EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1 VARA CVEL DA COMARCA DE MARING ESTADO DO PARAN

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO ACRDO N ................ DA ........ CMARA CRIMINAL DO EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO .....................Autos n .........................MARCONDES, nacionalidade, estado civil, profisso, portador da cdula de identidade (RG) n ............................, inscrito no CPF/MF sob o n ...................................., residente e domiciliado na Rua\Av.\Trav. (Endereo Completo), por seu advogado infra assinado, inscrito na OAB/UF sob o n ......., com endereo profissional situado na Rua\Av.\Trav. (Endereo Completo), onde recebe intimaes, nos autos de Recurso de Apelao n ........, vem respeitosamente perante Vossa Excelncia, com fulcro no artigo 609, pargrafo nico, do Cdigo de Processo Penal, opor:

EMBARGOS INFRINGENTESContra o v. acrdo no unnime que no proveu o recurso interposto pela defesa.Requer, outrossim, seja o presente recurso recebido e processado, com as razes anexas.Termos em que,Pede e espera deferimento.

Campo Mouro/PR, 11 de Maro de 2015.WILLER DOS SANTOSOAB/PR N .............R A Z E S D E E M B A R G O S I N F R I N G E N T E SEmbargante: MARCONDESEmbargado: MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO ............Autos n:

EGRGIO TRIBUNAL,COLENDA CMARA,NOBRES JULGADORES,Impe-se os presentes EMBARGOS INFRINGENTES para que o voto vencido seja reconhecido, pelas razes adiante explicitadas:I. BREVE SNTESE FTICAO Embargante foi denunciado e processado pela prtica, em tese, do crime de furto, vez que, em data de .../..../...., subtraiu para si, na mercearia/mercado ..........., duas barras de chocolate, um pacote de po de forma e trs pacotes de salame italiano, avaliados em R$ 95,00 (noventa e cinco reais).Oferecida a denncia, esta foi devidamente recebida pelo Juzo da .... Vara Criminal da Comarca de ..............., que condenou o acusado, aps a regular instruo processual, a uma pena de 01 (um) ano de recluso, sendo-lhe concedido o benefcio do sursis. Contudo, inconformado com a r. sentena, o ru interps recurso de apelao, vindo o mesmo a ser improvido por este egrgio tribunal, consoante o v. acordo no-unnime de fls. ..../..... O voto vencido, proferido pelo eminente Desembargador ............, muito embora tenha inclinado-se pela condenao, reduziu o tempo de pena do acusado, ora embargante, para 8 (oito) meses, convertendo-se a pena privativa de liberdade para restritiva de direitos, tendo em vista o privilgio disposto pelo Art. 155, 2 do Cdigo Penal.O acrdo foi publicado aos 06 de Maro de 2015 (sexta-feira).

o breve relatrio.

II. DO DIREITONo voto vencido do venerando acrdo prolatado por esta Colenda Cmara, quando do julgamento do recurso de apelao interposto pela defesa, o Desembargador ...................................... explanou brilhantemente que: (DESCRIO DO VOTO DIVERGENTE).Desta forma, no restam dvidas que assiste razo ao eminente Desembargador em seu voto, pois, sendo o ru primrio e de pequeno valor a coisa furtada, cabvel a aplicao do privilgio previsto no 2 do art. 155 do Caderno Repressor, seno vejamos:Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:

Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.

2 - Se o criminoso primrio, e de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de recluso pela de deteno, diminu-la de um a dois teros, ou aplicar somente a pena de multa.

Neste sentido nossos Egrgios Tribunais tm o seguinte entendimento:APELAAO CRIMINAL FURTO SIMPLES - PRETENDIDA APLICAAO DO 2 DO ART. 155 DO CP (FURTO PRIVILEGIADO) - POSSIBILIDADE - REQUISITOS PRESENTES - AUSNCIA DE PREJUZO PARA A VTIMA - IRRELEVNCIA NO QUE SE REFERE APLICAAO DA BENESSE - COISA DE PEQUENO VALOR - INFERIOR AO SALRIO-MNIMO VIGENTE POCA - PRIMARIEDADE CONSTATADA - RECURSO PROVIDO. 1. A autoria e materialidade do crime esto devidamente fundamentadas nas provas testemunhais e periciais presentes nos autos, demonstrando a finalidade do acusado de praticar a atividade criminosa. 2. Para a aplicao do furto privilegiado, previsto no art. 155, 2, do CP, necessrio que ares furtivaseja de pequeno valor, via de regra, balizado pelo salrio-mnimo vigente poca do fato e que o ru no seja reincidente. Estando ausente um desses requisitos torna-se impossvel o reconhecimento do privilgio. Precedentes do STJ. 3. No presente caso, necessrio o reconhecimento do furto privilegiado, pois o ru reconhecidamente primrio e o valor da coisa furtada no excede o salrio-mnimo vigente poca do fato. 4. A condenao pelo furto simples contempla a aplicao da forma privilegiada, prevista no 2, do art. 155, do CP, ao contrrio das situaes em que alguma qualificadora se faz presente. 5. Recurso a que se d provimento, para reconhecer a forma privilegiada do furto em favor do ora apelado.

(TJ-ES - APR: 24089015192 ES 024089015192, Relator: SRGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONA, Data de Julgamento: 18/02/2009, PRIMEIRA CMARA CRIMINAL, Data de Publicao: 24/04/2009)

No caso em apreo, o embargante ru primrio, consoante Certido de Antecedentes Criminais de fl. ......, alm disso, os objetos da subtrao, quais seja, duas barras de chocolate, um pacote de po de forma e trs pacotes de salame, totalizando o valor de R$ 95,00 (noventa e cinco reais), valor este, inferior ao do salrio mnimo vigente.Corrobora para tal tese, o mestre GUILHERME DE SOUZA NUCCI, quando leciona:[...] concordamos plenamente com a corrente majoritria, que sustenta ser de pequeno valor a coisa que no ultrapassa quantia equivalente ao salrio mnimo.

Sendo assim, h que se reconhecer a aplicao do furto privilegiado em benefcio do embargante, uma vez estarem preenchidos todos os requisitos legais exigidos, quais sejam, bons antecedentes e res furtiva de pequeno valor. Sem nada mais a acrescentar, passa-se ao pedido.

III. DO PEDIDOAssim, diante todo o exposto, resta cristalino que o v. acrdo, ora combatido, h de ser reformado de acordo com as razes do voto divergente proferido pelo eminente desembargador ....................., a fim de reconhecer o furto privilegiado, diminuindo a pena ora imposta para 8 (oito) meses, e convertendo-a em pena restritiva de direitos, uma vez estarem preenchidos todos os requisitos legais exigidos pelo artigo 155, 2 do Cdigo Penal, para a concesso do benefcio.

Termos em que,Pede e espera deferimento.

Campo Mouro/PR, 11 de Maro de 2015.

WILLER DOS SANTOSOAB/UF n ...............5