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ADSEO QUE É (é muito diferente de uma seguradora privada
de seguros de saúde), QUAL A SUA SITUAÇÃO
ATUAL, E QUAIS SÃO OS SEUS
DESAFIOS FUTUROS
EUGÉNIO ROSA
Economista e membro do
Conselho Diretivo da ADSE eleito pelos representantes dos beneficiários no CGS
Envie os seus comentários para [email protected]
Mais informação disponível em www.eugeniorosa.com
ESTES SLIDES DESTINAM-SE
1- A TODOS AQUELES QUE TÊM A ADSE E QUEREM CONHECER COMO
FUNCIONA, QUAL É A SUA SITUAÇÃO ATUAL, E QUAIS SÃO OS SEUS
DESAFIOS FUTUROS (sustentabilidade e continuidade) E QUEREM A
MANTER E, POR ISSO, ESTÃO DISPONIVEIS PARA A DEFENDER
2- AOS DIRIGENTES E DELEGADOS DAS ORGANIZAÇÕES DOS
TRABALHADORES E DOS APOSENTADOS DA FUNÇÃO PÚBLICA QUE
TÊM COMO MISSÃO ESCLARECER E INFORMAR OS TRABALHADORES
E OS APOSENTADOS SOBRE A ADSE PARA QUE A DEFENDAM
3- E TAMBÉM A TODOS AQUELES TAMBÉM QUE, EMBORA NÃO SENDO
BENEFICIÁRIOS DA ADSE, ESTÃO INTERESSADOS EM CONHECER
COM VERDADE A ADSE POIS MUITOS FALAM DELA, EM PARTICULAR
NOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, SEM VERDADEIRAMENTE A
TEREM ESTUDADO E SEM A CONHECEREM
4-PROCURA-SE ATINGIR TODOS ESTES OBJETIVOS DE UMA FORMA
SINTÉTICA E ACESSSÍVEL, UTILIZANDO MUITAS VEZES A LINGUAGEM
FRIA, OBJETIVA E ESCLARECEDORA DOS NÚMEROS
A ADSE NÃO É UM PRIVILÉGIO DOS TRABALHADORES
E DOS APOSENTADOS DA FUNÇÃO PÚBLICA COMO POR
IGNORÂNCIA OU MÁ FÉ SE AFIRMA
1- Um dos ataques comuns aos trabalhadores da Função Pública é que eles são
uns privilegiados porque têm a ADSE. Este tipo de ataques só pode ter como
base a ignorância ou a má fé como vamos provar.
2- Em primeiro lugar a ADSE faz parte do Estatuto Laboral dos trabalhadores
das Administrações Públicas (Central, Local e Regional) e, como acontece
vários setores, o empregador tem responsabilidades. Por ex. no caso dos
bancários a banca contribui com cerca de 5% do valor dos salários para o
SAMS. Na CGD há uma situação semelhante. Na ADSE isso não acontece.
3- Contrariamente ao que muitas vezes se diz por má fé ou por ignorância
atualmente o Orçamento do Estado não transfere qualquer importância para a
ADSE. São fundamentalmente os descontos feitos nos salários dos
trabalhadores e nas pensões dos aposentados que financiam a ADSE. Em 2018,
os trabalhadores e os aposentados da Função Pública descontaram para a
ADSE 592 milhões € dos seus salários e pensões.
4- Portanto, os trabalhadores e os aposentados da Função Pública pagam
impostos como quaisquer portugueses, com os quais é também financiado o
SNS. E para além disso descontam para a ADSE 3,5% dos seus salários e
pensões, e o Orçamento do Estado não transfere nada para a ADSE.
Contrariamente ao que acontece com os outros portugueses pagam duplamente
a saúde. Afirmar, como muitos fazem, que são uns privilegiados por terem a
ADSE só por má fé ou ignorância e mais depois de informados e esclarecidos.
DIFERENTEMENTE DE UM SEGURO DE SAÚDE EM QUE TODOS PAGAM
INCLUINDO FAMILIARES , NA ADSE 40 EM CADA 100 BENEFICIÁRIOS
NÃO DESCONTAM NADA PARA A ADSE MAS TÊM OS MESMOS
DIREITOS (são os familiares e os isentos que em 2017 eram 379.153)
341.860 BENEFICIÁRIOS SÃO FAMILIARES DOS TRABALHADORES NO
ATIVO INSCRITOS NA ADSE QUE NÃO DESCONTAM NADA MAS TÊM OS
MESMOS DIREITOS. NUM SEGURO DE SAÚDE TERIAM DE PAGAR.
PORTANTO A ADSE É DIFERENTE DE UM SEGURO DE SAÚDE
NA ADSE , OS CUSTOS DE SAÚDE AUMENTAM 7,5 VEZES MAIS COM O
AUMENTO DA IDADE – dados de 2017 – MAS OS DESCONTOS DOS
TRABALHADORES E DOS APOSENTADOS PARA A ADSE NÃO AUMENTAM
NA ADSE, O DESCONTO EM EUROS POR BENEFICIÁRIO TITULAR AUMENTA ATÉ
À IDADE 60-64 ANOS, MAS DEPOIS DIMINUI EM EUROS (devido pensão ser inferior
ao salário). E A PARTIR DESSA IDADE OS CUSTOS COM SAÚDE SOBEM MUITO
Num seguro de saúde acontece o contrário: o premio aumenta com idade
DIFERENÇAS ENTRE A ADSE E UM SEGURO DE SAÚDE
• 1- Num seguro de saúde todos pagam uma importância chamada
premio, incluindo os familiares (por ex. os filhos); na ADSE os
familiares (325.753 em 2017) e os isentos (53.400 em 2017 com pensão
inferior ao SMN) não pagam nada mas têm os mesmos direitos.
• 2- Num seguro de saúde os valores dos prémios em euros aumentam
com idade; na ADSE o valor do desconto diminui em euros aquando
da aposentação do trabalhador, porque a pensão é inferior ao salário
(cerca de 70%) e taxa de desconto – 3,5% é sempre a mesma- , e nessa
altura a despesa com saúde sobe mais devido ao aumento da idade.
• 3- Num seguro de saúde há limite de despesa anual (plafond) por
beneficiário e logo que é atingido o seguro não paga mais nada ,
expulsa-os para o SNS como os com cancro; na ADSE isso não
acontece, há beneficiários com custos saúde superior de 100.000€/ano
e a sua contribuição para a ADSE não aumenta com isso;
• 4- Num seguro de saúde, os copagamentos, o que beneficiário paga
quando utiliza um serviço de saúde (ida ao Hospital) são o dobro ou o
tripo dos copagamentos na ADSE (ex.: uma consulta no regime convencionado
na ADSE o beneficiário paga 3,99€, num seguro paga 15€, ou seja, 3,8 vezes mais).
ALGUNS DADOS RETIRADOS DO ESTUDO SOBRE A “ SUSTENTABILIDADE DA ADSE” MANDADO FAZER PELA APHP
(Associação Portuguesa de Hospitalização Privada dos grandes grupos privados)
• 1- Segundo dados da ADSE, se em 2017 dividirmos o total de descontos
(573,6M€) pelo total de beneficiários (1.211.980) dá 39,5€/mês (12 meses).
• 2- Segundo dados da APHP, Um seguro saúde com um premio de 42€/44€ mês
, se o beneficiário tiver 25 anos paga até 50.000€ de hospitalização e 2.000€ de
ambulatório; Se tiver 50 anos paga no máximo 15.000€ de hospitalização e
1.000€ de ambulatório. Na ADSE não tem limites máximos de despesa anual
• 2- Segundo dados da APHP- COPAGAMENTO (aquilo que se paga quando se utiliza o serviço):
os que têm seguros pagam, em média, mais 53,2% por episódio que os
beneficiários da ADSE quando vão a um hospital privado;
• 3- Segundo dados da APHP: COPAGAMENTO (aquilo que um beneficiário ou um
segurado paga quando utiliza o serviço): os segurados se tiverem entre 50-60 anos
pagam mais 99,8%, e se tiverem entre 40-50 anos + 103,4% do que na ADSE
• 4- Segundo dados da APHP: COPAGAMENTO- Análise clinicas: ADSE 0,84€;
Seguros de saúde 1,62€ (+92,8%)
• 5- Segundo dados da APHP: COPAGAMENTO- Imagiologia (radiologia,
ecotomografia, ressonância): ADSE:6,7€; Seguros: 16,8€ => + 150,7% do ADSE
• 6- Os beneficiários da ADSE apresentam níveis elevados de consumo superior
aos de Seguros : em média mais 26,4% e o desconto médio é menor (ponto 1)
93% ( 573,6 milhões € em 2017) DAS RECEITAS TOTAIS DA ADSE TÊM ORIGEM
NOS DESCONTOS FEITOS NOS SALÁRIOS E PENSÕES DOS TRABALHADORES
E APOSENTADOS DA FUNÇÃO PÚBLICA. E TEM AUMENTADO SEMPRE (entre
2012 e 2017, subiu de 48,6% para 92,8% e, em 2018, até Novembro 93,1% )
EM 2017, A DESPESA COM O REGIME CONVENCIONADO E COM O REGIME LIVRE
– 537,3 milhões € - JÁ CORRESPONDEU A 93,7% DA RECEITA DE DESCONTOS, E
ESTÁ A CRESCER. PARA ALÉM DOS CUSTOS COM SAÚDE A ADSE TEM OUTRAS
DESPESAS : a necessidade de controlar a despesa e de a tornar mais eficiente é vital para
garantir a sustentabilidade e continuidade da ADSE, mas é necessário a ajuda dos beneficiários
A CAPTURA DA ADSE PELOS 5 GRANDES GRUPOS PRIVADOS DE SAÚDE, QUE
TÊM CRESCIDO À CUSTA DA ADSE E DO SNS, UMA CONSEQUENCIA TAMBÉM
DA ADSE TER CONGELADO DURANTE ANOS A ASSINATURA DE NOVAS
CONVENÇÕES COM PEQUENOS E MÉDIOS PRESTADORES PRIVADOS
• 1- No período 2015 a 2018, os 5 maiores grupos privados de saúde (LUZ, José
Mello Saúde, Lusíadas, TROFA e Grupo Hospitais Privados do Algarve)
faturaram à ADSE 878,8 milhões € o que representou 58,3% da despesa total
que a ADSE teve neste período com o Regime Convencionado. E estes grupos
também faturam no Regime Livre muitos milhões €.
• 2- Esta captura da ADSE por parte destes 5 grandes grupos privados de saúde
ajudou-os a eliminar, muitas vezes, pela aquisição pequenos e médios prestadores,
diminuindo a concorrência e aumentando o seu poder sobre a ADSE ameaçando a
ADSE e aos beneficiários nomeadamente através da sua associação (APHP). Tudo
isto foi facilitado pela politica da ADSE de congelar a assinatura novas
convenções com outros prestadores, nomeadamente pequenos e médios
• 3- É urgente alterar esta situação, reduzindo o poder destes 5 grandes grupos
privados de saúde sobre a ADSE, e criar uma situação de maior equilíbrio, pois
os 5 grandes grupos também são indispensáveis à prestação de serviços aos
beneficiários, para isso assinando novas convenções com pequenos e médios
prestadores privados. Tenho defendido isso no Conselho diretivo da ADSE
pois é também indispensável para tornar mais fácil o acesso a cuidados de
saúde aos beneficiários , mas em relação a isso estou a enfrentar grandes
resistências”, havendo uma “cultura” de adiamento sistemático instalada
DESCONTROLO TOTAL NA DESPESA NA ADSE - CÓDIGO ABERTO 7501 DO REGIME CONVENCIONADO –
PRÓTESES – permite ao prestador faturar à ADSE o preço que quiser . É insustentável para a ADSE que
determina um aumenta da despesa e é mau para o prestador devido à imprevisibilidade a que fica sujeito
pelas regularizações futuras (corte da sobrefaturação). Gera grandes conflitos entre a ADSE e o
prestadores- a APHP tem criado obstáculos a fixação de preços máximos e ao cumprimento do DLEO
OUTRO EXEMPLO DE DESCONTROLO TOTAL NA DESPESA EXISTENTE-
CÓDIGO ABERTO 6074 DO REGIME CONVENCIONADO – MEDICAMENTOS NO HOSPITAL – o
prestador fatura ao preço que quiser – o céu é o limite – dados de 2017 –
Dá origem a “regularizações” que cria conflitos com os prestadores
O QUE SÃO AS REGULARIZAÇÕES : Como os prestadores nos códigos abertos
podem faturar a que preços querem, existem regras nas tabelas da ADSE aceites na
altura pelos prestadores que constam do quadro que permite a ADSE cortar a despesa
faturada a mais (sobrefaturação). A ADSE calculou que , só em 2015 e 2016, foi faturado a
mais 38 milhões € (81% pelos 5 maiores grupos) que agora não querem devolver a
ADSE o que faturaram a mais. Para isso fazem chantagem e recorrem aos tribunais
SE NÃO FOREM TOMADAS MEDIDAS PARA COMBATER A FRAUDE E
CONTROLAR O AUMENTO DA DESPESA ESTIMA-SE O “BREAK-EVEN”
EM 2020 (Descontos dos trabalhadores e aposentados = despesas do
Regime Convencionado+ Regime Livre, mas a ADSE tem mais despesas)
8 MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA TORNAR A ADSE SUSTENTÁVEL E
GARANTIR A SUA CONTINUIDADE: aumentar a receita, controlar o
aumento da despesa , e combater eficazmente a fraude (Parte I)
• 1ª- Alargar a ADSE aos trabalhadores da Função Pública com Contrato
Individual de Trabalho. Para além de ser uma medida de justiça criaria excedentes
que contribuiriam para a sustentabilidade da ADSE. Se este alargamento
indispensável para rejuvenescer a ADSE não for feito, esta não é sustentável com o
atual paradigma. O governo a colocar obstáculos, como tem feito, ao seu
alargamento a todos os trabalhadores da Função Pública é responsável por isso
• 2- Executar com firmeza as “regularizações” (corte do faturado a mais pelos
prestadores) não só de 2015 e 2016 (38 milhões € pagos a mais), mas fazer também
as de 2017 e 2018 que ainda não são conhecidas que devem ser de igual montante.
• 3- Cumprir o Decreto de Execução Orçamental de 2018, que continua por
cumprir, que obriga a ADSE a acabar com códigos abertos fixando preços máximos
nos procedimentos cirúrgicos (preço médio), próteses (preço de aquisição +
margens de 5% a 25%) e medicamentos (PVP ou PVH +40%);
• 4- Assinar mais convenções com outros prestadores para tornar o acesso mais
fácil a todos os beneficiários e eliminar a captura da ADSE pelos 5 grandes grupos
privados da saúde. O congelamento de novas convenções com outros prestadores
(pequenos e médios) que se verifica há vários anos só tem servido aos grandes
grupos para consolidar a sua posição e fazer desaparecer os seus concorrentes,
diminuindo assim a concorrência e tornando a ADSE mais dependente deles.
8 MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA DEFENDER A ADSE COMBATENDO A
FRAUDE E O DESCONTROLO NA DESPESA INDISPENSÁVEIS PARA
GARANTIR A SUSTENTABILIDADE E CONTINUIDADE DA ADSE (Parte II)
5- Combater a fraude e consumo desnecessário promovido pelos prestadores para
faturarem mais e obterem maiores lucros, mas para isso são necessários mais meios.
6- Combater a governamentalização da ADSE e o estrangulamento da ADSE pelo
governo através de cortes e cativações brutais e arbitrárias (e isto apesar da ADSE ser
financiada pelos trabalhadores) dotando a ADSE dos meios necessários, nomeadamente
humanos (a ADSE já teve 220 trabalhadores e agora tem só 182), ao combate à fraude, ao
descontrolo da despesa e ao consumo desnecessário. O governo com as estas medidas
até parece interessado que o descontrolo e fraude continuem na ADSE.
7– Acabar com as de centenas falsos beneficiários na situação de internamento
cirúrgico (alguns há vários anos), pelos quais a ADSE é obrigada a pagar cerca de
6.000€/mês quando o que necessitam é de cuidados continuados em que a Segurança
Social paga cerca de 1/3 daquele valor;
8- Para mudar tudo isto é fundamental que os sindicatos e as organizações de
aposentados se empenhem também na defesa da ADSE pública e solidária
desenvolvendo uma campanha continua de informação e de mobilização dos trabalhadores
da Função Pública em defesa da ADSE (nem os meus comunicados de informação aos beneficiários
têm sido divulgados pelos sindicatos nossa seus “sites, e os trabalhadores da ADSE sobrecarga de trabalho a
que estão sujeitos não têm tido proteção dos sindicatos). Mas os grandes grupos de saúde têm feito
tudo para controlar a ADSE, manipulando a opinião e beneficiários contra a ADSE, perante a
passividade da maioria das organizações dos trabalhadores e aposentados da Função Pública
A SUSTENTANTABILIDADE E A CONTINUIDADE DA ADSE TAMBÉM DEPENDE
DA CONDUTA RESPONSÁVEL DOS BENEFICIÁRIOS NO CONSUMO DE
SERVIÇOS DE SAÚDE PAGOS PELA ADSE: é preciso dizer isso embora possa
desagradar alguns mas se querem que a ADSE continue temos de falar verdade
• 1- É NECESSÁRIO UM CONSUMO RESPONSÁVEL DOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR
PARTE DOS BENEFICÁRIOS : Temos identificado, pois estamos a fazer auditorias,
que uma percentagem felizmente reduzida de beneficiários tem um consumo
excessivo de serviços de saúde – 80 consultas por ano só no Regime Convencionado, dezenas de
TAC e de ressonâncias magnéticas, etc. talvez pelo copagamento ser muito baixo– o quem tem até
com consequências para a sua saúde. É preciso que todos os beneficiários saibam
que nos hospitais privados muitos médicos são, infelizmente, remunerados pelo
numero de prescrições que fazem: quando mais prescrevem mais recebem. E
lembrem-se que o consumo excessivo e desnecessário é pago com os descontos
de trabalhadores e aposentados, e isso põe em perigo a sustentabilidade da ADSE.
• 2- É NECESSÁRIO QUE OS BENEFICÁRIOS CONTROLEM AS FATURAS E OUTROS
DOCUMENTOS DE DESPESA QUE ASSINEM NOS HOSPITAIS PRIVADOS OU EM
OUTROS PRESTADORES, E QUE “NÃO ASSINEM DE CRUZ” NEM DEIXEM ASSINAR
POR SI. TÊM QUE ESTAR MUITO ATENTOS AO QUE É FATURADO E DEVEM
COMUNICAR À ADSE E Á ERS (Entidade Reguladora da Saúde) AS ANOMALIAS: não
permitam que sejam incluídos indevidamente medicamentos que não foram
utilizados ou serviços que não foram realizados. Nunca se esqueçam que tudo isto é
pago com o dinheiro dos seus descontos, e que que este controlo e a sua ajuda émuito importante para garantir a sustentabilidade e a continuidade da ADSE
AS 11 PROPOSTAS DEFENDIDAS PELA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE
HOSPITALIZAÇÃO PRIVADA (controlada pelos 5 grandes grupos privados de saúde) PARA
GARANTIR A “SUSTENTABILIDADE DA ADSE” QUE AQUI FICAM PARA REFLEXÃO DOS
BENEFICIÁRIOS DA ADSE – como rapidamente concluirão a aplicação da maioria delas
destruiria o paradigma atual da ADSE baseado na solidariedade interpessoal e intergeracional e
transformaria a ADSE num sistema igual aos das companhias privadas de seguros de saúde
O SERVIÇO NACIONAL SAÚDE (SNS) E ADSE: complementares ou adversários
– um pequeno contributo para uma reflexão séria e fundamentada
• 1- Numa conversa entre a jornalista Marta Reis e Francisco George e Daniel Sampaio, publicada no
Semanário SOL em 19/1/2019, a ADSE é “acusada” de desnatar o SNS, de “financiar o
desenvolvimento dos hospitais”, e de se aproveitar do SNS porque quando “os beneficiários da ADSE
vão a estabelecimentos do SNS a ADSE não paga nada, o que consideram uma prorrogativa”. Esta
opinião é partilhada por muita gente, incluindo o atual Secretário de Estado de Saúde pelo menos antes
de entrar para o governo, por isso merece atenção, e reflexão séria e fundamentada e não “conversa”.
• 2- Comecemos pelo 1º argumento: “descapitalização do SNS” que resulta dos melhores
especialista do SNS serem captados pelos hospitais privados com dinheiro da ADSE”. O
problema aqui está invertido. Essa captação não resulta da existência da ADSE mas sim dos sucessivos
governos, incluindo o atual, nunca tiveram a coragem de impedir a promiscuidade dos profissionais de
saúde poderem simultaneamente trabalhar no SNS e no setor privado. Tivessem a coragem de impor a
exclusividade com carreiras e remunerações dignas e essa “descapitalização” reduzir-se-á
enormemente. Mas procura-se assim ocultar o verdadeiro problema do SNS. Sobre o financiamento
dos grupos privados de saúde pela ADSE – cerca de 580 milhões €/ano – isso é uma verdade mas
tenha-se presente que o SNS gasta com privados todos os anos mais de 3.900 milhões €/ano (para
2019 estão orçamentados 3.922 milhões € sendo 474 milhões para as Parcerias Públicas Privadas com
os grandes grupos privados de saúde). Parece que tudo isto não incomoda ninguém pois ninguém fala
• 3- Sobre “a prorrogativa dos beneficiários da ADSE quando vão ao SNS, a ADSE não pagar nada”.
É preciso lembrar que os beneficiários da ADSE pagam impostos como quaisquer portugueses, e esses
impostos também financiam a ADSE. Obrigar a ADSE a pagar esses cuidados de saúde era obrigar os
beneficiários da ADSE a pagar 2 vezes: com os impostos e mais com os seus descontos, o que era
injusto e inconstitucional. Para além disso, a ADSE “liberta” o SNS todos os anos de mais de 4 milhões
de consultas, de mais de 52.000 cirurgias, etc. etc. Com os problemas que já enfrenta o SNS, com os
atrasos que tem em muitas valências, com 20.910 cirurgias que teve pagar a hospitais privados em
2018 por falta de resposta qual seria a situação do SNS? É a pergunta que naturalmente se coloca. É
preciso falar com verdade, com fundamento, e este problema não deve ser tratado numa conversa
POR QUE RAZÃO A ADSE NÃO É ABERTA A TODOS OS PORTUGUESES? –É uma
pergunta que muitos portugueses fazem, e que interessa dar uma resposta clara. É
o que vou fazer dando a minha opinião com base no estudo sério da ADSE
• 1- A CGD, todos os trabalhadores bancários têm um sistema próprio de saúde, em que as entidades
empregadoras descontam, penso eu com a informação que obtive, o correspondente a cerca de 5%
dos valor dos salários e os trabalhadores entre 1% e 2%. E muitas empresas têm seguros de saúde
para os seus trabalhadores. Eu nunca ouvi ninguém a reivindicar que tais sistemas fossem abertos a
todos os portugueses. Qual será a razão? A razão é porque eles foram criados com o objetivo de
abranger apenas os trabalhadores dessa entidade empregadora, fazem parte do seu Estatuto Laboral .
A ADSE faz parte do Estatuto Laboral dos trabalhadores da Função Pública e só destes.
• 2- O alargamento da ADSE a todos os portugueses , como o CDS exige, faria a ADSE perder essas
características, correria riscos incontroláveis pois poderia determinar que a maioria dos que entrassem
eram com idades mais avançadas com custos de saúde muito elevados, e mantendo-se o atual
paradigma (não haver limites à despesa com saúde, contribuições de 3,5% e não aumentarem com a idade,
etc.,) levaria a rápida implosão da ADSE pois não suportaria o aumento de despesa que daí resultaria.
• 3- Ou então a alternativa para continuar seria transformar a ADSE num seguro de saúde igual aos
muitos que as seguradoras vendem, com prémios pagos por todos, incluindo familiares; com limites
baixos e máximos de despesa anual (plafond) quer a nível hospitalar quer ambulatório, com a exclusão
do beneficiário quando o limite é atingido, com copagamentos elevados (aquilo que o beneficiário paga para
além do premio quando utiliza o serviço de saúde ), com aumento do premio quando a idade aumenta, etc..
• 3- Mesmo limitando a ADSE apenas aos trabalhadores da Função Pública a sua sustentabilidade e
continuidade com o atual paradigma exige uma gestão muito rigorosa , que ainda não tem; medidas de
controlo apertado de despesa que ainda não foram implementadas; um combate eficaz à fraude e ao
consumo excessivo e desnecessário promovido por prestadores privados que é muito difícil implementar
e que continua adiado por falta de meios devido aos obstáculos criados pelo governo. Abrir a ADSE a
todos os portugueses era o fim da ADSE com as características que tem. Disso não tenho duvidas
SERÁ QUE OS BENEFICIÁRIOS DA ADSE TÊM O DIREITO AO SERVIÇO
NACIONAL COMO QUAISQUER OUTROS PORTUGUESES? É uma pergunta que
muitos trabalhadores e aposentados da Função Pública me tem colocado e que
interessa também esclarecer
• 1- Os trabalhadores e os aposentados da Função Pública são portugueses e pagam impostos
como quaisquer portugueses, e esses impostos também são utilizados para financiar o SNS.
Por estas razões eles tem direito ao SNS como qualquer outro português. O acesso ao SNS a
todos os portugueses é um direito consagrado na Constituição da República, e criar
dificuldades a esse acesso aos trabalhadores e aposentados da Função Pública, e também
aos seus familiares, com o pretexto de que eles têm a ADSE é uma violação clara da
Constituição da República e não deve ser aceite e com firmeza combatido .
• 2- Mas é verdade também, e muitos trabalhadores me têm relatado, que em várias unidades do SNS, se
souberem que o utente tem ADSE procuram empurra-lo para a ADSE. O objetivo é evitar que essa
despesa seja suportada pelo orçamento dessa unidade pública de saúde e seja paga pela ADSE. O
trabalhador ou aposentado se aceitar isso está a pagar duas vezes o cuidado de saúde: através dos
impostos que pagou com os quais é também financiado o SNS, e com os descontos que faz para a
ADSE, e também a contribuir para o aumento da despesa da ADSE e das suas dificuldades.
• 3- O Conselho Geral de Supervisão da ADSE, onde estão os representantes dos beneficiários,
solicitou ao anterior ministro da Saúde que mandasse retirar da base de dados do SNS a
informação de quem eram os beneficiários da ADSE, para que estes não fossem objeto de
discriminação no SNS, e ele prometeu que daria orientações nesse sentido mas nunca isso foi
feito com a desculpa que era necessário mudar o programa informático e era muito caro.
• 4- Aconselhamos os beneficiários da ADSE a não darem essa informação no SNS – são dados privados
que não são obrigados a dar – e se forem mesmo assim confrontados com uma tentativa de
discriminação devem opor-se com firmeza a ela, pois pagam impostos e é um direito constitucional