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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII CONVÊNIO UNEB/ITIÚBA-SENHOR DO BONFIM EDIVÂNIA ROSA DE SÁ LIDIANE LOPES CAMPOS SELENE SANTANA SOUSA CARNEIRO TELMA SOUSA SANTOS Escola e Família: Uma aproximação necessária ITIÚBA-BA 2012

Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

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Pedagogia Itiúba 2012

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Page 1: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

CONVÊNIO UNEB/ITIÚBA-SENHOR DO BONFIM

EDIVÂNIA ROSA DE SÁ

LIDIANE LOPES CAMPOS

SELENE SANTANA SOUSA CARNEIRO

TELMA SOUSA SANTOS

Escola e Família: Uma aproximação necessária

ITIÚBA-BA

2012

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EDIVÂNIA ROSA DE SÁ

LIDIANE LOPES CAMPOS

SELENE SANTANA DE SOUSA CARNEIRO

TELMA SOUSA SANTOS

ESCOLA E FAMÍLIA: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado da Bahia, como requisito para a obtenção do Título de Pedagogo.

Orientado pelo professor Gilberto Lima.

ITIÚBA-BA

2012

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Edivânia Rosa de Sá

Lidiane Lopes Campos

Selene Santana de Sousa Carneiro

Telma Sousa Santos

ESCOLA E FAMÍLIA: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA

BANCA EXAMINADORA:

____________________________ __________________________ Profº.(a) Avaliador (a) Profº. (a). Avaliador (a))

______________________________________

Prof. Gilberto Lima

(Orientador)

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DEDICATÓRIA

Dedicamos a nosso orientador o

incentivo e a paciência, a todos os

membros da nossa família que

contribuíram, direta ou indiretamente,

para o desenvolvimento da nossa

pesquisa, incentivando-nos, a seguir

mesmo quando os entraves pareciam

nos submergir e em muitas situações

pela paciência com a nossa falta de

tempo e atenção para com eles.

Page 5: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

“(...) Cada criança é um ser único, diferente de qualquer outra,

que experimenta ritmo de evolução próprios, tem os seus

interesses e provém de um universo cultural,econômico e

familiar específico; cada um é um caso,uma personalidade

que desabrocha de modo

diverso.”

Joaquim Azevedo (1994, p 118-120)

Page 6: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

Agradecimentos

Agradecemos a Deus pelo Ser que somos cheios de determinação e

coragem;

Aos nossos pais presentes e ausentes, os quais amamos muito, pelos seus

exemplos de vida, empenho e dedicação.

Aos nossos amados filhos, razões das nossas vidas e motivação para

prosseguirmos nos estudos;

Aos esposos queridos que foram companheiro durante esses quase cinco

anos, ajudando a cuidar dos filhos, desempenhando assim o papel de pai e mãe;

À UNEB pela participação na realização do nosso sonho;

À Coordenação do Programa REDE UNEB 2000, na pessoa da

coordenadora Norma Neide, pela estruturação e organização do curso;

Ao Departamento de Educação do CAMPUS VII, Senhor do Bonfim, da

Universidade do Estado da Bahia, por disponibilizar professores de alto nível de

competência e responsabilidade;

À Coordenadora do programa em Itiúba-ba, Alaíde Ferreira, por sua

incansável busca e preocupação em sanar os problemas e pelo apoio constante;

À Prefeitura Municipal de Itiúba-ba, que possibilitou esse convênio com a

UNEB;

Às Orientadoras Roseane Cinthia Pinto e Normaci Reis, pelo apoio nos

momentos necessários;

Aos nossos mestres por nos da à oportunidade de nos incorporar no mundo

do conhecimento com ensinamentos e lições para toda uma vida;

Page 7: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

Aos colegas pelos momentos de alegria, troca de conhecimento, e pela

valorosa sabedoria em aceitar opiniões diversas;

E finalmente, ao nosso Orientador Gilberto Lima, que se mostrou incansável

na correção e cobrança, sempre em horas certas e precisas e pela sua paciência,

pelas valiosas intervenções que contribuíram para a construção desse trabalho.

Nosso muito obrigado!

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RESUMO

O presente estudo sobre a temática “Escola e Família”: visou reavaliar a função da escola e repensar a participação da família no contexto educacional. Teve como objetivo, averiguar se há alguma relação entre o acompanhamento realizado pelos pais e o desempenho escolar dos seus filhos. Esta pesquisa girou em torno da problemática: Por que alguns pais não acompanham a vida escolar dos filhos? Isso interfere na aprendizagem deles? Fundamentamos nossa pesquisa nas contribuições de Costa (2001), Tiba (1996), Freire (1979), Lane (2001), Pilleti (1991/1993), Moll (1996), Salvador (1999), entre outros. Utilizamos a pesquisa qualitativa, baseados em: Severino (2002), Minayo (1998), Orofino e Zanello (1997), Lima (2004).

Ela foi realizada na Escola Luiz Navarro de Britto, onde contamos com a

participação de treze indivíduos, sendo dez pais, destes, (cinco acompanham a vida escolar dos filhos e cinco não acompanham), a diretora da escola e duas professoras, teve como instrumento de pesquisa a entrevista semiestruturada. A entrevista foi gravada e depois transcrita pelos membros da equipe. A partir da análise das entrevistas, apurou-se que os pais acham importante manter um contato mais estreito com a escola dos filhos, mas alguns priorizam o trabalho e os afazeres domésticos, deixando assim a vida escolar dos filhos para o segundo plano. As professoras também fortaleceram a ideia de que a presença dos pais na escola é de grande relevância. Elas se queixam que os pais infrequentes deixam muito a cargo da escola a educação dos seus filhos, atribuindo a esta toda a responsabilidade que lhes compete. A diretora da escola também sente a falta desses pais para o melhor desenvolvimento escolar de seus filhos. Já temos a certeza de que escola e família são variantes importantes na formação do processo de desenvolvimento dos indivíduos. Dessa forma é preciso que haja uma parceria de sucesso entre família e escola, pois, somente assim será possível se alcançar uma educação de qualidade, promovendo o bem comum.

Palavras-chave: Família; Escola; Educação; Integração.

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ABSTRACT

The present study on the theme "School and Family" aimed to reassess the role of the school and rethink the family's participation in the educational context. Aimed to ascertain whether there is any relationship between monitoring by parents and school performance of their children. This research has revolved around the issue: Why do some parents do not follow the school life of children? This interferes with their learning? Base our research on the contributions of Costa (2001), Tiba (1996), Freire (1979), Lane (2001), Pilleti (1991/1993), Moll (1996), Salvador (1999), among others. We used qualitative research based on: Severino (2002), Minayo (1998), Orofino and Zanello (1997), Lima (2004). She was held at the School Luiz Navarro de Britto, where we had the participation of thirteen individuals, ten parents, of whom five (attached to the school life of children and five do not follow), the school principal and two teachers, had the instrument Search the semistructured interview. The interview was taped and then transcribed by members of the team. From the analysis of the interviews, it was found that parents find important to keep a closer contact with school children, but some prioritize work and household chores, thus leaving the school life of children into the background. The teachers also strengthened the idea that the presence of parents in school is of great importance. They complain that parents infrequently leave much to be borne by the school education of their children, attributing this all the responsibility that falls to them. The school also feels the lack of parents to develop the best school for their children. We have to make sure that school and family are important variations in the formation of the development process of individuals. Thus there must be a successful partnership between family and school, because only then can we achieve a quality education, promoting the common good. Keywords: Family; School; Education; Integration.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11 à 14

1.0 CAPÍTULO I - PERCURSO DA PESQUISA .......................................................... 15

1.1 A necessidade da Aproximação Escola-Família.............. .......... .................................15 à 17

1.2 Família ........................................................................................... ..............................17 à 18

1.2.1 Família Indígena .......................................................... ............................................ 18 à 22

1.2.2 Família negra....................................................................................................... 22 à 23

1.2.3 Família branca...................................................................................................... 24 à 25

1.2.4 Família Contemporânea...................................................................................... 25 à 28

1.3 Escola......................................................................................................................28 à 30

1.3.1Escola Pública e Escola Privada ........................................................................... 30 à 32

1.3.2 Interação Escola-Família ................................................................................... 32 à 44

2.0 CAPÍTULO II - Método ........................................................................................... 45

2.1Pesquisa qualitativa ............................................................................................. 45 à 46

2.2 Lócus da Pesquisa........................................................................................................... 46

2.3 Participantes ...................................................................................................... 46 à 47

2.4 Instrumentos .................................................................................................................47

2.5 Procedimentos da coleta de dados..............................................................................47

2.6 Procedimentos da Análise de Dados.......................................................................47 à 49

3.0 CAPÍTULO III – RESULTADO E DISCUSSÃO ......................................................... 50 à 53

3.1 Apresentação de Resultados através de gráficos.................................................... 54 à 57

4.0 CAPÍTULO IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 58 à 60

Referencias ............................................................................................................ 61 à 63

Anexos .......................................................................................................................... 64

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INTRODUÇÃO

O presente estudo sobre a temática “Escola e Família”: uma aproximação

necessária visou reavaliar a função da escola e repensar a participação da família

no contexto educacional, teve como objetivo, desta forma, fazer a reflexão sobre os

elementos e os fatores que podem aproximar os pais do ambiente escolar e a

análise da relação existente entre o corpo docente e as famílias.

A escolha desse tema surgiu por meio de nossa prática direta em sala de

aula, enquanto professoras do Ensino Fundamental, onde podemos fazer

comparações do êxito adquirido pelos alunos que tem a presença frequente dos pais

com as dificuldades encontradas pelos alunos de pais ausentes. Pretendemos com

esta pesquisa buscar subsídios que venham contribuir para minimizar a

problemática existente no processo de ensino e aprendizagem dos educandos da

Escola Municipal Luiz Navarro de Britto, situada no Bairro do Alto, na Rua Augusto

Meira, s/n, da cidade de Itiúba-Ba. Acreditamos que a parceria entre família e escola

é de fundamental importância para o sucesso intelectual, moral e psicossocial dos

nossos alunos. Quanto à problemática ela gira em torno das seguintes questões: Por

que alguns pais não acompanham a vida escolar dos filhos? Isso interfere na

aprendizagem deles?

Na sociedade contemporânea, a família tem atribuído para à escola a

responsabilidade de educar seus filhos e acredita que os educadores transmitam

valores morais, regras e condutas. De acordo com Aranha: “ A ação da escola

tornou-se cada vez mais extensa, “roubando” funções antes assumidas pela família

e exercendo considerável influência na formação das crianças e dos jovens” (1996,

p.74). A família alega que trabalha cada vez mais, e não tem tempo para zelar dos

filhos. Percebemos no ambiente educacional que poucas famílias demonstram

interesse pela vida escolar de seus filhos e filhas, enquanto outras famílias omitem o

seu papel, pois se consideram dispensáveis para a construção do processo

educativo dos cidadãos.

No que diz respeito aos objetivos, destacamos como objetivo geral, averiguar

se há alguma relação entre o acompanhamento realizado pelos pais e o

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desempenho escolar dos seus filhos, e como objetivos específicos: Compreender as

razões pelas quais alguns pais não acompanham a vida escolar de seus filhos e

caracterizar o desempenho escolar desses estudantes.

Em virtude de acharmos importante a presença da família na escola surgiu a

seguinte inquietação: Por que alguns pais não acompanham a vida escolar de seus

filhos? Isso interfere na aprendizagem deles? A escola pode construir uma

verdadeira relação com a família?

A estrutura familiar,assim como suas funções, vem mudando no decorrer das

décadas, adequando-se à realidade da época vivida. As famílias apresentam suas

singularidades, não sendo uniformes nem tendo um modelo padrão, mas

apresentam traços em comum. Considerando que a família e a escola têm papéis

fundamentais na formação do indivíduo, eles devem atuar de maneira eficaz no

processo de ensino-aprendizagem dos alunos, sendo poderosas armas para

eventuais dificuldades.

Espera-se com esse estudo, inserir os pais no contexto escolar de uma forma

tão prazerosa que eles percebam que são protagonistas na construção de uma

sociedade participativa e se conscientizem de seu papel como cidadãos

responsáveis pela realidade circundante. Pois acreditamos que através da parceria

entre família e escola poderemos ter êxito no processo de ensino-aprendizagem.

Essa pesquisa visa contribuir para o enriquecimento do acervo de pesquisa

do espaço acadêmico UNEB e credibilizar a instituição como órgão formador e

fomentador de professores e profissionais que procuram desfazer estereótipos e se

inquietam com situações antes parcialmente discutidas e que são de grande

relevância, abrindo, assim, um leque para a investigação em diversos campos do

conhecimento, o que promoverá o fortalecimento da pesquisa local.

Deseja-se que o resultado desta pesquisa possa incentivar e orientar o

município a desenvolver políticas públicas, voltadas para o envolvimento familiar nos

espaços escolares, aprofundando as reflexões e parcerias entre a comunidade e as

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instituições de ensino, buscando desta forma subsidiar a prática pedagógica dos

docentes.

No primeiro capítulo, falaremos sobre os registros históricos de como a

educação se desenvolvia nos anos anteriores à escola, quando as crianças

recebiam instruções no âmbito familiar; faremos um resgate histórico do surgimento

das primeiras instituições de ensino, como a escola se organizava, quem foram os

primeiros a se beneficiar delas e como ela foi evoluindo até assumir as

características que possui hoje.

Dialogaremos sobre o conceito de escola e família, baseados em diversos

autores como: Costa (2001), Tiba (1996), Freire (1979), Lane (2001), Pilleti

(1991/1993), Moll (1996), Salvador (1999), entre outros. As diversas opiniões que

forem levantadas relacionadas à escola serão analisadas para servir de base para

investigações acerca das influências que as mesmas podem exercer na formação do

indivíduo, pois não podemos subestimar o poder da escola. É fato que a família,

assim como a escola, desenvolve papel de relevante influência na organização da

sociedade, mesmo sendo notório o distanciamento desses dois segmentos.

Abordaremos no segundo capítulo, as contribuições de Severino (2002),

Minayo (1998), Orofino e Zanello (1997), Lima (2004), sobre a pesquisa qualitativa,

sua apropriação na compreensão do contexto estudado, bem como suas

concepções sobre a delimitação e formulação do problema, lócus da pesquisa, os

sujeitos da pesquisa, instrumentos da pesquisa, as técnicas a serem aplicadas

nesse tipo de estudo.

O terceiro capítulo tratará de explicitar a problemática em estudo, através dos

resultados da pesquisa de campo. Observaremos de diferentes ângulos a parceria

escola e família, as quais apresentam expectativas e reclamações uma em relação à

outra. É possível ampliarmos os vínculos entre escola e família, unindo forças na

tentativa de remover os obstáculos e de promover o processo de ensino-

aprendizagem. É importante que tanto a família como a escola estejam atentas ao

seu papel, não transferindo a responsabilidade que lhes competem um ao outro.

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O quarto capítulo , relatamos os resultados principais da pesquisa realizada

entre a parceria escola e família. Tivemos informações sobre os reais motivos que

levam os pais a se ausentarem do ambiente escolar e as consequências dessa

ausência no desempenho escolar dos seus filhos.

Por sua vez, apresentamos alguns objetivos que foram: averiguar se há

alguma relação entre o acompanhamento realizado pelos pais e o desempenho

escolar dos seus filhos, compreender as razões pelas quais alguns pais não

acompanham a vida escolar de seus filhos e caracterizar o desempenho escolar

desses estudantes com o intuito de contribuir para o processo de ensino

aprendizagem, a partir de investigações, conscientização da importância da relação

que a família e escola exercem no processo educacional, assim como o uso de

estratégias que viabilizem a construção da identidade do aluno promovendo a sua

autonomia, com responsabilidade, conhecimento e exercício de sua cidadania

partindo da sua estrutura familiar moderna relacionada com a instituição escolar.

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1.0 CAPÍTULO I - PERCURSO DA PESQUISA

1.1 A NECESSIDADE DA APROXIMAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA

Quando não havia escola, a educação ocorria de acordo com a cultura, a

necessidade dos povos e do período histórico vivenciado, variando-se as instituições

que se dedicavam a processos educativos da sociedade instituída. Nas sociedades

pré-literárias, como os povos primitivos, não havia escola, nem professores:

A educação se faz pela convivência das crianças com

os adultos, na vida diária da comunidade: No trabalho para

sobrevivência, nas cerimônias coletivas e nas histórias dos

antepassados contadas pelos velhos. Todo adulto é professor e

a educação resulta da prática e da experiência. (PILETTI, 1991,

p.87-88)

Sabemos que a educação nem sempre se desenvolveu no âmbito escolar, os

filhos recebiam seus primeiros ensinamentos em casa, onde se ensinava desde

hábitos comportamentais, respeito aos mais velhos e superiores, como ler e

escrever.

De acordo com Piletti (1991), toda a nossa vida é acompanhada por momentos

educativos, pois estamos sempre aprendendo coisas novas, sempre nos educando.

A intensidade da educação é mais eficaz na infância, onde é proporcionado ao

indivíduo o instrumental físico, intelectual, emocional e social. Em todos os

ambientes ocorre educação, desde que haja pessoas mais velhas que levem as

crianças a assimilar padrões comportamentais.

Ainda, segundo Piletti (1991),a educação da nova geração se dá através da

escola que é a instituição especializada nesse processo. A escola por sua vez tem o

objetivo de dispor para os alunos através de atividades programadas e sistemáticas

aspectos da cultura da humanidade. Patrimônios como esses nos levam a crer que

estão nas matérias escolares, mas nem sempre esse processo é concretizado, pois

se afastam em muitas vezes das experiências humanas mais significativas.

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A História da Educação Brasileira não é difícil de ser compreendida. Ela

evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas. É notório o descaso da

escola com a questão das etnias que transformam o Brasil numa mistura de raças,

até hoje quase não temos materiais didáticos que valorizem essa realidade. Ao

fazermos uma visitação histórica pela formação do povo brasileiro, percebemos o

quanto é decadente encontrarmos informações sobre as raças subjugadas pelos

europeus.

Percebemos que o acesso à escola e o respeito às diferenças étnicas dos

grupos existentes nunca foram respeitadas, a escola sempre priorizou as classes

dominantes, esquecendo das classes oprimidas que compõem a maioria da nossa

população. Essa realidade é evidenciada de forma gritante nas nossa escolas

quando notamos o quanto a educação bancária apresentada através dos currículos

e programas impostos está fora das necessidades e interesses dos nossos alunos

que vem de famílias analfabetas e totalmente desestruturadas, exaltando mais ainda

a dicotomia existente entre homem-mundo que, de acordo com Freire (1987,p.62),

“Homens simplesmente no mundo e não com o mundo e com os outros.Homens

expectadores e não recriadores do mundo”.

De acordo com os estudos históricos na formação do povo brasileiro,

percebemos que a primeira ruptura ocorre com a chegada dos portugueses ao

território brasileiro. Não podemos deixar de reconhecer que eles trouxeram um

padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que

por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer educação. É

importante ressaltar que a educação que se praticava entre os povos indígenas não

tinha as marcas repressivas do modelo de educação européia.

No período das capitanias hereditárias, não havia preocupações com a educação

escolarizada. Com a chegada dos jesuítas, iniciou-se uma inquietação com esse tipo

de educação, inaugurando-se assim as primeiras escolas. A educação jesuítica,

embora “instrua” e “catequize” os indígenas, também foi um instrumento na

formação da elite colonial. Sendo assim, essa atuação jesuíta era caracterizada pelo

dualismo, isto é, catequizar os índios para conversão ao catolicismo e servidão e

formar elite para o exercício das funções nobres da colônia. Piletti (1993, p.166)

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Como foi relatado anteriormente, o período de dominação dos jesuítas sobre toda

e qualquer forma de educação no Brasil foi duradoura. Desde 1530 até a metade do

século XVIII. Foi o Marquês de Pombal que acabou com a dominação dos jesuítas.

Porém, o maior declínio ocorreu com o ciclo do ouro, no final do século XVII e

começo do XVIII, que transformou a realidade da colônia, favorecendo desta forma o

crescimento das cidades, gerando um aumento populacional e, portanto,

aumentando a necessidade de educar. É bom lembrar que a educação estava nas

mãos dos religiosos e que a maioria dos senhores brancos brasileiros eram

analfabetos. Quando muito, mandavam seus filhos para ser educados na Europa e

nunca aqui no Brasil. (MOOL, apud, FREIRE. 1996) afirma que:

a fase pombalina de escolarização colonial representa uma desestruturação na organização escolar jesuítica e, segundo Freire (1989), um retrocesso à medida que ficamos treze anos sem escolas, com os cursos seriados dos jesuítas sendo substituídos por aulas “avulsas”, ministradas por professores improvisados (não professores régios).

Foi Dom Pedro I quem deu o primeiro passo para a educação pública primária no

Brasil, com sua lei de 15 de outubro de 1827 que organizava a educação das

crianças dentro do Império, inclusive tratava até dos salários dos professores e do

currículo das escolas. É por causa desta lei que o dia do professor é comemorado

no dia 15 de outubro. Mas foi apenas no período republicano que houve maior

disseminação da educação em terras brasileiras, com o surgimento das escolas

privadas, controladas por grupos religiosos. A maioria católica, mas havia também

os maçons.

Durante todo o império, pouco ou nada se fez para a

formação dos professores. Segundo a já citada lei de 15 de

outubro de 1827, eram vitalícios “os provimentos dos

professores e mestres”, e os que não estivessem capacitados

deveriam “instruir-se em curto prazo, e à custa dos seus

ordenados, nas escolas das capitais”. (PILETTI, 1993, p.179)

Completando essa ideia, podemos ressaltar que antes não havia cursos de formação, nem tão pouco de aperfeiçoamento para professores. Os professores eram escolhidos pela maioridade e conduta. Podendo adquirir uma formação

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profissional aqueles que dispusessem de condições financeiras favoráveis para custear seus estudos. 1.2 Família

O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo

doméstico”. Criado na Roma Antiga este termo designa um novo grupo social que

surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também para a

escravidão legalizada. Se nesta época predominava uma estrutura familiar

patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do

mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas começaram a estar

ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias.

O Dia Nacional da Família na Escola foi instituído pelo MEC, em 24 de abril

de 2001, como forma de oportunizar na instituição escolar a participação das

famílias. Isso nos leva a perceber que essa iniciativa governamental reconhece a

grande importância da união da escola com a família para o desenvolvimento

intelectual das crianças. Declara Costa (2001):

A educação é uma oficina em que educador e educando

trabalham uma educação capaz de resultar em instrumentos

que possibilitem ao educando nos planos pessoais e sociais,

exercitar sua iniciativa, na liberdade e na capacidade de

comprometer-se consigo mesmo e com os outros. (COSTA,

2001, p.122)

O educador aparece como mediador de situações onde o educando terá

autonomia e segurança para gerenciar seus atos tanto na sua vida social como em

seus projetos individuais sendo ele livre para gerir suas ações.

1.2.1 As famílias indígenas

Os “índios” são povos nativos, por serem eles os primeiros habitantes do

nosso continente, tem uma história, uma cultura, uma língua em comum que os

diferenciam de outros. Sabendo-se que temos uma cultura e que somos uma nação

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pluriétnica, e que os índios foram fundamentais também na nossa formação. Os

índios por muito tempo tiveram sua identidade negada, não eram chamados pelos

seus nomes, nem reconhecido individualmente pela sua face, tudo o que se via era

“índio”.

Como afirma Ruffaldi, 2008:

Washington Novaes fez isso e escreveu “Entender o índio, entender sua cultura e respeitá-lo, implica despir-nos desta nossa civilização. Porque o encontro com o índio é um mergulho em outro espaço e outro tempo. Um espaço aberto de céu e terra, água e fogo. Um espaço colorido e pródigo, povoado pelos animais, vegetais e minerais e espíritos, um tempo prodigiosamente mais lento que permite consumir meses para polir o arco e aguçar a flecha. Tempo para varar a noite a noite dançando, tempo para receber filho que nasce ou despedir-se do ancestral que morre; tempo para rir e tempo para chorar, cantar e dançar, plantar e colher.” (RUFFALDI, 2008, p.02.)

O Decreto presidencial 26/91 é uma prova de como tem crescido o interesse

do Ministério da Educação pela educação indígena. Nele é implementado uma

política nacional de educação escolar indígena, que atende a preceitos legais

estabelecidos na LDB, Plano Nacional de Educação, e na Constituição de 1988.

Desta última, o Estado brasileiro reconhece aos povos indígenas o direito de uma

cidadania diferenciada, por meio do reconhecimento de seus bens territoriais e

culturais, sendo que a questão da especificidade da educação indígena passou a ser

progressivamente reconhecida e normatizada.

Podemos dividir a história da educação escolar indígena em quatro fases,

sendo a primeira, mais ampla, vinda desde o Brasil colônia até chegar ao comando

dos missionários católicos, em especial os Jesuítas. Já o segundo é firmado pela

criação do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), em 1910, e se amplia à política de

ensino da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e a união com o SIL (Summer

Institute Of Linguistics) entre outras missões religiosas. O terceiro momento inicia-se

no fim dos anos 60 aos anos 70, quando surgem como destaque organizações não

governamentais: Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Operação Amazônia

Nativa (OPAN), Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Comissão Pró-Índio, e outras e

do movimento indígena. Delineada pela iniciativa dos povos indígenas, a quarta fase

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se dá nos anos 80, onde eles passam a reivindicar definições de autogestão dos

andamentos de educação formal.

Conforme afirma Ferreira, 2001:

A finalidade do estado brasileiro, que procura acelerar se integrar os índios à sociedade envolvente por meio da escolarização, confronta-se, atualmente, com os ideais de autodeterminação dos povos. Para os índios, a educação é essencialmente distinta daquela praticada desde os tempos coloniais por missionários e representantes do governo. Os índios recorrem à educação escolar, hoje em dia, como instrumento conceituado de luta. (FERREIRA, 2001, p. 71)

A educação indígena é um processo globalizante ensinada e aprendida em

marco de socialização integrante, antes da chegada dos portugueses. Toda a

comunidade indígena tem interesse pela educação de cada índio, sendo cada um

educado para o prazer de viver, trabalhavam permitindo-se assim uma educação

voluntária de alto grau, conquistavam dessa forma liberdade e autonomia. O modelo

de educação vivido pelos índios foi sendo transformado, isso com a chegada dos

colonizadores e tendo início com a chegada dos jesuítas junto com o governador

geral Tomé de Sousa e comandados pelo padre Manoel da Nóbrega que edificaram

a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, sendo esse o primeiro e o mais

longo momento. Como se afirma nas palavras de Carvalho (1998):

Desde a época colonial, diversas missões católicas dedicaram-se à catequese indígena em geral, visto que a religião católica aqui chegou com os padres jesuítas trazidos pelos primeiros governadores do Brasil colônia. Ela foi considerada a religião do Estado e o principal vínculo de unidade nacional, até o governo de D. Pedro I. (CARVALHO. 1998, p.55-6)

Desde a colonização os jesuítas criaram a educação para índios com o

objetivo de catequizá-los para atender a interesses do governo. De acordo com

(BITTENCOURT E SILVA, 2002). “Havia colégios para educação dos jovens brancos

onde, eventualmente podiam conviver alguns indígenas e haviam aldeias

missionárias criadas para catequese”.

Os valores que os jesuítas queriam impor aos indígenas eram baseados em

valores europeus. Eles serviriam aos colonos como mão de obra em

Page 21: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

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empreendimentos agrícolas ou de mineração. No Período colonial a escola indígena

tinha como princípio conversão religiosa, o uso de mão de obra e de todo tipo de

trabalho. A “integração” foi uma das maneiras mais eficazes de destruição das

culturas indígenas. Para Azêvedo e Silva:

Até o fim do período colonial, a educação indígena permaneceu a cargo de missionários católicos de diversas ordens, por delegação tácita ou explícita da Coroa portuguesa. Com o advento do Império, ficou tudo como antes: no Projeto Constitucional de 1823, em seu título XVII, art. 254, foi proposta a criação de “... estabelecimentos para a catechese e civilização dos índios”... . Como a Constituição de 1824 foi omissa, sobre esse ponto, o Ato Adicional de 1834, art.11, parágrafo 5, procurou corrigir a lacuna e atribui competência às Assembleias Legislativas, Provinciais para promover cumulativamente com as Assembleias e Governos Gerais “... a catechese e a civilização do indígena e o estabelecimento de colônias”. (AZÊVEDO E SILVA, 2004,p.150).

Os jesuítas educavam os índios em um processo de catequização também,

com orientações agrícolas que garantiam fontes de renda aos jesuítas. As

mudanças no que diz respeito à educação escolar indígena no Período do Império

não são significativas.

De acordo a um texto do MEC, com o advento do Império, em 1822:

Apesar da educação indígena estar presente nas agendas políticas da época não representou para os índios uma política imperial voltada especificamente para seus interesses. Ao final do império, os especialistas e autoridades, que chegaram a se entusiasmar com a possibilidade de haver instituições públicas destinadas ao ensino de crianças indígenas, desacreditavam que isso pudesse ocorrer sem a intervenção das missões religiosas, dessa forma, até o início do século XX o indigenismo brasileiro vivera uma fase de total identificação católica e o Estado dividirá com as ordens religiosas católicas, mais uma vez, a responsabilidade com a educação formal para os índios. ( SECAD/MEC, 2007,p. 13)

A educação escolar indígena em 1906 passou a ser atribuição do recém-

criado Ministério da Agricultura, pouco a pouco, começaram a surgir às primeiras

escolas indígenas financiadas pelo governo escolar.

De acordo as Diretrizes da Educação Indígena:

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21

Para uma ação educacional efetiva, requer-se, não apenas uma intensa experiência em desenvolvimento curricular, mas também métodos de investigação e pesquisa para compreender as práticas culturais do grupo. Assim, para a definição e desenvolvimento do currículo da escola de uma determinada comunidade indígena é necessária a formação de uma equipe multidisciplinar, constituída por antropólogos, linguistas e educadores, entre outros, de maneira a garantir que o processo de ensino-aprendizagem se insira num contexto mais amplo do que um processo paralelo e dissociado de outras instâncias de apreensão e compreensão da realidade." (MEC, 1994, Cap.4 –p.08)

1.2.2 A família negra

A busca por informações sobre a família negra no Brasil é candente. Por

isso, os pesquisadores, em especial os demógrafos historiadores, vêm procurando

resgatar em documentos manuscritos e impressos vestígios que revelem o cotidiano

desta família no Brasil.

Como sabemos, os negros e negras viviam em regime de cativeiro, porém,

conta à história, muitos se casavam legitimamente ou viviam em regime consensual.

E segundo Pohl (1975), se estes tivessem bom comportamento ou representassem

produtividade poderia casar-se com a negra ou negro do seu interesse, em alguns

casos até ganhavam um aposento para morar e constituir uma família de fato.

Essa atitude dependia muito do caráter ou capricho dos seus Senhores, dos

seus donos. E é evidente que os casamentos, em algumas situações, eram

facilitados não como um gesto de benevolência, mas como uma estratégia para

manter os escravos e escravas presas à rotina de trabalho da Fazenda, bem como

garantir a ordem entre os escravos. Conforme Benci:

... Logo, ainda que haja entre os escravos e pretos alguns e alguma, que só desmandem depois de casados, nem por isso se segue que não convém casá-los. Casai-vos, querendo eles, que desta maneira satisfareis à vossa obrigação. (BENCI, 1700, p.102)

O casamento entre negros não era uma regra, nesse tempo comumente se

via casais negros sendo separados com brutalidade, tendo em vista o fato de serem

vendidos para fazendas diferentes. Na realidade essa situação horrenda acontecia

antes mesmo dos negros chegarem ao Brasil. Ainda em solo africano, estes eram

Page 23: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

22

separados de seus entes queridos num ato de violência que provocava o

rompimento do elo familiar.

De acordo com o livro Orientações e Ações para a Educação das Relações

Étnico-Raciais:

Foi e é na família constituída por laços de sangue ou por laços de identidade que a população negra viveu e resistiu à escravidão, ao racismo, a exploração, à perseguição. As famílias desfeitas no período escravista deram lugar a outras famílias que uniam povos de regiões da África, com línguas e crenças diferentes, numa união pela saudade da terra, da casa, da família, como reunisse para sobreviver, resistir e lutar com laços familiares reconstituídos e reessignificado. (SECAD, 2006.p.41)

Por serem os negros destituídos de valores humanos, eram reconhecidos

como uma peça de valores distintos. E nesse caso os homens, ao contrário das

mulheres e idosos, agregavam um valor demasiado por serem mais necessários

para o trabalho braçal. Porém, antes de serem obrigados a uma realidade servil,

estes eram pais de família, marido, líderes e provedores do lar. Em Santos, (2002)

podemos observar o seguinte fragmento:

A definição do homem que servirá e do homem a ser servido faz com que se recorra a uma diferenciação natural entre eles, (...) a desigualdade social é apenas uma decorrência de uma desigualdade que se iniciou no âmbito físico; cabe à sociedade usufruir dessa desigualdade em proveito próprio. (SANTOS, 2002, p.42)

Para conhecer melhor a experiência da vida familiar do povo negro nas

últimas décadas da escravidão brasileira, é muito importante debater e entender que

as mudanças sociais, políticas e econômicas influenciaram bastante nesse

processo.

Page 24: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

23

1.2.3 A família branca

Segundo Sotero (2009), a história tradicionalmente descreve a mulher

brasileira, principalmente a mulher branca, como esposa obediente, reclusa e

passiva. A mulher sendo associada à natureza enquanto o homem à cultura. O

centro dos ensinamentos educacionais era baseado na religião e na moral. A

educação feminina limitava-se ao aprendizado das boas maneiras e dos afazeres

domésticos, excluindo-se do processo de educação da mulher a aprendizagem de

ler e escrever.

O preconceito contra as mulheres aparece dentro de suas próprias

residências, o exemplo mais ativo são os afazeres domésticos, quando em dupla

jornada, as mulheres trabalham e ao retornarem para sua moradia, tendem a fazer

limpeza e preparar a refeições para sua família. (Sotero, 2009)

Sotero, afirma ainda que hoje a luta das mulheres é distinta, estando sob o

domínio da cultura da conjuntura e das condições sociopolíticas de cada região

brasileira. Passando pela igualdade de condições de oportunidades, trabalho e

salário, pelo fim da violência doméstica e familiar, pelo direito ao aborto, por políticas

de cotas em instâncias diretivas, pela paz, pela luta contra a violência sexual, o

estupro e a fome.

De acordo com Silva (1984), no Brasil colonial o papel realizado pelas

mulheres brancas na sociedade, era muito mais complexo do que nos primeiros

séculos da colonização portuguesa na América.

A classe feminina branca vivia por vezes à margem das leis eclesiásticas e

civis: prostituição, concubinato e adultério, eram crimes cometidos por mulheres

brancas. Quando ficavam velhas estas mulheres encontravam moradias e proteção

em casa de seus filhos ou parentes.

Se a mulher geria seus bens administravam os seus engenhos,

supervisionavam feitores e capatazes, ou tinham responsabilidades de um

estabelecimento mercantil, por morte do marido estas atividades deveriam ser

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24

encaradas como trabalho do mesmo modo que o são quando era o homem a

desempenhá-las (SILVA, 1984, p.78).

Bruschini (apud Samara, 2000, p. 35), afirma que o significativo aumento da

atividade econômica das mulheres, uma das mais importantes transformações

ocorridas no país, desde os anos de 1970, resultou das transformações

demográficas culturais e sociais que ocorreram no país e afetaram as mulheres e

famílias brasileiras. As transformações nos padrões culturais e nos valores ao papel

social da mulher, interno pelo impacto dos movimentos feministas desde os anos de

1970, e pela presença cada vez mais frequente das mulheres nos espaços públicos

alteraram a Constituição da identidade feminista, cada vez mais voltada para o

trabalho produtivo.

1.2.4 A família contemporânea

A concepção do termo família vem mudando e se alargando. Nos dias de

hoje, é comum nas novas configurações familiares um cônjuge desempenhar ambas

as funções (pai e mãe) e isso acontece devido às transformações ocorridas na

estrutura familiar ao longo da sua história. Tais mudanças fazem parte de uma

sociedade em evolução que, de acordo com Costa (2007), atualmente, observa-se

um avassalador declínio da influência familiar com tendência a se tornar uma mera

repetidora de valores e condutas ditadas por essa mesma sociedade. Como

resultado a família tradicional passa a ter uma nova configuração, onde suas

características podem ser denominadas de família pós-moderna influenciada pela

propaganda, que gera todos os dias novas necessidades de consumo, pela televisão

que funciona como um novo e persuasivo membro familiar. (COSTA. 2007, p. 21)

A família contemporânea com base no modelo nuclear vem atualmente

passando por transformações impostas pela sociedade e estas não abalam só a sua

estrutura, mas também os seus princípios éticos. Outrora a família vivia no modelo

patriarcal. O pai tinha a incumbência de proteger a família e garantir-lhe o sustento,

além de ter autoridade sobre a esposa e os filhos. Hoje não só o pai, mas também a

mãe dividem essas responsabilidades, e essa nova configuração na hierarquia

familiar cada vez mais comum acaba abrindo brechas para que os filhos meçam

Page 26: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

25

poder de autoridade especialmente com a figura paterna. Famílias onde o pai

mandava e o filho obedecia tenderão a desaparecer. Gley Costa (2007) analisa esta

instituição familiar e diz:

um aspecto dessa nova família tutelada pela mídia é a inversão de valores”. Antes eram os pais que serviam de modelo para os filhos. Hoje são os filhos que modelam os pais. Isso é fruto de um fenômeno típico da pós-modernidade chamada moda, que define estruturalmente a sociedade de consumo. (...) quando falamos em novas configurações familiares também consideramos as que resultam dos casamentos realizados entre pessoas separadas ou divorciadas, juntando filhos de sua união atual aos filhos dos relacionamentos anteriores. Na falta de um melhor termo, essas famílias costumam ser chamadas de “reconstituídas”. (COSTA, 2007.p.21)

Mesmo com todas essas transformações, é no seio familiar que a criança e o

adolescente encontram a proteção integral necessária à sua sobrevivência tanto nos

aspectos afetivos quanto materiais. No tocante à educação informal e formal a

família tem um papel decisivo, pois é no convívio familiar que a criança adquire

valores éticos e culturais que mais tarde lhe serão cobrado pela sociedade.

Conforme esclarece Campos (1983):

A palavra família, na sociedade ocidental contemporânea tem ainda para a maioria das pessoas, conotação altamente impregnada de carga afetiva. Os apologistas do ambiente da família como ideal para a educação dos filhos, geralmente evidenciam o calor materno e o amor como contribuição para o estabelecimento do elo afetivo mãe-filho, inexistente no caso de crianças institucionalizadas. Um dos representantes deste ponto de vista foi Bowlby, p.19. (CAMPOS, 1983, p.32)

A família é formada por membros unidos por laços de parentescos em que a

coletividade e a reciprocidade se perpetuam. A figura dos avós que antes eram tidos

apenas como pessoas sábias, carinhosas, afetuosas e até frágeis, também sofreu

modificações no decorrer da história familiar. Tais mudanças são provenientes da

participação da mulher no mercado de trabalho, do crescente número de casais

separados e do surgimento de crianças órfãs. Esses são acontecimentos que fazem

parte da vida moderna, na qual “a presença constante dos avós vêm substituindo os

pais”. (TOSCANO, 2002, p.111)

Page 27: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

26

Atualmente e gradativamente a família vem passando por grandes

transformações, sejam nos aspectos sociais, econômicos, físicos e históricos. Para

explicar melhor tais transformações que vem ocorrendo, ainda buscamos apoio nas

palavras de Toscano (2002), que tem como referencial a família burguesa ocidental

do século passado. De acordo com a autora esse tipo de família de modelo patriarcal

ruralista vivia inserida num momento histórico de mudanças lentas e sua

organização era pater-família, onde a mulher vivia submetida ao poder do marido e a

família era constituída por um grande número de filhos. Mesmo com o trabalho fora

do âmbito doméstico, os pais ainda mantinham uma grande convivência com seus

filhos.

A religião impunha uma moral que era cumprida rigorosamente formando

assim um elo de união. Na esfera jurídica era tida como célula básica social onde o

direito de herança era reconhecido, e no código civil eram destacados os direitos

que o marido exercia sobre a mulher e os filhos, não existia o divórcio especialmente

nos países latinos, isso fazia com que houvesse uma estabilidade com as

instituições ligadas à família. Ainda segundo Toscano, (2002) essas são algumas

características de uma família tradicional, da qual a sociedade brasileira apresenta

resquícios. Ela salienta ainda que a família sofreu abalos, os quais determinaram a

velocidade da quebra dos padrões tradicionais, tais como:

a urbanização violenta, o êxodo rural, o trabalho feminino fora do lar, a influência crescente, a grande mobilidade geográfica e social. Estes são alguns dos fatores responsáveis pela maior parte das profundas alterações por que vem passando a família. (TOSCANO, 2002, p.107)

Nesse novo contexto de família, surge a figura da mulher mãe, que antes

submissa ao marido cabiam-lhe não só a função de cuidar dos afazeres domésticos,

mas também zelar dos filhos e da educação destes. O pai era isento e ausente no

que se referia à educação dos filhos, porém essa estrutura familiar vem mudando, “o

que mais aparece agora, como grande e tardia descoberta, é a necessidade da

participação do pai na educação dos filhos” (LOPES, 2009, p.11).

A sociedade atual é formada de filhos exigentes que querem cada vez mais.

Isso faz com que pais e mães trabalhem muito, ficando muito tempo fora de casa

Page 28: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

27

com isso, não sobra tempo para se dedicarem aos filhos, os quais buscam

preencher esse tempo no manuseio de celulares, assistindo programas de televisão

e usando computadores. Um dos graves problemas da família contemporânea é a

falta de tempo dos pais para com os filhos. TIBA (2008, p.31) faz a seguinte

afirmação: “Há pais que, apesar de terem tempo, não conseguem tempo para os filhos; A

maioria dos pais, porém, “Sem tempo para nada” ainda conseguem criar tempo para os

filhos, pois seres inteligentes administram o próprio tempo.”

Os pais delegam muito as suas responsabilidades a terceiros, trabalham fora

e os filhos ficam muito tempo sozinhos manipulando instrumentos eletrônicos, dessa

maneira fica a cargo da escola muitas das responsabilidades que caberiam aos pais,

estes por sua vez devem organizar melhor o seu tempo para gerir melhor as

atividades dos filhos e do seu trabalho.

1.3 Escola

Segundo o dicionário Barsa (2008) escola é estabelecimento público ou

privado, destinado a ministrar ensino coletivo de maneira regular, sistemática e

intencional; conjunto de alunos e professores, tudo que ensina e dá experiência.

Para Mizukami, “a escola é a agência que educa formalmente. Não é

necessário a ela, oferecer condições ao sujeito para que ele explore o

conhecimento, o ambiente, invente e descubra.”

Muito mais que uma instituição de ensino a escola pode ser reconhecida

como uma instituição de cunho social com a finalidade diretamente educativa que

tem a função de propiciar a socialização e o desenvolvimento de seus alunos.

Segundo Rubem Alves (1986, p.9) essa expectativa ocorre ao contrário: “Crianças

que eram de carne e osso, ao entrar na escola, só recebem diplomas depois de se

transformarem em bonecos de pau”.

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28

A escola é o espaço que dá oportunidade as pessoas à convivência com seus

semelhantes. De acordo com o Penin,Vieira e Machado (2001, p 23):

As melhores e mais conceituadas escolas pertenciam à rede

particular, atendendo um grupo elitizado, enquanto a grande

maioria teria que lutar para conseguir uma vaga em escolas

públicas, com estrutura física e pedagógica deficientes.

(PENIN,VIEIRA E MACHADO , 2001,p.23)

O país tem passado por muitas transformações significativas, no que se trata

ao funcionamento e acesso da população brasileira ao ensino público, quando em

um passado recente era vantagem das camadas sociais ricas “elite” e de preferência

para os homens, as mulheres mal apareciam nas cenas sociais, quando muito os

únicos que tinham acesso ao saber formal recebiam alguma iniciação em desenho e

música.

Percebemos que o que realmente mudou ao longo do tempo foi o

pensamento das pessoas que fazem e frequentam a escola. A função básica da

escola hoje é social e de transmissão cultural. Ela deixou de ser o centro de

transmissão de conhecimento para se tornar responsável pela manutenção de

valores e normas de conduta. As crianças passam muito tempo na escola e é lá que

os alunos aprendem as formas de se relacionarem. O conceito de transferir para a

escola a responsabilidade de cuidar das crianças foi elaborado no período da

industrialização que ocorreu no século XVIII, na Inglaterra e no século XIX, no resto

da Europa, Estados Unidos e Japão.

Nesse período, a escola era para crianças em idade de Educação Infantil.

Porém, as creches não tinham caráter pedagógico, mas de assistência social, de

guarda. Apenas na década de 1980 é que foi iniciado um movimento para

reorganização da educação infantil com caráter pedagógico. Atualmente, o acesso à

informação foi disseminado.

Page 30: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

29

O grande desafio da escola é fazer do ambiente escolar um espaço que

auxilie o aprendizado, onde a escola deixe de ser apenas um ponto de encontro e

passe a ser, além disso, encontro com o saber com descobertas de forma prazerosa

e funcional. Conforme Libâneo (2005)

Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas, indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos. (LIBÂNEO 2005, p.117)

A escola deve se preocupar em oferecer situações que valorizem e

despertem o interesse pelo aprendizado, onde haja vontade, razão, e entendimento

da importância desse conhecimento no futuro do educando. Segundo, Penin,Vieira e

Machado. (2001):

Uma escola voltada para o pleno desenvolvimento do educando valoriza a transmissão de conhecimento, mas também enfatiza outros aspectos: as formas de convivência entre as pessoas, o

respeito às diferenças, a cultura escolar. (PENIN,VIEIRA E MACHADO 2001, p. 45)

O aluno deve adquirir uma razão para querer aprender, entender o motivo pelo qual precisa ou busca determinado conhecimento, já é um passo importante, conhecer a sua cultura e valoriza-la é também algo que pode ser enfatizado pelo aluno e pela própria escola.

1.3.1 Escola Pública e Escola Privada

A escola particular surgiu no Brasil, antes da escola pública e era privilégio

apenas da classe alta (elite), por querer uma educação diferenciada para os filhos,

os pais, que em geral eram fazendeiros e barões os colocavam em escolas privadas

e renomadas, querendo assim que os mesmos se destacassem profissionalmente e

elevassem o nome da família.

A escola pública surgiu depois do enfraquecimento das escolas distintas para

ricos e pobres no século XIX, quando a classe operária começa a reclamar e lutar

por um ensino onde favorecesse não só a classe rica mais também a classe pobre.

Contudo, mesmo com a união desses dois grupos continua a desigualdade, pois os

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30

filhos dos ricos sempre se superavam nos resultados por terem melhores condições

extraclasses.

Não há como negar as inúmeras diferenças entre a escola pública e a escola

privada, podemos destacar alguns pontos como: a relação dos professores com

alunos e pais que, na escola particular, é muito mais amigável e constante, o

interesse e acompanhamento dos pais pelo desenvolvimento educacional dos

filhos.

O espaço escolar é também uma construção cultural e, portanto histórica,

pois desde os tempos remotos até os dias atuais pode-se observar que a arrumação

de uma sala de aula continua sendo a mesma: carteiras enfileiradas, portas

fechadas, carteira de professor ao lado do quadro e virado para alunos e a constante

utilização do quadro e giz.

Hoje com o avanço tecnológico e o mercado de trabalho cada vez mais

exigente não só os pais da classe alta mais os da classe média optam também por

matricularem seus filhos em escolas particulares, pois alguns acham que as escolas

públicas não os capacitam para futuramente prestarem um vestibular. Há aqueles

que pensam ainda que a escola particular cobra mais do aluno por eles pagarem

uma mensalidade fixa, muitos não têm o conhecimento que os recursos didáticos e

paradidáticos da escola pública que seus filhos usam são pagos com o dinheiro de

impostos inclusos em suas contas.

A luta pela defesa da escola particular, pela defesa da liberdade de ensino, pela defesa do direito que a família tem de escolher a educação que ela quer para seus filhos, não pode traduzir-se hoje num confronto entre a escola particular paga e a escola pública gratuita. (REVISTA da AEC, 1981, nº 40).

De acordo com Piletti (1991), o saber escolarizado na Idade Média era

privilegio da nobreza, do clero, e da burguesia na idade moderna. Foi a partir da

revolução francesa que as classes populares perceberam a importância do saber ler,

escrever e contar, com isso começaram a exigir escola pública e gratuita para todos.

Como se afirma nas palavras de Moll (1996):

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31

Historicamente o processo de educação escolar no Brasil está marcado pela exclusão das camadas populares da sociedade desde o início do processo de colonização o saber matéria-prima do trabalho escolar- é mantido como privilegio de grupos economicamente hegemônicos. (MOLL, 1996, p.12)

No Brasil historicamente sempre houve dois tipos de escolas, a escola feita

para a elite que era a escola superior e secundária e a escola primária para as

classes populares, porém a maioria dos brasileiros não tinha acesso à escola. Moll

(1996) faz ainda a seguinte colocação.

Há um caráter elitista explícito na distribuição do saber letrado. A educação escolarizada só era conveniente à camada dirigente (pequena nobreza e seus descendentes) que vinculava os interesses metropolitanos às atividades coloniais. (MOLL 1996, p.13)

Ainda hoje a escola tem resquícios dessa segregação e imposição de

saberes, a escola é preparada para conduzir os educandos para a servidão, estando

de portas abertas para a elite que de certa forma já vem conscientizada do próprio

âmbito familiar sobre as orientações que devem tomar como base.

1.3.2 Interação Escola-Família

A educação brasileira sofreu grandes transformações no século XX: A

primeira universidade do Brasil é inaugurada no estado do Paraná em 1912 e em

1920, o Rio de janeiro inaugura a sua. Em 1930 surge o Ministério dos Negócios da

Educação e da Saúde Pública. Na constituição de 1934 aparece pela primeira vez a

educação como direito de todos (art.149), é reintroduziu também o ensino religioso

de caráter facultativo. Em 1937 a legislação da prioridade do ensino pré- vocacional

e profissionalizante às classes baixas. A educação entra em crise após a Segunda

Guerra Mundial e educadores se unem em prol da construção de um mundo melhor.

Em 1953, o curso normal passa a ter o mesmo valor que o Ensino Médio para o

ingresso na universidade. Em 1961, é aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação. É criado o Mobral em 1964 pelo regime militar com a finalidade de acabar

com o analfabetismo. Em 1988, é criada uma nova Constituição, que além de definir

a educação como direito de todos e dever do estado e da família (art.205), também

obriga a União e os Estados a aplicar respectivamente 18% e 25% da receita em

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32

educação. Em 1996, a promulgação da Nova LDB inverte a ordem das

competências dizendo que a educação é dever da família e do estado (art.2º),

sabemos que a educação antes é obrigação primeiro do estado e depois da família

com esse artigo inverteu-se a ordem.

Depois dos movimentos populares, da revolução feminina, do progresso do

movimento sindical, das revoluções no campo político, dos governos militares e do

avanço tecnológico, o Brasil sofreu grandes transformações tanto sociais como

políticas. Além disso, o Brasil se mostra cada vez mais como um país capitalista,

preocupado com a criação de políticas públicas especialmente com aquelas

relacionadas à educação. O mercado de trabalho abre suas portas para a mulher e

isso fez com que seus filhos passassem a maior parte do tempo fora de casa, sendo

assim, a escola teve que assumir um papel maior na formação destes. “A partir do

capitalismo a instalação das fábricas separa o local de trabalho do local de moradia,

obrigando a mulher que precisa completar o orçamento doméstico a se ausentar de

casa.” (ARANHA, 1996, p.95).

A descoberta de problemas que afastam as famílias da escola pode ser um

caminho a serem pensados como elo entre esses dois vieses. Ao pensarmos que

historicamente existe não um “modelo de família” e sim modelos familiares infinitos,

cada um com sua singularidade e traços próprios e cada uma defendendo do seu

jeito e protegendo a sua subsistência. Estão presentes dessa maneira, sentimentos

pertinentes ao cotidiano de qualquer agrupamento como amor, ódio, ciúme, inveja,

entre outros. Os deveres que por ora são de obrigação familiar são transferidos

apenas para o ambiente escolar, fazendo-se assim uma inversão de papéis. Quando

estes matriculam seus filhos na escola estão buscando um saber sistematizado, pois

até então o único tipo de educação que tinham era assistemática.

Segundo Kaloustian (1988), todos os membros da família devem ter no

ambiente familiar a garantia de auxílio integral e sobrevivência, não importando a

situação em que se estrutura essa família. Na família é que os seus membros são

conduzidos afetivamente, tendo todo o aparato material necessário para o bom

desenvolvimento dos seus indivíduos. É no espaço familiar que são absorvidos

valores éticos, desempenhando de forma decisiva na educação formal e informal de

Page 34: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

33

seus componentes. Através dos valores culturais observados é que se formam os

traços das novas gerações.

Para que o direito a educação se estendesse a todos e o número de escolas

públicas fosse ampliado foram necessárias várias campanhas envolvendo diversos

setores da sociedade: entre eles educadores, sindicatos igrejas, comunidades,

dentre outras categorias profissionais. De acordo com artigo 125 da Constituição

(1988):

A educação integral da prole é o primeiro dever e direito natural dos pais. O estado não será estranho a esse dever, colaborando de maneira principal ou subsidiária para facilitar a sua execução de suprir as deficiências e lacunas da educação particular. (CONSTITUIÇÃO, 1988, art.125).

Existem relevantes tarefas no que diz respeito à orientação e educação de

crianças e jovens que são divididas pela família e pela escola, nesses espaços eles

trocam conhecimentos e valores. Para a escola dar certo se acredita que ela deva

estar ciente do processo familiar de cada aluno e a família deve estar interessada

pelas atitudes e desempenhos dos seus filhos. “A importância da participação dos pais

na educação e escolarização dos filhos é praticamente regra em sistema educacional e

dispensa referência a fontes específicas de inspiração”. (OLIVEIRA, 2001, p. 71).

Segundo Gokhale (1980), A família não é apenas o berço cultural e nem

apenas base de civilizações futuras, mas é núcleo da vida social... A criatividade e

comportamento servirão de apoio dependendo muito da sucessão da educação na

família. A formação da personalidade e caráter das pessoas depende muito da

influência familiar. . “As funções básicas da família estão de tal modo identificadas

com a educação que não se pode tratar de uma sem referir-se a outra.” (TOSCANO,

2002, p. 110).

Por acreditar que a escola é a continuação do lar, os pais acabam

transferindo as suas obrigações para ela. As atribuições da escola e da família são

tão parecidas que ambas se perdem no entendimento de suas funções, os pais

criam um vínculo de intimidade com a escola, mas, em momento nenhum deve

deixar de cumprir o seu papel, independente do seu modelo. A obrigação da família

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34

é intransferível, só ela possui capacidade de tais responsabilidades, só ela terá

instrumentos relativos aos conhecimentos prévios dos educandos, sua disciplina,

seus costumes e hábitos culturais e emocionais.

Na visão de Silva (2008), a escola não deve ser só um ambiente de

aprendizagem, mas também um espaço de ação na qual haverá desenvolvimento de

vida afetiva, ou seja, deve existir uma continuidade da mesma, quando os alunos se

sentam para debaterem assuntos sobre o processo de aprendizagem. É também

importante falarem de amizade, respeito ao próximo, sobre os problemas que

prejudicam o nosso planeta.

A criação, a educação e a preparação dos filhos nos dias atuais é um desafio

gigantesco. A família tem um papel fundamental em todos os momentos e nas mais

diferentes fases da vida do ser humano, pois é ela quem define desde cedo onde os

filhos irão estudar, o que é prioridade eles saberem para tomarem possíveis

decisões no futuro. Junto à família está a escola, para assegurar um bom

desenvolvimento do individuo, os pais e a escola devem contribuir na formação e

educação formal das crianças de maneira sólida e consciente. “Cabe aos pais e a

escola preciosa família de transformar a criança imatura e experiente em cidadão

madura, participativo, atuante, consciente de seus deveres e direitos, possibilidades

e atribuições.” (SANTO, 2008:14).

No contexto em que vivemos hoje, a escola e a família tem que caminharem

juntas, uma necessita da outra e devem desenvolver ações e tarefas em conjunto

para a formação total dos educandos e filhos. “O ambiente escolar deve ser de uma

instituição que complete o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e

geradores princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno”. (TIBA, 1996:140)

Ao nascer, todo ser humano é introduzido num mundo em que ser social é

fundamental para a sua sobrevivência, onde, a sua convivência com outras pessoas

lhe traz aprendizagens relevantes ao seu desenvolvimento. Vários elementos

contribuem para adquirir conhecimentos e na formação de comportamento, a família

aparece como um dos mais influentes.

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Na sociedade em que vivemos muitos elementos estão envolvidos no

processo educativo, tais como a escola, igreja, meios de comunicação, o trabalho e

a família. No entanto, a escola e a família se destacam como instituições de

importante influência e que precisam trabalhar na intenção de educar os indivíduos

de forma brilhante, para que estes se tornem cidadãos pensantes e capazes de

cumprir com seus deveres e saberem buscar seus direitos.

De uma maneira geral, sobre a relação família e educação, afirma Nérici (1972):

A educação deve orientar a formação do homem para ele poder ser o que é, da melhor forma possível, sem mistificações, sem deformações, em sentido de aceitação social. Assim, a ação educativa deve incidir sobre a realidade pessoal do educando, tendo em vista explicitar suas possibilidades, em função das autênticas necessidades das pessoas e da sociedade (...) A influência da Família, no entanto, é básica e fundamental no processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de substituí-la. (...) A educação para ser autêntica, tem de descer à individualização, à apreensão da essência humana de cada educando, em busca de suas fraquezas e temores, de suas fortalezas e aspirações. (...) O processo educativo deve conduzir à responsabilidade, liberdade, crítica e participação. Educar, não como sinônimo de instruir, mas de formar, de ter consciência de seus próprios atos. De modo geral, instruir é dizer o que uma coisa é, e educar e dar o sentido moral e social do uso desta coisa". ( NÉRICI,1972,p.12).

O termo “Integração”, na acepção da palavra, significa “tornar inteiro”

“completar” (LUFT, 2000), e é esse o sentido desta busca, aproximando família e

escola, que a educação de uma venha completar a educação da outra, e que, juntas

possam fortalecer-se enquanto instituições formadoras.

Se tratando da relação família e escola, precisamos esclarecer as funções

dos pais e escola na vida escolar dos seus filhos, apenas a observação das

atividades, questões comportamentais e a entrega dos filhos na escola não se

constituem como participação, o papel dos pais não se restringe somente a essas

obrigações. A participação (ou ausência de) é um tema “reclamado”, mas não é um

tema “discutido”. Os pais se predispondo a ajudar não têm claro como o podem

fazê-lo.

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Segundo TIBA (2002, p.180) “[...] percebo que as crianças têm dificuldade de

estabelecer limites claros entre a família e a escola, principalmente quando os próprios pais

delegam à escola a educação dos filhos [...]”.

São muitas as mudanças ocorridas na sociedade. O mundo capitalista e

globalizado põe fim nas grandes receitas, estabelecendo uma nova ordem que

chega a essa nova era voltada para a 3ª revolução industrial, que nos chama a

repensar o nosso papel e atualizar os nossos conhecimentos. Os principais atores

do processo ensino-aprendizagem, professor e aluno sofrem nesse processo efeitos

comprometedores, abalando valores e prevalecendo o individualismo e a

competitividade, o hedonismo sujeita às atitudes de solidariedade, valor e respeito à

vida. Esse contexto acarreta vários problemas no convívio familiar, ficando à escola

a responsabilidade de transmitir aos filhos valores antes pertinente à família. Na fala

de Gomes (2005, p.295), “a escola é comparável a uma arena competitivo-conflitual,

onde se encontram pelo menos duas gerações”; mediar tais conflitos não é tarefa

fácil, nem tampouco incumbência exclusiva da escola.

Família e escola estão vivendo a chamada “crise existencial”, as ineficácias

determinadas situações são temas de livros, artigos, discursos, onde atravessam

expressões de mudanças como reinventar, reconceituar, rever, resgatar,

transformar, juntamente com outras expressões indicativas de mudança,

cooperação, coletivo, humano, sendo esse um meio sugerido para amenizar esse

quadro de crise. Partes destes termos implícita ou explicitamente estão presentes na

fala de Libâneo (2001) ao fazer referência à gestão democrática:

A gestão democrática participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, concebe a docência como trabalho interativo, aposta na construção coletiva de objetivos e das práticas escolares, no diálogo e na busca do consenso. (LIBÂNEO, 2001, p.131-132)

A Lei 9394/96-LDB (art. 4º), ao tratar dos princípios e fins da educação,

explicita: “a educação, dever da família e do Estado”... tem por finalidade o pleno

desenvolvimento educacional...” e ainda, a mesma Lei coloca, “os estabelecimentos

de ensino terão a incumbência de ... articular-se com as famílias ... criando

processos de integração... .” Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990),

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determina que é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo

pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais (Cap. IV,

parágrafo único); ou seja, a educação é primeiro, dever da família, é com a família

que se inicia o processo de educar, processo esse,ampliado pela educação escolar

com a obrigatoriedade do Estado.

A Família e a escola são os primeiros e os principais núcleos de formação

social da criança, por isso ambas devem trabalhar conjuntamente a fim de

promoverem o desenvolvimento pleno e integral desta. Porém o que se percebe

atualmente são transferências de culpas e responsabilidades. A família seja por

incapacidade de educar seus filhos ou pelo fato de não ter tempo devido à correria

do dia a dia cruzam os braços, achando que sozinha a escola dará conta de cumprir

a dupla tarefa: suprir a carência emocional que o aluno traz de uma família

desestruturada e ensinar-lhe o que ela precisa para futuramente ser um cidadão

capacitado para ingressar em uma sociedade onde a capacidade intelectual será

exigida. Porém a função que a família desempenha na educação dos filhos é

intransferível.

A instituição escolar por sua vez, acha que ensinando conteúdos e aplicando

avaliações na maioria das vezes quantitativas, está cumprindo seu papel social com

este aluno. Não sabendo ela, que sua missão vai além dos muros da escola. Cabe a

esta, não apenas a transmissão de conteúdos, mas, também o conhecimento da

família do aluno, pois com isso o trabalho escolar acontecerá de forma consciente e

eficiente. E esse conhecimento que é de importância fundamental só poderá ocorrer

se a instituição escolar fornecer meio para esse intercâmbio, o qual poderá ser feito

por meio de visitas a casa dos alunos, disponibilização para o professor de uma

ficha com dados pessoais do aluno no início do aluno letivo, criação de atividades

nas quais os pais dos alunos possam ser inseridos e assim participem mais da vida

escolar de seus filhos e do espaço da escola.

O que não pode acontecer é a escola e a família se distanciarem e medirem

força para ver de quem é a culpa da não aprendizagem do aluno. O trabalho em

conjunto desses dois segmentos facilitará a educação das crianças integrando-as à

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sociedade, porém cada uma fazendo o que é de sua incumbência. Nérici (1997) em

Escola Lar e Educação afirma:

A escola existe para completar a ação educativa do lar, na sua tarefa de preparar novas gerações para o exercício pleno da cidadania. Atende também à sociedade, colaborando na formação do tipo de cidadão que mais convém a sua sobrevivência e desenvolvimento (...) A escola não deve assumir sozinha, a incumbência da família de educar os filhos. Deve sim, empenhar-se para que essa se convença das suas obrigações inalienáveis no processo educativo da prole. Deve evidenciar que certas condições básicas, emotivas principalmente, para boa marcha da educação, devem ser preparadas pela família, sem o que muito pouco poderá fazer a escola. (NÉRICI, 1977, p.194)

Nos dias atuais, diante da complexidade no campo educacional que hoje os

seres humanos vivem, nos preocupamos e pretendemos entender a enorme

necessidade da relação que deve existir entre a escola e a família.

Os questionamentos a respeito da participação da família junto à escola são

muitos, referente à educação dos filhos. A escola não pode ser uma mera sociedade

que apenas recebe alunos das mais diversas camadas sociais e cuida de formá-los

como cidadãos e/ou em pessoas que procurem desenvolver sua conduta de forma a

corresponder com os padrões exigidos pela sociedade em que vivem. Como afirma I

Lopez (1999):

É preciso convencer-se de que a participação, diferenciada conforme o papel que cabe a cada setor da comunidade educacional constitui ao mesmo tempo uma manifestação de democracia social e uma garantia de qualidade. Por certo não se pode confundir a participação com qualidade em se da educação escolar , porque a qualidade refere aos resultados educacionais alcançados pela escola, enquanto participação é apenas um meio. Contudo, trata-se de um meio fundamental, porque a educação não depende de si mesma, mas em grande parte do papel que desempenha a família dentro e fora da escola. Como se dá com outras habilidades humanas, é participando que se aprende a participar (I LOPEZ, 1999, p.83)

A escola não deve limitar-se em si mesma o papel de educadora e

transformadora do ser humano, essencialmente quando se trata da educação

voltada para pessoas que são portadoras de necessidades especiais. É preciso que

entidade escola compreenda-se como mediadora que precisa está em perfeita

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ligação com a família para que unidas encontrem saídas para uma aproximação de

sucesso entre as mesmas.

É preciso existir um profundo conhecimento por parte da escola em relação à

família. O que acontece no seio da mesma deve ser de necessária importância para

a escola hoje, porque só se pode resolver determinadas situações problemas

quando há um conhecimento anterior de imposições que venham ser a causa por

onde decorrem tais problemas. Por outro lado, a escola precisa estar aberta para

que a família possa ter um acesso maior quanto ao seu projeto pedagógico. Supõe-

se que uma vez a família vendo de perto as propostas que a escola tem para

oferecer aos seus filhos e podendo ajudar no que for possível, a partir desse

momento, pode surgir uma relação de confiança e colaboração. É relevante que a

escola leve em consideração o fator social como diz Alarcão (2001):

A escola reflexiva é uma escola que se assume como instituição que sabe o que quer e para onde vai. Na observação da realidade social, descobre os melhores caminhos para desempenhar a missão que lhe cabe dentro da sociedade. (ALARCÃO, 2001, p.26)

A interação família e escola, na contemporaneidade, é temário significante

nos debates estabelecidos em diferentes âmbitos da sociedade. Muito se fala que o

dueto família e escola é o responsável direto na construção do histórico positivo,

alcançado pelos alunos e alunas no tocante ao ensino-aprendizagem. Comumente

escutamos os professores solicitarem o apoio constante e verdadeiramente

comprometido da família, pois essa parceria é fundamental para um bom

desenvolvimento do aluno, conforme o grifo de Melo:

A participação da família na escola pode se dar de várias maneiras, na atuação direta dos pais em projetos especiais, nos momentos de avaliação dos filhos e no conselho escolar, no qual participa da formulação e acompanhamento do Projeto Político- Pedagógico e de outras questões pertinentes à escola. Muitas pesquisas indicam que a participação da família auxilia, direta e indiretamente, no processo educativo dos filhos (MELO 2011, p. 9).

Carregamos no nosso entendimento que o ambiente escolar é aquele

composto por um professor ensinando um conteúdo a uma turma de meninos e

meninas. Esse cenário não está equivocado, mas compor a escola tendo apenas o

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professor e os alunos como únicos personagens, é anular do enredo escolar, outros

elementos importantes, como a família, e isso representa muito.

No entanto, quando expomos uma expectativa de apoio, falamos de uma

relação apaziguadora em que não há espaço para acusação e muito menos para a

crença de que o mau desempenho dos alunos diz respeito unicamente à falta de

acompanhamento dos pais. Ou ainda que o insucesso da vida escolar dos filhos e

filhas é resultado da deficiência estrutural nas famílias, como afirma Paro:

Na mesma medida que enfatizam a importância e a necessidade de os pais participarem, em casa, da vida escolar de seus filhos os professores e funcionários, em geral, reclamam da falta dessa participação (PARO 2007, p.39).

A qualidade da relação criança e família irão oferecer condições ao processo

de socialização da criança com a escola e vice-versa. Ou seja, a família e escola

são sinais expressivos dentro da dinâmica ensino-aprendizagem, isso tudo pelos

aspectos da limitação, da identificação e outras mais características determinadas

pelo contexto familiar e escolar. Nessa parceria harmônica a criança caminha com

passos do bom desenvolvimento.

Devemos compreender a educação como uma forma de intervenção no

mundo. Devemos entender que os alunos devem ter condições para tomar decisões

coerentes, portanto a família e escola devem está constantemente dialogando,

expondo dificuldades, elaborando estratégias, pois o aluno é também o filho. De

acordo com Salvador, (1999):

Embora a escola e a família sejam contextos diferentes e ofereçam experiências educativas diversas, o aluno/filho é a mesma pessoa e necessita de alguns critérios estáveis, que serão os que poderá se interiorizar para regular a sua própria vida de maneira autônoma. (SALVADOR, 1999, p.186)

Dialogar é mais que preciso, pois não há uma cartilha ensinando como

acolher e envolver os pais na escola. Não há uma receita pronta que nos oriente na

difícil, porém necessária, tarefa de atrair os pais para o âmbito escolar. Sendo

assim, é papel da escola elaborar estratégias que respeitem as heterogêneas

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características da comunidade familiar. Pois, é no diálogo simples e repleto de afeto

que conhecemos os nossos e os valores alheios. A escola poderá coincidir com os

valores da família, potencializando a boa educação de berço, e por consequência, a

família engrossará o coro da aprendizagem pautada na união. Segundo Lane, (et.al.,

2001, p.102)

... é na família que os indivíduos são educados para que venham continuar biológica e socialmente a estrutura familiar. Ao realizar seu projeto de reprodução social, a família participa do mesmo projeto global, referente à sociedade na qual está inserida. É por isso que ela também ensina aos seus membros como se comportar fora das relações familiares em toda e qualquer situação. A família é, pois, a formadora do cidadão. (LANE, et.al. 2001, p.102).

Um dos maiores obstáculos hoje em dia para os seres humanos vem sendo a

desintegração dos seus valores, ética, cidadania, que vem não mais fazendo sentido

na formação do indivíduo, cada dia mais, sendo banidos de suas vidas. Nesse

momento fica evidente a necessidade da presença da família e da escola para

impedirem que esse processo de banalização continue, tentando ao mesmo tempo

resgatar valores tão importantes como a boa formação do caráter.

A escola e a família que tem objetivos em comuns caminham juntas para a

formação integral do individuo, desenvolvimento do bem-estar e da aprendizagem. A

escola e a família se constituem em um conjunto com grandiosas tarefas, sendo

desenvolvidas nelas os primeiros grupos sociais da criança. Em relação a isso, A

LDB- Lei de Diretrizes e Base da Educação (lei 9394, de dezembro de 1996)

formaliza e institui a gestão democrática nas escolas e vai além. Algumas conquistas

se destacam: A concepção de educação, concepção ampla, estendendo a educação

para além da educação escolar, ou, seja comprometimento com a formação do

caráter do educando.

A primeira formação do indivíduo deve existir na família, que é o caráter e a

personalidade, a família é indispensável e devemos ter um olhar grandioso sobre a

mesma. De acordo com Chalita (2004):

Não se experimentou para a educação informal nenhuma célula social melhor do que a família. É nela que se forma o caráter.

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Qualquer projeto educacional sério depende da participação familiar: Em alguns momentos, apenas do incentivo, em outros de uma participação efetiva no aprendizado ou pesquisa, ao discutir, ao valorizar a preocupação que o filho traz da escola. (CHALITA, 2004, p.17)

Torna-se explícito que a família é a célula que ocupa o primeiro lugar na

formação educacional do ser humano, pois é dela que parte o incentivo e o apoio ao

aluno na escola e para a escola. É importante que a família esteja mais presente do

que nunca, pois além de se tratar de formação, trata-se também de uma inclusão do

indivíduo e também da família. Gentile (2006) afirma que:

A família é o primeiro grupo com o qual a pessoa convive e seus membros são exemplos para a vida no que diz respeito à educação, se essas pessoas demonstrarem curiosidade em relação ao que acontece em sala de aula e reforçarem a importância do que está sendo aprendido, estarão dando uma enorme contribuição para o sucesso da aprendizagem. (GENTILE, 2006, p.35)

De acordo com o comentário de Paola Gentile no artigo que escreve na

revista Nova escola de junho/ julho de 2006, com o título: Abrir as portas à

participação de familiares e da comunidade, ela diz: “Escola e família têm os

mesmos objetivos: Fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos e ter

sucesso na aprendizagem”... (GENTILE, 2006, p. 33)

A escola enquanto instituição responsável pela comunicação do

conhecimento deverá ter consciência do seu papel, compreendendo que precisa

valorizar a importância das pessoas envolvidas em todo o seu processo, entendendo

que não só a família deverá ter reconhecimento da sua função na ação educativa e

educacional dos seus filhos. De acordo com Alarcão (2001):

A escola sem pessoas séria um edifício sem vida. Quem a torna viva são as pessoas: os alunos, os professores, os funcionários, os pais que, não estando lá permanentemente, com ela interagem. As pessoas são o sentido da sua existência. Para elas existem os espaços, com elas se vive o tempo. As pessoas socializam-se no contexto em que próprias criam e recriam. São o recurso sem o qual todos os outros recursos seriam desperdício... As relações das pessoas entre si e de si próprias com o seu trabalho e com a sua escola são a pedra de toque para a vivência de um clima de escila em busca de uma educação melhor a cada dia. (ALARCÂO, 2001,p. 20)

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Carregamos no nosso entendimento que o ambiente escolar é aquele

composto por um professor ensinando um conteúdo a uma turma de meninos e

meninas. Esse cenário não está equivocado, mas compor a escola tendo apenas o

professor e os alunos como únicos personagens é anular do enredo escolar outros

elementos importantes, como a família, e isso representa muito.

Enfim, encontraremos vários sentidos para o termo interação. Mas, o seu

melhor significado habita na necessidade de conhecer as razões pelas quais as

famílias se negam a corresponder ao que os educadores aspiram, ou seja, no

tocante a sua participação na vida escolar dos filhos. Necessitamos urgentemente

abandonar a velha postura de juízes que condenam e sentenciam sem conhecer os

motivos manifestados nas ações alheias, pois só assim, conseguiremos êxito.

Page 45: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

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2.0 CAPÍTULO II - MÉTODO

2.1 Pesquisa qualitativa

O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa qualitativa . É uma

pesquisa que permite a compreensão sobre todo o contexto estudado, atendendo a

toda a complexidade do tema através de entrevistas. Nesse tipo de pesquisa os

dados coletados são descritos e depois interpretados. Isso quer dizer que a

interpretação deve ocorrer de modo imparcial, sem preconceitos e opiniões

pessoais. De acordo com Neves (1996, p. 1)

conceitua pesquisa qualitativa como[...] um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Tendo por objetivo traduzir e expressar o sentido dos

fenômenos do mundo social [...] (NEVES, 1996, p. 1)

A pesquisa qualitativa não tenta expressar em procedimentos os conteúdos

diretos e claros do sujeito com o intuito de transformá-lo em entidades objetivas

suscetíveis de processamento matemático. A opção epistemológica que escolhemos

como fundamento da abordagem qualitativa representa o conhecimento como

processo permanente, de caráter aberto dentro do qual o pesquisador sempre

descobre e constrói opções. Como diz Minayo (1998)

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela preocupa-se nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, valores e atitudes que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de resultados. (MINAYO, 1998, pág. 22).

A concepção de trabalho de campo historicamente está ligada com a

etnografia, o que em nossa opinião depende do método descritivo, pioneiro no

desenvolvimento de uma orientação qualitativa de pesquisa cientifica. No entanto o

trabalho de campo é exigência para muitas pesquisas qualitativas desenvolvidas no

campo das ciências antropossociais. O trabalho de campo não deve estar agregado

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apenas à participação do pesquisador no meio estudado. A presença do

pesquisador na instituição estudada é trabalho de campo. Orofino e Zanello afirmam:

Interessa-nos o sujeito concreto e não um sujeito hipotético. Não iniciamos a pesquisa com hipóteses a priori que nos fariam cair na armadilha de filtrar a observação. Acreditamos que a pesquisa se faz pela construção dinâmica, pelo cotidiano das vivências geradas pela relação pesquisador-pesquisado (OROFINO E ZANELLO, 1997:13).

A pesquisa qualitativa faz sentido a partir do momento que nos deparamos

com sujeitos reais, os quais de forma livre discorrem sobre aspectos de suas vidas

ou do foco ao qual é questionado.

2.2 Lócus da Pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida na Escola Municipal Luiz Navarro de Britto,

situada no Bairro do Alto, na Rua Doutor Manoel Augusto Meira, S/N na cidade de

Itiúba-BA, em funcionamento desde1969. No quadro de funcionários a escola conta

com 10 professores para atender a uma clientela de 273 alunos, que estão

distribuídos nos dois turnos (matutino/ vespertino). A escola oferece desde a

Educação Infantil, uma é o Ensino Fundamental I. Quanto à estrutura física, a escola

é composta de seis (6) salas de aulas, uma (1) sala para a diretoria, uma (1) cantina,

três banheiros. O espaço externo se limita a uma pequena área.

2.3 Participantes

Contamos com a participação de treze (13) indivíduos, sendo eles dois (02)

professores da turma, dez (10) pais selecionados através de documentos da escola

(frequência, matriculas e atas,) cedidos pela direção da escola para que nós

fizéssemos uma análise e posterior seleção, classificando um mesmo número, como

pais frequentes e pais ausentes na vida escolar dos seus filhos. Contamos apenas

com participantes do sexo feminino. Fizemos um trabalho coletivo, nesse contexto

os pesquisados são reconhecidos como sujeitos, na construção do conhecimento e

autores de práticas adequadas capazes de intervir no problema identificado. Os

participantes se encontram numa faixa etária entre 25 à 45 anos, os professores se

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46

possuem nível superior e alguns dos pais concluíram o ensino médio, enquanto

outros têm o fundamental I, uns completo e outros incompletos.

2.4 Instrumentos

Utilizamos como ferramenta de pesquisa a entrevista semiestruturada. A

entrevista é um método mais flexível para coletar os dados num processo de

trabalho com a sociedade. Segundo Lima (2004)

Como um encontro entre duas ou mais pessoas a fim de que uma ou mais delas obtenham dados, informações, opiniões, impressões, interpretações, posicionamentos, depoimentos, avaliações a respeito de um determinado assunto, mediante uma conversação de natureza acadêmica e/ou profissional. (LIMA 2004, p.90)

Através da entrevista semiestruturada, pudemos coletar os dados que

serviram de subsídios para sanar as inquietações que deram origem a essa

pesquisa, foram de grande relevância, porque proporcionou ao entrevistado a

oportunidade de se expressar livremente.

2.5 Procedimentos de coleta de dados

A entrevista foi feita na casa de cada participante, à exceção da diretora que nos

concedeu a entrevista no âmbito escolar, sendo todas realizadas no turno

vespertino, a partir das 13h00min , quando através de uma conversa prévia,

individual apresentamos para eles quais os nossos objetivos eles concordam em nos

passar as informações que queríamos. Em seguida entregamos para os

participantes um termo de consentimento onde estava claro o sigilo de todo o

trabalho realizado.

2.6 Procedimentos da Análise de dados

Os dados coletados serão analisados através das seguintes categorias:

1. Pais que acompanham a vida escolar dos filhos:

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*Orientam os filhos para estudar;

*Vão às reuniões escolares;

* Frequentam sempre a escola, em busca de informações sobre a vida

escolar de seus filhos;

*Ajudam nas atividades extraclasses;

*Participam dos eventos escolares;

2. Pais que não acompanham a vida escolar dos filhos:

* Não orientam os filhos para estudar;

* Não vão às reuniões escolares;

* Não frequentam a escola, em busca de informações da vida escolar de

seus filhos;

* Não ajudam nas atividades extraclasses;

* Não participam dos eventos escolares;

3. Relação da escola e família de forma positiva:

*Desenvolvimento favorável da aprendizagem;

*Motivação para aprender;

*Bom comportamento;

*Desempenho nas atividades;

*Responsabilidades com suas tarefas e outras atribuições escolares;

*Organização das disciplinas e materiais didáticos;

*Cuidado e disciplina com o espaço escolar e os instrumentos que a

compõe;

* Respeito com todo o quadro escolar (professores, diretores, pessoal de

apoio e colegas).

4. Relação da escola e família de forma negativa:

*Desenvolvimento não favorável da aprendizagem;

*Não tem motivação para aprender;

*Não tem bom comportamento;

* Não tem bom desempenho nas atividades;

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*Não tem responsabilidades com suas tarefas e outras atribuições

escolares;

*Não tem organização com as disciplinas e materiais didáticos;

* Não tem cuidado e disciplina com o espaço escolar e os instrumentos

que a compõe;

* Não respeita o quadro escolar (professores, diretores, pessoal de apoio e colegas).

A entrevista foi gravada e depois transcrita pelos membros da equipe, através

dos dados obtidos fizemos a interpretação utilizando técnica de análise de conteúdo

que é uma prática e um campo da linguística e da comunicação especializado em

analisar construções ideológicas presentes em um texto. Levantamos as nossas

conclusões que foram também apresentadas através de gráficos que serviram de

subsídios para o esclarecimento de algumas questões. Segundo Minayo (1992), a

entrevista em profundidade possibilita um diálogo intensamente correspondido entre

entrevistador e informante.

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49

3.0 CAPÍTULO III – RESULTADO E DISCUSSÃO

Dos (10) dez pais ou responsáveis que foram selecionados e entrevistados

(08) são casados, (01) um solteiro e (01) um convive sem vínculo judicial, todos do

sexo feminino e isso se deu por a presença das mães ser mais efetiva na vida

escolar dos filhos, todas numa faixa etária entre 26 e 40 anos, (08) oito delas

realizam tarefas domésticas em sua própria residência, (01) é atendente de saúde e

a outra professora, mas não está em exercício. Tivemos como objetivos averiguar se

há alguma relação entre o acompanhamento realizado pelos pais e o desempenho

escolar dos seus filhos, compreender as razões pelas quais alguns pais não

acompanham a vida escolar de seus filhos e caracterizar o desempenho escolar

desses estudantes. Uma vez que nos sentimos inquietadas com a razão pela qual

alguns pais não acompanham a vida escolar de seus filhos e quais as interferências

desse não acompanhamento para o desempenho escolar dos mesmos.

Um dos primeiros pontos que nos chamou muito à atenção, foi o fato da

desestruturação familiar, encontramos ambiente onde o pai ingere bebida alcoólica e

utiliza de uma linguagem imoral e sem respeito com a esposa e filhos e nós

entrevistadoras, fomos vitimas desses palavrões. Muitas mães disseram que

realmente não vão à escola dos seus filhos, pois acham as reuniões uma perda de

tempo. Quando perguntamos à mãe, da qual encontramos o marido bêbado em

casa, se ela achava a presença dos pais nas reuniões importantes, a mesma que foi

selecionada como uma das mães presentes nas reuniões, não nos compreendendo,

respondeu: “Eu acho que é importante o pai parcipitar (participar) porque só a mãe

que parcipita (participa)”. A mãe entendeu que quando citamos a palavra pais

estávamos nos referindo apenas ao genitor. Essa mãe nos chamou muito a atenção

porque além de ser analfabeta, se mostrou mais preocupada com a aprendizagem

dos filhos que a maioria das mães alfabetizadas, pois além de seu baixo grau de

instrução, também possui baixo poder aquisitivo com relação às demais.

As outras mães entrevistadas, tanto as que participam das reuniões como as

que não participam, disseram que acham as reuniões importantes por ser um

momento onde ficam sabendo do andamento escolar dos filhos. Algumas sugeriram

que nas reuniões pudessem se falar do progresso do filho como um todo (escrita,

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50

leitura, notas) e não apenas comportamento (bom ou mau). Muitos pais se

queixaram do fracasso dos filhos e atribuíram a culpa não só à escola, mas à

ausência deles. Eles assumiram que se fossem mais presentes talvez os filhos

aprendessem mais. E afirmaram que não os ajudam porque não sabem, não são

alfabetizados e colocam os irmãos mais velhos para ensinar. Outras já relataram

que o progresso do filho é visível graças à presença constante deles na escola, que

cobram dos filhos um bom comportamento para que venham a ter mais atenção e

assimilar os conteúdos. Essa presença também faz com que os professores deem

uma resposta positiva aos pais, no que diz respeito a estratégias e dinâmicas

eficazes para o bom desempenho do aluno assistido. Esse envolvimento pode ser

espontâneo ou incentivado por políticas da escola ou do sistema de ensino

(Carvalho, 2000).

A escola relatou ter feito atividades diversificadas para fazer com que esses

pais interagissem com a escola, não só em reuniões, mas em um momento de lazer

e reflexão diferenciado, foi criado entre outros o cine família, que era um programa

noturno onde eles assistiriam a filmes com temas voltados para a família. Desses

pais, os que foram selecionados como infrequentes disseram nunca ter ouvido falar

dessa atividade, mesmo tendo passado nas rádios locais e carros de som e até

mesmo os filhos levando os convites para casa. Os pais presentes disseram que

sabiam do evento, e que a escola, sempre que elas iam levar e buscar os filhos

reforçava o convite, falando da sua importância. Essas mães confessaram não

poder ter participado por ser à noite e algumas estarem recuperando o tempo

perdido e tentando concluir os seus estudos e outras por terem filhos pequenos e

não poder deixá-los sozinhos. Percebemos no discurso desses pais presentes que

eles reconhecem o grande desenvolvimento de seus filhos na escola e que um

pequeno descuido nesse acompanhamento já se configura numa decadência. Uma

das mães, ao fazermos as perguntas, se restringia apenas ao desenvolvimento das

duas filhas. Ao perguntarmos pelos seus outros dois filhos, ela disse que eles,

apesar de serem mais velhos que uma das suas filhas, estavam muito atrasados e

que isso se dava por ela não poder acompanhá-los frequentemente, por eles

morarem com os avós. Uma das mães nos deixou bem claro que já havia desistido

da educação do filho e que já havia “lavado as mãos” no que diz respeito à sua vida

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51

escolar, porque os outros já haviam aprendido e esse outro, que era o mais novo,

diz a mãe: “só Deus pra dar jeito”.

Entrevistamos duas professoras, uma que deu início aos trabalhos com esses

alunos, mas, por motivos de doença, teve que se afastar e entregar a turma. As

professoras também fortaleceram a ideia de que a presença dos pais na escola é de

grande relevância e isso é notório, alunos mais comportados, com tarefas de casa

cumpridas, cadernos organizados, desenvolvimento mais eficaz em todas as

disciplinas e maior interesse pelas atividades desenvolvidas na escola. Elas se

queixam que os pais infrequentes deixam muito a cargo da escola a educação dos

seus filhos, atribuindo a esta toda a responsabilidade que lhes compete.

A diretora da escola também sente a falta desses pais para o melhor

desenvolvimento escolar de seus filhos e disse que, apesar de fazerem vários

eventos e de terem utilizado vários métodos para desenvolver melhor o aprendizado

naquela escola, afirma a diretora: “nada adianta se não houver a presença constante

dos pais”.

Uma das mães entrevistadas evidenciou a importância da presença do diretor

na escola, pois, segundo ela, em outra escola que seu filho estudava o diretor era

ausente e isso dificultava o trabalho da professora, pois a turma era multisseriada (4º

e 5º anos), indisciplinada e com idades variadas. Já, segundo ela, nessa escola

onde a presença da diretora é constante e há normas a serem seguidas, conforme a

mãe: “Meu filho mudou o comportamento para melhor e se tornou responsável, pois

sabia que se esquecesse do livro ou não fosse com a farda, não entrava”. Para ela,

a presença dos pais na escola faz a diferença, pois além de acompanhar o

desempenho do filho, ficam também por dentro do comportamento dos mesmos,

pois segundo ela: “Tem crianças que tem outro comportamento quando está longe

dos olhos dos pais.” A análise feita perpassou de maneira favorável pelas quatro

categorias propostas pelo levantamento de dados.

De acordo com os dados levantados, evidenciamos que os pais acham muito

importante a interação da escola com a família e vice-versa, porém na prática essa

parceria ainda está muito distante da participação esperada. Os pais, por sua vez,

Page 53: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

52

alegam falta de tempo, dizem não ter um conhecimento necessário para

participarem das reuniões e não se sentem muito à vontade na relação com os

professores.

Os pais devem compreender que mesmo a escola fazendo a sua parte,

criando situações lúdicas que viabilizem ainda mais o acesso deles à escola, de

nada adiantará se não tiver a sua presença ativa no processo de aprendizado do

seu filho. Nesse contexto, os pais devem compreender que sua relação com a

escola é indispensável para o desenvolvimento do seu filho em todos os aspectos,

aprendizado, sociabilidade, comportamento e disciplina. As respostas fornecidas por

alguns pais apresentam certa incoerência. Eles acham as reuniões necessárias,

porém dispensáveis e cansativas.

Durante as entrevistas, alguns pais colocaram que a escola deveria cobrar

mais dos alunos, porém ao chegarmos à casa de uma das entrevistadas, o aluno

não havia ido à escola, mesmo tendo aula, e o mesmo não se encontrava doente. A

mãe, com outros particulares, encontrava-se sentada na calçada e este aluno com a

cabeça no seu colo. Quando questionada por uma das entrevistadoras, que trabalha

na referida escola, ela respondeu que ele não tinha mais jeito: “só Deus pra dar jeito

nele”.

No interior da casa, especificamente na sala, havia outras pessoas jogando

dominó, inclusive menores. Estava lá também uma aluna, filha de uma das mães

entrevistadas anteriormente. Ao se perguntar a essa mãe sobre a filha, ela falou que

a mesma estava na escola junto com os três irmãos.

O que pudemos constatar é que os pais cobram mais rigor da escola e eles

próprios não têm autoridade para sequer encaminhar o filho à entidade escolar.

Constatamos que os filhos que tiveram o acompanhamento freqüente dos pais

obtiveram um bom aproveitamento no final do ano, enquanto os filhos que não

tiveram o mesmo acompanhamento não tiveram um resultado satisfatório. Através

dos dados levantados podemos afirmar que a participação da família na escola é de

suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem dos discentes.

Page 54: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

53

3.1 Apresentação de resultados através de gráficos

3.1.1 Estado civil dos pais

Dos pais entrevistados, a maioria são oficialmente casados.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

solteiros casados outros

solteira

casados

outros

Fonte: estado civil dos pais, 2011.

3.1.2 Gênero dos entrevistados

As mães se destacam no acompanhamento educacional dos filhos. É tanto

que tivemos em nossas entrevistas 100 % de participação das mães, sendo que nas

visitas feitas encontramos alguns pais em casa, um embriagado e outro que não se

dispôs a nos oferecer as informações, deixando a cargo da mulher.

Fonte: gênero dos entrevistados, 2011.

3.1.3 Idade dos entrevistados

Page 55: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

54

A maioria dos pais se encontra numa faixa etária entre 31 a 39 anos.

Fonte: idade dos entrevistados, 2011.

3.1.4 Grau de instrução

Os pais na maioria concluíram o ensino médio sendo que os demais não

concluíram os estudos e se encontram em um nível de aprendizagem tão baixo que

são incapazes de ajudar os próprios filhos.

Fonte: grau de instrução dos entrevistados, 2011.

3.1.6 Pais que acompanham as atividades escolares dos filhos

Page 56: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

55

Mesmo a frequência dos pais entrevistados sendo de 50%, os pais que

confirmaram ajudar seus filhos nas atividades foram um total de 30%. Isso se dava

pelo grau de instrução dos pais e também por alegarem falta de tempo.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Acompanham às vezes

Não Acompanham

Acompanham

Fonte: pais que acompanham as atividades escolares dos filhos, 2011.

3.1.7 Desempenho dos alunos que tem o acompanhamento freqüente dos pais.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

aprovação

filhos comacompanhamento

Fonte: pais que acompanham a vida escolar dos filhos.

Page 57: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

56

3.1.8 Desempenho dos alunos que não tem o acompanhamento freqüente dos

pais.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

aprovados aprovados

através de

recuperação

conservados

aprovados

aprovados através derecuperação

conservados

Fonte: pais que não acompanham a vida escolar dos filhos.

Page 58: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

57

4.0 CAPÍTULO IV - Considerações Finais

As mudanças ocorridas no conceito de família e escola, e suas funções

sociais impostas ou modificadas a cada momento histórico, fizeram com que, as

instituições atualmente, entrassem em conflitos quanto às suas funções sobre a

formação ética, moral, cognitiva e emocional dos alunos. Nesse sentido, ao

estabelecer como objetivos tinha-se em vista responder as questões básicas que

propomos investigar: averiguar se há alguma relação entre o acompanhamento

realizado pelos pais e o desempenho escolar dos seus filhos, e como objetivos

específicos: Compreender as razões pelas quais alguns pais não acompanham a

vida escolar de seus filhos e caracterizar o desempenho escolar desses estudantes.

Houve a necessidade de aprofundarmos o estudo da teoria direcionado pelos

pressupostos da pesquisa qualitativa, isso oportunizou a análise do contexto de

estudo. Baseado nos dados coletados ficou evidente que os pais acham importante

manter um contato mais estreito com a escola dos filhos, mesmo sabendo e

reconhecendo a importância desse elo, alguns pais priorizam o trabalho e os

afazeres domésticos, deixando assim a vida escolar dos filhos para o segundo

plano, com essa atitude, acaba deixando a cargo da escola a responsabilidade que

também lhe compete. Claro que a escola, como entidade formadora de cidadãos

letrados, não pode nem deve se anular de sua missão. Durante as entrevistas,

percebemos que está arraigado na cultura dos pais o costume de culpar a escola

pela a falta de responsabilidade do aluno no tocante ao não cumprimento das

atividades de casa, isso é, eles se eximem de tal tarefa acarretando assim a escola.

Através dos resultados obtidos, alcançamos os nossos objetivos, a escola e a

família, compõem uma parceria propiciadora de um desenvolvimento mais

aprimorado e efetivo no processo ensino-aprendizagem do educando chegamos à

conclusão que os vínculos entre a família e a escola devem ser reforçados com

equilíbrio, sendo as responsabilidades divididas onde consiste a redefinição das

funções. Já temos a certeza de que escola e família são variantes importantes na

formação do processo de desenvolvimento dos indivíduos.

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58

Os alunos que tem a presença constante dos pais, afirmado em várias falas

dos professores e através da nossa observação direta, se mostram alunos

disciplinados, com cadernos organizados, as tarefas para casa são cumpridas, a

leitura e escrita são desenvolvidas com mais rapidez e fluência, obtendo-se

melhores notas nas avaliações.

Já os alunos que não tem a presença constante dos pais na escola, pais

estes que alegam o motivo da sua ausência, a falta de tempo por ter filhos

pequenos, por ter que realizar algumas tarefas domésticas, entre outros motivos que

não deveriam interferir nesse acompanhamento, se encontram desmotivados e com

isso se tornam indisciplinados, não tendo capricho nem zelo pelas atividades

escolares e extra-escolares, os cadernos são desorganizados, a leitura e a escrita

se desenvolvem mais lentamente, e obtêm notas baixas nas avaliações.

A participação dos pais não deveria estar ligada apenas as reuniões formais,

mas como foi apresentada a escola oferecia outras atrações, por exemplo, “Cinema

na Escola”, o que ainda não foi suficiente por causa de diversos motivos entre eles:

Falta de tempo, filhos pequenos os quais tomavam muito tempo dos pais, trabalho,

cansaço e a falta de interesse, por parte de alguns pais que acham que os filhos já

estando na escola, não precisam fazer mais nada.

A escola e a família mesmo sendo segmentos distintos devem promover

juntas situações que viabilizem o desenvolvimento de ações cooperativas que venha

a solucionar todos os entraves existentes na educação, tendo a consciência que a

sua interação e comunicação são fundamentais para a formação integral do

indivíduo que representam nessas instituições “aluno-filho”.

Foi possível observar que as crianças sentem-se mais seguras e duplamente

resguardadas, tanto por parte da escola, como por parte dos pais e os efeitos

positivos são claros quando há uma presença assídua da família o que favorece

muito no processo ensino-aprendizagem. Os pais afirmam a sua importância no

acompanhamento da vida escolar dos filhos, ainda que este esteja desfalcado e

deixe a desejar.

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59

Dessa forma é preciso que haja uma parceria de sucesso entre família e

escola, pois, somente assim será possível se alcançar uma educação de qualidade,

promovendo o bem comum.

Page 61: Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012

60

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ANEXOS

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ANEXO I – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PAIS DE ALUNOS

Caro pai ou cara mãe: Itiúba, agosto de 2006

PARTE I – Perfil do (a) entrevistado (a) * Estado civil: casado (a) solteiro (a) viúvo (a) divorciado(a) outros * Gênero: masculino feminino * Idade: de 18 a 21 anos de 22 a 25 anos de 26 a 30 anos 31 a 39 anos mais de 40 anos * Profissão:_______________________________________________________ * Grau de instrução: Não alfabetizado Alfabetizado Ensino Fundamental I Incompleto Ensino Fundamental I Completo Ensino Fundamental II Incompleto Ensino Fundamental II Completo Ensino Médio Ensino Superior Incompleto

Ensino Superior Completo

Esta pesquisa faz parte da produção monográfica do

curso de pedagogia de um grupo integrante do

Programa Rede UNEB 2000. Contamos com a sua

participação e agradecemos desde já.

Comprometemo-nos, movidos incompleto pela ética, a

manter sob sigilo essas informações.

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PARTE II – Entrevista semi-estruturada 1 – Você já participou de alguma atividade voluntária na escola em que seu filho estuda? ( ) Nunca participei ( ) Participo sempre ( ) Já participei algumas vezes Por que? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 – Você acha necessário ir à escola e participar das reuniões de pais? Por quê? 3 – Você gosta dos assuntos que são tratados nas reuniões de pais? Por quê? 4 – Que assuntos você gostaria que fossem discutidos nas reuniões de pais? 5 – Você conhece o professor (a) do seu filho (a)? ( ) Sim ( ) Não 6 – Você acha necessário haver reuniões na escola com os pais de alunos? Por que? 7 – Você acompanha diariamente seu filho nas atividades escolares? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes 8 – Que outras atividades você gostaria que a escola promovesse com os pais dos alunos?

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ANEXO II – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES Caro (a) professor (a) Itiúba, agosto de 2006

PARTE I – Perfil do entrevistado * Estado civil: casado (a), solteiro (a), viúvo (a) divorciado (a) outros * Gênero: masculino feminino * Idade: de 18 a 21 anos de 22 a 25 anos de 26 a 30 anos 31 a 39 anos mais de 40 anos

Quanto tempo possui de exercício do magistério: - menos de 5 anos - de 6 a 10 anos - de 11 a 15 anos - de 16 a 20 anos - mais de 20 anos * Grau de instrução: professor (a) com formação de Ensino Médio professor (a) com formação de Ensino Superior

Esta pesquisa faz parte da produção monográfica do

curso de pedagogia de um grupo integrante do

Programa Rede UNEB 2000. Contamos com a sua

participação e agradecemos desde já.

Comprometemo-nos, movidos pela ética, a manter sob

sigilo essas informações.

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PARTE II – Entrevista semi-aberta 1 – Como você define a participação dos pais na escola em que você atua? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Razoável ( ) Péssima 2 – Quais os fatores que levam os pais a não participarem da vida escolar? 3 – Você vê alguma diferença entre o rendimento escolar dos alunos que tem a participação da família na escola e o rendimento dois alunos cujos pais se encontram ausentes? Que diferença é esta? 4 – Sua escola se preocupa em convidar os pais para atividades diversificadas ou se limita apenas a convite para participação em reuniões de vez em quando? Por que? 5 – Você conhece os pais dos seus alunos? Qual a média? ( ) 100% dos pais ( ) Mais de 50 % ( ) 50 % dos pais ( ) Menos de 50% ( ) Não conheço nenhum 6 - Que sugestões você daria para que se consiga uma presença maior dos pais na escola

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ANEXO III – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS GESTORES DA ESCOLA Caro Diretor : Itiúba, agosto de 2006

1- Como são convidados os pais ou responsáveis para participarem das reuniões na escola? 2 – Qual o nível de participação dos pais às reuniões? ( ) 80% a 100% dos pais ( ) 60% a 80% dos pais ( ) 40% a 60% dos pais ( ) – de 40% dos pais 3 – Que assuntos em geral são abordados nas reuniões? 4. Você acha necessárias as reuniões com os pais? Por quê? 5 - Como você considera a atuação da família na escola? 6 - Você percebe interesse por parte dos pais no rendimento escolar dos filhos? Fale sobre isto.

Esta pesquisa faz parte da produção monográfica do

curso de pedagogia de um grupo integrante do

Programa Rede UNEB 2000. Contamos com a sua

participação e agradecemos desde já.

Comprometemo-nos, movidos pela ética, a manter sob

sigilo essas informações.

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