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UFPE/CTG/DEESP – Av. Acadêmico Hélio Ramos, S/N°, Cidade Universitária, Recife/PE, Brasil CEP.: 50.730-540, Fone/FAX: (081) 271.8256 Ramal 209, email: [email protected] GLT/ 04 17 à 22 de outubro de 1999 Foz do Iguaçu – Paraná - Brasil GRUPO III LINHAS DE TRANSMISSÃO – (GLT) MONITORAÇÃO DE PARÂMETROS ELETROMECÂNICOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO COM VISTAS A AVALIAÇÃO DO ESTADO OPERACIONAL E REACPACITAÇÃO José Maurício de B. Bezerra * Oswaldo Régis Junior Roberval Luna UFPE - Brasil CHESF - Brasil CHESF - Brasil * RESUMO A monitoração de parâmetros eletromecânicos de linhas de transmissão é uma ação fundamental na aferição do seu estado operacional, não apenas com o enfoque do desencadeamento de ações preditivas rotineiras, como também, mais recentemente, com o intuito de se aferir com precisão a vida útil remanescente de seus componentes, visando uma avaliação econômica criteriosa da viabilidade de recapacitação da instalação. PALAVRAS-CHAVE Recapacitação - Linha de Transmissão - Sensoriamento - Monitoração - Técnicas Preditivas 1.0 INTRODUÇÃO O setor elétrico brasileiro, atualmente, se defronta com uma situação de escassez e obsoletismo significativos de instrumentação voltada para efetivamente realizar o diagnóstico do estado dos componentes de linhas de transmissão que permita subsidiar com precisão a decisão técnico-econômica de recapacitação de instalações elétricas. Questões do tipo: qual a vida útil remanescente de condutores ACSR face ao acúmulo de vibrações eólicas? Qual o estado de oxidação da alma de aço desses condutores? Como se encontram as fundações metálicas no que tange a oxidação? As conexões elétricas podem ser submetidas a um processo de repotencialização da linha? Essas questões e muitas outras não têm resposta adequada, apontando para a necessidade premente de se partir para a modernização da instrumentação existente. Pode-se dizer inclusive que o setor elétrico, nesta área, se encontra com uma defasagem equivalente ao período em que o Brasil adotou a sua política de reserva de mercado de informática. Esses problemas requerem uma atenção ainda maior, quando se tem em mente a ênfase crescente da utilização de técnicas de recapacitação como alternativa competitiva à construção de novas obras, o que tem levado as empresas a implementação de programas parciais (apenas up rate: extensão do limite térmico, recondutoramento, expansão de feixes, etc.) sem enfocar a outra vertente do programa: up grade (aferição dos aspectos voltados para adequação da confiabilidade da instalação – revisão do sistema de proteção contra descargas, aferição do fim de vida útil de componentes, incorporação de novos componentes com comportamento tecnológico que apresentem menor taxa de falha, etc.). Essa complementação é fundamental ao desempenho futuro da linha de transmissão apenas repotencializada (up rate) . Essas ações parciais são semelhantes a troca do motor de um carro de pequeno porte já antigo por um motor novo e possante, sem se ater a revisão dos demais componentes do veículo (amortecedor, suspensão, pneus, etc.). Os aspectos de segurança e operacionalidade desse “novo veículo”, estarão fundamentalmente comprometidos. No caso de uma linha de transmissão teríamos, de imediato, o aumento considerável dos DEKS, uma vez que a LT passaria a

Monitoração de Parâmetros Eletromecânicos de Linhas

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  • UFPE/CTG/DEESP Av. Acadmico Hlio Ramos, S/N, Cidade Universitria, Recife/PE, BrasilCEP.: 50.730-540, Fone/FAX: (081) 271.8256 Ramal 209, email: [email protected]

    GLT/ 04

    17 22 de outubro de 1999Foz do Iguau Paran - Brasil

    GRUPO IIILINHAS DE TRANSMISSO (GLT)

    MONITORAO DE PARMETROS ELETROMECNICOS DE LINHAS DE TRANSMISSO COMVISTAS A AVALIAO DO ESTADO OPERACIONAL E REACPACITAO

    Jos Maurcio de B. Bezerra Oswaldo Rgis Junior Roberval LunaUFPE - Brasil CHESF - Brasil CHESF - Brasil

    RESUMO

    A monitorao de parmetros eletromecnicos delinhas de transmisso uma ao fundamental naaferio do seu estado operacional, no apenas com oenfoque do desencadeamento de aes preditivasrotineiras, como tambm, mais recentemente, com ointuito de se aferir com preciso a vida tilremanescente de seus componentes, visando umaavaliao econmica criteriosa da viabilidade derecapacitao da instalao.

    PALAVRAS-CHAVE

    Recapacitao - Linha de Transmisso -Sensoriamento - Monitorao - Tcnicas Preditivas

    1.0 INTRODUO

    O setor eltrico brasileiro, atualmente, se defronta comuma situao de escassez e obsoletismo significativosde instrumentao voltada para efetivamente realizar odiagnstico do estado dos componentes de linhas detransmisso que permita subsidiar com preciso adeciso tcnico-econmica de recapacitao deinstalaes eltricas.

    Questes do tipo: qual a vida til remanescente decondutores ACSR face ao acmulo de vibraeselicas? Qual o estado de oxidao da alma de aodesses condutores? Como se encontram as fundaesmetlicas no que tange a oxidao? As conexeseltricas podem ser submetidas a um processo derepotencializao da linha? Essas questes e muitas

    outras no tm resposta adequada, apontando para anecessidade premente de se partir para amodernizao da instrumentao existente. Pode-sedizer inclusive que o setor eltrico, nesta rea, seencontra com uma defasagem equivalente ao perodoem que o Brasil adotou a sua poltica de reserva demercado de informtica.

    Esses problemas requerem uma ateno ainda maior,quando se tem em mente a nfase crescente dautilizao de tcnicas de recapacitao comoalternativa competitiva construo de novas obras, oque tem levado as empresas a implementao deprogramas parciais (apenas up rate: extenso dolimite trmico, recondutoramento, expanso de feixes,etc.) sem enfocar a outra vertente do programa: upgrade (aferio dos aspectos voltados para adequaoda confiabilidade da instalao reviso do sistema deproteo contra descargas, aferio do fim de vida tilde componentes, incorporao de novos componentescom comportamento tecnolgico que apresentemmenor taxa de falha, etc.).

    Essa complementao fundamental ao desempenhofuturo da linha de transmisso apenas repotencializada(up rate) . Essas aes parciais so semelhantes a trocado motor de um carro de pequeno porte j antigo porum motor novo e possante, sem se ater a reviso dosdemais componentes do veculo (amortecedor,suspenso, pneus, etc.). Os aspectos de segurana eoperacionalidade desse novo veculo, estarofundamentalmente comprometidos. No caso de umalinha de transmisso teramos, de imediato, o aumentoconsidervel dos DEKS, uma vez que a LT passaria a

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    ter blocos de energia interrompida maiores para asmesmas taxas de falha e tempos mdios deinterrupo.

    Alm dos aspectos tcnicos acima comentados h dese considerar ainda a questo econmica, em que deveser avaliada a viabilidade do investimento, diante davida til remanescente dos diversos componentes dainstalao. Quando temos um carro velho que requergrandes reparos o questionamento quanto a troca porum novo, afastando-se as preocupaes com ostatus, vm sempre tona.

    O artigo em tela representa um levantamento doestado da arte, a nvel internacional, de como osprocessos de monitorao de parmetroseletromecnicos em linhas de transmisso tmevoludo, fazendo um paralelo com o tratamento quevem sendo dispensado, pelo Brasil, questo.

    Esse trabalho representa um insumo valioso implementao estruturada de processos derecapacitao de linhas de transmisso, em todos osseus enfoques, seja do ponto de vista tcnico (up rate eprincipalmente up grade), como tambm econmico,uma vez que alerta para a necessidade da avaliao dediversos componentes que podero ter a substituiorecomendada.

    2.0 TERMINOLOGIA

    Os termos a seguir descritos se baseiam, tanto quantopossvel, nos conceitos introduzidos pelo IEEE (1).

    Capacidade: est associada potncia da instalao(tenso x corrente: capacity).

    Disponibilidade: refere-se ao tempo total em que ainstalao (linha ou equipamento) est em operaonormal (termo original: up-time ou availability).

    Capacidade: refere-se energia suprida pelainstalao, resultando da combinao de capacidade edisponibilidade, isto : capabilidade = capacidade xdisponibilidade (termo original: capability).

    Recapacitao: qualquer medida tomada com relaoa uma linha de transmisso, seja para restaurao dascondies fsicas, alteraes em caractersticas deprojeto ou limites operativos.

    Repotencializao: elevao da capacidade comalterao do projeto original (termo original: up rate).

    Requalificao: aumento da disponibilidade comalterao do projeto original (termo original: upgrade).

    Regraduao: elevao das caractersticas nominais,face a mudana de critrios, ou introduo demonitoraes especficas.

    Restaurao: recuperao ou melhoria dacapabilidade (resultado da combinao de capacidadee disponibilidade) original do projeto (refurbishment).

    Com as mudanas institucionais do setor eltrico aimportncia da recapacitao de linhas de transmissovem sendo cada vez mais caracterizada face aosaspectos econmicos envolvidos e necessidade de seconviver em um novo cenrio, caracterizado por umambiente competitivo.

    Neste contexto, mais de 30% das linhas detransmisso do setor eltrico j apresentam uma faixaetria superior a 25 anos, fato que, por si s jrepresenta uma preocupao no mnimo voltada parapreservar as suas caractersticas operacionaisoriginais, no obstante os freqentes projetos emandamento, voltados para repotencializao dessasinstalaes (2) e (3).

    3.0 TECNOLOGIAS E FENMENOSELETROMECNICOS DE INTERESSE

    Dentre as tecnologias e fenmenos de interesse querequerem um aprofundamento em seus modelos eformas de sensoriamento e monitorao, destacam-seos abordados a seguir.

    3.1 Avaliao de Indicadores

    As anlises das condies operativas realizadas pelosrgos de manuteno, aferem as dificuldadesoperacionais atravs da prvia identificao dos pontoscrticos e conseqente adoo de medidas preventivasnecessrias a superao dos mesmos.

    As taxas de falhas (transitrias, permanentes,desligamentos) e o tempo mdio de reparo doinformaes valiosas para que se possa examinar odesempenho das linhas de transmisso. A comparaodas taxas de falhas da linha em estudo com as taxas deoutras linhas, bem como a evoluo desses ndices aolongo do tempo, do importantes subsdios para aanlise que se pretende fazer.

    A taxa de defeitos e o custo realizado com amanuteno da linha tambm representam

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    informaes essenciais tomada de deciso quanto aviabilidade da recapacitao.

    A ttulo ilustrativo, as figuras 1 e 2 enfocam odesempenho da linha Angelim II Recife II, 500 kV,C1, do Sistema CHESF, detalham a evoluo dastaxas de falha transitrias e identificam as principaiscausas das ocorrncias. (4).

    0

    10

    20

    30

    83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98

    ANO

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    EQ

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    IA

    Real. Mdia LT

    FIGURA 1 - FREQNCIA DE FALHASTRANSITRIAS

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    80

    100

    FR

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    U

    NC

    IA

    Queimada Poluiao Desc. Atm. Ingnorada Vegetao

    FIGURA 2 - CAUSAS DAS FALHASTRANSITRIAS (PERODO 83 98)

    3.2 Vibraes Elicas

    Este fenmeno provocado por ventos transversaisbrandos (em torno de 2 m/s) os quais incidem sobre oscondutores que, quando submetidos a traesmecnicas superiores a 20% de suas cargas de ruptura,absorvem tais energias e as transmite aos pontos desuspenso. Esses pontos podem ser gradativamentedeteriorados por fadiga mecnica do material,requerendo cuidados especiais de montagem emonitorao.

    A evoluo desses desgastes pode provocar a rupturaparcial dos condutores, caracterizando um defeito dedifcil localizao visual a distncia (5). As inspeesespeciais so realizadas com a instalaodesenergizada e envolve grandes recursos humanos e

    materias, quando realizada de forma disseminada e emlarga escala.

    A forma preditiva de se atacar o problema estdirecionada a se identificar a presena do fenmeno,atravs da instalao de vibrgrafos, os quaisnecessitam permanecer na linha, registrando ofenmeno durante um perodo mnimo de 7 dias, faceao surgimento aleatrio do mesmo. Durante taisensaios so tambm registrados a temperaturaambiente, velocidade do vento e direo. O perfeitodesempenho da linha quanto a vibraes elicas estarassegurado a partir da identificao da ausncia dofenmeno, mesmo tendo ocorrido ventos brandostransversais linha de transmisso (1 a 6 m/s) etemperaturas baixas (

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    Convencionalmente so utilizados termovisores paraavaliar o estado trmico dessas conexes. Essesinstrumentos no so tradicionalmente utilizados emlinhas de transmisso, no Brasil, apesar da existnciade modelos voltados particularmente para essasaplicaes.

    Os modelos de ltima gerao permitem a realizaode ensaios durante o dia, atravs da utilizao internade filtros solares, alm de viabilizar tais inspees porvia area, incorporando facilidades do tipo gravaodas imagens visuais e trmicas e posteriorprocessamento digital (6).

    3.5 Clearances condutor-solo

    As distncias (clearances) condutor-solo representamum parmetro fundamental na identificao dacapacidade de carregamento eltrico de linhas detransmisso, no sentido de assegurar que oscondutores, mesmo aquecidos pelo efeito Joule e aodo Sol, no violem as condies de seguranaestabelecidas em normas tcnicas. A aferio dessasdistncias requer uma avaliao do comportamentoeletromecnico da linha de transmisso, a partir doqual se possa identificar vos crticos a seremcorrigidos ou monitorados em condies decarregamento normal ou contingncias (7).

    Essas aferies devem incorporar a degradaosuperficial gradativa dos condutores que acarretam emseu enegrecimento, perda das caractersticas detroca de calor com o meio ambiente e conseqentediminuio da capacidade de transporte de energiaeltrica na presena de raios solares.

    Deve-se buscar, inclusive, em condies decarregamentos especiais, a possibilidade demonitorao on line desses clearances, de talforma a assegurar o atendimento demanda deenergia eltrica. O CEPEL vem desenvolvendoprottipos de sensores de temperatura e corrente,aplicando tecnologias de fibras ticas (8). Comoalternativa aferio dos clearances est sendo testadaa medio da tenso mecnica nos cabos.

    3.6 Oxidao de Condutores

    A oxidao em condutores ocorre na alma de ao, apslongos perodos de operao e pode ser acelerada emdecorrncia da agressividade do meio ambiente(umidade, acidez, etc.). A preocupao reside noenfraquecimento mecnico do condutor e conseqenteruptura do mesmo.

    Como mtodo de ensaio so utilizadas mediesespeciais que permitem aferir o estado da alma de ao,sem a necessidade de desligamento da linha, podendo-se, inclusive, inferir quanto ao tempo de vida tilremanescente do cabo condutor (9).

    Esses instrumentos j foram desenvolvidos, entretantono so comercializados. Os servios so prestados,fornecendo-se ao contratante os diagnsticosdesejados. Para ilustrao, fruto de contatos mantidoscom fornecedores, os tpicos a seguir fornecem umaidia dos custos envolvidos com a realizao deservios dessa natureza, em linhas de transmisso daCHESF, com mais de 25 anos de operao.

    Dados Fornecidos

    Amostragem de uma linha de 100 Km Seriam ensaiados apenas 10% (10 Km) Tempo para coleta de dados: 4 dias Preo para a coleta dos dados: US$ 3,000 por dia A anlise dos dados dura 1 dia para cada dia de

    coleta Preo por dia de anlise: US$600 Taxa de mobilizao (remessa de instrumentos,

    despesas de viagem, seguro), so cobradosseparadamente, a depender do projeto.

    Simulao de custos para uma amostragem de 100Km (equivalente a 10 Km de ensaio), vide tabela 1.

    TABELA 1 CUSTOS DE ENSAIO DECORROSO EM CABOS

    Atividade Unidade QTDE TotalAmostras US$3,000/dia 4 dias 12,000Anlise US$600/dia 4 dias 2,400Estadia US$200/dia 2 x 15 dias 6,000Passagem US$2,000 2 4,000Despacho US$1,000 1 1,000Seguro US$1,000 15 dias 1,000

    Custos Totais:

    Fixo: US$5,000 Varivel: U$21,400

    Hoje, 35,6% do sistema CHESF requer uma avaliaoatravs deste processo, equivalente a 5.857 Km (linhasde transmisso com mais de 25 anos de operao). Aseguir apresentado um oramento global para avaliaro estado dessas linhas de transmisso:

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    Portanto o oramento global estimado deUS$1.258.398,00.

    O valor total acima explicitado ressalta a validade dese partir para desenvolvimento de tecnologia prpriavoltada para incorporar sensores que detectem oestado de oxidao de condutores.

    3.6 Avaliao Eletroqumica do Solo

    Esses ensaios tm o propsito de, a partir da avaliaodas caractersticas eletroqumicas do solo, se inferirquanto ao estado de oxidao das partes metlicasestruturais enterradas, de tal forma a se evitardispendiosas escavaes com o mesmo propsito. Aconcretizao dos procedimentos para realizao detais ensaios encontram-se em fase final de pesquisasno CEPEL (10).

    3.7 Monitorao da Poluio

    A poluio de isoladores ocorre atravs da deposiode contaminantes quer sejam de origem industrial,martima ou ambiental (5). Esses depsitos,juntamente com a presena da umidade, e tensoeltrica mais elevada propiciam o surgimento dedescargas superficiais que podem evoluir para ofechamento de uma arco de potncia sobre a cadeia deisoladores e conseqente interrupo no fornecimentode energia.

    Os processos de monitorao da contaminao dosisoladores mais utilizados so:

    Inspees noturnas; Medio de ESDD Anlise qumica dos contaminantes; Medio de corrente de fuga;

    3.8 Tcnicas de Reconhecimento de Padres

    Face a aleatoriedade da ocorrncia do fenmeno dapoluio se torna necessrio um enfoque estocstico,atravs, por exemplo, da utilizao de tcnicas dereconhecimento de padres, redes neurais, etc., queconduzam a um melhor equacionamento da questo,podendo levar, inclusive, monitorao on line (5).

    Essas tcnicas podem ser visualizadas fazendo-se umaanalogia com o ser humano. Uma demonstrao dapossibilidade de desenvolver tarefas mais elaboradas

    est associada com a sua capacidade de agrupar ouclassificar dados. O processo de distinguir objetosvenenosos de alimentos um exemplo de talcomportamento. Uma grande conquista dos cientistastem sido a transformao de observaes do nossomundo real em leis da natureza.

    A classificao de padres um processo deinformao e transformao. Isto , um classificadortransforma um conjunto relativamente grande dedados misteriosos em um pequeno conjunto de dadosteis. No surpresa portanto que mquinas, assimcomo organismos vivos, possuam a habilidade dedetectar e classificar padres. Exemplos de taismquinas que foram construdas e usadas efetivamenteso: classificador de clulas do sangue, analisador decromossomos, analisador de fotografias areas,analisador de vozes, leitor de zona postal, analisadorde impresses digitais e analisador de radiografia (5).

    3.9 Regras Fuzzy para Inspees Visuais

    No mtodo tradicional de inspees em linhas detransmisso, os dados so coletados pelo inspetor, oqual j estabelece o diagnstico do defeito e a ao demanuteno mais adequada. Todas essas informaesso digitalizadas e, em um algoritmo computacional, possvel alocar as aes de manuteno, por rgoexecutor, atendendo-se s prioridades previamenteestabelecidas na base de dados e obedecendo-se srestries de recursos humanos, infra-estrutura eaporte financeiro. Este o processo rotineiramenteutilizado na manuteno preventiva que atende a umciclo peridico que se inicia com a inspeo, seguidada elaborao dos programas e posteriormente seencerra com a correo dos defeitos e a identificaode pendncias que juntamente com os novos defeitosapontados pelos inspetores iro compor o novo ciclode manuteno (11).Este processo credita uma responsabilidade muitogrande ao inspetor, o qual necessita de uma atenoespecial, no que tange a treinamento, reciclagens eaferio permanente do padro tcnico visual dessesespecialistas.

    Um mtodo alternativo, em desenvolvimento, estmais voltado para inspees minuciosas direcionadaspara aferio do estado operacional de uma linha a sersubmetida ao processo de recapacitao.

    Este mtodo passa a tratar as informaes colhidaspelos inspetores em campo, como informaes noobjetivas. A tomada de deciso e suas implicaessobre o planejamento do sistema, exige umaferramenta de diagnstico capaz de tratar os dados

    398.258.1000.5100

    21.400857.5Total Custo ==++

    ==

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    subjetivos, conduzindo a um posicionamento maiscorreto quanto ao destino da obra. Nada fazer?Recuperar? Ou desativar a linha? Esta ferramenta dediagnstico j utilizada na engenharia de transmisso,tem como uma das bases a teoria dos conjuntosfuzzy (12).

    4. CONCLUSO

    Os pontos aqui levantados procuraram principalmentesensibilizar os tcnicos que militam no setor eltricoda necessidade de se implementar as metodologias derecapacitao de linhas de transmisso em suatotalidade, inserindo-se estruturadamente o segmentovoltado para assegurar a adequao dos ndices deconfiabilidade das instalaes (up grade),principalmente quando as mesmas esto sendo objetode projetos de repotencializao (up rate). Nesteaspecto, a monitorao dos parmetroseletromecnicos da instalao assumem umaimportncia crucial, quer seja na fase pr-recapacitao ou na fase ps-recapacitao.

    Na primeira fase se procura identificar o estado dainstalao no que se refere ao parmetro especfico sobanlise, podendo se predizer o tempo de vidaremanescente do componente sob foco; se estabeleceuma base referencial para se avaliar a efetividade dasaes de recapacitao a serem desencadeadas e secolhe subsdios para a anlise de viabilidade tcnico-econmica da implementao de processos derecapacitao.

    Na segunda fase se aferi a efetividade das aes derecapacitao executadas e se identifica os ganhos devida til obtidos a partir da efetivao das melhoriasimplementadas.Como linha de pesquisa paralela conveniente odesenvolvimento de estudos econmicos que indiquema viabilidade dos projetos de recapacitao, diante dosinvestimentos a serem empreendidos.

    5. BIBLIOGRAFIA

    (1) JOE C. POHLMAN. Assessement of OverheadLines. IEEE/PES T&D Conference (1991). USA.

    (2) CEPEL. Projeto: Recapacitao de Linhas deTransmisso RECAPLT Termo de Referncia.Carteira Institucional do CEPEL (1997). Brasil.

    (3) BEZERRA, J. M. B.; RGIS, OSVALDO,CABRAL, LUIZ E MESQUITA, EVANISE.Recapacitao de Linhas de Transmisso. AnliseTcnico-Econmica. Cotejamento entre Custos eBenefcios. VI-SEPOPE (1997). Brasil.

    (4) BEZERRA, J. M. B.; ARAJO, P. IVO S.;CAVALCANTI JR. , JOS HOLLANDA;CAVALCANTI, FERNANDO J. M. M. Uso deIndicadores Gerenciais no Planejamento daManuteno de Linhas de Transmisso. I SEMASE (1995). Brasil.

    (5) BEZERRA, J. M. B. Aplicao de Tcnicas deReconhecimento de Padres no Diagnstico deDefeitos em Linhas de Transmisso. Tese deMestrado em Engenharia Eltrica, CTG / UFPE(1995). Brasil.

    (6) AGEMA THERMOVISION, ThermovisionUncooled Infrared Camera, Home page daAGEMA THERMOVISION (1998), Suia.

    (7) CCON. Diretrizes para Aplicao deCarregamento em Linhas de Transmisso.Elaborado pelo SCEL (1987). Brasil.

    (8) CEPEL. Projeto SENSTICO. ProgramaInstitucional do CEPEL (1998). Brasil.

    (9) SHANNON TECHNOLOGY. ConductorCorrosion Assessment Services. Home page daSHANNON TECHNOLOGY (1998). Canad.

    (10) CEPEL. Projeto METAVECOR. ProgramaInstitucional do CEPEL (1998). Brasil.

    (11) SILVA, R. L.; NETO, A. P. Avaliao Estrturalde Torres Metlicas Antigas. XIV SNPTEE(1997). Brasil.