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Monitorando a Terra do espaço: novas tecnologias por satélite Eder C. Molina

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Monitorando a Terra do espaço:

novas tecnologias por satélite

Eder C. Molina

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SATÉLITES ARTIFICIAIS

Atualmente existem 2.465 satélites artificiais orbitando a Terra, e aproximadamente 6.216

pedaços de espaçonaves, segundo o Goddard Space Flight Center. Mais de 16.291 objetos

lançados ao espaço já reentraram na atmosfera terrestre desde o início da era espacial.

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SATÉLITES ARTIFICIAIS

Maneiras de utilizar um satélite orbitando a Terra:

- como um alvo para determinar posições

- como um sensor do campo de gravidade ou do campo magnético da Terra

- transportando instrumentos para realizar medições

Causas das perturbações na órbita dos satélites:

- atração gravitacional da Terra

- atração gravitacional do Sol, Lua e outros corpos

- forças de marés terrestre e oceânica

- atrito com a atmosfera

- pressão de radiação solar

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Sputnik 1

Sputnik 1 (Спутник-1), "Satélite 1",

ou, literalmente “co-viajante 1“,

também chamado originalmente de

ПС-1 (PS-1, i.e. "Простейший

Спутник-1", ou Satélite Elementar

1).

O Sputnik 1 foi o primeiro satélite

artificial a ser colocado em órbita

geocêntrica, em 4/out/1957, sendo o

primeiro de uma série de satélites

conhecidos coletivamente como

“Programa Sputnik”.

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Sputnik 1

O Sputnik 1 foi lançado por meio de

um foguete R-7, desenhado

originalmente para carregar ogivas

nucleares russas.

A modificação deste foguete

posteriormente possibilitou o

lançamento das espaçonaves Soyuz.

R-7 8K72 Vostok

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Sputnik 1

O Sputnik 1 ajudou a identificar a densidade das

camadas atmosféricas a partir das medidas de suas

mudanças de órbita, e forneceu dados inéditos sobre a

distribuição de radiofreqüências na ionosfera.

Em sua arquitetura o satélite tinha o corpo preenchido

por nitrogênio pressurizado, o que permitiu que fosse

utilizado como o primeiro evidenciador da existência

de meteoritos, pois no caso do casco ser penetrado por

meteoróides, haveria uma queda interna de pressão, e

conseqüente mudança na temperatura do satélite, que

era informada continuamente para a base de operações

na Terra.

Fig

ura

fora

de

esca

la

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Explorer-I

O Explorer-I, denominado oficialmente de Satellite 1958 Alpha,

foi o primeiro satélite norte-americano, lançado em 31/jan/1958

(22:48h, hora local), ou 01/fev/1958 (03:48h, hora universal), como

parte do programa Ano Geofísico Internacional.

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Explorer-I

O Explorer-I foi lançado por

meio de um foguete Juno I,

que foi uma modificação feita

em tempo recorde de um

foguete Júpiter-C. Após o

lançamento do Sputnik 1,

houve uma crise nos EUA,

conhecida como “crise

Sputnik”, e em 84 dias o

Explorer-I e o Juno I foram

construídos. Antes do

trabalho ter sido terminado,

porém, em 03/nov/1957, a

União Soviética lançou o

Sputnik 2.

Júpiter-C

Juno I

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Sputnik 2

O Sputnik 2 (Спутник-2, Satélite 2)

foi o segundo satélite artificial a ser

colocado em órbita na Terra, em

03/nov/1957. O satélite tinha uma

forma cônica, com 4 metros de altura

e uma base com 2 metros de diâmetro.

Seu corpo era dividido em diversos

segmentos, que abrigavam rádio

transmissores, um sistema

telemétrico, uma unidade de

programação, um sistema de controle

de temperatura e vários instrumentos

científicos.

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Sputnik 2 – a cadela Laika

O Sputnik 2 carregava também uma

inimaginável novidade: o primeiro ser

vivo terrestre a permanecer em órbita.

A cadela Laika, cujo nome significa

“latidora”, era uma “moradora de rua”

de Moscou, que foi recolhida a um

abrigo de animais, e posteriormente

selecionada para a tarefa.

Seu nome original era Kudryavka(кудрявка), mas logo ela ficou

mundialmente conhecida por seu

apelido, proveniente de seu

comportamento arrojado. Laika foi

treinada com dois outros cachorros, e

foi selecionada para a missão.

Laika, a pioneira espacial

Belka e Stelka, passageiras do Sputnik 5,

normalmente são confundidas com Laika.

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Sputnik 2 – a cadela Laika

Laika pesava 6 kg e foi acondicionada em uma cabine pressurizada, com

espaço suficiente para deitar ou ficar sobre as patas. Um sistema de regeneração

de ar garantia uma atmosfera adequada, e comida e água na forma gelatinosa

eram oferecidas constantemente para a ilustre viajante.

Uma coleira mantinha Laika contida, e uma sacola para recolher os dejetos

fazia parte de seu traje espacial, bem como eletrodos para monitorar os seus

sinais vitais.

Os primeiros sinais recebidos indicavam que ela estava agitada, mas comendo e

bebendo normalmente. Como não havia condição de trazer o módulo de volta

para a Terra, Laika seria sacrificada por meio de uma refeição envenenada

servida 10 dias após o lançamento da Sputnik 2.

Em out/2002 foi revelado pela agência espacial Russa que Laika morreu

algumas horas após o lançamento, de stress e superaquecimento. Ainda assim,

ela provou que um ser vivo poderia sobreviver às duras condições de um

lançamento espacial, e abriu uma nova fronteira para a conquista espacial.

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Sputnik 2 – Os cinturões de Van Allen

Os dados científicos provenientes do Sputnik 2 eram transmitidos às

estações de solo por meio de um sistema de telemetria Tral D, que permitia

um envio de dados de 15 minutos a cada órbita. Dois fotômetros estavam

entre os equipamentos do satélite, para permitir a medida da intensidade de

raios ultravioleta e raios-X, bem como de raios cósmicos.

O Sputnik 2 não foi capaz de detectar os cinturões de radiação de Van

Allen, por um problema de configuração do posicionamento do satélite, que

estava muito ao norte enquanto era monitorado pela URSS. Como não

carregava um registrador, não podia armazenar os dados coletados, e no

momento em que estava em uma configuração favorável à detecção,

infelizmente não conseguia transmitir as informações para a Terra.

Os contadores Geiger do satélite, porém, indicaram um aumento na

radiação na região de 400 a 700 km de altitude, mas isso não foi

interpretado como algo incomum na época.

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Cinturões de Van Allen

Os cinturões de radiação de Van Allen são toróides de partículas energéticas

carregadas (plasma) que circundam a Terra, com configuração dada pelo campo

magnético terrestre. Estes cinturões estão intimamente relacionados à ocorrência

de auroras, quando as partículas carregadas interagem na alta atmosfera e

apresentam o fenômeno de fluorescência.

A presença deste cinturão de radiação já havia sido proposta antes da era espacial,

mas foi confirmada apenas pelo Explorer I e Explorer III, sob a supervisão

do Dr. James Van Allen, do qual se origina o nome.

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Landsat

O programa Landsat é o mais

longo projeto em tempo de

operação de aquisição de imagens

da Terra. O primeiro satélite foi

lançado em 1972, e o mais

recente, o Landsat 7, foi

lançado em abr/1999.

Os instrumentos a bordo do

satélite já adquiriram milhões de

imagens, que são arquivadas nos

EUA e ao longo de todo o mundo,

e utilizadas para aplicações na

agricultura, geologia, cartografia,

reflorestamento, planejamento

urbano e segurança nacional.

Landsat 7 em sua montagem

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Landsat

O Landsat 7 tem oito bandas espectrais

com resolução espacial variando de 15 a 60

metros. Sua missão primária é renovar o

arquivo global de imagens de satélite,

fornecendo imagens atualizadas e livres das

influências das nuvens.

O satélite foi projetado com vida útil de 5

anos, e com a capacidade de coletar e

transmitir até 532 imagens por dia.

Sua órbita é polar e síncrona com o Sol, o

que significa que ele varre completamente a

superfície da Terra.

Em sua altitude de 705 ± 5 km, ele leva 232

órbitas, ou 16 dias para coletar imagens ao

redor da Terra toda.

Imagem de Washington fornecida pelo

Landsat 7. As cores são artificiais.

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Envisat

O Envisat (Environmental Satellite) é

um satélite europeu para observação da

Terra. Lançado em 01/mar/2002, a

bordo de um foguete Ariane 5, tem

órbita polar síncrona com o Sol, com

altitude de 790 ± 10 km. Sua órbita

dura 101 minutos, e seu ciclo de

repetição é de 35 dias. É o maior

satélite europeu já lançado, com massa

total de 8.211 kg.

O Envisat leva um conjunto de 9

instrumentos de observação que

coletam informação sobre o solo, a

água, o gelo e a atmosfera, utilizando

uma variedade de princípios de

medição.

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Imagens obtidas pelo Envisat

Folhas de outono vistas pelo Envisat na

região dos Grandes Lagos

Correntes marinhas mapeadas

na região do Mar Mediterrâneo

pelo Envisat

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MetOp

MetOp é a sigla de uma série de

satélites meteorológicos de órbita polar

operados pela European Organisation

for the Exploitation of Meteorological

Satellites.

Os satélites fazem parte do Sistema

Polar EUMETSAT, e pretende-se que

sejam os sucessores do futuro

aposentado conjunto de satélites

TIROS.

O primeiro satélite desta série foi

lançado em 19/out/2006, equipado

com os mesmos equipamentos

existentes nos satélites TIROS, com

a adição de alguns instrumentos de

medição de componentes atmosféricas.

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TIROS

A série de satélites TIROS teve seu início de

operação em 1960. O nome provém de

Television Infrared Observation Satellite, e estes

satélites são operados pelo NOAA (National

Oceanic and Atmospheric Administration –

EUA).

Os satélites TIROS operam em órbita polar, e

obtiveram grande sucesso científico,

proporcionando imagens detalhadas e precisas

que permitiram a realização de precisas

previsões de tempo a partir de seus dados.

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GRACE

O objetivo da missão GRACE (Gravity

Recovery And Climate Experiment) é

obter a determinação mais precisa e de mais

elevada resolução das componentes estática e

dinâmica do campo de gravidade terrestre.

Pretende-se com esta missão permitir a

medida precisa da movimentação da massa

de água no planeta, por meio da perturbação

causada por esta movimentação no campo de

gravidade.

Estas medidas permitirão o estudo de

questões envolvendo a variação global do

clima e o melhor entendimento das correntes

oceânicas e transporte de calor nos oceanos.

Além disso, a missão deve fornecer subsídios

para os estudos de correntes oceânicas

profundas e de tectonismo no planeta.

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GRACE

O mapeamento das variações do campo de

gravidade obtidas pelo GRACEoriginalmente envolvia o tempo de 5 anos,

mas este período foi estendido para 8 anos em

2005.

Os satélites-gêmeos da missão foram lançados

em 17/mar/2002 da base de lançamento russa

Plesetsk, em um foguete do tipo Rockot SS-

19, e foram colocados em uma órbita polar de

altitude 500 km, com a separação de 220 km

entre si. Os dois satélites mantêm um

monitoramento constante de microondas um

do outro, bem como de seu próprio

movimento, por meio de acelerômetros,

câmeras estelares e satélites GPS. Os dois

satélites possuem também refletores ópticos

que permitem o rastreamento por laser a partir

de estações terrestres.

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GRACE – Detecção de cratera de impacto gigante

A cratera Wilkes Land é uma estrutura gigante recentemente detectada na Antártida por meio dos

dados do campo de gravidade fornecidos pelos satélites GRACE. Esta estrutura é formada por uma

enorme cratera de impacto que está presente abaixo da camada de gelo, não sendo, portanto, detectável

por observação direta. A estrutura é muito maior do que a cratera de Chicxulub, que supostamente teria

sido formada pelo impacto do meteorito que causou a extinção dos dinossauros há 65 Ma.

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TOPEX/POSEIDON

Esta missão consiste num projeto

conjunto realizado entre as

agências espaciais americanas

(NASA) e francesa (CNES), e tem

seu nome proveniente de “ocean

TOPography EXperiment”, e do

nome do deus grego Poseidon.

O satélite carrega dois altímetros

que partilham a mesma antena, mas

apenas um deles opera de cada vez,

com a preferência sendo dada ao

TOPEX (nos primeiros dez anos

da missão, na média, a cada 10

ciclos 9 foram do TOPEX).

Os dados desta missão indicam que

o nível médio do mar se elevou

aproximadamente 3 mm desde

1992.

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TOPEX/POSEIDON

A missão altimétrica

TOPEX/Poseidon foi

implementada para medir a

topografia da superfície oceânica.

Sua cobertura foi quase global, indo

de 66°N a 66°S, quase a totalidade

dos oceanos livres de gelo, e operou

do final de 1992 ao final de 2005. A

elevada precisão do satélite permitiu

uma estimativa precisa do nível

médio global do mar a cada dez

dias. O TOPEX/Poseidonparou de enviar dados em out/2005,

por mal funcionamento de uma

engrenagem, e foi desativado em

18/jan/2006.

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TOPEX/POSEIDON – Tsunami de 2004

Os satélites TOPEX/POSEIDON e

Jason 1 conseguiram obter dados do

tsunami de 2004 ao passarem sobre o

local por onde a onda se deslocava no

oceano aberto. Anomalias de 50 cm de

altura na água do mar foram detectadas

por este meio, e isto forneceu uma

ferramenta inestimável para a

compreensão dos fenômenos de

terremotos e tsunamis. Ao contrário dos

sensores e bóias instalados próximos da

costa, as medidas tomadas no oceano

permitem calcular os parâmetros da fonte

do tremor com muito maior precisão, por

não serem sujeitas às mudanças do

formato e da altura da onda que ocorrem

nas proximidades da costa.

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Jason 1

A missão Jason 1 de altimetria por satélite visa medir a topografia da superfície

oceânica, sendo a sucessora da missão TOPEX/Poseidon.

Esta missão é um projeto conjunto entre as agências espaciais americana (NASA)

e francesa (CNES), e o satélite foi lançado em 07/dez/2001 por meio de um

foguete Boeing Delta II. Durante os primeiros meses o Jason 1 manteve uma

órbita quase idêntica à do TOPEX, o que permitiu sua precisa calibração. Ao final

deste período, o TOPEX foi levado a uma nova órbita que coincide com a metade

da distância entre cada trilha do Jason 1. O ciclo de repetição do Jason 1 é

idêntico ao do TOPEX, de 10 dias.

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GOCE

A missão GOCE (Gravity Field

and Steady-State Ocean Circulation

Explorer ) utiliza um satélite que foi

lançado em 16/mar/2009,

carregando um Gradiômetro

Gravimétrico Eletrostático (EGG)

para medir as componentes do

tensor gradiente gravimétrico da

Terra.

O satélite tem uma forma

aerodinâmica, parecendo uma nave

de espionagem dos filmes de ação,

que permite sua estabilização na

altitude de operação de 260 km,

onde ainda existem resquícios de

atmosfera.

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GOCE

Os dados da missão GOCE vão ter

inúmeros usos, sendo utilizados tanto para a

detecção de áreas de risco próximas a

estruturas com atividade vulcânica quanto

para a identificação precisa do

comportamento do oceano.

Combinando os dados provenientes do GOCE

com os dados da topografia da superfície

oceânica obtidos por meio de outros satélites,

os cientistas serão capazes de identificar com

precisão a direção e a velocidade das

intrincadas correntes oceânicas.A missão GOCE vai

determinar com precisão

as componentes do

campo de gravidade

terrestre

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GOCE - aplicações

Qual é a altitude exata do monte

Everest?

As expedições mais recentes

discordam entre si em valores que

podem atingir 5 metros!

Uma expedição chamada Geodetic

Journey está a caminho da montanha,

para determinar, com precisão sem

precedentes, utilizando

posteriormente os dados do GOCE

para o processamento das

informações, qual é a altitude do

ponto mais alto da Terra.

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GOCE - aplicações

Assim como para a determinação da

altitude do Everest, muitas

aplicações de engenharia e

posicionamento prescindem do

conhecimento preciso do campo de

gravidade terrestre, que define, entre

outras coisas, a direção da vertical e

do plano horizontal em cada ponto

da superfície do planeta.

Como resultado de um grande

número de fatores, como a

distribuição de massa heterogênea e

a forma irregular da Terra, a

gravidade varia de ponto para ponto,

e isso afeta a direção da vertical e do

plano horizontal em cada ponto da

Terra.

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SRTM

A Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) foi um esforço internacional para

obter modelos digitais de elevação em escala global de 56 °S a 60 °N,

resultando no mais completo banco de dados topográficos de alta resolução do

planeta. Para isso, um sistema de radar modificado foi utilizado a bordo do

ônibus espacial Endeavour durante os 11 dias da missão STS-99, em fev/2000.

Duas antenas, uma no compartimento de carga da Endeavour e outra na ponta

de um mastro de 60 m de comprimento, permitiram a aquisição dos dados com

uma técnica chamada de SAR (radar de abertura sintética).

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SRTM

A SRTM foi um projeto conjunto entre a

NASA e a NIMA (National Imagery and

Mapping Agency), com participação do

centro espacial alemão DLR. O SAR

obteve mais de 8 terabytes de dados e

permitiu a elaboração de imagens

topográficas sem precedentes da

superfície terrestre.

Os dados da SRTM atendem à

especificação ITHD-2 (Interferometric

Terrain Height Data), com resolução de

30 m x 30 m com resolução vertical

absoluta de 15m.

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SRTM – imagem da Argentina

Size: 55.0 x 37.2 kilometers ( 34.1 x 23.1 miles) Localização: 40.4 graus S, 71.3 graus W, com orientação W para o topo da imagem. Data de aquisição: fev/2000. Dimensão maior da área: 50 km.

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SAR - princípios

O radar de abertura sintética (SAR)

utiliza um tipo sofisticado de

processamento de dados de radar

para produzir um feixe efetivo

muito estreito. Esta técnica só pode

ser usada por meio de instrumentos

em movimento e alvos estáticos.

Uma antena transmite radiação

eletromagnética que é refletida pelo

alvo e retorna ao sensor. Sendo

assim, o método independe de

iluminação, e o tipo de radiação

utilizado não é afetado pela

presença de nuvens, tornando-o

perfeito para medidas precisas e

livres de interferências.Dados adquiridos em 13/abr/1994 e 04/out/1994 na banda X

do SAR a bordo da Endeavour foram utilizados para gerar

franjas interferométricas, que foram superpostas e deram

origem à imagem X-SAR do vulcão Kilauea, no Havaí. O

vulcão está no centro da imagem, que cobre 9 x 13 km de

extensão.

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SAR - aplicaçõesA imagem mostra a comparação de

interferogramas de 4 anos consecutivos

mostrando a rápida subsidência da região do

campo de petróleo de Lost Hills, na Califórnia.

O campo de petróleo tem 1,5 km de largura e 6

km de extensão.

Cada interferograma foi criado a partir de pares

de imagens tomadas por SAR a partir de dois

satélites (ERS-1 e ERS-2) e foram combinadas

para estimar a deformação ou as mudanças

ocorridas entre as datas de coleta de dados.

Os resultados mostram a subsidência vertical

da superfície. Em roxo estão as regiões que não

sofreram mudanças ao longo do tempo, e em

branco estão áreas onde não foi possível obter

imagens de SAR, principalmente em regiões

agrícolas onde a vegetação alterou as

propriedades observadas pelo radar.

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SMOS - Soil Moisture & Ocean Salinity

A missão SMOS foi planejada para obter

dados precisos a respeito do ciclo global

da água. As trocas de massa de água entre

a terra, o oceano e a atmosfera são os

principais fatores que influenciam o

padrão do clima e do tempo.

A evaporação causada pela insolação é

transformada posteriormente em

precipitação em diferentes locais da Terra.

A evaporação e a precipitação sobre os

oceanos afetam a salinidade, mudando a

densidade da água e o comportamento das

correntes marinhas. Salinidade e

temperatura são os dois principais fatores

que controlam a densidade da água, que

traz impacto direto no sistema de

circulação oceânica.

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SMOS - Soil Moisture & Ocean Salinity

O sistema global de circulação oceânica que transporta calor pela superfície

terrestre é controlado por diversos fatores, e a temperatura da superfície do

oceano é um dos mais medidos por satélites. A medição da umidade dos solos

traz uma informação muito valiosa para os modelos hidrológicos, e é de enorme

importância para a previsão de eventos climáticos extremos e seus efeitos. O

conteúdo de água no solo tem influência direta no fluxo de água e energia na

superfície terrestre, e determina a quantidade de evaporação superficial.

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ISS – A estação espacial internacional

A Estação Espacial Internacional (ISS) é um aparato de pesquisa que

está sendo montado gradativamente no espaço. Ela se encontra em uma

órbita baixa e pode até ser vista da Terra a olho nu. Sua altitude varia de

319,6 a 346,0 km de altitude, e sua velocidade média de percurso é de

27.744 km/h, completando 15,7 órbitas por dia. A ISS é um projeto

conjunto das agências espaciais americanas (NASA), russa (RKA),

japonesa (JAXA), canadense (CSA) e de vários países europeus (ESA).

Page 39: Monitorando a Terra do espaço: novas tecnologias por satéliteeder/a_terra_do_espaco.pdf · Atualmente existem 2.465 satélites artificiais orbitando a Terra, e aproximadamente 6.216

ISS – A estação espacial internacional

A Agência Espacial Brasileira

participa da ISS por um contrato

à parte com a NASA, sendo

responsável pelo fornecimento

de uma parte da ISS. A Agência

Espacial Italiana também têm

diversos contratos separados

para tarefas específicas na ISS.

with NASA. A China

manifestou interesse em

participar da ISS,

principalmente se puder

trabalhar em conjunto com os

russos, mas isso ainda não foi

implementado. Estágio atual da ISS, após a troca de coletores

solares que foram danificados recentemente.