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MOINHOS DE BOLAS Distribuição de Tamanho de Esferas As bolas moem por fricção. Por isso devemos selecionar diferentes tamanhos de bolas, para conseguir um maior rendimento da moagem. Umas serão de tamanho maior e atuarão preferentemente na ruptura do material enquanto que outras de menos tamanho terão maior eficiência na obtenção de partículas menores. Em geral, é aconselhável compor o carregamento inicial do moinho com três diâmetros diferentes de esferas. No entanto, ocorrem casos em que é necessário intervir com mudanças sensíveis nas porcentagens dos diâmetros ou situações nas quais a carga deve ser constituída por dois ou quatro diâmetros. O que determina a adoção de uma ou outra solução será sempre a correlação da granulométrica de partida, a dureza do material a ser moído e a viscosidade da barbotina, levando-se em conta as dimensões e os tipos de moinhos empregados. A tabela a seguir mostra uma distribuição usual (%) em função do volume útil do moinho. Volume útil do moinho (1) 20 30 40 50 60 50 70 30 100 50 50 250 40 40 20 500 25 50 25 1000 50 50 1500 40 40 20 2000 30 40 30 3000 25 50 25 >3000 30 40 30 Para moinhos de laboratório, mais pequenos e bolas de AAD somente empregam-se dois tamanhos:

Moinhos de Bolas

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Page 1: Moinhos de Bolas

MOINHOS DE BOLAS

Distribuição de Tamanho de Esferas

As bolas moem por fricção. Por isso devemos selecionar diferentes tamanhos de bolas, para conseguir um maior rendimento da moagem.

Umas serão de tamanho maior e atuarão preferentemente na ruptura do material enquanto que outras de menos tamanho terão maior eficiência na obtenção de partículas menores.

Em geral, é aconselhável compor o carregamento inicial do moinho com três diâmetros diferentes de esferas. No entanto, ocorrem casos em que é necessário intervir com mudanças sensíveis nas porcentagens dos diâmetros ou situações nas quais a carga deve ser constituída por dois ou quatro diâmetros. O que determina a adoção de uma ou outra solução será sempre a correlação da granulométrica de partida, a dureza do material a ser moído e a viscosidade da barbotina, levando-se em conta as dimensões e os tipos de moinhos empregados.

A tabela a seguir mostra uma distribuição usual (%) em função do volume útil do moinho.

Volume útil do moinho (1)

20 30 40 50 60

50 70 30100 50 50250 40 40 20500 25 50 251000 50 501500 40 40 202000 30 40 303000 25 50 25

>3000 30 40 30

Para moinhos de laboratório, mais pequenos e bolas de AAD somente empregam-se dois tamanhos:

80% de bolas de 12mm20% de bolas de 20mm

O volume aparente ocupado pelas bolas deverá ser de 55% do volume útil do moinho. Deve-se levar em conta que somente 60% (aproximadamente) deste volume estará ocupado por bolas e o restante será espaço vazio entre elas.

Quantidade do Meio de Moagem

Para se ter uma maior eficiência de moagem, a quantidade de esferas deve ocupar de 35 a 55% do volume útil. Considerando-se que o volume real ocupado pelo meio de moagem é, em média, 60% do seu volume aparente, a quantidade do meio de moagem a ser colocada no moinho pode ser calculada com a fórmula:

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Q = Quantidade do meio de moagem [Kg];Vu = Volume útil do moinho [l];d = densidade do meio de moagem [g/cm³];p = % de ocupação aparente do meio de moagem

Para se manter a moagem sempre eficiente, recomenda-se fazer reposições periódicas de esferas em função do seu desgaste, sempre pelo maior diâmetro em uso.

Quantidade de Produto à Moer

Não existe uma regra geral sobre a quantidade ótima de produto à moer e sim indicações gerais.

O material à moer será tal que a barbotina formada cubra ligeiramente as bolas.

Uma quantidade menor deixaria as bolas fora da barbotina sofrendo um desgaste desnecessário. Um excesso de material retardará demasiadamente o tempo de moagem.

Em geral o conteúdo máximo de barbotina deve ser tal que deixe livre 25% do volume útil do moinho.

Recomenda-se que a quantidade de material a ser moído deva ocupar de 20 a 45% do volume útil do moinho, com o nível do meio de moagem ocupando 50% do volume. Considerando que o volume real ocupado pelo meio de moagem é, em média, 60% do seu volume aparente e que, conseqüentemente, o volume de espaços vazios equivale, em média, a 40%, a quantidade mínima de material deve ser = p . 0,40; onde p = % de ocupação aparente do meio de moagem.

Quantidade de Água; Densidade

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A densidade da barbotina dependerá do peso específico dos materiais á moer, porém, devemos procurar que seja a mais alta possível para que, em igualdade de volume, o percentual de sólidos seja maior. A água utilizada deverá ser a mais pura possível, evitando-se águas com dureza superior a 40 graus franceses.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

- Menegon Bristot, Vilmar. Máquinas e Equipamentos para Cerâmica. 1ª Edição – 1996. Editora e Livraria Luana Ltda. Criciúma – SC