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Fitofarmaceuticos
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Módulo 3 - Protecção Integrada
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL - Produção Integrada
PROTECÇÃO INTEGRADA
"Sistema de luta contra os inimigos das culturas que. tendo em consideração as condições ambientais e a dinâmica das populações das espécies em questão socorre-se de todos os meios e técnicas que sejam adequados para manter a um nível tão baixo quanto possível. os inimigos das culturas, de forma a que os danos causados sejam economicamente toleráveis pelo produtor." (OILB*)
Produção Integrada:
Produção integrada
Protecção
Integrada
Fertilização
•Rega
•Conservação do solo
•Manutenção da biodiversidade
•Produção animal
+ Exploração
Agrícola
Evolução da
protecção
das culturas:
Uso indiscriminado dos pesticidas
mais eficazes segundo
esquemas rígidos de tratamentos
Uso ponderado de
pesticidas
de amplo espectro de acção
segundo sistemas de aviso
Introdução do nível económico de
ataque. Utilização de pesticidas com
fraca repercussão ecológica.
Preservação de organismos
auxiliares
Para além das características anteriores procede-se a: - Integração de todos os meios de luta - limitação máxima da luta química
Luta química cega
Protecção
integrada
Luta química aconselhada
Luta dirigida
Princípios Gerais
Através da protecção integrada procura-se combater os inimigos das culturas de
forma económica eficaz e com menores inconvenientes para o Homem e o
ambiente.
Efectuara estimativa do risco, isto é. a observação atenta e continua da
cultura, de modo a detectar os seus potenciais inimigos e a avaliar, através
da intensidade do seu ataque, os possíveis estragos ou prejuízos que
possam causar
Utilização racional, equilibrada e integrada de todos os meios de luta disponíveis (genéticos, culturais, biológicos, biotécnicos e químicos) com o objectivo de manter as populações dos inimigos das culturas em níveis que não causem prejuízo.
A protecção integrada tem em conta o nível de ataque que a cultura pode suportar
sem riscos, pois não se trata de erradicar o inimigo da cultura mas aceitar a sua
presença desde que não ultrapasse um certo nível de referencia - nível económico
de ataque
Princípios Gerais (cont.)
Com base na estimativa do risco e no nível económico de ataque, procede-se à tomada de decisão e à selecção dos meios de luta. A luta química é sempre considerada como último recurso.
Na luta química. deve considerar-se que os produtos fitofarmacêuticos utilizados
devem satisfazer as exigências da Boa Prática Agrícola.
E obrigatório que o seu uso seja efectuado de acordo com as instruções descritas no rótulo, nomeadamente no que se refere à finalidade, concentração ou dose homologada, número de aplicações, classificacão toxicológica e intervalo de segurança.
Deve ser assegurada a cuidadosa e eficiente utilização do material e das
técnicas de aplicação de modo a reduzir os riscos de elevada poluição do
ambiente.
Em produção integrada, a Protecção Integrada é a orientação obrigatoriamente
adoptada em protecção das plantas:
A tomada de decisão baseia-se:
- 1. Estimativa do risco
- 2. níveis económicos de ataque
- 3. Selecção dos meios de luta a adoptar
Privilegia-se a limitação natural e outras medidas indirectas de luta. antes de
qualquer intervenção com meios directos, em que a luta química deve ser o
último recurso.
1. Estimativa do risco-avaliação quantitativa de inimigos das culturas (intensidade
de ataque) e análise da influência de certos factores na sua actividade
com consequências nos prejuízos que possam causar (factores de nocividade).
As populações de inimigos das culturas devem ser monitorizadas com recurso a metodologias adequadas e
expeditas de diagnóstico, monitorização e quantificação das populações e modelos de previsão (mais
associados à estimativa do risco de doenças)
As técnicas de estimativa do risco podem ser:
- Directas - aplicam-se por observação de certo número de unidades amostrais,
definido como a amostra mínima - observação visual
- Indirectas - baseiam-se na utilização de dispositivos de captura para posterior
quantificação - armadilhas
Armadilha Moérick (original
DSV/DGPC)
É utilizada com o objectivo de
monitorizar afideos alados
Pode ser utilizada com o objectivo de
monitorizar pragas e auxiliares Afideos. Mosca
branca ...
Armadilha tipo funil
Para captura de borboletas de
grandes dimensões.
Modelo preferido para a lagarta-
do-tomate.
Noctuídeos:
Agrotis segetum
Auxiliares - organismos antagonistas dos inimigos das culturas, com actividade predadora,
de parasitismo ou patogénica.
O que são auxiliares ?
Inimigos naturais das pragas e doenças das culturas.
São organismos antagonistas com actividade predadora,
parasitóide ou patogénica, de organismos inimigos das culturas.
São organismos presentes naturalmente no ecossistema ou
introduzidos pelo Homem, que através da sua acção inibem ou
eliminam as espécies fitófagas.
Classificação dos inimigos naturais :
Parasitóides Predadores
Organismos patogénicos (fungos, bactérias, vírus e nemátodos)
O que são predadores ?
São insectos que perseguem e capturam várias presas das quais se
alimentam total ou parcialmente, durante a sua vida. A fase larvar é a mais
activa mas podem manter o seu regime alimentar na fase adulta.
São organismos que necessitam de mais de um indivíduo, normalmente
capturado com presa, para completarem o seu desenvolvimento (Ex:
antocorideos. coccinelideos. fitoseídeos)
O que são parasitóides ?
São organismos que vivem à custa de um organismo hospedeiro no qual se
desenvolvem, causando-lhe a morte mais ou menos rápida
(Ex: Encarsia formosa)
São indivíduos normalmente da classe Insecta, que se desenvolvem total ou
parcialmente à custa de um organismo de outra espécie que lhes serve de
alimento: a sua actividade alimentar acaba por matar o hospedeiro e. na forma
adulta tem vida livre.
O que são organismos patogênicos ?
Podem ser fungos, bactérias, virus e nemátodos.
São organismos que causam doença no inimigo da cultura.
Os organismos patogénicos têm o inconveniente de não procurarem activamente
as suas vítimas, como acontece com os parasitóides e predadores, pelo que o seu
uso no controlo biológico é efectuado como uma aplicação convenciona! de um
insecticida.
Então como distingue predadores de parasitóides ?
Predadores
Parasitóides
atacam várias presas durante a sua vida
generalistas maiores dimensões mais
coloridos
atacam uma presa
específicos menor
dimensão
Módulo 3 - Protecção Integrada
Coleópteros
Coccinelideos
Coccinela. Adalia
Scymnus
Chylocorus
Stethorus
Outros coleópteros (Cantarideos. Carabideos e Stafilinideos)
Ácaros predadores
Fitoseideos
Tisanopteros
Aleotripes
Coniopterogideos
Neurópteros
Crisopideos
Hemerobideos
Preservação da fauna auxiliar
Diversidade no agrossistema
•Faixas de compensação ecológica
•Bordaduras (c/ floração)
•Adubos verdes
•Pesticidas nao agressivos
•Sebes
Sebes:
Efeito abrigo de auxiliares Efeito guarda-vento
Efeito protecção contra erosão Efeito protecção
contra "draft" pesticida Efeito regulação de
humidade (solo e ar)
Na estimativa do risco está incluída a noção de intensidade de ataque e a
ponderação de factores de nocividade, que podem influenciar, favorável ou
negativamente, a evolução das populações dos inimigos das culturas.
• Histórico da parcela ou cultóra - aspectos relacionados com ataques anteriores,
susceptibilidade de culturas anteriores e condições climáticas verificadas em anos anteriores.
• Factores abióticos. ou de carácter ambiental - variáveis climáticas como temperatura,
humidade relativa e chuva, que influenciam o desenvolvimento dos inimigos das culturas.
• Factores bióticos. relacionados com a praga - espécie, estado de desenvolvimento,
abundância e diversidade de auxiliares.
• Factores culturais - variedades, fenologia das culturas, vigor, fertilizantes, cobertura do solo.
mobilização.
• Aspectos técnicos e económicos - relacionados com os conhecimentos do responsável pela
execução de estimativa do risco e com valor de mercado da produção.
2. níveis económico de ataque (NEA) — densidade populacional do inimigo da cultura, a
que devem ser tomadas medidas de combate, para impedir que o aumento da população
atinja a mais baixa densidade populacional que cause prejuízos. Entende-se como
prejuízos a redução de produção com importância económica.
É essencial a utilização de níveis económicos de ataque
(NEA) cientificamente testados e validados.
O cálculo dos NEA requer a quantificação dos custos dos tratamentos, que
sejam necessários efectuar e dos prejuízos na cultura, ocorridos na
ausência de tratamentos.
Cultura de Milho - operações a efectuar na estimativa do risco para as principais pragas e os meios directos
de luta
3. Selecção dos meios de luta a adoptar
Em protecção integrada, os meios genéticos, culturais, físicos, biológicos e
biotécnicos devem ser preferidos aos meios químicos, se garantirem níveis
satisfatórios de eficácia no combate dos inimigos das culturas.
Critérios adoptados na selecção das substâncias activas aconselhadas em protecção
integrada
Optando, em ultimo recurso, á luta
química:
Critérios adoptados na selecção das substâncias activas aconselhadas em protecção
integrada
- Efeitos sobre o aplicador
- Toxicidade sobre os auxiliares: coleópteros. neurópteros. heterópteros. himenópteros.
fitoseideos. sirfideos e polinizadores
- Mobilidade e persistência das substâncias activas no solo
- Eventual necessidade da sua aplicação em situações fitossanitánas para as quais a
solução e considerada difícil ou não existe recurso a substâncias que estariam excluídas
de acordo com os seus efeitos sobre os auxiliares
Assim:
Os critérios adoptados foram basicamente os seguintes:
1. Não são aconselhadas as substâncias activas cujos produtos formulados sejam
classificados como muito tóxicos em relação ao Homem.
2. Não são aconselhadas as substâncias activas insecticidas, acaricidas e fungicidas
classificadas de muito tóxicas para mais de dois grupos de auxiliares dos grupos
considerados.
3. Não são aconselhadas as substâncias activas dos grupos de organofosforados e
piretróides que. em regra, apresentam elevada toxicidade em relação aos grupos de
auxiliares considerados e para as quais a informação sobre os seus efeitos é nula ou
muito reduzida.
Os critérios adoptados foram basicamente os seguintes (cont):
4. Não são aconselhadas as substâncias activas cuja persistência e mobilidade no solo
possam ser susceptíveis de originar contaminações da camada freática.
5. São aconselhadas as substâncias activas pertencentes a grupos químicos de
produtos que. em regra, se apresentam neutros ou pouco tóxicos em relação aos grupos
de auxiliares considerados e cuja informação dos seus efeitos secundários é nula ou
muito reduzida.
6. São consideradas as substâncias activas que seriam excluídas com base nos
critérios anteriores mas para as quais não existem substâncias activas alternativas ou
outra solução satisfatória.
Efeito secundário das substâncias activas aconselhadas em protecção
integrada e dos respectivos produtos fitofarmacéuticos
Com o objectivo de dar prioridade à protecção da fauna auxiliar (introduzida ou
fomentando a limitação natural), elaboram-se tabelas nas quais se apresentam os
efeitos secundários das substâncias activas insecticidas, acaricidas e fungicidas
sobre os artrópodes auxiliares considerados mais importantes nas culturas
(coleópteros. neurópteros. heterópteros. himenópteros. fítoseideos. sirfideos e
polonizadores). As substâncias activas são ainda agrupadas em recomendadas e
complementares. (QUADRO A)
Com o objectivo de procedera uma melhore sustentável escolha dos produtos
fitofarmacéuticos. são ainda elaboradas tabelas nas quais se apresentam os efeitos
secundáros dos produtos sobre o Homem, o ambiente e outros organismos,
nomeadamente, abelhas, aves. fauna selvagem e organismos aquáticos..(QUADRO B)
Ferramenta Chave no Exercício da
Protecção/Produção Integrada
Actualmente:
Documento único válido para toda a exploração - componente vegetal e animal
Deve obedecer ao modelo oficial elaborado pela entidade competente: Flexível desde
que mantenha a informação.
O Caderno de campo deverá estar sempre devidamente actualizado.
O operador deverá anexar os comprovativos da aquisição dos produtos
fitofarmacéuticos e fertilizantes e demais factores de produção e os boletins de análises
emitidos pelos laboratórios que as efectuaram.
Registos dos tratamentos realizados -CADERNO
DE CAMPO
Registos dos tratamentos realizados -
CADERNO DE CAMPO (cont.)
O operador deverá facultar o caderno de campo às entidades competentes, sempre
que solicitado, de acordo com a legislação em vigor.
O operador é responsável pela exploração inscrita em produção integrada
responsabilizando-se. com a sua assinatura, pela veracidade das operações
registadas no caderno.
A Assistência técnica não tem carácter obrigatório. no entanto nos casos em que é
aplicável, o técnico responsável deverá igualmente assinar o Caderno.
Registos dos tratamentos realizados -
CADERNO DE CAMPO (cont.)
Deverão registar-se todas as actividades da exploração:
• ocorrência dos estados fenologicos da cultura. • operações culturais efectuadas e as datas em que tenham sido
realizadas. • rotações culturais previstas. • incidência dos inimigos da cultura e/ou dos auxiliares. • aplicação de produtos fitofarmacèuticos e fertilizantes. • gestão das áreas de regadio. • produções obtidas. • compra e venda de produtos (animais e vegetais) e factores de produção. • intervenções e maneio do efectivo. • plano alimentar do efectivo. • gestão dos efíuentes. • planos de fertilização. • plano de boas práticas de higiene. • plano de reprodução.