62
FACULDADE ARQUIDIOCESANA DE CURVELO Bacharelado em Administração de Empresas Alexandre Martins Alves Souza GESTÃO DA MANUTENÇÃO DA VLI LOGÍSTICA: ANÁLISE E MELHORIA. Curvelo/MG 2014

Monografia Alexandre

  • Upload
    alex

  • View
    6

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Manutenção

Citation preview

  • 0

    FACULDADE ARQUIDIOCESANA DE CURVELO

    Bacharelado em Administrao de Empresas

    Alexandre Martins Alves Souza

    GESTO DA MANUTENO DA VLI LOGSTICA: ANLISE E MELHORIA.

    Curvelo/MG

    2014

  • 1

    Alexandre Martins Alves Souza

    GESTO DA MANUTENO DA VLI LOGSTICA: ANLISE E MELHORIA.

    Monografia apresentada do curso de Administrao de Empresas Faculdade Arquidiocesana de Curvelo, como requisito parcial para obteno do ttulo de bacharel em Administrao de Empresas.

    Orientador Didtico: Reginaldo Vasconcelos Sena

    Orientador Tcnico: Vinicius Rocha

    Coordenador de Estgio: Geraldo Guimares

    Curvelo/MG

    2014

  • 2

    Alexandre Martins Alves Souza

    GESTO DA MANUTENO DA VLI LOGSTICA: ANLISE E MELHORIA.

    Monografia apresentada do curso de Administrao de Empresas Faculdade Arquidiocesana de Curvelo, como requisito parcial para obteno do ttulo de bacharel em Administrao de Empresas.

    ________________________________________________________________

    Reginaldo Vasconcelos Sena

    ________________________________________________________________

    Juliana Caroline Coutinho Coelho Guimares

    ________________________________________________________________

    Eliane Aparecida Vieira

    Curvelo, 18 de novembro de 2014.

  • 3

    RESUMO

    Garantir programaes simples e objetivas influenciam diretamente na qualidade de

    qualquer servio. Uma manuteno confivel est ligada a essa qualidade, portanto

    faz-se necessrio obter dados concisos com a realidade para que seja atendido os

    pontos de maior necessidade. Atacar os pontos de maior demanda reduz

    significativamente as chances de que uma falha ocorra. Com um nmero reduzido

    de falhas pode-se evitar imprevistos e falta de aderncia s programaes. Este

    estudo se prope exatamente verificar na ferrovia da VLI quais so os pontos que

    podem ser otimizados nas programaes de manuteno semanal. A metodologia

    adotada foi qualitativa e foi realizado durante o perodo de estgio na VLI no setor

    Via Permanente (VP). Foram utilizadas ferramentas da qualidade total como

    Diagrama de Ishikawa e Grfico de Pareto atuando como instrumento de anlise dos

    principais problemas que impactam nas programaes semanais da ferrovia. Alm

    disso foram analisadas as rotinas do programador de manuteno (PCM).

    Palavras-chave: programao, manuteno, confiabilidade.

  • 4

    ABSTRACT

    Ensure simplicity and objectivity at programming and what influences directly the

    quality of the service. A reliable maintenance links to that quality, so it is necessary to

    obtain accurate data to ensure treatment to most critic points. Fix that points of

    higher demand significantly reduces the chances of failure occurrences. Reducing

    numbers of failures could avoid unexpected events. This study verifies which points

    needs to be optimized in the weekly maintenance programming at VLI railroad. The

    methodology was qualitative and was conducted during the internship at the Via

    Permanente (VP) area at VLI. Tools of total quality were used as Ishikawa Diagram

    and Pareto chart helping the analysis the main issues that impacts on the weekly

    programming of the railroad. Additionally, the routines of maintenance programmer

    (PCM) were also verified.

    Palavras-chave: programming, maintenance, reliability.

  • 5

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 Malha Ferroviria regio sudeste. ......................................................... 18

    FIGURA 2 - Matrizes por modais no Brasil................................................................ 21

    FIGURA 3 Analogia entre a manuteno preventiva e a medicina preventiva ....... 27

    FIGURA 4 Oito pilares de sustentao da Manuteno Produtiva Total ................ 30

    FIGURA 5 Estrutura de classificao de falhas ...................................................... 31

    FIGURA 6 Relao entre o esforo e a resistncia ................................................ 33

    FIGURA 7 Principais causas de ocorrncias ferrovirias na superviso de Corinto

    .................................................................................................................................. 49

    FIGURA 8 Esquema tcnico de uma reta e curva na via frrea ............................. 50

    FIGURA 9 Check list reunies de programao semanal ...................................... 54

    FIGURA 10 Dirio de Bordo do programador (PCM) ............................................. 60

    FIGURA 11 1 treinamento de sistema de anomalias aos colaboradores e PCM .. 61

  • 6

    LISTA DE GRFICOS

    GRAFICO 1 Principais causas de ocorrncias ferrovirias na superviso de Corinto

    .................................................................................................................................. 48

    GRAFICO 2 Anomalias programadas para a semana 39 por ncleo ..................... 51

    GRAFICO 3 Comparao retirada de anomalias programado com realizado por

    ncleo ........................................................................................................................ 52

    GRAFICO 4 Anomalias retiradas semana 39 por turma de manuteno ............... 53

  • 7

    LISTA DE SIGLAS

    PCM Programador e Controlador de Manuteno

    VP Via Permanente (linha frrea)

    TMP Turma de Manuteno Preventiva

    TMC Turma de Manuteno Corretiva

    VR Velocidade Restrita

    OS Ordem de Servio

  • 8

    SUMRIO

    1 INTRODUO ...................................................................................................... 10 1.1 Objetivos ............................................................................................................ 11 1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 11 1.1.2 Objetivos Especficos ..................................................................................... 11 1.2 Justificativa ....................................................................................................... 11 1.3 Estrutura ............................................................................................................ 13

    CARACTERIZAO DA EMPRESA ................................................................... 14

    REFERENCIAL TERICO ................................................................................... 16 3.1 Histrico da Ferrovia ........................................................................................ 16 3.2 Modais de Transporte ....................................................................................... 18 3.2.1 Ferrovirio ....................................................................................................... 18 3.2.2 Rodovirio ....................................................................................................... 19 3.2.3 Areo ................................................................................................................ 19 3.2.4 Aquavirio ....................................................................................................... 20 3.2.5 Dutovias ........................................................................................................... 20 3.3 Transporte da carga no Brasil ......................................................................... 21 3.4 Conceito de Logstica ....................................................................................... 23 3.5 Gesto da Manuteno ..................................................................................... 24 3.5.1 Definio e Histrico da Manuteno ........................................................... 24 3.5.2 Tipos de Manuteno ..................................................................................... 25 3.5.2.1 Manuteno Corretiva ................................................................................ 26 3.5.2.2 Manuteno Preventiva .............................................................................. 26 3.5.2.3 Manuteno Preditiva ................................................................................. 28 3.5.3 TPM (Total Productive Maintenance) ............................................................ 28 3.5.4 Falhas .............................................................................................................. 30 3.5.4.1 FMEA (Failure Mode and Effects) .............................................................. 34 3.5.4.2 Confiabilidade, Disponibilidade e Manutenabilidade .............................. 34 3.5.5 Plano de Manuteno ..................................................................................... 35 3.5.5.1 Manuteno por Oportunidade .................................................................. 35 3.5.6 Programao ................................................................................................... 36 3.5.6.1 Conceitos .................................................................................................... 36 3.5.6.2 Sequncia de Implementao.................................................................... 37 3.5.7 Cadastro e Codificao de Equipamentos ................................................... 37 3.6 Ferramentas de Qualidade ............................................................................... 38 3.6.1 Diagrama de Pareto ........................................................................................ 38 3.6.2 Diagrama de causa-efeito (Ishikawa) ............................................................ 39

    METODOLOGIA ................................................................................................... 40 4.1 Tipo de Pesquisa .............................................................................................. 40 4.2 rea de Atuao ................................................................................................ 40 4.3 Plano de Coleta de Dados ................................................................................ 41 4.4 Plano de Anlise ............................................................................................... 41

    RESULTADOS E ANLISES ............................................................................... 42 5.1 Atual cenrio da superviso de Corinto ......................................................... 42 5.2 Funcionamento da coleta de dados de defeitos da linha frrea ................... 43 5.3 Funcionamento da rotina do programador (PCM) ......................................... 44

  • 9

    5.4 A necessidade de otimizao .......................................................................... 45 5.5 Anlise dos dados ............................................................................................ 46 5.6 Resultados ......................................................................................................... 50

    CONCLUSES, LIMITAES E SUGESTES PARA FUTURAS PESQUISAS 55

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 58

    ANEXO 1: ................................................................................................................. 60

    ANEXO 2: ................................................................................................................. 61

  • 10

    1 INTRODUO

    Diante do atual cenrio mundial onde empresas trabalham em constante

    competio com concorrentes e simultneas crises econmicas, a confiabilidade do

    trabalho torna-se principal fator para construir uma empresa slida.

    Neste contexto, o maior gargalo dos modais de transportes a capacidade de

    gerenciar de maneira tima a logstica de escoamento atravs das rodovias,

    ferrovias, martimos e areos. Esse fato, exposto com muita frequncia pelos

    noticirios, faz com que as empresas busquem novas alternativas de otimizar o

    processo e consequentemente aumentar sua lucratividade.

    Tendo em vista a atual situao do setor de transportes no Brasil, possvel

    perceber que recebe menos investimentos se comparado com outros setores,

    apesar de possuir uma relevncia grande para o desenvolvimento do pas. Dentre

    todos os modais de transportes do pas, o ferrovirio deixou de ser ator principal

    devido a obsolescncia da malha, antigamente administrada por completo pela

    RFFSA Rede Ferroviria Federal S/A at o ano de 1996. Aps esse perodo o

    governo federal iniciou o processo de desestatizao e abriu leilo para concesso

    da via.

    A ferrovia com principais conexes entre as regies Nordeste, Sudeste e

    Centro-Oeste do Brasil administrada pela VLI Vale Logstica Integrada - antiga

    FCA Ferrovia Centro Atlntico. O uso do modal ferrovirio basicamente para

    transportes de cargas como minrio, magnesita, cal e soja. So mais de sete mil

    quilmetros de ferrovia e passa por cerca de 316 municpios.

    A VLI busca ser a melhor empresa de logstica do Brasil, reconhecida como

    confivel. Para tanto, manter as cargas em constante movimentao atendendo aos

    prazos de carregamento e descarregamento, a empresa conta com equipes de

    manutenes corretivas e preventivas de via para mant-las em melhor estado

    possvel afim de evitar qualquer disperso no que se refere a falhas e/ou acidentes.

    As atuaes dessas equipes so programas em conjunto com inspetores,

    supervisores, tcnicos e programadores (PCM).

    A figura do programador (PCM) uma conexo do executante com o

    planejamento. Est em constante contato com inspetores, mantenedores,

    operao de trens, contratadas, supervisores e gerentes, o canal da informao

  • 11

    para consolid-las de maneira estratgica. Atua diretamente nos recursos

    disponveis e controle financeiro, alm de ser um canal de informaes.

    Esta monografia leva ao entendimento de cada atribuio do programador

    diariamente, semanalmente e mensalmente. Foi analisado o fluxo de trabalho

    padro e entender se existe pontos de melhoria.

    Tem foco tambm em analisar as programaes semanais de manuteno e

    entender de que forma possvel atuar com menos reprogramaes, menos

    imprevistos e retrabalhos, maior eficincia da turma de manuteno e

    consequentemente maior assertividade.

    Assim, diante do que foi exposto, o objetivo desse estudo obter uma

    resposta clara para o seguinte questionamento: Onde atuar para alcanar maior

    aderncia s programaes?

    1.1 Objetivos

    1.1.1 Objetivo Geral

    Analisar a possibilidade de otimizar as rotinas do programador (PCM) e onde

    atuar nas programaes semanais para que tenham sucesso e confiabilidade.

    1.1.2 Objetivos Especficos

    Analisar os aspectos rotineiros do programador (PCM);

    Identificar os mtodos utilizados na rea para elaborao das programaes

    semanais;

    Identificar como so tratados os defeitos de via;

    Identificar as estratgias utilizadas pela superviso em atuar nos defeitos de

    via e nas emergncias e/ou acidentes;

    Verificar quais mtodos utilizados de anlise de dados de via pela superviso.

    1.2 Justificativa

    Os programadores de via (PCM) so peas muito importantes para as

    supervises, visto que so fontes de informaes de pontos de atuao das

    manutenes e conseguem enxergar um horizonte de curto e mdio prazo. Tem

  • 12

    como atribuies bsicas: gerenciamento do plano de manutenes, coordenao e

    tratamento das inspees, coordenao dos materiais, gerenciamento dos cadastros

    de manuteno, programao dos servios, programao de paradas e controle dos

    ndices de manuteno.

    Planejar manuteno algo no muito fcil, ainda mais pelo fato de ter

    restries que sobrepem ao processo, tais como: imprevistos, desvios de

    programao, acidentes e falhas. Tratar as restries do processo que dificultam o

    sucesso da programao semanal um ponto que deve ser identificado e analisado

    devido ao seu impacto na aderncia. Observar quais so os imprevistos, por que

    acontecem e como poderiam ser encurralados para que interfiram menos na

    atuao das equipes de manuteno.

    Analisar se h uma necessidade de otimizar o tempo do programador (PCM)

    devido a quantidade de atribuies que possui em uma superviso. Uma vez na

    semana realizada a reunio de programao para a semana seguinte. Essa rotina

    em especfico deve ser tratada de forma especial devido ao tempo demandado para

    a elaborao da programao. A reunio semanal define onde, quando, de que

    forma e como as turmas de manuteno iro atuar no trecho. Tambm define a

    distribuio de materiais para as frentes de servios para as prximas duas

    semanas. Alm disso, nessa atividade que trata-se das restries que podem

    impactar nas programaes da semana seguinte, as principais anomalias e

    acidentes ocorridos at ento.

    A otimizao do processo de manuteno desde programao at a

    execuo traz um impacto forte no que se refere a confiabilidade. A empresa possui

    clientes em todo o Brasil que precisam de seus produtos entregues conforme

    contratado e livre de imprevistos, logo a rea de manuteno precisa garantir que

    nenhum trem caia da linha ou tombe, ento necessita-se de um programador com

    rotinas bem definidas e as equipes de manuteno atuando onde realmente

    necessrio.

    Atravs desse trabalho, as anlises e concluses daro um respaldo s

    outras supervises da empresa e maior conhecimento ao meio acadmico.

  • 13

    1.3 Estrutura

    Esta monografia est dividida entre seis captulos, sendo que o primeiro

    apresenta o tema, a justificativa com a pergunta problema, objetivos gerais e

    especficos.

    O captulo dois apresenta a empresa VLI Logstica contendo as

    caractersticas, histria e planos futuros da empresa que atua no modal ferrovirio

    no Brasil.

    O captulo trs realiza a reviso bibliogrfica dos principais autores que so

    referncia no tema do projeto de monografia em relao histria dos modais de

    transporte, modais de transporte no Brasil e tipos de manuteno.

    O captulo quatro apresenta a metodologia utilizada para otimizao do fluxo

    do processo dentro da funo de programador e de manutenes ferrovirias no

    desdobramento semanal.

    Captulo cinco apresenta os resultados coletados e os resultados obtidos

    atravs da anlise dos dados.

    O captulo seis explica a concluso das aes criadas a partir dos dados

    coletados.

  • 14

    CARACTERIZAO DA EMPRESA

    Misso: Oferecer solues logsticas integradas ao negcio de nosso cliente.

    Viso: Transformar a logstica do Brasil.

    A VLI Valor da Logstica Integrada a atual concessionria do governo

    que iniciou suas atividades em 1996 na ferrovia brasileira, quando foi privatizada

    pelo governo como antiga FCA Ferrovia Centro Atlntico. A companhia conta com

    quatro empresas scias que compem a cpula administrativa que so:

    38,1% - Vale S/A

    26% - Brookfield Asset Management Inc.

    15,9% - FGTS

    20% - Mitsui & Co.

    A empresa projeta investimento de 9 bilhes de reais para os prximos cinco

    anos. No futuro, a companhia pretende abrir capital ao mercado de aes.

    Atualmente a empresa movimenta cargas de mais de cem clientes e est

    estruturada entre cinco corredores:

    Centro-Norte;

    Centro-Sudeste;

    Centro-Leste;

    Minas-Rio;

    Minas-Bahia.

    O corredor Minas-Bahia a referncia para a atual monografia, afunilando

    para a superviso de Corinto, objeto do projeto. A malha possui grande capilaridade

    e interiorizao portanto possui um grande poder de atuao e de crescimento nos

    segmentos de commodities agrcolas, minerais, industrializados e siderrgicos.

    A companhia possui concesses e subconcesses ferrovirias (FCA e FNS)

    com cerca de 10.700 km de extenso, com material rodante composto por 13.000

    vages e 600 locomotivas e tem acesso s ferrovias de concesso da Vale (EFC e

    EFVM).

  • 15

    A VLI opera cinco terminais terrestres integrados, tendo cinco novos terminais

    em desenvolvimento, um terminal martimo privado em Santos, So Paulo, contrato

    de operao de um bero no porto de Itaqui em So Lus, Maranho, e tem acesso a

    portos e terminais martimos da Vale.

  • 16

    REFERENCIAL TERICO

    3.1 Histrico da Ferrovia

    Meados do ano de 1804, em Glia do Sul, foi construda a primeira locomotiva

    a vapor que andava sobre trilho industriais. A partir de ento a engenharia de outros

    pases comearam a iniciar projetos de locomotivas principalmente para os Estados

    Unidos e Inglaterra. (www.mrs.com.br)

    De acordo com Duncan 1(1932, apud CAIXETA-FILHO E MARTINS, 2001, p.

    26) a ferrovia do Brasil foi implantado entre 1840-1889, sendo que somente em 1954

    que a ferrovia comeou a funcionar com um pequeno trecho de Estrella, na baa do

    Rio de Janeiro, ao p das montanhas com aproximadamente quatorze quilmetros

    de extenso.

    Ainda, a implantao da ferrovia no Brasil demorou relativamente muito em

    relao aos demais pases devido as peculiaridades que o pas possui em relao

    ao volume de chuvas, clima tropical, escassez de carvo e a instabilidade

    econmica. Tais fatores foram importantes para criar barreiras para os

    investimentos externos (CAIXETA-FILHO, 2001, p. 26).

    Pode-se observar em Duncan (1932, apud CAIXETA-FILHO E MARTINS,

    2001, p. 26) que tambm que a principal fonte de empreendimentos ferrovirios no

    Brasil, Inglaterra, envolvia-se com assuntos relativos a Guerra da Crimea e,

    posteriormente, o Brasil com a Guerra contra o Paraguai. Fatores que contriburam

    para desenvolver a malha ferroviria do pas de formas tcnicas e de eficincia

    totalmente heterognea.

    A primeira ferrovia brasileira, inaugurada em 30 de abril de 1854, teve

    momento histrico junto a figura de Visconde de Mau em que construiu a ferrovia

    que ligava o porto de Mau at as Serras de Petrpolis com cerca de 14,5km e,

    tecnicamente falando, uma bitola de 1,676m. (www.mrs.com.br)

    Com o crescimento das indstrias automobilsticas, houve um interesse maior

    em ampliar o uso de rodovias meados do sculo XX. Nas palavras de Caixeta-Filho

    e Martins (2001), muitos fatores contriburam para esse ocorrido sendo que a

    ferrovia era fortemente controlada pelo estado, possua grandes extenses e as

    1 DUNCAN, J. S. Public and private operation of railways in Brazil. New York: Columbia University Press,

    1932.

  • 17

    tarifas eram baseadas nas mercadorias transportadas. J a rodoviria propunha

    transportes de baixa escala, frete baseado em custos e pouca interveno do

    governo.

    Conforme ngelo 2(1987, apud CAIXETA-FILHO E MARTINS, 2001, p. 28) o

    caso do Brasil foi relacionado a necessidade de atender a economia exportadora,

    com linhas dirigidas do interior para os portos regionais, sendo que o Brasil estava

    voltando a sua economia para o mercado interno. Afim de suportar a intensa

    necessidade de implantao do processo industrial e os baixos custos que o modal

    rodovirio oferecia, o Brasil tendenciou as atenes ao novo modal de transporte.

    Quando comparados os modais rodovirio e ferrovirio, o modal rodovirio

    o mais rpido e menor custo para cargas menores conforme explica Neto (1993,

    apud CAIXETA-FILHO E MARTINS, 2001, p. 28). As tcnicas mais modernas

    utilizadas na produo buscam diminuir estoques, tempo de translado e menos

    transbordos.

    A partir da segunda metade da dcada de 90, o Brasil iniciou uma

    reestruturao no setor de transportes no que diz respeito a participao privada no

    setor. Segundo Castro (2001), o governo comeou o processo de privatizao da

    malha ferroviria e com isso um fracionamento da mesma. O papel do governo a

    partir e ento passaria a ser reguladora dos agentes privados e estabelecendo apoio

    aos novos projetos de investimentos.

    A antiga RFFSA Rede Ferroviria Federal S/A entrara no Programa

    Federal de Desestatizao. De acordo com Castro (2001) a malha foi subdividida em

    seis malhas regionais onde foram transferidos os seus bens imveis operacionais e

    de apoio; venda dos bens de operao de pequeno valor. Todo o processo

    conduzido em leilo para o contrato de concesso de trinta anos podendo este ser

    prorrogado.

    2 NGELO, C. F. O problema dos transportes rodovirios e ferrovirios de carga no Brasil. Estudos

    Econmicos, v. 17, n 1, p. 89-104, jan./abr. 1987.

  • 18

    FIGURA 1 Malha Ferroviria regio sudeste.

    Fonte: interno VLI (2014)

    3.2 Modais de Transporte

    De acordo com o autor Ballou (2006), existem basicamente cinco modais

    operantes diretamente aos usurios: ferrovirio, rodovirio, areo, aquavirio e

    dutovias. Pode haver um intermediador no processo, como um despachante,

    entretanto possui capacidade de movimentar pequena ou nenhuma carga.

    3.2.1 Ferrovirio

    Ballou (2006) cita o modal ferrovirio para transportes de matrias-primas,

    produtos manufaturados de baixo custo e cargas completas. de baixo custo, para

    longos cursos com baixa velocidade e grandes quantidades. Possui privilgios em

    escalas no ponto de origem e destino, garantem a roteirizao e mudana de

    destino final de carregamento em pleno curso.

    Sobre a histria do modal ferrovirio, Caixeta-Filho e Martins (2001) cita que o

    modal ferrovirio ganhou fora devido ser o nico modo de transporte para atingir

    locais, velocidade e segurana impensveis para o transporte hidrovirio, ento

  • 19

    predominante. Ou seja, o modal ferrovirio estimulou intercmbio de materiais entre

    naes consequentemente o desenvolvimento.

    De acordo com Fogel 3(1964, apud CAIXETA-FILHO E MARTINS, 2001, p.22)

    a revoluo cientfica proporcionou conhecimento para os sculos seguidos no que

    diz respeito a inovaes que so aplicadas a diversos nichos de processo

    econmico. Uma delas, a engenharia a vapor, proporcionou uma parte da revoluo

    industrial dessa maneira, ferrovia.

    3.2.2 Rodovirio

    Segundo Ballou (2006) o modal rodovirio muito utilizado para produtos

    semiprontos ou acabados com cargas fracionadas e completas. As vantagens so a

    possibilidade do servio porta a porta, carregamentos de menor porte, sem

    necessidade de transbordo e velocidade. Em comparao ao modal ferrovirio,

    possui valor mais alto e no carrega grandes quantidades.

    Pode-se analisar que no Brasil a malha rodoviria muito mais ramificada em

    relao a malha ferroviria, que por sua vez consegue criar muitas rotas e

    possibilidades de entrega com maior alcance atendendo a diversos clientes ao

    mesmo tempo atravs da carga fracionada a um custo rateado.

    De acordo com Castro (2001), os programas de concesses rodovirias tm

    alcanados altos nveis e avanado em escala federal, estadual e municipal, onde

    consegue atingir um patamar de mais de nove mil quilmetros de estradas.

    3.2.3 Areo

    Ballou (2006) destaca que o modal areo possui uma vantagem at ento

    imbatvel dentre os modais no Brasil, no que se refere a transportes em alta

    velocidade para grandes distncias. O autor ainda explica que a confiabilidade do

    transporte, em condies normais, considerada boa, mas lembrando que est

    exposto a condies do tempo, trfego e manutenes que comprometem a

    disponibilidade.

    3 FOGEL, R. W. Railroads and american economic growth: essays in econometric history. Baltimore: The

    Johns Hopkins Press, 1964.

  • 20

    O autor ainda utilizando dos estudos de Lewis, Culliton e Steele 4(1956, apud

    Ballou, 2006, p. 156), explica que o transporte areo ainda um dos mais por no

    necessitar de embalagens muito elaboradas pois o modal no representa exposio

    a danos e a furtos excessivos.

    O modal areo possui as seguintes possibilidade de frete:

    Transportadores de carga geral de linha (transporte de passageiros

    e cargas no mesmo avio);

    Transportadores de carga geral (cargo);

    Linhas areas regionais;

    Transportadores suplementares;

    Txi areo;

    Linhas areas comutadoras;

    Empresas internacionais.

    3.2.4 Aquavirio

    De acordo com Ballou (2006) o modal aquavirio realizado atravs de

    embarcaes. um transporte ainda mais lento que o ferrovirio mas consegue

    carregar grandes quantidades de cargas sendo commodities. Geralmente so

    transportados em contineres afim de facilitar o transbordo intermodal e reduzir as

    perdas no manuseio.

    Ainda, segundo Ballou (2006) as cargas transportadas em quantidades

    exorbitantes no sofrem com os impostos e regulamentaes. Geralmente no h

    grandes danos e perdas resultantes do atraso no transporte, pois os compradores

    mantm um alto estoque desse produto. A maior preocupao gira em torno da

    quantidade alta e o preo reduzido que o modal consegue ofertar.

    3.2.5 Dutovias

    O modal por dutos ainda muito limitado. Ballou (2006) explica que o

    transporte por dutos geralmente realizado para petrleo cru e seus derivados. H

    4 LEWIS, H.T., CULLITON, J.W.; STEELE, J.D. The Role of Air Freight in Physical Distribution. Boston:

    Division of Research, Graduate School of Business Administration, Harvard University, 1956.

  • 21

    tentativas de inovaes afim de expandir o leque do modal como por exemplo com

    carga suspensa em transporte lquido, ainda sem sucesso. Em relao a velocidade,

    pode-se dizer que lento porm possui vantagem de funcionar vinte e quatro horas,

    sete dias por semana, sem parar, que quando comparada a outros modais no se

    torna to lenta.

    O auto tambm relaciona a confiabilidade do transporte tendo em vista que

    so praticamente nulas as interrupes. Os danos e perdas nos dutos so

    praticamente nulas pois os riscos so limitados e geralmente a carga transportada

    no est sujeito a danos.

    3.3 Transporte da carga no Brasil

    Em artigo eletrnico da Revista Logstica, Rezende (2013) resume a situao

    do transporte brasileiro como desequilibrada em relao necessidade de

    readequaes afim de promover maior competitividade, grande diferena de custos

    e desenvolvimento sustentvel. Ainda cita o exemplo de transportes para safra de

    gros de quantidades enormes os quais deveriam serem levados por modal

    ferrovirio tem sido realizado por rodovias.

    Atravs da FIG. 2 possvel comparar a representatividade de matrizes dos

    modais no Brasil:

    MODAL BRASIL (%)

    Rodovirio 59,0

    Ferrovirio 24,0

    Aquavirio 13,0

    Aerovirio 0,3

    Dutovirio 3,7

    FIGURA 2 - Matrizes por modais no Brasil Fonte: Ministrio dos Transportes (2006, www.transportes.gov.br)

    Segundo o site Wikipdia, o transporte rodovirio no Brasil o mais utilizado

    e o mais extenso entre todos os demais modais. So mais de 1.300.000 quilmetros

    de rede rodoviria, sendo que 30% desse valor corresponde a vias com estado de

    conservao de muito danificado at a sem pavimentao alguma. Esse valor est

    presente principalmente na regio Norte e Nordeste do pas. As rodovias em

  • 22

    condies adequadas ao uso correspondem a uma pequena parte dessa extenso e

    ainda assim no so pblicas, h pouqussimas excees. A Unio realizou e ainda

    realiza concesses de rodovias iniciativa privada, sujeitos a pedgios, porm

    apresentam excelentes qualidades de uso. (www.wikipedia.org)

    O transporte ferrovirio no Brasil compreende uma malha com mais de 30.000

    quilmetros de via frrea, tecnicamente falando, variando bitola de 0,60m, 1m e

    1,6m. De maneira simples, o fato da diferenciao de bitola na linha frrea uma

    dificuldade a mais para integrao das vias. At o ano de 1997 a ferrovia no Brasil

    era operada e mantida pela RFFSA Rede Ferroviria Federal S/A onde

    possuam transporte de cargas e pessoas. Desde a desestatizao da ferrovia no

    pas atravs de concesses privadas, o transporte de pessoas se tornou limitado a

    pequenos trechos. A maioria ainda permanece com transporte de cargas

    administradas e mantidas pelas concessionrias e regulamentadas pela ANTT.

    (www.wikipedia.org)

    O transporte hidrovirio ou aquavirio um dos transportes mais limpos,

    econmicos e subutilizados no pas e est dividido em fluvial e martimo. No caso do

    transporte fluvial realizado por rios que atravessam o pas. O Brasil no possui

    uma grande quantidade de rios capazes de levarem embarcaes de carga para

    outros pontos por questes topogrficas, com muitas quedas dgua, porm no

    Norte do pas o transporte muito bem explorado como o caso da Amaznia onde

    possui uma das melhores infraestruturas. No caso do martimo, so embarcaes

    em portos no mar que carregam cargas e pessoas (entre a costa e ilhas). O

    transporte martimo tem extrema importncia para o pas no que se refere a

    exportaes sendo comprometedor de 75% das trocas internacionais.

    transportado desde commodities agro minerais a carros e equipamentos de ponta.

    (www.wikipedia.org)

    A partir da II Guerra Mundial a aviao comercial deu um salto para o

    desenvolvimento transformando o modal areo como um dos principais para

    transporte de pessoas e cargas pelo mundo inteiro. O transporte areo brasileiro

    utilizado para cargas e pessoas e est em constante crescimento nos ltimos anos.

    Ampliando a malha area e modernizando os servios, as empresas areas

    instauraram novas polticas de taxao no pas que ainda no tinham sido vistos

    como por exemplo a companhia Gol com os conceitos Low Fare. O transporte areo

    contribuiu para encurtar distncias e diminuir tempo de percurso, porm as

  • 23

    instalaes, infraestrutura e manutenes ainda so muito complicadas e caras que

    por sua vez repassado para os consumidores. (www.wikipedia.org)

    O transporte dutovirio, realizado em condutos tubulares, normalmente so

    utilizados em para suco de laranja, minrio de ferro, petrleo e gs natural.

    considerado o meio de transporte mais seguro. Estima-se que transporta-se cerca

    de 500.000.000 litros de hidrocarboneto por dia atravs dos oleodutos. A grande

    vantagem desse transporte no Brasil o fato de ter o consumo de combustveis

    fsseis reduzido tendo em vista que utilizado o acionamento eltrico.

    (www.wikipedia.org)

    3.4 Conceito de Logstica

    De acordo com Ballou (2006) logstica um processo que inter-relaciona com

    outras reas. Agrega valor a produtos e servios que so essenciais para a

    satisfao dos clientes e proporciona o aumento das vendas. um processo

    pertencente a uma parte da cadeia de suprimentos.

    Ainda Ballou (2006) definiu logstica a partir de uma reflexo promulgada pelo

    Council Of Logistic Management (CLM) muito bem elaborada em que:

    Logstica um processo de planejamento, implantao e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, servios e das informaes relativas desde o ponto de origem at o ponto de consumo com o propsito de atender s exigncias dos clientes. (www.clml.org, p.27)

    De acordo com Martin e Rogers 5(1995, apud CAIXETA-FILHO E MARTINS,

    2001, p. 15) as empresas com retornos crescentes esto bem localizadas em pontos

    estratgicos dos pases afim de beneficiarem com a melhor infraestrutura domstica

    em economia em escala, ou seja, estas infraestruturas melhoradas so atrativos

    para indstrias de outros pases.

    Por outro lado, Castro 6(1995, apud CAIXETA-FILHO E MARTINS, 2001, p.

    16) expe que a eficincia do sistema logstico uma condio bsica para a

    competitividade de todos os setores da economia, afinal, busca-se atender aos

    5 MARTIN, P.; ROGERS, C. A. Industrial location and public infraestructure. Journal of International

    Economics, 39:335-351, 1995. 6 CASTRO, N. P. Intermodalidade, intramodalidade e o transporte de longa distncia no Brasil. Rio de

    Janeiro: Ipea, 1995.

  • 24

    requisitos do mercado quanto qualidade, prazos, entrega, assistncia tcnica e

    inovaes.

    3.5 Gesto da Manuteno

    Para Schoeps (1987), manuteno a tarefa ou servio de conservar

    mquinas, equipamentos, instalaes e edifcios em condies operacionais

    satisfatrias. Existem tambm os servios auxiliares de manuteno interna que

    consiste, por exemplo, em servios de abastecimento de gua e vapor, geradores

    eltricos e compressores de ar, etc.

    J Xenos (2014) define manuteno como equipamentos que apresentam

    degradao, desgaste natural ou uso onde aparece em forma de aparncia externa

    ruim, perda de desempenho, parada de produo, m qualidade de produo e

    poluio ambiental.

    Ainda Xenos (2014) explica que a manuteno tem objetivo de manter o

    equipamento em atividade e condies originais de operao ao longo do tempo.

    Restabelecer as eventuais deterioraes e restabelecer confiabilidade intrnseca

    sem exceder tais condies.

    3.5.1 Definio e Histrico da Manuteno

    Segundo Monks (1987) a manuteno uma ferramenta de forte atuao em

    manter as condies de equipamentos e outros bens que apoiam as organizaes.

    No somente nisso, a manuteno significa tambm minimizar custos a longo

    perodo, segurana e estabilidade de emprego. Reflete diretamente na viabilidade do

    sistema por um perodo de longo prazo.

    De acordo com Slack 7(2000, apud SOUZA, 2008, p. 4) manuteno

    maneira com que as empresas atuam para evitar falhas ao cuidar das instalaes

    fsicas. H setores, como petroqumico, que as atividades de manuteno sero

    responsveis por parte significativa do tempo e da ateno da gerncia de

    manuteno.

    7 SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administrao da Produo. 2 ed. So Paulo:

    Atlas, 2000.

  • 25

    Wyrebski 8(1997, apud SOUZA, 2008, p.4) a manuteno de instrumentos e

    ferramentas so datados desde os primrdios da civilizao no entanto deu seus

    primeiros passos efetivamente de maneira organizada a partir do sculo XVI junto

    com o incio da expanso industrial atravs das mquinas txteis a vapor. At ento

    o operador de mquina era quem intervia na manuteno da mesma, sendo

    somente necessria interveno mecnica profissional em casos mais complexos.

    Com o uso de motores eltricos, a figura de um mantenedor de mquinas comea a

    surgir.

    3.5.2 Tipos de Manuteno

    Mirshawka e Olmedo (1994) explica que existem basicamente e

    principalmente os atendimentos de manutenes corretivas, preventivas e preditivas.

    As mquinas esto sujeitas a imprevistos e falhas, onde o equipamento exige do

    programa alteraes e adequaes ara as manutenes ocorram.

    J Siqueira 9(2005, apud SOUZA, p. 5) indica que as manutenes so

    classificadas conforme as atitudes dos usurios em relao s falhas sendo

    separados em sob as seguintes categorias:

    Manuteno Reativa ou Corretiva;

    Manuteno Preventiva;

    Manuteno Preditiva;

    Manuteno Proativa;

    Manuteno Produtiva;

    Manuteno Detectiva.

    De forma resumida, Siqueira (2005, apud SOUZA, 2008, p. 5) a manuteno reativa

    ou corretiva atende a aquelas falhas que j aconteceram, a preventiva como o

    prprio nome diz est para prevenir e evitar consequncias da falha, a manuteno

    preditiva analisa a atual situao para tentar prever quando a falha poder

    8 WYREBSKI, Jerzy. MANUTENO PRODUTIVA TOTAL - UM MODELO ADAPTADO. 1997.

    Dissertao (M.sc) - UFSC, Florianpolis, 1997. Disponvel em: .

    Acesso em: 10 out. 2007. 9 SIQUEIRA, Iony Patriota de. Manuteno Centrada na Confiabilidade: Manual de Implementao. 1 ed.

    Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.

  • 26

    acontecer. A manuteno produtiva busca melhorar a produtividade do

    equipamento, a manuteno proativa busca otimizar o processo baseado no

    histrico de experincia obtido ao longo do tempo. A manuteno detectiva busca

    encontrar falhas ainda no vistas.

    3.5.2.1 Manuteno Corretiva

    De acordo com Wyrebski 10(1997, apud SOUZA, 2008, p. 6) so atividades

    para corrigir a falha que j est instaurada, j ocorreu, decorrente de deteriorao ou

    desgaste. Quer dizer uma manuteno de um equipamento inoperante, improdutivo

    ou quebrado. Significa alto custo em decorrncia da falha que pode ter afetado

    outras peas fora a indisponibilidade do equipamento por estar parado.

    3.5.2.2 Manuteno Preventiva

    De acordo com NASA 11(2000, apud SOUZA, 2008, p. 6) a manuteno

    preventiva (MP) foi a tcnica mais avanada a ser utilizada nos departamentos de

    manuteno. Possui dois princpios bsicos que podem ser analisados e calculados:

    Idade e taxa de falha dos equipamentos;

    Vida til e probabilidade de falha.

    Segundo o autor Souza (2008) a manuteno preventiva significa uma

    interveno antes da falha aparecer afim de manter a produo constante. Adotar a

    manuteno preventiva significa introduzir o fator qualidade no servio de

    manuteno.

    A manuteno preventiva precisa de critrios para sua aplicao, sendo assim,

    Almeida 12(2000, apud SOUZA, 2008, p. 7) prope a definio de critrios para

    10 WYREBSKI, Jerzy. MANUTENO PRODUTIVA TOTAL - UM MODELO ADAPTADO. 1997.

    Dissertao (M.sc) - UFSC, Florianpolis, 1997. Disponvel em: .

    Acesso em: 10 out. 2007. 11 NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINISTRATION. Reliability Centered Maintenance

    Guide for Facilities and Collateral Equipment. Washington, 2000.

  • 27

    avaliar, como por exemplo, a intensidade de uso do equipamento bem como as

    particularidades de cada um. H programas mais simples com aes superficiais de

    lubrificao e ajustes pequenos, mas tambm h programas mais abrangentes para

    chegar ao patamar de recondicionamento de mquinas da planta industrial. O

    problema comum entre os programas exatamente planejamento versus o tempo.

    Ainda, o tempo no seria o nico fator comprometedor a ser levado em conta, sendo

    assim as peculiaridades de cada planta industrial determinante de que maneira

    estratgica atuar afim de reduzir os custos e retrabalho.

    O autor demonstra analogicamente a anatomia humana ao conceito de

    manuteno preventiva:

    FIGURA 3 Analogia entre a manuteno preventiva e a medicina preventiva

    Fonte: Monchy (1989, apud SOUZA, 2008, p. 8)

    12 ALMEIDA, Mrcio Tadeu de. Manuteno Preditiva: Confiabilidade e Qualidade. Itajub: 2000. 5 p.

    Disponvel em: . Acesso em: 10 out. 2007.

  • 28

    3.5.2.3 Manuteno Preditiva

    De acordo com Souza (2008) a manuteno preditiva significa analisar e

    apurar de forma criteriosa e estratgica todas as intervenes nos equipamentos

    acompanhando indicadores de performance e definindo o momento certo para as

    intervenes.

    Segundo Osada 13(1993, apud SOUZA, 2008, p. 8) conceitua que evita a

    tendncia de supermanuteno (excessivos) os quais so foco da preditiva. Busca

    otimizar a manuteno baseado em pesquisas de ciclo de manutenes.

    Ainda o auto acima definiu oito metas para a manuteno preditiva:

    Determinar o melhor perodo para manuteno;

    Reduzir o volume do trabalho de manuteno preventiva;

    Evitar avarias abruptas e reduzir o trabalho de manuteno no

    planejado;

    Aumentar a vida til das mquinas, peas e componentes;

    Melhorar a taxa de operao eficaz do equipamento;

    Reduzir os custos de manuteno;

    Melhorar a qualidade do produto;

    Melhorar o nvel de preciso da manuteno do equipamento.

    De acordo com Almeida 14(2000, apud SOUZA, 2008, p. 8), diferentemente da

    manuteno preventiva que baseia-se na vida til e estatsticas dos equipamentos, a

    manuteno preditiva usa do monitoramento das condies mecnicas, rendimentos

    dos sistemas, e outros indicadores que determinam o tempo mdio de falha real e

    perda do rendimento de cada mquina e da planta industrial como um todo.

    3.5.3 TPM (Total Productive Maintenance)

    De acordo com Mirshawka e Olmedo (1994) TMP significa Total Productive

    Maintenance ou em portugus Manuteno Produtiva Total. Abrange a todos os

    13 TAKAHASHI, Yoshikazu; OSADA, Takashi. Manuteno Produtiva Total. So Paulo: Instituto Iman,

    1993. 14 ALMEIDA, Mrcio Tadeu de. Manuteno Preditiva: Confiabilidade e Qualidade. Itajub: 2000. 5 p.

    Disponvel em: . Acesso em: 10 out. 2007.

  • 29

    empregos da organizao desde os nveis mais operacionais aos nveis estratgicos

    da alta administrao. Quer dizer um envolvimento de todos os departamentos e

    pessoas afim de alcanar uma sincronia com velocidade projetada, produzir na taxa

    planejada e fornecer resultados de qualidade em harmonia com velocidade e taxa.

    Cada equipamento possui um tempo para execuo de cada tipo de manuteno

    para que possa desempenhar de acordo com o que foi projetado.

    Conforme descrito acima, a sinergia entre setores algo fundamental para o

    desenvolvimento adequado da manuteno, o qual reflete a outros setores tambm.

    Pode-se evidenciar a necessidade da boa logstica do almoxarifado na questo de

    reposio de peas que distribuda para as equipes de manuteno afim de utiliz-

    las em reparos. Equipamentos que so utilizados, por exemplo, na frente de servio

    e que necessitam de uma atuao imediata, evita o dispndio de dinheiro em

    relao s horas paradas da mo de obra.

    Mirshawka e Olmedo (1994) enfatiza a questo do trabalho em equipe e a

    gerncia aberta s ideias da fora de trabalho. De acordo com os autores, quanto

    mais aberta for a gerncia s ideias da fora de trabalho, mais simples ser para as

    equipes funcionarem. Essas equipes citadas quer dizer o envolvimento de todos os

    setores junto gerncia consequentemente gerando aumento em produtividade,

    diminuio em interrupes, qualidade elevada com menor ndice de defeitos,

    redues de custos, maior segurana entre os operadores e aumento do moral.

  • 30

    A FIG. 4 identifica os oito pilares de sustentao da TPM:

    FIGURA 4 Oito pilares de sustentao da Manuteno Produtiva Total

    Fonte: Suzuki (1994, apud SOUZA, 2008, p. 11)

    3.5.4 Falhas

    Segundo Xenos (2014) falha significa o estado de indisponibilidade de um

    item que estava em funcionamento. Deve-se definir bem os critrios de falha para

    que os mesmos no sejam ambguos, definir se a reduo de velocidade de um

    equipamento ou produo menor podem ser considerados falha. Nem sempre o

    equipamento precisa estar quebrado para ser considerado falha, quer dizer que o

    equipamento no consegue desempenhar a funo requerida.

    Ainda Xenos (2014) define que as causas de uma falha so definidas em trs

    grandes categorias de falhas: falta de resistncia, uso inadequado ou manuteno

    inadequada. Sendo ento:

    Falta de resistncia: erro prprio do equipamento, que no tenha sido

    projetado para suportar, a partir de uma deficincia de projeto, erro na

    especificao de materiais, deficincia no processo de fabricao e

    montagem.

  • 31

    Uso inadequado: so esforos que estejam fora da capacidade do

    equipamento que traz erros para a operao.

    Manuteno inadequada: quer dizer que as manutenes para evitar a

    deteriorao do equipamento no esto suficientemente boas ou esto

    sendo realizadas de maneira inadequada.

    Segundo Siqueira 15(2005, apud SOUZA, 2008, p. 14) afirma que a falha a

    interrupo ou a alterao da capacidade produtiva de um item ou equipamento para

    exercer a funo de desempenho. Ainda classificada a falha sob diversos aspectos

    como por exemplo a origem, extenso, velocidade, manifestao, criticidade ou

    idade.

    A FIG. 5 relaciona estes aspectos:

    FIGURA 5 Estrutura de classificao de falhas

    Fonte: Siqueira (2005, apud SOUZA, 2008, p. 14)

    15 SIQUEIRA, Iony Patriota de. Manuteno Centrada na Confiabilidade: Manual de Implementao. 1 ed.

    Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.

  • 32

    Xenos (2014) classifica as falhas em de trs maneiras:

    Constante: so falhas que ocorrem pelo esforo excessivo do

    equipamento para exercer a funo. So falhas por eventos aleatrios

    que podem ser por erro de manuteno ou operao por frequncia

    maior e sobrecargas. Tais ocorrncias so inerentes medida que o

    equipamento envelhece.

    Crescente: so situaes tpicas uma vez que o equipamento sofre

    corroso ou desgaste que esteja naturalmente exposto a esforos

    constantes de tempos em tempos de forma repetida. medida que o

    equipamento envelhece as ocorrncias ficam mais frequentes.

    Decrescente: situao inversa da falha crescente. Uma vez que o

    equipamento entra na produo e suas peas, por exemplo, so

    substitudas por outras ainda mais eficientes e confiveis, as falhas

    tendem a diminuir.

  • 33

    Ainda Xenos (2014) relaciona o esforo (E) e a resistncia (R), mostrando nas

    reas hachuradas onde a falha ocorre conforme FIG. 6:

    FIGURA 6 Relao entre o esforo e a resistncia

    Fonte: Xenos (2014, p. 71)

  • 34

    3.5.4.1 FMEA (Failure Mode and Effects)

    De acordo com Siqueira 16(2005, apud SOUZA, 2008, p. 15), FMEA tem o

    propsito de avaliar, documentar, e priorizar o impacto potencial de cada falha

    funcional, visando definir formas de preveno ou correo. necessrio identificar

    os seguintes aspectos para cada funo de uma instalao:

    Funo: quer dizer o objetivo com nvel de desempenho que busca;

    Falha funcional: significa perda ou desvio da funo;

    Modo de falha: o que pode falhar;

    Causa da falha: o porqu de ocorrer a falha;

    Efeito de falha: impacto resultante na funo principal;

    Criticidade: severidade do efeito.

    Ainda conforme Siqueira (2005, apud SOUZA, 2008, p. 16), faz parte do

    estudo de sintomas das falhas incluir a localizao, o mecanismo de falha, as

    recomendaes e as taxas de falhas.

    3.5.4.2 Confiabilidade, Disponibilidade e Manutenabilidade

    Segundo NASA 17(2000, apud SOUZA, 2008, p. 16) confiabilidade significa a

    probabilidade de um item permanecer em funcionamento sem que ocorra falhas.

    J para Siqueira (2005, apud SOUZA, 2008, p.16) confiabilidade est

    relacionada sobrevivncia de um item a um dado intervalo (de tempo, ciclo,

    distncia, etc.).

    Para ReliaSoft 18Brasil (2006, apud Souza, 2008, p. 16) expe que usurio

    querem produtos que satisfaam suas necessidades, ou seja, que estejam

    disponveis para exercer sua funo. Estar disponvel vai depender do nmero de

    falhas que ocorrem (confiabilidade), de quanto tempo demora para resolver os

    16 SIQUEIRA, Iony Patriota de. Manuteno Centrada na Confiabilidade: Manual de Implementao. 1 ed.

    Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. 17 NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINISTRATION. Reliability Centered Maintenance

    Guide for Facilities and Collateral Equipment. Washington, 2000. 18 RELIASOFT BRASIL. Manuteno Centrada em Confiabilidade. So Paulo, 2006.

  • 35

    problemas (manutenabilidade) e da quantidade de apoio logstico para realizar essa

    manuteno.

    3.5.5 Plano de Manuteno

    Muitas atividades exigem planejamento para maior eficincia ao exercer

    qualquer atividade. Ter noo do que vai acontecer e do que pode acontecer pode

    ser uma vantagem competitiva que garante a confiabilidade do servio.

    Sendo assim, Xenos (2014), simplifica que basicamente so aes

    preventivas que tem detalhes definidos e datas estipuladas para execuo. um

    calendrio de aes a serem tomadas.

    Ainda, Xenos (2014) explica que para elaborar um plano de manuteno

    necessrio entender o equipamento com detalhamento das peas do fabricante,

    principalmente para equipamentos novos no mercado. Depois de apontar todas as

    peas, o Plano de Manuteno deve conter informaes detalhadas sobre como

    inspecionar, reformar ou trocar, com qual frequncia, por que e como as tarefas

    devem ser executadas. Tambm, definir para cada tarefa as suas respectivas datas

    de execuo no calendrio.

    3.5.5.1 Manuteno por Oportunidade

    Segundo Osada 19(1993, apud SOUZA, 2008, p. 19) a manuteno por

    oportunidade significa que o equipamento passar por uma manuteno no

    programada durante o tempo de paralisao.

    Manuteno por oportunidade comum ocorrer porm no algo

    previamente programado. Utilizar do perodo parado para realizar uma manuteno

    preventiva que ser evitada posteriormente.

    19 TAKAHASHI, Yoshikazu; OSADA, Takashi. Manuteno Produtiva Total. So Paulo: Instituto Iman,

    1993.

  • 36

    3.5.6 Programao

    O ato de programar exige uma viso ampla de onde, quando e como atuar.

    Na VLI, as programaes de manutenes so realizadas a partir de uma relao de

    defeitos ou anomalias que so catalogadas diariamente, alm do conhecimento

    tcnico. Para uma programao de sucesso fundamental entender os recursos

    que ser utilizado, quando utiliz-los e de que maneira ser possvel sua execuo

    tima sem interferir no transit time da logstica.

    3.5.6.1 Conceitos

    De acordo com Rezende (1992) para realizar uma programao de sucesso

    faz-se necessrio informaes afim de programar o Plano de Produo que por sua

    vez varia de acordo com a disponibilidade tecnolgica, insumos e faixa de trabalho.

    Essas informaes so dados tcnicos do equipamento, estoque, fluxo de produo,

    quantidade de recursos e o desperdcio desses recursos, jornada de trabalho,

    capacidade das mquinas e equipamentos.

    Siqueira 20(2005, apud SOUZA, 2008, p. 12) diz que a RCM (Reliability-

    Centered Maintenance) MCC (Manuteno Centrada na Confiabilidade) est

    diretamente com relao aos processos tecnolgicos e sociais que cresceram aps

    a II Guerra Mundial. No setor de tecnologia, a influncia de estudos na indstria

    blica seguida da automao industrial, viabilizou a evoluo da atual informtica e

    telecomunicao os quais fazem parte da sociedade atual.

    Para Turbino (2000), estimar recursos financeiros, produtivos e de vendas

    dentro do Plano de Produo estabelece um Planejamento Estratgico da Produo

    para um determinado perodo longo prazo. Prever os tipos e quantidades de

    produtos, entender a limitao da produo no processo produtivo junto do

    planejamento dos custos cria um horizonte estratgico.

    20 SIQUEIRA, Iony Patriota de. Manuteno Centrada na Confiabilidade: Manual de Implementao.1 ed.

    Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005

  • 37

    3.5.6.2 Sequncia de Implementao

    Segundo Siqueira (2005, apud SOUZA, 2008, p. 13) o MCC (Manuteno

    Centrada na Confiabilidade) adota uma sequncia de sete etapas:

    Seleo do Sistema e Coleta de Informaes: identificar e documentar

    o sistema ou processo a ser analisado;

    Anlise de Modos de Falha e Efeitos: identificar e documentar todas as

    funes e modos de falhas utilizando o mtodo FMEA (Failure Mode

    and Effects);

    Seleo de Funes Significantes: analisar cada funo encontrada na

    etapa anterior e determinar se a falha significante;

    Seleo de Atividades Aplicveis: determinar as atividades de

    manuteno preventiva ou corretivas para cada falha;

    Avaliao da Efetividade das Atividades: determinar se a atividade

    preventiva efetiva a nveis aceitveis;

    Seleo das atividades Aplicveis e Efetivas: determina a melhor

    atividade;

    Definio da Periodicidade das Atividades: define de quanto em quanto

    tempo acontecer a atividade.

    3.5.7 Cadastro e Codificao de Equipamentos

    Manter informaes do passado um diferencial que deixa a manuteno um

    passo frente em como e onde atuar para ter melhor desempenho e tomada de

    deciso.

    Marques 21(2003, apud SOUZA, 2008, p. 18) equipamentos de produo so

    mquinas, isoladas ou integradas, para fabricao de produtos ou realizao de

    servios. Tambm se encaixam os perifricos que compem ou do suporte aos

    equipamentos principais. Os equipamentos facilidades que compreendem

    instalaes, canos, iluminao, etc. As instalaes sendo edificaes,

    computadores, etc. O autor classifica alguns imperativos da empresa:

    21 MARQUES, F.T.M et al. Sistemas de Controle de Manuteno. Itajub: UNIFEI, 2003.

  • 38

    A necessidade de se ter um inventrio dos equipamentos, codificado,

    analisado e localizado;

    A necessidade de repartir e precisar os domnios de responsabilidade

    da manuteno dos bens;

    A necessidade de determinar prioridades e nveis de manuteno;

    A necessidade de reagrupar em "famlias os diferentes bens.

    Ainda o autor menciona que os equipamentos devem ser cadastrados por

    famlias para possvel recondicionamento, logo precisam de detalhes:

    Endereo (Localizao) da aplicao atual;

    Dados de identificao geral, de cada famlia de equipamentos, tais

    como nmero patrimonial, fabricante, marca, modelo, nmero de srie,

    etc.;

    Dados tcnicos nominais, construtivos e de montagem, tais como

    dimetro do eixo, rpm, voltagem, amperagem, temperatura, frequncia,

    etc.;

    Dados complementares sobre o equipamento, dados administrativos,

    etc.

    3.6 Ferramentas de Qualidade

    Segundo Paladini (1994), as ferramentas de qualidade so mtodos bem

    estruturados que viabilizam a implementao da qualidade total adequado ao uso

    em uma organizao possibilitando a criao de uma cultura que pode se sustentar

    a longo prazo.

    3.6.1 Diagrama de Pareto

    Segundo Rangel (1995) Diagrama de Pareto uma ferramenta que direciona

    os esforos de acordo com sua priorizao, levando a reais problemas.

    representado graficamente em barras verticais que demonstra os problemas mais

    crticos e a ordenao para sua resoluo.

  • 39

    Ainda Rangel (1995) descreve o grfico como uma importante ferramenta que

    prioriza as aes de maneira eficiente.

    3.6.2 Diagrama de causa-efeito (Ishikawa)

    De acordo com Corra e Corra (2006), o diagrama de causa-efeito, mais

    conhecido como diagrama de Ishikawa, uma ferramenta utilizada depois que

    feito o grfico de Pareto como forma de estratificao do ponto de maior prioridade.

    Tem a finalidade de entender as causas que levaram ao problema.

    Paladini (1994) explica que o diagrama de causa-demonstra quais as causas

    que determinaram certos efeitos. Se o efeito for nocivo, as causas podem ser

    eliminadas; se os efeitos forem benficos, as causas podem continuar no processo.

  • 40

    METODOLOGIA

    De acordo com Roesch (2005), faz parte do processo cientfico a combinao

    de teoria e prtica. So modelos e conceitos expostos em uma experincia prtica e

    concreta onde requer observao e anlise para coletar informaes de forma

    sistmica. Envolve a realidade da empresa e as teorias.

    4.1 Tipo de Pesquisa

    Existem dois tipos de pesquisas utilizados: quantitativas e qualitativas. Cada

    uma utilizada dependendo das caractersticas do projeto ou trabalho.

    Roesch (2005) explica que pesquisa quantitativa tem relao com medio de

    variveis, ou seja, avaliao numrica. Controle de uma pesquisa baseado em uma

    anlise de e interpretao dos resultados.

    J para a pesquisa qualitativa, Roesch (2005) explica que o mtodo

    qualitativo busca em fase inicial e exploratria da pesquisa, dados e pontos para

    anlise. utilizado para a avaliao formativa, efetividade de um plano ou programa,

    definio de metas e avaliar os resultados.

    Este projeto tem foco na pesquisa qualitativa pois avalia a atual sistema de

    manuteno onde engloba rotina de trabalho e a forma de atuao do programador

    bem como anlise das programaes de manuteno afim de buscar uma

    alternativa tima em que o fluxo de trabalho e as programaes sejam bem

    estruturadas e definidas com o mximo de aderncia.

    4.2 rea de Atuao

    O trabalho foi executado na rea de PCM (Programador e Controlador de

    Manuteno) na figura do programador que gerencia os dados e na rea de VP (Via

    Permanente) o qual so os executores das programaes de manuteno.

    O local de execuo foi na estao de Corinto, onde est localizado o

    supervisor da VP e o PCM. Dentro da empresa VLI, a superviso pertence ao

    corredor ferrovirio chamado de Minas-Bahia que compreende o trecho da linha

    tronco de Prudente de Morais Augusto de Lima e o ramal que comea em Corinto

    e termina em Pirapora (linha terminal).

  • 41

    As duas reas trabalham em conjunto sendo que a rea tcnica est definida

    para a VP com anlise e cadastro das anomalias, correo dos defeitos catalogados

    e definidos por prioridade. A rea do programador definida como estratgica em

    um horizonte de curto e mdio prazo garantindo a logstica de materiais para a frente

    de servio.

    4.3 Plano de Coleta de Dados

    Dados coletados atravs de sistemas internos, relatrios e observaes.

    4.4 Plano de Anlise

    Para anlise dos dados coletados foram utilizadas ferramentas como sistemas

    internos, grficos e planilhas. Todos foram utilizados para verificar o principal ponto

    de dificuldade da superviso no que se refere a impacto na programao bem como

    sua aderncia, a atuao eficaz afim de evitar retrabalhos ou reprogramaes e

    padronizao do fluxo de trabalho do programador para otimizao.

  • 42

    RESULTADOS E ANLISES

    5.1 Atual cenrio da superviso de Corinto

    Todos os processos operacionais da VLI possuem foco no cliente e na

    confiabilidade dos seus ativos para que estejam disponveis para uso. O plano de

    manuteno utilizado atualmente na Via Permanente (VP) so as manutenes

    preventivas e corretivas:

    Preventivas (TMP): realizadas por uma empresa contrata que realiza,

    no caso da superviso de Corinto, servios de trocas de dormentes de

    madeira, servios de infraestrutura como roada manual, limpeza de

    valeta e canaleta e servios diversos caso seja necessrio porm

    utilizados de forma espordica. O principal servio mapeado so as

    manutenes preventiva dos ativos com substituio de dormentes,

    que por sua vez tambm so metas anuais das supervises. Esta

    meta estipulada junto gerncia atravs de uma prospeco

    realizada um ano antes.

    Corretivas (TMC): realizadas pela turma de colaboradores prprios,

    atua em servios de correo imediata de defeitos e tambm de forma

    planejada a curto prazo. So servios de troca de dormentes de

    madeira, trilhos, juntas metlicas, parafusos, roada, poda de rvores,

    etc. alm das inspees visuais realizadas a p e de trem. Todos os

    defeitos em que a turma corretiva deve atuar armazenado em um

    sistema interno criado pela prpria empresa que por sua vez

    alimentado diariamente com informaes de defeitos nos ativos.

    Os servios de manuteno tanto preventivas quanto corretivas so

    programados e viabilizados pelo programador (PCM) com o respaldo dos tcnicos

    de via, inspetores e supervisor.

    Pode-se observar que os maiores impactos nas programaes semanais so

    por parte dos imprevistos que ocorrem durante o desenrolar da semana. Sabe-se

    que normal ocorrer imprevistos nas programaes mas que pode ser minimizada

    ainda mais se a programao semanal for realizada de forma eficiente e eficaz

    atacando de forma corretiva os principais pontos.

  • 43

    Os principais pontos que podem causar algum tipo de impacto em uma

    programao na superviso de Corinto so:

    Ocorrncias ferrovirias: descarrilamento ou tombamento de trem;

    Avaria de veculos: auto de linha (veculo ferrovirio para transporte

    das turmas de manuteno), caminho rodovirio;

    Atendimento emergencial: quando alguma falha (ex.: quebra de trilho)

    acontece nos ativos e precisam ser tratados imediatamente.

    Dos casos acima, a avaria de veculos seria algo inerente ao setor de Via

    Permanente (VP) pois depende da rea de Mecanizadas, portanto ser considerado

    uma restrio que no entra no plano de anlise exposto nesse trabalho.

    Nos casos de Ocorrncias Ferrovirias e atendimento emergencial sero

    tratados juntos pois um consequncia do outro. Para tanto, as ocorrncias e

    atendimentos emergenciais sero relacionados como anomalias ou defeitos de via.

    As anomalias de via so entendidas como qualquer ativo que no esteja em

    condies adequadas com algum tipo de defeito classificados como P1 (prioridade 1

    = atendimento imediato) ou P2 (prioridade 2 = atendimento a ser programado em

    curto prazo). Essa classificao sensitiva, ou seja, vai de acordo com a percepo

    de quem a observa e, se possvel, utilizando de ferramentas de medida.

    Ainda pode-se observar a questo do programador (PCM) que, em muitas

    das suas tarefas, os imprevistos ocasionam um desvio da sua rotina diria para

    atender s demandas emergncias, ou seja, fora da programao. Avisar aos

    tcnicos, garantir material, movimentar colaboradores, garantir trnsito do socorro

    at o local, se necessrio parar movimentao de trem e obter informaes para

    serem repassadas adiante. Esse contratempo seria sanado a partir do momento que

    no ocorrer emergncias a serem tratadas no trecho.

    5.2 Funcionamento da coleta de dados de defeitos da linha frrea

    O processo de coleta de dados de anomalias realizado principalmente e, na

    maior parte, por rondas de linha, ou seja, colaboradores que percorrem todas as

    semanas todo o trecho analisando, classificando e alimentado o banco de dados em

    um sistema interno. O trabalho realizado por esses colaboradores de extrema

  • 44

    importncia visto que so as primeiras pessoas a identificarem um defeito antes que

    algum acidente possa acontecer.

    Ainda, conta-se com os tcnicos de via e inspetores para realizarem tambm

    inspees sensitivas. Esses possuem maior conhecimento tcnico da via e

    gerenciam a turma de manuteno corretiva e os rondas de linha.

    O banco de dados interno possui uma extensa quantidade de anomalias

    registradas no somente pelos rondas de linha, mas tambm por tcnicos,

    inspetores, supervisores e outros equipamentos de medio de linha.

    Os outros equipamentos citados referem-se a mquinas de via ou

    equipamentos de medio que realizam uma inspeo anual com uso de

    computadores, atingindo anlises que esto longe da viso do ser humano. Um

    exemplo desses equipamentos o ultrassom, um equipamento de via que consegue

    analisar a condio do trilho tanto superficial quanto interna dando uma viso de

    fissuras, fraturas e possveis quebras no futuro.

    5.3 Funcionamento da rotina do programador (PCM)

    Alm das rotinas do programador (PCM), foi observado interrupes

    constantes durante as atividades do dia a dia. Parar de realizar a atividade atual e

    comear outra que poderia ser tratado pela rea responsvel causa uma perda de

    tempo e de foco do programador (PCM).

    Tambm foi identificado que h informaes referente a produo das turmas

    que so repassadas de forma incorreta, o que gera contratempos.

    Foi presenciado como estava sendo desenvolvida as atividades em dia de

    ocorrncia ferroviria (imprevisto) e foi identificado que o programador (PCM)

    precisava de contatar outras reas solicitando suporte quanto a interdies de linha,

    restries de velocidade, movimentao de equipes, conseguir recursos e materiais,

    criar OS para realizao do servio. Parte da rotina no foi alcanada no expediente

    fazendo com que o programador realizasse horas extras.

    Foi identificado tambm falha na programao do programador (PCM) quanto

    a recebimento de materiais para as frentes de servio (dormentes, material metlico,

    etc.). Esse ponto extremamente crtico pois a falta de material geraria a parada

    das turmas de manuteno, impactaria na programao anual e na meta dos

    mantenedores.

  • 45

    5.4 A necessidade de otimizao

    Pode-se observar que todos os processos so interligados de forma direta

    tanto programador quanto os tcnicos de via permanente. Essa conexo entre as

    duas reas j existe e uma ligao forte que torna o trabalho bastante eficiente

    porm ainda no muito eficaz. Isso acontece pois no existe uma manipulao

    constante dos dados que existem no sistema de anomalias. Quando fala-se em

    manipular, est sendo referido forma que so cruzados dados importantes para

    alcanar tal eficcia.

    Acredita-se que ao criar uma rotina de consulta frequente e buscar dados

    relevantes fariam as programaes semanais terem melhor resultado e maior

    aderncia. Atacar os pontos que necessitam de manuteno imediata conciliando

    com os pontos que necessitam de manuteno a curto prazo poderia otimizar o

    trabalho e cobrir uma rea mais significativa afim de evitar uma possvel ocorrncia

    ferroviria.

    Compreende a retirada de anomalias como meta anual da superviso, porm

    tambm tem-se como meta da superviso a substituio de dormentes e evitar

    ocorrncias ferrovirias. Logo possvel observar a possibilidade de otimizar o

    atendimento de metas ao programar retirada de anomalias que contenham tambm

    substituio de dormentes em locais crticos.

    Esse trabalho de acompanhamento baseado em anomalias j uma

    realidade na empresa, porm no disseminado abertamente a aqueles que

    executam o servio. possvel perceber que os colaboradores da superviso de

    Corinto precisam ter o sentimento de dono em relao ao trecho em que realizam

    manuteno, ver os nmeros mudando por causa das suas atuaes, que so parte

    daquilo tambm.

    O trabalho realizado pela rea de confiabilidade, que j acompanha as

    anomalias no sistema, no enftico no propsito da superviso de Corinto em

    especfico. Essa rea trabalha com pontos que possuem velocidades restritas e

    defeitos bem especficos, porm a superviso precisaria de um acompanhamento

    prprio em que consiga visualizar todos os defeitos de um mesmo ponto que seja

    mais relevante. Apesar de todas as supervises receberem report da rea de

    Confiabilidade, existem peculiaridades de cada superviso na empresa toda. Um

    acompanhamento semanal dos principais pontos a serem atendidos e conferindo se

  • 46

    realmente esto sendo realizados poderia causar um impacto significativo positivo

    de forma otimizada nas metas de anomalias, dormentes e reduo de ocorrncias

    ferrovirias.

    Pode-se tambm observar que h uma necessidade por parte dos rondas de

    linha, tcnicos e inspetores uma reciclagem quanto ao uso do sistema interno tendo

    em vista que houve muita movimentao de colaboradores ao longo do ano sem

    registro de treinamento nessa rea.

    Em relao ao programador (PCM) a rotina de trabalho bem definida garante

    a execuo sem perder o ritmo dirio, como um passo a passo a ser seguido. Afim

    de reduzir a carga de outras reas ao programador (PCM), h uma necessidade de

    treinamentos, bate-papos, conferncias, etc., ou seja, um reforo das atividades de

    cada rea e o uso do bom senso quanto s demandas.

    5.5 Anlise dos dados

    Foram coletados os dados referentes aos procedimentos padres do

    programador (PCM) bem como sua rotina diria, semanal e mensal.

    Rotina diria do programador (PCM):

    Coletar dados das produes das turmas de manuteno do dia

    anterior para a reunio matinal dos PCMs;

    Informar na intranet com as informaes produes coletadas;

    Passar os dados das produes via teleconferncia ao coordenador de

    PCMs;

    Justificar as perdas de servios no realizados na intranet;

    Justificar as perdas de programao de autos de linha22;

    Cadastrar VR23 do dia seguinte;

    Cadastrar manutenes do dia seguinte com sada de autos de linha;

    Acompanhar trens de servio24;

    Participar da reunio de formao de trem (chamada de RP);

    22 Veculo ferrovirio que locomove pessoas das turmas de manuteno linha frrea. 23 Velocidade Restrita - Aviso eletrnico que mostra aos maquinistas onde existem pessoas na linha frrea e o

    que esto fazendo. 24 So trens formados pelo PCM para atender a demanda interna de distribuio de materiais para a frente de

    servio.

  • 47

    Participar da reunio do centro de comando das operaes (CCO);

    Rotina semanal do programador (PCM):

    Enviar OS25 de manuteno para os coletores;

    Participar da reunio de diretrizes bsicas do programador com o

    coordenador de PCM;

    Encerrar as OS das manutenes realizadas na semana anterior;

    Realizar anlise das anomalias para as reunies de programao;

    Acompanhar as falhas na linha frrea;

    Realizar a reunio de programao semanal;

    Participar de programao semanal com o coordenador de PCM.

    Rotina mensal do programador (PCM):

    Realizar a reunio de programao mensal baseado na programao

    anual;

    Enviar a programao mensal;

    Enviar programao de interdio de linha por mais de 4 horas;

    Enviar quantidade de estoque de sucatas;

    Encerrar OS do ms anterior (verificar).

    25 Ordem de Servio nmero para identificar qual o servio e para quando est programado. Ficam armazenados nos aparelhos eletrnicos chamados de coletores, so similares a um celular e servem para

    apontamento da realizao das OS.

  • 48

    Referente as manutenes e aos defeitos, foram coletados dados do sistema

    interno da empresa de 2007 a 2014 para visualizar quais so os principais defeitos

    de via que causam ocorrncias ferrovirias e colocado no GRAF. 1 de Pareto:

    GRAFICO 1 Principais causas de ocorrncias ferrovirias na superviso de Corinto

    Fonte: banco de dados VLI (2014)

    Os dados obtidos do sistema interno da empresa mostraram que a maior

    frequncia de ocorrncias ferrovirias foi causada pelo defeito de via

    desnivelamento transversal de via.

    17 1614 13

    11

    86 5 4 4 3 2 2

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    Anomalias de Via causadoras de Ocorrncias Ferrovirias

    Frequencia Porcentagem Acumulada

  • 49

    Esse defeito pode ser estratificado afim de obter quais defeitos especficos

    causaram o desnivelamento transversal da linha:

    FIGURA 7 Principais causas de ocorrncias ferrovirias na superviso de Corinto

    Fonte: banco de dados VLI (2014)

    Tecnicamente, o nivelamento transversal a diferena de medida entre um

    trilho e outro no mesmo ponto de uma determinada seo transversal. O

    nivelamento transversal, medido nas retas ou medido nas curvas, nada mais que a

    diferena cota entre o topo dos trilhos da linha, no mesmo ponto quilomtrico.

    Nivelamento

    Transversal

    Irregular

    Lastro Insuficiente

    Intempries

    Lastro Contaminado

    Junta Defeituosa

    Dormente Podre

    Defeito Superficial

    Trilho

  • 50

    A FIG. 8 demonstra como uma linha frrea e onde so encontrados os

    desnivelamentos transversais, principal motivo de ocorrncias ferrovirios na

    superviso de Corinto:

    FIGURA 8 Esquema tcnico de uma reta e curva na via frrea

    Fonte: Manual Tcnico de Via Permanente VLI (2014)

    5.6 Resultados

    Foi implantado a rotina de semanalmente gerar para a superviso um

    informativo enviado por email para o supervisor, inspetores, tcnicos de via e

    programador (PCM) contendo os dados de retirada de anomalias. O foco foi

    baseado nos dados obtidos atravs do Grfico de Pareto cruzando com a meta de

    substituio de dormentes. Essa rotina no existia na superviso e as pessoas

    envolvidas no tinham conhecimento de quais dados eram informados e qual a sua

    preciso. Foi pontuado a necessidade de um treinamento com todos que utilizam do

    sistema interno.

    Nos emails em formato de informativo semanal possvel visualizar o que foi

    programado na semana anterior e o que conseguiram realmente corrigir no trecho

    conforme GRAF. 3. Tambm informa quantas anomalias foram retiradas pela turma

    corretiva e quantas foram retiradas pela turma preventiva conforme GRAF. 4, ou

    seja, a turma corretiva precisa ter mais defeitos retirados que a turma preventiva por

  • 51

    motivos obvios da sua finalidade. Ainda, possvel visualizar a semana seguinte

    quantas anomalias esto previstas sairem at a data do envio por email conforme

    GRAF. 2.

    Anexo ao email enviado planilhas com dados cruzados de anomalias a

    serem retiradas no mesmo ponto de prioridade 1 e 2 incluindo o servio de

    substituio de dormentes podres que compreende a meta anual. Tudo informado

    est em um formato simples com as informaes mais importantes para que os

    tcnicos utilizem na programao semanal.

    Os GRAF. 2, 3 e 4 utilizam as seguintes siglas:

    P1: prioridade 1 retirar defeito em at 48hs;

    P2: prioridade 2 retirar defeito a curto prazo apontado na

    programao semanal;

    P3: prioridade 3 retirar a longo prazo com necessidade de

    acompanhamento pois ser um possvel P2 ou P1.

    Os GRAF. 2, 3 e 4 so referentes a semanas que j passaram e serviram de

    laboratrio para entender na prtica a eficcia da manuteno baseada na

    confiabilidade. O incio da atividade de implementao do projeto partiu da semana

    21, porm os resultados para exemplo da anlise foram demonstrados da semana

    38 e 39 conforme os grficos abaixo nomeados.

    GRAFICO 2 Anomalias programadas para a semana 39 por ncleo

    Fonte: banco de dados VLI (2014)

    4

    7

    3

    6

    9

    Cordisburgo Corinto Varzea da Palma Vespasiano

    Anomalias Programadas S39

    P1

    P2

    P3

  • 52

    O GRAF. 2 demonstra como a semana 39 comeou, sendo j previstos 29

    anomalias na programao porm esses nmeros tendem a fechar a semana ainda

    maiores. Esse efeito no considerado como tratativas fora da programao pois

    uma limitao do sistema que gera as OS e dos tcnicos, que por sua vez impacta

    no grfico.

    GRAFICO 3 Comparao retirada de anomalias programado com realizado por ncleo

    Fonte: banco de dados VLI (2014)

    O GRAF. 3 mostra como foi o andamento da semana anterior, ou seja, a

    semana 38. As anomalias programadas e realizadas na semana 38 foram 95%

    aderentes programao semanal. Foi uma semana bastante proveitosa para as

    turmas de manuteno pois conseguiram tratar vrios defeitos de via sem esquecer

    da meta de substituio de dormentes. Os defeitos que no foram tratados na

    semana 38 esto reprogramados na semana 39 conforme GRAF. 2.

    106 48 13 5

    379113 10 21 10 9

    10348 11 5

    377

    1139 21 7 2

    Co

    rdis

    bu

    rgo

    Co

    rin

    to

    Var

    zea

    da

    Pal

    ma

    Ves

    pas

    ian

    o

    Co

    rdis

    bu

    rgo

    Co

    rin

    to

    Var

    zea

    da

    Pal

    ma

    Ves

    pas

    ian

    o

    Co

    rdis

    bu

    rgo

    Var

    zea

    da

    Pal

    ma

    P1 P2 P3

    Anomalias Programadas x Realizadas por Criticidade S38

    Anomalias Retiradas

  • 53

    GRAFICO 4 Anomalias retiradas semana 39 por turma de manuteno

    Fonte: banco de dados VLI (2014)

    Durante a semana 38, a turma preventiva (TMP) no retirou nenhuma

    anomalia, porm a turma corretiva (TMC) deu um show de programao com a

    melhor semana de retirada de anomalias do ano, conforme demonstra o grfico

    acima.

    Para tratar a rotina do programador (PCM) foi analisado junto coordenao

    de programadores do corredor Minas-Bahia como analisado e realizado o

    acompanhamento da rotina dos PCMs. Recentemente a coordenao tinha liberado

    um Dirio de Bordo, anlise dessa monografia, contendo todas as atividades bsicas

    para rotinas dirias e mensais. O Anexo 1 demonstra como foi feito o Dirio de

    Bordo do programador (PCM).

    Foi analisado e verificado cada rotina apontada no Dirio de Bordo e

    conferido com o PRO26 da VLI.

    26 PRO Lista de atividades e procedimentos padro de um cargo.

    106

    379

    1048

    113

    13 10 9 5 21

    P1 P2 P3 P1 P2 P1 P2 P3 P1 P2

    Cordisburgo Corinto Varzea da Palma Vespasiano

    TMC versus TMP por Criticidade S38

    TMC

  • 54

    Foi verificado se existe algum passo a passo para as reunies de

    programaes semanais e at o momento possuem um check list simples com as

    necessidades bsicas de um programador (PCM) a serem passadas durante uma

    reunio semanal, logo a FIG. 9 demonstra o atual modelo:

    FIGURA 9 Check list reunies de programao semanal

    Fonte: coordenao de PCM VLI (2014)

    CHECK REUNIO DE PROGRAMAO VP SUP CORINTO

    TMC

    Carteira de Servios

    Itens PDMF

    Restries

    HH frias/treinamento/DSS especial

    Imput GAF

    Disponibilidade Autos / Loco/ CLS/ Caminhao rodoviario

    Estoque de dormentes

    Estoque Materiais metlicos

    Material Aprovisionado no trecho

    Programao VP S e S+1

    Recebimento brita

    Plasser

    QUESTIONRIO PARA PROGRAMAO SEMANAL

    1- Algum dia as turmas iro parar na S+1 por algum motivo ( Treinamentos, feriados,

    Paradas, interdies e etc ) ?

    2- Alm do PDM a turma ir fazer algum outro servio ( Retirada de restrio,

    nivelamento, amvs, pns ) ?

    3- Os materiais necessrios para produo na S+1 j esto disponveis? Em algum

    dia da programao ser preciso ser feito descarga do material a ser aplicado com

    VP? Caso sim, reduzir 20% da produo daquele dia.

    4- Os materiais pendentes chegaro a partir de quarta atravs de carretas? Caso sim, no deve ser programado dependendo desse material.

    5- A quantidade e local aplicado esto dentro da premissa de travamento do

    trecho e de acordo a necessidade do ativo?

    6- A quantidade de efetivos direto na substituio suficiente para a troca

    planejada?

    7- Qual o tipo de fixao no local, elstica ou rgida? Caso seja elstica, o tempo deaplicao dos dormentes, por exemplo, maior, favor considerar uma produo menor em mdia 5%.

    8- Qual a condio do lastro? Caso o lastro esteja contaminado, devemos considerar umamenor na produo entre 20% a 30%.

    9- O local onde a turma ir trabalhar em corte, tneis, ponte ou PN? Caso o localse encaixe em algumas dessas situaes, devemos considerar a menor de 15%, 40%, 60% e 70% na

    produo, respectivamente em cada local.

    10- A quantidade programada est de acordo premissa de gastos do PDM no ms

    ( 85% PDM e 15% Correlatos ) ? A quantidade programada est em ritmo aderente

    quantidade programada no ms?

    Com base nessas premissas o nmero de dormentes a ser programado para um

    equipamento e/ou dia de servio dever ser o resultado de multiplicarmos o HH

    Disponvel na Semana pelo Coeficiente de Produtividade identificado, balizado

    pela quantidade de material disponvel e necessidade de aplicao naquele

    equipamento.

    Seguindo estes passos, e melhorando-os, podemos construir programaes com

    maior chance de Sucesso tornando nossa VP mais disponvel e confivel!

    Contamos com vocs!

    TMP

    Quantidade Efetivo

    Localizao TMP

  • 55

    CONCLUSES, LIMITAES E SUGESTES PARA FUTURAS PESQUISAS

    So muitas as restries que podem impactar em uma programao semanal

    como desvios, imprevistos e falhas. A empresa dissemina metas anuais de reduo

    de falhas, reduo de ocorrncias, maior aderncia programao e retirada de

    anomalias da via.

    Inicialmente a presente monografia tinha seu projeto com foco no fluxo de

    trabalho do programador (PCM) como possvel principal motivo de perda em

    aderncias s programaes. Talvez organizar melhor o tempo do programador

    (PCM) traria benefcios para maior cobrana s turmas e/ou desenvolver outros

    mtodos para obter uma programao mais assertiva e mais aderente, porm no

    era a raiz do problema. No decorrer do desenvolvimento do trabalho foi possvel

    observar pontos de grande importncia que estavam sendo considerados como

    menos impactantes. Pontos que so fortemente ligados maior parte das metas

    anuais da superviso e que deveriam ser tratados com maior eficcia pelas turmas

    de manuteno. Foi percebido que entender e trabalhar esses pontos causam um

    efeito em cadeia sob outros, que so fatores que influenciam na programao. A

    raiz do problema para as perdas de aderncia s programaes no era como a

    programao estava sendo feita mas sim o que estava sendo programado. Esse

    trabalho de analista cria uma perspectiva de excelncia a todos envolvidos, onde

    conseguem atuar a curto e mdio prazo com efeitos a longo prazo. Trabalhar

    baseado na manuteno focada na confiabilidade otimiza os processos e garante

    uma programao mais aderente.

    Os grficos gerados semanalmente atravs dos informativos, alm de

    realizarem um acompanhamento da aderncia meta anual e programao

    semanal, trazem consigo uma viso sistmica de onde existem defeitos em potencial

    de se tornarem falhas. Aliado a esses defeitos que podem se tornar falhas, tratar dos

    pontos que so potenciais causadores de ocorrncias ferrovirias, no caso da

    superviso de Corinto pontos de desnivelamento transversal, dificultam os

    imprevistos nas programaes. Alm disso, atrelar as manutenes com a meta

    anual de substituio de dormentes traz consigo a otimizao da manuteno

    realizada pela superviso de Cor