, impodo-se a extinção do processo, sendo extra petita e descabida a condenação em lquidação de sentença. Aduz que o serviços de saúde devem ser garantidos e acessados, através do SUS, de forma igualitária e integral a todo o cidadão, bem como, por se tratar de recursos públicos, observados o princípio da reserva do possível. Atesta que a atuação dos serviços públicos está balizada nos limites legais, devendo a prestação dos serviços se dar dentro dos parâmetros legais. Insurge-se por fim, contra o percentual arbitrado, referente aos honorários advocatícios, considerando de valor excessivo.

Pede, por isso, o provimento do recurso (fls. 66/73).

Apresentadas as contrarrazões (fls. 76/81), vieram os autos.

É o relatório.

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Trata-se, no caso, de pedido de internação e tratamento de pessoa adulta, atualmente com 24 anos e 10 meses (fl. 13), que apresenta o uso abusivo de drogas (CID F19.3, F 25.1), conforme o atestado médico acostado (fl. 14).

Cumpre salientar que os entes públicos são solidariamente responsáveis pelo atendimento do direito fundamental à saúde, não havendo razão para cogitar em ilegitimidade passiva ou em obrigação exclusiva de um deles. Nem mesmo se o remédio, substância ou tratamento postulado não se encontre na respectiva lista, ou se encontra na lista do outro ente.

A jurisprudência do Egrégio Supremo Tribunal Federal (órgão incumbido do mister uniformizador da dicção das normas constitucionais), convergiu para orientação segundo a qual “a discussão em relação à competência para a execução de programas de saúde e de distribuição de medicamentos não pode se sobrepor ao direito à saúde”1, “conseqüência constitucional indissociável do direito à vida”2.

De acordo com a exegese do art. 196 da Constituição Federal3, externada em inúmeras decisões dos Ministros integrantes da STF, “O Sistema Único de Saúde torna a responsabilidade linear alcançando a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios”4, razão pela qual o Município de Pelotas é responsável pela internação do apelado.

Ainda, segundo o ofício do Hospital Espírita de Pelotas (fl. 59), Angelo permaneceu internado pelo período de 04/09/2013 a 01/10/2013 naquela instituição, sendo determinado o ressarcimento pelo Município, do valor gasto na internação.

Ora, tem-se que o hospital referido possui leitos destinados ao SUS, para tratamento de pacientes com transtornos mentais e dependência química, sendo o único hospital especializado em psiquiatria de Pelotas, referência neste atendimento.

Assim, não há falar no seu ressarcimento, porquanto embora seja dever e responsabilidade do Estado (latu senso), por força de disposição constitucional e infraconstitucional, o fornecimento de tratamento médico, de medicamentos e insumos, através do Sistema Único de Saúde e demais políticas de saúde, por outro lado, é dever das instituições que firmam convênios através do SUS, prestarem os serviços para o qual foram contratados, como no caso, inviável, assim, o ressarcimento determinado na sentença.

Cabe a cada órgão público integrante do SUS buscar o ressarcimento a que faz jus, considerando os termos e responsabilidades estabelecidas nos convênios firmados entre União, Estados e Municípios. Pondera, contudo, o Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, em inúmeros julgados nesta Corte, como no Agravo de Instrumento nº 70028108538: "(...) cabe a cada ente público buscar o ressarcimento cabível dentro do próprio sistema público de saúde. Ou seja, se os protocolos apontam que o fornecimento de determinado serviço, medicamento ou alimento especial é de responsabilidade de outro ente público, que não está sendo demandado, cabe ao demandado buscar o repasse dos valores gastos ou, então, promover a cobrança administrativa (ou mesmo judicial) junto ao ente público obrigado, consoante os convênios e protocolos que orientam o sistema público de atendimento à saúde, que é o SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE".

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Aqui, porém, a condenação limita-se a despesas não arcadas pelo SUS, daí por que é de ser mantida.

Por fim, cabível a fixação de honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, quando sucumbente o Município, uma vez ausente confusão entre credor e devedor, matéria já pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial 1.108.013-RJ, na forma prevista pelo artigo 543-C, do Código de Processo Civil, como se vê:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO À SISTEMÁTICA PREVISTA NO ART. 543-C DO CPC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSORIA PÚBLICA. CÓDIGO CIVIL, ART. 381 (CONFUSÃO). PRESSUPOSTOS. 1. Segundo noção clássica do direito das obrigações, ocorre confusão quando uma mesma pessoa reúne as qualidades de credor e devedor. 2. Em tal hipótese, por incompatibilidade lógica e expressa previsão legal extingue-se a obrigação. 3. Com base nessa premissa, a jurisprudência desta Corte tem assentado o entendimento de que não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando atua contra a pessoa jurídica de direito público da qual é parte integrante. 4. A contrario sensu, reconhece-se o direito ao recebimento dos honorários advocatícios se a atuação se dá em face de ente federativo diverso, como, por exemplo, quando a Defensoria Pública Estadual atua contra Município. 5. Recurso especial provido. Acórdão sujeito à sistemática prevista no art. 543-C do CPC e à Resolução nº 8/2008-STJ.” (Superior Tribunal de Justiça, Corte Especial, Recurso Especial 1.108.013-RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 03 de junho de 2009). (grifei)

Assim, devido o pagamento de honorários advocatícios à Defensoria Pública, pois inaplicável o instituto da confusão, previsto no artigo 381 do Código Civil.

Nesse sentido, também, a orientação desta Corte:

RECURSO DE APELAÇÃO. MATÉRIA PACIFICADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NA FORMA PREVISTA PELO ARTIGO 543-C, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. REAPRECIAÇÃO DO TEMA, A TEOR DO ARTIGO 543-C, §7º, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

É cabível a fixação de honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul quando sucumbente o Município, porquanto ausente confusão entre credor e devedor. (Apelação Cível n.º 70027477876, Sétima Câmara Cível do TJRS, Relator Des. Ricardo Raupp Ruschel, julgado em 12/08/2009).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MUNICÍPIO. POSSIBILIDADE. MATÉRIA PACIFICADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NA FORMA PREVISTA PELO ARTIGO 543-C, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. REAPRECIAÇÃO DO TEMA. ARTIGO 543-C, §7º, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Cabível a fixação de honorários advocatícios em favor do FADEP quando sucumbente o Município, vez que ausente confusão entre credor e devedor. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, EM JUÍZO DE RETRATAÇÃO. (Apelação Cível Nº 70031639040, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em 15/07/2010)

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A verba honorária fixada em 10% deve ser mantida (R$ 129,05), nos termos do art. 20, § 4º do CPC, ajustada à natureza e importância da causa, e, em consonância com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, de que, no caso, a verba não tem caráter alimentar, destinando-se ao Fundo de Reaparelhamento da Defensoria Pública.

Neste sentido, o julgamento no Resp 1357024, Rel. Min. Humberto Martins, publicado no Dje 29-4-2013, que manteve a redução da verba honorária, destinada ao FADEP, em R$ 100,00:

PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS. REVISÃO. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO.

1.Ao STJ só é permitido modificar valores fixados a título de honorários advocatícios caso sejam eles irrisórios ou exorbitantes.

2. A questão do valor dos honorários fixados é irrelevante quando o juízo de origem afirma, expressamente, que foram eles estabelecidos de foram razoável, sendo inviável, nesses casos, a revisão de valores por esta Corte. Incidência da Súmula 7/STJ

Do exposto, nos termos do art. 557, caput, do CPC, nego provimento ao recurso.

Intimem-se.

Porto Alegre, 25 de julho de 2014.

Des.ª Liselena Schifino Robles Ribeiro,

Relatora.

FONTE:

http://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/130451816/apelacao-civel-ac-70060828555-rs

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TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 50341982420134047000 PR 5034198-24.2013.404.7000 (TRF-4) Data de publicação: 31/07/2014

Ementa: PEDIDO DE MEDICAMENTO. PERÍCIA MÉDICA. DIAGNÓSTICO DIVERGENTE. INDICAÇÃO DO FÁRMACO NÃO RECOMENDADO. EXISTÊNCIA DE ALTERNATIVAS NO ÂMBITO DO SUS. Apelação improvida.

Encontrado em: . TERCEIRA TURMA D.E. 31/07/2014 - 31/7/2014 APELAÇÃO CIVEL AC 50341982420134047000 PR 5034198-24.2013.404.7000 (TRF-4) CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ

RELATÓRIO

Trata-se de ação ordinária na qual ROSMARI MACHADO DA ROSA busca o fornecimento da medicação OMALIZUMABE (XOLAIR), para tratamento de "urticária crônica auto-imune (CID L50.9)".

Sobreveio sentença em que lançadas as seguintes disposições:

3. DISPOSITIVO:

Ante o exposto, rejeitada a preliminar, nos termos da fundamentação, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão da autora, nos termos do artigo 269, do Código de Processo Civil Nos termos do artigo 20, do Código de Processo Civil, condeno o autor a arcar com as custas processuais e honorários advocatícios que fixo em R$ 1.000,00 (mil reais) para cada ré, em razão da natureza, valor, tempo de tramitação e mediana complexidade da causa, observado o disposto no artigo 12 da Lei nº 1.060

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Havendo a interposição de apelação, sendo ela tempestiva, fica desde logo recebido o recurso, em ambos os efeitos.

Deverá ser intimada, então, a parte recorrida para oferecimento de contra-razões.

Apela a parte autora, buscando a reforma da sentença e sustentando: seu direito fundamental à saúde, previsto na C. F. e de aplicabilidade imediata; necessidade do medicamento para preservar sua saúde e garantir o mínimo existencial; os questionamentos quanto à necessidade e a eficácia do medicamento para o caso da autora restaram devidamente sanadas através dos laudos médicos carreados ao feito; há nos autos documentos médicos que destacam a necessidade da autora receber a medicação; não há que se falar em imprudência do fornecimento da medicação ao apelante, tendo em vista que as pesquisas científicas comprovaram a eficácia do fármaco solicitado para a hipótese de sua utilização preventiva; com base no relatório médico contido no evento 37 - LAU03, e nos outros documentos anexados à

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exordial, requer-se seja a sentença reformada, para garantir o fornecimento da medicação descrita nos termos da petição inicial.

Apresentadas contrarrazões, subiram os autos.

O MPF opinou pelo provimento do recurso.

É o relatório. PEÇO DIA.

VOTO

Dentre os serviços e benefícios prestados no âmbito da Saúde encontra-se a assistência farmacêutica. O artigo 6º , inciso I , alínea d , da Lei nº 8.080 /90, expressamente inclui no campo de atuação do Sistema Único de Saúde - SUS a execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. A respeito, ensina o STJ, verbis:

ADMINISTRATIVO - MOLÉSTIA GRAVE - FORNECIMENTO GRATUITO DE medicamento - DIREITO À VIDA E À SAÚDE - DEVER DO ESTADO - MATÉRIA FÁTICA DEPENDENTE DE PROVA.

1. Esta Corte tem reconhecido aos portadores de moléstias graves, sem disponibilidade financeira para custear o seu tratamento, o direito de receber gratuitamente do Estado os medicamentos de comprovada necessidade. Precedentes.

2. O direito à percepção de tais medicamentos decorre de garantias previstas na Constituição Federal, que vela pelo direito à vida (art. 5º, caput) e à saúde (art. 6º), competindo à União, Estados, Distrito Federal e Municípios o seu cuidado (art. 23, II), bem como a organização da seguridade social, garantindo a "universalidade da cobertura e do atendimento" (art. 194, parágrafo único, I).

3. A Carta Magna também dispõe que "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação" (art. 196), sendo que o "atendimento integral" é uma diretriz constitucional das ações e serviços públicos de saúde (art. 198).

4. O direito assim reconhecido não alcança a possibilidade de escolher o paciente o medicamento que mais se adeqüe ao seu tratamento.

5. In casu, oferecido pelo SUS uma segunda opção de medicamento substitutivo, pleiteia o impetrante fornecimento de medicamento de que não dispõe o SUS, sem descartar em prova circunstanciada a imprestabilidade da opção ofertada.

6. Recurso ordinário improvido.

(STJ, RMS 28338/MG, RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA 2008/0264294-1, SEGUNDA TURMA, Relatora Ministra ELIANA CALMON, DJe: 17/06/2009)

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Todavia, entendo que, para o fornecimento de medicação pela via judicial, é necessário que, para a formação do juízo, o paciente interessado seja submetido a perícia médica judicial, a fim de sejam apurados, dentre outros requisitos, se o medicamento pretendido é o mais necessário e adequado ao tratamento, bem assim, se existe ou não possibilidade de substituição por algum outro fornecido pelo SUS ou mais barato, ademais de estar registrado na ANVISA ou se tratar da única opção de tratamento.

Da perícia médica judicial, Evento 18 - LAUDPERI1, colhem-se, dentre outras, as seguintes informações:

A autora apresenta doença com características de urticária vasculite, em vez de urticária crônica auto-imune, conclusão esta reforçada por laudo de biópsia; o medicamento pretendido não é indicado para urticária vasculite; existem opções no SUS ao medicamento pretendido, tais como ciclosporina, metotrexate, hidroxicloroquina; há medicamentos de menor custo, com possibilidade de utilização no tratamento da parte autora; a médica que atende a parte autora possuiria especialidade diversa das credenciadas para atendimento de lesões de pelé; não foram esgotadas as possibilidades terapêuticas previstas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas aplicadas pelo SUS e estabelecidos para a patologia verificada na parte autora; não há vantagens no uso da medicação para tratar urticária vasculite.

Conclui a perita:

"1. A autora parece ser portadora de urticária vasculite e não de urticária crônica não responsiva

2. Mesmo que confirmado o diagnóstico de urticária crônica não responsiva aos tratamentos habituais algumas medicações como ciclosporina, metotrexate e hidroxicoroquina podem ser obtidas pelo SUS e apresentam perfil de custo benefício melhor do que o Omalizumabe".

Dessa forma, afiguram-se-me irrefutáveis as considerações desenvolvidas na sentença, pela Douta Juíza Federal Giovanna Mayer, verbis:

2.3 Mérito

Por ocasião da apreciação do pedido de antecipação de tutela, foi proferida a seguinte decisão: '... muito embora o direito à saúde seja assegurado constitucionalmente (artigo 196 da Constituição Federal), ele é prestado mediante políticas públicas. Observe-se:

'Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação'.

Os recursos para o gasto em saúde são limitados e escassos. Cabe, portanto, ao administrador público fazer as escolhas necessárias para melhor empregá-los, com o objetivo de atingir uma alocação eficiente de tais verbas. Essa eficiência é

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conseguida a partir do momento em que se emprega o melhor medicamento de eficácia comprovada para curar/amenizar determinada patologia com custos palpáveis ao administrador público.

Isso não significa que o remédio deva ser barato, mas apenas que a Administração deve perseguir a cura de doenças com o menor gasto para os cofres públicos. Tudo o que foi dito nada mais é que o 'dever-poder' da escolha ótima, idéia de Celso Antônio Bandeira de Mello aplaudida por todos os administrativistas.

Os procedimentos adotados para a dispensação de medicamentos especiais pelo SUS visam adequar os recursos - que são escassos - com um procedimento que procura atingir a eficiência da verba empregada em medicamentos. O procedimento para a dispensação de remédios pelo SUS é razoável, pois a indicação de medicamentos foi estudada por especialistas e visa a atender a um maior número de pessoas, o que preenche o princípio da universalidade.

É claro que ao se tecer essas poucas linhas sobre uma análise econômica das questões aqui trazidas, não se ignora que existe algo mais valioso a ser guardado, que é o direito à vida. Assim, caso haja comprovação de que o medicamento é adequado e eficiente, a questão da alocação eficiente de recursos deve ser deixada de lado para o espírito de humanidade que sustenta a sociedade moderna, bem como para o princípio da solidariedade, que informa o Estado Democrático Brasileiro. Nesses casos, toda a sociedade abriria mão de algum benefício que o governo poderia lhe trazer em prol da possibilidade de cura ou de uma vida mais digna que um cidadão possa ter ao utilizar um medicamento não incluído no rol dos medicamentos distribuídos pelo SUS.

Descendo ao caso concreto, extrai-se que foi indicado à autora o tratamento com o medicamento Omalizumabe (Xolair) 150mg (evento 1, RECEIT7). Há, também, notícia nos autos de que tal medicamento não está abrangido pelos critérios de inclusão no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do SUS (evento 1, OFIC6).

Em seu laudo pericial, a expert assim mencionou (evento 18, LAU1):

'Há controvérsias no diagnóstico da autora. A urticária crônica em geral apresenta lesões com duração mais curta e sem ardência. A autora refere ardência e duração de mais de 2 dias das lesões, estas são características de urticária vasculite, ou vasculite urticariforme, uma entidade diferente da urticária crônica auto-imune. Além disso, o laudo da biópsia é sugestivo de urticária vasculite.

4.4. Referido medicamento pode ser substituído por outros de eficácia equivalente, já disponibilizado pelo SUS?

Ciclosporina, metotrexate, hidroxicloroquina e corticóides são

disponibilizados pelo SUS para outras dermatoses. Logo estas drogas podem ser obtidas previamente ao omalizumab.

4.5. Há alguma restrição para o uso e eficácia do medicamento pela autora?

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Não há restrição pela autora, mas sim pela indicação. Ela parece ter uma urticária vasculite e não uma urticária crônica, e neste caso a resposta é pior ao omalizumabe.

[...]

8. O (s) medicamento (s) postulado (s) pela parte autora é(são) adequado (s) e conveniente (s) para o atual estado de evolução da (s) sua (s) doença (s), a idade e as demais condições desse paciente? Em caso afirmativo, queira o Sr. Perito informar em que condições e até quando (limite temporal) persistirá essa conveniência e adequação?

Não. Conforme informações previamente oferecidas.

[...]

11.O (s) medicamento (s) postulado (s) é(são) absolutamente e indiscutivelmente indispensável (is) para a manutenção da saúde e da vida do (a) postulante?

Não.

12.Caso a parte autora ficasse privada desse (s) medicamento (s) durante mais alguns meses, quais seriam os eventuais consectários nefastos possíveis e qual seria a probabilidade da ocorrência dos mesmos?

Possivelmente nenhum.

13.Porventura estariam certamente esgotadas todas as possibilidades terapêuticas previstas nos protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas aplicados pelo SUS, estabelecidos para a (s) patologia (s) verificada (s) na parte autora?

Não.' Ve-se, portanto, que a prova pericial realizada não demonstrou a presença da verossimilhança das alegações vertidas na inicial, inviabilizando o deferimento do pedido antecipatório.

...'

Após a apresentação de contestação pela parte ré nada veio aos autos capaz de modificar o entendimento já manifestado, que fica integralmente ratificado em cognição exauriente.

Desta forma, a improcedência da pretensão é medida de rigor.

3. DISPOSITIVO:

Ante o exposto, rejeitada a preliminar, nos termos da fundamentação, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão da autora, nos termos do artigo 269, inciso I, do Código de Processo CivilNos termos do artigo 20, § 4º, do Código de Processo Civil, condeno o autor a arcar com as custas processuais e honorários advocatícios que fixo em R$ 1.000,00 (mil reais) para cada ré, em razão da natureza, valor, tempo de tramitação e mediana complexidade da causa, observado o disposto no artigo 12 da Lei nº 1.060 50.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

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Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação.

É o meu voto.

Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz

Relator

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I I I – PARECERES TÉCNICOS CESAU

ORIENTAÇÃO TÉCNICA N.º 44 /2014 - CESAU- Mamoplastia reconstrutora paciente mastectomizada -

Salvador, …...... . 2014

Objeto: Parecer. Promotoria de Justiça GESAU / Mamoplastia reconstrutora paciente mastectomizada

REFERÊNCIA: Salvador / Solicitação da Promotoria de Justiça de ...

A Portaria GM/MS nº 2.439/GM, de 08 de dezembro de 2005 instituiu a Política Nacional de Atenção Oncológica com previsão de atenção integral aos pacientes, porém a rede assistencial carecia de melhor organização a fim de ofertar o quanto preconizado pela referida norma.

Diante das dificuldades ainda enfrentadas pelos pacientes portadores de enfermidades oncológicas, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 741, de 19 de dezembro de 2005, visando a organização e implantação de Redes Estaduais ou Regionais de Atenção Oncológica;.

Esta portaria classificou as unidades em Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia, bem como determinou os seus papéis na atenção à saúde e as qualidades técnicas necessárias ao bom desempenho de suas funções no contexto de rede assistencial.

Muitas unidades tiveram dificuldade em ofertar atenção integral ao paciente oncológico, como preconizado pelo Ministério da Saúde e, diante da incapacidade técnica e de capacidade instalada de cada unidade isoladamente, o Ministério da Saúde publicou a Portaria MS/SAS N° 62, de 11 de março de 2009, criando o conceito de complexo hospitalar.

“§ 1° Entende-se por Complexo Hospitalar um conjunto de estabelecimentos de saúde de diferentes números de CNES, localizados em

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um só município e incluídos em uma só habilitação sob uma mesma mantenedora e o respectivo CNPJ desta. “ 1

O Hospital … está habilitado como “UNACON com serviço de Radioterapia” e também como “UNACON com serviço de hematologia”. No Cadastro Nacional de estabelecimentos de Saúde – CNES, não consta como integrante de complexo de saúde, mas como unidade habilitada Sendo assim, essa unidade, sozinha, terá que ofertar os serviços compatíveis com a sua habilitação.

Habilitado como UNACON, o supracitado hospital deve ofertar serviços compatíveis com as necessidades dos pacientes, conforme ANEXO I da Portaria n° 761, de 19 de Dezembro de 2005.

“...b) contar com cirurgiões em suas respectivas especialidades, com registro no cadastro de especialistas dos respectivos Conselhos Federal e Regionais de Medicina, nas seguintes áreas:

b1) cancerologia cirúrgica

b2) cirurgia geral/coloproctologia;

b3) ginecologia/mastologia;

b4) urologia;

b5) cirurgia de cabeça e pescoço;

b6) cirurgia pediátrica;

b7) cirurgia plástica;

b8) cirurgia torácica;

b9) neurocirurgia;

b10) oftalmologia;

b11) ortopedia;”

A cirurgia plástica é especialidade que compõe o rol das exigências do Ministério da Saúde para a habilitação de unidade ou complexo de saúde como UNACOM.

1 Portaria MS/SAS N° 62, de 11 de março de 2009 - http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2009/prt0062_11_03_2009.html

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A cirurgia reparadora faz parte do tratamento oncológico e configura-se de fundamental importância para elevação da autoestima e, consequentemente como fator facilitador da recuperação da saúde e das relações sociais das pacientes mastectomizadas. Dentro do conceito de atenção integral, um dos pilares da Política Nacional de Atenção Oncológica, o Hospital ... deve ofertar o serviço de cirurgia plástica reparadora, em particular, a plástica reconstrutora de mama às pacientes mastectomizadas na unidade.

Dra. Ana Paula Mattos

Cremeb 11208

MPE/CESAU

Matrícula 353616

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ORIENTAÇÃO TÉCNICA N.º 54 /2014 - CESAU

- Cateter Speedicath para cateterismo vesical -

Salvador ... 2014

OBJETO: Parecer. - Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde- CESAUREFERÊNCIA: Promotoria da Justiça de ... / Cateter Speedicath para cateterismo vesical.

A micção é uma função fisiológica cíclica que possui duas fases: uma fase de enchimento e uma fase de esvaziamento. Durante a fase de enchimento a bexiga vai recebendo pouco a pouco a urina que é constantemente produzida pelos rins, e vai armazenando dentro de si esse volume de líquido até o momento em que se inicia a segunda fase na qual esse líquido é eliminado, que é a fase da micção propriamente dita. Durante a primeira fase a bexiga é capaz de armazenar a urina de forma eficiente, sem que haja qualquer perda através da uretra, e com um relativo conforto. A partir de um determinado momento há a sensação de que a bexiga está enchendo, advém a vontade de urinar e, em condições normais, as pessoas são capazes de, voluntariamente, inibir a eliminação da urina até encontrarem um momento e um local oportunos, quando devem ser capazes de urinar com conforto, e esvaziar completamente o conteúdo da bexiga, reiniciando o ciclo.

Para que isto ocorra de forma fisiológica, é necessário o perfeito funcionamento da bexiga e dos esfíncteres (os esfíncteres podem ser comparados a válvulas que abrem e fecham a uretra, permitindo que a urina saia quando eles relaxam ou impedindo que a urina escape quando eles contraem). Os esfíncteres e a bexiga devem ainda funcionar de forma coordenada, ou seja, na fase de enchimento a bexiga tem que ficar relaxada, sem qualquer contração, recolhendo em seu interior a urina que o rim está produzindo, e os esfíncteres têm que manter a uretra fechada, para evitar que a urina escape (quando a urina escapa dizemos que ocorreu incontinência urinária). Por outro lado, na fase de esvaziamento, a bexiga tem que contrair de forma eficaz para eliminar a urina que está em seu interior, e enquanto isso, os esfíncteres têm que relaxar para permitir que a urine escoe sem obstrução, evitando que a bexiga tenha que fazer muita “força” para eliminar seu conteúdo. Esta coordenação é comandada pelo sistema nervoso pra que as estruturas trabalhem de forma harmoniosa. Além disso, o sistema nervoso também é capar de captar sinais enviados pela bexiga, avisando que ela já

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está cheia, e esses sinais são “traduzidos” pelo cérebro como vontade de urinar.

Há situações em que há falta de coordenação nas estruturas envolvidas com a micção, devido, principalmente a alterações neurológicas. Em alguns pacientes pode haver dificuldade de eliminação da urina acumulada na bexiga.

Em 1939, o termo “bexiga neurogênica” foi utilizado por um médico chamado Mc Leelllan para definir todos os distúrbios da função da bexiga e dos esfíncteres que eram provocados por doenças do sistema nervoso. Os pacientes portadores de bexiga neurogênica, devido á sua incapacidade de esvaziar a bexiga de forma fisiológica, necessitam, para tanto, de cateterização urinária.

A cateterização urinária é um procedimento invasivo em que é inserido um cateter uretral até a bexiga com a finalidade, dentre outras, de drenagem da urina em pacientes com problema de eliminação urinária.

A drenagem urinária normalmente indicada para os pacientes portadores de bexiga neurogênica é o cateterismo intermitente.

O cateterismo intermitente é um método de promover o esvaziamento da bexiga através da introdução de uma sonda na uretra, devendo essa sonda ser retirada assim que a bexiga estiver vazia. Esse procedimento deve ser feito em torno de 4 vezes ao dia, sendo que o intervalo entre um cateterismo e outro deve ser estipulado de acordo com as características de cada paciente. Os objetivos do cateterismo intermitente são: não deixar que a bexiga fique cheia demais, promover seu esvaziamento completo cada vez que a sonda (ou cateter) por introduzido na uretra, e evitar o uso das sondas permanentes. O uso de sondas permanentes (aquelas que ficam o tempo todo introduzidas na bexiga, sendo apenas trocadas de tempos em tempos) pode trazer diversas complicações, sendo a principal delas a infecção urinária.

A infecção do trato urinário (ITU) é responsável por mais de 30% de todas as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), estando em sua totalidade relacionadas à instrumentação do trato urinário, fator de risco isolado mais importante e que predispõe os pacientes à infecção2.

O Cateterismo Intermitente Limpo (CIL) pode proporcionar independência aos pacientes e minimizar ou evitar os riscos associados à cateterização contínua ou de demora.

2 Artigo de Revisão - Evidências na prática do cateterismo urinário intermitente/demora Rev. Latino-Am. Enfermagem, jan.-fev. 2013 www.eerp.usp.br/rlae

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A Sra …................... é portadora de bexiga neurogênica com indicação de cateterismo intermitente e traz relatório médico do Dr. …........, com indicação de uso de catéter speedicath.

O cateterismo vesical intermitente é procedimento considerado seguro e de fácil realização, podendo, inclusive, ser realizado pelo próprio paciente.

“O cateterismo ou o autocateterismo vesical intermitente técnica limpa é um procedimento com vários benefícios, é seguro e comprovado por pesquisas nacionais e internacionais . Torna o paciente independente e preserva o seu sistema urinário.” (Faro, 1996; Lápides, 1972; Lelis, 1998; apud Moroóka & Faro, 2002). (grifo nosso)

O material utilizado pelo Sistema Único de Saúde para cateterismo vesical é amplamente utilizado com risco mínimo de complicações quando utilizado da maneira correta e com as devidas precauções de antissepsia.

Para a realização do procedimento em ambiente doméstico é necessário o fornecimento de catéteres uretrais em quantitativo necessário (01 para cada procedimento), 05 tubos de cloridrato de lidocaína a 2% e 200 compressas hidrofílicas de algodão. Caso o procedimento venha a ser realizado por terceiros, deverão ainda ser disponibilizados 200 pares de luvas descartáveis de procedimento (não necessitam ser estéreis)3

O material utilizado pelo SUS é também largamente utilizado em

hospitais privados bem como em pacientes em internação domiciliar (home

care), com excelentes resultados clínicos e baixo índice de complicações.

3 Procedimento Operacional Padrão Autocateterismo vesical Intermitente - Secretaria Municipal Da Saúde Ribeirão Preto - Serviço De Atenção Domiciliar

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O catéter urinário prescrito pelo médico assistente, denominado

speedicath ou catéter hidrofílico é insumo de alto custo. Alguns trabalhos

demonstram que há um índice menor de infecções urinárias com o seu uso.

Entretanto, encontramos evidências científicas de que na mulher, o fator mais

intrinsecamente ligado às infecções urinárias causadas pelo cateterismo

intermitente relacionam-se à adequada lubrificação do catéter, não havendo

vantagem significativa na utilização do catéter hidrofílico .

“Although there was no difference in the number of symptomatic

UTIs in the 2 groups, hydrophilic catheter usage was associated with

reduced numbers of treated UTIs as compared with standard

nonhydrophilic catheters in persons with spinal cord injury who used self-

IC; however, the study is limited by a small sample size. Women on self-IC

were more likely to develop UTIs regardless of the catheter type,

suggesting that the benefits of the lubrication may be more important in

men.”4

É direito da paciente receber o tratamento adequado às suas necessidades em saúde, bem como os insumos necessários ao cateterismo vesical intermitente, devido à sua condição de portadora de bexiga neurogênica. Entretanto, a relação custo x efetividade do material solicitado não se justifica pelas evidências científicas encontradas, demonstrando que o material fornecido pelo SUS atenderia a essas necessidades, desde que o procedimento seja precedido de lubrificação adequada.

Dra. Ana Paula Mattos Adler Ramon Conceição Muniz Cremeb 11208 CRF-BA 5282 MPE/CESAU MPE/CESAU Matrícula 353616 Matrícula 353583

4 Hydrophilic catheters versus noncoated catheters for reducing the incidence of urinary tract infections: a randomized controlled trial. (Cardenas DD, Hoffman JM) Archives of physical medicine and rehabilitation, 2009

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ORIENTAÇÃO TÉCNICA N.º 72 /2014 - CESAU

- Artroplastia de quadril em paciente jovem -

Salvador ... 2014

Objeto: Parecer. Promotoria de Justiça / Artroplastia de quadril em paciente jovem

Referência: Salvador / Demanda eletrônica da Promotoria de Justiça de …....

O implante de prótese de quadril (ou artroplastia de quadril) é a

cirurgia realizada com o intuito de substituir a articulação coxofemoral.

A indicação clássica para este procedimento é a coxartrose (artrose do

quadril). Quando o quadril sofre um processo degenerativo e torna-se doloroso

e limitado, esta cirurgia pode ser indicada para restaurar o movimento e

aliviar a dor, melhorando a qualidade de vida do paciente.

O paciente em comento, ..., 42 anos, com diagnóstico de coxartrose

severa, teria, segundo relatório médico assinado pelo Dr. …., indicação de

artroplastia total do quadril.

Com a evolução da tecnologia utilizada na medicina, novos materiais

vem sendo utilizados nas próteses, visando maior durabilidade ou redução das

complicações. Existe uma grande variedade de modelos e fabricantes de

próteses. Eles diferem quanto à superfície de contato, meios de fixação ao

osso e filosofia de tratamento:

Quanto à superfície de deslizamento (chamamos de par tribológico) podem ser classificadas em:

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M etal-polietileno : historicamente este é o par

mais tradicional e também o mais estudado.

Geralmente era usado em pacientes mais idosos e

com demanda funcional mais baixa. Sua

desvantagem é o desgaste com o decorrer dos

anos e o modo como o organismo reage ao ser

exposto aos micro-fragmentos de plástico

resultantes deste desgaste. Esta reação biológica

associada a fenômenos mecânicos a longo prazo

pode resultar em soltura da prótese.

O polietileno é um plástico de alta resistência e atualmente dispomos

de um tipo especial de polietileno, chamado de cross-linked, mais resistente e

durável segundo evidências científicas. Esta evolução na qualidade do

material permitiu que a indicação deste tipo de superfície fosse ampliada

para pacientes mais jovens e mais ativos . Também possibilitou o uso

associado a cabeças protéticas de maior diâmetro, que trouxeram maior

mobilidade ao quadril protético e maior segurança, diminuindo o risco de

luxações (desencaixe) da prótese.

C erâmica - polietileno : é uma alternativa

bastante interessante, usada hoje em

algumas situações em substituição ao par metal-

polietileno. A cerâmica tem uma afinidade maior

com a água e permite uma melhor lubrificação e

um menor desgaste do polietileno a longo prazo.

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C erâmica-cerâmica : é o par que menos sofre desgaste. Parece ser a opção mais adequada para pacientes jovens e muito ativos.

M etal-metal : este par permitiria ao paciente

retomar sua atividade física plenamente,

devido à durabilidade e grande tamanho

dos componentes, mimetizando um quadril

nativo em termos de tamanho e mobilidade;

porém ainda está sob investigação. Foram

relatados casos de aberração cromossômica,

pseudotumores e alergia a metal em portadores

destas próteses. Ainda não se sabe quais os efeitos

da exposição crônica a íons metálicos no

organismo. É contra-indicada em mulheres em

idade fértil. Estudos clínicos estão em andamento.

Em consulta ao SIGTAP – Sistema de Gerenciamento da Tabela de

Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS há alguns códigos de artroplastia

total do quadril.

Sendo habilitado como Unidade de Alta Complexidade em traumato-

ortopedia, o Hospital ... necessita dispor do material necessário à realização

dos procedimentos para os quais foi habilitado, já que essa habilitação não

discrimina os pacientes por faixa etária.

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Caso haja inviabilidade econômico-financeira em relação à tabela

SIGTAP versus o material necessário ao tratamento cirúrgico do paciente, cabe

à instituição, após comprovação dessa inviabilidade, negociar os valores

contratualizados a fim de atender à demanda de pacientes jovens com

indicação de artroplastia de quadril ou outros procedimentos que envolvam

utilização de órtese, prótese e/ou materiais especiais.

Dra. Ana Paula Mattos

Cremeb 11208

MPE/CESAU

Matrícula 353616

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ORIENTAÇÃO TÉCNICA N.º 83 /2014 - CESAU

− Uso de Trastuzumabe para CA metastático de mama -

OBJETO: Parecer. - Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde- CESAU

REFERÊNCIA: Uso de Trastuzumabe para CA metastático de mama

O Trastuzumabe é um medicamento antineoplásico biológico (anticorpo

monoclonal humanizado anti HER-2), destinado ao tratamento de um subtipo

de câncer de mama, identificado pela superexpressão do gene HER-2, que

ocorrem em um percentual de 15% a 20% dos casos de carcinoma mamário.

O HER (Human Epidermal Growth Factor) pertence a uma família de

receptores celulares transmembrânicos de tirosinoquinase. A família HER é

composta de quatro receptores: HER-1, 2, 3 e 4 (também conhecidos como

Erb-1, 2, 3 e 4. A expressão do HER2 não é característica específica do câncer

de mama, expressando-se em vários outros tipos de tumores.

Ese medicamento é comercializado pela empresa Roche, com a marca

Herceptin®, na dosagem de 440mg, tendo as seguintes indicações aprovadas

pela Anvisa:

1. Câncer de Mama Inicial:

Herceptin® (trastuzumabe) está indicado para o tratamento de pacientes com

câncer de mama inicial HER2 positivo após cirurgia, quimioterapia

(neoadjuvante ou adjuvante) e radioterapia (quando aplicável).

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• Câncer de Mama Metastático:

Herceptin® (trastuzumabe) é indicado para o tratamento de pacientes com

câncer de mama metastático que apresentam tumores com superexpressão do

HER2:

a) como monoterapia para o tratamento daqueles pacientes que receberam

um ou mais tratamentos de quimioterapia para suas doenças metastáticas;

b) em combinação com paclitaxel ou docetaxel para o tratamento daqueles

pacientes que não receberam quimioterapia para suas doenças metastáticas.

Na área de Oncologia, o SUS deve atender de forma integral e integrada

os pacientes que necessitam de tratamento de neoplasia maligna. A Rede de

Atenção Oncológica inclui hospitais habilitados como Unidade de Assistência

de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) ou Centros de Assistência de

Alta Complexidade em Oncologia (CACON), os quais devem oferecer

assistência especializada e integral ao paciente com câncer, atuando no

diagnóstico e tratamento do paciente.

Nos últimos anos, o Ministério da Saúde vem publicando algumas

diretrizes diagnósticas e terapêuticas (DDT) consideradas estratégicas (seja

por incorporação de novas tecnologias ou identificação de má prática

assistencial ou de desvios de codificação e cobrança) no âmbito da atenção

oncológica no SUS. Essas DDT contém o conceito geral do tumor, os critérios

de diagnóstico, as indicações terapêuticas, os critérios de inclusão de

pacientes no tratamento e de sua suspensão, bem como dos mecanismos de

acompanhamento e avaliação dos tratamentos.

O processo de incorporação do trastuzumabe no SUS

Após solicitação de avaliação do trastuzumabe pela Comissão Nacional

de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), após feitos os estudos

correspondentes, em maio de 2012 foram publicadas as recomendações da

Comissão para a incorporação do medicamento no SUS para câncer de mama

inicial (CONITEC – Relatório 07) e para câncer de mama avançado (CONITEC

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Relatório 08) em pacientes com câncer de mama HER2-positivo, confirmado

por exame de biologia molecular.

Na discussão, acerca do uso do produto em câncer de mama

metastático, menciona o relatório:

“Baseado nos estudos disponíveis, é difícil afirmar se o

uso de trastuzumabe tem de fato algum impacto no

tratamento de pacientes com câncer de mama metastático

com superexpressão HER-2 ....” (grifo nosso)

(CONITEC-08, 2012, p.24)| NOTA TÉCNICA | 19| 2013

A Portaria MS/SAS 73, de 30 de janeiro de 2013 Inclui procedimentos na

Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais

Especiais do SUS e estabelece protocolo de uso do trastuzumabe na

quimioterapia do câncer de mama HER-2 positivo inicial e localmente

avançado. (grifo nosso).

A supracitada portaria traz critérios de inclusão e exclusão para

utilização do trastuzumabe, avaliação clínica necessária antes da sua

utilização, bem como esquemas de administração.

“Critérios de inclusão

1- Caso de carcinoma mamário de alto risco para recidiva,

com superexpressão tumoral do HER-2.

1.1- Entende-se como carcinoma mamário de alto risco para

recidiva os casos de tumor classificado como igual ou

superior a T1b ou com acometimento linfonodal.

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1.2- A superexpressão do HER-2 deve ser demonstrada por

exame por técnica molecular (FISH, CISH ou SISHI) com

resultado (razão de amplificação) maior que 2 (dois).

1.3- O exame molecular está indicado para casos em que foi

detectada por técnica imuno-histoquímica a expressão

tumoral HER2 em intensidade de duas ou de três cruzes.

1.4- Nem o exame molecular nem o trastuzumabe são

indicados para casos de carcinoma mamário com resultado

de uma cruzao exame imuno-histoquímico.

2- Capacidade funcional (perfomance status) de no máximo

2 pela escala de Zubrod.

3- Clinicamente apto para receber pelo menos quatro ciclos

de quimioterapia com esquema que contenha antraciclina ou

taxano.

4- Ausência de doença cardíaca sintomática.

5- Fração de ejeção cardíaca igual ou superior a 55%

demonstrada no mês anterior ao início da quimioterapia com

trastuzumabe.

6- Comorbidades compatíveis com expectativa de vida para

além de 5 anos.

Critérios de Exclusão:

1- Doença cardiovascular sintomática ou fração de ejeção

(FE) cardíaca inferior a 55%.

2- Doentes não candidatos à quimioterapia baseada em

antraciclina ou taxano, ainda que com indicação para

hormonioterapia adjuvante.

Devido

Avaliação Pré-Quimioterapia com Trastuzumabe:

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1- Peso corporal: pré-tratamento e mensal durante o

tratamento.

2- Hemograma Completo.

3- Ecocardiograma transtorácico ou cintilografia das

câmaras cardíacas: antes da primeira dose de trastuzumabe

e, dependendo da duração do uso deste medicamento, a cada

12 semanas durante o tratamento, até o seu término.

Esquemas de administração:

O trastuzumabe pode ser administrado em diversas

posologias e combinações quimioterápicas, na dependência

da condição clínica do doente (dentro dos critérios de

inclusão), da finalidade da quimioterapia (prévia ou

adjuvante) e da conduta institucional adotada.

1- Quimioterapia Prévia (neoadjuvante ou citorredutora,

préoperatória) - O trastuzumabe pode ser usado em

associação à quimioterapia do carcinoma mamário em

estádio III com antraciclina ou taxano:

Dose Inicial: 4 mg/Kg, IV, em 250 mL de soro fisiológico

administrados durante 1 hora. Doses Subsequentes: 2 mg/Kg,

IV, em 250 mL de soro fisiológico administrados durante 30

minutos, semanalmente durante 23 semanas.

Duração do uso de trastuzumabe: 24 semanas (1 dose inicial

e 23 doses subsequentes).

NOTA: Em se aplicando a quimioterapia prévia (com ou sem

trastuzumabe), não se faz necessária ou indicada a

quimioterapia adjuvante, estando a modalidade de

tratamento "adjuvante" recomendada quando não houve

exposição prévia à quimioterapia.

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2- Quimioterapia Adjuvante (profilática, pós-operatória) - O

trastuzumabe pode ser usado de forma abreviada (durante 9

semanas) ou estendida (26 ou 52 semanas)”

A Portaria MS/SAS 73, de 30 de janeiro de 2013, seguindo a NOTA

TÉCNICA | 19| 2013 CONITEC-08, 2012, p.24), não disponibiliza o

trastuzumabe para o câncer de mama metastático nem para casos em que a

imunohistoquímica é negativa para receptores hormonais.

De forma diversa aos critérios de inclusão do Ministério da

Saúde, a Revista Brasileira de Cancerologia cita:

“A principio, a terapia com trastuzumabe e

recomendada para todas as pacientes com tumores HER-2

positivo, da mesma forma que na terapia adjuvante. Ha dois

estudos fase III que comprovam o beneficio do uso do

trastuzumabe nesse contexto. O estudo NOA H comparou o

uso de trastuzumabe concomitante a quimioterapia versus

quimioterapia isolada em 235 pacientes. No grupo, que fez

uso da terapia alvo-molecular, a taxa de pRC chegou a 43%

contra 23% no grupo controle. A sobrevida livre de eventos

também foi superior no grupo tratado com trastuzumabe (HR:

0,58; p = 0,0126).13 O estudo GeparQuattro avaliou o uso do

trastuzumabe e da capecitabina concomitantes a

quimioterapia padrao com antraciclicos e taxanos em 445

pacientes.”5 (grifo nosso)

Há que se considerar o fato de que a bula do medicamento, traz indicações

aprovadas pela ANVISA para utilização do Trastuzumabe em câncer de mama

metastático.

5 Quimioterapia Neoadjuvante no Câncer de Mama Operável: Revisão da Literatura (Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(2): 261-269)

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“Eficácia Herceptin (Trastuzumab) como monoterapia

foi usado em estudos clínicos para pacientes c/ câncer de

mama metastático que apresentavam tumores c/

superexpressão do HER2 e que fracassaram em um ou mais

tratamentos de quimioterapia para essas doenças

metastáticas. O Herceptin (Trastuzumab) também foi usado

em estudos clínicos em combinação c/ paclitaxel ou c/ uma

antraciclina (doxorrubicina ou epirrubicina) mais

ciclofosfamida (AC) como terapia de primeira escolha para

pacientes c/ câncer de mama metastático que apresentavam

tumores c/ superexpressão HER2. As pacientes que receberam

previamente quimioterapia adjuvante baseada em

antraciclina foram tratadas c/ paclitaxel (175 mg/m2, c/

infusão durante 3 horas) c/ ou sem Herceptin (Trastuzumab).

As pacientes podem ser tratadas c/ Herceptin (Trastuzumab)

até a progressão da doença. Herceptin (Trastuzumab) como

monoterapia, quando utilizado no tratamento de segunda ou

terceira linha em mulheres c/ câncer de mama metastático c/

superexpressão do HER2, resultou em uma taxa de resposta

tumoral global de 15% e uma sobrevida mediana de 13 meses.

A utilização do Herceptin (Trastuzumab) em combinação c/

paclitaxel, como tratamento de primeira linha de mulheres c/

câncer de mama metastático c/ superexpressão do HER2,

prolonga significativamente o tempo mediano para a

progressão da doença em comparação c/ as pacientes

tratadas somente c/ paclitaxel. O aumento no tempo médio

de progressão da doença para as pacientes tratadas c/

paclitaxel é 3,9 meses (6,9 meses vs 3,0 meses). A resposta

tumoral e a taxa de sobrevida após um ano também

aumentaram c/ Herceptin (Trastuzumabe) em combinação c/

paclitaxel versus paclitaxel isolado.6”

6 Bula Herceptin® (Trastuzumabe)

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Sendo medicação de alto custo, o Trastuzumabe deve ser utilizado

dentro de rigorosos critérios técnicos e com indicação clara e definida.

No caso em tela, a paciente ... preenche os critérios clínicos de

inclusão para fazer uso da medicação supracitada, de acordo com as

indicações da droga registradas, na ANVISA, pelo fabricante. O seu uso, nesse

caso, não seria off label. A paciente deve, portanto, ter acesso ao tratamento

que necessita no hospital onde realiza acompanhamento, já que esse é

habilitado como CACON e a medicação pode prolongar a sobrevida.

Dra. Ana Paula Mattos Adler Ramon Conceição MunizCremeb 11208 CRF-BA 5282MPE/CESAU MPE/CESAUMatrícula 353616 Matrícula 353583

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I V – PEÇAS PROCESSUAIS

MEDICAMENTOS. Ação Civil Pública. Procuradoria da República do Município de Buaru. Venda Direta de Medicamentos. Ausência de manifestação de interesse por parte de fornecedores de medicamentos nos pregões eletrônicos e processo de dispensa de licitação, inibindo o cumprimento de decisões judiciais.

DISPONÍVEL EM:

http://www.mpba.mp.br/atuacao/saude/temasemsaude/medicamentos.asp

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V – LEGISLAÇÃO

PORTARIA Nº 118, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2014

(DOU de 19/02/2014 (nº 35, Seção 1, pág. 73))

Desativa automaticamente no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) os Estabelecimentos de Saúde que estejam há mais de 6 (seis) meses sem atualização cadastral.

A SECRETÁRIA DE ATENÇÃO À SAÚDE - SUBSTITUTA, no uso de suas atribuições,

considerando a Portaria nº 511/SAS/MS, de 29 de dezembro de 2000, que aprova a Ficha Cadastral dos Estabelecimentos de Saúde (FCES), o Manual de Preenchimento e a planilha de dados de profissionais, bem como a criação do Banco de Dados Nacional de Estabelecimentos de Saúde;

considerando a Portaria nº 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006, que divulga o Pacto pela Saúde 2006 - Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto;

considerando a Portaria nº 311/SAS/MS, de 14 de maio de 2007, que estabelece que a atualização sistemática dos bancos de dados dos sistemas de informações SCNES, SIA e SIH, é responsabilidade dos municípios, estados e Distrito Federal, devendo ser encaminhados, mensalmente, ao Departamento de Informática do SUS-Datasus/SE/MS, de acordo com a gestão dos estabelecimentos;

considerando a Portaria nº 134/SAS/MS, de 4 de abril de 2011, que constitui responsabilidade dos gestores municipais, estaduais e do Distrito Federal/DF, bem como dos gerentes de todos os estabelecimentos de saúde na correta inserção, manutenção e atualização sistemática dos cadastros no SCNES dos profissionais de saúde em exercício nos seus respectivos serviços de saúde, públicos e privados;

considerando a necessidade permanente de qualificação das informações do Sistema Único de Saúde, bem como a visualização correta e atualizada dos estabelecimentos das Redes de Atenção à Saúde, resolve:

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Art. 1º - Fica estabelecido que, no prazo de 3 (três) competências, a contar da data de publicação desta Portaria, o Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) passará a marcar automaticamente como "inconsistidos" os Estabelecimentos de Saúde que estejam há mais de 6 (seis) meses sem atualização cadastral, em nível local e nacional.

Art. 2º - Os estabelecimentos de Saúde que forem considerados "inconsistidos" pelo SCNES ficarão, automaticamente impossibilitados de:

I - apresentar os registros de atendimento da atenção ambulatorial e/ou hospitalar do SUS;

II - apresentar os registros de ações de vigilância sanitária;

III - apresentar os registros de produção das respectivas equipes e profissionais;

IV - requerer novas habilitações; e

V - requerer inscrição em novos programas e/ou políticas; e

Art. 3º - Cabe aos gerentes dos estabelecimentos de Saúde, conjuntamente com os respectivos gestores municipais, estaduais e do Distrito Federal, a correta e periódica atualização do cadastro dos Estabelecimentos de Saúde no SCNES, nos termos da Portaria nº 311/SAS/MS, de 2007.

Art. 4º - Compete ao Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas, por meio da Coordenação-Geral dos Sistemas de Informação (CGSI/DRAC/SAS/MS), providenciar junto ao Departamento de Informática do SUS (Datasus) a adequação do SCNES e sua base nacional, ao que dispõe esta Portaria.

Art. 5º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos operacionais nos sistemas de informação na competência posterior a sua publicação.

CLEUSA RODRIGUES DA SILVEIRA BERNARDO

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LEI Nº 13.005, DE 25 JUNHO DE 2014

(Presidência da República / Casa Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos)

Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o É aprovado o Plano Nacional de Educação - PNE, com vigência por 10 (dez) anos, a contar da publicação desta Lei, na forma do Anexo, com vistas ao cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição Federal.

Art. 2o São diretrizes do PNE:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;

IV - melhoria da qualidade da educação;

V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;

VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;

VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;

VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;

IX - valorização dos (as) profissionais da educação;

X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

Art. 3o As metas previstas no Anexo desta Lei serão cumpridas no prazo de vigência deste PNE, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias específicas.

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Art. 4o As metas previstas no Anexo desta Lei deverão ter como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, o censo demográfico e os censos nacionais da educação básica e superior mais atualizados, disponíveis na data da publicação desta Lei.

Parágrafo único. O poder público buscará ampliar o escopo das pesquisas com fins estatísticos de forma a incluir informação detalhada sobre o perfil das populações de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência.

Art. 5o A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias:

I - Ministério da Educação - MEC;

II - Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal;

III - Conselho Nacional de Educação - CNE;

IV - Fórum Nacional de Educação.

§ 1o Compete, ainda, às instâncias referidas no caput:

I - divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet;

II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o cumprimento das metas;

III - analisar e propor a revisão do percentual de investimento público em educação.

§ 2o A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vigência deste PNE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP publicará estudos para aferir a evolução no cumprimento das metas estabelecidas no Anexo desta Lei, com informações organizadas por ente federado e consolidadas em âmbito nacional, tendo como referência os estudos e as pesquisas de que trata o art. 4o, sem prejuízo de outras fontes e informações relevantes.

§ 3o A meta progressiva do investimento público em educação será avaliada no quarto ano de vigência do PNE e poderá ser ampliada por meio de lei para atender às necessidades financeiras do cumprimento das demais metas.

§ 4o O investimento público em educação a que se referem o inciso VI do art. 214 da Constituição Federal e a meta 20 do Anexo desta Lei engloba os recursos aplicados na forma do art. 212 da Constituição Federal e do art. 60

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do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, bem como os recursos aplicados nos programas de expansão da educação profissional e superior, inclusive na forma de incentivo e isenção fiscal, as bolsas de estudos concedidas no Brasil e no exterior, os subsídios concedidos em programas de financiamento estudantil e o financiamento de creches, pré-escolas e de educação especial na forma do art. 213 da Constituição Federal.

§ 5o Será destinada à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 da Constituição Federal, além de outros recursos previstos em lei, a parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e de gás natural, na forma de lei específica, com a finalidade de assegurar o cumprimento da meta prevista no inciso VI do art. 214 da Constituição Federal.

Art. 6o A União promoverá a realização de pelo menos 2 (duas) conferências nacionais de educação até o final do decênio, precedidas de conferências distrital, municipais e estaduais, articuladas e coordenadas pelo Fórum Nacional de Educação, instituído nesta Lei, no âmbito do Ministério da Educação.

§ 1o O Fórum Nacional de Educação, além da atribuição referida no caput:

I - acompanhará a execução do PNE e o cumprimento de suas metas;

II - promoverá a articulação das conferências nacionais de educação com as conferências regionais, estaduais e municipais que as precederem.

§ 2o As conferências nacionais de educação realizar-se-ão com intervalo de até 4 (quatro) anos entre elas, com o objetivo de avaliar a execução deste PNE e subsidiar a elaboração do plano nacional de educação para o decênio subsequente.

Art. 7o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao alcance das metas e à implementação das estratégias objeto deste Plano.

§ 1o Caberá aos gestores federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal a adoção das medidas governamentais necessárias ao alcance das metas previstas neste PNE.

§ 2o As estratégias definidas no Anexo desta Lei não elidem a adoção de medidas adicionais em âmbito local ou de instrumentos jurídicos que formalizem a cooperação entre os entes federados, podendo ser complementadas por mecanismos nacionais e locais de coordenação e colaboração recíproca.

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§ 3o Os sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios criarão mecanismos para o acompanhamento local da consecução das metas deste PNE e dos planos previstos no art. 8o.

§ 4o Haverá regime de colaboração específico para a implementação de modalidades de educação escolar que necessitem considerar territórios étnico-educacionais e a utilização de estratégias que levem em conta as identidades e especificidades socioculturais e linguísticas de cada comunidade envolvida, assegurada a consulta prévia e informada a essa comunidade.

§ 5o Será criada uma instância permanente de negociação e cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 6o O fortalecimento do regime de colaboração entre os Estados e respectivos Municípios incluirá a instituição de instâncias permanentes de negociação, cooperação e pactuação em cada Estado.

§ 7o O fortalecimento do regime de colaboração entre os Municípios dar-se-á, inclusive, mediante a adoção de arranjos de desenvolvimento da educação.

Art. 8o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar seus correspondentes planos de educação, ou adequar os planos já aprovados em lei, em consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, no prazo de 1 (um) ano contado da publicação desta Lei.

§ 1o Os entes federados estabelecerão nos respectivos planos de educação estratégias que:

I - assegurem a articulação das políticas educacionais com as demais políticas sociais, particularmente as culturais;

II - considerem as necessidades específicas das populações do campo e das comunidades indígenas e quilombolas, asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural;

III - garantam o atendimento das necessidades específicas na educação especial, assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades;

IV - promovam a articulação interfederativa na implementação das políticas educacionais.

§ 2o Os processos de elaboração e adequação dos planos de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla participação de representantes da comunidade educacional e da sociedade civil.

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Art. 9o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão aprovar leis específicas para os seus sistemas de ensino, disciplinando a gestão democrática da educação pública nos respectivos âmbitos de atuação, no prazo de 2 (dois) anos contado da publicação desta Lei, adequando, quando for o caso, a legislação local já adotada com essa finalidade.

Art. 10. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução.

Art. 11. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte de informação para a avaliação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de ensino.

§ 1o O sistema de avaliação a que se refere o caput produzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos:

I - indicadores de rendimento escolar, referentes ao desempenho dos (as) estudantes apurado em exames nacionais de avaliação, com participação de pelo menos 80% (oitenta por cento) dos (as) alunos (as) de cada ano escolar periodicamente avaliado em cada escola, e aos dados pertinentes apurados pelo censo escolar da educação básica;

II - indicadores de avaliação institucional, relativos a características como o perfil do alunado e do corpo dos (as) profissionais da educação, as relações entre dimensão do corpo docente, do corpo técnico e do corpo discente, a infraestrutura das escolas, os recursos pedagógicos disponíveis e os processos da gestão, entre outras relevantes.

§ 2o A elaboração e a divulgação de índices para avaliação da qualidade, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, que agreguem os indicadores mencionados no inciso I do § 1o não elidem a obrigatoriedade de divulgação, em separado, de cada um deles.

§ 3o Os indicadores mencionados no § 1o serão estimados por etapa, estabelecimento de ensino, rede escolar, unidade da Federação e em nível agregado nacional, sendo amplamente divulgados, ressalvada a publicação de resultados individuais e indicadores por turma, que fica admitida exclusivamente para a comunidade do respectivo estabelecimento e para o órgão gestor da respectiva rede.

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§ 4o Cabem ao Inep a elaboração e o cálculo do Ideb e dos indicadores referidos no § 1o.

§ 5o A avaliação de desempenho dos (as) estudantes em exames, referida no inciso I do § 1o, poderá ser diretamente realizada pela União ou, mediante acordo de cooperação, pelos Estados e pelo Distrito Federal, nos respectivos sistemas de ensino e de seus Municípios, caso mantenham sistemas próprios de avaliação do rendimento escolar, assegurada a compatibilidade metodológica entre esses sistemas e o nacional, especialmente no que se refere às escalas de proficiência e ao calendário de aplicação.

Art. 12. Até o final do primeiro semestre do nono ano de vigência deste PNE, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional, sem prejuízo das prerrogativas deste Poder, o projeto de lei referente ao Plano Nacional de Educação a vigorar no período subsequente, que incluirá diagnóstico, diretrizes, metas e estratégias para o próximo decênio.

Art. 13. O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação.

Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de junho de 2014; 193o da Independência e 126o da República.

DILMA ROUSSEFF

Guido Mantega

José Henrique Paim Fernandes

Miriam Belchior

ANEXO / METAS E ESTRATÉGIAS. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm

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Ministério da Saúde

Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 1.467, DE 10 DE JULHO DE 2014

Estabelece recursos do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade a serem disponibilizados aos Estados e Municípios para custeio dos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de janeiro de 2007, que Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;

Considerando a Portaria nº 1.340/GM/MS, de 29 de Junho de 2012, que define a estratégia de aumento do acesso aos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);

Considerando a Portaria nº 1.557/GM/MS, de 31 de julho de 2013, que define a estratégia de ampliação do acesso aos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) para os exercícios dos anos de 2013 e 2014;

Considerando a Portaria nº 1.285/GM/MS, de 12 de junho de 2014, que altera a Portaria nº 1.557/GM/MS, e dá outras providências; e

Considerando a avaliação e o desempenho dos Estados e Municípios e a necessidade de dar continuidade à execução dos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos, resolve:

Art. 1º Ficam estabelecidos recursos financeiros destinados ao custeio da execução dos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos nos Estados e Municípios, conforme o anexo a esta Portaria.

Art. 2º Para disponibilização dos recursos financeiros estabelecidos por esta Portaria, verificou-se a performance de execução dos recursos disponibilizados, considerando a produção total apresentada até a competência março de 2014.

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Parágrafo único. Os recursos serão repassados, em parcela única, por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), devendo ser utilizados exclusivamente para realização dos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos.

Art. 3º Os gestores estaduais e municipais de saúde, com saldo remanescente de recursos financeiros disponibilizados pelas Portarias anteriores, deverão realizar remanejamentos.

§ 1º As propostas de remanejamento de recursos financeiros permanecem condicionadas à prévia aprovação no âmbito das Comissões Intergestores Bipartite (CIB).

§ 2º Após apreciação e aprovação na CIB, os valores destinados ao remanejamento serão publicados em Portaria específica da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde (SAS/MS) após envio da respectiva Deliberação/Resolução CIB.

Art. 4º O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a transferência estabelecida no anexo a esta Portaria, aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde.

Art. 5º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho - 10.302.2015.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade (Plano Orçamentário 0007).

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

(Municípios da Bahia: PAULO AFONSO; PORTO SEGURO; PRADO; RIO REAL ; SAPEACU ; SERRINHA ; VITORIA DA CONQUISTA ;AMARGOSA ;CAMACARI ; CRUZ DAS ALMAS ; EUCLIDES DA CUNHA ; EUNAPOLIS ;GUANAMBI ; ILHEUS ; I TA B E L A ; I TA M A R A J U ;JUAZEIRO ; LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA ; LUIS EDUARDO MAGALHAES ; MACAUBAS ;MEDEIROS NETO).

ANEXO: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1467_10_07_2014.ht

ml

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Pelo Gabinete do Ministro - GM

PORTARIA Nº 1.561, DE 30 DE JULHO DE 2014

Restabelece a transferência de recursos financeiros do Componente de Vigilância Sanitária do Bloco de Vigilância em Saúde dos Municípios que regularizaram a alimentação da produção no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) e/ou o cadastro junto ao Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES). Anexo II- Municípios que se regularizaram quanto ao SIA-SUS: BAHIA Cód. IBGEBarro Alto 290323 / Canarana 290620 / Contendas do Sincorá 290880 / Itagimirim 291530 / Itanagra 291590 / Santa Bárbara 292750 / Santo Amaro 292860 / Seabra 292990 / Uibaí 293240

PORTARIA Nº 1.562, DE 30 DE JULHO DE 2014

Restabelece a transferência de recursos financeiros do Componente de Vigilância Sanitária do Bloco de Vigilância em Saúde dos Municípios e Estados que regularizaram a alimentação da produção no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) e/ou o cadastro junto ao Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES). Anexo I - Municípios que se regularizaram perante o SCNES. BAHIA Cód. IBGE Itanhém * 291600

Pela Secretaria de Atenção à Saúde - SAS

PORTARIA Nº 644, DE 25 DE JULHO DE 2014 Defere o pedido de Renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, na área de Saúde, à Santa Casa de Misericórdia de Ruy Barbosa, com sede em Ruy Barbosa (BA).

Pela Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde - SGTES

PORTARIA Nº 282, DE 25 DE JULHO DE 2014 Fica cancelado o registro único para o exercício da medicina do médico intercambista desligado do Projeto Mais Médicos para o Brasil, conforme Anexo desta Portaria.

PORTARIA Nº 283, DE 25 DE JULHO DE 2014 Altera o Anexo da Portaria nº 57, de 5 de dezembro de 2013, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

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Portaria nº 1.339 MS/GM 27/06/214 30/06/2014 I Informa os Municípios elegíveis para o processo de seleção, em 2014, de Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h), no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2).

Portaria nº 511 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I Habilita estabelecimento de saúde como Referência Hospitalar na Atenção à Saúde em Gestação de Alto Risco.

Portaria nº 512 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Altera o art. 1º da Portaria nº 429/SAS/MS, de 05 de agosto de 2011.

Portaria nº 513 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Altera o art. 1º da Portaria nº 1.170/SAS/MS, de 18 de outubro de 2009.

Portaria nº 514 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Habilita estabelecimento de saúde como Referência Hospitalar na Atenção à Saúde em Gestação de Alto Risco.

Portaria nº 515 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Inclui o Serviço Especializado Atenção em Urologia no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES).

Portaria nº 516 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Inclui na Tabela de Procedimentos, Medicamentos Órteses/ Próteses e Materiais Especiais do SUS, compatibilidades referentes a procedimentos ligados a linha de cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica.

Portaria nº 517 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Concede renovação de autorização aos Bancos de Tecido Ocular Humano para estabelecimentos de saúde.

Portaria nº 518 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Concede a classificação, de acordo com a complexidade tecnológica, à Fundação Oswaldo Ramos - Hospital do Rim e Hipertensão.

Portaria nº 519 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Concede autorização e renovação para realizar retirada e transplante de órgãos e tecidos.

Portaria nº 520 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

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Remaneja recurso do limite financeiro mensal, destinado ao custeio da Nefrologia no Estado de São Paulo - Bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar.

Portaria nº 521 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Remaneja o limite financeiro anual referente à assistência de média e alta complexidade hospitalar e ambulatorial do Estado de Goiás.

Portaria nº 522 MS/SAS 27/06/214 30/06/2014 I

Remaneja o limite financeiro anual referente à assistência de média e alta complexidade hospitalar e ambulatorial do Estado de Tocantins.

Portaria nº 23 MS/SCTIE 27/06/214 01/07/214 I

Torna pública a decisão de não incorporar o fingolimode para a primeira e segunda linhas do tratamento da esclerose múltipla no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

Portaria nº 24 MS/SCTIE 27/06/214 01/07/214 I

Torna pública a decisão de incorporar o fingolimode no Sistema Único de Saúde nos casos de: pacientes com esclerose múltipla remitente-recorrente; com surtos incapacitantes após falha ao uso de betainterferona e de glatirâmer; com impossibilidade de uso de natalizumabe e sem contraindicação ao uso de fingolimode conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas.

Portaria nº 213 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 31, de 31 de outubro de 2013, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 214 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 32, de 1º de novembro de 2013, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 215 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 48, de 25 de novembro de 2013, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 216 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

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Altera o Anexo da Portaria nº 57, de 05 de dezembro de 2013, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 217 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 63, de 21 de março de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 218 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 88, de 31 de dezembro de 2013, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 219 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 103, de 29 de abril de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 220 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 104, de 30 de abril de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 221 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 111, de 6 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 222 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 144, de 28 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 223 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 117, de 12 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 224 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

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Altera o Anexo da Portaria nº 146, de 28 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 225 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 149, de 29 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 226 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 150, de 29 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 227 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 156, de 29 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil

Portaria nº 228 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 163, de 30 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 229 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 164, de 30 de maio de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 230 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 171, de 4 de junho de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

Portaria nº 231 MS/SGTES 27/06/214 01/07/214 I

Altera o Anexo da Portaria nº 190, de 13 de junho de 2014, que divulga a lista dos nomes e respectivos registros únicos de médicos intercambistas participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil.

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VI - OUTRAS NORMAS NA ÁREA DE SAÚDE

1. Manual de Acolhimento e Classificação de Risco em Obstetrícia. REDE CEG0NHA/DAPES/SAS / MINISTÉRIO DA SAÚDE.

DIDPONÍVEL EM:

http://www.mpba.mp.br/atuacao/saude/temasemsaude/saudedamulher.asp

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