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MODOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
1)_ Pagamento: real, consignação, sub-rogação, imputação e dação em pagamento.
2)_Novação
3)_Compensação
4)_Confusão
5)_Remissão
PAGAMENTO – em primeiro lugar, deve-se entender que a palavra pagamento tem em direito sentidos diversos: no sentido lacto significa a extinção da obrigação, por qualquer modo, seja mediante o cumprimento da prestação, seja pela anulação ou substituição de uma obrigação por outra. Modernamente dá o nome preferencialmente de adimplemento. Tornado-se o termo pagamento no seu sentido restrito verificamos que a obrigação se extingue quando é realizada a prestação.
OBS: cabe destacar que o pagamento deverá ser efetuado, em princípio, no domicílio do devedor. De outra forma só com anuência expressa das partes.
ESPÉCIES DE PAGAMENTO – pagamento, como execução da prestação por parte do devedor para extinguir a obrigação pode operar-se por diversas espécies. Essas são: pagamento real, pagamento por consignação, pagamento por sub-rogação, pagamento por imputação, pagamento por dação.
a)- Pagamento Real – tem-se o pagamento real quando a obrigação se extingue pelo cumprimento da prestação por parte do devedor. Em tal caso, tendo o devedor assumido a obrigação de dar ou fazer alguma coisa, realiza essa prestação sem nenhuma restrição. A obrigação se extingue pelo fato de haver do devedor cumprido na época oportuna a prestação devida. É o pagamento puro e simples, no dia e no local combinado.
b)- Pagamento por Consignação – em vários casos, não quer ou não pode, o credor receber a coisa. Para que cesse a obrigação por parte do devedor, este pode por a coisa devida à disposição do credor, mediante depósito, dando se a essa espécie de pagamento o nome de consignação. Poderá a consignação realizar-se quando sem justa causa, o credor recusar receber a prestação ou dar quitação na forma devida; quando o credor não for ou mandar receber a coisa, no lugar, tempo e segundo as condições estipuladas, dentre outros. Deve-se ter em consideração que a consignação, só pode se feita pelo devedor, por pessoa que a faça em nome desse e por sua conta ou ainda por terceiro interessado na extinção da obrigação. Para que a consignação produza os efeitos de pagamento, necessário será que como acontece com as pessoas, concorram em relação ao objeto, modo, tempo, todos os requisitos para que se torne válido o pagamento, como preconizar o código civil.
c)- Pagamento por sub-rogação – por sub-rogação entende-se “ a transferência dos direitos de credor para aquele que solveu a obrigação ou emprestou o necessário para solve-la”. Clovis Devilacqua
Segundo essa definição, compreende-se que há anos em que não sendo a obrigação solvida pelo devedor, outra pessoa a solveu. Os direitos que tinham o credor quanto à prestação passam desse modo, para aquele que, em lugar do devedor, efetuou referida prestação extinguindo-se assim a obrigação em relação ao credor primitivo. Há dois tipos de sub-
rogação: a legal, que ocorrerá sempre que se verifiquem casos expressamente relacionados na lei, e a convencional, que é a que depende das vontades das partes interessadas na extinção da obrigação.
d)- Pagamento por Imputação – poderá o devedor estar obrigado a varias prestações da mesma natureza a um só credor. Estando todas as prestações vencidas e liquidas, desejando satisfazer apenas uma, poderá indicar ao credor qual a que deseja pagar. A esse fato dá-se o nome de imputação. Caberá, contudo, ao credor consentir na imputação quando recai ela em divida não vencida ou ilíquida. Assim, para que possa o devedor plenamente optar pela divida a ser solvida, necessário será que todas elas estejam vencidas e liquidas.
Se, por acaso, o devedor não indicar qual a divida que pretende extinguir, aceitando a quitação do credor sobre um delas, não terá o direito de reclamar a não ser provando que o credor agiu com violência ou dolo.
Havendo capital e juros serão primeiro pagos os juros vencidos, a não ser que as partes tenham convencionado o contrato.
e)- Dação em pagamento – poderá ser extinta a obrigação se o credor consentir em receber, em vez da coisa que constituíra o objeto da obrigação, uma outra, diversa. Necessário, entretanto, é que a prestação não seja em dinheiro.
2)_ Novação – diferente do pagamento de serem extintas as obrigações, surge a novação. Entende-se por novação a criação de uma nova obrigação com a finalidade de extinguir a primeira. Não se converterá a obrigação antiga em nova obrigação, mas a primeira se extinguirá sendo substituída por outra.
3)_ Compensação – outro modo de ser extinta a obrigação sem que o devedor realize efetivamente a prestação é o que podemos verificar pela compensação. Compensação deve-se entender, a extinção recíproca de obrigações ate a concorrência de seus respectivos valores entre pessoas que são devedores umas das outras.
4)_ Confusão – por confusão entende-se o fato de, na mesma pessoa, recaírem as qualidades de credor e devedor. Em tal caso, a obrigação se extingue ate a parte equivalente do debito e do credito. Se por um acaso credor e devedor estiver ligado a outras pessoas pelo vinculo da solidariedade, operando-se a confusão, essa só libertará os credores e devedores até o equivalente da mesma. Como a obrigação não se extingue, na parte restante, perdurara a solidariedade.
Diferença fundamental entre compensação e confusão:
Á primeira vista pode parecer que a confusão é a mesma forma de compensação, já que ambas operarem a extinção da obrigação se confrontam débitos e créditos, na realidade, assim não se dá. Na compensação há credores e devedores diversos, cada um com direito a exigir uma prestação; na confusão ao contrario, trata-se apenas de 1 credor ou devedor que acumula os encargos de exigir e de cumprir a obrigação.
5)_Remissão ( Perdão) – o novo código civil não nos deu um conceito de remissão, entre tanto, Clovis Delacqua define a remissão como a “liberação graciosa da dívida”. Modos da remissão: a remissao poderá ser expressa ou tácita ou presumida. Expressa quando conste de um documento que comprove a convenção existente entre o devedor e o credor, documento em que esteja manifestado o desejo de desistir o credor do direito de receber a prestação e o
devedor de aceitar tal liberalidade, tácita ou presumida quando resultar de ato que demonstre o inequívoco desejo de não querer o credor receber a prestação que lhe é devida e de aceitar o devedor esse ato voluntario do credor.
Ainda pode a remissão operar-se total ou parcialmente. Na remissão total, a liberalidade compreende a totalidade da prestação; na parcial, apenas parte da mesma.