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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS MÁRCIA LEITE DOS SANTOS MODULAÇÃO DO ESTRESSE AGUDO E CRÔNICO SOBRE OS NÍVEIS DE EXPRESSÃO DA NOS NO HIPOCAMPO DE RATOS WISTAR. SÃO CRISTÓVÃO 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS

MÁRCIA LEITE DOS SANTOS

MODULAÇÃO DO ESTRESSE AGUDO E CRÔNICO

SOBRE OS NÍVEIS DE EXPRESSÃO DA NOS NO

HIPOCAMPO DE RATOS WISTAR.

SÃO CRISTÓVÃO

2014

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MÁRCIA LEITE DOS SANTOS

MODULAÇÃO DO ESTRESSE AGUDO E CRÔNICO

SOBRE OS NÍVEIS DE EXPRESSÃO DA NOS NO

HIPOCAMPO DE RATOS WISTAR.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Fisiológicas da

Universidade Federal de Sergipe como

requisito para obtenção do grau de Mestre em

Ciências Fisiológicas.

Orientador : Prof. Dr. Murilo Marchioro

Co-orientador: Profª Drª Sandra Lauton dos Santos

SÃO CRISTÓVÃO

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA

CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Santos, Márcia Leite dos S237m Modulação do estresse agudo e crônico sobre os níveis de

expressão da nos no hipocampo de ratos Wistar / Márcia Leite dos Santos ; orientador Murilo Marchioro – São Cristóvão, 2014. 42 f. : il. Dissertação (mestrado em Ciências Fisiológicas) –Universidade Federal de Sergipe, 2014.

O 1. Hipocampo. 2. Estresse por contenção. 3. Óxido

nítrico. I. Marchioro, Murilo, orient. II. Título. CDU: 612.821.2

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MÁRCIA LEITE DOS SANTOS

MODULAÇÃO DO ESTRESSE AGUDO E CRÔNICO

SOBRE OS NÍVEIS DE EXPRESSÃO DA NOS NO

HIPOCAMPO DE RATOS WISTAR.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Fisiológicas da

Universidade Federal de Sergipe como

requisito para obtenção do grau de Mestre em

Ciências Fisiológicas.

Orientador: Prof. Dr. Murilo Marchioro

Co-Orientador: Profª Drª Sandra Lautondos Santos

______________________________________________________

1º Examinador: Prof. Dr. Murilo Marchioro

______________________________________________________

2º Examinador: Prof. Dr. José Ronaldo dos Santos

______________________________________________________

3º Examinador: Prof. Dr. Waldecy de Lucca Junior

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Dedico aos meus pais.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a força suprema que rege todo o Universo. Se eu não

acreditasse no poder dessa força, não teria de modo algum, chegado até aqui.

Agradeço a minha avó Dona Nina (in memoriam), por como matriarca da família ter

sido sempre um exemplo de superação, de garra e persistência.

Aos meus pais José Bispo e Magna por nunca deixarem de ser meu porto seguro. Por

sempre acreditarem em mim, mesmo sem me entender. Pelo esforço e por uma vida

totalmente dedicada ao bem estar e ao crescimento de seus filhos.

Aos meus irmãos Márcio e Marcelo por ser sempre meu encontro com a alegria, por me

ensinarem a ver a vida cada um a seu modo.

Aos meus sobrinhos Raphael, Lorena, Caio e Heitor por ser minha fonte da juventude.

Minhas horas com vocês são o “elixir” da vida eterna e trazem a paz para a minha alma.

Agradeço também, ao professor Dr. Murilo Marchioro pela paciência, pelos

ensinamentos e pela oportunidade. Nunca esquecerei que foi com o senhor que dei meus

primeiros passos nas ciências. Obrigada por tudo.

Agradeço ao Dr. José Ronaldo dos Santos por me ajudar em muitas das fases mais

difíceis do mundo acadêmico. Obrigada por me apresentar o mundo das neurociências.

Agradeço a Professora Dr.ª Sandra Lauton, por acreditar no meu projeto e pelo suporte

experimental sem o qual eu não conseguiria terminar o presente trabalho. Obrigada por

acreditar na realização de um bom trabalho.

Ao amigo, companheiro de trabalho e de reflexão sobre a vida, Thassio Ricardo Ribeiro

Mesquita, sem o qual eu não teria concluído varias etapas do presente trabalho. Muito

obrigada por ser o homem maduro e determinado, pela competência de trabalho, e pela

forma como reage diante aos desafios, com superação, altivez e excelência no que faz.

Agradeço a amiga, Msc. Lívia Lins que compartilhou comigo grandes e difíceis

momentos durante esses dois anos. Crescemos muito durante o mestrado e sei que você

vai, sem duvida alguma, chegar onde quer na vida. Você é um exemplo de conduta e de

persistência. Será para sempre lembrada como uma grande aliada. Obrigada por toda

ajuda e disponibilidade em todas as fases desse trabalho e a cima de tudo pela amizade.

Ao aluno do curso de Biologia, Ariel da Graça, como o nome já diz, um anjo enviado

pelos céus para me ajudar. Obrigada por ser meu braço direito nessa jornada. Por nunca

me faltar e por como aluno de iniciação cientifica, cumprir com todas as obrigações e as

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não obrigações de trabalho. Por ser um exemplo de parceria e de caráter. E pelo amigo

que se mostrou.

A todos os amigos da primeira turma do PROCFIS, em especial a Rangel Bonfim,

Valeria Alves Fernandes, Elis Cristina, Larissa Rezende e Ana Roseli. Pela amizade,

pelas conversas e debates em meio aos corredores do Departamento de Fisiologia da

UFS, sobre as incertezas e certezas da vida. Tenho certeza que serão grandes

pesquisadores.

Agradeço a CAPES/FAPITEC pelo apoio financeiro.

E por fim, mas não menos importantes agradeço a todos os professores do PROCFIS,

grandes mestres, grandes naquilo que fazem.

Meu muito... OBRIGADA.

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“O período de maior ganho em conhecimento

e experiência é o período mais difícil da vida

de alguém.”

(Dalai Lama)

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RESUMO

Modulação do estresse agudo e crônico sobre os níveis de expressão da NOS no

hipocampo de ratos Wistar. Márcia Leite dos Santos, São Cristovão-2014.

A reação cerebral ao estresse desenvolve-se ativando o eixo hipotalâmico-pituitário-

adrenal. O hipocampo está associado ao aprendizado espacial, memória contextual e

atua regulando a atividade desse eixo. De modo que o óxido nítrico, considerado um

neurotransmissor atípico, participa do processo de consolidação da memória e

aprendizagem, porém tem intima relação com o processo de neurotoxicidade

responsável pelo desencadeamento de cascatas de morte neuronal. O presente trabalho

buscou investigar os efeitos do estresse a curto e longo prazo sobre os níveis de NO no

hipocampo, utilizando o modelo experimental de contenção em ratos Wistar. Foi

verificado que determinadas áreas hipocampais foram mais suscetíveis a lesões pela

produção de NO, sendo elas a CA2 e o Giro Denteado. A região dorsal dessas áreas é

mais expressiva junto a marcações diaforásicas e possivelmente também sofrem mais

com os efeitos do estresse em longo prazo. Percebe-se que o estresse agudo não é capaz

de produzir efeitos significativos sobre a produção do NO, no tocante a promover danos

a homeostasia hipocampal. Provavelmente o NO produzido no estresse crônico seja

mantido pela via da isoforma i-NOS. Sendo que o estresse em longo prazo é

determinante para as taxas de produção de NO, deletérias ao sistema hipocampal.

PALAVRAS CHAVES: hipocampo, estresse por contenção, óxido nítrico.

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ABSTRACT

Modulation of acute and chronic stress on NOS expression levels in the rat

hippocampus. Márcia Leite dos Santos, São Cristovão-2014.

Cerebral response to stress involves the activation of the hypothalamic-pituitary-adrenal

axis. The hippocampus is associated with spatial learning, contextual memory and

regulates this axis activation. Nitric oxide (NO) is considered an atypical

neurotransmitter and participates in the process of memory consolidation and learning,

although it is also associated with the neurotoxicity responsible for the activation of the

neuronal death cascades. The aim of the present study was to evaluate the short- and

long-term effects of stress on NO levels in the rat hippocampus, inducing stress by

restraint. We verified that the hippocampal areas CA2 and dentate gyrus seem to be

more susceptible to lesions by NO production. The dorsal region of these areas is the

most expressive of NO, and possibly the one more damaged by long-term stress. We

could observe that acute stress does not significantly alter the production of NO. It is

likely that NO produced in the chronic stress protocol is maintained by the induced NO-

synthase. Long-term stress is a determinant factor in NO production, which can be

harmful to the hippocampus.

KEYWORDS: hippocampus, restraint stress, nitric oxide.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Diagrama esquemático do eixo Hipotálamico-Pituitário-Adrenal (HPA),

descrevendo a regulação e o feedback negativo(-) do cortisol por via dos receptores de

glicocorticoides (RGs).......................................................................................................3

Figura 2. Fotomicrografia da formação hipocampal corada com Nissl. Secção coronal

que mostra o giro denteado (DG), áreas CA1, CA2, CA3 do Hipocampo. Hemisfério

esquerdo de rato.................................................................................................................5

Figura 3. Aparelho de contenção para rato. Adaptado de Gamaro et.al. (1998) e

Gameiro et.al. (2006). a. Aparelho de contenção aberto. Vista do alto. b. Aparelho de

contenção com orifício de abertura do tubo ocluído pelo mecanismo de fechamento.

Vista frontal....................................... .............................................................................11

Figura 4. Cortes corados com a técnica NADPH diaforase e montados em lâmina

permanente.......................................................................................................................13

Figura 5. a. Isolamento de hipocampo por dissecação de hemisférios cerebrais; b.

Hipocampo direito e esquerdo isolados...........................................................................14

Figura 6. Neurônios do tipo I no hipocampo de animal do grupo teste estresse

crônico...................................................................................................................... .......18

Figura 7. Neurônio Tipo I em destaque no Hipocampo de animal do grupo teste

estresse crônico................................................................................................................18

Figura 8. Hipocampo de animal grupo controle estresse crônico. Em destaque, pode-se

observar o neurônio do tipo II marcado com NADPH-diaforase....................................19

Figura 9. Relação dos neurônios Tipo I no hipocampo de ratos Wistar, submetidos ao

protocolo de estresse agudo e crônico por contenção......................................................20

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Figura 10. Relação dos neurônios Tipo II no hipocampo de ratos Wistar submetidos ao

protocolo de estresse agudo e crônico por contenção......................................................21

Figura 11: Relação dos neurônios Tipo II no hipocampo de ratos Wistar nas diferentes

áreas hipocampais. a. CA1. b. CA2. c. CA3. d. GD (giro denteado), submetidos ao

protocolo de estresse agudo e crônico por contenção......................................................23

Figura 12. Relação dos neurônios Tipo I e II no hipocampo de ratos Wistar submetidos

ao protocolo de estresse agudo e crônico por contenção. Análise de cortes da região

septal do hipocampo. a. Relação para neurônios tipo I. b. Relação para neurônios tipo

II.......................................................................................................................................25

Figura 13: Relação dos neurônios Tipo I e II no hipocampo de ratos Wistar submetidos

ao protocolo de estresse agudo e crônico por contenção. Análise de cortes da região

dorsal do hipocampo. a. Relação para neurônios tipo I. b. Relação para neurônios tipo

II.......................................................................................................................................26

Figura 14: Determinação da expressão proteica da enzima Óxido Nítrico Sintase

Neuronal (nNOS) em hipocampo de ratos submetidos à estresse de

contenção.........................................................................................................................28

Figura 15: Determinação da expressão proteica da enzima Óxido Nítrico Sintase

Neuronal Fosforilada (p-nNOSser852

) em hipocampo de ratos submetidos à estresse de

contenção.........................................................................................................................30

Figura 16: Determinação da expressão proteica da enzima Óxido Nítrico Sintase

Induzida (i-NOS) em hipocampo de ratos submetidos à estresse de contenção.............32

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LISTA DEABREVIATURAS

ACTH – Adrenocorticotropina

ANOVA- Análise de Variância

CA - Corno de Ammon

CEPA- Comitê de Ética, Pesquisa e Experimentação Animal

COBEA – Colégio Brasileiro de Experimentação Animal

DMF –N, N-dimetilformamida

EDTA – Ácido Étilenodiamino Tetra-Acético

EPM – Erro Padrão da Média

HPA – Hipotalâmico Pituitário Adrenal

NADPH-d – Nicotinamida Adenina Dinucleotideo Fosfato – diaforase

NBT – Nitroblue Tetrazolium

NO – Óxido Nítrico

NOS- Óxido Nítrico Sintase

PB – Tampão Fosfato

PBS - Tampão Fosfato Salino

pH – Potencial Hidrogeniônico

PMSF – Fluoreto de Fenilmetanossulfonil

RGs – Receptores Glicocorticoides

RMs – Receptores Mineralocorticoides

SDS – Disulfeto de Sódio

SNC – Sistema Nervoso Central

TBS – Tris Base Salina

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 2

2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTRESSE ...................................................... 2

2.2 FORMAÇÃO HIPOCAMPAL E ESTRESSE ........................................................ 4

2.3 ESTRESSE E ÓXIDO NÍTRICO ........................................................................... 6

2.4 NEURÔNIOS DIAFORASE POSITIVOS (NITRÉRGICOS) ................................ 7

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 9

3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 9

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 9

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................10

4.1 ANIMAIS .............................................................................................................10

4.2 ESTRESSE POR IMOBILIZAÇÃO......................................................................10

4.3 PERFUSÕES DOS ANIMAIS E PREPARO DAS AMOSTRAS PARA TÉCNICA

HISTOQUÍMICA NADPH DIAFORASE ..................................................................12

4.4 HISTOQUÍMICA PARA NADPH DIAFORASE .................................................12

4.4.1 PREPARAÇÃO DAS LÂMINAS ......................................................................12

4.4.2 ANÁLISE DE DADOS PARA CONTAGEM NEURONAL EM CORTES

CORADOS COM A TÉCNICA NADPH DIAFORASE .............................................13

4.5 PREPARAÇÃO DO TECIDO PARA QUANTIFICAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO

E EXPRESSÃO PROTEICA ......................................................................................14

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4.6 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS DE HIPOCAMPO PARA WESTERN

BLOT...............................................................................................................................14

4.6.1 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO TOTAL DE PROTEÍNAS ........... 15

4.6.2 DETERMINAÇÃO DA EXPRESSÃO PROTEICA POR WESTERN BLOT .... 15

4.7 ANÁLISES ESTATÍSTICA .................................................................................. 16

4.7.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA HISTOQUÍMICA NADPH DIAFORASE

................................................................................................................................... 16

4.7.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA WESTERN BLOT........................................ 17

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 17

5.1 MORFOLOGIA DOS NEURÔNIOS NADPH DIAFORASE ............................... 17

5.2 DISTRIBUIÇÕES DOS NEURÔNIOS NADPH DIAFORASE ............................ 19

5.2.1 NÚMERO TOTAL DE NEURÔNIOS TIPO I E TIPO II ................................... 19

5.2.2 DISTRIBUIÇÃO DE NEURÔNIOS TIPO II NAS ÁREAS HIPOCAMPAIS

................................................................................................................................... 22

5.2.3 RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE NEURÔNIOS TIPO I E TIPO II ENTRE A

REGIÃO ANATÔMICA SEPTAL E TEMPORAL DO HIPOCAMPO ...................... 24

5.3 QUANTIFICAÇÕES DA NOS POR WESTERN BLOT NO HIPOCAMPO ........ 27

5.3.1 EXPRESSÃO DA ISOFORMA nNOS ............................................................... 27

5.3.2 EXPRESSÃO DA ISOFORMA p-nNOSser852

..................................................... 29

5.3.3 EXPRESSÃO DA ISOFORMA i-NOS .............................................................. 31

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 33

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 34

APÊNDICE A - PLANILHA PARA PLOTAGEM DAS MÉDIAS DE NEURÔNIOS

ENCONTRADOS NAS ÁREAS HIPOCAMPAIS ESTUDADAS...............................40

ANEXO A – DECLARAÇÃO DO CEPA/UFS.............................................................41

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1 INTRODUÇÃO

O cérebro é alvo de diferentes estressores devido a sua sensibilidade e condições

degenerativas induzidas pelo estresse (PAJOVIC et al., 2006). A resposta fisiológica a

um estressor, seja ele físico ou psicológico, é um mecanismo protetor e adaptativo para

manter o equilíbrio homeostático do organismo. O estresse desencadeia uma série de

processos neurológicos e hormonais dentro do cérebro e dos sistemas orgânicos

(BEKRIS et al., 2005).

Uma das reações cerebrais ao estresse se dá pela ativação do eixo hipotalâmico-

pituitário-adrenal (HPA). O hipotálamo secreta o fator liberador de corticotropina, o

qual estimula a síntese e liberação de adrenocorticotropina (ACTH) pela hipófise

anterior, que por sua vez, estimula a síntese e liberação de cortisol em humanos e

corticosterona em roedores. Estes glicocorticoides afetam o comportamento agindo nos

receptores glicocorticóides e minerolocorticóides de diferentes regiões cerebrais, entre

elas o hipocampo (JOCA; FERREIRA; GUIMARÃES 2007).

O hipocampo tem sido associado ao aprendizado espacial e memória contextual.

Também atua sobre o estresse a nível cerebral, regulando a atividade do eixo

hipotálamo-pituitário-adrenal (HERNAN et al., 2005). Existem indícios que o

hipocampo exerce um efeito protetor no cérebro quando o indivíduo está sobre estresse

repetitivo (JOELS, 2001).

No entanto, a exposição à estressores induz remodelamento dendrítico em

células piramidais hipocampais e diminuição da neurogênese no giro denteado do

hipocampo. Tais alterações morfológicas parecem ser mediadas pelo aumento de

corticosteroides que acompanha os eventos de estresse, já que a remoção das adrenais

previne a inibição da neurogênese induzida pelo estresse (BAIN; DWYER; RUSAK,

2004).

Em relação aos neurotransmissores, sabe-se que algumas substâncias, tais como

o óxido nítrico (NO), podem apresentar neurotoxicidade em situação de estresse. O NO

atua na regulação de importantes vias do Sistema Nervoso Central (SNC). Segundo

Schuman e Madison (1991), o NO participa do aprendizado e da formação de memória,

além de mediar respostas excitatórias a certos aminoácidos.

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Sendo assim, mostra-se de grande interesse a investigação dos efeitos do estresse

a curto e longo prazo sobre os níveis de NO no hipocampo utilizando o modelo de

contenção em ratos Wistar.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESTRESSE

O estresse pode ser definido como “desgaste por uso prolongado”, que pode ser

provocado por diversos fatores estressores, tais como o frio ou calor intenso, a fome, o

sono e a contensão (CARRASCO; VAN DE KAR, 2003).

A resposta fisiológica a um estressor, seja ele físico ou psicológico, é um

mecanismo protetor e adaptativo para manter o equilíbrio homeostático do organismo.

O estresse desencadeia uma série de processos neurológicos e hormonais no cérebro e

nos sistemas orgânicos. A duração e a intensidade do estresse podem provocar efeitos

de curto e longo prazo. Um estressor pode romper a homeostasia até o ponto em que a

adaptação a ele fracassa, resultando em um processo patológico (BEKRIS et al., 2005).

Em 1936, Hans Selye descreveu uma teoria de adaptação na qual “o organismo

responde inespecificamente a qualquer demanda a ele imposta”, essa teoria ficou

conhecida como “síndrome à adaptação geral”. Selye delimitou três fases: a primeira é a

de alarme, resposta aguda a agressão, durante essa fase há a ativação de resposta de

“fuga ou luta”, na qual ocorre liberação de catecolaminas e o início da resposta do

hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). A segunda fase é a de resistência na qual o

organismo se adapta ao estressor nocivo e a atividade do cortisol ainda está aumentada.

Persistindo a exposição ao agressor, ocorre o terceiro estágio que é a exaustão. Durante

esse estágio a atividade do glicocorticóide aumenta e provoca alterações nos sistemas

orgânicos, levando-o à morte (JOCA; FERREIRA; GUIMARÃES, 2007).

As respostas fisiológicas ao estresse são mediadas pelo cérebro através de uma

complexa rede de mensagens eletroquímicas. Seley, em seus estudos, delineou o papel

da glândula hipófise na estimulação do córtex adrenal, via hormônio ACTH, abrindo

desta forma, o caminho para o conceito de eixo hipotalâmico-pituitária-adrenal (HPA)

como eixo hormonal do estresse. A amígdala e o hipocampo, envolvidas pela

elaboração das emoções, são estruturas límbicas consideradas moduladoras do eixo

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HPA, dessa forma esse eixo pode ser considerado límbico-hipotalamo-pituitaria-adrenal

(BAIN; DWYER; RUSAK, 2004; JOCA; FERREIRA; GUIMARÃES, 2007).

O cérebro reage ao estresse ativando o eixo HPA. Os neurônios dos núcleos

paraventriculares do hipotálamo secreta fator liberador de corticotropina, o qual

estimula a síntese e liberação de adrenocorticotropina (ACTH) pela hipófise anterior,

esta por sua vez, estimula a síntese e liberação de cortisol em humanos e corticosterona

em roedores. Estes glicocorticoides exercem efeito no metabolismo e afetam o

comportamento agindo nos receptores glicocorticóides e mineralocorticóides de

diferentes regiões cerebrais (JOCA; FERREIRA; GUIMARÃES, 2007).

A cortisona (em roedores) pode também exercer um feedback negativo no eixo

HPA, atuando sobre receptores de glicocorticóide situados no hipocampo, onde sua

concentração é muito alta, bem como no hipotálamo e na hipófise, inibindo assim, a

secreção de ACTH (JOCA; FERREIRA; GUIMARÃES, 2007).

Embora os glicocorticoides regulem a função de quase todos os tecidos do

corpo, o efeito fisiológico mais conhecido desses hormônios é a regulação do

metabolismo energético, como mostrado na figura 1 (JURUENA; CLEARE;

PARIANTE, 2004).

Figura 1. Diagrama esquemático do eixo Hipotálamico-Pituitário-Adrenal (HPA), descrevendo a

regulação e o feedback negativo (-) do cortisol por via dos receptores de glicocorticoides (RGs).

(adaptado de JURUENA; CLEARE; PARIANTE, 2004).

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2.2 FORMAÇÃO HIPOCAMPAL E ESTRESSE

O hipocampo é uma estrutura cerebral que tem sido associado ao aprendizado

espacial, memória contextual e resposta cerebral ao estresse, devido à regulação da

atividade do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HERNAN et al., 2005). Existem

indícios que o hipocampo exerce um efeito protetor no cérebro quando o indivíduo está

sobre efeito do estimulo estressor (JOELS, 2001).

Ele é ativado por diferentes estressores e participa do processamento de

informações sobre eventos ameaçadores. Há uma grande densidade de receptores para

glicocorticóides no hipocampo que, quando ativados inibem a atividade do eixo HPA,

limitando a resposta ao estimulo estressor. Além disso, essa estrutura cerebral quando

exposta de forma repetitiva a níveis elevados de glicocorticóides pode ter efeito

deletério à sua estrutura e função (JOCA; FERREIRA; GUIMARÃES, 2007).

Exposição a estressores sejam eles físicos ou psicológicos, como novidade ou

problemas sociais, induz remodelamento dendrítico em células piramidais hipocampais

e diminuição da neurogênese no giro denteado do hipocampo. Tais alterações

morfológicas parecem ser mediadas pelo aumento de corticosteróides que acompanha os

eventos de estresse, já que a remoção das adrenais previne a inibição da neurogênese

induzida pelo estresse (AXELSON et al., 1992).

Joca et al. (2007) afirmam que eventos estressantes teriam um efeito neurotóxico

sobre o hipocampo, provavelmente mediados pelo aumento de GCs, predispondo ao

desenvolvimento da depressão.

Desde meados do século XX, os cientistas que estudam a memória e o cérebro

têm se concentrado no hipocampo como a estrutura fundamental para a memória recente

para fatos e eventos (GIL et al., 2009).

Nas últimas duas décadas, tornou-se evidente que as áreas que formam a região

hipocampal também desempenham um papel crítico na memória. Sendo caracteristico a

cada área uma determinada função na circuitaria do sistema (BURWELL; AGSTER,

2008). A figura 2, mostra a visão geral da anatomia funcional das estruturas que

suportam a memória episódica do cérebro de mamíferos.

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Figura 2. Fotomicrografia da formação hipocampal corada com a técnica de Nissl. Secção coronal

que mostra o giro denteado (DG), áreas Corno de Ammon 1 (CA1), Corno de Ammon 2 (CA2),

Corno de Ammon 3 (CA3) do Hipocampo e suas sete camadas: camada granular (gcl), camada

molecular (ml), estrato lacunoso molecular (slm), estrato oriens (so) estrato piramidal (sp), estrato

radiato (sr), camada de células de Purkinje (pcl) (PAXINOS, 2004). Hemisfério esquerdo de rato.

(BURWELL; AGSTER, 2008).

O hipocampo estende-se ao longo do assoalho do corno temporal dos ventrículos

laterais, dividindo-se em áreas chamadas CA1, CA2 e CA3. As iniciais “C” e “A”

maiúsculas referem-se á abreviatura de Corno de Ammon (LORENTE DE NÓ, 1934).

Além disso, pode-se dividir o hipocampo em sete camadas: camada granular (gcl),

camada molecular (ml), estrato lacunoso molecular (slm), estrato oriens (so) estrato

piramidal não estratificado (sp), estrato radiato (sr), camada de células de Purkinje (pcl)

(PAXINOS, 2004). Como mostra a figura a figura 2.

O hipocampo juntamente com o giro denteado e os córtices transicionais

associativos (córtex entorrinal e subicular), constitui a formação hipocampal. Assim

chamada, pois essa unidade morfofuncional tem todas as suas estruturas acima citadas

como parte do sistema límbico e estão conectadas por um sistema de conexões

predominantemente excitatórias chamadas conjuntamente de “via trissináptica”

(LORENTE DE NÓ, 1934).

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2.3 ÓXIDO NÍTRICO E ESTRESSE

O óxido nítrico (NO) é um gás tóxico, instável, e constitui uma das menores e

mais simples moléculas biossintetizadas. É um radical livre, gasoso, inorgânico e

incolor (WEAVER et al., 2005). Vem sendo considerado em estudos recentes como um

neurotransmissor atípico. Alguns estudos apontam o envolvimento desse gás em várias

patologias como, depressão e transtornos obsessivos (HAMID et al.,1993; BAGASRA

et al., 1995; BUTTERY et al., 1996; VODOVOTZ et al., 1996).

No cérebro o NO participa do aprendizado e da memória, além de poder mediar

respostas excitatórias a certos aminoácidos (SCHUMAN; MADISON, 1991). Estudos

prévios apontam que o NO tem efeito modulador em diferentes processos de memória e

aprendizagem.

Vodovotz et al. (1996) demonstraram que o bloqueio da síntese de NO causa

prejuízo a memória, tanto no processo de aquisição quanto no de recuperação. Zhou et

al. (2007), relataram que a inibição da síntese de NO causa diminuição da memória e

diminuição do nível de hormônio cortical liberado. O NO tem importante participação

no controle do HPA (STARKMAN et al., 1992).

A síntese do NO resulta da oxidação de um dos dois nitrogênios guanidino da L-

arginina, que é convertida em L-citrulina. Esta reação é catalisada pela enzima NO

sintase (NOS) (MARLLETA,1993; MONCADA, 1991). Estudos de análise da

sequencia de aminoácidos revelaram que as isoformas da NOS representam uma família

e são produtos de três genes distintos. Assim, as isoformas da NOS são agrupadas em

duas categorias, a NOS constitutiva (c-NOS), dependente de íons cálcio (Ca++

) e de

calmodulina, que está envolvida na sinalização celular, e a NOS induzível (i-NOS),

produzida por macrófagos e outras células ativadas por citocinas (MARLLETA, 1994;

MONCADA, 1991).

A c-NOS e a i-NOS diferem quanto ao peso molecular, à forma de ativação e à

capacidade de síntese de NO (MARLLETA, 1994). A isoforma constitutiva compreende

a NOS neuronal (n-NOS, tipo I), presente normalmente nos neurônios (BREDT;

SNYDER, 1989; KNOWLES, 1989), e a NOS endotelial (e-NOS, tipo III), presente

normalmente nas células endoteliais vasculares (MONCADA, 1991) e nas plaquetas

(RADOMSKI, 1990). A c-NOS produz pequenas quantidades de NO, da ordem de nano

ou picomols, e sua ativação depende da interação com a calmodulina, que, por sua vez,

é controlada pelos níveis de Ca++

(MARLLETA, 1994; MONCADA, 1991).

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A i-NOS não é expressa sob condições normais, é induzida por citocinas e

endotoxinas em uma variedade de células (MONCADA, 1991). Esta isoforma requer

algumas horas para ser expressa, mas, uma vez sintetizada, libera quantidades maiores

de NO que a c-NOS e a produção deste continua indefinidamente até que a L-arginina

ou os co-fatores necessários para sua síntese sejam totalmente consumidos ou ocorra a

morte celular (DUSTING; MACDONALD, 1995).

Estudos com neurônios que contêm a forma constitutiva de NOS, demonstraram

que em situações de estresse é desencadeada uma ação neurotóxica. Essa

neurotoxicidade é promovida pela formação de peroxinitrito e liberação de íons ferro,

causando aumento de lesões no DNA e inibição da síntese desta biomolécula

(WEAVER, 2005).

2.4 NEURÔNIOS DIAFORASE POSITIVOS (NITRÉRGICOS)

Como já anunciado, a produção de NO em células de mamíferos, pode ocorrer

pela conversão da L-arginina em L-citrulina pela ação da enzima óxido nítrico sintase

(NOS). Como a NOS requer nicotinamida adenina dinucleotideo fosfato (NADPH) e O2

para a produção de NO, células nitrérgicas (que produzem NO), podem ser identificadas

através da reação histoquímica da NADPH-diaforase (NADPH-d), indicadora da

atividade catalítica da NOS (GONZALEZ-HERNANDEZ et al., 1996; GABBOT;

BACON, 1996).

Corroborando com esse fato, foi demonstraram a perda completa da coloração

característica da marcação histoquímica por NADPH-d em células do sistema nervoso

de ratos transgênicos “knockdown” para um gene funcional responsável pela produção

de NOS neuronal, fornecendo apoio para a co-localização da NOS e junto a NADPH-d

(HUANG et al., 1993). Foi também verificado por Hilbig et al. (2001), que diferentes

isoformas da NOS podem expressar atividade para NADPH-d.

Tem sido relatado para o córtex cerebral de macaco Cebus apella e em outros

mamiferos que neurônios NADPH-d-positivos podem ser divididos em dois tipos

distintos. Sendo eles classificados como neuronios do Tipo I e neurônios do Tipo II

(YAN et al, 1996.; FRANCA et al, 1997; BARONE; KENNEDY, 2000).

Os do Tipo I têm um soma relativamente grande, preenchido por uma marcação

diaforase intensa que delimita bem o soma e seus prolongamentos. Esses neurônios

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possuem uma marcação parecida com as demonstradas com a técnica de Golgi que

utiliza impregnação com prata para marcação morfologica de neurônios. Estes

neurônios estão distribuídos ao longo do córtex, mas principalmente na substância

branca subcortical e nas camadas corticais supragranulares (GABBOTT; BACON,

1996; CRUZ-RIZZOLO et al., 2006)

Neurônios do tipo II são mais numerosos, menores, com fraca atividade

NADPH-d, possuem tamanhos variantes entre médios e pequenos, com coloração pouco

forte e possuem pouca quantidade de prolongamentos dendríticos. Estão distribuídos em

maior parte nas camadas corticais do macaco Cebus apella (CRUZ-RIZZOLO et al.,

2006).

Estas células também foram encontrados na formação hipocampal de primatas

(SOBREVIELA; MUFSON, 1995) e na amígdala (BRADY et al, 1992), indicando a

ampla natureza desses neurônios no telencéfalo.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar os efeitos do estresse agudo e crônico pelo modelo de contenção sobre o sistema

nitrérgico no hipocampo de ratos Wistar adultos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Quantificar o número de neurônios diaforase positivos no hipocampo de ratos controle

e estressados.

- Quantificar a expressão da nNOS, iNOS, p-nNOS no hipocampo de ratos controle e

estressados.

-Comparar os modelos de estresse agudo e crônico por contenção, sobre os níveis de

modulação da NOS no hipocampo de ratos Wistar adultos.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 ANIMAIS

Os experimentos foram realizados com 48 ratos Wistar, divididos em quatro

grupos (Controle Agudo, Estresse agudo; Controle Crônico, Estresse Crônico), com

peso de 200-350g, com idade em torno das dezesseis semanas.

Os animais foram fornecidos pelo biotério central da UFS e mantidos em grupos

de quatro ratos em caixas plásticas padrão no biotério setorial do Departamento de

Fisiologia, até serem utilizados para os experimentos no Laboratório de Neurofisiologia.

Durante sua estadia no biotério setorial, os ratos tiveram livre acesso à água e

ração própria para roedores. A temperatura foi mantida a 240C com ciclo claro-escuro

natural. Depois de utilizados, os corpos dos animais foram acondicionados em sacos

plásticos vedados e depositados no freezer do biotério setorial do Departamento de

Fisiologia, até serem recolhidos pelo serviço de coleta da instituição.

Os animais utilizados foram tratados de acordo com as normas éticas para a

pesquisa animal, desenvolvidas pelo Comitê de Ética em Pesquisa e Experimentação

Animal da Universidade Federal de Sergipe (CEPA-UFS), sob o protocolo CEPA

#76/2010 (ANEXO A).

4.2 ESTRESSE POR IMOBILIZAÇÃO

Neste trabalho foi utilizado o modelo de estresse por imobilização adaptado de

Gamaro et al. (1998) e Gameiro et al. (2006). De acordo com este protocolo, os ratos

foram confinados em tubos de PVC, de aproximadamente 24 cm de comprimento por 6

cm de diâmetro, cujo comprimento e diâmetro é ajustado para o tamanho de cada rato

por um dispositivo que oclui o orifício de abertura do tubo, de modo que os mesmos

foram impedidos de se movimentar (Figura 3). Os animais passaram por um período de

uma semana de ambientação de 30min manipulados diariamente pelo pesquisador.

Foram utilizados regimes de confinamento: estresse crônico (6 horas por dia,

durante 15 dias) e estresse agudo (1 hora, sessão única). Segundo Magarinõs et.al

(1997) as taxas dos hormônios ACTH e corticosterona dos animais mantidos em

contenção são significativamente mais elevadas quando comparadas com aquelas dos

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animais controle, mantidos em suas gaiolas padrão. Estabelecendo assim um bom

protocolo para indução de estresse crônico e agudo.

Figura 3. Aparelho de contenção para rato. Adaptado de Gamaro et al. (1998) e Gameiro et al.

(2006). a. Aparelho de contenção aberto. Vista do alto. b. Aparelho de contenção com orifício de

abertura do tubo ocluído pelo mecanismo de fechamento. Vista Frontal.

Após 20 minutos do fim da exposição ao aparelho de contenção, ao fim do 15ª dia

de regime de confinamento para o estresse crônico e da sessão única de 1hora para o

estresse agudo, os animais seguiram então, para os procedimentos metodológicos

específicos a cada técnica aplicada.

a.

b.

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4.3 PERFUSÕES DOS ANIMAIS E PREPARO DAS AMOSTRAS PARA

TÉCNICA HISTOQUÍMICA NADPH DIAFORASE

Vinte minutos após passarem pelos procedimentos de estresse por imobilização,

de acordo com o grupo experimental a qual se enquadravam, os animais foram

anestesiados com uma injeção intraperitoneal (1 mL/100g de peso corporal) de

ketamina (80 mg/kg) e xilazina (10 mg/kg), e em seguida perfundidos transcardialmente

com solução de tampão fosfato salino (PBS) (0,1 M, pH= 7,2-7,4) durante 5 minutos

para que os seus vasos sanguíneos fossem lavados. Depois se introduziu o fluxo de

paraformoldeído (0,1 M) a 4% em tampão fosfato (PB) durante 20 minutos. Os cérebros

dos animais foram então extraídos das caixas cranianas e reservados em PB (0,1 M).

4.4 HISTOQUÍMICA PARA NADPH DIAFORASE

Logo após a perfusão os cérebros foram fatiados no vibrátomo na espessura de

70µm, sempre banhados em tampão fosfato (PB) 0,1M. Seguiu-se com as lavagens das

fatias com Tris-HCl a 0,1M em pH 8,0 (3 lavagens de 5 minutos), em seguida lavou-se

as fatias com Triton X-100 a 0,5% (3 lavagens de 5 minutos).

eApós as devidas lavagens as fatias foram incubadas em 2 mL de meio, que

constitui-se de 1966µL de Triton X-100 0,5% em pH 8,7µL de nitroblue tetrazolium

(NBT) à 0,25 mg/ml em DMF e 17µL de β-NADPH a 0,83 mg/ml em H2O. As fatias

foram incubadas em estufa comum, durante 80 minutos, a 37°C, sendo que a cada 30

minutos eram observados se a marcação das amostras apresentava-se satisfatória. Com

obtenção das amostras na coloração roxa, a reação foi interrompida com a lavagem dos

cortes com tampão fosfato PB 0,1M (3 vezes por 5 minutos).

4.4.1 PREPARAÇÃO DAS LÂMINAS

Os cortes foram montados em lâminas gelatinizadas, e permaneceram durante um

intervalo de trinta minutos à uma hora em câmera úmida para que se fixassem na

lâmina. Passada esta etapa os cortes foram desidratados, com níveis crescentes de álcool

(70%, 80%, 90% e 100%) por cinco minutos cada, descorados parcialmente com um

banho de xilol (cinco minutos) e montados com meio permanente Eukitt® (SIGMA)

entre lâmina e lamínula, como mostra a figura 4.

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Figura 4: Cortes corados com a técnica NADPH diaforase

e montados em lâmina permanente.

4.4.2 CONTAGEM CÉLULAS NEURONAIS EM CORTES CORADOS COM A

TÉCNICA NADPH DIAFORASE

Os dados foram analisados utilizando o microscópio óptico Olympus modelo

CX21FS, com câmera digital para microscopia (CMOS chip DCM130E) acoplada à

objetiva com auxílio do software de aquisição ScopePhoto® 3.1 (ScopeTek).

Foi analisado também, da mesma forma digital, as características qualitativas dos

neurônios do Tipo I e II no córtex do hipocampo dos animais testes e controle. Cada

animal forneceu seis fatias ao longo do seu eixo septo-temporal, que foram avaliadas

quanto à marcação para NADPH diaforase no hipocampo.

Das seis fatias obtidas foram utilizadas três da região septal hipocampal e três da

região temporal hipocampal. Em cada fatia o hipocampo foi identificado e classificado

em áreas CA1, CA2, CA3 e Giro Denteado de acordo com Paxinos (2004). Para cada

área hipocampal foi contabilizado o número de neuronios Tipo I e Tipo II.

Esse procedimento foi efetuado com a amostra de todos os animais utilizados nesse

estudo. As áreas hipocampais foram totalmente vizualizadas e tiveram os números

neuronais contabilizados em toda sua extensão. Para análise inicial, as médias da soma

dos números de neuronios das três fatias de cada região septo-temporal, marcadas pela

técnica diaforase, foi plotada em uma planilha feita no programa Excel

2007®

(APÊNDICE A), para posterior análise estátistica e comparação entre os grupos.

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4.5 PREPARAÇÕES DO TECIDO PARA QUANTIFICAÇÃO DA

CONCENTRAÇÃO E EXPRESSÃO PROTEICA

Após a eutanasia dos animais por decapitação (n=32), os cérebros dos mesmos

foram extraídos da caixa craniana. Sendo os dois hemisférios cerebrais dissecados para

extração do hipocampo isolado (Figura 5).

Figura 5: a. Isolamento de hipocampo por dissecação de hemisférios cerebrais; b.

Hipocampo direito e esquerdo isolados. Escala figura b.: (5 cm).

Desse modo, o hipocampo do hemisfério cerebral direito seguiu para a

preparação do homogeneizado conforme se procede para a técnica de Western Blot. E o

hipocampo do hemisfério cerebral esquerdo foi reservado à -80Cº, para posterior

utilização.

4.6 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS DE HIPOCAMPO PARA WESTERN

BLOT

Os hipocampos retirados do hemisfério cerebral direito dos grupos tratados

segundo o protocolo de estresse agudo e crônico, foram rapidamente removidos e

imersos em uma solução salina tamponada com Tris-Base (TBS) contendo (mM): 50

Tris-Base; 150 NaCl, pH 7,4. Posteriormente, em banho de gelo, os tecidos foram

homogeneizados (Dremel 300®) na presença de tampão de lise contendo (mM): 150

NaCl; 50 Tris 50; 5 EDTA; 2Na; 1 MgCl2, pH 8,0 acrescido de 100 mM Dithiothreitol,

1% Nonidet P40, 0,3% de Triton X-100, 0,5% de SDS, cocktail de inibidores de

a. b.

5 cm

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proteases (SigmaFast®, Sigma), 100 mM PMSF e de inibidores de fosfatases, 10 mM

Na4P2O7, 10 mM Na3VO4 e 100 mM NaF.

Os tecidos foram homogeneizados a uma proporção de 100 mg/mL de tampão

de lise. Após o processamento, as amostras foram centrifugadas a 15.000 rpm (Neofuge

15R, HEAL FORCE®, China) por 15 minutos à 4ºC. O sobrenadante foi aliquotado e

congelado a -80ºC para posterior utilização.

4.6.1 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO TOTAL DE PROTEÍNAS

A concentração total de proteínas foi determinada pelo método de Lowry et al.

(1951). Resumidamente, as amostras foram diluídas 10 vezes e adicionadas NaOH 0,5

M. Após 15 minutos de incubação, adicionou-se em cada amostra, uma solução

composta por: 2% Na2CO3, 1% CuSO4 e 2% KNaC4H4O6•4H2O, na proporção de

100:1:1. Ao final foi adicionado o reagente de Folin diluído 2 vezes. Após incubação

por 30 minutos, foi realizada a leitura no comprimento de onda de 630nm em leitora

enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) (ELx800, BIOTEK Instruments®,

EUA). Para confecção da curva de proteína padrão, utilizou-se albumina bovina

(Sigma-Aldrich®) em várias concentrações.

4.6.2 DETERMINAÇÃO DA EXPRESSÃO PROTEICA POR WESTERN BLOT

As amostras foram diluídas em tampão da amostra (Tris HCl/SDS pH=6.8, 3%

Glycerol, 1% SDS, 0.6% β-mercaptoetanol, Azul de Bromofenol) e aquecidas à 98°C

por 5 minutos. Para separação, foram aplicados 60 µg de proteína em gel de SDS-PAGE

(do inglês sodium dodecyl sulfate polyacrylamide gel electrophoresis) a 10%.

Após serem separadas em gel de poliacrilamida, as proteínas foram transferidas

para uma membrana de nitrocelulose (Millipore®, EUA) com poros de 0,44 μm. A

qualidade da transferência foi monitorada através da coloração da membrana com

solução de Ponceau 0,3%. A membrana foi então lavada em solução salina tamponada

com Tris-Base acrescido com 0.05% de Tween 20% (TBS-T) e colocada por 1 à 2 horas

em solução de bloqueio (4% de albumina em TBS-T). Após o bloqueio, a membrana foi

incubada em temperatura de 6-8ºC, com o anticorpo primário específico diluído em 1%

de albumina em TBS-T, overnight.

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Os seguintes anticorpos primários foram utilizados: anti-nNOS / anti-iNOS

(1:1000; policlonal feito em coelho; Santa Cruz Biotechnology Inc - Santa Cruz, CA,

EUA) e anti-pnNOSSer852

/ anti-GAPDH (1:1000; policlonal feito em cabra; Santa Cruz

Biotechnology Inc. - Santa Cruz, CA, EUA).

Em seguida, a membrana foi lavada três vezes com TBS-T durante 5 minutos e

incubada por 2 horas com o anticorpo secundário conjugado a peroxidase (HRP)

(1:5000, anti-goat IgG-HRP ou anti-rabbit IgG-HRP, Sigma, St. Louis, MO) diluído em

1% de albumina em TBS-T. Após o período de incubação, a membrana foi novamente

lavada por mais três vezes em TBS-T, durante 5 minutos. As bandas proteicas foram

detectadas por uma reação de quimioluminescência (Luminata strong™ - Western HRP

substrate, Merck-Millipore, Darmstad, Germany) e a intensidade das mesmas foi

avaliada por análise densitométrica, através do software ImageJ 1.38x (NIH).

Para os experimentos acima citados, foram utilizados o sistema Mini Protean III-

Tetracell e Mini Trans-Blot Electrophoretic Transfer Cell (BIORAD®, CA, EUA).

4.7 ANÁLISES ESTATÍSTICA

4.7.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA HISTOQUÍMICA NADPH DIAFORASE

A contagem foi feita manualmente, de modo a contabilizar neurônios do Tipo I e II

nas determinadas áreas do hipocampo. Com os dados coletados, observados pela

quantidade de neurônios Tipo I e II, procurou-se comparar os dados entre os animais

teste e seus respectivos controles, e entre o grupo teste agudo e teste crônico. Os

resultados foram expressos a partir da média ± o Erro Padrão da Média (EPM) e a

diferença entre os valores dos grupos experimentais e grupos controle, foi avaliada pela

ANOVA one-way, seguidas do post-hoc de Tukey para comparação entre os grupos.

Valores de p<0,05 e p<0,01 foram considerados como significativos. Foi utilizado o

programa SPSS 18.0 para as devidas análises.

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4.7.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA WESTERN BLOT

Os cálculos e análises dos resultados obtidos foram analisados pelo software

Prism 5.1 (GraphPad, San Diego, CA, EUA). Os resultados de expressão proteica

obtida, através do western blot foram normalizados pelo resultado do GAPDH de cada

amostra sendo expressos em média ± EPM e adotado o teste de ANOVA one-way,

seguido por post-hoc de Bonferroni para comparação entres os grupos. Para efeito

estatístico foram considerados significativos os valores que apresentavam p<0,05.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 MORFOLOGIA DOS NEURÔNIOS NADPH DIAFORASE

As NOS estão distribuídas no SNC de uma variedade de espécies, e, sua

localização pode estar relacionada a varias funções (BLOTTNER; GROZDANOVIC;

GOSSRAU, 1995). Como já dito no presente trabalho, os neurônios que expressam as

NOS podem ser marcados com a técnica de NADPH diaforase. Constatamos a

diferenciação morfologica entre os neurônios do Tipo I e do Tipo II no hipocampo de

ratos estressados agudamente e cronicamente, assim como já verificado por Sobreviela e

Mufson (1995).

Pode-se notar que no hipocampo dos animais estudados que os neurônios Tipo I,

possuem visualmente uma maior arborização dendrítica e uma impregnação diaforásica

maior, tanto nos animais controle quanto nos teste dos dois protocolos de estresse, em

relação aos neurônios do Tipo II dos mesmos animais, como pode ser visto na figura 6,

7 e 8.

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Figura 6. Neurônios do tipo I no hipocampo de animal do grupo teste estresse crônico.

Em destaque (seta: ), pode-se observar os neurônio do tipo I marcado com NADPH-

diaforase. Objetiva: 40X.

Figura 7. Neurônio Tipo I em destaque no hipocampo de

animal do grupo teste estresse crônico. Objetiva 100x.

Os neurônios do Tipo II apresentam aparentemente uma coloração menos

intensa, menor tamanho, e feixes de arborizações dendriticas menos expressivas (Figura

8). Visualmente também se apresentam em maior número no hipocampo.

(50µm)

m)

µµµm)

(15µm)

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Figura 8. Hipocampo de animal grupo controle estresse crônico. Em destaque (seta: ),

pode-se observar o neurônio do tipo II marcado com NADPH-diaforase. Objetiva: 40X.

Após visualização e caracterização dos neurônios no hipocampo, seguiu-se a

contagem dos neurônios marcados com a técnica e sua relação de expressão entre os

animais que passaram pelo protocolo do estresse agudo e estresse crônico.

5.2 DISTRIBUIÇÕES DOS NEURÔNIOS NADPH DIAFORASE

5.2.1 NÚMERO TOTAL DE NEURÔNIOS TIPO I E TIPO II

Neurônios do Tipo I observados no hipocampo

Como pode ser visto na figura 9, não houve diferença significativa no número total

de neurônios Tipo I no hipocampo dos animais submetidos a estresse agudo e crônico e

seus respectivos controles. Isso pode indicar que os neurônios NOS positivos, talvez

necessitem de um tempo maior de submissão ao estresse para que possam desencadear

essa expressão.

(60µm)

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Figura 9. Gráfico da relação dos neurônios Tipo I no hipocampo de ratos Wistar,

submetidos ao protocolo de estresse agudo e crônico por contenção, marcados pela

técnica de NADPH-d. n=4.

Neurônios do Tipo II observados no hipocampo

A análise da contagem de neurônios do Tipo II possibilitou verificar uma diferença

significativa (p<0,05) existente na quantidade desses neurônios no hipocampo entre

animais estressados cronicamente, seu respectivo controle e entre o grupo submetido ao

protocolo de estresse agudo. Essa diferença pode ser observada na figura 10.

As células em questão possuem um menor grau de expressão diaforásica (Figura 8)

e, portanto o protocolo de estresse crônico aos quais os animais foram submetidos já

possibilitaria uma maior marcação desse tipo neuronal. Esse fato nos remete a vertente

que o estresse crônico atuaria aumentando a expressão da NOS e possivelmente a

expressão elevada de NO em consequência do prolongamento do estado de estresse do

modelo estudado. O que pode estar diretamente envolvido com a condição fisiológica

de desordem a qual superprodução de NO está intimamente ligada.

Relação de neurônios Tipo I marcados pela técnica de

NADPH-DIAFORASE.

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Figura 10. Gráfico da relação dos neurônios Tipo II no hipocampo de ratos Wistar

submetidos ao protocolo de estresse agudo e crônico por contenção, marcados pela

técnica de NADPH-d. *p<0,05 quando comparado com todos os grupos. n=4.

Como observado não houve diferenças significativas em relação aos neurônios

diaforásicos do Tipo I no hipocampo, fato este que nos permite uma maior atenção

sobre a avaliação dos neurônios do Tipo II nas determinadas áreas hipocampais

estudadas.

Tem sido relatado que o padrão de expressão de NOS no hipocampo, usando a

histoquímica NADPH diaforase para células piramidais e células da camada granular,

apresentam índices elevados em estágios iniciais de desenvolvimento e que esta

coloração diminui em neurônios maduros que passam a exibir uma coloração mais fraca

para NOS (BREDT; SNYDER, 1994; YAN; RIBACK, 1997). Esse fato corrobora com

o achado de diferenças significativas apenas para neurônios do Tipo II no hipocampo

dos animais estudados, que como já ditas são células altamente marcadas pela coloração

diaforasica, que aparecem em fases mais tardias da vida do animal mesmo sob o

protocolo de estresse crônico por contenção.

Relação de neurônios Tipo II marcados pela técnica de

NADPH-DIAFORASE.

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22

5.2.2 DISTRIBUIÇÃO DE NEURÔNIOS TIPO II NAS ÁREAS HIPOCAMPAIS

O hipocampo está criticamente envolvido na formação da memória, podendo

operar como uma unidade integrada ou como partes isoladas, sendo responsável

também por diferentes funções dentro da consolidação da memória (MAY-BRITT;

MOSER, 1998).

Como anteriormente exposto não houve diferenças significativas entre a

expressão dos neurônios Tipo I e o estado agudo e crônico do estresse fisiológico

(Figura 9), a investigação proposta passou então a verificar se existem diferenças na

expressão de neurônios diaforásicos do Tipo II nas áreas hipocampais CA1, CA2, CA3

e giro denteado.

A figura 11 (a, c) apresenta os gráficos que nos mostram que na área CA1 e CA3

não encontramos diferenças significativas entre o número de neurônios diaforásicos do

Tipo II nos grupos tratados sob o protocolo de estresse agudo e crônico e seus

respectivos controles, bem como entre os estressados agudamente e cronicamente

(Figura 11 a, 11 c). O número de neurônios do Tipo II nessas áreas demonstrou valores

muito próximos. Mostrando que para essas determinadas áreas os diferentes tratamentos

não tiveram impacto sobre a expressão da NOS.

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Figura 11. Gráficos da relação dos neurônios Tipo II no hipocampo de ratos Wistar nas diferentes

áreas hipocampais. a. CA1. b. CA2. c. CA3. d. GD (giro denteado), submetidos ao protocolo de

estresse agudo e crônico por contenção. *p<0,05 quando comparado com todos os grupos. #p<0,05

quando comparado com o controle do grupo crônico. n=4.

No entanto, tem sido relatado que a marcação de neurônios positivos para NOS

ou seu marcador, NADPH diaforase, são escassos na camada piramidal de CA1 e CA2

em situações basais (VALTSCHANOFF et al., 1993; YAN; RIBACK, 1997),

mostrando que o aumento de produção de células diaforase positivas em CA2 são

eventos próprios do estresse a longo prazo.

a. b.

c. d.

Relação de neurônios Tipo II marcados pela técnica de NADPH-

DIAFORASE nas diferentes áreas cerebrais.

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Nossos resultados demonstraram que na área CA2 houve um aumento

significativo na expressão de neurônios tipo II em animais estressados cronicamente

quando comparados aos seus controles, o que nos sugere que existe uma diferença na

expressão de NOS entre as áreas hipocampais, uma vez que não foi observada diferença

significativa em CA1 e CA3.

No entanto, não houve diferença significativa na expressão destes neurônios

entre os animais submetidos ao estresse agudo e ao estresse crônico. Desta forma, é

necessário o desenvolvimento de estudos que busquem identificar os mecanismos

responsáveis por estas diferenças, uma vez que não existem dados na literatura acerca

disto, e que nos permita determinar a relação entre o aumento da expressão destes

neurônios com uma determinada modulação fisiológica.

Na região do Giro Denteado do hipocampo verificou-se uma diferença

significativa entre neurônios Tipo II nos animais tratados cronicamente quando

comparados com todos os grupos. Demonstrando que essa área de importante

participação na consolidação da memória estaria sofrendo grandes efeitos sob a

condição de estresse crônico.

5.2.3 RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE NEURÔNIOS TIPO I E TIPO II

ENTRE A REGIÃO ANATÔMICA SEPTAL E TEMPORAL DO HIPOCAMPO

Evidências recentes sugerem que o hipocampo é funcionalmente diferenciado ao

longo do seu eixo septo temporal ou dorsoventral. As conexões corticais e subcorticais

do hipocampo dorsal e ventral são diferentes, com informação proveniente dos córtices

sensoriais que entram principalmente vias da região dorsal de dois terços ou três quartos

do giro denteado (MAY-BRITT; MOSER,1998).

Ratos podem adquirir memoria espacial se pequenos blocos de tecido dentro do

giro denteado são poupados em grandes lesões, porém se grandes blocos de tecido

forem removidos no final da região ventral, eles não são capazes de sustentar a

aprendizagem espacial (GABBOTT; BACON, 1996).

Nos primatas, o hipocampo posterior (correspondente ao hipocampo dorsal de

roedores), parece ser mais importante do que a região anterior para a codificação da

memória espacial e certas formas de memória não espacial (GABBOTT; BACON,

1996; MAY-BRITT; MOSER, 1998).

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A formação hipocampal ventral (ou anterior), em certo ponto deconectada do

resto da estrutura, tanto em termos de ligações intra-hipocampal e extra-hipocampal,

pode executar funções que são qualitativamente diferentes e independentes aos da

formação hipocampal dorsal (MAY-BRITT; MOSER, 1998).

Avaliando esses aspectos morfológicos do hipocampo foi verificado que na

região mais anterior do hipocampo, chamada anatomicamente de região septal do

hipocampo, existem diferenças entre a expressão de Neurônios Tipo I e Tipo II como

mostra a figura 12.

Sendo que mais uma vez a expressão de neurônios Tipo I não foi significativa

em nenhum dos grupos na região septal do hipocampo (Figura 12 a.). Por outro lado a

taxa dos neurônios do Tipo II em animais estressados cronicamente quando comparados

tanto com seu respectivo controle, quanto com o grupo de animais estressados

agudamente, mostrou-se bem maior (Figura 12 b.).

Figura 12. Número de neurônios Tipo I e II no hipocampo de ratos Wistar submetidos ao protocolo

de estresse agudo e crônico por contenção. Análise de cortes da região septal do hipocampo. a.

Relação para neurônios tipo I. b. Relação para neurônios tipo II. p**<0,01 quando comparado com

todos os grupos. n=4.

a. b.

Número de neurônios Tipo I e II da região septal do hipocampo marcados pela

técnica de NADPH-DIAFORASE.

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Seguindo a mesma linha de pensamento foi feita a avaliação da expressão de

neurônios Tipo I e Tipo II para a região dorsal do hipocampo (Figura 13), de modo que,

novamente, a avaliação dos neurônios do Tipo I (Figura 13 a.) não apresentou diferenças

significativas entre o grupo teste estresse crônico, grupo teste estresse agudo e seus

respectivos controles. Mostrando mais uma vez que os neurônios que mais expressam a

NOS de acordo com a técnica da NADPH diaforase, não mostram diferenças

quantitativas em relação ao aumento do número de células nos diferentes tratamentos e

nas diferentes regiões anatômicas do hipocampo.

Figura 13. Número dos neurônios Tipo I e II no hipocampo de ratos Wistar submetidos ao

protocolo de estresse agudo e crônico por contenção. Análise de cortes da região dorsal do

hipocampo. a. Relação para neurônios tipo I. b. Relação para neurônios tipo II. p*<0,05 quando

comparado com todos os grupos. n=4.

Já na avaliação do número de neurônios Tipo II na região dorsal (Figura 12 b.)

do hipocampo, verificamos um aumento significativo (p<0,01) para o grupo de animais

estressados cronicamente quando comparados ao grupo de animais estressados

agudamente e os respectivos grupos controle. O número de células encontrado na

porção dorsal do hipocampo foi numericamente menor do que nas fatias analisadas do

a. b.

Número de neurônios Tipo I e II da região dorsal do hipocampo marcados pela

técnica de NADPH-DIAFORASE.

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hipocampo septal. Porém a diferença de expressão entre os grupos foi

significativamente maior, mostrando mais uma vez que o tratamento crônico dos

animais parece estimular uma maior expressão de células com potencialidade de

produzir NO.

Como se pode perceber a partir das análises feitas, o tratamento crônico

demonstra um aumento de forma significativa com relação à expressão de neurônios

diaforásicos do Tipo II, neurônios que em sua constituição são considerados nitrérgicos.

O estresse a longo prazo parece, de forma fisiológica, está envolvido na maior

expressão de NOS, fato esse, explorado através da técnica de Western Blot.

5.3 QUANTIFICAÇÕES DA NOS POR WESTERN BLOT NO HIPOCAMPO

A técnica possibilita a determinação da quantidade proteica, mensurada em

valores quantitativos. Dessa forma conseguimos deduzir se ocorre aumento ou

diminuição das NOS, presentes no hipocampo após o protocolo de estresse agudo e

crônico utilizado.

Os resultados das análises dos níveis de expressão das três isoformas estudadas

das NOS confirmaram a presença da nNOS, p-nNOS e i-NOS no hipocampo de ratos

(Figuras 14, 15 e 16).

5.3.1 EXPRESSÃO ISOFORMA nNOS

A nNOS é expressa constitutivamente no cérebro, portanto nossa avaliação dos

níveis dessa NOS consistiu em verificar os níveis de expressão desta enzima de acordo

com os tratamentos dos protocolos de estresse agudo e crônico.

Como visualizado na figura 14, o grupo de animais estresse crônico mostrou um

aumento significativo na expressão da nNOS quando comparado com seu respectivo

grupo controle (p<0,05) e também mostrou aumento significativo quando comparado ao

grupo estresse agudo (p<0,01). Este fato corrobora os dados obtidos nos estudos de

histoquímica para diaforase, os quais mostraram um relativo aumento de neurônios

nitrérgicos em áreas determinadas do hipocampo. De fato, já é sabido, que o estresse

crônico aumenta as expressões de NOS, mas no presente estudo percebemos que o

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estresse agudo parece ainda não exercer efeito significativo sobre essa expressão

nitrérgica.

Figura 14. Determinação da expressão proteica da enzima Óxido Nítrico Sintase Neuronal

(nNOS) em hipocampo de ratos submetidos à estresse de contenção. Os valores apresentados

foram expressos em unidades arbitrarias (u.a.) e estão representados em média ± e.p.m. Grupo

controle agudo (Ctr. Agu. – n=7), Grupo estresse agudo (Str. Agu. – n=7), Grupo controle crônico

(Ctr. Crôn. – n=5), Grupo estresse crônico (Str. Crôn. – n=6). *p<0,05, **P<0,01.

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5.3.2 EXPRESSÃO DA ISOFORMA p-nNOSser852

A medição da expressão de p-nNOSser852

nos indica o estado de ativação ou

inativação da nNos no tecido. A isoforma p-nNOSser852

é a forma da NOS fosforilada

que se da pela medida do sítio Serina 852, que constitui o sítio de inativação da

proteína. Ou seja, em níveis mais elevados da p-nNOSser852

estamos na verdade

mensurando a inativação da nNOS.

Na figura 15 está representada a determinação da expressão da nNOS fosforilada

no resíduo de Serina na posição 852 (p-nNOSSer852

), conhecido, quando fosforilado,

causar inativação desta enzima. Nas medidas realizadas foram detectadas reduções

significativas (p<0,05) na expressão da p-nNOSSer852

nos hipocampos isolados dos

animais estressados agudo e cronicamente quando comparados aos seus respectivos

controles.

Não observamos variação de ativação relacionando o grupo estresse agudo com

o grupo estresse crônico. Este fato indica que nos dois tratamentos ocorre ativação da

nNOS, e que a via de produção de oxido nítrico endógena está continuamente ativada.

Contudo, o aumento de NO no estresse crônico pode ser modulado através da ativação

de outra isoforma de NOS, já que o aumento da expressão da forma ativada da nNOS

não muda, tanto para o grupo estresse crônico, quanto para o grupo estresse agudo. A

alteração entre os estados de ativação ocorre apenas entre os grupos teste e seus

respectivos controles (Figura 15).

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Figura 15. Determinação da expressão proteica da enzima Óxido Nítrico Sintase

Neuronal Fosforilada (p-nNOS ser852

) em hipocampo de ratos submetidos à estresse

de contenção. Os valores apresentados foram expressos em unidades arbitrarias

(u.a.) e estão representados em média ± e.p.m. Grupo controle agudo (Ctr. Agu. –

n=4), Grupo estresse agudo (Str. Agu. – n=5), Grupo controle crônico (Ctr. Crôn. –

n=6), Grupo estresse crônico (Str. Crôn. – n=5). *p<0,05.

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31

5.3.3 EXPRESSÃO DA ISOFORMA i-NOS

A isoforma i-NOS é conhecida por ser uma isoforma expressa naturalmente em

neurônios, e sua atividade traz uma contribuição expressiva para a quantidade de NO

produzida nestas células. Deste modo, identificar a expressão de i-NOS em animais

submetidos ao estresse por contenção mostra-se de grande importância para tentarmos

correlacionar à ativação dos neurônios nitrérgicos com a isoforma de NOS que contribui

para a produção desta molécula, bem como, correlacionar a expressão desta isoforma de

acordo com a duração do estado de estresse por contenção.

Como pode ser observado na figura 16, houve aumento significativo da

expressão da isoforma i-NOS entre o grupo estresse crônico e seu respectivo controle,

este fato demonstra que, no estresse crônico, possivelmente, há uma produção

aumentada de NO por esta via de produção.

Nesta figura, podemos ainda verificar que o grupo crônico quando comparado ao

grupo estressado agudamente, apresenta, também o nível de expressão da isoforma i-

NOS aumentada. O que nos indica que, provavelmente, o estresse a longo prazo tem

uma relação íntima com altos níveis de NO. A literatura mostra que a produção de NO

pela i-NOS é maior quando comparado com a produção pelas demais isoformas de NOS

conhecidas. Segundo Dusting e Macdonald (1995) essa isoforma requer algumas horas

para ser expressa, mas, uma vez sintetizada, sintetiza quantidades de NO, em

concentrações molares maiores que as isoformas c-NOS.

Os efeitos deletérios o NO são desencadeados através de uma ação tóxica devido

à reação do NO com o ânion superóxido (O2-) resultam na formação de peroxinitrito

(ONOO-), um poderoso oxidante de proteínas. O ONOO

- aumentando efetivamente a

ação tóxica do NO e do O2– (BECKMAN; KOPPENOL,1996).

Os efeitos deletérios do estresse crônico assim se relacionam com os efeitos

deletérios da maior produção de NO pela via da i-NOS. Efeitos estes que ainda não são

desencadeados em curto prazo no estresse agudo.

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Figura 16. Determinação da expressão proteica da enzima Óxido Nítrico Sintase Induzida (i-NOS)

em hipocampo de ratos submetidos à estresse de contenção. Os valores apresentados foram

expressos em unidades arbitrarias (u.a.) e estão representados em média ± e.p.m. Grupo controle

agudo (Ctr. Agu. – n=5), Grupo estresse agudo (Str. Agu. – n=7), Grupo controle crônico (Ctr.

Crôn. – n=5), Grupo estresse crônico (Str. Crôn. – n=6). *p<0,05.

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6 CONCLUSÃO

- A produção de NO se dá por outra via que não a da p-nNOSser852

.

- O desfavorecimento à homeostasia da circuitaria hipocampal pelo aumento da

produção de NO, provavelmente, se dá através da via de produção da i-NOS.

- O estresse agudo não é capaz de produzir efeitos significativos sobre a produção do

NO, no tocante a promover danos a homeostasia hipocampal.

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APÊNDICE A

PLANILHA PARA PLOTAGEM DAS MÉDIAS DE NEURÔNIOS ENCONTRADOS

NAS ÁREAS HIPOCAMPAIS ESTUDADAS.

*rato crônico#

Neurônios

Tipo I

Estresse

Crônico Hipocampo Septal Hipocampo Ventral

Animal Grupo CA1 CA2 CA3 GD CA1 CA2 CA3 GD

*RC1 TESTE

*RC2 CONTROLE

*RC3 TESTE

*RC4 CONTROLE

*RC5 TESTE

*RC6 CONTROLE

*RC7 TESTE

*RC8 CONTROLE Neurônios

Tipo II

Estresse

Crônico Hipocampo Septal Hipocampo Ventral

Animal Grupo CA1 CA2 CA3 GD CA1 CA2 CA3 GD

*RC1 TESTE

*RC2 CONTROLE

*RC3 TESTE

*RC4 CONTROLE

*RC5 TESTE

*RC6 CONTROLE

*RC7 TESTE

*RC8 CONTROLE

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ANEXO A

DECLARAÇÃO DO CEPA/UFS