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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPATAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM EDIVÂNIA FELIX DA SILVA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL ARTUR PEREIRA MAIA NO MUNICÍPIO DE FILADÉLFIA

Monografia Edivania Pedagogia 2010

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Pedagogia 2010

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPATAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

SENHOR DO BONFIM

EDIVÂNIA FELIX DA SILVA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL ARTUR PEREIRA MAIA NO MUNICÍPIO DE

FILADÉLFIA

SENHOR DO BONFIM 2010

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EDIVÂNIA FELIX DA SILVA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL ARTUR PEEIRA MAIA NO MUNICÍPIO DE

FILADÉLFIA

Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso de Pedagogia: Docência e Gestão de Processos Educativos, Departamento de Educação Campus VII da Universidade do Estado da Bahia.

Orientador: Profº Ozelito Souza Cruz

SENHOR DO BONFIM2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

EDIVÂNIA FELIX DA SILVA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL ARTUR PEREIRA MAIA DE FILADÉLFIA – BA

Trabalho monográfico aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia com Habilitação em Docência e Gestão de Processos Educativos, no Departamento de Educação – Campus VII – Senhor do Bonfim, da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, pela seguinte banca examinadora:

Aprovado em____/____/_____

_____________________________________________Orientador: Profº Ozelito Souza Cruz

_____________________________________________Professor (a) avaliador (a)

_____________________________________________Professor (a) avaliador (a)

Setembro de 2010 Senhor do Bonfim – BA,

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Dedico este trabalho a Deus,

como Criador, Senhor e Redentor de

minha vida. E a todos que

contribuíram direta e indiretamente

pelo apoio e incentivo.

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AGRADECIMENTOS

Muitas foram às pessoas que contribuíram para chegar ao final desta caminhada.

Quero, pois, manifestar minha sincera gratidão:

A Deus, pelo dom da vida e pelas forças renovadas a cada manhã, demonstrando

amor e cuidado.

A Universidade do Estado da Bahia, porque abriu as portas e possibilitou-me

concluir o curso de ensino superior.

Ao colegiado de pedagogia e todos os professores que certamente deixaram suas

contribuições no decorrer do curso.

Ao professor Ozelito Souza Cruz, pelo estímulo, dedicação e paciência com que

orientou esta pesquisa.

Aos meus familiares, especialmente minha mãe e minha sogra pela solidariedade de

cuidar dos netos durante toda pesquisa.

Aos professores da Escola Artur Pereira Maia, pela contribuição tão necessária para

realização deste trabalho.

Aos amigos universitários pelas conversas, discussões e intervenções que

contribuindo para que eu chegasse até aqui.

A todos os meus amigos, especialmente, Poliana Rodrigues, pelo apoio cotidiano e

pela bem vinda ajuda no computador.

A todos vocês, meus sinceros agradecimentos. Que Deus os abençoe!

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“Quem planeja a curto prazo,

deve cultivar cereais;

A médio prazo, plantar arvores;

A longo prazo,

deve educar as pessoas”.

Kwantzu, China, A. C.

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LISTA DE ABREVIATURAS

EA- Educação Ambiental

ONU- Organização das Nações Unidas

PCN- Parâmetros Curriculares Nacionais

SEMA- Secretaria Especial do Meio Ambiente

PRONEA- Programa Nacional de Educação Ambiental

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: Percentual em relação ao gênero;

FIGURA 02: Percentual em relação a faixa etária;

FIGURA 03: Percentual em relação ao nível de escolaridade;

FIGURA 04: Percentual em relação ao tempo de serviço.

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RESUMO

Tendo em vista que o debate a cerca da Educação Ambiental nas últimas décadas tem tomado grandes dimensões e adquirido significados diferentes, a presente pesquisa procura trazer resultados de um trabalho realizado com docentes da Escola Municipal Artur Pereira Maia, situada no município de Filadélfia – BA. Tendo como objetivos analisar as percepções que os professores tem sobre suas relações com o meio ambiente e verificar como a questão ambiental está sendo trabalhada na escola. Para que esse estudo se efetivasse, utilizamos como metodologia a de caráter qualitativo e como instrumento de coleta de dados o questionário semi-aberto. Os dados obtidos foram embasados nos teóricos: Guimarães (1995), Segura (2001), Mendonça (2007), Lima (1984), Capra (2003), Reigota (1994) Oliva (2001), dentre outros. Ao concluir, percebemos que a educação voltada para o ambiente e um meio importante para despertar em todos a consciência sobre as questões ambientais e que para atingir esse fim o papel do professor e fundamental. Esperamos que este trabalho possa contribuir provocando mudanças no estilo de vida, tanto do educando, quanto do educador por novos padrões de conduta, para assim, contribuir na melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Escola e Professor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................12

CAPÍTULO I...............................................................................................................14

1 – PROBLEMÁTICA.................................................................................................14

CAPÍTULO II..............................................................................................................18

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................18

2.1- Educação Ambiental...........................................................................................18

2.1.2 Educação Ambiental: uma retrospectiva histórica............................................19

2.1.3 O que é Educação Ambiental?..........................................................................22

2.2 Escola..................................................................................................................23

2.3 Professor..............................................................................................................25

CAPÍTULO III.............................................................................................................29

3- METIDOLOGIA......................................................................................................29

3.1 Abordagem utilizada............................................................................................29

3.2 Lócus da pesquisa...............................................................................................30

3.3 Sujeitos da pesquisa............................................................................................31

3.4 Instrumentos da pesquisa....................................................................................31

3.4.1 Questionário semi-aberto..................................................................................32

CAPÍTULO IV.............................................................................................................33

4- Análise e interpretação dos dados.........................................................................33

4.1 Perfil dos sujeitos.................................................................................................33

4.1.1 Gênero...............................................................................................................33

4.1.2 Faixa etária........................................................................................................34

4.1.3 Nível de escolaridade........................................................................................34

4.1.4 Tempo de atuação.............................................................................................35

4.2 Análise dos depoimentos.....................................................................................36

4.2.1 Compreensão sobre a Educação Ambiental.....................................................36

4.2.2 A Educação ambiental e sua relação com a sociedade....................................37

4.2.3 Educação Ambiental: uma proposta interdisciplinar ou transversal?...............39

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4.2.4 O professor como agente de transformação.....................................................42

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................46

REFERÊNCIAS..........................................................................................................48

ANEXOS

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INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é concebida como o ramo da educação cujo objetivo é a

disseminação do conhecimento sobre o ambiente a fim de ajudar à sua preservação

e utilização sustentáveis de seus recursos. Esta deverá responder ao desafio

ambiental contemporâneo, através da compreensão de uma mudança radical dos

valores da sociedade atual, da necessidade e de sua urgente transformação para

assegurar a própria sobrevivência da espécie humana e da vida em todos os

aspectos.

Este trabalho tem como objetivo analisar as compreensões que os professores têm

sobre sua relação com o meio e verificar como a questão ambiental está sendo

trabalhada na escola.

A pesquisa é composta por quatro capítulos, que serão apresentados a seguir:

No capítulo I, buscamos alguns aspectos que nos levaram à investigação sobre o

tema, assim como a problemática, os questionamentos e os objetivos, buscando

mostrar a importância da EA no âmbito escolar para formação de cidadãos críticos e

reflexivos.

No capítulo II, buscamos uma reflexão dos conceitos-chave que nortearam a

pesquisa, sendo estes: Educação Ambiental, Escola e Professor.

No capítulo III, ressaltamos sobre os procedimentos que realizamos em busca de

respostas. Trazemos então, a metodologia, mostrando como surgiu a necessidade

dessa pesquisa. Referindo-se ao enfoque qualitativo. Identificando também, o lócus,

os sujeitos e os instrumentos de coleta de dados.

No capítulo IV, apresentamos a análise e interpretações dos dados, nesse aspecto,

procuramos analisar as falas dos professores, comparando com as concepções

trazidas pelos autores. Esta análise foi dividida em categorias, tentando buscar

respostas para os objetivos almejados na pesquisa.

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Por fim, as considerações finais que nos trazem um relato a respeito dos resultados

encontrados, com ênfase nas concepções do grupo pesquisado a respeito da

Educação Ambiental.

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CAPÍTULO I

1. PROBLEMÁTICA

O tema meio ambiente vem preocupando governantes e profissionais de diversas

áreas do conhecimento ao longo dos anos. Não é um assunto novo, pois muito se

tem escrito e pesquisado sobre ele, especialmente no espaço escolar com o intuito

de Incorporá-lo ao processo educacional.

A crise ambiental que hoje é tão discutida surgiu em menor grau, desde que o

homem “descobriu” a natureza enquanto recurso natural, retirando dela, além de seu

sustento, recursos que possibilitassem a aquisição e acúmulo de bens materiais. A

partir daí, com o surgimento e o avanço da tecnologia, o espaço ocupado pelo

homem passou a sofrer sérias modificações relacionadas ou impostas pelo próprio

homem.

Inúmeras são as razões que tem levado o ser humano a interferir no meio ambiente

causando danos irreparáveis. A principal delas é o crescimento da população

mundial. Esse aumento populacional exige maiores áreas de cultivo, de onde

surgem os desmatamentos e queimadas para o plantio visando o aumento da

produção agrícolas, o que vem contribuindo para o uso abusivo de adubos e

pesticidas.

Comentando sobre a assunto, Mendonça (2008), afirma que:

Essa degradação tem comprometido a qualidade de vida da população de várias maneiras, sendo mais perceptível na alteração da qualidade da água,do ar, “acidentes” ecológicos ligado ao desmatamento, queimadas, poluição marinha, lacustre fluvial e morte de inúmeras espécies animais que hoje se encontram em extinção (p.10).

É importante ressaltar que nas últimas décadas o crescimento desordenado das

cidades especialmente no setor industrial vem aceleradamente comprometendo o

ecossistema o que, se for levado avante esse processo de degradação da forma

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como ele vem sendo conduzido poderemos chegar a efeitos irreversíveis para a

natureza e para a vida humana, tais como: desertificação, desflorestamento,

aquecimento da terra, chuvas ácidas, superpopulação, produção de alimento

crescendo num índice abaixo do necessário etc.

Diante desse quadro nunca é tarde lembrar o que diz Capra (1987):

... as duas últimas décadas do nosso século vem registrando um estudo de profunda crise mundial.É uma crise complexa, multireferencial, cujas facetas afetam todos os aspectos de nossa vida – a saúde e o modo de vida, a qualidade do meio ambiente e das relações sociais, tecnológicas e política.É uma crise de dimenções intelectuais, morais e espirituais; uma crise de escala e premência sem precedentes em toda história da humanidade. Pela primeira vez, temos que nos defrontar com a real ameaça de extinção da raça humana e toda vida no planeta “(p.19).

A crise que o planeta vive nas últimas décadas não se deve apenas à exaustão dos

recursos naturais, poluição, degradação dos ecossistemas etc., mas também, aos

aspectos ideológicos, políticos, históricos, sociais e culturais, que estão

intrinsecamente relacionados.

Pela gravidade da situação ambiental em todo mundo, assim como no Brasil, já se

tornou vital a necessidade de implementar a Educação ambiental para as novas

gerações, pois, as discussões sobre este tema e suas conseqüentes transformações

requer conhecimento, valores e atitudes diante de uma nova realidade a ser

construída. Como nos lembra Guimarães (1995):

O novo mundo que queremos mais equilibrado e justo requer participação de todos, principalmente do setor educacional, envolvendo o engajamento pessoal e coletivo de educadores e educandos no processo de transformação social.

Pela emergência da situação em que nos encontramos, é necessário trabalhar essa

questão com crianças em idade de formação de valores e atitudes, como também

para a população em geral, pois uma criança em contato com a realidade do seu

ambiente, não só aprenderia melhor, como também desenvolveria atitudes criativas

em relação ao mundo em sua volta.

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É nessa perspectiva que Lima em seu livro “Ecologia Humana” (1984), ressalta o

enorme desafio que a educação atual deve enfrentar.

A educação está assim sendo chamada a desempenhar papéis paradoxais. No momento em que ela procura ajustar o indivíduo à sociedade, deve também instrumentá-lo para criticar essa mesma sociedade. Daí vê-se claramente que a ação educativa tende a operar concomitantemente em dois níveis: em nível individual, orientando o uso ideal do meio, e em nível societário, criando uma consciência crítica, capaz de lutar pela racionalização na utilização dos recursos naturais, do meio como um todo e, sobretudo, de apontar as distorções dos sistemas em relação ao meio ambiente (p. 27).

A partir desse contexto vemos a necessidade de desenvolver nas escolas um

trabalho voltado pára os temas sócio-ambientais e de dar mais importância à

formação de profissionais críticos e reflexivos, capazes de compreender as relações

entre meio ambiente e sociedade, realizando a partir daí, uma prática construtiva e

interdisciplinar, bem como trabalhos pedagógicos para o exercício da cidadania.

A EA enquanto proposta de reflexão no ambiente escolar, surge para tentar

despertar em todos no meio acadêmico e na mídia, a consciência de que o ser

humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão antropocêntrica, que

fez com que o humem se sentisse sempre o centro de tudo esquecendo a

importância da natureza, da qual é parte integrante. Neste contexto Guimarães

(1995) esclarece que:

Na relação do ser humano com o meio, que atualmente parece se processar de forma bastante desequilibrada, dominadora, neoorotizante, é que a EA tem um grande campo a desenvolver. Praticando um trabalho de compreensão, sensibilização e ação sobre esta necessária relação integrada do ser humano com a natureza; adiquirindo uma consciência de intervenção humana sobre o ambiente que seja ecologicamente equilibrada (p.31).

A EA surge, portanto, como resposta à procupação com o futuro da vida. Ela tem

importante papel de interagir o ser humano como o meio ambiente. Uma relação

harmoniosa, consciente do equilíbrio dinâmico na natureza, possibilitando por meio

de novos conhecimentos, valores e atitudes a inserção do educando e do educador

como cidadãos, no processo de transformação do atual quadro ambiental do nosso

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planeta, a partir de suas ações locais, seja em casa, na escola, na comunidade e no

município.

Meu interesse pelo estudo sobre Educação Ambiental teve sua origem a partir da

observação desses fatores e da situação catastrófica que o planeta está

enfrentando. A partir dessa problemática, senti-me inquietada em buscar

informações a respeito de como as escolas da rede pública de ensino,

especialmente a Escola Municipal Arthur Pereira Maia, do município de Filadélfia,

vem trabalhando esse tema para garantir uma nova consciência crítica-construtiva

de seus alunos na relação com o meio ambiente.

Diante desse contexto surgiu a seguinte questão de pesquisa: Como os professores

da rede pública de ensino, especialmente os da Escola Municipal Arthur Pereira

Maia, tem trabalhado com a Educação Ambiental?

Essa pesquisa tem como objetivos:

Analisar as percepções que os professores têm sobre sua relação com o

meio ambiente;

Verificar como a questão ambiental está sendo trabalhada na escola.

A pertinência dessa pesquisa consiste, pois, numa tentativa de refletir, com mais

profundidade a questão ambiental e sua relação com o ambiente escolar, com o

intuito de contribuir para uma maior compreensão dessa relação e assim poder

auxiliar o poder publico, especialmente as escolas, com um novo olhar sobre a

temática da educação ambiental.

CAPÍTULO II

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2. QUADRO TEÓRICO

Com o intuito de melhor aprofundar a discussão a que nos propomos nesta

abordagem, e afim de compreender as concepções que os docentes têm em relação

ao meio ambiente, no processo educativo, vamos inicialmente refletir sobre os

seguintes conceitos: Educação Ambiental, Escola e Professor.

2.1 Educação Ambiental

Para analisar as questões ambientais dentro do contexto educacional, é necessário

primeiramente abordar o conceito meio ambiente, pois este é compreendido como

tudo aquilo que está a nossa volta, tudo que vemos, ouvimos, sentimos, tudo que

compõe o planeta. Em outras palavras Guimarães (1995) afirma que:

Meio ambiente é o conjunto de elementos vivos e não vivos que constituem o planeta terra: todos esses elementos relacionam-se influenciando e sofrendo influência entre si, em equilíbrio dinâmico (p.11)

Quando se trata de meio ambiente deve-se levar em consideração que o ser

humano surgiu fazendo parte integrada deste todo – a natureza. Com o passar do

tempo foi afirmando uma consciência individual totalmente desintegrada. Já não

percebia mais as relações de equilíbrio da natureza e passou a agir de forma

desarmônica sobre o ambiente. Ao aglomerar-se em áreas cada vez mais urbanas,

o homem passou a ter mais conhecimento para lidar com a natureza e compreender

melhor os fenômenos naturais, só que, esse conhecimento, serviu para explorar

ainda mais os recursos naturais.

Gadotti (2000), vem afirmar essa visão quando diz que:

O modelo econômico dominante tirou a palavra de todas as coisas para que apenas a palavra humana falasse, virando as costas para a terra, explorando-a apenas, não a tratando como um grande sujeito vivo do qual nós somos filhos e filhas (p.193-194).

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Com a Revolução Industrial, a exploração dos recursos da natureza se intensificou

causando problemas ambientais cada vez maiores atingindo uma esfera global e

não apenas local. Antes da década de 1950 não se falava ainda em EA, mas os

problemas ambientais eram marcantes. Tornaram-se cada vez mais urgentes,

amplamente estudados e discutidos. Pois como afirma Fontenele (2003) na citação

abaixo:

Hoje, a poluição, a devastação das florestas, os pesticidas, a radiatividade, a erosão, o efeito estufa, a camada de ozônio e outros assuntos que até alguns anos atrás eram preocupação apenas de ecologistas excêntricos, são manchetes e matéria de capa dos grandes jornais e revistas em todo o mundo (p.01).

As questões ambientais se apresentam como um dos problemas urgentes a serem

resolvidos nos novos tempos. É hoje uma questão política e assunto de interesse

geral que preocupa a todos, (Penteado,1994).

A preocupação com as rápidas mudanças que levou a crise de relação entre

sociedade e meio ambiente fez com que surgisse a mobilização da sociedade,

exigindo soluções e mudanças. Na década de 1960, a partir dos movimentos contra

culturais, surgiu a difusão da educação ambiental como ferramenta das mudanças

nas relações do homem com o ambiente.

A necessidade de se perceber a importância de um olhar sobre as agressões do

homem à natureza passou a ser debatida nos últimos anos a partir de grandes

encontros e publicações, como veremos em uma breve retrospectiva histórica.

2.1.2 Educação Ambiental: Uma retrospectiva histórica

Uma das publicações mais importantes, que na nossa compreensão abriu o debate

em torno dessa temática foi o livro “Primavera Silenciosa “(Silent Spring), de Raquel

Carson (1992), que foi publicado como alerta e reação a essas agressões, pois o

mesmo trata dos efeitos ecológicos provocados pelo homem devido a seu modo de

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vida em prol do desenvolvimento industrial. Mais tarde, outros autores entenderam

que essas agressões afetam a natureza causando outros impactos na sociedade.

Podemos considerar os anos 60/70 como o marco contemporâneo de ascensão dos

movimentos sociais em defesa do meio ambiente.

Segundo Guimarães (1995), a questão ambiental ganhou grande repercussão em

nível mundial com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente,

realizada em Estocolmo, em 1972. Nesta conferência foi discutida com preocupação

a questão da educação para o meio ambiente.

Guimarães ao citar Lima (1984), destaca que:

Se estabeleceu uma abordagem multidisciplinar para nova área de conhecimento, abrangendo todos os níveis de ensino, incluindo o nível não-formal, com a finalidade de sensibilizar a população para os cuidados ambientais (p.17-18).

Em 1975, aconteceu o congresso de Belgrado, na Iugoslávia. Neste encontro foram

determinados as metas e os objetivos da Educação Ambiental, que se convencionou

chamar a carta de Belgrado, onde o principio básico é a atenção com o meio natural

e artificial, considerando os fatores ecológicos, políticos, sociais, culturais e

estéticos.

Guimarães destaca ainda ao citar Lima, (1984) que como meta prioritária foi

declarado que:

[...] a formação nos indivíduos de uma consciência coletiva, capaz de discernir a importância ambiental na preservação da espécie humana e,sobretudo, estimular um comportamento cooperativo nos diferentes níveis das relações inter e intranações.(p.18)

Em 1977 a Organização das Nações Unidas ( ONU), através da Unesco, organizou

a I conferência Intergovernamental sobre educação para o ambiente, em Tbillisi-

Geórgia uma das mais importantes para EA a nível mundial. Nela, foram traçados de

forma mais sistemática e definidas as características que a EA formal deve ter: ou

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seja, deve ser um processo dinâmico e integrado, transformador, participativo,

abrangente, globalizador, permanente e contextualizado.

A nível de Brasil, foram incorporadas recentemente com os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs) do Ministério da Educação e Cultura, na abordagem sobre o

processo da transversalidade, que a EA não seja tratada como uma disciplina

específica, mas sim, como um tema que permeie em todas as disciplinas.

Na década de 1970 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Nos

anos 1980 começam a surgir no Brasil muitos trabalhos acadêmicos abordando a

temática, surgem também movimentos sociais e junto com eles, a Constituição

Federativa do Brasil de 1988, estabelecendo que é de competência do poder público

promover a EA em todos os níveis de ensino.

Mais tarde, foi realizada a II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, a ECO-92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1990. O principal

documento extraído dessa Conferência foi a Agenda 21, programa recomendado

para os governos, agências de Desenvolvimento, Órgãos das Nações Unidas,

Organizações não-governamentais e para a sociedade civil de um modo geral.

Segundo Oliva (2001), este documento recomenda a celebração da Educação

Ambiental como prática a ser desenvolvida no cotidiano das sociedades, salientando

conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnica de comportamento

em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreça a participação

pública efetiva nas tomadas de decisões, para ser colocado em prática a partir de

sua aprovação, em 14 de junho de 1992, ao longo do século 21 em todas as áreas

em que a atividade humana interfira no meio ambiente.

Como visto nesta breve retrospectiva, sobre a questão ambiental, o Programa

Nacional de Educação Ambiental (Pronea) e os novos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs), que definem meio ambiente como tema transversal em todas as

disciplinas, nos remete a necessidade de uma maior compreensão sobre esse

conceito e sua definição

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2.1.3 O que é Educação Ambiental?

Segura (2001) define a palavra “educação” fazendo uma relação com o adjetivo

“ambiental, sugerindo que:

Trata-se de uma troca de saberes, de uma relação do individuo com o mundo que o cerca e com outros indivíduos. O adjetivo “ambiental” tempera essa relação inserindo a percepção sobre a natureza e as formas como os humanos interagem entre si e com ela. Em outras palavras, a EA busca formação de sujeitos a partir do intercambio com o mundo e com outros sujeitos (p.43)

Existem varias definições para EA, variando de acordo com cada contexto. Os

PCNs(1998), a definem como:

Um meio Indispensável para se conseguir criar e aplicar formas cada vez mais sustentáveis, de interação sociedade-natureza, e soluções para os problemas ambientais. A educação sozinha não é suficiente para mudar os rumos do planeta, mas certamente é condição necessária para tanto. (p.180).

A lei Nº 9.795 sancionada pelo Congresso Nacional, em 27 de abril de 1999, que

institui a Política Nacional de Educação Ambiental, até hoje pouco conhecida e

praticada, define legalmente a EA em seu Art.1º como:

Processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

No Art.2º da mesma lei está escrita: “Á educação ambiental é um componente

essencial e permanente da educação nacional devendo estar presente, de forma

articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter

formal e não formal”.

A presença da EA em caráter informal envolve todos os segmentos da população,

como por exemplo: grupos de mulheres, de jovens, trabalhadores, políticos,

empresários, associações de moradores, profissionais liberais, dentre outros e na

educação formal, abrange os currículos das instituições de ensino público e privado,

englobando: educação básica; educação infantil; ensino fundamental e ensino

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médio; educação superior; educação especial; educação profissional e educação de

jovens e adultos. Objetivando segundo Marcatto (2002), atingir o público em geral

partindo do principio de que todas as pessoas devem ter oportunidade de acesso às

informações que lhes permitam participar ativamente da busca de soluções para os

problemas atuais.

A proposta do Ministério da Educação e cultura (MEC) para a prática da EA na

escola, implementada pela coordenação geral, é a inserção da temática ambiental

nos currículos, aliada a adoção de uma nova postura de práticas e atitudes de toda

comunidade escolar, que pode ser exercitada em projetos de educação ambiental

articulados com projetos educativos na escola, E os professores são os principais

agentes de implantação da Educação Ambiental (Oliva, 2001).

2.2 Escola

A escola como espaço de estudo é uma organização que detém em sua estrutura

física, itens pedagógicos e filosóficos capazes de representar aquilo que a

sociedade deseja e acredita. Sendo uma instituição responsável pela educação, é

elementar para o desenvolvimento social dos indivíduos. Sua grande tarefa segundo

os PCNs (2001) é:

Proporcionar um ambiente escolar saudável e coerente com aquilo que ela pretende que seus alunos aprendam, para que possa, de fato, contribuir para a formação de cidadãos consciente de suas responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes de proteção e melhoria em relação a ele (p.75).

A escola, segundo Segura (2001), “foi um dos primeiros espaços a absorver o

processo de “ambientalização” da sociedade, recebendo sua cota de

responsabilidade para melhorar a qualidade de vida da população por meio da

informação e conscientização”. Sua finalidade é adequar as necessidades

individuais ao meio, enfatizando que o papel do professor é auxiliar na contribuição

do conhecimento, priorizando as decisões do grupo, tornando-se um local onde seja

possível o crescimento mútuo dos seus membros.

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Libâneo (1992), ao refletir sobre essa mesma temática, destaca que:

A preparação das crianças e jovens para a participação ativa na vida social é o objetivo mais imediato da escola pública [...] Ao realizar suas tarefas básicas, a escola e os professores estão cumprindo responsabilidades sociais e políticas. Com efeito, ao possibilitar aos alunos o domínio dos conhecimentos culturais e científicos, a educação socializa o saber sistematizado e desenvolve capacidades cognitivas e operativas para a atuação no trabalho e nas lutas sociais pela conquista dos direitos de cidadania. (p.33).

O convívio escolar é decisivo na aprendizagem de valores sociais e o ambiente

escolar é o espaço de atuação mais imediato para os alunos. Assim, é preciso

salientar a sua importância nesse trabalho. Sendo a escola responsável pela

formação do cidadão, é chamada a contribuir para a resolução de alguns problemas

na sociedade. É ai, onde fazemos o seguinte questionamento: qual a finalidade da

EA na escola?

Nas palavras de Brandão (1995-1996), a EA “é uma das vocações da educação,

que se inspira tanto nos valores de respeito a todas as formas de vida e de

solidariedade, como na necessidade de adquirir conhecimentos específicos a

respeito da problemática ambiental” (p. 4). Isso nos leva a entender que a EA tem

um papel e uma identidade consolidada dentro do processo educativo sendo um

fator indispensável na formação individual e coletiva de indivíduos críticos e

conscientes, a respeito das demandas ambientais.

Segundo Guimarães (2004) atualmente no Brasil, projetos e atividades

desenvolvidas em prol da EA, estão voltadas apenas para o ambiente natural, não

incluindo o homem e suas relações. No entender desse autor isso acontece por que

“as bases teóricas e políticas que fundamentam a formação da maioria dos

educadores, ainda estão pautadas numa visão desarmônica entre indivíduos,

sociedade e natureza”.

Sobre este contexto, Sorrentino (1995) destaca que:

O objetivo de educação ambiental é o de contribuir para a conservação da biodiversidade, para a auto-realização individual e a comunitária e para a

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autogestão política e econômica, através de processos educativos que promovam a melhora do meio ambiente e da qualidade de vida (p87).

Diante disso, é preciso refletir sobre como a EA vem sendo trabalhada nas escolas.

Saber por que a educação alcança tão pouco seus objetivos. Fica evidente que é

preciso: investigar o interesse dos professores sobre o tema em questão; analisar se

as informações são transmitidas nas atividades destinadas a este fim; desenvolver

novas práticas pedagógicas que ofereçam meios efetivos para que cada aluno

compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e suas conseqüências;

adotar posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos; incluir nos

currículos escolares conteúdos ambientais contextualizados para ajudar o aluno a

compreender o mundo em que vive, fazendo correlação dos fatos.

Sobre o currículo Sato (2004), entende que:

O desenvolvimento do currículo escolar deve ser amplamente discutido com especialistas, professores alunos e comunidade, garantindo tempo e espaço para as discussões que definirão a estrutura escolar. È preciso rever os conteúdos para encontrar um objeto de convergência entre as disciplinas que consequentemente implica interdisciplinaridade. Nesse contexto a educação ambiental é um fantástico mecanismo de auxilio da promoção da educação em geral, porque relaciona à ética, à moral, à educação pública e gratuita, aos direitos humanos, à solidariedade entre as nações, entre outros (p.29)

Assim, sendo, trabalhando os conteúdos básicos considerados universais, o

conhecimento, valores, hábitos, atitudes e comportamento, possibilitarão ao

indivíduo situar-se como ser social, capaz de exercer o pleno exercício da cidadania.

E ao obter novos conhecimentos os alunos poderão fazer leitura da realidade

concreta de forma crítica.

Portanto, diante de toda discussão feita em torno do papel da escola na sociedade,

é notável que a mesma tenha um papel decisivo na formação e sensibilização dos

indivíduos em relação ao ambiente. Tal papel se define a partir da postura que a

escola adota.

2.3 Professor

Page 26: Monografia Edivania Pedagogia 2010

26

Professores são profissionais de suma importância que trabalham nas escolas e

acreditam na importância delas para a formação de crianças, jovens e adultos. Seu

papel é promover uma formação de qualidade que ajude na transformação e

compreensão de mundo propiciando uma mediação na relação do sujeito e o

conhecimento. A cerca disso MizuKami (1986) vem afirmando que:

O professor nessa abordagem assume a função de facilitador da aprendizagem, nesse clima o estudante entrará em contato com os problemas vitais que tenham repercussão na existência. Daí o professor a ser compreendido como facilitador da aprendizagem, congruente, ou seja, integrado. (p.52)

Sendo a escola o campo específico de atuação profissional dos educadores, nela,

poderão assegurar aos alunos através de sua prática educativa um sólido domínio

de conhecimentos, habilidades e desenvolvimento de suas capacidades intelectuais.

O domínio de um conhecimento sólido é essencial na vida do cidadão e condição

indispensável para uma leitura crítica da realidade, pois, como bem salienta Cortella

(2001):

O bem imprescindível para nossa existência é o conhecimento, dado que ele, por se constituir em entendimento, averiguação e interpretação sobre a realidade, é o que nos guia como ferramenta central para nela intervir; ao seu lado se coloca a educação (em suas múltiplas formas), que é o vínculo que o transporta para ser produzido e reproduzido (p.45).

Nesse contexto é necessário que o professor faça uma reflexão acerca de sua

prática educativa de maneira a avaliar quais contribuições seu trabalho está dando

em abrir espaços para manifestações de trabalhos com diferenças, a auto-

expressão, a descoberta, novas experiências perceptivas e etc. Pois seu papel é de

fundamental importância no crescimento intelectual, cultural e artístico tanto dos

alunos como da sociedade como um todo.

Gadotti (2003) ao relatar sobre a importância do professor esclarece que:

Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo, conviver, é ter consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores, assim como não se pode pensar num futuro sem poetas e filósofos. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência critica, mas

Page 27: Monografia Edivania Pedagogia 2010

27

também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da palavra, dos marketeiros, eles são os verdadeiros “amantes da sabedoria”, os filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber (não o dado, a informação e o puro conhecimento), porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e buscam juntos, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Por isso eles são imprenscidíveis (p.17).

É notável que o professor exerça grande influência na formação do cidadão,

portanto, se torna necessário que ele seja um exemplo para todos que o cercam,

que tenha uma formação política ética, compromisso com suas responsabilidades;

respeito com as diferenças; tolerância diante de atitudes; autonomia didático-

pedagógica; e domínio do saber específico que leciona. Além de tudo que lhe é

atribuído, o professor, deve ter um olhar voltado para os problemas ambientais em

sua volta, um olhar crítico que, envolvido com sua ação, poderá desencadear

mudanças de perspectiva visando à participação na transformação social.

Segundo Gouveia (1999):

Não basta propormos maior participação, mas mudanças, esta participação tem que ser praticada. A participação traz como conseqüência, a responsabilidade pelos próprios atos, tornando a ação docente uma ação consciente e compromissada com as mudanças (p.8).

A formação deficiente do professor constitui-se um problema concreto da educação,

mas é preciso mudar a realidade desse quadro. É preciso segundo Nogueira (2001),

mudar o atual modelo de formação de professores e por em prática os princípios,

realizar as propostas curriculares, reconstruir a escola como espaço de vivencia, de

cidadania. Nenhuma ação se efetiva sem a disponibilidade dos que participam dela.

A formação não avançará sem que os professores a tomem para si, como

responsabilidade pessoal e coletiva. Por isso mesmo é necessário oferecer-lhe

formação para desenvolver a capacidade de compreender, refletir e ensinar os

temas relacionados ao meio ambiente (Penteado,1994).

Page 28: Monografia Edivania Pedagogia 2010

28

Percebe-se que quando o professor amplia seus conhecimentos, trilha por caminhos

pedagógicos diferenciados para o ensino do EA. O ensino –aprendizagem além de

se tornar mais prazeroso, torna-se mais significativo para seus alunos.

Em função disso percebe-se que é de grande importância o papel participativo,

atuante do educador /educando na construção do processo de EA, envolvendo-se

integralmente e vivenciando-a criticamente para atuar na construção de uma nova

realidade desejada.

Page 29: Monografia Edivania Pedagogia 2010

29

CAPITULO III

3. METODOLOGIA

A pesquisa sugere da inquietação do individuo em relação a um determinado

problema, sendo ele de ordem social ou não. Para Freitag (1980) a pesquisa é uma

das técnicas sócias necessárias para que se conheçam as constelações históricas.

E o processo pelo qual os resultados da investigação são alcançados é entendido

como metodologia. É através da metodologia que as ações são desenvolvidas em

busca da concretização da pesquisa.

Demo (1987), a define como uma:

A metodologia é uma preocupação instrumental. Trata das formas de se fazer ciências. Cuida dos procedimentos, das ferramentas dos caminhos. A finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e praticamente. Para atingirmos tal finalidade, colocam-se vários caminhos. Disto trata a metodologia (p.22).

3.1 Abordagem utilizada

Diante da proposta de estudo que está sendo realizada, o tipo de abordagem

utilizada nessa pesquisa, foi a de caráter qualitativo, muito usada nas pesquisas

educacionais nas últimas décadas e tem como uma de suas características

investigar os significados que os envolvidos dão ao assunto pesquisado.

Machado e Almeida (2006), reforçando essa compreensão afirmam que:

A pesquisa qualitativa (interpretativa) é considerada como aquela onde os pesquisadores interessam-se por compreender os significados que os indivíduos dão a sua própria vida e as suas experiências. O ponto de vista, o sentido que os atores dão aos seus comportamentos humanos e sociais. Mas estes significados e estas interpretações são abordados nas interações sócias onde os aspectos políticos e sociais afetam os pontos de vista dos atores. Há concordância de que interesses sociais e políticos orientam as integrações dos atores (p.32).

Page 30: Monografia Edivania Pedagogia 2010

30

Para Ludke e André (1986) “a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua

fonte de dados e o pesquisador como seu principal instrumento”. Esse modelo

promove a interação entre o pesquisador e grupo social pesquisado e permite captar

aspectos e destacar características não observadas por meio de estudos

quantitativos, pelo fato de este ser superficial.

Goldemberg (2000), refletindo acerca dessa disso destaca que:

Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa em pesquisa se opõem ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências da natureza.Estes pesquisadores se recusam a legitimar seus conhecimentos por processos quantificáveis que venham a se transformar em leis explicáveis gerais. Afirmam que as ciências sociais tem sua especificidade, que pressupõe uma metodologia própria (p.11).

Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos justificam suas escolhas

afirmando que:

A pesquisa qualitativa responde questões muito particulares, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser qualificado. Trabalha com o universo dos significados, motivos, aspirações, contrario da qualitativa, aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas. (Michaliszy, 2005,p.57).

Para Goldenberg (1999), os pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista

aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer

julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.

3.2 Lócus da Pesquisa

O lócus da pesquisa propicia ao pesquisador uma vivencia que traz interações entre

pesquisador e sujeito, proporcionando assim uma abertura para investigar, dialogar

e assim perceber quais as preocupações que os sujeitos têm a cerca da questão

ambiental.

O lócus escolhido para o desenvolvimento dessa pesquisa foi a Escola Municipal

Artur Pereira Maia, situada no Bairro Jacaré, município de Filadélfia – BA. Fundada

em 1985, apresenta um quadro de 32 funcionários (20 docentes, 01 coordenadora,

Page 31: Monografia Edivania Pedagogia 2010

31

01 diretor, 01 secretária, 01 guarda e 08 auxiliares de serviços gerais). Esta escola

atende a uma clientela de 278 alunos que freqüentam os 3 turnos. Os cursos

oferecidos são: Educação Infantil, Fundamental I e II e Educação de jovens e

Adultos.

A estrutura física da escola é subdividida em: 05 salas espaçosas, 01 sala dos

professores e dos computadores, 01 secretaria, 05 banheiros, 01 cantina, pátio para

recreação e 01 biblioteca. A instituição também dispõe de alguns recursos

tecnológicos como: 01 DVD, 01 TV, 01 aparelho de som e 08 computadores.

O plano Administrativo e Pedagógico da Escola conta com um regimento elaborado

pela Secretaria Municipal de Educação do município. A escola também trabalha com

projetos educativos voltados para a inclusão social que possibilitam ao aluno uma

melhor inserção na sociedade.

3.3Sujeitos da Pesquisa

Os sujeitos da presente pesquisa foram 10 professores da Educação Infantil, Ensino

Fundamental I e II, dos turnos matutino e vespertino da Escola Municipal Artur

Pereira Maia. Esses sujeitos foram escolhidos por se adequarem ao perfil de

professores que nos darão os subsídios necessários e informações que

possibilitarão a realização da presente pesquisa.

3.4 Instrumentos da pesquisa

Para obter as informações necessárias a execução dos procedimentos dessa

pesquisa, utilizamos como instrumento de coleta de dados o questionário semi-

aberto, que buscou além de traçar o perfil dos sujeitos, contribuir para a coleta de

informações para uma melhor análise da realidade, cujos dados, possibilitou

também articulação das idéias que garantiram as expressões sobre as

compreensões do tema abordado.

3.4.1 Questionário semi-aberto

Page 32: Monografia Edivania Pedagogia 2010

32

O questionário é um instrumento muito útil e de fundamental importância para se

perceber as compreensões que os sujeitos têm sobre determinado tema, dando

respaldo para o pesquisador interligar e compreender o processo em sua totalidade.

Segundo Cervo (1983):

O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Em geral, a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche (p. 48).

Por se tratar de um instrumento de coleta de dados constituído por uma série

ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do

investigador. Nesse pensamento, Goldemberg (2000), afirma que:

[...] os pesquisados se sentem mais livres para exprimir opiniões que temem ser desaprovados ou que podem colocá-los em dificuldades, menos pressões para uma resposta imediata, o pesquisado pode pensar com calma (p. p. 87-88).

Escolhemos o questionário com questões abertas e fechadas para colher

informações dos sujeitos acerca de suas compreensões sobre o tema abordado,

além de traçar o perfil e coletar dos mesmos dados que participaram da pesquisa

para a conclusão deste trabalho. Todos os professores foram submetidos às

mesmas perguntas e às mesmas alternativas de respostas. O questionário foi

acompanhado de instruções bem claras e específicas garantindo coletar

informações que nos possibilitaram fazer as análises e interpretações dos dados,

que será exibido no próximo capítulo.

CAPÍTULO IV

Page 33: Monografia Edivania Pedagogia 2010

33

4. Análise e interpretação dos dados

Esse capítulo procura analisar e interpretar os dados obtidos por meio do

questionário semi-aberto. Instrumento utilizado como método para traçar o perfil dos

08 professores pesquisados, além de interpretar as informações a cerca das

compreensões que os professores têm a respeito da Educação Ambiental. Foram

distribuídos 10 questionários dos quais apenas 08 retornaram.

A princípio, analisaremos o perfil desses professores, através das informações

obtidas pela aplicação do questionário, apresentando sob forma de gráfico e

discussões. Em seguida, abordaremos as percepções que os professores têm a

respeito da pesquisa utilizando os mesmos métodos.

4.1 Perfil dos sujeitos

4.1.1 Gênero

Ao observarmos a figura acima, percebemos que os profissionais que participaram

da amostra da pesquisa são 37,5% do sexo masculino e 62,5% do sexo feminino.

Constatamos aqui a forte presença da figura feminina como professora nas escolas

brasileiras. A feminização do magistério brasileiro, segundo dados divulgados pela

UNESCO, chega a atingir 94,6% do sistema público de ensino (Góis, 2002). Não é o

caso da nossa amostra, mas no geral podemos constatar esses dados.

62,5%

37,5%

Masculino

Feminino

Figura 01: Percentual de Gênero

Page 34: Monografia Edivania Pedagogia 2010

34

4.1.2 Faixa etária

Com relação à faixa etária dos professores, observamos através do gráfico que o

maior percentual encontra-se entre professores acima de 35 anos representando

75% dos pesquisados. Com base nesses dados constatamos um número bastante

significativo de educadores acima de 35 anos , fato este, que revela certo grau de

maturidade por parte daqueles que exercem a função nas escolas do município.

4.1.3 Nível de escolaridade

O gráfico acima faz uma demonstração da formação dos professores pesquisados.

Como podemos observar, 37,5% tem formação no Magistério, 37,5% são graduados

em Pedagogia e 25% possuem cursos de especialização, nenhum, porém na área

de EA, e sim nas áreas de Educação Especial, Gestão e Supervisão Escolar,

Figura 02: Percentual em relação à faixa etária

12,5%

12,5%

75%

20 a 25 anos

30 a 35 anos

Acima de 35 anos

Figura 03: Percentual de nível de escolaridade

37,5%

37,5%25%

Magistério

Graduados emPedagogia

Pós Graduação

Page 35: Monografia Edivania Pedagogia 2010

35

tornando evidente a ausência de especialistas nesta área. Como todos esses

profissionais trabalham na educação básica, devem considerar a necessidade de

uma formação continuada buscando qualificar-se pessoal e profissionalmente para

desenvolver seu trabalho com qualidade e segurança.

Angotti (2002) afirma que:

O professor precisa avivar em si mesmo o compromisso de um constante busco de conhecimentos como alimento para o seu crescimento pessoal e profissional. Isso poderá gerar-lhe segurança confiabilidade na realização do seu trabalho docente. Esta busca poderá instrumentalizar para assumir seus critérios, seus ideais, suas verdades, contribuindo para referendar um corpo teórico que dê sustentação para a realização do fazer (p. 64).

Diante da citação acima, percebe-se a grande importância que deve-se dar para

uma boa formação profissional e atualização de seus conhecimentos para assim

exercitar uma prática pedagógica transformadora, consciente e comprometida com o

ensino.

4.1.4 Tempo de atuação

Conforme dados expostos na figura 03, percebemos que 12,5% dos professores

pesquisados desenvolve uma prática educacional a pouco menos de 03 anos, já

87,5% apresenta tempo de serviço superior a 06 anos. Esses dados provam que os

mesmos possuem um tempo significativo de atuação nesse nível de ensino,

trazendo consigo uma carga de experiência e compreensão bem relevante de seu

papel como educador dentro do processo de ensino e aprendizagem.

ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS

87,5%

12,5%

Menos de 03 anos

Mais de 06 anos

Figura 04: Percentual de tempo de atuação

Page 36: Monografia Edivania Pedagogia 2010

36

4.2.1- Compreensão sobre a Educação Ambiental

No sentido de identificar as compreensões que os professores da Escola Artur

Pereira Maia, tem sobre a EA, consegui através da coleta de dados elementos que

contribuíram para sistematizar a análise proposta, uma vez que o objetivo é

encontrar respostas para tais inquietações.

Quando questionados sobre suas compreensões acerca da Educação Ambiental,

obtivemos os seguintes depoimentos:

P1: É a maneira de conscientizar as pessoas para preservar o meio ambiente. P3: É a conscientização e valorização do meio ambiente. A partir do momento que os alunos têm consciência da importância do meio, procura preservá-lo. P6: É a educação que visa mostrar às pessoas os problemas que o ambiente vem enfrentando com o objetivo de formar cidadãos conscientes da necessidade de preservar o meio, instruindo os indivíduos a ter comportamentos ecologicamente corretos.

P4: É tudo o que está relacionado ao meio ambiente, conservação da matéria prima, dos recursos renováveis e não renováveis.

Nesses depoimentos percebemos que as palavras dos educadores demonstram

uma compreensão acerca do tema um tanto conservacionista, com ênfase no

ambiente natural para a proteção e conservação da natureza, mostrando que nem

todos compreendem a evolução deste conceito, se prendendo somente aos

aspectos naturais dissociando-os dos aspectos sociais. Vemos aí, a necessidade de

se compreender a EA, contemplando-a com uma visão mais abrangente, isto é,

globalizante. Como bem salienta Segura (2001), a EA traz uma proposta de “vida e

de compreensão do mundo que valoriza valores éticos, estéticos, democráticos e

humanistas, partindo do princípio de respeito às diversidades natural e cultural” (p.

42).

Nesse sentido, o depoimento do professor 7, é o que mais se aproxima dessa

concepção, quando fala que: “a EA abrange um contexto bem amplo que inclui, além

dos aspectos naturais e uso de seus recursos, os aspectos sociais, morais e éticos.

Este discurso dá uma definição mais completa de EA, pois, as reflexões aqui não

Page 37: Monografia Edivania Pedagogia 2010

37

foram reduzidas apenas aos aspectos naturais ou ecológicos, mas foram

relacionadas a um conceito mais abrangente.

Diante das colocações dos professores, em comparação à do autor, fica evidente a

necessidade de se desenvolver no ambiente escolar práticas educativas voltadas

para a ampliação de conhecimentos desses profissionais, visando provocações de

mudanças no estilo de vida, tanto do aluno, como do professor, por novos padrões

de conduta, preservação e conservação do meio ambiente, sustentada por um

acréscimo de consciência unitária e universal.

É no sentido de mudanças que o educador deve ter um olhar voltado para os

problemas ambientais, um olhar crítico que envolvido com a ação poderá

desencadear mudanças na perspectiva de vida, visando a participação na

transformação social. Sobre esse aspecto, passaremos então a refletir sobre o papel

da EA na contribuição para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

4.2.2 A Educação ambiental e sua relação com a sociedade

Quando questionados sobre como a EA contribui ou ajuda a melhorar as relações

entre sociedade, natureza e a qualidade de vida da população, as respostas foram

as seguintes:

P2: A sua importância para a sociedade atual se faz, no momento de criar uma consciência de preservação, conservação e desenvolvimento sustentável, levando-nos a preservar o meio ambiente.

P4: Contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade sócio-ambiental de um modo comprometido.

P7: Ajuda o homem a repensar as práticas arbitrárias e suas atitudes pecaminosas de destruição ambiental. E quando o ser humano fica cônscio do seu dever obviamente que terá uma qualidade de vida melhor.

Nas afirmações dos 08 professores pesquisados, percebemos que 75%

compreenderam a importância da EA como meio de desenvolver nos cidadãos uma

consciência crítica ambiental de preservação, desenvolvimento sustentável e sócio-

ambiental e ainda de contribuir para mudanças na formação destes cidadãos

Page 38: Monografia Edivania Pedagogia 2010

38

conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes

de proteção e melhoria em relação a ele.

Rigota (1994) em seu livro, “Por uma filosofia da Educação ambiental”, acrescenta

uma contribuição pertinente sobre o papel da EA na relação com a sociedade.

Seu papel é servir como ferramenta para estimular a reflexão, propiciar conhecimento e subsidiar a ação, com vistas a minimizar os danos ambientais e reforçar o potencial político de cada indivíduo pra que compartilhe responsabilidades no convívio social, isto é, estabelecer as bases de uma “nova aliança” entre sociedade e natureza (p. 312).

Nessa mesma categoria é pertinente destacar as falas dos professores 3 e 5,

quando afirmam:

P3: Sim, desde quando a sociedade é informada e preparada para lidar com este assunto.

P5: A minha opinião é que ela precisa de mais eventos e mais divulgações para conscientização da população.

Nesses depoimentos, percebemos que estes educadores reconhecem que a

Educação Ambiental tem um papel significativo como instrumento de

conscientização na relação entre natureza e sociedade, mas destacam dois fatores

que prejudicam essa relação, que é a falta de informação e divulgação sobre o

assunto.

Por um lado percebemos que de fato, essa é uma realidade presente nas escolas.

De acordo com suas falas (p3 e p5), pouca atenção vem sendo dada a esse

assunto, especialmente na Escola Municipal Artur Pereira Maia (escola onde esses

educadores vivenciam essa realidade). Isso demonstra que essa, entre outras

escolas, tem deixado de cumprir o que esta escrito na lei 9.795 sancionada pelo

Congresso Nacional no seu Art. 2º, onde diz que: “ A educação ambiental é um

componente essencial e permanente da educação nacional devendo estar presente,

de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em

caráter formal e não formal”. Portanto, vê-se que a escola tem deixado de cumprir

Page 39: Monografia Edivania Pedagogia 2010

39

sua cota de responsabilidade para melhorar a qualidade de vida da população por

meio da informação e conscientização.

Mas por outro lado, ao discutir os aspectos que favorecem ou desfavorecem o real

envolvimento com a questão ambiental, Sorrentino (1991), destaca que: “Estudos

sobre problemas ambientais provam de maneira bastante clara que a falha não está

na falta de informação ou no desconhecimento dos problemas, mas na sensação de

distancia entre a ação individual e coletiva (p.48).

Diante das colocações dos professores e em comparação com o autor, constatamos

que esses professores precisam saber que o processo de EA vai além de

conscientização e informação sobre o assunto. É preciso associar atitude reflexiva

com a ação, a teoria com a prática, o pensar com o fazer, para realizar um

verdadeiro “diálogo”, como bem define Paulo Freire em sua proposta educacional;

ou seja, ter a práxis em EA.

4.2.3 Educação Ambiental: uma proposta interdisciplinar ou transversal?

Acreditamos que a escola é um espaço privilegiado e informações onde os

professores devem trabalhar na perspectiva de visões cotidianas, exercendo um

papel muito importante na construção da conhecimento de seus alunos. Nela deve-

se inserir o conceito de EA, visando a reflexão e a prática daqueles que se propõem

a fazer da educação uma verdadeira fonte de motivação para a transformação

social.

Ao serem abordados sobre como a Educação Ambiental deve ser trabalhada no

ambiente no ambiente escolar, 100% dos professores pesquisados optaram pela

interdisciplinaridade. Ao explicar o por que de suas escolhas obtivemos as seguintes

respostas:

P1: Primeiro temos um problema a ser enfrentado quando se trata de meio ambiente. Segundo nada melhor do que conscientizarmos nossos alunos, independente de qual seja a disciplina ensinada.

P3: Porque juntar com outras disciplinas e explorar várias técnicas ou métodos de se aprofundar nesse tema.

Page 40: Monografia Edivania Pedagogia 2010

40

P6: É necessário que todos falemos a mesma língua na construção de valores éticos e morais de cidadania.

P7: O meio ambiente, o meio ambiente faz parte de nossa vida e pede por socorro, portanto educadores, educandos e sociedade, independente de qualquer disciplina deve contextualizar essa situação.

Diante das informações, fica claro que na visão desses educadores a educação

ambiental esta muito ligada à abordagem interdisciplinar. Essa abordagem, no

entanto, é compreendida das mais diversas formas. Segundo Reigota (1994),

normalmente, ela é empregada quando professores de diferentes disciplinas

realizam atividades comuns sobre um mesmo tema. Assim, temos diferentes

interpretações sobre o assunto em pauta e as possíveis contribuições específicas.

Ao discutir a importância da interdisciplinaridade Medina (2001), afirma que:

Esta põe ênfase no desenvolvimento de valores e comportamentos diferentes, na relação dos homens com o meio ambiente, defende a necessidade de um conhecimento integrado da realidade e procedimentos baseados na investigação dos problemas ambientais, utilizando estratégias interdisciplinares (p.39).

Para Reigota (2004), a Educação Ambiental, como perspectiva educativa, pode

estar presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitam enfocar

as relações entre a humanidade e o meio natural, com suas relações sociais, sem

deixar de lado as suas especificidades.

Ao analisarmos as respostas, percebemos que esses professores resumem o

trabalho a ser feito com a EA apenas à abordagem interdisciplinar, mas conforme

determina a LDB, a EA deve ser ministrada nas escolas de forma interdisciplinar e

transversal, ou seja, fazendo parte do conteúdo pragmático das disciplinas.

Essa visão é compartilhada por Capra (1995) quando destaca que essa é uma

estratégia de ensino apropriada onde as disciplinas são recursos a serviço de um

objeto central. Segundo ele: “a aprendizagem baseada em projetos consiste em

fomentar experiências de aprendizagem que engajem os estudantes em projetos

complexos do mundo real, através dos quais possam desenvolver e aplicar suas

habilidades e conhecimentos” (p.32).

Page 41: Monografia Edivania Pedagogia 2010

41

Reforçando a importância da transversalidade, os PCNs de Meio Ambiente – vol. 9

(2001), afirma que:

Os conteúdos de meio ambiente serão integrados ao currículo através da transversalização, pois, serão tratados nas diversas áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, criar uma visão global e abrangente da questão ambiental (p.49).

Os professores recomendam que a EA deve ser interdisciplinar, demonstrando

assim, uma lógica correta daquilo que é proposto a respeito de como deve ser a EA

no âmbito escolar, no entanto, por meio da análise de suas atividades veremos se

essas práticas condizem com suas teorias. Ao questionarmos sobre como a EA é

trabalhada nas atividades disciplinares, os professores responderam:

P1: ...trazendo dados matemáticos. A partir dessas informações procuraremos saber de que forma podemos diminuir o impacto.

P2 e p5: Através da leitura, interpretação e produção de texto.

P6: Conscientizando-o da importância de cuidar do meio ambiente como espaço em que vivemos e trabalhando a reciclagem como uma atitude fundamental para preservação ambiental do lugar onde ele está inserido, não jogando lixo em qualquer local que possa transformar-se em perigo para o meio ambiente.

P8: Na conservação e preservação do meio ambiente.

Perante essas declarações, constatamos que esses professores resumem sua

prática pedagógica apenas à informação e conscientização em disciplinas isoladas.

É um bom começo, mas a respeito da totalidade da EA, é necessário explorar esse

ensino, ultrapassar as atividades de ações voltadas apenas para conscientização do

ambiente natural dando enfoque a um trabalho que promova a consciência sobre o

meio ambiente local e global, ao conhecimento através da experiência, motivação na

participação das atividades e comportamentos que possam estimular atitudes

ecologicamente corretas.

Sobre isso, nos reportamos ao que afirma Reigota (1994):

...os professores devem trabalhar na perspectiva de visões cotidianas, exercendo um papel muito importante no processo de construção de

Page 42: Monografia Edivania Pedagogia 2010

42

conhecimentos dos alunos, na modificação dos valores e condutas ambientais, de forma contextualizada, crítica responsável (p.69).

O professor 4, foi o único que não comentou sua resposta.

Diante das colocações dos professores em comparação com a citação percebemos

que os educadores precisam saber que a Educação Ambiental vai além das

fronteiras de aplicação de conteúdos isolados em disciplinas específicas, que o

esforço coletivo na realização de atividades comuns poderá resultar em um trabalho

interdisciplinar que muito enriquecerá o desenvolvimento da Educação Ambiental na

escola.

Pois, conforme Capra (1995), quanto mais estudamos os principais problemas de

nossa época, mais somos levados a perceber que eles não podem ser entendidos

isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e

são interdependentes.

4.2.4 O professor como agente de transformação

Ao salientarmos sobre a importância do papel do professor na atuação em educação

ambiental e sobre a necessidade que se tem de estar sempre buscando

conhecimento sobre o assunto, foi lançado aos professores o seguinte

questionamento: Você já fez ou recebeu alguma capacitação sobre EA?

Dos professores pesquisados, 37,5% responderam que sim, que participaram de

cursos e palestras relacionados ao tema, enquanto que 62,5% não receberam

nenhum tipo de qualificação nessa área. Aos que responderam afirmativamente,

suras afirmações demonstram que estes, têm cumprido as recomendações

preconizadas em Estocolmo (1972) sobre a qualificação dos educadores em relação

a EA, através de cursos, encontros, etc.

A cerca da formação continuada Libâneo (2005) faz uma pertinente colocação

quando afirma que:

Page 43: Monografia Edivania Pedagogia 2010

43

A formação continuada refere-se àquelas atividades que auxiliam os professores a melhorar o seu desempenho profissional e pessoal. As atividades de formação continuada compreendem a participação na gestão da escola, nas reuniões pedagógicas, nos grupos de estudo, nas trocas de idéias sobre o trabalho, bem como compreendem cursos ministrados pelas secretarias da educação, congressos, capacitação de professores à distancia, etc. Nessa etapa, a consolidação do conhecimento profissional educativo mediante a prática, apóia-se na análise, na reflexão e na intervenção sobre situações de ensino e aprendizagem concretas relacionadas a um contexto educativo determinado e especifico (p.117)

Os que responderam negativamente, visto que, foi um percentual bastante

considerável, precisará, segundo os PCNS (2001), ter como meta, aprofundar mais

seu conhecimento com relação à temática ambiental. Buscar conhecer cada vez

melhor os conceitos e procedimentos da área para poder integrar os diversos

conteúdos e abordar a realidade natural e social de forma mais abrangente e rica,

mostrando como seus elementos se interconectam, se complementam e interagem

entre si.

Diante desse contexto, da necessidade de se ter um conhecimento mais amplo

sobre a temática ambiental e formação continuada, foi solicitado aos professores

que respondessem se eles acreditavam que os educadores estavam capacitados

para trabalhar a educação ambiental na interdisciplinaridade. Diante dos dados

obtidos, 62,5% responderam que não, 25% que nem todos e 12,5% responderam

que sim. Pedimos que comentassem suas respostas.

Dentre os professores que responderam negativamente, eis os resultados de suas

justificativas:

P1: Isso porque os professores acreditam que cada professor tem sua área para trabalhar. E quem trabalha com EA é o professor de ciência. Em outras situações o professor não sabe fazer essa relação com a disciplina que ensina.

P2: Porque na escola tradicional a interdisciplinaridade não acontece devido a fragmentação de conteúdos.

P3: Porque eles não foram capacitados a desenvolver este tema na interdisciplinaridade devido a não ser incluído nos conteúdos.

Perante estas declarações, percebemos que na compreensão desses professores

essa “incapacidade” está relacionada à falta de conhecimento, capacitação sobre o

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44

assunto e à fragmentação do saber. Sobre este último, Guimarães (1995), afirma

que:

É um dos pressupostos da crise ambiental das sociedades modernas. Como resultado dessa fragmentação, verifica-se na prática escolar a falta de integração entre esses diferentes saberes científicos, bem como os demais saberes: filosóficos, artístico, religioso, popular; dificultando a melhor compreensão da realidade, que é integrada, formando uma totalidade (p44).

Diante do exposto podemos perceber a necessidade que se tem dos educadores

desenvolverem suas práticas pedagógicas de acordo com a abordagem

interdisciplinar, pois esta, objetiva superar a fragmentação do conhecimento, já que

permite, pela compreensão mais globalizada do ambiente, trabalhar a interação em

equilíbrio dos seres humanos com a natureza.

Dos professores que estavam em dúvida suas justificativas estão relacionadas na

mesma linha de pensamento das respostas anteriores.

Já o professor que respondeu afirmativamente, respondeu da seguinte forma:

P5: ...Acredito que os professores estão capacitados a fazerem um bom trabalho na Educação ambiental, só depende de cada um deles.

Perante essa declaração percebemos que esse profissional, mesmo achando que a

EA precisa ser mais divulgada, acredita no potencial dos educadores, na capacidade

dos mesmos introduzir a EA em seus trabalhos do dia-dia, e destaca como fator

principal para esse trabalho, a força de vontade de cada um e o buscar para si a

consciência e a participação ativa nos deveres com a sociedade. Segundo Gouveia

(1999):

Não basta propormos maior participação nas mudanças, esta participação tem que ser praticada. A participação traz como conseqüência, a responsabilidade pelos próprios atos, tornando a ação docente uma ação consciente e compromissada com as mudanças (p8).

Diante dessa realidade, da necessidade de maior participação e atitude nas

demandas ambientais parece-nos essencial que os professores reconheçam que a

atividade docente vai além do domínio dos conteúdos específicos e, portanto,

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45

incorporar em sua pratica valores humanistas, éticos, conhecimento interdisciplinar e

compromisso político.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A busca por compreender as concepções que os docentes da Escola Municipal Artur

Pereira Maia, situada no município de Filadélfia, tem sobre a EA, foi o que norteou

esse trabalho.

Diante dos estudos realizados e analisados, pudemos constatar que esses

educadores através de suas falas apresentam compreensões a cerca da temática

ambiental um tanto reduzida, sem, contudo, compreendê-la por um viés que leve em

conta a visão globalizante das coisas, isto é, sua totalidade.

Mesmo sabendo que o processo de Educação Ambiental, engloba um contexto

amplo e que tem um papel significativo na relação entre natureza e sociedade para a

promoção, e melhoria da qualidade de vida, esses professores desenvolvem sua

prática pedagógica com atividades fragmentadas um tanto distante do ideário

proposto para a Educação Ambiental. Só lembrando que os discursos desses

professores foram analisados de uma forma crítica, sem, contudo, serem

computados como verdades absolutas e exatas.

Por tanto, a EA formal deve contemplar todos os aspectos ambientais, sociais e

éticos; por isso, deve ser interdisciplinar e transversal a todas as disciplinas, para

que possa ser desenvolvida dentro e fora do contexto escolar.

Pelas falas dos professores podemos constatar que as propostas do currículo

escolar não são trabalhadas em sua totalidade nesse espaço e que nenhum projeto

pedagógico é desenvolvido em prol dessa realidade. Percebe-se por tanto, que a

ausência da EA, nos currículos escolares, tira a oportunidade dos professores

desenvolverem atividades motivadoras para a formação de cidadãos críticos e

participativos que assumam suas responsabilidades sociais e ambientais numa

perspectiva de transversalidade, ou seja, a troca de experiência e conhecimento.

Para superar essa dificuldade consideramos que a formação continuada é um fator

essencial para o bom desenvolvimento da EA. Por isso, entendemos que a

participação dos professores em cursos e palestras, é um fator preponderante, que

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47

os tornam capazes de encontrar caminhos que propiciem um fazer pedagógico

coerente com os ideais propostos pela Educação Ambiental.

REFERÊNCIAS

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48

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51

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

CURSO – PEDAGOGIA 2003.1

Estamos realizando uma pesquisa para elaboração de trabalho de conclusão de

curso, cujo objetivo é identificar as percepções que os professores tem sobre sua

relação com o meio ambiente e analisar como a questão ambiental está sendo

trabalhada na Escola Artur Pereira Maia. Sabendo que o questionário é um

instrumento de suma importância para a análise de dados, pedimos a colaboração

no sentido de responder as questões abaixo.

Lembrando que a identidade dos sujeitos será mantida em absoluto sigilo.

Questionário

Instituição que ensina:__________________________________________________

01 – Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

02 – Faixa etária

( ) 20 a 25 anos ( ) 25 a 30 anos

( ) 30 a 35 anos ( ) acima de 35 anos

03 – Grau de escolaridade

( ) Ensino Superior incompleto

( ) Ensino Superior Completo. Habilitação_________________________________

( ) Pós Graduação. Espcialidade________________________________________

04 – Tempo de atuação como educador

( ) 1 ano ( ) 2 anos

( ) 3 anos ( ) mais de 4 anos

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05 – O que você entende por Educação Ambiental?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

06 – Na sua compreensão as disciplinas que você leciona tem alguma relação

com a EA? De que forma?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

07 – Você acha que a EA deve ser trabalhada de forma interdisciplinar ou

transversal? Explique por que.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

08 – Nas atividades desenvolvidas em sua(s) disciplina(s), você trabalha a EA?

De que forma?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

09 – Você já fez ou recebeu alguma capacitação sobre Educação Ambiental?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

10 – Você acredita que os professores estão capacitados para trabalhar a EA

na interdisciplinaridade? Justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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11 – Em sua opinião, até que ponto a EA contribui ou ajuda a melhorar as

relações entre a sociedade, a natureza e a qualidade de vida da população?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigada!

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Anexos