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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII COLEGIADO DE MATEMÁTICA CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE BA. SENHOR DO BONFIM, 2011

Monografia Carolina Matemática 2011

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Matemática 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

COLEGIADO DE MATEMÁTICA

CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS

TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE

MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE

ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA.

SENHOR DO BONFIM, 2011

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CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS

TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE

MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE

ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA.

Monografia apresentada com objetivo de aprovação no Componente Curricular Trabalho de Conclusão de Curso III, Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus VII, Departamento de Educação, área de concentração Educação Matemática. Orientador: Prof. Esp. Danton de Oliveira Freitas

SENHOR DO BONFIM, 2011

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CAROLINA OLIVEIRA DOS SANTOS

TECNOLOGIA EDUCACIONAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE

MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE

ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE XIQUE-XIQUE – BA.

Monografia apresentada com objetivo de aprovação no Componente Curricular

Trabalho de Conclusão de Curso III, Universidade do Estado da Bahia – UNEB,

Campus VII, Departamento de Educação, área de concentração Educação

Matemática, aprovada em 04 de março de 2011.

Orientador - Prof. Danton de Oliveira Freitas Universidade do Estado da Bahia – UNEB -

Examinadora – Prof.ª Mirian Ferreira de Brito Universidade do Estado da Bahia - UNEB

SENHOR DO BONFIM, 2011

Examinador – Prof. Helder Luiz Amorim Barbosa Universidade do Estado da Bahia - UNEB

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo amado que sempre esteve ao meu lado me incentivando, me

encorajando, com muita compreensão e com apoio incondicional. Aos meus pais

que sempre me apoiaram com muita dedicação e afeto, as minhas irmãs que

sempre acreditaram em mim e ao meu filho Davi que está a caminho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aquele que é soberano sobre todas as coisas, ao autor das nossas vidas,

nosso Deus, pela graça que me foi concedida até aqui. Agradeço ainda, a todos os

meus amigos e colegas que sempre estiveram ao meu lado e ao meu professor de

matemática do ensino médio (Edmundo José), por ter acreditado em mim. A todos

os professores do Campus VII, em especial ao Prof. Esp. Danton de Oliveira Freitas

por todas as suas orientações e pelo grande educador que é.

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RESUMO

O presente trabalho buscou identificar quais eram as concepções de tecnologia

educacional dos professores de matemática dos ensinos fundamental II e médio das

escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA. Para isso, utilizamos a pesquisa de

campo enfatizando a abordagem quantitativa e qualitativa na análise dos resultados.

Neste propósito fizemos a coleta de dados diretamente com os educadores, que

depois de concluída foi analisada e discutida ponto por ponto, fazendo uma ponte do

que foi colhido na pesquisa com os docentes e com nossa revisão bibliográfica. Para

um melhor entendimento e aprofundamento no assunto, procuramos discorrer na

elaboração do nosso trabalho sobre o conceito que permeia a tecnologia

educacional, sua abordagem histórica, a relação do educador com a educação

tecnológica, e ainda, fundamentando, especificamente sobre tecnologia educacional.

Todo este trabalho de pesquisa nos possibilitou conhecer melhor as concepções dos

professores de matemática sobre tecnologia educacional, mostrando a necessidade

de uma abordagem mais detida e voltada ao entendimento da Tecnologia

Educacional a ser usada em sala de aula, visando um melhor preparo aos nossos

educadores e nossas escolas.

Palavras-chaves: Tecnologia educacional, concepções de tecnologia, professor.

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ABSTRACT

This work aimed to identify which were the conceptions of educational technology of

mathematics teachers of basic education II and the middle of the public schools of

the city of Xique-Xique/BA. For this, we used the fieldwork emphasizing the approach

in quantitative and qualitative analysis of results. In this respect we have the data

collection directly with the educators, after was analyzed and discussed point by

point, making a bridge of what has been harvested in the research with teachers and

with our bibliographic review. For a better understanding and deepening the matter,

we seek talking in the preparation of our work on the concept that permeates the

educational technology, its historic approach, the value of the educator technological

education, and, with reasons, specifically on educational technology. This study

allowed us know better the conceptions of mathematics teachers on educational

technology, showing the need for an approach more held and directed the

understanding of Educational Technology to be used in the classroom, seeking a

better preparation to our educators and our schools.

Keywords: Educational technology, conceptions of technology, teacher.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ................................................................................. 08

1.0 – Justificativa ........................................................................................10

2.0 – Problematização .............................................................................. 10

3.0 – Objetivos e Variáveis de Investigação ............................................. 11

4.0 – Estruturação do Estudo .................................................................... 13

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 14

1.0 – Conceito de tecnologia......................................................................14

2.0 – Abordagem histórica..........................................................................17

3.0 – Tecnologia educacional.....................................................................20

4.0 – O professor e a tecnologia educacional............................................23

CAPÍTULO III – METODOLOGIA ............................................................................ 26

1.0 – Fundamentação .................................................................................. 26

2.0 – Caracterização .................................................................................... 27

3.0 – População e Amostra .......................................................................... 27

4.0 – Instrumentos, Coleta e Tratamento .................................................... 28

CAPÍTULO IV – RESULTADOS: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO .................... 30

1.0 – Apresentação / Discussão.................…………………………...........… 30

CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 40

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 43

APÊNDICE ............................................................................................................... 46

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

A tecnologia assume um papel bastante significativo na vida de cada

indivíduo. Historicamente podemos perceber que a tecnologia e a história da

humanidade são datadas em tempos similares, apresentando desde então, avanços

cada vez mais expressivos. Como salienta Pinheiro, “A tecnologia é tão antiga

quanto à humanidade e evolui permanentemente como a própria sociedade evolui.

Ela representa a utilização dos conhecimentos científicos adquiridos em prol da

satisfação das necessidades da sociedade.” (PINHEIRO, 2004, p. 01)

Com isso percebemos que a tecnologia se faz presente em diversas áreas do

conhecimento, e dentre estas áreas podemos citar a tecnologia educacional, a qual

está presente no cotidiano escolar com suas ferramentas e seu modo de utilização,

estando acessíveis tanto aos professores quanto aos alunos.

A educação tecnológica é todo processo ligado ao ensino-aprendizagem e

que por sua vez pode gerar conhecimentos, contudo, existem em muitos casos o

mau uso dessa tecnologia, professores e alunos que precisam se familiarizar com

estas novas ferramentas de ensino, para não correrem o risco de chegar a um

reducionismo na sala de aula. Segundo Oliveira (1997, p. 07), usar estas

ferramentas como objeto facilitador acabam por causar conflitos significativos no

meio escolar, na medida em que são incorporados e empregados pelos educadores,

reforçando o pensamento exclusivamente mercadológico da tecnologia.

Podemos entender que a tecnologia é uma forma de adquirir conhecimento e

que as escolas são uma tecnologia, um meio de informação ao nosso aprendizado.

O que descaracteriza a tecnologia educacional é o uso errado de alguns recursos

tecnológicos usados na educação, e o fato de alguns docentes tratarem somente os

instrumentos mais avançados como tecnologia, e isso se dá, talvez, por influência da

sociedade.

Mesmo em algumas escolas percebemos que existem professores que

apostam de maneira inadequada todas as suas fichas nessas ferramentas mais

sofisticadas, entendendo obter ali uma novidade tecnológica de peso, e sabemos

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não ser este o pensamento adequado quanto à tecnologia educacional, e nem

sempre os educadores sabem usá-las adequadamente, ficando tais equipamentos

sozinhos sem ninguém capaz para usá-los ou sem um uso correto, tornando incapaz

de promover uma ação educacional.

Mesmo porque, não são somente os instrumentos mais modernos que podem

ser classificados como uma tecnologia, mais tudo que é voltado para a educação é

tecnologia educacional, sejam através de recursos humanos ou materiais. O

educador precisa buscar o verdadeiro valor da tecnologia educacional, sabendo que

tecnologia é arte do saber-fazer, e como afirma Corrêa, (2002, p. 46), tecnologia não

está nela em si mesma, mas na maneira como utilizamos.

A tecnologia é mesmo algo muito prazeroso e bem vindo, capaz de causar

fascínio nas pessoas, mas em algumas situações podem causar mal-estar, pois é

perceptível a resistência por parte de muitas pessoas. A tecnologia educacional vem

tomando grande espaço em nossas vidas, e em nossas escolas, e para que haja um

bom aproveitamento, cada indivíduo sendo ele professor ou aluno, tem que saber

fazer o uso correto.

Os recursos tecnológicos não podem por si só promover uma ação

educacional, por mais equipada que seja uma escola ou uma sala de aula faz-se

necessário obter o uso correto destas ferramentas, para que assim seja possível

serem chamadas de tecnologias educacionais.

Saber as concepções dos professores de matemática sobre educação

tecnológica, discutir e analisar sobre este assunto, é mais do que um mero

formalismo, é conhecer qual a bagagem de conhecimento existente na vida de cada

educador, entendendo que estas informações irão refletir na vida futura de cada

aluno, e não somente no âmbito escolar, mais na sociedade em que está inserido.

É o que pretendemos apresentar neste trabalho, expondo quais as

concepções de tecnologia educacional dos professores de matemática dos ensinos

fundamental e médio, das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA. Para

tanto, queremos enriquecer este assunto de bastante relevância que permeia nossa

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sociedade e nossa educação de maneira geral, refletindo um pouco sobre a

educação tecnológica.

– JUSTIFICATIVA

O tema da pesquisa surgiu a partir de uma inquietação que foi despertada no

curso de férias ministrado pelo professor Danton de Oliveira Freitas, meu orientador,

junto à Universidade do Estado da Bahia – UNEB com a disciplina Tecnologia do

Ensino de Matemática.

Consideramos este tema relevante, pois, retratará como são compreendidas

as tecnologias educacionais por parte dos professores, levando-nos a entender de

uma forma geral a visão dos educadores quanto ao assunto.

E ainda, como os educadores identificam e utilizam a tecnologia educacional

na sala de aula, e, consequentemente, analisar como está sendo refletido no

processo de ensino-aprendizagem dos professores e dos alunos na educação

matemática.

Afinal a tecnologia vem tomando um espaço enorme nos nossos dias, nas

nossas vidas, e faz-se necessário obtermos conhecimento sobre o assunto. Da

mesma forma nossos professores de matemática, para que os mesmos possam

conhecer o verdadeiro sentido de tecnologia educacional, tanto de forma teórica

como na prática escolar.

– PROBLEMATIZAÇÃO

Os avanços tecnológicos crescem cada vez mais, e nas escolas são

percebidos estes avanços. A tecnologia traz soluções a vários problemas gerando

por sua vez conhecimento, ela assume um papel muito importante nas escolas e na

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sociedade de maneira geral, pois é encontrada no cotidiano das pessoas, capaz de

provocar fascínios e impactos.

Quando falamos em tecnologia, entendemos que a mesma não pode agir

sozinha, o que faz tecnologia ou tecnologia educacional incidir são os indivíduos que

a constroem: Smith e Marx (1994, p. 237) consideram que:

[...] um sistema tecnológico não é feito apenas de máquinas, processos produtivos, dispositivos e dos meios de transporte, comunicação e informação que os interconectam, mas também de indivíduos e organizações, oferecendo uma rica conexão com a economia, política e ainda, com a cultura.

A partir de uma história emergida em nossa sociedade sobre a tecnologia

educacional e sabendo da importância da mesma, podemos neste sentido buscar

uma resposta para nossas indagações. Deste modo, procuramos saber quais as

concepções dos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio das

escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA quanto á tecnologia educacional?

– OBJETIVOS E VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO

OBJETIVO GERAL

- Refletir as concepções de tecnologia educacional dos professores de

matemática do ensino fundamental e médio das escolas estaduais e municipais da

cidade de Xique-Xique/BA.

- OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

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- Identificar a tecnologia educacional no âmbito da sala de aula de

matemática;

- Discutir conhecimentos de tecnologia educacional apresentados pelos

professores de matemática;

- Analisar as relações dos professores de matemática com a tecnologia

educacional.

- VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO

Este trabalho tem como objetivo principal analisar as concepções de

tecnologia educacional dos professores de matemática dos ensinos fundamental e

médio, das escolas públicas da cidade de Xique-Xique/BA.

Para que este objetivo venha se concretizar no propósito que está sendo

mostrado, indicamos algumas variáveis de investigação que irão servir como suporte

para a realização desta pesquisa cientifica, no qual se segue:

a) Quais as concepções dos professores de matemática sobre tecnologia

educacional?

b) Quais as ferramentas tecnológicas que são utilizadas na sala de aula?

E como são utilizadas?

c) Qual o acesso ou a relação dos professores com as tecnologias

educacionais?

d) Os professores estão preparados para lidar com as tecnologias

educacionais?

e) Qual a importância da tecnologia educacional no âmbito escolar?

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– ESTRUTURAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho vem abordar sobre tecnologia, um assunto de muita importância

para as escolas e a sociedade de modo geral, mostrando concepções de

professores de matemática do ensino fundamental e médio das escolas públicas

sobre tecnologia educacional. Para tal, dividimos em cinco capítulos.

Inicialmente, no capitulo I apresentaremos uma introdução sobre o tema em

questão, abordando a justificativa pela qual foi realizado este trabalho, e ainda,

descrevendo a problematização pelo qual foi levantado este assunto, bem como

quais os objetivos e variáveis apontadas para investigação.

O capitulo II refere-se à fundamentação teórica composto de quatro

subtítulos. Na primeira discussão tratamos sobre o conceito de tecnologia,

enfatizando sobre seu significado e como podemos compreendê-lo. No segundo

relatamos sobre a abordagem histórica, descrevendo a importância dos elementos

tecnológicos na sobrevivência do ser humano, bem como suas invenções e

descobertas que trazem conhecimentos até os dias de hoje, nos mostrando que em

tudo que há um saber, ali está à tecnologia. No terceiro subtítulo destacamos sobre

tecnologia educacional, descrevendo ser todo processo voltado para o ensino-

aprendizagem. Por fim, no quarto subtítulo falamos sobre o professor e a tecnologia

educacional, mostrando que o professor é a peça chave da educação tecnológica,

que os mesmos precisam saber usar a tecnologia educacional, bem como buscar

seu verdadeiro valor, sabendo que a mesma consiste desde a linguagem (oral/

escrita), até outros instrumentos usados na educação.

Já no capítulo III expomos sobre os aspectos metodológicos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa. No capítulo IV abordamos com base na

fundamentação teórica uma análise dos resultados obtidos através do questionário

aplicado com os professores.

Por fim, observando os objetivos propostos inicialmente, trouxemos no

capítulo V uma reflexão sobre as considerações finais da investigação realizada.

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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO

1.0 CONCEITO DE TECNOLOGIA

Comumente ouvimos falar, através da mídia, da internet, ou até mesmo num

outdoor ou propagandas de feiras livres, sobre o termo tecnologia. O fato é que este

termo não é uma surpresa para a sociedade e a despeito disso, não se tem a

clareza do que este termo realmente significa.

Segundo Veraszto (2009, p. 69) “em virtude do não conhecimento do tema ou

pelo simples fato que crenças ou formas teóricas distintas de análises e estudos, a

confusão permeia toda a sociedade não se fazendo presente somente no discurso

do senso comum”.

Nesse conflito de tentar entender o real significado do termo tecnologia,

constitui-se em uma tarefa difícil buscar uma única e precisa definição para o

mesmo, tendo em vista a abrangência varias e diferentes interpretações. Conforme

Gama (1987, apud VERASZTO, 2008, p. 62):

[...] uma definição exata e precisa da palavra tecnologia fica difícil de ser estabelecida tendo em vista que ao longo da história o conceito é interpretado de diferentes maneiras, por diferentes pessoas, embasadas em teorias muitas vezes divergentes e dentro dos mais distintos contextos sociais.

Também neste sentido, e acrescentando ainda a complexidade deste tema,

Silva (2005, p. 89) diz que:

Definir a palavra tecnologia não é algo simples devido à complexidade do tema, às respostas que obtêm ao longo do tempo e, ainda, à diversidade de pessoas e interesses que procuram, em diferentes formas, obter uma determinada compreensão na utilização do termo.

E, segundo Veraszto (2009, p. 69):

Tendo em vista que em nossa sociedade é comum a confusão quando se fala em tecnologia e sabendo que diversas associações contraditórias são estabelecidas, fica evidente a necessidade de se tentar buscar uma definição já que o objetivo final é educacional.

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Diante do conflito sobre o que é tecnologia faz-se necessário que abordemos

o seu significado. De acordo com Rodrigues (2001, apud VERASZTO, 2009, p. 8), “a

palavra tecnologia provém de uma junção do termo tecno, do grego techné, que é

saber fazer, e logia, do grego logus, razão. Portanto, tecnologia significa a razão do

saber fazer.”

Para Silva (2003, p. 52) “a utilização da palavra “tecnologia” vem sendo

ampliada para muitas áreas do conhecimento, alterando muitas vezes seu

significado e distanciando-se da conceituação tradicional”. O que Silva (2003) não

deixa claro é qual conceituação tradicional. Neste momento, entendemos que mais

importante do que uma conceituação tradicional é o significado ou conceituação

originária, a qual entende tecnologia não como um produto final, mas, como todo o

processo, desde o momento inicial da abstração, perpassando pelos métodos e

caminhos adotados, até a conclusão final.

Apesar de entendermos que o termo tecnologia está diretamente ligado com

todo o processo da razão do saber, existe quem sustente que a tecnologia pode ser

definida de outras formas, como é o caso de Vargas (2001, apud VERASZTO, 2009,

p. 53) ao afirmar:

Assim, a tecnologia pode ser vista como um conjunto de atividades humanas associadas a um intrincado sistema de símbolos, máquinas e instrumentos, sempre visando a construção de obras e artefatos, segundo métodos e processos oriundos da ciência moderna.

Semelhantemente a Vargas (2001), Barros (2009) também diz que a

tecnologia é percebida como um verdadeiro conhecimento científico que aponta a

maneira reproduzível de se fazer as coisas e também como um conjunto de

instrumentos usados nos processos de produção.

Para estes dois autores a tecnologia se resume ao processo de produção,

valorizando seu produto final e está intrinsecamente ligada a máquinas e

ferramentas. Deste ponto de vista, perde-se a visão da conceituação originária.

Não distante a Vargas (2001) e Barros (2009), surge também Veraszto e

colaboradores (2008, p. 78) ao relatar:

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Tecnologia é um conjunto de saberes inerentes ao desenvolvimento e concepção dos instrumentos (artefatos, sistemas, processos e ambientes) criados pelo homem através da história para satisfazer suas necessidades e requerimentos pessoais e coletivos.

E, Ricardo, Custodio e Rezende (2007, p. 139) ainda afirmam:

A tecnologia pode ser concebida como o estudo científico do artificial, ou, definindo com melhor precisão, um campo de conhecimento preocupado com o projeto de artefatos e planejamento de sua realização, operação, ajuste, manutenção, e monitoramento fundamentado no conhecimento científico; em contraste com a atividade científica que se volta ao estudo das coisas naturais.

Tanto Veraszto (2008) quanto Ricardo (2007), Custodio (2007) e Rezende

(2007) trazem definições parecidas e um pouco mais profundas que Vargas (2001) e

Barros (2009), porém, o que se percebe é que eles também se reportam a

tecnologia diretamente ligada ao processo de produção de objetos. Contudo, vemos

que na última citação, os autores não perdem a conceituação originária do termo

tecnologia como a razão do saber fazer, uma vez que eles abordam a questão do

planejamento, ou seja, não falam somente do produto final, mas também do

processo necessário para isso.

Em contrapartida, surge Campos (2007, p. 18), que nos leva a compreender

que tecnologia não se classifica somente no desenvolvimento de aparelhos ou

ferramentas e o produto final, mas, sobretudo na organização e planejamento de

atividades produtivas, e ainda, diferentes formas simbólicas como a linguagem

escrita e oral, e a maneira como os seres humanos se relacionam para adquirirem

conhecimento.

Por fim, salientamos que a definição “tecnologia é a razão do saber fazer”

será a responsável pelos nortes das discussões a serem explanadas ao longo deste

trabalho.

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2.0 ABORDAGEM HISTÓRICA

A história da tecnologia se confunde com a história da humanidade e as

necessidades de sobrevivência do homem. Segundo Alves (1998, p. 114), a

tecnologia está presente na vida do homem desde os primórdios da civilização e

cada momento foi marcado por elementos tecnológicos que se fizeram importantes

para a sobrevivência do homem. A busca pela água, pelo fogo, a madeira entre

outros, eram usados para atender suas reais necessidades e aos poucos a

humanidade adquiria conhecimentos.

Segundo Kenski (2003, p. 20):

[...] o homem iniciou seu processo de humanização, ou seja, a diferenciação de seus comportamentos em relação aos dos animais, a partir do momento em que utilizou os recursos existentes na natureza em beneficio próprio. Pedras, ossos, galhos e troncos de árvores foram transformados em ferramentas pelos nossos ancestrais pré-históricos.

Nossos antepassados utilizavam os objetos que eram achados na natureza

para construção de armas, utensílios do cotidiano, instrumentos de caça, pesca,

pinturas rupestres etc. As várias conquistas adquiridas na época também conhecida

como a pedra lascada, mostravam que existia um potencial tecnológico no homem,

mas ainda lhe faltava algo para que viessem alcançar mudanças mais significativas,

como nos mostra Veraszto (2004, p. 25):

Nossos antepassados primitivos, os primeiros hominídeos, já utilizavam objetos achados na natureza como instrumentos que lhes garantiam uma extensão do corpo, porém não mostravam nenhuma intenção de modificá-los de forma a torná-lo melhores.

A luta pela sobrevivência da raça humana tem seus primeiros registros no

período paleolítico, conhecida como a primeira idade da pedra. Nesse período

surgiram os primeiros artefatos ou mesmo instrumentos tecnológicos e, segundo

Cardoso (2001, apud VERASZTO, 2004, p. 25), “o paleolítico caracterizou-se, de

maneira geral, pela formação de um grupo social onde o homem era essencialmente

coletor e caçador”.

Page 19: Monografia Carolina Matemática 2011

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Para Veraszto e colaboradores (2003 apud VERASZTO, 2009, p.12):

[...] essa fabricação dos primeiros instrumentos de pedra lascada já correspondia a um saber-fazer: uma tecnologia, que desenvolvida pelos nossos antepassados, fez surgir uma verdadeira “indústria das lâminas”, aperfeiçoadas à medida que o tempo ia passando.

Cada vez mais as melhorias avançavam, a ponto de obter a habilidade de

derreter e forjar o metal (8.000 a.C.) eventualmente a descoberta das ligas, também

do bronze (4.000 a.C.). E estavam os primeiros usos do ferro e do aço que datam de

(1.400 a.C.) e isto nos relata Reis (2010, p. 04):

Na idade dos metais, com a descoberta do cobre e do ouro, o homem utilizando de conhecimento e informações anteriores passam a fundi-lo nascendo à metalurgia. Os artefatos de pedra eram substituídos pelos de metal. Após o cobre, o estanho foi fundido e misturado ao cobre originando o bronze.

Além dos instrumentos na idade da pedra lascada, que foi um marco muito

importante, outras descobertas surgiam como o fogo que foi um dos pontos

principais para evolução do ser humano, através deste uso ouve um aproveitamento

no que diz respeito ao aquecimento (recurso natural), nos alimentos, entre outros, e

é como mostra Veraszto e colaboradores (2008, p. 65):

Não foi somente a concepção de armas e utensílios de pedra lascada que marcaram o surgimento das técnicas em nossos remotos antepassados. Os vestígios de habitação e os solos preparados e escavados, encontrados em estudos arqueológicos, mostram a presença de sinais de fogo. Restos de refeições, carvão de ossos, cinzas de lares primitivos são prova de que o homem soube dominar o fogo desde os primórdios do seu surgimento.

Enquanto o fogo e os utensílios manuais estavam sendo desenvolvidos pelo

homem, transformando os materiais e garantindo uma melhor sobrevivência, a

linguagem também surgia no íntimo dos nossos antepassados, assim a linguagem

ou o surgimento da mesma, também deve ser vista como uma das primeiras

técnicas desenvolvidas pelo homem. E para uma melhor compreensão Kenski

(2003, p. 34), nos diz, “A linguagem, com toda a sua complexidade, é uma criação

artificial em que se encontra o projeto tecnológico de estruturação da fala

significativa com o próprio projeto biológico de evolução humana.”

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Complementando o que diz Kenski (2003), Vargas (2001, p. 09) expõe:

É a linguagem que, com poder simbólico das palavras, através de denotações e conotações, possibilita, por meio de imagens mentais suscitadas pelas palavras, como símbolos de coisas e de eventos, a compreensão, o conhecimento e o aperfeiçoamento das coisas e eventos percebidos, permitindo ao homem a intenção de transformá-los. Além disso, a linguagem é meio de comunicação que permite o aprendizado e o adestramento. Portanto, a técnica – que nasceu com a humanidade – não teria esse peculiar caráter de progressividade se não fosse dado ao homem o dom da linguagem.

Foi a partir de importantes descobertas e invenções que o homem passa ter

conhecimentos de que pode criar, transformar, aperfeiçoar e escrever uma história.

E como salienta Veraszto (2004, p. 29) ao falar das três grandes concepções, que

foram à pedra lascada, o fogo e a linguagem, a humanidade avançava em direção

às extraordinárias descobertas e invenções que hoje fazem parte dos nossos

conhecimentos.

A história da tecnologia na verdade, é acompanhada na vida de cada pessoa

desde os recursos naturais aos mais avançados, desde os tempos mais remotos até

os dias de hoje, como se fosse algo constante, que está em crescimento contínuo,

que vem seguindo de geração após geração. Realmente podemos ver que a

tecnologia é encontrada em quase tudo, ou porque não dizermos em tudo, ela é uma

fonte do saber com conhecimentos esplêndidos e que evolui a cada momento, a

cada ano, a cada século.

Hoje em dia podemos dizer que tudo aquilo que produzimos

tecnologicamente, é sem sombra de dúvidas advinda das mãos humanas, que como

um ser pensante e com toda a capacidade adquirida ao longo do tempo, deu

significados a história da tecnologia. A sua habilidade possibilitou o aperfeiçoamento

de seus conhecimentos, que acabaram dando maior qualidade aos muitos produtos

ou instrumentos descobertos e inventados até hoje.

Este desenvolvimento das técnicas e das tecnologias produzidas pelo

homem, coopera para que possamos entender que não somente os produtos,

industrializados ou não, sofisticados ou não, possam ser classificados como

tecnologias, mas, em tudo aquilo que existe o saber ali também está à tecnologia,

pois a tecnologia existe desde os primórdios da civilização.

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3.0 TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Tecnologia educacional é um assunto que algumas pessoas encontram

dificuldades para definí-la com maior precisão. Neste trabalho trataremos sobre os

conceitos de tecnologia educacional na visão de alguns autores como Barato (2002),

Joly (2002), Pons (1994), Luckesi (1986) entre outros.

Barato (2002), mesmo tendo afirmado sua dificuldade em conceituar a

tecnologia educacional, ele dá sua contribuição ao afirmar que, “tecnologia

educacional é um conhecimento capaz de articular, sistemática e intencionalmente,

informações e atividades que favorecem a elaboração de conhecimentos

correspondentes a determinada dimensão do mundo.” (BARATO, 2002, p. 57).

Pons (1994, p. 42) considera como sendo:

[...] uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar o processo de aprendizagem em termos de objetivo específicos, baseados na instigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efetiva.

Não distante a definição de Pons (1994, p. 42), Luckesi (1986, p. 56)

conceitua tecnologia educacional como:

[...] forma sistemática de planejar, implementar e avaliar o processo total da aprendizagem e da instrução em termos de objetivos específicos, baseados nas pesquisas de aprendizagem humana e comunicação e materiais, de maneira a tornar a instrução mais efetiva.

Tanto Pons (1994, p. 42) quanto Luckesi (1986, p. 56), revelam seus

entendimentos baseados na mesma linha de pensamento, de que a tecnologia

educacional é todo um processo ligado diretamente à forma do ensino e

aprendizagem, que é capaz de gerar conhecimentos e que podem ser planejados e

avaliados, usando para isso os recursos humanos e materiais.

Quando falamos em recursos materiais, não podemos relacioná-los

simplesmente como ferramentas sofisticadas, mas também aos instrumentos mais

simples, tais como giz, lápis, livros entre outros. Na verdade tecnologia educacional

não se caracteriza em equipamentos, sejam eles simples ou não, e sim na forma em

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que tal ferramenta é utilizada, com isso, podemos entender que esta tecnologia se

identifica no modo como tais recursos são utilizados, e ainda na engenhosidade do

professor. Assim considera Joly (2002, p. 143) ao dizer que:

Tecnologia educacional não é necessariamente sinônimo de equipamentos caros, locais específicos para sua instalação e pessoal qualificado para operar e manter a aparelhagem em funcionamento. Ainda que, em muitos casos, a complexidade dos recursos tecnológicos (por exemplo, a utilização de um data show) requeira as condições acima especificadas, o que inviabiliza sua utilização na maioria de nossas escolas, também existem, felizmente, tecnologias educacionais que dispensam toda esta parafernália e requerem principalmente a engenhosidade do professor e recursos simples, como lápis e papel (e impressoras), para sua implementação.

O uso de computadores, data shows, calculadoras, entre outros recursos

tecnológicos também no meio educacional, são ferramentas importantes e bastante

úteis na educação, sabemos que nenhuma ferramenta pode ser tida como uma

tecnologia educacional, mas o modo como empregamos tais recursos, é que se faz.

Devemos ter em mente que necessitamos saber fazer uso destes recursos

educacionais, pois como afirma Corrêa (2002, p. 46), “o valor da tecnologia não está

nela em si mesma, mas depende do uso que fazemos dela”.

Saber aplicar e utilizar os recursos tecnológicos no meio escolar é muito

importante, pois o mau uso da mesma pode levar até a um reducionismo e causar

impactos expressivos numa sala de aula ou mesmo não causar efeito algum,

tornando inútil tais recursos tecnológicos, por isso é necessário atribuir o seu

verdadeiro valor, para que assim o uso da tecnologia educacional resulte em

conhecimentos positivos no processo de ensino-aprendizagem.

É importante observarmos que a tecnologia educacional está presente nas

escolas e dentre muitas ferramentas que são usados podemos relatar a linguagem,

representada através da escrita ou da fala.

Segundo Chaves (1999, p. 01):

O termo "tecnologia", aqui, se refere a tudo aquilo que o ser humano inventou, tanto em termos de artefatos como de métodos e técnicas, para estender a sua capacidade física, sensorial, motora ou mental, assim facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer. Entre as tecnologias que o ser humano inventou estão algumas que afetaram profundamente a educação: a fala baseada em conceitos (e não apenas grunhidos ou a fala meramente denotativa), a escrita alfabética.

Page 23: Monografia Carolina Matemática 2011

22

Sancho (1998) traduz a tecnologia educacional de maneira ainda mais

profunda, quando aponta às instituições de ensino e consequentemente a

aprendizagem decorrida através da mesma, como uma tecnologia. O que de fato

podemos afirmar ser um pensamento coerente e lógico, pois sabemos que a

tecnologia pode nos fornecer muitos conhecimentos, e neste caso, conhecimentos

educacionais intervindos por meio das escolas, das aulas no processo de ensino e

aprendizagem.

E para entendermos que o processo de ensino e aprendizagem, bem como os

conhecimentos científicos são um modo de tecnologia educacional, Candau (1979,

p. 62) nos fala que:

[...] e assinalam como características básicas da tecnologia educacional a aplicação de conhecimentos científicos à educação, a abordagem sistêmica, a aprendizagem e a instrução como processos, a busca da eficiência do processo de ensino-aprendizagem e a conjugação de recursos humanos e matérias.

Considerar e sustentar um único conceito para o que seja tecnologia

educacional seria demasiadamente difícil, visto a importância de tudo que se falou

até aqui, mas podemos sintetizar todas estas importâncias mostrando o que nos diz

alguns autores. (PONS, 1994, p. 42) e Luckesi (1986, p. 56), tem um ponto forte

para o que seja tecnologia educacional, quando dizem ser tudo aquilo que é voltado

para a prática do ensino-aprendizagem, que é capaz de nos passar conhecimentos

enriquecedores através de recursos humanos como a fala, a escrita, e também no

uso de toda a ferramenta inventada pelo homem para este fim que é educacional.

E como afirmou Sancho (1998) até mesmo as instituições de ensino são

classificadas como tecnologia. Mas não podemos nos esquecer que a importância

da tecnologia não está nela em si mesma, mas na maneira que utilizamos como

apontou Corrêa (2002).

Tecnologia educacional é um conjunto de conhecimentos que permeia nosso

mundo, como todo instrumento que é utilizado no meio educacional, se fazendo

presente com recursos matérias e podendo está até mesmo na forma de linguagem,

e quando falamos em todos estes recursos, devemos sempre nos reportar à

importância do saber fazer da tecnologia.

Page 24: Monografia Carolina Matemática 2011

23

Toda tecnologia tem que ser bem aproveitada, mas devemos ter muito

cuidado, pois a tecnologia é atraente, mas, pode causar impactos negativos e saber

utilizá-la traz muitas vantagens porque veio para contribuir na vida de todos, em

particular, dos docentes.

4.0 O PROFESSOR E A TECNOLOGIA EDUCACIONAL

A tecnologia educacional vem tomando um grande espaço em nossas vidas,

e em nossas escolas, mas para um bom aproveitamento depende muito da forma

que as pessoas (os professores) vão utilizá-la no processo ensino-aprendizagem.

As ferramentas inventadas pelo homem (o quadro-negro, lápis, livros, etc.)

são um grande suporte para os educadores, mas nem todos estes instrumentos são

relevantes na educação quando aplicados ou utilizados de maneira incorreta,

desfalcando o sentido real do que é ser tecnologia educacional. Na verdade, muitas

pessoas relacionam a tecnologia à informática, esquecendo-se do fator principal, de

que a fala humana e a escrita são tecnologias que os docentes utilizam há muito

tempo atrás.

Segundo Chaves (2004, p. 01):

Faz sentido lembrar aos educadores o fato de que a fala humana, a escrita, e, conseqüentemente, aulas, livros e revistas, para não mencionar currículos e programas, são tecnologia, e que, portanto, educadores vêm usando tecnologia na educação há muito tempo. É apenas a sua familiaridade com essas tecnologias que as torna transparentes (i.e., invisíveis) a eles.

O professor é um dos pivôs do sistema educacional e através dele ocorre o

processo de ensino-aprendizagem. Lacerda Neto (2008, p. 59) nos diz que “os

professores são os agentes-chave de todo o sistema educativo e tudo aquilo que se

vier a alcançar com qualquer ciclo de estudos dependerá sempre da sua vontade e

ação (condicionadas pelas suas concepções e crenças).”

Page 25: Monografia Carolina Matemática 2011

24

Nesse sentido, entendemos o quanto é importante para os educadores a

capacidade em entender as tecnologias educacionais, saber o que são e como usá-

las, e muitas vezes alguns professores tem adquirido uma compreensão deficiente e

acabam que formando uma concepção errada para o que seja tecnologia

educacional. Lacerda Neto (2008, p. 41-42) aponta seu ponto de vista sobre a

educação tecnológica quando diz:

Pensamos a educação tecnológica como a formação de um sujeito mais crítico e humano que entenda a sua capacidade transformadora e a sua relação com o outro. Uma pessoa capaz de criar e usar a tecnologia, mas que exerça sua reflexão e compreenda suas implicações e transformações.

O educador não deve pensar apenas no computador como meio tecnológico

na escola, pois a tecnologia é muito mais abrangente, uma vez que as ferramentas

tecnológicas são muito variadas. A educação tecnológica são os meios, as

ferramentas que usamos para que os alunos aprendam. A forma como o docente

aborda um conteúdo, a organização da sala, o giz, o livro, também é tecnologia, mas

mesmo assim, muitas vezes não sabemos utilizá-la adequadamente em sala de

aula.

A tecnologia educacional vem a cada dia ganhando mais espaço, e com isso o

professor tem um papel fundamental para que ela seja utilizada de forma adequada e

eficiente no processo do ensino-aprendizagem do aluno, e é de suma importância

que o docente entenda que é preciso conhecer os recursos que ele oferece e crie

formas interessantes de usá-los, uma metodologia que faça o alunado saber pensar.

Entender as concepções dos professores sobre a tecnologia educacional é

mais que um mero formalismo, é entender os conhecimentos dos educadores, pois

estes irão refletir na ação pedagógica, e, ainda, é de responsabilidade dos

professores, alunos e comunidade em geral assumir um compromisso com a

educação e enfrentar o desafio de conduzir e utilizar as tecnologias de maneira

adequada.

Com isso, entendemos que o professor é o agente principal do processo de

tecnologia educacional, mas o que vemos hoje é a supervalorização das tecnologias

que se esquecem que os educadores são os mais preciosos de todos os recursos, e

como relata Sancho (1998, p. 39), “As próprias escolas são uma tecnologia, uma

Page 26: Monografia Carolina Matemática 2011

25

solução à necessidade de proporcionar educação a todos os cidadãos e cidadãs de

certas idades. [...] a educação pode ser concebida como uma Tecnologia Social e

um educador como um tecnólogo da educação.”

Considerar nossas competências, nossos conhecimentos, para então buscar

entender qual será nossa visão quanto aos recursos tecnológicos, é tentar formar

educadores críticos, ou seja, pessoas que entendem o valor da tecnologia

educacional na procura de saber criar, usar e entender suas implicações e

transformações, tornando-a importante no processo de ensino-aprendizagem como

relata Corrêa (2002, apud, Chagas, et al, 2008, p. 26):

O que produzimos é mediado pela caneta, mas o conteúdo e o processo pelo qual escrevemos depende da nossa história de vida, de nossos afetos, de nossas competências, do lugar social que ocupamos [...] Tal análise serve para o uso dos diversos recursos tecnológicos, desde o uso de transparências, apresentações em quadro-negro ou power point até a internet.

E ainda para complementar Masetto (2002, p. 23) nos diz:

O professor, ao entrar na sala de aula para ensinar uma disciplina, não deixa de ser um cidadão, alguém que faz parte de um povo, de uma nação [...]. Ele tem uma visão de homem, de mundo, de sociedade, de cultura e de educação que dirige suas opções e suas ações mais ou menos conscientemente. Ele é um cidadão, um „político‟, alguém comprometido com seu tempo, sua civilização e sua comunidade, e isso não desprega de sua pele no instante em que ele entra em sala de aula. Pode até querer omitir esse aspecto em nome da ciência que deve transmitir, e que, talvez ingenuamente, ainda entenda que possa fazê-lo de forma neutra. Mas o professor continua cidadão e político e, como profissional da docência, não poderá deixar de sê-lo.

Mesmo em meio às tantas transformações vistas na sociedade, cabe ao

professor buscar em sua vivência escolar o verdadeiro valor da tecnologia

educacional, ser coerente, comprometido e entender a maneira correta do uso das

ferramentas educacionais, sabendo que a mesma se constitui desde a linguagem

(oral e/ou escrita), até os muitos outros recursos tecnológicos também empregados

na educação.

Page 27: Monografia Carolina Matemática 2011

26

CAPÍTULO III – METODOLOGIA

– FUNDAMENTAÇÃO

Diante do propósito de investigar as concepções dos professores de

matemática dos ensinos fundamental e médio das escolas públicas da cidade de

Xique-Xique/BA, concedemos um caráter de pesquisa de campo enfatizando a

abordagem quantitativa no que diz respeito ás análises estatísticas representadas

através de gráficos, sem desprezar a qualitativa na abordagem dos resultados.

Lakatos e Marconi (1996) entendem que a pesquisa de campo está

caracterizada como sendo uma coleta de dados para se explorar ou responder às

hipóteses ou variáveis envolvidas, numa tentativa de buscar informações para um

determinado problema.

Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou,

ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. (Lakatos e

Marconi, 1996, p. 75)

Moreira (2002, p. 237) considera que:

Os métodos de pesquisa quantitativa envolvem tipicamente mensurações precisas, controle rígido de variáveis (normalmente em laboratório) e a análise estatística. Tendem a focar na análise (examinar as partes dos componentes de um fenômeno), enquanto que a pesquisa qualitativa busca entender o significado de uma experiência para os participantes em um cenário particular e como os componentes deste fenômeno se articulam para formar um todo.

Segundo Gunther (2006, p. 207):

Enquanto participante do processo de construção de conhecimento, idealmente, o pesquisador não deveria escolher entre um método ou outro, mas utilizar as várias abordagens, qualitativas e quantitativas que se adequam à sua questão de pesquisa.

Portanto, o ponto de partida para esta pesquisa foi feita a partir de uma

revisão na literatura que proporcionou elaboração da fundamentação teórica sobre

educação tecnológica e segundo Marconi e Lakatos (2002, p. 17), “toda pesquisa

Page 28: Monografia Carolina Matemática 2011

27

deve basear-se em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação

bem sucedida de um problema”. Depois disso foi realizada a aplicação do

questionário investigativo que será analisado focando métodos qualitativos e

quantitativos.

– CARACTERIZAÇÃO

Esta investigação ocorreu na cidade de Xique-Xique/BA, localizada na região

oeste da Bahia, ficando há 587 km da Capital. Que de acordo com o Instituto

Nacional de Geografia e Estatística-IBGE (2010), a cidade tem uma área territorial

de 5.502 km2 e uma população de 45.562 habitantes.

O município dispõe de 02 (duas) escolas estaduais e 06 (seis) escolas

municipais. Das escolas estaduais, uma funciona com o ensino médio e fundamental

e a outra somente com ensino médio. Nas escolas municipais somente uma delas

funciona os dois níveis de ensino e nas demais apenas o ensino fundamental.

Em 02 (duas) escolas municipais com 02 (dois) professores de matemática

em cada uma delas, não foi aplicado o questionário por se localizarem em bairros de

difícil acesso.

– POPULAÇÃO E AMOSTRA

Para a realização deste trabalho foram tomados como locais de aplicação do

questionário 06 (seis) escolas, sendo estas, 04 (quatro) municipais onde uma destas

dispõe tanto do nível de ensino fundamental como médio e as demais somente o

ensino fundamental, e 02 (dois) estaduais, sendo que em uma delas funcionam os

dois níveis de ensino e na outra somente o ensino médio.

Page 29: Monografia Carolina Matemática 2011

28

O questionário foi aplicado a um total de 25 (vinte e cinco) professores de

matemática. Cabe registrar que 11 (onze) professores são da rede municipal e 14

(quatorze) da rede estadual.

O questionário foi aplicado para cada um dos professores que atuam nos

turnos matutino e vespertino de cada escola. Serviu como base para identificarmos

os conhecimentos que cada educador pesquisado possui sobre tecnologia

educacional, e a partir daí, analisamos a opinião dos professores de matemática em

relação a cada questão. Neste sentido Marconi e Lakatos (2002, p. 52), diz que

neste momento da pesquisa o pesquisador está interessado na opinião do

investigado e não em dados probabilísticos ou estatísticos.

– INSTRUMENTO, COLETA E TRATAMENTO

Considerando os objetivos que norteiam este trabalho, constituiu-se de suma

importância a escolha de um questionário, como instrumento de pesquisa, para ser

aplicado aos 25 (vinte e cinco) professores de matemática individualmente.

Gil (2006, p.129) define questionário como sendo uma técnica de investigação

com certo número de questões, apresentado por escrito às pessoas a serem

investigadas, tendo como objetivo principal o conhecimento de opiniões,

expectativas, interesses sobre um determinado tema.

O questionário foi aplicado a cada professor de matemática dos ensinos

fundamental e médio de quatro escolas municipais e duas estaduais da cidade de

Xique-Xique/BA. Este composto de 08 (oito) questões sendo elas perguntas

objetivas e subjetivas, todas voltadas para obtenção e satisfação das inquietações

que nos levaram ao desenvolvimento deste trabalho, tendo como foco principal

identificar a opinião destes professores a respeito de tecnologia educacional. Para

Gil (2006, p. 129) as questões de um questionário constituem elemento fundamental

do mesmo, e ainda mais, as respostas dadas as questões irão nos fornecer os

dados necessários para esclarecer o problema de pesquisa.

Page 30: Monografia Carolina Matemática 2011

29

Para a aplicação deste questionário, se fez necessário o deslocamento a

cada uma das escolas e individualmente aplicá-lo com cada professor. A recepção e

interesse da direção das escolas foi muito importante para o bom procedimento

desta pesquisa.

Durante a coleta de dados tivemos o cuidado de explicar qual era a intenção

do nosso trabalho expondo nosso objetivo de maneira geral, em algumas situações

encontramos professores que apresentaram interesse e boa vontade, se dispondo a

responder cada questão que lhes eram proposta. Por outro lado nos deparamos com

situações não muito agradáveis, pois uma pequena parte dos docentes demonstrou

medo, insegurança e até mesmo desinteresse à pesquisa.

A coleta e análise dos dados ocorreram em uma abordagem

predominantemente qualitativa, mas utilizamos também os métodos quantitativos

para o tratamento das informações contidas no questionário, utilizando como recurso

para a elaboração dos gráficos o Word Gráfico 2003.

Page 31: Monografia Carolina Matemática 2011

30

CAPÍTULO IV – RESULTADOS: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO

– APRESENTAÇÃO / DISCUSSÃO

A finalidade desta pesquisa de campo se deu pelo interesse de averiguar

quais as concepções dos professores de matemática do ensino fundamental e

médio das escolas municipais e estaduais da cidade de Xique-Xique/BA sobre

tecnologia educacional. Para tanto utilizamos neste trabalho um questionário de

pesquisa contendo 08 (oito) perguntas objetivas e subjetivas, onde procuramos

aplicá-lo nos horários mais apropriados para cada professor, neste caso, no

momento do intervalo.

Cada questão aplicada aos professores pôde nos oferecer grande utilidade no

sentido de identificarmos pontos de fundamental importância no desenvolvimento e

análise deste trabalho monográfico. Ressaltamos também, o que é abordado por Gil

(2006, p. 129) ao relatar que “as respostas a essas questões é que irão proporcionar

os dados requeridos para testar as hipóteses ou esclarecer o problema da pesquisa.

As questões constituem, pois, o elemento fundamental do questionário.”

Neste sentido, de considerarmos que cada questão é de fundamental

importância, começaremos a analisar cada uma delas detalhadamente.

Na primeira questão nos detivemos em observar a área de formação de cada

educador, e pudemos constatar que dos 25 (vinte e cinco) professores envolvidos na

pesquisa a maioria tinha pelo menos uma formação acadêmica. Destes,

identificamos que 19 (dezenove) professores eram graduados em matemática, letras

e outros, 02 (dois) docentes ainda estavam cursando licenciatura em pedagogia e o

outro em matemática, e somente 04 (quatro) não eram graduados.

Destarte que, dos 19 (dezenove) professores graduados nos chamou a

atenção que apenas uma pequena parte deles, somente 06 (seis), tinham formação

acadêmica em matemática, enquanto que 13 (treze) docentes possuíam sua

formação em outras áreas acadêmicas, e do total de 25 (vinte e cinco) educadores,

Page 32: Monografia Carolina Matemática 2011

31

06 (seis) ainda não eram graduados ou estavam no processo de obtenção deste

nível. Estas informações podem ser melhores elucidadas no gráfico abaixo.

GRÁFICO 01: FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS PROFESSORES DE

MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE

ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA

0123456789

1011121314

Não Graduados

Outras

Matemática e outras

Matemática

Sabemos o quanto é importante que cada docente tenha uma formação

adequada, no sentido de lecionar em sua área de formação acadêmica. Mas

infelizmente, o que muitas vezes encontramos são situações em que os professores

trabalham com disciplinas atípicas à área em que foram capacitados.

Borges e Rocha (2010, p. 01) salientam que:

Meio milhão de professores da educação básica ensina, nas salas de aulas da rede pública brasileira, disciplinas sobre as quais não aprenderam durante o curso superior. Nos mais variados colégios brasileiros, profissionais formados em matemática dão aulas de física e professores de educação física dão aulas de biologia, por exemplo. Eles representam quase um quarto dos 1.977.978 educadores dessa etapa.

Diante dessa perspectiva, de termos encontrado a maioria dos professores

que lecionavam a disciplina de matemática sem a devida formação compatível, e

ainda, levando em consideração as afirmações de Borges e Rocha (2010),

Page 33: Monografia Carolina Matemática 2011

32

poderemos indagar se estes profissionais estão preparados para saberem usar a

educação tecnológica em suas salas de aula.

Outro ponto a ser destacado é que tais educadores não estão trabalhando

com a disciplina de matemática há pouco tempo, haja vista, que através das

informações obtidas com a questão 02 (dois), averiguamos o tempo que cada

educador atuava como professor de matemática, e percebemos que mais da metade

exercem a função a mais de 10 anos, como nos mostra o gráfico a seguir.

GRÁFICO 02: ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES DE

MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE

ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA

0123456789

1011121314

Mais de 10 anos

Entre 5 e 10 anos

Menos de 5 anos

Desse modo, é notável que a maioria dos professores de matemática da

cidade de Xique-Xique não têm a formação acadêmica adequada para o ensino

desta disciplina, apesar de a maioria deles já trabalharem com a mesma a mais de

10 anos, o que nos leva a refletir sobre o abordado nos Parâmetros Curriculares

Nacionais PCN (1998), a respeito da capacidade que o professor de matemática

deve ter.

Page 34: Monografia Carolina Matemática 2011

33

Para desempenhar seu papel de mediador entre o conhecimento matemático e o aluno, o professor precisa ter um sólido conhecimento dos conceitos e procedimentos dessa área e uma concepção de Matemática como ciência que não trata de verdades infalíveis e imutáveis, mas como ciência dinâmica, sempre aberta à incorporação de novos conhecimentos. BRASIL (1998, p. 36)

Para os PCN, é de fundamental importância que o professor de matemática

tenha conhecimento de conceitos e procedimentos da área. Neste sentido,

entendemos que estes conhecimentos são mecanismos facilitadores que levam os

educadores ao uso correto da tecnologia educacional.

Analisando a questão 3, as concepções dos educadores sobre tecnologia

educacional, sendo esta uma das questões de maior importância para esta

pesquisa, pois, nos mostrou claramente que para os professores de Xique-Xique/BA

a educação tecnológica não passa de recursos inovadores, avançados e

facilitadores, ferramentas que melhoram o ensino-aprendizagem por serem práticas

e objetivas. Alguns até exemplificaram a tecnologia educacional como sendo

internet, aparelhos audiovisuais, data show, calculadoras, ou seja, mecanismos

tecnológicos sofisticados.

A única resposta que se diferenciou das demais, foi de uma professora ao

dizer que tecnologia educacional é um método de ensino, uma maneira de educar.

Percebemos que esta educadora apesar de também considerar instrumentos como

internet, computador entre outras ferramentas, ela também considerava que todo

método utilizado para educar, ou seja, o saber fazer, era igualmente uma tecnologia

educacional.

Dentre outras respostas, passaremos a destacar algumas:

P5 – “São inovações tecnológicas que podem melhorar as aulas e o

aprendizado.”

P9 – “É um avanço em que só irá contribuir para o aprendizado do nosso

alunado.”

P13 – “São condições de se realizar estudos utilizando os meios de

comunicação, áudio visuais e eletrônicos. São exemplos os cursos à distância.”

Page 35: Monografia Carolina Matemática 2011

34

P17 – “São todos os recursos de caráter tecnológico usado a serviço da

educação. TV pen drive, data show, etc.”

P4 – “Meios de comunicação modernos, quando utilizados em sala de aula

facilita a aprendizagem dos alunos.”

Ficou evidente o conceito de tecnologia educacional dos educadores

entrevistados, mas sabemos que esta tecnologia não se resume somente a

equipamentos avançados, caros. Enfim, no que se refere à tecnologia educacional,

devemos atentar para o que é destacado por Bastos (2000) ao relatar que os

indivíduos devem entender que esta tecnologia não é apenas formada por

máquinas, mas, sobretudo por sujeitos dotados de diversas culturas e contextos.

Apesar de Bastos (2000) afirmar que tecnologia educacional não é formada

apenas por máquinas e equipamentos, pudemos constatar que na quarta questão,

os professores responderam que faziam uso da tecnologia na sala de aula, através

de internet; data show; televisores; vídeos; calculadoras; slides, e, alguns, também

diziam usá-la através de jogos temáticos; pesquisas/avaliações em grupo ou

individual; lousa. Constatamos que dos 25 (vinte e cinco) docentes entrevistados, 18

(dezoito) deles afirmavam fazer uso da tecnologia na sala de aula, através dos

objetos citados. De maneira geral os educadores entendiam que toda vez que

utilizavam inovações (internet, data-show, vídeos) na sala de aula, estavam

trabalhando com a tecnologia educacional.

Destacando ainda, que tivemos 06 (seis) docentes que diziam não utilizar

esta tecnologia na sala de aula, justificando que as escolas não tinham recursos;

que as salas de aula não eram adequadas; que os professores não eram

capacitados ou mesmo pela demanda do tempo. Houve ainda uma professora que

não respondeu a esta questão.

Sabemos que tecnologia educacional não se resume somente a

equipamentos avançados, caros ou às inovações. Mas o que percebemos, a partir

das respostas dos educadores, foi um conceito muito distante do que seja realmente

a educação tecnológica, o que, consequentemente os levou a pensar que o uso da

tecnologia na sala de aula se dava principalmente por estes instrumentos mais

Page 36: Monografia Carolina Matemática 2011

35

sofisticados, fazendo-os esquecer da engenhosidade humana e de outros recursos

que também fazem parte da tecnologia educacional.

Neste sentido, procuramos saber na questão 5, se a escola dispunha de infra-

estrutura para o uso da tecnologia educacional e se eles enquanto educadores

sentiam-se preparados para utilizá-las, grande parte dos professores responderam

que as escolas tinham sim estrutura para o uso da mesma, em contrapartida outros

responderam que não, pois a escola não estava preparada ou que faltavam

recursos. Quanto à preparação dos docentes, as repostas foram bastante variadas,

uns disseram que sim, outros disseram que não, também responderam que sentiam

insegurança, dificuldades, que precisavam ser capacitados e outros que se sentiam

preparados por já terem feito cursos.

Entre as respostas obtidas iremos destacar algumas, e dentre estas uma

que nos chamou muita atenção, a qual segue:

P22 – “De algumas.” Achamos curiosa esta resposta.

P18 – “Sim.”

P7 – “Sim, nem tanto, precisa mais preparação para utilização das tecnologias

em sala de aula.”

P11 – “Mais ou menos, a escola até tem a aparelhagem, mas sempre falta

algo, quando tem computador não tem data show, quando tem DVD, não tem a TV.”

P13 – “Está ampliando pouco a pouco e na medida do possível são utilizados.”

P8 – “Sim. Sinto-me preparada para utilizar a tecnologia educacional.”

Sujeitos que entendem que a educação tecnológica não é apenas o saber

aplicar uma técnica, são aqueles que conseguem refletir e criticar sobre o saber-

fazer da tecnologia educacional. Bastos vem aclarar este pensamento quando nos

fala que “os sujeitos competentes não são aqueles que apenas sabem aplicar

técnicas, mas que adquirem, pelos contatos com os artefatos, a capacidade de

entender o mundo e a sociedade tecnológica em que vivemos.” (BASTOS, 2000, p.

38).

Page 37: Monografia Carolina Matemática 2011

36

Sabendo disto, procuramos identificar na sexta questão, se o uso da

tecnologia educacional na sala de aula trazia progressos no processo de ensino-

aprendizagem de matemática. A maioria dos professores responderam que sim,

enquanto uma pequena parte responderam que apenas em alguns momentos

ocorriam melhorias. Porém a justificativa dos educadores para esta questão foi

bastante limitada, uma vez que, os mesmos diziam que o uso desta tecnologia na

sala de aula levaria os alunos para a realidade atual, ou que as aulas ficavam mais

motivadas, mais interessantes, participativas, ou mesmo que era uma metodologia

diferenciada e que facilitava a aprendizagem pelas novidades existentes. Outros

educadores também relataram que às vezes não utilizavam a tecnologia

educacional, pois lhes faltavam material e que os alunos ou mesmo os professores

tinham dificuldades com estas novas tecnologias.

Entretanto, o uso da tecnologia educacional não faz exigências quanto às

inovações, nem mesmo aos materiais eletrônicos, como pensavam os professores,

alvo da nossa pesquisa. Devemos entender que a tecnologia é uma engenhosidade

humana, existente há muito tempo atrás com o uso do raciocínio, da linguagem,

enfim, e, é esta engenhosidade que a princípio antecede tais recursos, e mesmo o

professor que sem dúvida é o principal destes recursos. Para Kenski (2007):

As tecnologias são tão antigas quanto à espécie humana. Na verdade, foi à engenhosidade humana, em todos os tempos, que deu origem às mais diferentes tecnologias. O uso do raciocínio tem garantido ao homem um processo crescente de inovações. Os conhecimentos daí derivados, quando colocados em prática, dão origem a diferentes equipamentos, recursos, produtos, processos, ferramentas, enfim, a tecnologias (KENSKI, 2007, p. 15).

Assim, entendemos que não é aquele recurso moderno, não é a utilização de

aparelhos eletrônicos de última geração e nem mesmo o ego de usar um

computador ou uma calculadora na sala de aula que se faz tecnologia educacional.

Não é pela inovação ou pelos avanços, mas todo processo que é ligado ao ensino-

aprendizagem é uma tecnologia educacional, seja ele um recurso humano ou

material. E como já discorremos, Joly (2002, p. 142) nos diz que tecnologia

educacional não é somente equipamentos caros ou modernos, mas, também,

aqueles instrumentos mais simples como, por exemplo, o próprio lápis ou borracha.

Page 38: Monografia Carolina Matemática 2011

37

Sabendo disto, buscamos compreender na questão 7 quais ferramentas os

educadores consideravam como tecnologia educacional, e surpreendentemente

92% dos professores identificaram o computador e a internet como o principal

recurso tecnológico, a televisão e o data show também foram bastante citados por

eles.

Portanto, percebemos que instrumentos mais avançados e sofisticados

tiveram maior destaque por parte dos educadores, enquanto outros itens colocados

não obtiveram muita ênfase. Notemos no gráfico abaixo quais os recursos foram

identificados pelos educadores.

GRÁFICO 03: RECURSOS IDENTIFICADOS COMO T.E. DOS

PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DE XIQUE-XIQUE/BA

0123456789

10111213141516171819202122232425

Outros

Lápis

Borracha

Giz

Apagador

Lousa

Linguagem Escrita

Linguagem Oral

Linguagem Visual

Data Show

Televisão

Internet

Computador

Page 39: Monografia Carolina Matemática 2011

38

Conseguimos perceber, ainda, que muitos professores identificaram a

linguagem visual como uma tecnologia educacional, por terem a idéia de que ela se

apresenta simplesmente através de televisores, vídeos e computadores, com isso

ficou mais evidente qual era a visão geral de tecnologia educacional por parte dos

docentes. Porém outros autores esclarecem melhor sobre este assunto, quanto

afirmam:

Alguém já viu computador dando aula, sozinho, sem que, pelo menos, alguém o tenha ligado à tomada? Ao longo de sua carreira já vimos uma lousa, quadro-negro, quadro-verde ou quadro-branco apresentando sozinho “a matéria”, sem que alguém a houvesse elaborado antes? Em algum momento dos últimos vinte anos algum professor foi demitido do seu emprego só porque a escola comprou um videocassete? Um laboratório de ciências, totalmente equipado, mas completamente sem uso, trancafiado, ensina ciências para alguém? Um toco de giz percorre a lousa ensinando filosofia aos alunos? (CARVALHO NETO; MELO, 2006, p. 01).

Na verdade o que os autores Carvalho Neto e Melo (2006) estão afirmando, é

que tecnologia não ensina, ela passa conhecimentos, um computador, um data

show ou quaisquer outros instrumentos não podem por si só realizar uma ação

educacional, eles não podem ser tidos como objetos prontos e acabados, precisam

de alguém para intervir a estes recursos para que assim possam ser capazes de

produzir conhecimento. Afinal nenhum recurso pode ser considerado como

tecnologia educacional, mas eles podem ser considerados como instrumentos de

trabalho ou de apoio no uso desta tecnologia afirmam ainda Carvalho Neto e Melo

(2006).

E, ainda, neste sentido, sabemos que o uso da tecnologia na sala de aula é

muito importante, e cada docente deve saber que eles podem e são usados no

processo de ensino-aprendizagem de matemática, porém, percebemos que os

professores precisam se familiarizar melhor com a educação tecnológica, para então

saberem utilizar todos os recursos que os rodeiam a favor deste ensino. E como já

relatamos aqui, Corrêa (2002, p. 46), salienta que a tecnologia não está nos

recursos em si mesmo, mas na maneira que usamos estes recursos.

Diante desta coleta de dados, perguntamos na oitava questão qual era a

importância da tecnologia educacional na sala de aula para os educadores. Os

mesmos em suas variadas respostas acreditavam na importância da tecnologia na

sala de aula por muitos motivos, dentro os quais, a melhoria no ensino, aulas menos

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cansativas e mais motivadas, a facilidade no aprendizado e até mesmo para

estarem antenados no mundo globalizado em que vivemos. Mas sabemos que não é

o fato de se incorporar ferramentas que se faz tecnologia, e sim a maneira como os

professores utilizam estas ferramentas.

Entendemos que a compreensão dos educadores quanto à tecnologia

educacional precisa ser modificada, pois a importância da tecnologia educacional

está no resultado positivo do processo de ensino-aprendizagem, e para isso

devemos saber criar, usar e entender suas implicações.

É importante que em todo o processo, ocorra a construção de conhecimentos,

entendendo que a busca pelo mesmo nunca acaba. O professor precisa entender

que em todos os momentos do processo pedagógico, a tecnologia educacional é

mais que um conceito, é uma iniciativa que pode ampliar o conhecimento dos alunos

e dos educadores, afinal, tecnologia não traz solução a um problema, ela gera

conhecimento.

Percebemos o quanto é importante que os professores saibam identificar e

utilizar os recursos tecnológicos educacionais, sabendo que todo processo ligado ao

ensino-aprendizagem, seja através de recursos humanos ou materiais, são

tecnologias educacionais, uma arte do saber-fazer.

Page 41: Monografia Carolina Matemática 2011

40

CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo que foi exposto, observamos a importância de pensar em uma

educação capaz de preparar cidadãos aptos a interagirem em uma sociedade

tecnologicamente desenvolvida e percebemos a importância desta pesquisa

monográfica na vida de cada docente de forma ampla e proveitosa.

Neste trabalho buscamos conhecer através de um questionário de pesquisa,

quais eram as concepções dos professores de matemática das séries finais do

ensino fundamental e médio, das escolas municipais e estaduais da cidade de

Xique-Xique/BA, sobre tecnologia educacional, levando-nos assim, a uma análise e

discussão das questões que foram aqui levantadas.

Vale ressaltar que trabalhamos com um total de 25 educadores, e

percebemos através da pesquisa levantada, que a maioria dos professores tinha

uma formação acadêmica, porém, dos 19 docentes graduados, apenas 06 eram

formados em matemática, um número expressivamente pequeno. Verificamos

também, que mais da metade dos professores já tinham mais 10 anos de atuação

profissional, e mesmo estando a tanto tempo ensinando a disciplina de matemática,

não tiveram a preocupação com uma formação adequada a sua área de ensino,

como relatamos aqui.

Apesar disto, averiguamos como os professores identificavam as tecnologias

educacionais, e quais os conhecimentos e relações dos mesmos com estas

ferramentas de ensino.

Com a exposição dos dados, percebemos uma tendência dos docentes em

relacionar a tecnologia educacional ao uso de objetos que visam facilitar a vida

diária, vivenciada no trabalho ou mesmo em casa.

Neste sentido, muitos professores compreendiam que os instrumentos

facilitadores da ação pedagógica e principalmente aqueles recursos mais modernos,

eram tidos como tecnologia educacional, e acabavam se esquecendo de que o giz, o

processo de alfabetização, a linguagem (oral, visual e escrita) e tantos outros

recursos mais simples também fazem parte desta tecnologia. Pois como já

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41

discorremos exaustivamente no decorrer deste trabalho, que o valor da tecnologia

educacional depende do uso que fazemos dela, pois educação tecnológica é todo

processo ligado ao ensino e aprendizagem.

Embora os professores acreditassem na importância da tecnologia

educacional e entendessem ser um meio colaborador no processo de ensino-

aprendizagem, observamos que muitos diziam não fazer uso da mesma, por não se

sentirem preparados, pois diziam que as escolas não tinham infra-estrutura ou

mesmo que tinham dificuldades e precisavam de um profissional capacitado para

instruí-los.

Toda esta questão, nos fez observar que todos os professores entrevistados,

acreditavam fortemente que instrumentos modernos tais como computador, internet,

televisores entre outros, eram os únicos ou os principais recursos tecnológicos de

punho educacional.

Esta realidade nos mostrou que o cotidiano das pessoas está cada vez mais

integrado ao computador e às ultimas tendências tecnológicas. Tais tecnologias são

ferramentas feitas para o saber e são fortemente importante em nosso meio, sendo

muitas vezes necessárias no dia-a-dia do indivíduo. Com isso queremos deixar claro

que não estamos falando que os recursos avançados não estejam enquadrados

numa tecnologia, porém, queremos destacar, que estes instrumentos bem como

quaisquer outros recursos mais antigos como quadro, o giz, por exemplo, são

também classificados como tecnologia educacional, se utilizados para este fim que é

educacional.

Estas constatações completaram nosso trabalho, nos mostrando pontos que

possibilitou argumentos enriquecedores a esta pesquisa e dando-nos informações

indispensáveis no que diz respeito ás concepções dos professores de matemática,

sobre tecnologia educacional.

Cabe aqui ressaltar, que esta pesquisa não deve ficar enquadrada apenas

numa entrevista e discussões sobre a tecnologia educacional, mas que devemos

buscar enquanto educadores elucidar nossos entendimentos, aflorando ainda mais

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este assunto de grande valia, buscando agregar no meio educacional a importância

de saber usar e entender está tecnologia.

Com isso, devemos entender que o uso da tecnologia educacional é uma

forma de saber-fazer, que pode gerar conhecimentos esplêndidos. A educação

tecnológica é todo processo ligado à ação pedagógica, seja ela empregada através

de recursos humanos ou recursos matérias.

Esperamos que muitos leitores entendam a importância da tecnologia

educacional e melhorem suas concepções. Neste sentido, e sem a pretensão de

esgotar o assunto, mas sim de provocar uma reflexão sobre o tema em questão,

esperamos que este mesmo trabalho venha motivar novos pesquisadores a

continuar este tema aqui abordado.

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43

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APÊNDICE

Pesquisadora: Carolina Oliveira dos Santos Orientador: Danton de Oliveira Freitas Questionário aplicado aos professores de matemática dos ensinos fundamental e médio da cidade de Xique-Xique/BA.

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

1) Qual é a sua formação acadêmica? ( ) Graduado. Qual?___________________________________ ( ) Em curso de graduação. Qual? _______________________ ( ) Não Graduado. 2) Atua como professor de matemática. ( ) A menos de 05 anos ( ) Mais de 05 anos e menos de 10 anos ( ) Mais de 10 anos 3) Na sua concepção o que é Tecnologia Educacional? ___________________________________________________________________ 4) Você utiliza Tecnologia Educacional na sala de aula?

( ) Sim. Qual(is)?________________________________________________ ( ) Não. Por quê?_________________________________________________

5) A escola dispõe de infra-estrutura para o uso da Tecnologia Educacional na sala de aula? E você sente-se preparado para utilizá-la? ___________________________________________________________________ 6) O uso da tecnologia educacional na sala de aula possibilita melhorias no processo ensino-aprendizagem de matemática.

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

Porquê?_____________________________________________________________ 7) Quais dos recursos abaixo você identifica como tecnologia educacional? ( )Computador ( )Lápis ( )Borracha ( )Data show ( )Televisão ( )Caderno ( )Giz ( )Apagador ( )Lousa ( )Internet ( )Linguagem oral ( )Linguagem escrita ( )Linguagem visual ( )Outros. (identifique)________________________________ 8) Qual é a importância das Tecnologias Educacionais na sala de aula?_______________________________________________________________