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1ª Edição Fevereiro de 2012 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel Baruch Ben Avraham C C a a p p i i t t u u l l o o I I I I I I M M u u l l t t i i p p l l i i q q u u e e m m - - s s e e C C o o m m o o P P e e i i x x e e s s n n o o M M e e i i o o d d a a T T e e r r r r a a O Patriarca Yakov profetisa a prodigiosa multiplicação de Efraym entre os gentios

MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo ... - Multipliquem-se... · O plano Eterno lançou Efraim entre as nações da mesma forma como um pescador lança alevinos

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11ªª EEddiiççããoo FFeevveerreeiirroo ddee 22001122

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BBaarruucchh BBeenn AAvvrraahhaamm

CCaappiittuulloo IIIIII –– MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo

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RRuuaa MMiiss.. GGuunnnnaarr VViinnggrreenn 11992222..

KKaahhaall YYiissrraaeell --CCoommuunniiddaaddee ddee IIssrraaeell--

BBaaiirrrroo NNoovvaa BBrraassíílliiaa.. CCEEPP 7788996644--225500

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MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo

PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa OO PPaattrriiaarrccaa YYaakkoovv pprrooffeettiissaa aa pprrooddiiggiioossaa mmuullttiipplliiccaaççããoo ddee EEffrraayymm eennttrree ooss GGeennttiiooss

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55 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Multipliquem-se como Peixes no Meio da

Terra

Como já foi antes

demonstrado a dispersão de

Israel entre as nações havia sido

determinada e profetizada muito

antes do surgimento desse povo

como nação, mais

especificamente quando antes de

morrer o grande patriarca Yakov

abençoou seus dois netos, Efraim

e Menashe (Manasses) a quem

adotara como filhos. As Escrituras

mostram que nesse momento o

patriarca inverteu as mãos que

abençoariam seus filhos adotivos

colocando sua mão direita sobre

a cabeça de Efraim o neto mais

novo, em vez de a por sobre

Menashe, o primogênito que

recebeu sobre si a mão esquerda.

Foi um momento tremendo

para Yakov. Durante anos

pensava que nunca mais veria a

Yosef, convencido pela perfídia

de seus filhos que lhe trouxeram

a túnica rasgada e manchada de

sangue que uma besta do campo

o havia devorado. Agora o

engano está desfeito para a sua

grande felicidade.

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YYaakkoovv

YYoosseeff rreecceebbeerriiaa uummaa

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nneettoo ccaaççuullaa..

JJaaccóó aabbeennççooaa sseeuuss nneettooss.. QQuuaaddrroo ddee MMaattttiiaa PPrreettii.. Fonte Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Pretij.jpg

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Agora ele vê a Yosef, o filho de Rachel a única mulher que ele

realmente amou e vê os filhos que este havia gerado na terra de

Mitzraym. Apesar de todas as conspirações de seus irmãos, Yosef

cujo nome significa “Yah acrescenta” devia ser honrado acima de

todos eles, e ter seu filho Efraim, cuja etimologia do nome é “dupla

fertilidade” elevado acima de todos os filhos de Israel. A perda de

Yosef por tantos anos deve agora ser recuperada de forma

surpreendente.

“Mas Israel, estendendo a mão direita, colocou-a sobre a cabeça

de Efraym, que era o menor, e a esquerda sobre a cabeça de Menashe,

dirigindo as mãos assim propositadamente, sendo embora este o

primogênito.” Bereishit/Gn 49:14.

Apesar de estar às portas

da morte o grande patriarca

decide adotar os dois netos

como filhos cruzando sobre

eles as mãos na hora de

abençoá-los, invertendo a

ordem natural das bênçãos,

impondo a mão direita sobre o

neto caçula e a mão esquerda

sobre o primogênito para assim

inverter também o destino que

caberia aos descendentes

destes, fazendo da tribo de

Efraim a mais numerosa de

Israel. Yosef receberia uma

benção que nenhum outro de

seus irmãos teria. Sua tribo

seria dividida em duas meias

tribos Efraim e Menashe e estas

receberiam a promessa de uma

multiplicação acelerada como a

dos peixes a fim de que a Casa

de Yosef fosse a maior de todo

o Israel.

Yakov abençoa Efraim e Menashe, Benjamin West século XIX.

“...como peixes multipliquem-

se abundantemente no meio

da terra.” Gênesis 49:16.

Peter Griffin, Peixe Dourado. Public Domain Pictures: http://www.publicdomainpictures.net/view-

image.php?image=6426&picture=peixe-dourado

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Mas se a Tribo de

Yosef devia ser a mais

numerosa de todas as

tribos isso seria

principalmente devido à

benção da dupla fertilidade

concedida a Efraim sobre

seu irmão Menashe, nome

que significa esquecimento.

Também nesses nomes

estaria envolvido um

mistério para seus

descendentes, o

esquecimento da Torah e a

explosão populacional que

os levariam a crescer em

apostasia até que por fim

se recordassem de sua

herança e de sua missão

diante do mundo. Efraym e

Menashe deveriam se

multiplicar como peixes na

terra. A multiplicação dos

peixes é das mais

aceleradas da natureza. A

fêmea da tilápia vermelha

(Oreochromis species) pode

expelir 1.500 ovócitos de

uma única vez, a da carpa

(Cyprinus carpio) até

100.000 e a do Tambaqui

(Colossoma macropomum)

até um 1.000.000 de ovos.1

1 Na natureza apenas 0,005% dos ovos do tambaqui se transformarão em filhotes com chances de chegar à vida adulta, ou seja

50 em cada 1.000.000. Esta situação se inverte de maneira assombrosa nos tanques de criação artificial onde o aproveitamento dos ovos pode chegar a 96% (960 mil em 1 milhão) o que demonstra a extraordinária capacidade de procriação dos peixes quando sua reprodução é colocada sob cuidados especiais. Assim o Eterno se comprometeu a cuidar do crescimento de Efraim e de Manasses fazendo deles o maior povo da terra.

A multiplicação dos peixes é das mais

aceleradas da natureza. A fêmea da

tilápia vermelha (Oreochromis species)

pode expelir 1.500 ovos de uma única

vez, a da carpa (Cyprinus carpio) até

100.000 e a do Tambaqui (Colossoma

macropomum) até um 1.000.000.

Tilápia Vermelha, Trần Nguyễn Minh Huy, Creative Commons

3.0.

Carpa, Cyprinus carpio, Dezidor, Wikimedia Commons 3.0

(Tambaqui) Large Pacu at the Shedd Aquarium, Chicago, Omnitarian, (Tambaqui) Wikimedia Commons 3.0.

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Avisado pela ruach do destino que aguardava seus dois

amados netos, agora adotados como filhos, Yakov cruzou as mãos

na hora de abençoá-los para fazer deles os maiores em Israel.

Menashe, esquecido como primogênito, mas não como filho se

submeteria ao domínio de seu irmão mais novo que frutificaria

muito mais do que ele.

Com os olhos físicos escurecidos pela idade, mas com os olhos

espirituais iluminados pela revelação e repletos de confiança nas

promessas do Criador, Yakov ergue suas mãos e declara que os

descendentes de Yosef crescerão abundantemente como peixes no

meio da terra:

“O Elohim em cuja presença andaram os meus pais Avraham e

Ytzchak, o Elohim que tem sido o meu pastor durante toda a minha vida

até este dia, o anjo que me tem livrado de todo o mal, abençoe estes

mancebos, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus pais

Avraham e Ytzchak; vê`ydegu la`rov be`kerev há`aretz (e como peixes

multipliquem-se abundantemente no meio da terra).” Bereishit/Gn 49:15-

16.

O plano Eterno lançou Efraim entre as nações da mesma forma

como um pescador lança alevinos num rio para fazer a despesca

quando se tornem adultos. Assim foi a Casa de Efraym foi mandada

ao exílio a fim de se misturar com os gentios produzindo um

cardume de preciosos “peixes”, assim como um peixe colocado no

local ideal se reproduz com extraordinária abundância. O objetivo

era que ao iniciar-se a Era Messiânica pudessem ser eles trazidos

novamente à adoração verdadeira através da rede da bessorat. Não

estranha que Yeshua tenha dito ter sido enviado somente para as

ovelhas perdidas da Casa de Israel.

Assim que se na Era Messiânica que já começou Yeshua está

trazendo a si um inumerável cardume de peixes efraimitas no seu

glorioso reino o Messias contará com um Israel multinacional. A

profecia indica o dia em que o Eterno enviará pescadores para

pescar os filhos de Israel em todas as terras, momento em que a

subida de Israel do Egito será ofuscada diante do novo êxodo.

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Logo, se 600 mil homens saíram de Mitzraym (Egito), com suas

mulheres e crianças, aguardamos o momento em que centenas de

milhões partirão com suas famílias de todas as terras, de cada outeiro, de

cada monte, de cada vale e de cada depressão deste mundo. Diante da

grandeza da profecia nos apercebemos que é uma tolice imaginar que o

retorno dos judeus à Israel nas 6 décadas que precederam à

independência de Israel e dos que voltaram nas seis décadas que se

seguiram são o cumprimento pleno da profecia.

Aguardamos um

êxito muito maior do

que o dos judeus

chegados a Israel até

aqui. Aliás, como

veremos mais tarde, é

de se esperar que

cheguem a terra

prometida mil vezes

mais imigrantes do que

todos os judeus que

porventura tenham

feito aliáh (retorno a

Israel) na era

contemporânea. Sabe-

se que de 1882 -

quando havia apenas

25.000 judeus em Israel

- até a presente data

quando existem 5,7

milhões mais de 3,1

milhões de judeus aportaram a Israel vindos principalmente da

União Soviética, do mundo árabe e da Europa Ocidental embora se

possam contar dezenas de milhares de sul americanos, inclusive

alguns milhares de brasileiros. 2

2 Na América Latina, depois da Argentina com 68.631 emigrantes para Israel, o Brasil com 9.860 é segundo país que mais contribuiu para a Aliah seguido por Uruguai com 7,560, Chile com 5.198, México com 3.924, Colômbia com 2.374 e Venezuela com 1.285 imigrantes. No entanto, mais de 90% dos judeus brasileiros estão firmemente integrados na sociedade brasileira, muitos dos quais se destacam como empresários, intelectuais, artistas, jornalistas e apresentadores de Televisão.

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No entanto, nenhum movimento migratório ocorrido até hoje

compara-se aquilo que se espera que aconteça segundo as

antecipações da profecia que falam dos filhos de Israel sendo

arrancados das terras onde estão a séculos e voltando para Tzion do

Oriente e do Ocidente, do Sul e do Norte em quantidade tal que o

êxodo do Egito já não será mais lembrado como Adonay proclama

em alto e bom som:

AA pprrooffeecciiaa iinnddiiccaa oo ddiiaa eemm qquuee oo EEtteerrnnoo eennvviiaarráá

ppeessccaaddoorreess ppaarraa ppeessccaarr ooss ffiillhhooss ddee IIssrraaeell eemm

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VViivvee YYaahh,, qquuee ffeezz ssuubbiirr ooss ffiillhhooss ddee IIssrraaeell ddaa tteerrrraa ddoo nnoorrttee,, ee ddee

ttooddaass aass tteerrrraass ppaarraa oonnddee ooss ttiinnhhaa llaannççaaddoo;; ppoorrqquuee eeuu ooss ffaarreeii vvoollttaarr

àà ssuuaa tteerrrraa,, aa qquuaall ddeeii aa sseeuuss ppaaiiss.. EEiiss qquuee mmaannddaarreeii mmuuiittooss

ppeessccaaddoorreess,, ddiizz YYaahh,, ooss qquuaaiiss ooss ppeessccaarrããoo;; ee ddeeppooiiss eennvviiaarreeii mmuuiittooss

ccaaççaaddoorreess,, ooss qquuaaiiss ooss ccaaççaarrããoo ddee ssoobbrree ttooddoo oo mmoonnttee,, ee ddee ssoobbrree

ttooddoo oo oouutteeiirroo,, ee aattéé ddaass ffeennddaass ddaass rroocchhaass.. YYiirrmmiiaahhúú//JJrr 1166::1144--1166..

Cardume de Peixes: Pter Kratochvil Pesca: Bobby Mikul, Public Domain Pictures Net

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“Portanto, eis que dias vêm, diz Yah, em que nunca mais se dirá: Vive Yah,

que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. Mas: Vive Yah, que fez subir os

filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado;

porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais. Eis que mandarei

muitos pescadores, diz Yah, os quais os pescarão; e depois enviarei muitos

caçadores, os quais os caçarão de sobre todo o monte, e de sobre todo o outeiro, e

até das fendas das rochas. Yirmiahú/Jr 16:14-16..”

Este retorno tanto físico como espiritual em parte já aconteceu

quando os filhos de Efraim dispersos em terras dos gentios

começaram a ouvir as boas novas e a abraçarem a Yeshua como

Messias e Salvador e também quando parte dos judeus e uns

poucos filhos de Manasses da Índia e da Birmânia, alguns filhos de

Dan da Etiópia bem como dos filhos de Naftali do Uzbequistão

começaram a voltar para a terra de seus ancestrais. Mas tanto o

movimento de conversão dos filhos dispersos de Israel no primeiro

século como o retorno dos falasha no século XX são apenas

antecipações pálidas e limitadas do que Yeshua ainda fará por Israel.

É realmente incrível que como crentes nas Escrituras,

estudiosos de suas profecias e conhecedores da Grande Comissão

tenhamos ignorado o fato de que o chamado de Yeshua junto as

margens do lago de Galil se destinava ao cumprimento literal da

profecia que determinava a pesca dos filhos de Israel. Chegado o

tempo, o Pescador de Israel passou por Kefa (Pedro) e André justo

quando lançavam suas redes e ordenou-lhes:

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” Marcos

1:17.

A quem você imagina que os apóstolos foram pescar senão à

Casa de Efraim espalhada entre as nações? Yeshua não fez outra

coisa senão cumprir aquilo que já havia sido meticulosamente pré-

anunciado através dos profetas. Foi através dessa pesca que as doze

tribos separadas da Comunidade de Israel voltaram a Elohim e Às

Escrituras sob estandarte de Yeshua há Maschiach, o Emanuel. É por

meio dele que Israel retorna a Elohim, abandona seus ídolos,

reconhece sua graça e finalmente se volta da impureza para a

santidade.

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Yeshua, o Grande Mestre disse claramente a que veio. Sua

missão é buscar seus irmãos israelitas, perdidos entre os gentios,

vivendo como gentios, veio buscar-lhes para que eles reencontrem

sua identidade perdida e retornem para casa.

“Porque o Bar Enash (Filho do Homem) veio salvar o que estava

perdido.” Matytyahú/Mateus 18:11

Halelu`yah! Yeshua

veio buscar o que se havia

perdido, as ovelhas da Casa

de Israel. E elas hoje

começam a emergir das

sombras, a descobrir a sua

verdadeira identidade

sepultada sob séculos de

antissemitismo e teologia

da substituição. Estas

ovelhas perdidas começam

agora a retornar para a casa

espiritual cujo alicerce são

os patriarcas, cujas colunas

são os profetas, cuja

cobertura são os shalichim

(apóstolos) e cuja pedra

fundamental é Yeshua há

Maschiach. Como peixes

Israel retorna hoje através

desta imensa rede de

pregadores e pregadoras

cujos fios atingem o mar

dos povos.

Israel ainda é o povo do Eterno e nós crentes em Yeshua

somos Israel por adoção abraçando seu povo como Ruth ao abraçar

sua nora Noemi e sendo por isso enxertados na boa oliveira ou o

que é muito mais frequente, Israel por natureza retornando à Torah

e aos profetas e sendo reenxertados na própria oliveira.

A Pesca de Israel

Chegado o tempo, Yeshua há

Maschiach, o Grande Pescador de

Israel passou por Kefa e André

justo quando lançavam suas

redes e ordenou-lhes:

“Vinde após mim, e eu vos farei

pescadores de homens.” Marcos 1:17.

Pescadores junto ao mar da Galiléia Library of Congress, Prints and

Photographs Division, Photochrom Collection. Domínio Público.

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Verdade é que gentios que absolutamente não descendem de

Avraham, a cujos pais nenhuma promessa de redenção e benção

nacional foi realizada continuam a ser salvos pela mesma graça que

salva a Israel como de resto isso vinha acontecendo desde antes do

chamado de Avraham. É importantíssimo ter em conta que o

chamado à santidade e as boas obras propostas pela Torah jamais

deve ser confundido com o chamado à salvação como alguns

grupos restauracionistas, incluso os diversos grupos e ministérios

que se apresentam como israelitas da nova aliança3 vem propondo.

Sim, a salvação não decorre de quaisquer obras antecedentes,

presentes ou subsequentes ao chamado da soberana e irresistível

graça, mas somente da munificente clemência de Adonay que

escolhe, chama, ordena a conversão, capacita o homem a crer na

bessorat (evangelho), o faz volta-se das trevas para a luz e o faz

perseverar na mesma fé até o fim, sendo liberto de toda a má obra e

guardado como trigo precioso para o celeiro do reino celestial que

em breve se estabelecerá na terra como Shaul expressou ao dizer:

“E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o

seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.” II

Timóteo 4:18.

3 Desde o século XIX diversos grupos tem se apresentado como o verdadeiro e único Israel fora do qual não há salvação como se Israel fosse uma organização religiosa e não um povo salvo por Adonay. O mais influente desses grupos parece ser a Associação Evangélica da Missão Israelita do Novo Pacto, organização com 400 congregações e 60 mil membros que guarda o sábado e as festas e que foi fundada em 1955 no Perú por Ezequiel Atacusi Gamonal um ex-adventista que se proclamou profeta e reencarnação do Messias. No Brasil a sucursal da Igreja de Deus do Sétimo Dia sediada em Rio Blanco no México se dividiu dando origem a quatro denominações diferentes, a mais influente delas adotou em 2005 o nome de Congregação Israelita da Nova Aliança. O grupo fundado pelo Ministro Altair Junqueira mais conhecido pelo seu nome hebraico Rosh Yshay bem Yehudah tem 48 congregações no Brasil e aproximadamente 2.400 membros, apesar disso se proclama o único e verdadeiro Israel fora do qual nenhum judeu ou gentio pode ser salvo no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Assim, embora os israelitas da nova aliança do Brasil nada tenham a ver com o suposto Messias Gamonal do Perú, pode se notar uma lamentável semelhança, a crença na salvação pelas obras e por meio de uma organização. Esperamos maiores progressos no grupo brasileiro que, no entanto acumula o mérito de comer kashrut e guardar o shabat herdado da Igreja de Deus do Sétimo Dia do México e o da celebração das festas iniciada em 2005 no seu Primeiro Congresso Israelita. O que nossos amados da Congregação Israelita da Nova Aliança ainda não se aperceberam é que eles são um entre centenas de ministérios de restauração de Israel e não o único, e que Israel é um povo que se espalha por todo o mundo e cuja maioria de seus membros estão nas igrejas cristãs. Adonay jamais deixou de reconhecer seu povo mesmo que esteja em Bavel (Babilônia), tanto é assim que dirige o chamado do Anjo do Apocalipse 18 a este povo dizendo: “Sai dela povo meu, para que não incorras nas suas pragas e não sejas participante de seus pecados.” Guilyanah/Ap 18:4. Ninguém que estuda a Bíblia e se convence de que precisa se empenhar na teshuvah (retorno) e na mechudesh (restauração) deixa uma organização católica ou protestante para se tornar parte do povo de Elohim, mas ao contrário o faz por ser parte deste mesmo povo, o Israel entre as nações.

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Uma pessoa ou organização que realmente conhece as

Escrituras, sendo por isso enviada como luz para as nações será

levada a crer que não existe experiência presente ou futura capaz de

impedir a salvação daqueles que são chamados para a kvod olam

(glória eterna) e será levada a dizer:

“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os

anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o

porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos

poderá separar do amor de Elohim, que está em Yeshua há Maschiach

nosso Adon.” Romanos 8:38-39.

Assim, deve ficar absoltamente claro para quem conhece as

Escrituras que a redenção de judeus e gentios é um ato somente da

graça, que não decorre de nenhuma obra além da obra de Elohim

que é crer naquele que por ele foi enviado como Kefa mostrou ao se

dirigir a uma plateia de judeus ainda perplexos com a rapidez como

os goym respondiam ao chamado da bessorat:

“Mas cremos que seremos salvos pela graça do Adon Yeshua há

Maschiach, como eles também.” Atos 15:11.

Logo, se existe uma coisa incompatível com a verdadeira

compreensão da palavra é a crença de que um homem uma vez

salvo venha a se perder e a ser arrojado no lago de fogo e perdição.

A rede da bessorat está sendo lançada ao mar das nações para que

dela possam ser resgatados todos os herdeiros de uma alma

preparada para a santidade e comunhão com Elohim. Todos eles são

de fato trazidos à margem do mar das nações, separados dos

impuros e lançados nos cestos da fé, da esperança e da santidade e

a rede que os apanha não é uma organização religiosa, mas o

malchuto há shamaim o reino dos céus.

“O Reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao

mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores

puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e

jogam fora o que não presta. Assim será no fim do mundo: os anjos virão

separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na fornalha, onde

haverá choro e ranger de dentes.” Matytyahú 13:47-50.

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Claro que nessa metáfora Yeshua mostra que uma parte dos

peixes será separada assim como qualquer pescador judeu piedoso

toma o cuidado de separar os peixes que tem escamas e nadadeiras

colocando-os num cesto e descartar todos os que são desprovidos

de uma ou duas dessas características. Evidentemente que ao contar

essa parábola Yeshua, que veio para cumprir a lei de Moisés não

está simplesmente sancionando o que outrora foi dito, a saber, que

existem peixes impuros e impróprios para o consumo do povo

santo, mas a indicar que nem todos os chamados são salvos.

Yeshua vai além disso e mostra claramente que nem todos os

descendentes de Israel pescados entre as nações serão redimidos,

pois muitos há que pela sua natureza espiritual não são “kashrut

le`malchuto” (Próprios para o reino), apesar de que atualmente a

maioria dos cidadãos israelenses se considera judaica.4

4 Segundo o Israel Central Bureau of Statistics (Escritório Central de Estatísticas de Israel) ¾ dos 7.797.400 israelenses (75,3%)

são judeus. Isso inclui os 15.000 Mashiykhiyyim (messiânicos), os 12.000 karaítas que abominam o talmud e os 712 samaritanim que só creem em Moshe e lá que vivem a 2.700 anos. Sobram ¼ que professam outras religiões. Os muçulmanos são 20,5% (1.255.381) e os 4,2% são cristãos (163.745) principalmente árabes, russos, etíopes e os 5.500 afro-americanos liderados por Ben Ami Ben Israel que chegaram a Eretz Israel em 1967. Os drusos, uma seita fechada que proclama fidelidade ao país que lhes adota são 1,6% (124.758) e religiões menores representam 0,4% com destaque para os 32.000 budistas e 10.000 seguidores Mírzá Husayn' „Ali (1817-1892), ou Bahá'u'lláh (Glória a Alah) cuja sede mundial em Haifa localizada num esplendoroso jardim é considerada pela UNESCO como patrimônio da humanidade.

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Lamentavelmente, a maioria dos judeus se secularizou não

dando mais valor à palavra do que os cristãos gentios. Essa falta de

religiosidade por parte dos judeus nos remete às sempre atuais

palavras de Shaul há Shaliach ao comparar a religiosidade do povo

eleito com a do povo que então mais influenciava o mundo, os

gregos.

“Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma

nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como

gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem

um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Elohim.”

Romanos 3:9-11:

Com efeito, a situação religiosa da Grécia e de Israel,

resguardado o fato de que os judeus têm muito mais luz que os

gregos e receberam muito mais vantagens do que eles não é muito

diferente. Isso apesar de que jamais se deva nivelar por baixo gregos

e judeus já o Eterno não escolheu um grego para ser p pai na fé, não

enviou nenhum profeta ao povo grego e não fez nenhuma

promessa de redenção nacional aos gregos antes do reino milenar.

O mesmo Shaul depois de perguntar qual a vantagem do judeu

lembrou que estas são muitas já que os oráculos de Elohim lhes

foram confiados (Romanos 3:2). Antes de dizer isso ele já tinha

afirmado que a bessorat é o poder de Elohim para a justiça de todo

o que crê, primeiro do judeu (Romanos 1:16) e depois do grego.5

5 Pesquisa encomendada pelo jornal grego To Vima à empresa Kapa Research realizada em abril de 2011 dá conta que dá conta que 56,3% dos gregos acreditam na existência de um ser supremo, 20% acham provável que exista, 7,7% acham improvável que ele exista e 13% acham que ele não exista, ou seja, 56,3% dos gregos são crentes de alguma maneira, 27,7% são agnósticos que não tem qualquer certeza se existe ou deixa de existir um ser supremo e 13% são decididamente ateus. Fonte: Wikipedia, Religious in Greece. http://en.wikipedia.org/wiki/Religion_in_Greece

A situação em Israel não é diferente, Phil Zuckerman em trabalho publicado pela Cambridge University Press: Cambridge, UK (2005) estima em "Atheism: Contemporary Rates and Patterns" (Ateísmo: Taxas e Padrões Contemporâneos)" no capítulo The Cambridge Companion to Atheism que o número de ateus em Israel oscila entre 15 e os 37% a depender do critério empregado para definir quem é um ateu. No entanto, estudo publicado em 1991 por Greeley Andrew da University of Cologne (Alemanha) & Wolfgang Jagodzinski da University of Chicago e University of Arizona , 1991, coloca Israel entre os dez países com maior número de ateus no mundo, excetuando-se estados comunistas oficialmente ateus como China, Cuba, Coréia do Norte e Vietnam. Nesse estudo Israel é precedido por Alemanha Oriental, o pais mais ateu do mundo com 88,2% de descrentes, Eslovênia com 29,8, Rússia com 27,3% situando-se em 4º lugar com 25,6% de ateus, no que é seguido por Holanda em 5º lugar com 24,10%, Hungria em 6º com 23,30% Noruega em 7º com 14,9%, Grã Bretanha em 8º com 14%, Alemanha Ocidental em 9º com 12,10% e Nova Zelândia em 10º lugar com 11,5%. Fonte: The Demand for Religion:Hard Core Atheism and "Supply Side" Theory http://www.agreeley.com/articles/hardcore.html

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67 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

E quando os próprios judeus não são mais excelentes apesar

de que os oráculos de Elohim lhes estão confiados não se há de

esperar melhor situação por parte da Casa de Israel nem mesmo

quando essa conhece a palavra e passa a acreditar nos profetas. Isso

pode ser notado claramente na mesa dos efraimitas e dos anusitas

que normalmente suportam sobre ela toda a sorte de criaturas

impuras e de carnes abomináveis que lhes servirão de alimento. E

isso é bom que se diga contaminou também a vida judaica, não

apenas a dos anusim, não sendo raro encontrar porco na mesa dos

judeus quer da diáspora quer de Israel.

Infelizmente, judeus e efraimitas incorrem na mesma culpa, a

de comer aquilo que Adonay não autorizou, e por vezes inclusive

proferindo bênçãos sobre cadáveres de criaturas abomináveis como

alimento, ainda que nos dois grupos se possam observar pessoas

que atentas à Torah da Verdade se abstém do que não é próprio.

Como restauradores estamos na obrigação de ensinar que

Adonay, mercê de sua grande misericórdia estendeu suas mãos a

todo o Israel, judeus e efraimitas, apesar de comerem carne de

porco, no entanto nossa obrigação inclui a proclamação de que

participar dessas coisas não é nem sinal de fé e nem de santidade,

mas de que o povo anda por um caminho que não é bom buscando

a satisfação de seus próprios desejos. Verdade é que o Eterno vem

salvando seu povo enganado e seduzido a comer manjares

imundos, mas também é verdade que isso o desagrada muitíssimo e

que essa detestável prática será punida com severo juízo que se

derramará contra os que conscientemente o mandamento.

“Tornei-me acessível aos que não perguntavam por mim; fui

achado daqueles que não me buscavam. A uma nação que não se

chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui. Estendi as

minhas mãos o dia todo a um povo rebelde, que anda por um caminho

que não é bom, após os seus próprios pensamentos; povo que de

contínuo me provoca diante da minha face, sacrificando em jardins e

queimando incenso sobre tijolos; que se assenta entre as sepulturas, e

passa as noites junto aos lugares secretos; que come carne de porco,

achando-se caldo de coisas abomináveis nas suas vasilhas.” Yesahayhú/Is

65:1-4.

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Deve, pois ser colocado bem em claro que os dias em que os

filhos de Adonay misturados com as nações tem se sentido livres

para comer toda a sorte de impurezas abençoando coisas

detestáveis está chegando ao fim.

Por agora o Eterno ainda estende seus braços a uma casa

rebelde e se revela a um povo que não se chama pelo seu nome. No

entanto, logo o chamado para que todo o Israel abandone Babilônia

com todas as suas práticas, pensamentos e manjares, soará e os

eleitos, chamados e fiéis vencerão os costumes das nações,

purificarão seus hábitos e seus pratos e cumprirão então o que está

escrito acerca deles, abandonarão firmemente os traços de Bavel.

“Yah desnudou o seu santo braço à vista de todas as nações; e

todos os confins da terra verão a salvação do nosso Elohim. Retirai-vos,

retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-

vos, os que levais os vasos de Yah. Pois não saireis apressadamente, nem

ireis em fuga; porque Yah irá diante de vós, e o Elohim de Israel será a

vossa retaguarda.” Yeshayahú 52:10-12.

Depois que Efraimitas e bnei anusim forem chamados à

verdadeira santidade, os que continuarem a invocar o nome

santo para abençoar a iniquidade e os manjares proibidos

incluindo suínos e roedores serão consumidos pelo fogo de

Elohim.

Rabos de porco por Peter Griffin Public Domain Pictures.net Cobaia 2 por Yana Ray

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69 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Quando o chamado para abandonar os caminhos dos gentios

soar, então se revelará a diferença entre um crente piedoso seduzido

pelos enganos de Roma que então iluminado abandonará toda a

sorte de impureza e os perversos dentre o seu povo Israel que

pecam de maneira livre, deliberada, contumaz e rebelde. Depois que

Efraimitas e bnei anusim forem chamados à verdadeira santidade, os

que continuarem a invocar o nome santo para abençoar a

iniquidade e os manjares proibidos incluindo suínos e roedores

serão consumidos pela fogo de Elohim. Esta sem dúvida pode

parecer uma manifestação indigerível para quem não conhece as

Escrituras, mas é exatamente isso o que elas dizem.

“Porque com fogo e com a sua espada entrará Yah em juízo com

toda a carne; e os que forem mortos por Yah serão muitos. Os que se

santificam, e se purificam para entrar nos jardins, os que comem da carne

de porco, e da abominação, e do rato, esses todos serão consumidos, diz

Yah.” Yeshayahú /Is. 66:16-17.

Assim, quando a obra de pregação em favor de Israel terminar

e os milhões de verdadeiros filhos de Israel chamados à santidade

abandonarem a impureza moral caracterizada pelas aberrações

sexuais e alimentares então todo o Israel será salvo. Naturalmente

esse é um processo que resulta da escolha livre soberana de Elohim

que não se atribuirá à santificação própria, mas à mesma graça que

hoje redime aqueles que não sabem a diferença entre a mão direita

e a esquerda, entre a luz e as trevas, entre Israel e as nações e entre

o santo e o profano. 6

6 A palavra hebraica para casamento é kidushim, que significa literalmente santificação, e ela só pode ser empregada à luz da

Torah para santificar a união entre um homem e uma mulher que não estejam sob as interdições para o casamento e que sejam solteiros, viúvos ou desempedidos de qualquer vínculo matrimonial anterior por meio de um get ou divórcio. Assim, quando um homem judeu coloca o anel de casamento no dedo indicador da mão mais forte de sua noiva ele declara: Harei et mikdushet li batabaat zo kedat Moshe v'Israel" (Com esse anel tu ficas consagrada a mim de acordo com as leis de Moshe e de Israel). Dessa forma, a santidade da união espiritual foca estabelecida e o casal está pronto para consumar essa união espiritual pela união de seus corpos. No entanto, a Torah chama a um homem que se prostitui com homem ou mulher de kadesh e a uma mulher que faz a mesma coisa de kadeshá. Como pode o sexo sagrado ser chamado de kadosh e o sexo proibido ser denominado kadesh (homossexual) ou kadeshá (prostituição feminina)? A razão é que um prostituto cultual num templo cananeu ou grego entregava-se à homossexualidade como forma de consagração a seus ídolos impuros. O mesmo acontecia com a prostituta cultual. A prostituição não é nada mais e nada menos que a perversão daquilo que é santo. É possível aqui que o profeta Yeshayahú ao empregar a expressão hámitekadeshim (os que se santificam) esteja se referindo a práticas sexuais depravadas que os gentios e mesmo os judeus desviados da Bíblia ousam declarar tão puras e santas como a relação consagrada entre um homem e uma mulher. Se for esse o caso, como acredito, o juízo de Elohim sobre Israel será primeiro por suas perversões sexuais e logo por suas perversões alimentares já que são citados carne de porco, ensopados abomináveis e ratos haja visto que o movimento judaico reformado bem como o reconstrucionista convive lado a lado com estas abomináveis práticas.

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No, entanto os que resistirem a verdade e continuarem a se

santificar na imundícia prostituindo-se e comendo carne de porco,

manjares abomináveis e ratos serão destruídos. Só então o Eterno

cumprirá seu grande propósito em favor daqueles gentios que não

pertencem a seu povo Israel, que não herdaram o DNA de Avraham

e que não se uniram a ele pela fé em Yeshua.

Aquilo que hoje é a redenção de alguns gentios se converterá

na redenção em massa. Ali, quando todo o verdadeiro Israel for

salvo, e destruído todo o falso Israel o Eterno chamará as nações a

si, escolhendo dentre os israelitas missionários que irão a elas para

lhes ensinar o caminho, e inclusive para tomar dentre os gentios

alguns para kohanim (Sacerdotes) e livim (levitas).

“ Vem o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas; e elas

virão, e verão a minha glória. Porei entre elas um sinal, e os que dali

escaparem, eu os enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, povos que

atiram com o arco, a Tubal e Yavan, até as ilhas de mais longe, que não

ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e eles anunciarão entre

as nações a minha glória. E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas

as nações, como oblação a Yah; sobre cavalos, e em carros, e em liteiras,

e sobre mulas, e sobre dromedários, os trarão ao meu santo monte, a

Yerushalaim, diz Yah, como os filhos de Israel trazem as suas ofertas em

vasos limpos à casa de Yah. E também deles tomarei alguns para kohanin

(sacerdotes) e para levim (levitas), diz Yah.” Yeshayahu/Is 66:18:21.

Embora nada impeça aos gentios de serem salvos hoje, e

multidões deles são redimidos, a redenção das 70 nações

descendentes de Noach está reservada para o reino milenar de

Maschiach. Assim, a profecia menciona nesse capítulo algumas

dessas nações que serão chamadas uma vez concluída a redenção e

a depuração de Israel. O primeiro desses povo é Tarsis (Turquia), o

segundo é Pul (Líbia), o terceiro é Lud (Líbano), o quarto é Tubal

(Espanha e Portugal) e o quinto é Yavan ou Javan (Grécia). Não é,

pois de estranhar que a maioria esmagadora dos turcos, líbios e

libaneses seja muçulmana, uma religião que remanesce do culto

árabe a Alah o deus lunar e que a maior parte dos espanhóis e

gregos sejam católicos e ortodoxos, formas idolátricas de culto que

misturam a religião judaica com um sincretismo greco-romano.

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71 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Na verdade os

setenta povos

primitivos que

descendem de Shem,

Cham e Yafet, os três

filhos de Noach,

serão chamados

depois que Israel for

purificado pelo fogo

e seu remanescente

for salvo. É de se

esperar, portanto,

que a exceção dos

20% dos

descendentes de

judeus que vivem na

Espanha e dos cerca

de 30% que vivem

em Portugal, dos

milhares de

efraimitas que vivem

no Líbano, na Líbia e

na Turquia ou na

Grécia a maior parte desses povos só sejam realmente chamados à

santidade quando o reino messiânico estiver estabelecido e o Eterno

colocar o sinal nalguns dos que foram salvos para que caminhem

em direção a essas nações.

Mas por agora o alvo prioritário ainda é Efraym, o primogênito

gentio de Israel. Ou seja, a plenitude dos gentios em que Efraym se

tornaria segundo a profecia de seu pai adotivo, de Yakov Avinu

(nosso pai Yakov). Quando essa plenitude for alcançada, e o número

de Israel alcançar a quantidade igual a da areia do mar, então os

eleitos, todos os eleitos de Israel serão salvos. Lembre que quando

Yakov adota Efraim como seu filho dando-lhe a honra da

primogenitura ele está apenas sendo o canal por meio do qual

Elohim estende seus maiores favores ao filho de Yosef.

NNaa vveerrddaaddee ooss sseetteennttaa ppoovvooss

pprriimmiittiivvooss qquuee ddeesscceennddeemm ddee SShheemm,,

CChhaamm ee YYaaffeett,, ooss ttrrêêss ffiillhhooss ddee

NNooaacchh,, sseerrããoo cchhaammaaddooss ddeeppooiiss qquuee

IIssrraaeell ffoorr ppuurriiffiiccaaddoo ppeelloo ffooggoo ee sseeuu

rreemmaanneesscceennttee ffoorr ssaallvvoo..

The Middle East through the eyes of the Ancient Israelites. Autor : Hkp-avniel - Wikimedia Commons 3.0 http://en.wikipedia.org/wiki/File:Middle_East_Shem-Ham.jpg

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72 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Assim, apesar

da surpresa de

Yosef, seu pai, o

patriarca Yakov foi

contundente com

relação ao que

espera Efraym. Ele

tem de ser a

plenitude dos

gentios. Pela sua

mistura com os

gentios Israel se

multiplicará até vir a

ser uma multidão

de gentios na terra.

Assim as nações

que estão fora do

pacto alcançam as

promessas do pacto

abrahamico.

“Vendo Yosef que seu pai colocava a mão direita sobre a cabeça

de Efraym, foi-lhe isso desagradável; levantou, pois, a mão de seu pai,

para a transpor da cabeça de Efraim para a cabeça de Menashe

(Manasses). E Yosef disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o

primogênito; põe a mão direita sobre a sua cabeça. Mas seu pai,

recusando, disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; ele também se tornará um

povo, ele também será grande; contudo o seu irmão menor será maior

do que ele, e a sua descendência yheyeh melo há goym (se tornará ou

será a plenitude dos gentios).” Bereishit/Gn 48:17-19.

É importante ressaltar que ao fazer de Efraym o primogênito

abençoando-o antes de Menashe seu irmão, antes de seus próprios

filhos, o patriarca estava fazendo de Efraym o primogênito e não

estava fazendo isso por sua mera vontade ou capricho, mas

impelido por aquele que desde a fundação do mundo determinara

fazer de Efraim, apesar de seus deméritos o canal de benção para as

nações, o primogênito de seu amor e bondade. Tanto que o Criador

ratifica a benção dada por Yakov dizendo:

AAssssiimm,, aappeessaarr ddaa ssuurrpprreessaa ddee YYoosseeff,, sseeuu

ppaaii,, oo ppaattrriiaarrccaa YYaakkoovv ffooii ccoonnttuunnddeennttee

ccoomm rreellaaççããoo aaoo qquuee eessppeerraa EEffrraayymm.. EEllee tteemm

ddee sseerr aa pplleenniittuuddee ddooss ggeennttiiooss.. PPeellaa ssuuaa

mmiissttuurraa ccoomm ooss ggeennttiiooss IIssrraaeell ssee

mmuullttiipplliiccaarráá aattéé vviirr aa sseerr uummaa mmuullttiiddããoo ddee

ggeennttiiooss nnaa tteerrrraa..

View of a night game at Yankee Stadium from the third tier. Autor Anubis2051 Fonte Wikimedia Commons – Wikipedia.

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73 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

“Sou um Pai para Israel e Efraim é meu primogênito.” Yirmiahú/Jr

31:9.

Ora, se um pai tem o dever de cuidar primeiro dos filhos para

só depois alimentar os cães da família tem ainda o dever maior de

dar a herança primeiro a seu filho primogênito e só então cuidar dos

demais. Por isso Adonay cuidará primeiro de Israel e depois dos

gentios. Por isso Efraim, vem sendo chamado à graça de forma

muito mais abundante que Judá. Yeshua usou isso como metáfora

para explicar à mulher Cananéia por que não havia dirigido

primeiramente a ela os seus favores. No entanto, isso não abalou a

fé da mulher cananéia, assim como não abalará a fé de nenhum

gentio chamado dentro do propósito de Elohim.

“Então veio ela e, reverenciando-o, disse: Senhor, socorre-me. Ele,

porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos

cachorrinhos. Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem

das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Então respondeu Yeshua, e

disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde

aquela hora sua filha ficou sã.” Matytyahú/Mt 15:24-17.

Assim, embora os gentios fossem também chamados à

salvação, e muitos a abraçassem com alegria, os discípulos sabiam

que entre os gentios estavam os israelitas da diáspora. É por esse

mesmo motivo que Yakov há Tsadik, Tiago o justo, tendo visto o

início da reunião das tribos escreve:

“Yakov, servo de Elohim e de Adon Yeshua, às doze tribos da

Dispersão, saúde.” Yakov há Tsadik/Tg 1:1.

Estava, pois profetizado que Efraim se tornaria inumerável e

que seus descendentes se tornariam o melo há goym (plenitude dos

gentios) ou uma multidão de nações estrangeiras. Sim é exatamente

a essa multidão de gentios, descendentes de Israel através de

Efraym e dos gentios através dos povos com que ele se misturou

que Shaul está se referindo quando diz:

“Não quero irmãos que ignoreis esse mistério: que o

endurecimento veio em parte sobre Israel até que a plenitude dos

gentios haja entrado.” Romanos 11:25.

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Observe que Shaul deseja que seus leitores decifrem o

mistério de que o endurecimento de Israel, embora tenha vindo

sobre as duas casas, não foi nem completo e nem total, mas apenas

parcial.

Da mesma forma ele não seria nem permanente e nem eterno,

mas apenas passageiro. Ele duraria até que a multidão de gentios

que Yakov profetizou fosse atingida e estes fossem finalmente

alcançados pela verdade e restaurados a seu primitivo favor.

Efraim é pois, simultaneamente Israel e Gentio ao mesmo

tempo. Naturalmente isso implicava que uma parte da semente de

Yakov se misturasse com os gentios, perdesse sua identidade, se

comportasse como gentílica e fosse tratada como gentílica para fins

de direito.

Dessa forma estranha e quase indecifrável deveria Efraim

cumprir as promessas de multiplicação prodigiosa da semente de

Avraham fazendo com que ela fosse como o orvalho que rega a

terra indicando que sua presença seria tão abençoadora entre todos

os povos que eles sairiam com ele para adorar ao Criador. Quando

esse momento chegasse o que aconteceria? Leiamos novamente o

texto já com o seu complemento e alcance escatológico. O Eterno só

fará pacto com todo o Israel, com as duas casas, Israel e Judá.

“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que

não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte

sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o

Israel será salvo, como está escrito: Virá de Tzion o Libertador, e desviará

de Yakov as impiedades; e este será o meu pacto com eles, quando eu

tirar os seus pecados.” Romanos 11:25-27.

Para entendermos como Efraym se tornou o melo há goym (a

plenitude dos gentios) avançaremos ao tempo de Shlomo há

Melech, o Rei Salomão, sucessor de David. O Rei governava um

Império vasto, recebia vassalagem de diversos reis e dominava o

comércio de carros e cavalos de todo o Oriente Médio. Tinha tudo

para fazer um excelente governo, mas não o fez.

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75 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Mas tal a

medida da sabedoria

de Shlomo, de sua

engenharia civil e

militar e de sua

grandeza econômica

também era a de sua

fraqueza quando

estava em causa o

amor das mulheres.

Amor que o levou à

idolatria. Idolatria que

foi a causa da queda

da Casa de Israel.

E ninguém

amou tantas mulheres

como Shlomo, foram

mil ao todo entre

esposas e concubinas,

nem todas israelitas, e

nem todas tementes a

Elohim. Disposto a

agradá-las em tudo,

mesmo que isso

implicasse o mais

detestável de todos

os pecados, a

idolatria.

Infelizmente, o homem que construiu o Templo para Adonay e

que foi agraciado com a kvod de Elohim cobrindo o santuário

também erigiu altares para os ídolos das nações, queimou incenso

para eles e se prostrou diante deles atraindo sobre si, sobre sua

família, sobre seu reino e sobre a posteridade que o imitaria o

desagrado de Elohim, um desagrado que pro causa dos pecados da

geração atual ainda está sobre Israel.

Mas tal a medida da sabedoria de

Shlomo, de sua engenharia civil e

militar e de sua grandeza econômica

também era a de sua fraqueza

quando estava em causa o amor das

mulheres. Amor que o levou à

idolatria. Idolatria que foi a causa da

queda de Israel.

Salomão faz sacrifícios aos ídolos. Sébastien

Bourdon (1616–1671). Wikipedia Commons 3.0.

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76 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Por causa disso o

Eterno fez saber a

Yaroveam, o grande

estrategista de Israel que

ele reinaria sobre a maior

parte do reino de David.

Ainda que Yaroveam não

reinaria no próprio trono

de David, e não se

assentaria em Yerushalaim

para governar todo o

reino, a maior parte dele e

de seus súditos juraria

fidelidade a um homem

que não era da tribo de

Yehudáh, não era da

descendência messiânica e

ainda assim viria a reinar

sobre dez das tribos de

Israel. A divisão do reino

de Israel em dois Estados

ficou clara no dia que o

profeta Achiyah (Aias)

rasgou a capa de

Yaroveam, a cortou em

doze pedaços e entregou

dez desses pedaços a ele.

Melachim Beit/II Reis 11:29-33.

A fidelidade de David ao Eterno podia adiar essa hora, mas

não a podia evitar. Quando o filho de David dormisse com seus pais

Israel não seria mais um reino, mas dois, e a maior parte dele, dez

tribos estaria nas mãos de um homem que não era da casa real.

Apenas duas tribos jurariam fidelidade ao neto de David. Morto

Shlomo, seu filho Rechovoam se ateve com a revolta bem sucedida

de Yaraveam, general do exército de seu pai. Yaraveam governava

sobre a Casa de Yosef e as dez tribos que a circundavam.

A divisão do reino de Israel

em dois Estados ficou clara

no dia que o profeta Aias

rasgou a capa de

Yaraveam, a cortou em

doze pedaços e entregou

dez desses pedaços a ele.

Profecia de Achiyah a Yaroveam, 1728. Gerard Hoet (1648-1733) Wikipedia Commons.

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77 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Por causa disso, apesar

de não ser da linhagem de

David gozava de enorme

prestígio popular. Pela forma

justa, conciliadora e

perdoadora como governou,

conseguiu ganhar o coração

de 6 em cada 10 israelitas.

Na hora em que a maioria

das tribos, cansada de

suportar o alto custo da casa

real salomônica, viu negado

o seu pedido para que a

carga tributária lhe fosse

diminuída ele liderou uma

bem sucedida revolta que

provocou a secessão do

Reino de Israel ficando ele

com cerca de 70% do

território de Israel e 60% da

população. Isso apesar de

ter assegurado a lealdade de

dez das doze tribos de Israel.

O motivo é que

naquela época a tribo de

Yehudáh ainda era a mais

numerosa de Israel e a

promessa da multiplicação

prodigiosa de Efraim ainda

não se havia cumprido, pois

estava reservada para o

futuro, para quando Efraim

não tivesse mais

compromisso com Elohim

fosse tratado como se não

fosse seu povo.

O Reino de Shlomo (Salomão) se

Divide em 931 AEC Entre o Reino

de Israel com 10 Tribos e o Reino

de Judá com Apenas 2 Tribos.

Israel é Levado a Assíria (720

AEC).

Israel sob Shlomo – Biblical Maps Domínio Público

As 12 Tribos - Biblical Maps Domínio Público

Reino Dividido 773 AEC - Biblical Maps Domínio Público

Israel Levado À Assíria 709 AEC – Wikimedia Commons.

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78 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Ato seguido Yaroveam estabeleceu um reino sobre as dez

tribos sediado primeiro em Sheken (Siquem) e mais tarde em

Shomeron (Samaria). Infelizmente para Israel que deveria ser

castigado Yaroveam o conduziu à idolatria, o mais abominável

pecado que alguém pode cometer. Por esse pecado anula-se a

aliança e corta-se a relação entre o Criador e suas criaturas atraindo

sobre ele os mais severos castigos. Indignos da terra que receberam

para nela fazerem habitar o nome de Yah, e somente seu nome e

tendo-a contaminado com os ídolos detestáveis das nações, o

Eterno se indignou contra Israel fazendo-o cair ante os inimigos de

onde importara seus deuses e sua religião nefasta. O resultado foi o

castigou com o exílio como está escrito:

Como na metáfora da oliveira, este enxerto de israelitas nas nações gentílicas finalmente fará com que os galhos procedentes uma vez da boa oliveira sejam nela reenxertados para produzirem os mais excelentes frutos. O maior mal para Israel foi paradoxalmente o maior bem para as nações.

Azeitonas Verdes – Vera Kratochvil - Public Domain Pictures Net

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79 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

“Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que

Yaroveam tinha cometido; nunca se apartaram deles; até que o Yah tirou

Israel da sua presença, como falara por intermédio de todos os seus

servos os profetas. Assim foi Israel transportado da sua terra para a Ashur

(Assíria), onde está até o dia de hoje.” 2 Reis 17:22-23.

Felizmente, porém para os gentios que estavam “separados da

comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não

tendo esperança, e sem Elohim no mundo,” (Efésios 2:11) a benção

lhes chegou por conta do juízo contra o povo eleito. É que estes

galhos naturais arrancados da oliveira de Israel e enxertados contra

a natureza no zambujeiro gentio (as nações) trouxeram-lhes o DNA

de Avraham que obriga ao Eterno, por fidelidade a seu nome e a seu

pacto a abraçá-los como seu povo, razão pela qual está escrito que

“onde se lhes dizia vós não sois meu povo ali se lhes dirá vós sois

filhos do Elohim vivo.” (Romanos 9:26).

Como na metáfora da oliveira, este enxerto de israelitas nas

nações gentílicas finalmente fará com que os galhos procedentes

uma vez da boa oliveira sejam nela reenxertados para produzirem os

mais excelentes frutos. O maior mal para Israel foi paradoxalmente o

maior bem para as nações. Aliás, se tem uma coisa que Shaul deixa

claro, é que os galhos cortados para que o gentio pudesse ser

enxertado, muito mais facilmente que os gentios podem ser trazidos

de volta à oliveira mãe, a sua própria oliveira, que representa a fé

pura de Israel.

Esta era a única forma como um povo escolhido para ser único

poderia espalhar a semente de Avraham por todas as nações

beneficiando-as com um pacto que não era delas (dos gentios) e

com promessas que não lhe foram feitas. Assim foi Efraym

misturado a outros povos enxertando-os com a zerah (semente) de

Avraham para que viesse a se tornar o melo há goym (a plenitude

dos gentios). Tudo estava profetizado e determinado por Adonay

para que fosse cumprida a promessa:

“Visto que Avraham certamente está para ser le`goy gadol (grande

povo) e poderoso, vêni`berechú bo kol goy hááretz (e por meio dele

serão benditos todos os gentios da terra).” Gênesis 18:18.

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80 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

E exatamente por essa razão que Shaul depois de perguntar:

“Porventura tropeçaram de modo que caíssem?” responde: “De

maneira nenhuma, antes pelo seu tropeço veio a salvação aos

gentios, para os incitar à ciúmes.” Romanos 9:11.

Logo se há uma

coisa que deveria ser clara

é que Israel, apesar de sua

imensa apostasia não

tropeçou para que caísse,

mas teve seus olhos

escurecidos e suas pernas

encurvadas pelo próprio

Criador para que dessa

maneira especial

pudessem ser os gentios

conduzidos ao pacto feito

com Avraham e com sua

semente. Também deve

ser claro que esta queda,

ou endurecimento sobre

Israel nunca foi completa e

nem é total e nem pode

ser desvinculada das

profecias que já temos

estudado.

Não se pode

esquecer que outra

previsão estava

diretamente relacionada

tanto com Efraym, o caçula

de Yosef, como com

Menasche, o seu filho mais

velho. Eles deviam se

multiplicar como peixes no

meio da terra.

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Areia na Praia. Pter Kratochvil. Public Domain

Pictures http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=147&picture=areia-na-praia

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81 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Isso ficou visivelmente ilustrado através do nascimento e

nomes que Hoshea deu a seus três filhos gerados de sua esposa

Gomer, a filha de Diblaim. Como sabemos o primeiro foi um menino

Yizreel, o segundo uma menina Lo-Chuamá (Não Compadecida) e o

derradeiro foi um filho, Lo-Ami (Não Meu Povo). Por esses três

filhos o Eterno prometia vingar o sangue que Yehú em seu excesso

de zelo pela verdade derramou precipitadamente no vale de Yisreel,

não se compadecer mais da Casa de Israel tratando-a como a Lo-

Chuamá ou não compadecida, mas apenas da Casa de Yehudá e

finalmente fazer temporariamente de Israel o Lo-Ami, o não meu

povo.

Ou seja, a aliança foi quebrada só em parte. As Escrituras

mostram que o Eterno não se separou da Casa de Yehudá e que

embora Yehudáh o tenha deixado, Yah não outorgou a ela a carta

de divórcio, o Get pela qual pudesse ficar livre dos pactos feito no

Sinai e em Moav. 7

Esse divórcio é somente em relação à Casa de Israel, e é isso

que explica que 700 anos depois do exílio de Israel e 600 anos

depois do exílio de Yehudáh, o maior de todos os profetas nasce em

Beit Lechem (casa do Pão), nos limites da terra de Yehudáh, dentro

da tribo de Yehudáh e da semente de David. Bem o Eterno é

sumamente claro em demonstrar que não abandonou a Yehudáh.

“E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha. E YHWH disse a

Hoshea: Põe-lhe o nome de Lo-Chuama; porque não tornarei mais a

compadecer-me da casa de Israel, nem a perdoar-lhe de maneira alguma.

Mas da casa se Yehudáh me compadecerei, e os salvarei por YHWH seu

Elohim, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra,

nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.” Hoshea/Os 1:6-7.

7 Faz-se aqui referência ao fato de que Adonay não celebrou um único pacto com Israel no Sinai como muitos supõem. (Shemot/Ex 24:1-18,

34:28). Aquele pacto sancionado com o sangue da novilha ficou inutilizado pela infidelidade do povo ao adorar o bezerro de ouro. Ato seguido a isso Moshe quebrou as tábuas contendo as Asseret há Devarim (as dez palavras) popularmente conhecidas como dez mandamentos. Um povo pecador como aquele não podia viver por uma lei tão estrita (embora santa, justa e boa), e assim novos mandamentos lhe foram acrescentados,

inclusive o que ordena um dia por ano para gemer por seus pecados e confessá-los a fim de alcançar perdão. Isso requereu a celebração de uma segunda aliança em Moav. (Devarim/Dt 29:1-9). Essa aliança foi feita pouco antes da entrada na Terra da Promessa, e não há indícios claros de que haja sido derramado sangue para sancioná-la tal como ocorreu na primeira vez. Sou de opinião que o sangue dessa segunda aliança é o sangue de Yeshua. Quando ele retornar então sim será realizada a aliança prometida segundo a qual Israel já não mais necessitará

de perdão por que não mais pecará. Não mais necessitará de um intercessor por que falará diretamente com Elohim e terá méritos para isso. Não necessitará de um Salvador por que já estará salvo. Não mais necessitará de ensinadores, por que todos conhecerão a Adonay. (Yirmiahú/Jr 31:31-34). No presente aguardamos esta nova aliança enquanto a aliança de Moav envelhece por nossa incapacidade de a cumprirmos.

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Como resultado a Casa de Israel passa a ser a Lo-Ami, Não

Meu Povo. O Eterno corta assim sua ligação com ela, não a

considera mais como sua, não envia mais profetas a ela, não permite

que retorne mais à sua terra, não a restringe mais pela sua Torah.

Israel está, pois abandonada, solta entre os gentios e destinada a ser

assimilada por eles. Mas descobre-se que em meio a esse severo

juízo, que bem pode ser chamado de o Get Yah le`Bet Israel

(Divórcio de Yah Para a Casa de Israel), há uma benção, a benção da

multiplicação para que esta Casa uma vez despedida se enriqueça

de muitos filhos s se volte para ele dentre as nações como uma

multidão incontável como a areia do mar.

“Ora depois de haver desmamado a Lo-Chuama, concebeu e deu à luz

um filho. E YHWH disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu

povo, nem sou eu vosso Elohim. Todavia o número dos filhos de Israel será

como a areia do mar, que não pode ser medida nem contada; e no lugar onde

se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois os filhos do Elohim

vivo. E os filhos de Yehudáh e os filhos de Israel juntos se congregarão, e

constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; pois grande será o dia

de Yizreel.” Hoshea 1:8-11.

Este é o mesmo episódio representado pelo profeta Yzchekiel

quando o Eterno lhe ordena que tome em suas mãos duas varas e as

exiba por separado diante do povo a fim de que esse curioso lhe

interrogasse o que estava fazendo, e qual o sentido de sua ação,

para logo ele lhes explicar conduzido pela ruach há kodesh que o

objetivo de tal ato era indicar que nos últimos dias as duas casas de

Israel seriam reunidas de novo sob o estandarte do Maschiach.

A família de Yakov está destinada à reconciliação. Yehudá e

Yosef alimentam uma rivalidade histórica que vem desde a

adolescência de seus patriarcas. Quem não se recorda do momento

em que Yehudáh conspira junto com seus irmãos para matar Yosef

até que lhe ocorre uma ideia mais aprazível, vendê-lo como escravo,

ganhar umas moedas de prata com ele, e desfazer-se daquele que

por seus sonhos imaginava-se predestinado a ser maior que todos

eles? Sim a história é muito familiar, mas no final Yosef se torna

mais poderoso que Yehudáh e eles têm de se enfrentar face a face

para discutir o destino de Bynyamin.

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83 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Ali estão os irmãos

assistindo as arengas entre

dois rivais em torno do

destino a ser dado ao

suposto ladrão do copo de

adivinhações do Governador

que então apenas conheciam

como Sefanat-Paneach e que

não reconheciam como seu

irmão. Sim, por longos

séculos os judeus não

reconhecem seu irmão Yosef

espalhado entre as nações.

Nem mesmo quando este se

aproxima de sua fé, lê sua

bíblia, estuda sua língua

sagrada, reverencia seus

profetas e ama seus

patriarcas.

Como nos primeiros

dias a Casa de Yehudáh ainda

vê em seu irmão Efraim

apenas um “egípcio” no

máximo tentando imitar seus

modos.

No entanto, como no

passado Yosef salvou sua

família, trazendo-a de uma

terra inóspita e sem proteção

para o refúgio de uma nação

poderosa então sob seu

governo, assim Efraim

recebeu nos Estados Unidos

a 2 milhões de judeus entre

1881 e 1924.

Como no passado Yosef

salvou sua família,

trazendo-a de uma terra

inóspita e sem proteção para

o refúgio de uma nação

poderosa então sob seu

governo, assim Efraim

recebeu nos Estados Unidos a

2 milhões de judeus fugidos

dos pogroms da Rússia entre

1881 e 1924.

Nesse cartão comemorativo de Rosh

Hashana do começo da década de

1900, judeus russos, com malas na

mão, observam seus parentes

americanos acenando-os para que

venham aos Estados Unidos. Mais de

dois milhões de judeus fugiram

dos pogroms do Império Russo para

a segurança dos EUA entre 1.881 e

1.924.

FFoonnttee WWiikkiippeeddiiaa –– AA EEnncciiccooppééddiiaa LLiivvrree.. DDoommíínniioo PPúúbblliiccoo..

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84 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Efraym e Yehudá ainda não estão plenamente reconciliados, e

por vezes, como se verá, os filhos de Yosef estão entre os mais

acérrimos inimigos do Estado de Israel, especialmente no Oriente

Próximo. Mas como no cartão postal de 1900 onde judeus

americanos acenam para judeus russos sob a proteção da águia

americana essa reconciliação já começou e irá em aumento até que

sejam um só povo. A profecia marca esse momento de forma clara

quando diz:

“E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os adversários de Judá serão

desarraigados; Efraim não invejará a Judá, e Judá não oprimirá a

Efraim.”Yeshayahú/Is 11:13.

Pelo menos essa reconciliação poder ser notada num dos

braços de Efraim, os Estados Unidos que usaram várias ocasiões para

demonstrar que estão com Israel a começar pelo acolhimento que

deram aos judeus sefarditas que deixavam as terras alemãs,

holandesas e britânicas ainda nos séculos XVII e XIV. Logo depois

vieram a apoiar com todas as suas forças políticas a partilha da

Palestina decidida naquela histórica sessão Assembleia Geral das

Nações Unidas presidida pelo gaúcho Osvaldo Aranha em 29 de

novembro de 1947 e que resultou no nascimento de Israel em 1948.

Ignorem ou não os judeus, o mundo sabe que se o Presidente

Harry Truman não tivesse exercido a pressão necessária à partilha

que terminou dando origem ao Estado de Israel proclamado na

meia noite de 14 de maio de 1948 e reconhecido pelo Governo dos

Estados Unidos à meia noite e onze minutos não teria sido

aprovada. De lá para cá, Yosef, o grande irmão do ocidente tem

ajudado Yehudáh com todas as suas forças fazendo do Medinat

Yisrael (Estado de Israel) o destinatário da maior parte de toda a

ajuda externa americana.8

8 De 1949 quando os Estados Unidos reconheceram Israel de Jure, ou de fato, até o ano 2010 a ajuda norte-americana ao país

ultrapassa os 109 bilhões de dólares sem incluir a atualização monetária (inflação). Esta é a ajuda direta, no entanto os custos da ajuda indireta, somando-se as guerras, as armas não vendidas aos árabes para não desequilibrar o poder no Oriente Médio, os custos com o petróleo que aumentaram devido ao apoio americano a Israel e tudo o mais ultrapassam os 3 trilhões de dólares.

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85 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Assim, enquanto

Efraim se multiplica por

todos os lados, também

as diferenças que separam

judeus e gentios, Efraim e

Yehudáh diminuem sob o

impacto da melhor

compreensão das

profecias o que pode ser

melhor avaliado em nosso

capítulo Sionismo Cristão

– Yosef Abraça e Salva a

Yehudáh. No entanto, a

pesca milagrosa avançará

até que todos os

verdadeiros peixes

multiplicados no meio da

terra sejam trazidos de

volta pela rede da

bessorat, ainda que nem

todos os peixes sejam

bons. Yeshua como

qualquer judeu conhecia

as leis de kashrut que

definem qual o tipo de

peixe que é bom para o

consumo e qual aquele

que não é. Ele usou isso

para representar os que

são pescados pela

bessorat.

Da mesma forma quando um reprovado é enredado pelas

malhas da rede do evangelho não importa o que se faça o único que

se pode dizer é: “Aquele que é injusto, continue sendo injusto;

e aquele que é imundo, continue sendo imundo.” Apocalipse 22:11.

O destino dos vasos da ira é sempre a imundície.

A rede de pesca que apanha

uma traíra (Hoplias

malabaricus) é a mesma que

apanha um bagre (Liposarcus

multiradiatus). Assim, se dá

também com a bessorat que

apanha tanto aqueles que são

eleitos como também os que são

reprovados.

Traíra, Hoplias malabaricus from Pelotas River, Rio Grande do Sul, Brazil, Cláudio D. Timm, Wikimedia Commons. 2.0.

Cascudo (Pterygoplichthys multiradiatus), Staszek

Szybki Jest,

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86 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

A rede de pesca que apanha uma traíra (Hoplias malabaricus) é

também a rede que apanha um bagre (Liposarcus multiradiatus).

Assim, se dá também com a bessorat que apanha tanto aqueles que

são eleitos como também os reprovados.

Os peixes bons são tanto os descendentes de Yakov como os

goym nele enxertados e que foram eleitos para a kovd olam (glória

eterna) e os peixes maus são os mesmos homens que estão

destinados por suas maldades à danação e ira perpétua.

“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que

apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a

rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam

fora os que não prestam. Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos

virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus

na fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes.” Matytyahú/Mt

23:47-50.

A pregação da bessorat encontra filhos de Israel de todas as

estirpes. Assim temos no Paquistão e Afeganistão os Pashtum que

declaram ser filhos de Israel e não obstantes odeiam aos judeus,

odeiam a bessorat, odeiam o Yeshua revelado nas Escrituras. Nada

disso deveria nos impressionar, tanto por que o tempo da grande

colheita ainda não chegou como também por que nem todos os

filhos da carne são filhos da promessa.

Yishmael não era o filho da promessa de Avraham, mas

Ytzchak e Esav não era o filho da benção de Ytzchak e Rivika, mas

Yakov. Logo a redenção não se considera por direito de sangue,

ainda que Israel é a nação eleita, o povo adquirido e o sacerdórcio

real. Já Shaul dizia que a palavra de Elohim não falhou apesar da

resistência de alguns, pois nem todos os de Israel são israelitas.

“Não que a palavra de Elohim haja faltado, porque nem todos os

que são de Israel são israelitas; Nem por serem descendência de

Avraham são todos filhos; mas: Em Ytzchak será chamada a tua

descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Elohim,

mas os filhos da promessa são contados como descendência.”

Romanos 9:6-8

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87 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Quem quer que estude a história de Israel e do judaísmo

saberá que ao longo do tempo, além dos perversos da própria

nação, o povo judeu agregou muitos que vieram ao judaísmo, não

por verdadeira conversão, mas por interesses escusos ou por

pressão das armas, como quando centenas de milhares de edomitas

engrossaram subitamente o judaísmo ou quando tribos árabes se

converteram antes da era islâmica. Em ambos os casos descendentes

de povos hostis a Israel.

Quantos deles existem ainda hoje dentro do judaísmo não se

sabe, e quantos deles contribuíram para que o judaísmo seja esse

sistema moribundo não se sabe, mas é provável que sejam muitos

judeus sejam filhos de Edom. Por esse motivo urge entendermos

que o Eterno separa uma parte de Israel, o remanescente, e que essa

parte se há de revelar nos acharit yoamim como a benção do

mundo. Esse será nosso próximo tópico.

Por agora não nos esqueçamos que Israel continuará

crescendo através de Efraim e Manasses como peixes para a grande

pescaria de Yah e seu reino eterno a ser estabelecido nesse mundo,

sobre os montes de Israel.

No entanto, ainda que o foco da presente mensagem seja a

Casa de Efraim perdida entre os gentios nosso estudo não estaria

completo a menos que abordasse a presença da Casa de Yehudá no

Brasil onde alguns judeus se destacam veementemente no cenário

nacional como Silvio Santos, Samuel Klein, Boris Casoy, William

Boner, Tarso Genro, Jaques Wagner, Renata Sorrah, Luciano Szafir,

Luciano Huck e Sérgio Groisman entre outros. Nomes que mostram

que mesmo a Casa de Yehudáh, pequeníssima comparada a Efraim

marca sua visível presença em todos os setores da vida nacional,

seja nos negócios, na política, no entretenimento, nas artes, na

musica, na literatura ou no jornalismo. Os judeus que praticamente

fundaram essa nação continuam a estabelecê-la, trabalhando para

torná-la mais rica, pluralista e honrada. A esmagadora maioria como

judeus anônimos, cristãos de carteirinha, católicos, protestantes ou

espíritas que desconhecem suas raízes e sua honrada origem.

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88 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Nos referimos aos benei anusim ou filhos forçados da Casa de

Israel, mais precisamente da Casa de Judá cujos antepassados a mais

de 20 gerações foram obrigados por um decreto real de Dom

Manuel datado de março de 1497 que primeiro expulsava os judeus

de Portugal para pressioná-los e logo decreta a conversão forçada

de todos os judeus e dos poucos mouros (muçulmanos) que ainda

havia no país num prazo de dez meses.

Nascia assim em 1498, apensas dois anos antes da descoberta

do Brasil um novo conceito, o dos cristãos novos para os destacar

dos católicos antigos, os cristãos velho.

Assim os judeus foram levados a abandonar a fé de seus pais e

a abraçar a fé dos lusitanos, que por sua vez séculos antes haviam

sido forçados a abraçar a dos romanos, que era então um misto de

judaísmo e paganismo que atendia pelo nome de catolicismo

romano.

Pouco depois as caravelas singrariam por mares nunca dantes

navegados. A bordo das caravelas chegaram ao Brasil os primeiros

judeus portugueses, então chamados de cristãos novos como

Gaspar da Gama (1444-1520), um dos comandantes da Esquadra

que descobriu o Brasil. Gaspar da Gama, o primeiro judeu a tocar o

solo brasileiro e Fernão de Noronha o primeiro donatário de terras a

explorar o Brasil.

Sabe-se à muito tempo, embora isso não tenha recebido a

divulgação que merece, que o primeiro judeu a pisar o solo

brasileiro deve ter sido Gaspar da Gama (1444-1520) comandante da

nau de suprimentos da esquadra de Cabral. Segundo João de Barros

(1496-1570), historiador português, o próprio Gaspar lhe havia

contado que sua família havia sido expulsa de Poznan na Polônia

por ser judia uma informação confirmada também pelo historiador e

humanista português Damião de Góis (1502-1574). Outro judeu a vir

com Cabral foi Gaspar de Lemos cujo história foi estudada

detidamente por Elias Lipner (1916-1998) um estudioso judeu

nascido na Besarabia que viveu em Portugal e morreu em Israel e

que resgatou a memória judaica de muitos cristãos novos.

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89 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Entre estes judeus cuja

memória foi resgatada por

Lipnser está Gaspar de

Lemos, um dos 13

comandantes de Cabral e

que voltaria ao Brasil

descobrindo a Bahia de

Todos os Santos em 1 de

novembro de 1501 e a Bahia

da Guanabara em 1 de

janeiro de 1502, além de

Angra dos Reis e da Ilha de

São Vicente pouco tempo

depois.

Portanto se há um

nome que se inscreve com

força no marranismo desse

país é o dos Lemos. Outro

cristão novo – como então

eram chamados os judeus

recém convertidos ao

catolicismo – que viria a

aportar ao Brasil foi João

Ramalho 1493-1580. Famoso

pela sua facilidade em se

relacionar com os índios,

mais especialmente com as

índias com quem teve

muitos filhos.

João Ramalho e seus

filhos mamelucos (mestiços

de branco com índio) se

dedicaram ao tráfico de

escravos índios capturados

nas selvas brasileiras.

A bordo das caravelas

chegaram ao Brasil os

primeiros judeus

portugueses, então

chamados de cristãos

novos como Gaspar da

Gama (1444-1520), um

dos comandantes da

Esquadra que descobriu o

Brasil. Gaspar da Gama

foi assim o primeiro judeu

a tocar o solo brasileiro e

Fernão de Noronha o

primeiro donatário de

terras do Brasil.

Caravela Vera Cruz no rio Tejo, nas comemorações dos 150 Anos da Associação Naval de Lisboa navegando no Tejo, Lopo Pizarro, Wikimedia Commons 3.0.

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90 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

A eles se juntaram o cristão novo Fernando de Noronha, que

representava o banqueiro Jakob Fugger (1459-1525), um dos

homens mais ricos da Europa, e que por isso conseguiu do Rei de

Portugal juntamente com outros cristãos novos influentes a

autorização para explorar a madeira do Brasil. Em 1506 eles

aportavam a Lisboa com 5.000 toras de pau-brasil, escravos,

principalmente mulheres índias e animais exóticos que lhes

renderam lucros quadruplicados comparados aos gastos da viagem

e que terminaram atraindo outros cristãos novos para a Colônia.

A esperança deles é que no Brasil, longe dos olhares da igreja

pudessem praticar algum tipo de judaísmo, ainda que não tão

escancarado como aquele que praticavam antes de 1498. Eles

tinham razão de sobra para isso, primeiro por uma questão de

lealdade à religião de seus pais e de seu povo e segundo pelo medo

que nutriam como cristãos novos já que o Reino que os convertera à

força estava longe de lhes garantir segurança na própria capital do

país como atestam o massacre ocorrido durante os festejos da

Páscoa de 1506.9

Assim, muitos judeus aproveitaram a oportunidade que os

bons ventos lhes davam e vinham ao Brasil junto de cristãos novos

que gozavam de grande influência diante do Reino.

9 Conhecido como o Massacre de Lisboa de 1506 ou Pogrom de Lisboa foi uma explosão de cólera popular estimulada por frades dominicanos iniciada a 19 de Abril de 1506 quando cristãos velhos (Portugueses) e novos (judeus) rezavam no Convento de São Domingos de Lisboa clamando pelo fim da seca e da peste que então castigava Portugal e ceifava vidas. Um dos fiéis jurava ter visto no altar o rosto do Cristo Iluminado enquanto um cristão novo tentava explicar que isso era apenas um fenômeno produzido pelos raios do sol. A multidão o calou e o cristão novo foi espancado até a morte. A partir daí os frades dominicanos garantiram que quem matasse judeus receberia a penitência dos pecados dos últimos 100 dias. Cerca de 500 marinheiros da Holanda e da Zelândia ludibriados por essa imunda proposta se envolveram nos mais horrendos crimes. Homens, mulheres e crianças foram torturados, violentados e queimados em fogueiras erguidas no Rossio, o mesmo lugar que seria arrasado 250 anos depois pelo violento Terremoto de Lisboa. O Massacre não foi uma iniciativa do Estado, cuja corte estava nos Abrantes, e nem de toda a igreja, tendo muitos cristãos velhos acolhido em suas casas os judeus durante os três dias do massacre. Finalmente os revoltosos mataram um militar por engano, um cristão novo que não era judeu e que era escudeiro do rei, o que fez com que as tropas reais pusessem fim aos massacres. Logo o rei confiscou os bens dos envolvidos e mandou enforcar os dominicanos que haviam promovido tal insanidade. A justiça tinha sido feita, mas o antissemitismo se instalou no reino de tal forma que veio a dar origem ao Tribunal do Santo Ofício que funcionou de 1540 a 1821, e que foi responsável pela infame inquisição portuguesa.

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Não há, pois, dúvidas de que com as caravelas chegaram ao

Brasil não apenas portugueses, como costumeiramente se pensa,

mas centenas de judeus portugueses, os cristãos novos, por vezes

chamados de marranos (porcos em espanhol) uma alusão ao fato de

que não eram cristãos de verdade como os demais católicos de

origem não judaica, os cristãos velhos.

Visto não raro com desconfiança, e por vezes denunciados, os

cristãos novos enfrentavam o desafio constante de buscar o poder e

a riqueza para se proteger enquanto eram alvo cobiça de cristãos

velhos prontos a lhes cerrar o caminho. Um exemplo disso é o que

aconteceu com Branca Dias (1515-1558) cujo processo no Tribunal

do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa é o de número 5736 onde

figura como filha de Afonso e Violante Dias.

Sendo acusada de judaísmo, Branca Dias foi condenada em

1544 a abjuração pública da fé judaica e a dois anos de cárcere e

hábito penitencial que não cumpriu na totalidade, talvez por ter

filhos pequenos. Pouco depois veio para o Brasil.

No entanto, Branca Dias continuou ao que parece a praticar o

judaísmo às escondidas já que numa visitação do Santo Ofício, sua

filha Beatriz Fernandes, residente em Pernambuco foi presa em

Olinda em 1595 e acusada de judaísmo condenada à auto de fé,

abjuração, cárcere e hábito penitencial perpétuo e confisco dos

bens. Assim viviam os judeus entre Yeshua e Moshe, entre o

cristianismo forçado e o judaísmo herdados dos pais.

Longe de qualquer perseguição, e com origem judaica

normalmente ignorada, por ter entrado pra a Companhia de Jesus, o

braço mais ímpio e perseguidor da igreja, mas apesar disso mais do

que confirmada, o Padre José de Anchieta (1534-1597), fundador de

São Paulo era filho da cristã nova Mência Dias de Clavijo e Larena e

neto de Sebastião de Larena judeu converso do reino de Castela.

Este é um dos muitos casos de cristãos de passado judaico que

acabaram contribuindo na formação do Brasil.

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92 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Judeus Entre a Conversão à uma nova fé Como

Cristãos Novos e a Morte

Massacrados e perseguidos como ocorreu no Célebre

Massacre de Lisboa (1506) não restou mais nada aos

judeus que abraçarem a fé católica sendo então chamados

preconceituosamente de marranos por seus adversários,

cristãos novos por outros ou “batizados em pé” pelos seus

amigos e admiradores.

Entre estes admiradores, o seu maior defensor, o Padre

José de Anchieta (1534-1597), fundador da cidade de São

Paulo, o primeiro padre brasileiro, ele mesmo neto de

judeu e filho de mãe judia que apesar de devotado católico

jamais deixou de pleitear tanto ante a Igreja como ante o

Estado contra a inquisição e a favor de seus irmãos. Ao

abraçarem essa fé, para se protegerem adotaram nomes

comuns aos cristãos ou que os identificassem entre eles

apagando seu passado judaico.

Homenagem aos Judeus em Lisboa – Evangelho nas Selvas, 1893, Benedito Calixto (1853-1927), Wikipedia, Massacre de 1506, SergioPT, Domínio Público

Wikimedia Commons 3.0.

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93 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Raposo Tavares

(1598-1659), o

bandeirante que deu

cabo dos jesuítas

espanhóis e destruiu-

lhes as missões

alegando que o fazia

em nome da Lei de

Moisés foi um dos filhos

de judeus perseguidos

pela inquisição. Já no

início do século XVII

com o Brasil sendo

colonizado e explorado

por causa de suas

riquezas e pela

produção da madeira e

especialmente do

açúcar, Portugal

precisava de homens

que fincassem as

bandeiras do império

no interior do imenso

território.

Coube essa tarefa a Antônio Raposo Tavares, filho dos cristãos

novos Fernão Vieira Tavares e Francisca Pinheiro da Costa Bravo

nascido no Distrito de Beja em Portugal e morto em São Paulo.

Raposo Tavares chegou ao Brasil em 1618.

Com a morte do pai organizou os Bandeirantes que partiram

em direção ao interior atacando os postos avançados dos jesuítas,

queimando igrejas e escravizando índios catequizados por estes.

Sua origem judaica falou mais alto quando o Rei autorizou a

perseguição aos jesuítas espanhóis que lhe haviam desgraçado a

família.

Raposo Tavares (1598-

1659), o bandeirante que

deu cabo dos jesuítas

espanhóis e destruiu-lhes as

missões alegando que o

fazia em nome da Lei de

Moisés foi um dos filhos de

judeus perseguidos pela

inquisição.

Périplo Máximo de Antônio Raposo Tavares, Teodoro Braga, Wikipedia, Domínio Pùblico.

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94 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Questionado uma vez sob a autoridade em que fazia aquilo

confessou seu amor ao judaísmo dizendo que o fazia sob a

autoridade da lei de Moisés. Mas ele não foi o único a se empenhar

na luta autorizada contra os jesuítas, arqui-inimigos dos judeus e

comandantes da maldita “santa inquisição”.

Outros bandeirantes ou eram judeus ou geraram filhos judeus

ao casarem-se com cristãs novas este é o caso de Belchior Dias

Carneiro (1560?-1608), André Fernandes (1578-1644), Manoel Pires

(1600-1659), Fernão Dias Pães Leme (1608-1681), Amador Bueno da

Veiga (1650-1719), Jerônimo Pedroso de Barros (1684-1759).

Todos eles se bateram para reduzir a nada as reduções, como

eram chamados os assentamentos jesuíticos que se espalhavam do

Paraná ao Rio Grande do sul, dominados por clérigos espanhóis na

sua maioria. Usando o aparelho do Estado os judeus assestaram

violento golpe no setor da igreja que mais lhes era contrário e

conseguiram impedir que a Inquisição tivesse sede no Brasil.

No entanto a inquisição acabou se fortalecendo, apesar de

limitada apenas a visitações do Santo Ofício que jamais chegou a ter

tribunal no Brasil. No século XVIII atentava contra a dignidade de

António José da Silva (1705-1739), que preso em 1739 juntamente

com sua mãe e sua prima a judia Leonor de Carvalho, a quem

tomara por mulher, acabou sendo garrotado, medida de

misericórdia aplicada pela igreja que permitia ao réu condenado por

heresia ser morto de forma mais rápida quebrando-lhe o pescoço

ou sufocando-lhe antes que seu corpo fosse arremessado às

chamas, desde que ele decidisse morrer católico.

Sua mãe e esposa seriam libertadas, mas a esposa morreria

logo depois de presenciar a cruel e desumana execução de seu

esposo, cujo único ato de piedade por decidir morrer na fé católica

foi ser submetido ao garrote antes de ser devorado pelas chamas da

“santa inquisição”, liderada pela “santa madre igreja”, que supunha

assim ter-lhe salvo a alma do inferno.

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95 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

A citação nominal destes cristãos novos, apenas alguns

dentre centenas, demonstram o quanto a casa de Judá se imiscuiu

no Brasil, e ao mesmo tempo explica por que nosso país se volta

cada vez mais em direção ao protestantismo, forma primogênita da

restauração, por que cerca de 2 milhões de seus filhos abraçaram o

shabat e abandonaram os manjares imundos, mas principalmente

por que se multiplicam aqui os ministérios judaico de restauração.

Se existe um país no mundo onde imperam nomes usados

comprovadamente por judeus, esse país é o Brasil. Isso pode ser

facilmente constatável tomando-se os sobrenomes sefarditas mais

conhecidos e confrontando-a com uma lista telefônica de qualquer

estado ou região do Brasil. Alertamos para o fato de que possuir um

nome usado por judeus sefarditas ou por marranos (cristãos novos)

não significa automaticamente que haja um passado judaico na

família, mas isso é uma evidência que não pode ser descartada e

que deve ser usada por aqueles que amam a restauração.

A lista que inclui centenas de nomes muito mais que comuns

no Brasil deve ser vista como um instrumento que se junta na

pesquisa a sua ancestralidade a outros dados como costumes, traços

culturais, tradições e evidência de cripito judaísmo conservadas no

passado. Partindo desse princípio pesquisei durante vários dias um

site de listas telefônicas eletrônicas10 disponíveis na internet e me

surpreendi com os resultados ao constatar que há quase 26 milhões

de sobrenomes sefarditas que figuram como titulares entre os cerca

de 31 milhões de telefones em serviço apurados pela Anatel. Isso

significa que há nas linhas telefônicas cerca de 62 milhões se

sobrenomes considerando-se a média de dois sobrenomes por

pessoa.11

10 A página pesquisada foi a da Telelistas Net: http://www.telelistas.net/ 11 Em média o brasileiro tem dois sobrenomes, um deles indicador de sua ascendência materna e outro de sua ascendência paterna, como no meu caso em que sou Barboza da Silva, ainda que em casos atípicos um nome completo pode incluir três sobrenomes como em Antônio Alves Freitas Barboza ou muito raramente quatro sobrenomes como em Helena Toledo Martins de Oliveira Silva. No entanto, estes casos raros se compensam quando ambos os pais tem o mesmo sobrenome e o registrando termina tendo apenas um sobrenome como em Antônio Silva, por exemplo.

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Considerando ainda que no Brasil há uma média de 6,16

pessoas por telefone fixo em operação basta multiplicar 26 por 6,16

para se chegar a soma de cerca de 160 milhões de sobrenomes

sefarditas. Dividido esse valor pela média de dois sobrenomes por

pessoa o número estimado de brasileiros com nome comum aos

judeus sefarditas do presente ou da época da inquisição é de no

mínimo 80 milhões, isso quando um brasileiro não é Silva Ikeda, por

exemplo, caso em que o nome sefardita não necessita nenhuma

redução estatística. Se esse for o caso pelo menos 42% dos

brasileiros são de origem judaica, já que apenas 35 nomes reúnem

mais de cem milhões de ocorrências. Se seu nome surgir na lista

isso pode ser um indício senão final pelo menos inicial de sua raiz

hebraica.12

Cerca de 70% dos cerca de 5 mil nomes sefarditas buscados

não foram encontrados, mas apesar disso a pesquisa se revelou mais

do que produtiva. O fato de que 34,5% ou 1.829 dos nomes

sefarditas dessa longa lista tenham sido achados, se revelará uma

ferramenta importante não só na localização de possíveis

descendentes de bnei anusim no Brasil, mas na promoção da obra

da restauração onde a Casa de Yehudáh se demonstre mais

dominante. A pesquisa revelou ainda que o número de famílias

sefarditas é distribuído de forma muito irregular, mas há dezenas de

grupos com mais de um milhão de indivíduos. Quantitativamente a

pesquisa revela que os dez grupos mais importantes são os Silva

com 20,8 milhões, os Santos com 11,9, os Oliveira com 8,4, os

Souza com 6,9, os Pereira com 5, os Ferreira com 4,4, os Maria

com 4, os Rodrigues com 3,7, os Lima com 3,5 e os Costa com 3,2

milhões. Por outro lado os Azeda, os Montaro, os Rucomora, os

Torrones e os Yzidoro estão entre nomes com apenas seis pessoas.

Na lista a seguir os 35 nomes com mais de 1 milhão de indivíduos

calculados por amostragem das listas telefônicas.

12 Conquanto que os resultados não sejam finais já que não houve o cruzamento destes nomes com outros tendo o Brasil recebido milhares de imigrantes de outras etnias além dos portugueses e espanhóis, como japoneses, coreanos, escandinavos, holandeses, alemães, italianos, eslavos, lituanos e letões, entre muitos outros a soma de pelo menos 80 milhões de portadores de nomes sefarditas é perfeitamente adequada. Mas essa população pode chegar a 100 milhões e mesmo ultrapassá-la e muito, já que alguns historiadores afirmam que o Brasil recebeu a concorrência principalmente de cristãos novos.

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Recorde-se que o percentual de pessoas com nomes sefarditas

é bastante variável e fixá-lo depende muito do método utilizado.

Considerando-se os nomes levando em conta a variação ortográfica

os Silva são mais quase 11% de toda a população brasileira e de

longe o grupo mais importante. O menor grupo com mais de 1

milhão de indivíduos são os Cruz com 0,52% da população

brasileira. 13

No entanto, parece óbvio que algumas variações resultaram

de erros notariais que terminaram criando um novo braço para uma

família que na verdade é a mesma. Na contabilização estes fatores

não foram levados em conta, estando cada grupo por separado. 14

Por razões práticas, selecionei uma lista dos 182 nomes

sefarditas mais frequentes no Brasil, representado 10% do total dos

nomes pesquisados. Posteriormente a lista completa será editada

em nossa página. O gráfico que reúne apenas os 35 nomes

sefarditas com mais de 1 milhão de indivíduos no Brasil está longe

de ser completo, pois inclui menos de 2% de um universo de 1.829

nomes encontrados entre 5.300 nomes pesquisados, mas como

inclui os nomes mais difundidos no Brasil representa cerca de 111

milhões de calculados à partir de uma amostragem de 18,033

milhões de nomes encontrados nas listas telefônicas.

13 Com 20,87 milhões de indivíduos os Silva representam 10,94% dos 190 milhões de brasileiros seguidos dos Santos com 11,9 milhões (6,25%), dos Oliveira 8,4 milhões (4,43%), dos Souza 6,9 milhões (3,63%) dos Pereira 5 milhões (2,61%), dos Ferreira 4,4 milhões (2,29%), dos Maria 4 milhões (2,08), dos Rodrigues 3,7 milhões (1,94%), dos Lima com 3,5 milhões (1,82%), dos Costa 3,3 milhões (1,71%), dos Gomes 2,6 milhões (1,38%), dos Almeida 2,4 milhões (1,24%), dos Ribeiro 2,3 milhões (1,21%), dos Araújo 2,1 milhões (1,10%), dos Carvalho 2,08 milhões (1,08%), dos Martins 2,04 milhões (1,07%), dos Gonçalves 1,9 milhão (1,07%), dos Barbosa 1,8 milhão (0,94%), dos Lopes 1,73 milhão (0,90%), dos Soares 1,7 milhão (0,89%), dos Vieira 1,64 milhão (0,86%), dos Fernandes 1,6 milhão (0,84%), dos Dias 1,52 milhão (0,79%), dos Santo 1,44 milhão (0,75%), dos Sousa 1,43 milhão (0,75%), dos Andrade 1,29 milhão (0,67%), dos Moreira 1,15 milhão (0,60%), dos Freitas 1,4 milhão (059%), dos Rosa 1,1 milhão (0,57%), dos Machado 1,07 milhão (0,56%), dos Nunes 1,04 milhão (0,54%), dos Reis 1,02 milhão (0,53%) e os Cruz 1 milhão (0,52%).

14 Assim os 6,5 milhões de Souza deveriam formar um grupo com os 1,4 milhões de Sousa elevando o total para 7,9 milhões. Os 1,7 milhão Barbosa deveriam estar estatisticamente juntos aos 95 mil Barboza. Os 3,5 milhões de Rodrigues junto ao os 19 mil Rodriguez. Os 1,03 milhões de Rosa junto com os 16 mil Roza e os 650 Rozas. Os 1,4 milhões de Dias junto com os 7,2 mil Diaz. Os 2,5 milhões de Gomes junto aos 9,6 mil Gomez. O mesmo se dá com os 9,7 milhões de Oliveira que formariam um único grupo com os 23 mil Oliva, os 8 mil Olivera, os 3,5 mil Oliver, os 2,1 mil Olivares, os 273 Oliveros, os 82 Oliveria, os 23 Olivarez, os 17 Oliveyra e os 6 Olivos.Muitos outros casos se assemelham como os Vieira, os Viera e os VIeyra só por falar dos grupos mais numerosos.

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Os 182 Nomes Sefarditas Mais Comuns do Brasil por Ordem

Alfabética

A (13) Abreu Afonso Aguiar Almeida Alonso Alvarenga Amaral Andrade Antunes Araújo Ávila Azevedo

B (9) Barbosa Barboza Barros Bastos Borges Braga Brandão Brito Bueno

C (16) Camargo Campos Cardoso Carneiro Carvalho Castro Chaves Clemente Coelho Cordeiro Corrêa Correia Costa Coutinho Cruz Cunha

D (7) David De Paula

Dias Diniz Domingues Dourado Duarte

E (1) Esteves

F (12) Falcão Faria Farias Fernades Ferreira Figueira Flores Fonseca Franco Freire Freitas Furtado

G (8) Gabriel Galvão Gama Garcia Gomes Gonçalves Guedes Guerra

H (2) Henrique Henriques

J (2) Jacinto Jorge

L (9) Lara Leal Leão

Lemos Lima Lobo Lopes Lourenço Lucena

M (32) Macedo Machado Maia Marcos Maria Marques Martinez Martins Matos Mattos Mello Melo Mendes Mendonça Meneses Menezes Mercado Mesquita Miguel Miranda Monteiro Moraes Morais Moreira Moreno Mota Motta Moura Muller Munhoz Muniz

N (5) Navarro Netto Neves Nogueira Nunes

O (1) Oliveira

P (18) Pacheco Paes Paiva Paz Peixoto Penha Pereira Peres Perez Pessoa Pimenta Pimentel Pinheiro Pinto Pires Porto Prado

R (15) Rabelo Ramalho Ramos Rangel Rego Reis Resende Ribas Ribeiro Ricardo Rios Rodrigues Romero Rosa Ruiz

S (19) Sá Salgado Salvador Sampaio Sanches Santiago Santo Santos Saraiva Serra Silva Silveira Simão Simões Siqueira Soares Sobrinho Sousa Souza

T (6) Tavares Teixeira Teles Toledo Torres Trindade

V (10) Vale Valle Vargas Vaz Veiga Ventura Vicente Vidal Vieira Vilela

Os nomes dessa lista correspondem a 10% dos 1.829 nomes sefarditas pesquisados pelo autor e engloba 96,74% dos 159.726.029 nomes sefarditas encontrados nas telelistas.

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No entanto estes nomes são suficientes para indicar

claramente que um dos ramos da oliveira, a que representa a Casa

de Yehudáh brotou no Brasil com grande ímpeto e seus ramos se

espalham por toda a parte.

Como restam ainda mais de 1.700 nomes a serem relacionados

e publicá-los por inteiro num capítulo dedicado sobretudo à Casa de

Yehudáh tiraria o foco de nosso estudo, optei por publicar aqui,

numa lista aparte 10% dos nomes que estarão disponíveis na lista

completa. Ainda assim, esses 182 nomes representam 96,74% dos

brasileiros com nomes judaicos sefarditas, um universo de 159,7

milhões de nomes e pelo menos 80 milhões de pessoas.

São nomes que foram e ainda são empregados por judeus

sefarditas, tanto portugueses como espanhóis, os quais podem

denunciar um passado judaico por parte de seus portadores.

Se seu nome não estiver na lista, sua pesquisa ainda não

terminou, pois como foi dito acima, essa é uma lista resumida. Em

breve teremos uma lista completa com todos os nomes e a história

de alguns desses nomes figurantes nas listas de engenho, nos anais

da inquisição ou no período holandês de Pernambuco. Faltar-nos-ia

tempo para falar da Casa de Judá e da influência dela no Brasil e isso

fugiria ao escopo do presente trabalho, mas uma coisa é certa, os

judeus foram muito mais importantes na formação do Brasil colônia

e no legado genético de nosso povo do que até aqui tem sido

admitido. Recentemente pesquisa científica revelou que uma quinta

parte dos espanhóis e até um terço dos portugueses descendem de

judeus. 15

Muito mais que um Brasil português, italiano, alemão,

ucraniano ou japonês há um Brasil judaico pronto a se redescobrir. E

isso não é apenas uma apreciação romântica como muitos

imaginam. Pelo contrário, Yah cada vez mais desperta esse mundo.

15 Amostragem do DNA de 1140 homens colhida na Espanha e em Portugal que 19,8% dos habitantes da Península Ibérica são portadores de DNA judaico e que esse percentual chega a atingir 36% no sul de Portugal, pais que contribuiu como nenhum outro para a formação do DNA brasileiro.

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As implicações desses dados se projetados para o Brasil

podem revelar um país com um percentual muito, muito maior que

os supostos 0,005% ou 96.2000 judeus recenseados no Brasil e que

representam apenas 1 para cada 2.000 habitantes.

Se numa estimativa tímida apenas um em cada dez dos

190,732 milhões de brasileiros revelados pelo Censo do IBGE de

2010 for de ascendência judaica teremos 19,073 milhões de benei

anusim ou descendentes de judeus convertidos pela força da

inquisição.

Assim, para cada judeu reconhecido pela Agência Judaica

haveria outros 198 descendentes de judeus nesse país. A maioria

deles bons cristãos, não raro doutrinados por igrejas denunciadoras

do povo judeu e inimigas declaradas das práticas judaicas.

Naturalmente se projetarmos os dados de Portugal para o Brasil,

que são de até um terço da população teremos uma prevalência

muito maior do DNA judaico o que nos permite supor que entre 38

e 68 milhões de brasileiros podem ser descendentes de judeus.

Nenhum estudo com essa abrangência foi realizado até agora,

mas estudiosos afirmam com base em registros genealógicos que

no nordeste a presença do DNA judaico pode alcançar 70% de uma

população de 54 milhões de habitantes. E se isso se projetasse no

resto do Brasil chegaríamos a mais de 130 milhões de pessoas.

E o que pode ser verdade em relação ao Brasil também o será

em relação as ex-colônias da Espanha como México, Venezuela,

Colômbia, Perú, Bolívia, Paraguay ou Argentina, ainda que nosso

foco, por razões óbvias seja o Brasil. Veja que consideramos apenas

projeções relativas aos descendentes de judeus que pertencem

apenas à duas das doze tribos de Israel.

A população das dez tribos e particularmente de Eraim que

forma uma multidão de gentios é incalculável e sua soma deve

alcançar as centenas de milhões e talvez mesmo bilhões de pessoas.

Israel é o povo mais numeroso da terra. Precisa apenas se revelar.

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102 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo III MMuullttiipplliiqquueemm--ssee CCoommoo PPeeiixxeess nnoo MMeeiioo ddaa TTeerrrraa

Sim, Israel se multiplicou como as estrelas do céu que não

pode ser contada, como o pó da terra que não pode ser calculado,

como a areia que não pode ser medida e como peixes que não

podem ser quantificados. E se isso pode ser notado através do

globo também pode ser visto no Brasil onde os bnei anusim, ainda

que sendo parte da casa de Yeshudáh vieram a ser a coluna

fundamental de nossa anação, e onde imigrantes trazidos à força da

África, atraídos do Japão, ou vivendo nas selvas começam a

descobrir suas origens em Israel.

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