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. UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Educação Física- Bacharel Daniela Ramos Solfa Fernando Vinícius Leite Ferreira MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE CORREDORAS DE RUA LINS-SP 2014

MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO … · MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física- Bacharel

Daniela Ramos Solfa

Fernando Vinícius Leite Ferreira

MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E

RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE CORREDORAS

DE RUA

LINS-SP

2014

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Daniela Ramos Solfa

Fernando Vinícius Leite Ferreira

MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O

DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física- Bacharel, sob a orientação do Prof. Me Leandro Paschoali Gomes e orientação técnica da Prof.ª Ma. Jovira Maria Sarraceni

LINS-SP

2014

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Solfa, Daniela Ramos; Ferreira, Fernando Vinícius Leite Monitoramento de carga de treinamento e relação com o desempenho

de corredoras de rua / Daniela Ramos Solfa; Fernando Vinícius Leite Ferreira. – – Lins, 2014.

48 p. il. 31 cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física, 2014.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Leandro Paschoali Rodrigues Gomes

1. Carga de Treinamento. 2. Desempenho. 3. Corredoras de Rua. I Título.

CDU796

S674m

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Daniela Ramos Solfa

Fernando Vinícius Leite Ferreira

MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O

DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para

obtenção do título de bacharelado em Educação Física.

Aprovada em: _____/______/_____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Me Leandro Paschoali Rodrigues Gomes

Titulação: Mestre em Educação Física UNIMEP - Piracicaba

Assinatura: __________________________________________________________

1º Prof(a): ___________________________________________________________

Titulação: ___________________________________________________________

___________________________________________________________________

Assinatura: __________________________________________________________

2º Prof(a): ___________________________________________________________

Titulação: ___________________________________________________________

___________________________________________________________________

Assinatura: __________________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me permitir chegar aonde cheguei.

Agradeço aos meus pais, pelo apoio que me deram sempre! Vocês fazem

parte desta conquista.

Ao meu GRANDE AMIGO WONDER.

Mestre é aquele que caminha com o tempo, propondo paz, fazendo

comunhão, despertando sabedoria. Mestre é aquele que estende a mão, inicia o

diálogo e encaminha para a aventura da vida. Não é o que ensina formulas regras,

raciocínios, mas o que nos questiona e nos desperta para a realidade.

Mestre é você, que compreende, estimula, que comunica e que nos enriquece

com sua presença, seu saber e sua ternura. Obrigada, Professor!

Nunca meesquecereide você! Você faz parte dessa vitória!!!!!

Ao meu orientadorHilinho...

Por ter me acolhido no momento em que mais precisava, por estar sempre

disponível, quando surgia alguma dúvida. Por não me deixar desistir nem nos

momentos em que não acreditava mais que fosse dar certo. Obrigada, por ser muito

mais que um professor! VOCÊ É ESPECIAL!

Aos queridos alunos do Projeto Correr.

O meu agradecimento a vocês, que acolheram ao projeto e a mim de braços

abertos. A participação de vocês em nosso projeto foi imprescindível, para que este

momento acontecesse. Obrigada,por estarem desde sempre presentes participando

dessa experiência acadêmica, e do meu aprendizado. LEMBRAREI-ME DE CADA

UM DE VOCÊS COM MUITO CARINHO!

Às minhas queridas amigas...

Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre,

jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudade, mas não estará só.

Aos amigos que conheci na faculdade e levarei para a vida. Danielle, Mayara e

Janaiane.

Ao meu melhor amigo e Namorado..

Nossa, foi difícil, não foi? Mas conseguimos passar por isso junto, como

sempre! Obrigada por estar ao meu lado neste trabalho e durante todos os dias,

alegrando-me. Tenho orgulho de você! Você vai longe, pode acreditar.

Daniela

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado força e coragem pra sobrepujar todas as dificuldades

durante os 4 anos de faculdade, sempre com perseverança e convicção da vitória.

Agradeço à minha mãe ISABEL, por acreditar quando acreditei, lutar quando

lutei, sofrer quando sofri, preocupar-se quando não me preocupei e agora,

comemore, pois agora eu comemorarei.

À pessoa que esteve esse tempo todo ao meu lado, seja nos momentos bons

ou ruins, estava sempre aqui me fazendo um pouco mais feliz a cada dia. AMO

você, Daniela.

Aos meus irmãos, vocês também fazem parte deste momento, aos meus

sobrinhos, muito obrigado.

Ao Professor Hilinho, pela dedicação nas orientações, em sala de aula, e em

todos os momentos durante este processo de formação.

A todos os professores que me fizeram acreditar sempre na EDUCAÇÃO

FÍSICA.

Galera do Projeto Correr.

Um agradecimento todo especial ao Professor Dr. Wonder Higino que,

durante sua longa passagem por esta universidade, deixou com certeza muito

conhecimento, muita vontade de aprender. Eu só sou mais um dos muitos que

tiveram o enorme prazer de tê-lo como professor, como o homem a ser seguido.

Agradeço pela oportunidade que me deu de fazer aquilo que amo. Você me deu o

grande privilegio trabalhar ao seu lado, como estagiário no Projeto Correr.Recordo-

me como se fosse hoje, você nos convidando para iniciarmos juntos este projeto e

que precisava de pessoas que amassem o atletismo.Começamos, assim, uma das

melhores fases da minha vida. Obrigado,amigo. SÓ ENQUANTO EU RESPIRAR,

VOU ME LEMBRAR DE VOCÊ.

E agradeço também aos meus amigos, em especial,à minha “parça” Danielle

Pagliusso, a quem admiro demais, durante estes 4 anos, cada dia, um dia diferente,

Amo. Seria injustiça citar uns e esquecer alguém, por isso, abraço geral.

Fernando Ferreira

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RESUMO

A corrida de rua vem se tornando um esporte muito popular entre as várias

classes sociais. É simples de ser praticada e não requer nenhum equipamento

específico, somente um tênis e a vontade de se exercitar. A corrida de rua é um

esporte predominantemente aeróbio, ou seja, a intensidade de esforço e a dosagem

aplicada devem ser controladas corretamente. Neste sentido, faz-se necessário

elaborar, correta e estrategicamente, um programa de treinamento fundamentado no

conhecimento sobre as cargas de treinamento. O presente estudo teve como

objetivo analisar a relação do monitoramento de treinamento com a melhoria do

desempenho em corredoras de rua do Projeto Correr. A amostra experimental foi

composta por 7 sujeitos do gênero feminino (Idade 49 ± 6,856 anos, Estatura

157,86 ± 7,7 cm, MCT 70,39 ± 4,83 kg, %G 34,49 ± 3,58 , MM 46,10 ± 54 kg, FLEX

26,86 ± 9,42 cm, T3000 21,56 ± 1,85 min,VO2max 8,71 ± 0,75 Km/h, Lan7,09 ±

0,72km/h)Laer6,03 ± 0,61 Km/h, aparentemente saudáveis e praticantes da

modalidade em questão, sendo submetidas a 3 protocolos de avaliação

antropometria, flexibilidade e teste de 3000 metros em pista. Os procedimentos

adotados para a reavaliação foram os mesmos. Todas as corredoras realizaram

treinamentos individualizados, que sofriam modificações a cada final de semana, de

acordo com a percepção de esforço de cada indivíduo. O tempo de cada sessão era

de aproximadamente 50 minutos, entre aquecimento, alongamento e a parte

principal e final. A frequência da sessão era de 3 dias por semana, totalizando 10

semanas. Através do teste t student, verificou-se que as voluntárias não

apresentaram melhorias significantes para nenhuma das variáveis avaliadas. Com

os resultados obtidos, pode-se concluir que fatores externos podem ter interferido

nos resultados do teste, como as atividades que as voluntárias realizavam antes do

treino como trabalhar e fazer atividades domésticas, o fator climático,pois os treinos

aconteciam em sua maioria à céu aberto, muitas vezes, em sol quente e tempo seco

e, finalizando, com o insuficiente número de sessões.

Palavras – Chave: Corrida de Rua. Monitoramento.Treinamento.

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Abstract The street race is becoming a very popular sport among many social classes . It is simple to be practiced and does not require special equipment, just a tennis and the will to exercise. The street race is a predominantly aerobic Sport, in other words, the intensity of effort and the applied dosage must be correctly controlled. In this sense, it is necessary to prepare correct and strategically, a training program based on the knowledge about the training charge. This study aimed to analyze the relationship between monitoring the training and the performance improvement over the street runners belonging to ProjetoCorrer. The experimental sample was composed by 7 people of female gender (Age 49 ± 6,856 years, stature 157,86 ± 7,7 cm, MCT 70,39 ± 4,83 kilos, %G 34,49 ± 3,58, MM 46,10 ± 54 kilos, FLEX 26,86 ± 9,42 cm, T3000 21,56 ± 1,85 min, VO2max 8,71 ± 0,75 Km/h, Lan7,09 ± 0,72 Km/h, Laer6,03 ± 0,61 Km/h), apparently healthy, and practitioners of the sport in question, being submitted to three evaluation ways : anthropometry, flexibility and a 3000 meters test on athletics track. The adopted procedures to re-evaluate the results were the same. All runners performed individualized trainings, changing every weekend, according to the perception of effort of each person. The duration of each section was about 50 minutes, between heating, stretching, the main part and the end. Individuals had section 3 times a week, totaling 10 weeks. By Student t-test , it was found that the volunteers did not show significant improvements to any variable evaluated. The obtained results were used to conclude that external factors may have interfered over test results, such as the activities that the competitors did before training like working or doing household chores, the climate factor, because the training was developed mostly on open areas, under hot sun and dry weather, and, concluding, the insufficient days of session. Key Words: Street Run, monitoring, training

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Sugestão de Treino

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - mostra as variáveis analisadas ID, EST, MCT, %G, PG, MM, FLEX

durante o programa de treinamento proposto na sua fase inicial (PRÉ) e fase final

(PÓS).

TABELA 2 mostra as variáveis analisadas T3000, VO2MAX, LAN e LAER durante o

programa de treinamento proposto na sua fase inicial (PRÉ) e fase final (PÓS).

LISTA DE ABREVIAÇÕES SIGLAS

CC: Composição corporal

cm: Centímetros

EST: Estatuta

FC: Frequência cardíaca

FCmax: Frequência cardíaca máxima

FLEX: Flexibilidade

ID: Idade

IMC: Índice de massa corporal

Kg: Quilograma

Laef: Laboratório de educação física

Laer: Limiar aeróbio

LAn: Limiar anaeróbio

MCT: Massa corporal total

min: Minutos

ml: Mililitros

m: Metros

MM: Massa magra

PG: Peso de gordura

PSE: Percepção subjetiva de esforço

T3000: Tempo do 3000 metros

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VO2max: Consumo máximo de oxigênio

%: Porcentagem

%G: Porcentagem de gordura

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13

1 CONCEITOS PRELIMINARES .................................................................................. 15

1.1 Monitoramento de Treinamento ....................................................................... 15

1.1.1 Importância do monitoramento ........................................................................ 16

1.2 Treinamento Desportivo .................................................................................. 17

1.2.1 Treinamento e Resposta ao Treinamento ....................................................... 17

1.2.2 Meios e métodos do Treinamento Desportivo ................................................. 18

1.2.4 Cargas de Treinamento ................................................................................... 23

1.3 Corrida de Rua ................................................................................................ 26

1.3.1 A História da Corrida de Rua ........................................................................... 26

1.3.2 O Crescimento e a Expansão da Corrida no Brasil e no Mundo ..................... 27

1.4 Antropometria .................................................................................................. 28

1.5 Flexibilidade..................................................................................................... 29

2 O EXPERIMENTO .................................................................................................... 30

2.1 CASUÍSTICA E MÉTODOS............................................................................. 31

2.2 Condições Ambientais ..................................................................................... 31

2.3 Amostra experimental ...................................................................................... 31

2.4 Material ............................................................................................................ 31

2.5 Testes .............................................................................................................. 31

2.5.1 Estatura ........................................................................................................... 31

2.5.2 Peso Corporal Total ......................................................................................... 32

2.5.3 Sentar e Alcançar (flexibilidade) ...................................................................... 32

2.5.4 Dobras Cutâneas ............................................................................................. 32

.2.5.5 Teste dos 3000 metros .................................................................................... 33

2.5.6 Escala de Percepção de Esforço Modificada (PSE) ........................................ 33

2.6 Procedimentos ................................................................................................. 33

2.7 Treinamento ............................................................................................................ 34

2.8 Analise estatística ............................................................................................ 36

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2.9 RESULTADOS ................................................................................................ 36

2.10 Discussão ........................................................................................................ 37

2.11 Conclusão ....................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 41

ANEXOS ............................................................................................................................. 45

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INTRODUÇÃO

Para que atletas atinjam um patamar ideal de aptidão física, faz-se necessária

a aplicação de um programa de treinamento periodizado, baseado em uma

quantificação precisa e uma distribuição adequada das cargas de treinamento

promovendo adaptações específicas e ganho de rendimento (MILOSKY; FREITAS

et al, 2012). A fim de se promoverem as adaptações desejadas, o atleta deve

receber estímulos adequados (COSTA, MOREIRA et al., 2011)

Em um programa de treinamento de qualidade, deve haver um contínuo

desequilíbrio da homeostase do atleta. Na sequência, é de suma importância a

aplicação de períodos suficientes de recuperação para a ocorrência da

supercompensação. Contudo o estresse provocado pelo treinamento pode acarretar

efeitos negativos, se as cargas utilizadas não forem condizentes com as

capacidades do atleta, podendo até mesmo causar danos a sua saúde. (FREITAS,

MIRANDA et al., 2009)

Neste contexto, o monitoramento das cargas de treinamento será de extrema

utilidade, uma vez que o treinador poderá utilizar as informações obtidas para avaliar

as cargas implementadas e, a partir disso, ajustar, sistematicamente, a periodização

das cargas futuras. Devido à sua grande importância, atualmente existe um grande

interesse no desenvolvimento de métodos válidos e confiáveis para o monitoramento

das cargas de treinamento. (MILOSKI, FREITAS et al, 2012)

Há alguns anos, buscam-se maneiras que possam avaliar a aptidão aeróbia e

junto a isso facilitar a prescrição da intensidade adequada de treinamento para cada

atleta (ALTIMARI et al, 2006). De acordo com Denadai (2000),as variáveis mais

estudadas para a predição do desempenho aeróbio são o limiar anaeróbio (Lan) e o

consumo máximo de oxigênio (VO2max). Esses índices possuem grande validade

para um acompanhamento mais afundo de cada atleta em sua modalidade

específica e uma relação direta com a melhoria da performance dos atletas. (PAZIN

et al., 2007 apud TRETER, 2011).

O presente estudo se propõe a uma investigação na área de Fisiologia do

Exercício, limitando-se a apresentar os resultados obtidos através de avaliações

realizadas no Laboratório de Avaliação de Esforço Físico – LAEF, no Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium,no município de Lins- SP. As avaliações às

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quais os sujeitos foram submetidos são: perfil antropométrico, massa corporal total,

estatura, percentual de gordura, avaliação Aeróbia (determinação do Vo2max, limiar

anaeróbio e aeróbio).

Nesta pesquisa, a partir dos resultados das avaliações, foi elaborado um

treinamento específico para cada indivíduo baseado nas variáveis encontradas no

teste de 3000m em pista de atletismo, com a frequência de (3) dias por semana,

totalizando 10 semanas.

Diante do exposto, o objetivo geral deste trabalho foi analisar os efeitos do

monitoramento de treinamento em função das variáveis fisiológicas das corredoras

do Projeto Correr de Lins – SP

Este estudo será baseado na seguinte pergunta problema: o monitoramento

da carga de treinamento relaciona-se com a melhora de desempenho das

corredoras de rua?

Considerando-se a importância do monitoramento de carga como forma de

controle do processo de treino e melhor acompanhamento do mesmo, ajudando a

evitar sintomas relacionados ao Overreaching não funcional e ao Overtraining,

acredita-se que o treinamento é algo necessário para maiores desempenhos diante

de uma temporada atlética (BORIN; GOMES; LEITE, 2007).

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1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Monitoramento de Treinamento

O objetivo principal do treinador esportivo é maximizar o

desempenho atlético. A fim de atingir este objetivo, o treinador

deve prescrever cargas de treinamento adequadas, com

períodos de recuperação apropriados, visando atingir o maior

nível de adaptação possível antes da competição. Neste

contexto, o monitoramento das cargas de treinamento será

extremamente útil, uma vez que, o treinador poderá utilizar as

informações obtidas para avaliar a magnitude das cargas

implementadas e a partir disto, ajustar, sistematicamente, a

periodização das cargas futuras. Atualmente, existe um grande

interesse no desenvolvimento de métodos válidos e confiáveis

para o monitoramento das cargas de treinamento.

(NAKAMURA, MOREIRA, AOKI, 2010, p.1)

Na abordagem do tema monitoramento de treinamento, carga externa e a

carga interna de treinamento são variáveis de grande importância. Segundo

Nakamura et al. (2010), a maior parte dos programas de treinamento, nos dias

atuais, são realizados e monitorados com base na carga externa, ou seja,

indicadores externos como o volume de treinamento para a realização do

monitoramento da sessão. Apesar disso, as adaptações que ocorrem em

consequência do treinamento estão mais associadas com a carga interna, ou seja,

com o nível de estresse atribuído ao organismo do que com a carga externa, ou

seja, o volume de treinamento.(VIRU; VIRU., 2000)

Alguns métodos objetivos, como por exemplo, a utilização da frequência

cardíaca (FC), o consumo máximo de oxigênio (VO2) e a concentração de lactato

sanguíneo [La] têm sido aplicados na tentativa de monitorar a carga interna de

treinamento por meio da intensidade e do estresse fisiológico atribuído ao atleta,

porém as utilizações dessas variáveis fisiológicas são restrita, pois depende de

equipamentos específicos e necessitam de que a sessão de treinamento seja

interrompida constantemente.(PSYCHARAKIS, 2011 apud ANDRADE, 2013)

Kelly e Coutts (2007) reforçaram a necessidade de a elaboração de um

sistema de monitoramento de cargas serem simples, prático e de fácil aplicação,

permitindo assim aos treinadores planejar e monitorar o treinamento de seus atletas.

Dessa forma, analisando a influência da carga interna de treinamento sobre o

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.

surgimento das adaptações desejadas (VIRU; VIRU, 2000; apud IMPELLIZZERI et

al., 2005), torna-se indiscutível a importância do monitoramento das respostas

bioquímicas, fisiológicas e/ou perceptuais durante todo o treinamento.

1.1.1 Importância do monitoramento

Em atletas de alto rendimento, a precisão durante a elaboração da carga de

treino vem a ser fator determinante e meio mais seguro para a obtenção da melhora

do desempenho (OLIVEIRA et al., 2010), a fim de controlar os estímulos dados,

favorecendo um estado de supercompensação e, consequentemente, evitando um

overtrainning (excesso de treinamento) .

Dessa forma, com a aplicação de um monitoramento de treinamento

adequado, pode-se obter uma melhoria nos componentes da aptidão física

necessárias para uma melhoria na performance. (NUNES et al., 2011)

Os fatores indispensáveis para a prescrição do treinamento são a frequência

semanal, a duração e intensidade de cada período de treinamento (WILMORE E

COSTILL, 2001)

Certamente, um dos princípios que controlam o processo de treinamento é a

modificação das cargas externa e interna ao longo do período. Além disso, as

cargas no treinamento devem ser incrementadas de forma progressiva, para

proporcionar as adaptações necessárias nos diferentes sistemas orgânicos. Esta

alteração gradativa indica a utilização de cargas de treinamento cada vez mais

elevadas, a fim de promover os estímulos necessários para a adaptação e a

supercompensação (BUDGETT, 1998; FRY; MORTON; KEAST,1992 apud

NAKAMURA et al, 2010).Contudo, um programa de treinamento com cargas

inadequadas e períodos de recuperação insuficientes resultará em um declínio de

performance , o chamado overtraining.

Referindo-se à aplicação das cargas de treinamento,

Verkhoshanski (apud BORIN; GOMES; LEITE, 2007, pág.97)

afirma que a falta de conhecimentos científicos e a tradicional

atuação dos treinadores baseada tão somente na intuição

pessoal não podem, circunstancialmente, resolver com eficácia

os complexos problemas do treinamento. Além disso , enfatiza

que as elevadas cargas de treinamento podem colocar em

risco a saúde dos atletas, dessa forma, o acompanhamento ao

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.

longo do tempo e na temporada torna-se fundamental, na

elaboração dos programas de atividade física. (ABREU,

FERNADES, 2011, p 26)

Diante disso, qualquer intervenção errada no programa de treinamento por

parte dos treinadores pode afetar o processo todo. Assim sendo o monitoramento

das cargas de treinamento pode possibilitar ao treinador o conhecimento sobre o

estado atual do atleta, a previsão de resultados e também um ajuste no programa.

(ABREU; FERNANDES, 2011)

1.2 Treinamento Desportivo

1.2.1 Treinamento e Resposta ao Treinamento

O termo treinamento é utilizado em diversos contextos tendo como significado

‘’exercício’’, com o objetivo de aperfeiçoamento em uma área específica (WEINECK,

1999).

Sob o ponto de vista esportivo, Carl 1989 (apud WEINECK, 1999) sugere que

treinamento esportivo seja um processo ativo complexo regular, planificado e

orientado para a melhoria do aproveitamento e do desempenho esportivo. Em um

termo mais complexo, treinamento é denominado um processo ativo que visa a obter

determinados efeitos sobre todas as características de um atleta.

O termo treinamento desportivo está intimamente relacionado com a

adaptação psíco-morfofuncional, que se modifica ao longo do programa de

treinamento. Fatores como a organização, a periodização e o controle de

treinamento podem contribuir decisivamente para uma melhora na performance

(GOMES, 2002).

Para Barbanti (1996), treinamento desportivo é um processo em que, para o

desenvolvimento e aprimoramento das capacidades motoras, faz-se o uso de

exercícios específicos propositalmente planejados.

Atualmente, o treinamento desportivo é guiado por princípios científicos, em

que, através do desenvolvimento sistemático dos mesmos, capacitam as pessoas a

elevarem seus rendimentos e diferentes habilidades motoras (BARBANTI, 1996).

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.

1.2.2 Meios e métodos do Treinamento Desportivo

Os meios da preparação desportiva podem ser considerados um sistema

regular de ações que se repetem para a solução de tarefas anteriormente

planejadas e obrigatoriamente ligadas aos métodos (GOMES,2002).

Os métodos são a forma com que os treinadores utilizam as ferramentas

durante o programa de treinamento, objetivando o alcance, a assimilação dos

conhecimentos, habilidade e hábitos.(MARTIN; CARL; LEHNERTZ, 2008).

Em resumo, os meios representam os exercícios e os métodos, o modo com

que estes são utilizados. (DE LA ROSA, 2006)

Os meios utilizados na preparação do treinamento desportivo são um

composto de exercícios físicos que provocam, direta ou indiretamente, a melhoria no

nível de desempenho dos atletas. A elaboração desses meios é feita de acordo com

as características específicas da modalidade praticada. Estes meios podem ser

divididos em três grupos de preparação: geral, especial e de competição: (TUBINO,

1993).

Exercícios de preparação geral são aqueles que se assemelham ou não com

os principais exercícios competitivos e que trabalham os aspectos gerais do

organismo. (GOMES, 2002) Neste processo, a multilateralidade é um dos princípios

pedagógicos mais importantes. (BARBANTI, 1996).

Na preparação geral, abordam-se e aprimoram-se as bases e as condições

físicas do atleta para a modalidade em questão por meio do desenvolvimento

multilateral das qualidades intelectuais e físicas do atleta. Esta etapa ainda auxilia no

aprendizado de diferentes habilidades que facilitam o aperfeiçoamento da

modalidade escolhida e,ainda, deve servir de base para qualquer prática esportiva.

(BARBANTI, 1996)

Exercícios de preparação especializada ocupam um lugar ímpar no sistema

de preparação desportiva, pois inserem elementos da modalidade e da ação

competitiva. (TUBINO, 1993).

A especialização é uma etapa de aperfeiçoamento de suma importância em

qualquer modalidade. Por este motivo, esses exercícios são o principal meio de

condicionar melhoras dos resultados esportivos. É indispensável citar que esta etapa

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.

de preparação não é similar à de preparação competitiva, do contrário a sua

existência seria desnecessária. (GOMES, 2002).

Os exercícios preparatórios especializados são muito relevantes na

preparação especializada do atleta, pois, no início da preparação, dificilmente

haverá o cumprimento dos exercícios competitivos, em razão da falta de condição

do atleta. Vale citar que, devido às suas características, estes exercícios estão

diretamente ligados aos competitivos. (GOMES, 2002)

A preparação competitiva sugere a realização de exercícios próprios da

modalidade praticada de acordo com as normas da competição. É durante a

realização destes, que o atleta alcança seus melhores resultados e recordes e

determinam o ápice das capacidades adaptativas alcançadas nas etapas passadas

(PLATONOV, 2008)

É importante diferenciar os exercícios de caráter competitivo realizados em

condições reais, com todas as qualidades da competição. Nesta etapa, as regras da

competição serão aplicadas no treinamento. (GOMES, 2002).

Já os métodos são as formas de trabalho utilizadas pelo treinador e seu

atleta. Na prática,podem-se dividir em três grupos: demonstrativos, visuais e verbais.

Dentro da preparação desportiva, a utilização dos métodos não é padronizada,

podendo se ajustar às exigências do planejamento.(PLATONOV, 2008)

Os métodos de influência demonstrativa abrangem os diferentes sistemas

sensoriais do homem. Dividem-se em três grupos: demonstrativos visuais,

demonstrativos auditivos e demonstrativos motores.(GOMES,2002)

Demonstrativos visuais: nesta etapa, o atleta assimila as técnicas através da

demonstração. Os movimentos executados para a assimilação do atleta são

demonstrados lentamente. A orientação visual permite ao atleta a execução correta

do movimento no espaço e no tempo.(GOMES,2002)

Os demonstrativos auditivos criam para o atleta pontos de referência sonoros

para a realização correta dos movimentos. Por exemplo, o sinal sonoro como

referência para a realização de um esforço principal em determinada prova.

Demonstrativos motores ou cinestésicos visam o aprendizado através das

percepções das sensações. O atleta precisa sentir o movimento para aí, então,

executá-lo.

Os métodos de influência visual são muito utilizados no processo de

preparação do atleta. Para o êxito deste método, utilizam-se recursos orientadores

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20

.

como: luminosos, mecânicos ou sonoros, permitindo que o atleta receba

informações sobre as características do movimento.(PLATONOV, 2008).

Por fim, os métodos de influência verbal, a solução de qualquer dúvida do

atleta seria impossível sem a utilização deste método verbal. Dentre os métodos

verbais, podem-se citar: a explicação, a conversa, a correção, a avaliação, entre

outros. (GOMES, 2002). Para que este processo seja executado com êxito, o

treinador deverá dominar as habilidades de dar instruções, comandos e

esclarecimentos. (PLATONOV, 2008)

1.2.3 Princípios do Treinamento Desportivo

Por ser um programa planejado, para que seja eficaz e promova adaptações

no organismo, faz-se necessário que haja a utilização de alguns princípios

(FERREIRA et al.; 2013),como: individualidade biológica, adaptação, sobrecarga,

continuidade, especificidade e interdependência volume-intensidade. (TUBINO,

1993). Estes seis princípios são fundamentais para a preparação física, uma vez

que, bem assimilados, permitem que o treinador elabore seus próprios métodos com

base nos métodos já existentes. (DANTAS, 2003)

O princípio da individualidade biológica explica a variabilidade entre os

elementos de uma mesma espécie, ou seja, não existem pessoas iguais entre si,

cada um possui características e estruturas físicas próprias, o que induz o

planejamento de treinamento individualizado. Os indicadores usados para verificar

as necessidades individuais de cada atleta são os testes que, além de fornecerem

informações específicas de cada atleta, ainda podem servir como meio de avaliação

dos treinamentos planejados. (TUBINO, 1993) Uma bateria de testes também

poderá apresentar os pontos fracos e fortes de cada atleta o que acaba por facilitar

muitíssimo a individualização dos treinamentos. Os pontos fortes encontrados

devem ser potencializados para a obtenção de uma melhor performance, enquanto

que os pontos fracos devem ser melhorados ou neutralizados. (TUBINO, 1993)

A variabilidade individual é a junção do fenótipo e do genótipo (DANTAS,

2003). Segundo Tubino (1993), este princípio é um fenômeno que explica as

diferenças de uma mesma espécie, concluindo então que pessoas iguais não

existem. Portanto, fazer a prescrição de um mesmo treinamento para vários

indivíduos e esperar que estes respondam da mesma maneira, é inconveniente.

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21

.

Este princípio é muito relevante, pois segundo a medicina desportiva, atletas

olímpicos surgem mais por acidente do que por eficiência dos métodos de

treinamento aplicados. Nos dias de hoje, busca-se um somatótipo ideal para cada

modalidade esportiva, a fim de se analisarem as potencialidades do atleta de cada

modalidade e torná-lo um campeão. (ROCHA et al.;1978).

No princípio da adaptação, o treinamento desportivo cria adaptações no

organismo dos indivíduos com a finalidade de torná-los mais aptos para a realização

de uma determinada performance. Se o treinamento não causasse adaptações no

organismo, não seria possível treinar um atleta, pois este sempre estaria preso em

um mesmo nível de performance. Embora os treinamentos aplicados causem

alterações no organismo, a aplicação de intensidades muito baixas ou fracas não

trarão efeito nenhum. Por outro lado, a utilização de intensidades exageradas

provocará a exaustão. Assim sendo, é muito importante utilizar corretamente este

princípio, a fim de se evitarem problemas de exaustão ou até mesmo um

sobretreinamento (recuperação incompleta do organismo antes da aplicação de uma

nova intensidade, provocando um declínio na performance). (DANTAS, 2003)

Quando o organismo é estimulado, no mesmo momento mecanismos de

compensação aparecem para suprir o aumento das necessidades fisiológicas.

(TUBINO,1993)

No princípio da sobrecarga, de acordo com Dantas (1995), imediatamente

após a aplicação de uma nova carga de trabalho, o organismo volta a seu equilíbrio

(homeostase)

Estímulos mais fortes devem ser aplicados por ocasião do final da assimilação compensatória, justamente na maior amplitude do período da restauração ampliada para que seja elevado o limite de adaptação do atleta. Este é o princípio da sobrecarga, também chamado de princípio da progressão gradual, e será sempre fundamental para qualquer progresso de evolução desportiva (TUBINO, 1993, p.106)

Segundo Heegedus (1969 apud TUBINO,1993), os diversos estímulos

proporcionados pelo treinamento produzem diversos desgastes, que são

reinstituídos após o término do treinamento, podendo-se notar aí a primeira reação

de adaptação, pois o organismo é capaz de recuperar sozinho as energias perdidas

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.

e ainda preparar-se para uma carga de treinamento ainda mais forte. Sendo assim,

percebe-se que o organismo não só se recupera do desgaste obtido, como também

se prepara para sessões ainda mais fortes. Conclui-se, então, que estímulos mais

fortes devem estar sendo sempre empregados.

O princípio da continuidade está diretamente relacionado ao princípio da

adaptação, pois dar continuidade ao treinamento é essencial para a adaptação

progressiva do organismo. No geral, um atleta que possui um bom desempenho,

com certeza teve uma continuidade ao longo do seu treinamento e adquiriu o

aprendizado na modalidade praticada. (LUSAAC, 2008)

A progressão pedagógica do treinamento tem como regra geral começar o

treino seguinte durante um estado de recuperação da sessão anterior (MATVEEV,

1981 apud DANTAS, 2003), ou seja, o estímulo deve ser aplicado antes que o

organismo se recupere e volte a homeostase. (DANTAS, 2003).

O princípio da interdependência volume-intensidade está diretamente ligado

ao princípio da sobrecarga, pois o incremento nas cargas de treinamento é um dos

fatores que melhoram a performance atlética.(LUSAAC, 2008)

De um modo geral, as conquista obtidas pelos atletas do alto rendimento, não

considerando a especialização desportiva, estão sempre ligadas a um grande

volume e uma alta intensidade de treinamento. Isto quer dizer, que dependendo de

uma variedade de fatores e variáveis, qualquer incremento feito no volume de

treinamento provocará modificações na intensidade. Geralmente, o aumento de uma

dessas variáveis, automaticamente faz com que a outra diminua. (TUBINO,1993)

Princípio da especificidade:

É aquele que impõe, como ponto essencial, que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal e coordenações psicomotoras utilizados.(DANTAS, 2003, p.58)

De acordo com Dantas (1995), partindo do conceito de treinamento total,

quando a preparação passou ser trabalhada ordenadamente e voltada a objetivos

claramente percebidos, a orientação do treinamento através de métodos de trabalho,

veio gradativamente, perdendo a razão de ser. Nos dias de hoje, nos grandes

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23

.

centros esportivos , esta forma de trabalho foi abandonada. Associando-se este

conceito à preocupação em ajustar o treinamento do segmento corporal ao gesto

esportivo, tem-se o surgimento deste princípio, que surge para somar aos outros

existentes e deve ser utilizado como base na elaboração dos treinamentos.

(LUSSAC, 2008).

Este princípio está diretamente ligado aos gestos específicos de uma

determinada modalidade e seu respectivo treinamento utilizado para o aprendizado

e o desenvolvimento dos respectivos gestos específicos.(LUSSAC, 2008)

1.2.4 Cargas de Treinamento

As altas demandas voltadas à performance atlética, acabam exigindo uma

grande atenção nos quesitos organização , estruturação e monitoramento do

treinamento esportivo durante todas as suas etapas.( DANTAS, 2003)

Nesse contexto, nota-se, por parte dos treinadores, um aumento na dosagem

dos estímulos durante os períodos de treinamento com o objetivo de aumentar o

desempenho e, consequentemente, êxito nos resultados competitivos. (DANTAS,

2003)

A intensidade de treinamento deve ser aumentada gradativamente, de acordo

com as condições fisiológicas e psicológicas de cada atleta, independente do seu

nível de treinamento, sendo que a melhora de desempenho dependerá da forma

com que o aumento das cargas de treinamento forem administradas, pois retardar o

aumento delas ou repetir sempre o mesmo estímulo no treinamento resulta em

estagnação e, em longo prazo, manifesta uma diminuição no desempenho e um

declínio físico e psicológico. Assim sendo, torna-se indispensável o

acompanhamento eficaz, tratando-se das cargas atribuídas durante o processo de

treinamento.(BOMPA, 2004)

As consequências do incremento provindo da carga no organismo podem ser

notadas no efeito do treinamento e, principalmente, serem reconhecidas na origem

dos valores que mudam, dependendo da condição do atleta. O resultado imediato é

a resposta do organismo á carga aplicada, isto é, as reações apresentadas pelo

organismo no momento da prática do exercício e o efeito posterior referem-se às

alterações que ocorrem no organismo após a prática do exercício, como a fadiga e o

cansaço muscular. (GOMES, 2002)

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.

Incrementar cargas no treinamento causa no atleta uma leve fadiga física, que

é seguida por uma fase de adaptação, em que o organismo se adapta aos novos

estímulos do treinamento, provocando assim uma melhora na performance. O

aumento do estímulo deve ser proporcional ao da performance do atleta, ou seja ,

quanto maior o nível de melhora, maior será a carga incrementada (BOMPA, 2004).

1.2.5 Periodização

Na maioria dos esportes, normalmente dividi-se o ano de treinamento em

ciclos ou períodos, objetivando especificamente alcançar o alto rendimento por meio

de uma preparação sistemática. (BARBANTI, 1996)

Periodização é o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para

treinamento, de acordo com objetivos intermediários perfeitamente estabelecidos,

respeitando-se os princípios científicos do treinamento desportivo. (DANTAS, 2003,

p.65)

Esta quebra organizada do treinamento anual tem como objetivo preparar o

atleta para as competições mais importantes. Assim sendo, a meta da periodização

é combinar os treinamentos, para que a obtenção de melhores resultados sejam

conseguidos no período previsto. Muitos atletas não obtêm os resultados esperados

em competições, apesar de serem destaques em sua modalidade, por conta de uma

má periodização, ou até mesmo a inexistência dela. (BARBANTI, 1996)

Os objetivos da periodização são preparar o atleta para conseguir melhores resultados, preparar o atleta para as melhores competições do ano e preparar o atleta para atingir sua melhor forma na sua competição mais importante. (BARBANTI, 1996,p.80)

Atualmente, nos esportes de alto rendimento, utiliza-se a periodização

simples e dupla. A periodização simples abrange somente um ponto máximo no

treinamento durante o decorrer do ano, ou seja, inclui somente uma competição

anual. A periodização dupla abrange dois pontos máximos anuais. Este tipo de

periodização é comumente aplicado a esportes ao ar livre, como natação e

atletismo. Com isso, podem-se perceber que a periodização dupla é somente

aplicável em atletas com bom rendimento. Iniciantes ou jovens, que se encontram no

período de formação não devem abordados com este método. (WEINECK, 1999).

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.

A periodização dupla possui algumas vantagens, como o aumento do

desempenho obtido em modalidades com ênfase em força e velocidade, não deixa o

atleta muito tempo fora do contexto competitivo, evitando assim a perda de ritmo, e

não possui uma pausa longa entre as duas competições, evitando também que o

atleta fique desmotivado. Contudo a periodização dupla atrapalha o ritmo de

treinamento e a preparação para o segundo período de competições e reduze a

abrangência do período preparatório, levando o atleta à queda de desempenho no

segundo período de competições.(WEINECK, 1999)

Segundo Weineck (1999), o ciclo de treinamento é dividido em três períodos

que, no decorrer do ano, acarretam ao atleta um nível crescente de desempenho e

resultam no máximo desempenho individual. São eles: preparatório, de competições

e de transição.

1.2.6 Período Preparatório

Este período, para iniciantes ou atletas, pode ser dividido em duas fases,

sendo que na primeira, a prioridade são exercícios preparatórios e de

condicionamento geral e, na segunda, predominam exercícios mais fortes com maior

intensidade. É a fase mais longa do ciclo de treinamento coma duração

aproximadamente de 4 meses. Aqui o objetivo é desenvolver generalizadamente os

fundamentos que determinam o rendimento da modalidade esportiva. Sua parte

específica deve compreender um volume de 10% a 20%. (BARBANTI, 1996)

Já nos treinamentos de alto desempenho, a intensidade dos estímulos e a especificidade se mantêm alto durante todo o período preparatório, pois o atleta de alto nível já se encontra com um altíssimo nível técnico, tático e psicológico e a preparação básica não teria um efeito de adaptação neste indivíduo, sendo,por isso, dispensável. (TSCHIENE, apud WEINECK, 1999, p. 62).

1.2.7 Período de Competições

O principal objetivo deste é desenvolver e estabilizar os resultados obtidos em

competições. Nesta fase, o treinamento é específico e mais enfatizado e a carga

continua a ser progressiva em razão das competições que se aproximam.

(BARBANTI, 1996).

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.

Neste período, em especial, possibilitam-se ao atleta o desafio das

competições, o desenvolvimento do desempenho individual e sua estabilização

(WEINECK, 1999). Vale lembrar que a intensidade dos treinos deve ser reduzida de

20% a 30% e o número de competições de que se vai participar, dependerá da

capacidade individual do atleta. (BARBANTI, 1996).

Esta fase, também, não trará proveitos ao atleta, na aquisição de mudanças

na técnica do esporte ou receber novos fundamentos. O componente técnico requer

muito tempo de aprendizado e ensaio, devendo ser iniciado no período de

preparação.(BARBANTI, 1996).

1.2.8 Período de Transição

Este vem após o período competitivo, com o objetivo de recuperação física e

nervosa. A recuperação do atleta deve-se proceder de forma ativa e não totalmente

passiva, num período de 4 a 6 semanas. A recuperação ativa do atleta, após as

competições, é feita através de exercícios de equilíbrio e de jogos evitando assim

uma queda muito acentuada do seu desempenho (WEINECK, 1999). Neste período,

também a carga de treinamento é reduzida e poderá se introduzir o aprendizado de

uma nova técnica, ou até mesmo correção de técnicas já utilizadas.

Com um período de transição bem elaborado, o atleta poderá começar uma

nova temporada, com capacidades melhores do que a do ano anterior. Este período,

então, faz-se muito necessário para evitar que o atleta perca seu nível de

desempenho já obtido.

1.3 Corrida de Rua

1.3.1 A História da Corrida de Rua

A prática da corrida é muito antiga, podendo-se constatar diversos registros

dessa ação em vários arquivos arqueológicos primitivos, o que indica que essa

prática é originária de povos muito antigos (TRETER, 2011). Com o passar dos

anos, veio sofrendo transformações e, atualmente, podem-se citar vários de meios

de se praticar uma mesma atividade. (DALLARI, 2009).

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27

.

Ultimamente o ser humano vem-se tornando cada vez mais, tecnológico e

sedentário em consequência da vida moderna e estressante. (WEINECK,

1999).Entretanto é possível perceber que o número de indivíduos procurando por

uma atividade física como atividades ao ar livre, caminhada com destaque na

corrida, tem crescido (SALGADO; CHACON-MIKAHIL, 2006), pois, segundo Oliveira

(2010), estar inserido no meio esportivo ou poder chamar-se de atleta ou ‘’corredor’’,

dá ao praticante uma posição de respeito perante a comunidade.

Segundo Noakes (1991), as corridas pedestres modernas têm origem nos

mensageiros, primeiramente gregos e romanos e, posteriormente, na Grã Bretanha,

em meados do ano 1000 e na porção restante da Europa e Turquia, a partir do

século XV. No final do século XVIII, os mensageiros se tornaram corredores, pois

houve melhorias nas estradas e as mensagens não mais necessitavam ser

transportadas a pé.

Mandell (1999 apud DALARI, 2009), expondo outra versão para o surgimento

das corridas, diz que os pioneiros da corrida eram os empregados chamados de

footmen que, no século XVI, percorriam um percurso a pé, ao lado e na frente das

carruagens, conduzindo os cavalos e assegurando-se de que elas não fossem

danificadas por qualquer imperfeição das estradas. Com a evolução das estradas,

esses empregados perderam serventia.

A corrida de rua é originária e se difundiu, primeiramente na Inglaterra,

adquirindo uma grande evidência mundial, após a I Maratona Olímpica. Em meados

da década de 70, houve a grande expansão da corrida chamada de Jogging Boom e

o surgimento de provas pedestres com a participação da população e, também, de

corredores de elite. (SALGADO; CHACON-MIKAHIL, 2006).

No século XX, no Brasil, também aconteciam provas pedestres, mas eram

realizadas raramente. O jornalista Casper Líbero se inspirou numa prova noturna

francesa para a criação da mundialmente conhecida Corrida de São Silvestre, que

acabou por se tornar a prova mais tradicional no atletismo, tendo sua primeira

edição em 31 de Dezembro de 1925,quando somente 60 atletas classificados.

(DALLARI, 2009). Hoje, em sua 90º edição, conta com mais de 27 mil inscritos.

1.3.2 O Crescimento e a Expansão da Corrida no Brasil e no Mundo

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.

De acordo com McCardleeKatch(1991), a corrida e a caminhada são formas

bem simples de se exercitar. A partir dos anos 70, no mundo todo, e especialmente

no Brasil, nos anos anteriores, houve uma forte busca por esta atividade, tornando-

a, assim, cotidiana para um grande número de pessoas de diversas faixas etárias e

sexo (ROLLIM, 1998).

A corrida de rua tem demonstrado um enorme crescimento em seunúmero de

adeptos (SARKIS, 2009), acreditando-se que isto ocorra pelo fato de este esporte

possuir algumas características peculiares, como oseu fácil acesso, a sua

popularidade e por trazer a visão de lazer ao praticante. (TRETER, 2011)

Em estudo, Salgado e Chacon-Mikahil (2006) demonstraram um aumento

significativo nos eventos de corrida de rua no Estado de São Paulo, em provas que

aconteceram nos últimos anos. No ano de 2001, 11 eventos foram realizados

enquanto que, em 2005, este número subiu para 174. Esta mesma evolução

também foi notada no número de participantes que, em uma prova tradicional,

realizada anualmente o número de participantes aumentou de 10.010 em 1993 para

30.248 em 2004.

Alguns fatos, como o aumento das taxas de inscrição, a criação de grupos de corrida (que hoje compõem a maior fatia dos inscritos nas provas), e a alta evidência das corridas de rua no Brasil, sugerem uma alteraçãono perfil econômico dos praticantes. Com isso, surgiu uma divisão nos eventos de corrida. As “corridas convencionais” e as “corridas fashion”. Sendo as corridas convencionais voltadas aos valores mais tradicionais do esporte, com corredores de nível mais alto e classes sociais mais baixas. E as corridas fashion, com maior produção, inscrições com valores mais altos, “corredores de fim de semana” e “aqueles que podem” (OLIVEIRA, 2010 apud TRETER, 2011, p.13)

1.4 Antropometria

A antropometria é a ciência que estuda e avalia aspectos corporais humanos

como proporções do corpo, peso e medidas de tamanho (FERNANDES, 1999), além

de fornecer informações das medidas físicas e da composição corporal e ser um

método simples, rápido e, principalmente, não invasivo. (MENEZES; MARUCCI,

2005)

A curiosidade do homem em medir o corpo, empregando parte dele como

unidade de medida, parece ser uma história bem antiga, embora a antropometria

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.

tenha se sistematizado modernamente. A antropometria também teve participação

no meio artístico, em que escultores e pintores como Da Vinci e Michelângelo

procuravam medidas ideais entre as partes do corpo para seus moldes artísticos.

Nos dias de hoje, o estudo da antropometria está diretamente voltado àperformance

tanto desportiva quanto ergonômica (CARNAVAL, 2004)

Além da medida antropométrica e das proporções corporais, as medidas antropométricas, como circunferências, dobras cutâneas e diâmetros ósseos tem sido utilizadas para avaliar a composição corporal total e regional. Índices antropométricos, como índice de massa corporal (IMC) e relação entre circunferência da cintura e circunferência do quadril (RCQ), são utilizados para identificar os indivíduos em risco de doenças. Com exceção das medidas de dobras cutâneas (DOC), os métodos antropométricos são relativamente simples, baratos e não requerem um alto grau de treinamento e habilidade do avaliador. (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000, p.75)

Segundo Garrow (1992 apudTORRES 2003), o método ideal para a aferição

da composição corporal deve ser de baixo custo, de pouco incômodo para o

avaliado e ser realizado por profissionais capacitados para tal feito.

A antropometria é um método muito importante para uma avaliação completa

de um indivíduo, pois seus dados são fundamentais para o monitoramento das

inúmeras variáveis, que estão incluídas em um programa de treinamento. (MARINS;

GIANNICHI, 2003)

1.5 Flexibilidade

De acordo com Dantas (1999), a flexibilidade é uma qualidade física

responsável pela execução angular máxima, por uma articulação ou conjunto de

articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesões. (apud

MARTINS, OLMO; 2009 p. 24).

Já Schimidt e Wrisberg (2001) afirmam que flexibilidade é a capacidade de

executar, por si só ou por influências externas, movimentos de grande amplitude

articular.

Através do alongamento obtem-se a flexibilidade, que consiste em exercícios

para manter ou incrementar esta capacidade.

No estudo desta, percebe-se que pode ser dividida em categorias. Dentre as

categorias mais comuns encontram-se:

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30

.

a) Flexibilidade balística: geralmente associada a movimentos com

balanço. Neste tipo de alongamento, o momento do membro em

movimento é utilizado para aumentar a amplitude de movimento

energicamente. Por isso o número de lesões nesta divisão é maior

(ALTER, 1999).

b) Flexibilidade estática: refere-se à amplitude de movimento em volta da

articulação, sem o foco na velocidade durante a execução do

alongamento. Assim sendo, flexibilidade estática é o resultado do

alongamento estático (ALTER, 1999).

c) Flexibilidade dinâmica: se expressa pela máxima amplitude de

movimento obtida pelos músculos. É a resistência de uma

determinada articulação ao movimento. (FOX, BOWERS & FOSS,

1989, apud DANTAS, 2005). É a mais utilizada na Educação Física e

a mais notada na prática nos dias de hoje. (DANTAS, 2005)

Uma boa flexibilidade só poderá ser atingida mediante, o uso adequado dos

exercícios de alongamento. A o trabalho deve ser confortável para a obtenção de

resultados positivos. O simples fato dos indivíduos se manterem ativos, já exerce

efeitos positivos sobre o aumento desta capacidade. (MARTINS; OLMO, 2009).

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31

.

2 O EXPERIMENTO

2.1 CASUÍSTICA E MÉTODOS

2.2 Condições Ambientais

A pesquisa foi realizada nas dependências físicas do Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium - curso de Educação Física (Pista de Atletismo) e nas

ruas próximas, no período da tarde (17h30min às 19 h).

2.3 Amostra experimental

Para a pesquisa qualitativa foram recrutadas sete corredoras do Projeto

Correr do Unisalesiano- Lins, com idade entre 38 e 55 anos. Para participar da

pesquisa, todas deveriam ter, no mínimo, três meses de prática na modalidade, além

de não apresentar nenhum comprometimento físico que prejudicasse a prática da

modalidade. Todos os procedimentos do estudo foram apresentados às voluntárias

de forma verbal e por escrito, através do termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (ANEXO A), tendo livre-arbítrio na permanência do projeto.

2.4 Material

Cronômetros Digitais (Manual)

Balança Digital TanitaBody Fat Analyser 0 a 250 kg

EstadiômetroSanny

Adpômetro Científico Cardiomed

Banco de Wells

Fita Métrica 50 metros

2.5 Testes

2.5.1 Estatura

Posicionou-se o indivíduo descalço em uma superfície plana

em ângulo reto com a haste vertical do estadiômetro. O peso

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32

.

distribuído igualmente em ambos os pés, os braços soltos ao

longo do corpo com a palma da mão voltada para as coxas.

Os calcanhares juntos tocando a haste vertical do

estadiômetro, a cabeça ereta, escápula e glúteos encostados

na haste vertical. Realizou-se uma inspiração profunda e o

ajustado o estadiômetro no ponto mais alto da cabeça

(HEYWARD, 2004 apud ABREU; FERNANDES, 2011, p. 31).

2.5.2 Massa Corporal Total

Posicionou-se o avaliado descalço e com o mínimo de roupa possível sobre a

plataforma da balança, com afastamento lateral das pernas e peso igualmente

distribuídos entre os pés. (GUEDES; PINTO GUEDES, 2006).

2.5.3 Sentar e Alcançar (flexibilidade)

Utilizando-se de uma caixa de madeira com sua superfície plana medindo 56

centímetros contendo uma fita métrica de 50 centímetros. Posicionou-se o avaliado

sentado, com as pernas em baixo da caixa com os joelhos totalmente estendidos e a

planta dos pés em total contato com a caixa. Em três tentativas, o avaliado deveria

sobrepor uma mão à outra e deslizar à frente sobre a superfície plana da caixa até

alcançar a maior distância possível, mantendo sempre os joelhos estendidos. Foi

considerado resultado final a maior das três distancias obtidas. (Pitanga, 2004).

2.5.4 Dobras Cutâneas

Seguindo o protocolo de Guedes (2006), foi mensurado o percentual de

gordura através das medidas de dobras cutâneas. Para este procedimento, foram

utilizadas três dobras:

a) Subescapular: a medida é executada obliquamente em relação ao eixo

longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizado

a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.

b) Coxa: é medida paralelamente ao eixo longitudinal sobre o musculo

reto femoral, a um terço da distância entre o ligamento inguinal e a

borda superior da patela.

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33

.

c) Abdominal: é medida, aproximadamente, a dois centímetros à direita

da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal.

.2.5.5 Teste dos 3000 metros

O teste dos 3000 metros foi realizado na pista do Unisalesiano. Os avaliados

deveriam completar 12 voltas mais 204 metros na pista que possui 233 metros,

completando assim os 3000 metros, proposto por Simões (1997 apud DENADAI,

2000), que consiste na determinação do Limiar Anaeróbio Individual (IAT) em

corredores fundistas. Os 3000 metros devem ser contínuos e percorridos no menor

tempo possível para cálculo da velocidade média dos 3 km (Vm3Km).Para tal

cálculo, foram utilizados os dados obtidos em testes feitos em corredores, obteve-se

então a equação de predição do IAT;

IAT= (Vm3km x 0,97) – 15,81

IAT- “Individual AnaerobicThreshold” ou Limiar Anaeróbio Individual. (Denadai,2000).

2.5.6 Escala de Percepção de Esforço Modificada (PSE)

Para que fosse realizado este método de avaliação da percepção subjetiva de

esforço, foi utilizada a escala de Borg (2000), em números crescente de 0 a10 em

que os seis eram descritos como, repouso (0), muito leve(1),Leve(4), moderado (6),

intenso (8) e exaustivo (10). Anteriormente, as voluntárias já vinham tendo contato

com esta escala, ficando assim de fácil compreensão quanto à utilização e

apontamento do grau de percepção de esforço. Vinte minutos após o término de

cada treinamento, foi apresentada a escala para que fosse indicado seu nível de

percepção de esforço durante aquela sessão de treinamento.

2.6 Procedimentos

Inicialmente, as voluntárias foram submetidas à antropometria para

determinação inicial da composição corporal. Posteriormente, foram levadas á pista

Page 34: MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO … · MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

34

.

para a realização do teste de 3000 metros, para determinação do Consumo Máximo

de Oxigênio (VO2MAX), Limiar Anaeróbio (LAN) e Limiar Aeróbio (LAER). Para

determinar as variáveis de cada corredora foram utilizadas estimativas feitas a partir

do Lan. Segundo Marquezi (2006) estima-se que o Vo2max esteja de 80% a 95% do

Lan e que o Laer esteja de 60% a 70%. Diante dos resultados obtidos através do

teste, as voluntárias receberam uma sugestão que continha o treino de cada dia com

as informações como: aquecimento, alongamento, coordenação de corrida (AAC),

volume, intensidades e pausa de forma passiva. Durante todo o programa de

treinamento, vinte minutos após cada treino, era apresentada a cada voluntária a

escala de percepção subjetiva de esforço modificada de Borg (PSE) (ANEXO B),a

fim de que as mesmas indicassem seu nível de sensação de esforço, para que, se

necessário, os treinos pudessem ser readequados.

2.7 Treinamento

a) Segunda feira: Composto por aquecimento de 10 minutos em seguida a

participante realizava um alongamento básico para posteriormente iniciar a

parte principal do treinamento do dia, que era composta de um circuito com

exercícios de coordenação, agilidade, força e resistência muscular.

b) Quarta feira: (Treino 1),Composto por aquecimento de 10 minutos em

seguida a participante realizava um alongamento básico para posteriormente

iniciar a parte principal do treinamento do dia, contendo treinamento

intervalado extensivo. A participante deveria cumprir 4 estímulos de 932

metros (4 voltas na pista), a uma velocidade de 8% acima do Lan ( Lan= 7.2

km/h+ 8%= 7.8 km/h, tempo total do estimulo, aproximadamente 7minutos e

12 segundos), com intervalo de 3 à 3minutos e 30 segundos. (Treino 2 30 a

40 minutos de corrida continua á 6.8 Km/h ou 2’03 p/volta.

c) Sexta feira: (Treino 1), Também composto aquecimento e alongamento, com

a parte principal contendo treinamento intervalado intensivo. Este foi dividido

em dois blocos de 5 estímulos de 466 metros (2 voltas), com a velocidade de

aproximadamente 100% do VO2max (9km/h, tempo total do estimulo 3

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35

.

minutos e 6 segundos), com intervalo de 3 à 3minutos e 10 segundos entre

os estímulos e 5minutos entre os blocos. (Treino 2) 30 minutos de corrida

continua á 6.9 Km/h ou 2’ p/ volta.

Ao final de todo o treino era realizado volta calma e alongamento.

QUADRO 1 mostra uma sugestão de treino para uma das voluntarias, onde

as variáveis apresentadas por ela foram; VO2max (km/h) 9.0 km/h, Lan (km/h) 7.2

km/h e Laer 6.3 km/h, de acordo com estas informações foi sugerido o seguinte

treinamento para esta semana. Se necessário fosse os treinos deveriam ser

readequados diante de cada manifestação de cada participante com relação ao sua

percepção subjetiva de esforço.

Quadro. 1: Sugestão de Treino

DIA DA

SEMANA

TREINO

SEGUNDA (P)

Treino 1

Aquecimento, alongamento e coordenação de corrida (AAC)

Circuito de força e coordenação de corrida;

Alongamento.

QUARTA (P)

AAC;

Intervalado Extensivo – 4x932m a 7.8km/h ou 1’47’’ p/volta; pausa de 3’ a 3’30’’

Alongamento; Treino 2

Aquecimento, alongamento e coordenação de corrida (AAC)

30 a 40 minutos de corrida continua á 6.8 Km/h ou 2’03 p/volta.

SEXTA (P)

AAC;

Intervalado Intensivo – 2 blocos de 5x466m a 9km/h ou 1’33’’ p/volta; pausa de 3’ a 3’10”; pausa entre blocos 5’

Alongamento. Treino 2

Aquecimento, alongamento e coordenação de corrida (AAC)

30 minutos de corrida continua á 6.9 Km/h ou 2’ p/ volta.

Fonte: elaborado pelos autores, 2014.

Legenda: P – presencial; AAC – aquecimento, alongamento e coordenação de corrida.

Aumentar ou diminuir de 5 a 10% a intensidade de esforço de acordo com a percepção de esforço

apresentada.

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36

.

2.8 Analise estatística

Para o tratamento dos dados, foi utilizada estatística descritiva para

apresentação dos resultados por meio da média e desvio padrão e foi utilizado o

teste T student, considerando-se estatisticamente valores de p <0,05.

2.9 RESULTADOS

TABELA 1- mostra as variáveis analisadas Idade (ID), Estatura (EST), Massa

Corporal Total (MCT), Percentual de Gordura (%G), Peso de Gordura (PG), Massa

Magra (MM), Flexibilidade (FLEX).

Fonte: elaborada pelos autores, 2014.

TABELA 2 - mostra as variáveis analisadas Corrida de 3000 metros (T3000), Consumo Máximo de Oxigênio (VO2MAX), Limiar Anaeróbio (LAN) e Limiar Aeróbio (LAER), durante o programa de treinamento proposto na sua fase inicial (PRÉ) e fase final (PÓS).

Fonte: elaborada pelos autores, 2014.

PRÉ

MÉDIA ± DP

PÓS

MÉDIA ± DP

ID (anos) 49 ± 6,856 ------

EST (cm) 157,86 ± 7,78 ------

MCT (kg) 70,39 ± 4,83 70,70 ± 5,10

%G (%) 34,49 ± 3,58 34,40 ± 3,56

PG (kg) 24,28 ± 3,34 24,29 ± 3,49

MM (kg) 46,10 ± 54 46,23 ± 3,59

FLEX (cm) 26,86 ± 9,42 27,71 ± 8,60

PRÉ

MÉDIA ± DP

PÓS

MÉDIA ± DP

T3000 (min.) 21,56 ± 1,85 21,36 ± 1,973,

VO2MAX (km/h) 8,71 ± 0,75 8,83 ± 0,84

LAN (km/h) 7,09 ± 0,72 7,19 ± 0,77

LAER (km/h) 6,03 ± 0,61 6,10 ± 0,64

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37

.

Nas tabelas 1 e 2 pode- se observar que os resultados obtidos na fase final

do programa de treinamento não foram estatisticamente significantes, quando

comparados com a fase inicial do treinamento nas variáveis: Massa Corporal Total

(MCT), Percentual de Gordura (%G), Peso de Gordura (PG), Massa Magra (MM),

Flexibilidade (FLEX), Corrida de 3000 metros (T3000), Consumo Máximo de

Oxigênio (VO2MAX), Limiar Anaeróbio (LAN) e Limiar Aeróbio (LAER).

2.10 Discussão

Como foi possível observar, o presente estudo não apresentou diferença

estatisticamente significante para os testes de peso, %G, flexibilidade, limiar aeróbio

e anaeróbio e Vo2 máximo. Alguns fatores podem ter influenciado um resultado

abaixo daquele esperado, como o fato das participantes terem outras atividades fora

do projeto: trabalho profissional e trabalhos domésticos, acarretando assim, um

possível estresse físico e também mental.

O estresse é a maneira com que o organismo responde a qualquer estímulo,

modificando o estado de homeostase, definido como um conjunto de reações e

agressões capazes de perturbar o equilíbrio. O estresse possui efeitos cumulativos,

as cobranças mentais ou físicas, pressões no trabalho e questões econômicas,

assim como a fadiga muscular aliada à perda de motivação para qualquer

atividade.(SELYE, 1965 apud ANDREÁ, 2010, p 10).

Outro fator que também pode ter influenciado no resultado final da pesquisa é

o clima. A baixa umidade relativa do ar e as altas temperaturas, no período de

treinamento, já que os treinos foram realizados, em sua maioria, em local aberto,

com pouca sombra e em horários em que a temperatura estava elevada, fizeram

com que os sinais de cansaço pudessem ser percebidos mais rápido. De acordo

com o conjunto de sistemas responsável pela regulação da temperatura corporal, a

termorregulação é responsável por coordenar o processo de produção e liberação

do calor, quando ocorre um aumento da temperatura corporal, o sistema circulatório

tem papel fundamental, visto que o sangue é um excelente acumulador de calor,

trabalhado como um facilitador na evaporação (perda de calor através da pele)

(Powers, Howley, 2004).

Page 38: MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO … · MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

38

.

A intensidade também é fundamental para um bom desenvolvimento,

segundo DENADAI, GRECO (2005), a intensidade deve ser mantida sempre acima

de 50 % do Vo2max para promover um melhor condicionamento, a medida que o

individuo fica mais condicionado esta intensidade devera ser aumentada para que

continue o processo de desempenho avance, afirma ainda que este aumento deve

ocorrer em um período de aproximadamente 2 ou 3 meses, diante disto os treinos

intervalados são bastante indicados, já que esse tipo de treinamento leva o individuo

à adquirir uma capacidade cada vez mais alta de treinamento. Podem-se destacar

dois tipos de treinamento intervalados, intervalado intensivo e o intervalado

extensivo.

O intervalado intensivo é determinado por um volume baixo e a intensidade

mais alta, já o intervalado extensivo tem como característica principal, um volume

alto e a intensidade baixa, no treinamento continuo os exercícios são desenvolvidos

com baixa e media intensidade.

Este trabalho foi desenvolvido através de treinamentos intervalados

intensivos, extensivos e também por contínuos relativamente curtos. Nos

treinamentos intervalados utilizou-se a intensidade de 95% a 100% do VO2maxcom

pausas iguais ou superiores ao tempo de estímulo e dividiu-se a maioria em blocos,

com pausas de 5’ entre eles. Já nos intervalados extensivos as intensidades

utilizadas foram de aproximadamente 8% acima do Lan com intervalos de no

máximo a metade do estímulo. Denadai e Greco (2005) recomendam a aplicação de

treinamentos intervalados de 3% a 5% do Lan afim de que haja a manutenção ou

pequena melhora na resposta do lactato. Nos treinamentos contínuos foram

utilizados intensidades entre o Laer e o Lan, já que a intensidade do Laer é a mínima

para que o organismo possa desenvolver adaptações, e Lan é o ponto máximo de

equilíbrio entre produção e remoção do lactato.

Vale ressaltar que deve- se ter cuidado com a intensidade que será aplicada a

cada um, pois, algumas pessoas são pouco tolerantes as intensidades mais altas.

“Para a população em geral, sessões de 3 a 5 semanais parecem ser ideais

para a melhora do condicionamento.”(ASCM, 1998 apud, DENADAI, GRECO, 2005,

p, 36).

A flexibilidade durante o programa de treinamento deste estudo não teve um

trabalho especifico para que esta capacidade fosse melhorada, embora os

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39

.

treinamentos nos dias de circuito tivessem como objetivo também melhorar a

flexibilidade das participantes para que pudessem ter uma melhor economia de

movimento e , assim , desenvolver as atividades com mais eficácia.

Kirner e Colby dizem que os ganhos atingidos com alongamentos de curta

duração são temporários e que os alongamentos de longa duração são os que

apresentam resultados prolongados. DePino et al afirma que para melhorar ou

manter os níveis de flexibilidade existentes deve-se alongar pelo menos uma vez ao

dia, de três a 5 vezes por semana, mantendo o alongamento por aproximadamente

120 segundos. (apud TIRLONI et al 2008)

Estes achados vão de encontro ao estudo de Bertolla et al(2007) que avaliou

os efeitos do pilates sobre a flexibilidade em uma equipe de futsal juvenil (17-20

anos) dividida em grupo controle e grupo pilates , onde o grupo o segundo grupo

participou de um treinamento específico durante quatro semanas , com frequência

de três vezes por aproximadamente 25 minutos, apresentando melhora desta

capacidade comprovando a eficácia deste programa.

O nível de treinabilidade dos indivíduos também pode ter sido um fator

influenciante pois, sendo este a capacidade de resposta/adaptação do organismo

aos estímulos do treinamento , demandam cargas e períodos maiores para ser

melhorado , ou seja, quanto mais treinado é o indivíduo menor será seu nível de

treinabilidade e maior será a sua dificuldade em melhora- lo.

2.11 Conclusão

O presente estudo verificou que alguns fatores influenciaram nos

resultados apresentados, tais como o número de sessões semanais e o curto tempo

de pesquisa, já que o objetivo inicial era monitorar as cargas de treinamento durante

10 semanas.

As temperaturas elevadas nos dias e horários de treino também são um

implicador para um bom desenvolvimento das atividades físicas, deve-se procurar

horários e locais alternativos para sua pratica.

Atividades fora do projeto também tem contribuição negativa para o

desempenho já que as atividades do cotidiano causa um estresse que influencia de

forma direta no resultado. Outro fator determinante é no que diz respeito a tolerância

Page 40: MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO … · MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

40

.

ao exercício mais intenso, já que em indivíduos com menor nível de

condicionamento esta tolerância é mais baixa.

As intensidades e volumes utilizados foram aquelas que já vinham sendo

aplicados no grupo de corrida e que vinham tendo melhoras a cada nova avaliação,

tudo isso diante de estudos e ensinamentos recebidos, ressaltando a ideia que

quanto maior o nível de condicionamento do individuo menor serão os níveis de

melhora apresentados, e consequentemente as intensidades deveram ser

aumentadas.

Contudo acredita-se que o monitoramento ideal das cargas é algo necessário

para um desempenho atlético, fazendo com que o tema seja relevante para a

educação física e as demais áreas envolvidas na saúde. Diante do estudo exposto,

abrem-se novos caminhos para novas pesquisas e desenvolvimento de novos

trabalhos.

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41

.

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ANEXOS

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ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nós, Daniela Ramos Solfa e Fernando Vinícius Leite Ferreira, responsáveis pela

pesquisa MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E A RELAÇÃO COM

O DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA, estamos fazendo um convite para

você participar como voluntário deste nosso estudo. Esta pesquisa pretende verificar

a relação entre o monitoramento de carga e o desempenho ao final de um programa

de treinamento em corredores de rua. Acreditamos que ela seja importante porque

(justificativa).

Para sua realização será feito o seguinte: O treinamento será realizado

semanalmente, sendo que ao final de cada treino, será apresentado ao corredor

uma escala de percepção de esforço ( Escala de Borg), para avaliar a intensidade

do treinamento proposto, pois o mesmo poderá sofrer alteração de acordo com a

percepção de esforço de cada corredor. Durante o período de treinamento, três

avaliações serão realizadas para verificar a funcionalidade do mesmo.

Sua participação constará de 02 de Maio de 2014 a 30 de Junho de 2014. Os

benefícios que esperamos com o estudo são melhoria da capacidade

cardiorespiratória; hábito da pratica de atividade física; melhoria no estado de

humor; convívio social. Durante todo o período da pesquisa, você tem o direito de

tirar qualquer dúvida ou pedir qualquer outro esclarecimento, bastando, para isso,

entrar em contato com algum dos pesquisadores. Você tem garantido o seu direito

de não aceitar participar ou de retirar sua permissão, a qualquer momento, sem

nenhum tipo de prejuízo ou retaliação, pela sua decisão (voluntariedade).

As informações desta pesquisa serão confidenciais e serão divulgadas apenas em

eventos ou publicações científicas, não havendo identificação dos voluntários, a não

ser entre os responsáveis pelo estudo, sendo assegurado o sigilo sobre sua

participação (confidencialialidade). Serão também utilizadas imagens (uso de

imagem)

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47

.

FACULADADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO CENTO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO

SALESIANO AUXILIUM (UNISALESIANO- LINS)

Eu___________________________, após a leitura deste documento e ter tido a

oportunidade de conversar com o pesquisador responsável, para esclarecer todas

as minhas dúvidas, acredito estar suficientemente informado, ficando claro para mim

que minha participação é voluntária e que posso retirar este consentimento a

qualquer momento. Estou ciente também dos objetivos da pesquisa, dos

procedimentos aos quais serei submetido, dos possíveis danos ou riscos deles

provenientes e da garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que

desejar. Diante do exposto expresso minha concordância de espontânea vontade

em participar deste estudo.

_____________________________________

Assinatura do voluntário ou de seu representante legal

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste voluntário ou de seu representante legal para a participação neste

estudo.

___________________________________

Assinatura do responsável pela obtenção do TCLE

Dados dos pesquisadores:

Nome: Daniela Ramos Solfa

Endereço: Rua José de Alencar, 182

Telefone: (14) 997568245

Email: [email protected]

Nome: Fernando Vinícius Leite Ferreira

Endereço: Rua Rio Grande do sul, 96

Telefone: (14) 997883970

Email: [email protected]

Page 48: MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO … · MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO E RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DE CORREDORES DE RUA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

48

.

ANEXOB – Escala de percepção de esforço modificada

0...........................................................................

REPOUSO

1...........................................................................

MUITO LEVE

2...........................................................................

3...........................................................................

4...........................................................................

LEVE

5...........................................................................

6...........................................................................

MODERADO

7...........................................................................

8...........................................................................

INTENSO

9...........................................................................

10.........................................................................

EXASTIVO