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11 INTRODUÇÃO O processo de alfabetização tem sido uma questão bastante discutida por aqueles que se preocupam com uma educação de maior qualidade, percebendo que alfabetização, é a base mais significativa e, sem dúvida o momento mais importante na formação escolar de uma pessoa, por ser através dela que o individuo adentra no mundo letrado. O intuito do presente trabalho monográfico foi identificar as dificuldades das professoras da Escola Municipal Tomáz Guimarães sobre o processo de alfabetização de crianças com necessidades especiais. Esta identificação é de grande relevância diante do contexto social dessas crianças. Iniciamos o presente trabalho apresentando a seguinte estrutura redacional: No primeiro capítulo apresentamos a problematização, retratando um breve histórico das crianças com necessidades especiais e a importância da alfabetização das mesmas. Sabe-se que o processo de integração da criança se realiza efetivamente através da aquisição da leitura e escrita, visto que o uso da linguagem oferece a ela condições de expressar e internalizar ações e informações favoráveis ao desenvolvimento humano numa perspectiva harmoniosa. Assim, a alfabetização assume destaque no processo educativo da criança, influenciado por condicionantes sócio-culturais que atuam decisivamente na relação indivíduo-sociedade. No segundo capítulo apresentamos o referencial teórico que fundamentou essa pesquisa e deu sustentação às nossas análises, fazendo uma abordagem sobre as seguintes palavras- chave: Professor. Processo de Alfabetização. Crianças com Necessidades Especiais. No terceiro capítulo, apresentamos os procedimentos metodológicos utilizados para a concretização da pesquisa com o apoio de alguns teóricos para uma melhor compreensão da pesquisa.

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INTRODUÇÃO

O processo de alfabetização tem sido uma questão bastante discutida por aqueles

que se preocupam com uma educação de maior qualidade, percebendo que

alfabetização, é a base mais significativa e, sem dúvida o momento mais importante

na formação escolar de uma pessoa, por ser através dela que o individuo adentra no

mundo letrado.

O intuito do presente trabalho monográfico foi identificar as dificuldades das

professoras da Escola Municipal Tomáz Guimarães sobre o processo de

alfabetização de crianças com necessidades especiais. Esta identificação é de

grande relevância diante do contexto social dessas crianças. Iniciamos o presente

trabalho apresentando a seguinte estrutura redacional:

No primeiro capítulo apresentamos a problematização, retratando um breve histórico

das crianças com necessidades especiais e a importância da alfabetização das

mesmas. Sabe-se que o processo de integração da criança se realiza efetivamente

através da aquisição da leitura e escrita, visto que o uso da linguagem oferece a ela

condições de expressar e internalizar ações e informações favoráveis ao

desenvolvimento humano numa perspectiva harmoniosa. Assim, a alfabetização

assume destaque no processo educativo da criança, influenciado por condicionantes

sócio-culturais que atuam decisivamente na relação indivíduo-sociedade.

No segundo capítulo apresentamos o referencial teórico que fundamentou essa

pesquisa e deu sustentação às nossas análises, fazendo uma abordagem sobre as

seguintes palavras- chave: Professor. Processo de Alfabetização. Crianças com

Necessidades Especiais.

No terceiro capítulo, apresentamos os procedimentos metodológicos utilizados para

a concretização da pesquisa com o apoio de alguns teóricos para uma melhor

compreensão da pesquisa.

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Já no quarto capítulo, apresentamos a análise e interpretação dos resultados, onde

utilizamos a observação participante, para um contato direto com a realidade

pesquisada, o questionário fechado para traçar o perfil dos sujeitos e a entrevista

semi-estruturada para identificar a visão dos sujeitos a respeito da investigação.

Por fim, apresentamos as considerações finais expondo a conclusão através dos

possíveis resultados alcançados na presente pesquisa.

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CAPÍTULO I

1.1 . PERCURSO HISTÓRICO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Historicamente as sociedades mais antigas tratavam as pessoas com necessidades

especiais de forma diferente, elas eram excluídas do convívio social, vistas como

seres incapazes de desenvolver habilidades, competências e incapazes de superar

suas limitações. É importante lembrar o quanto pessoas com deficiências sofreram

por maus tratos e foram sacrificados por serem consideradas “anormais”. Conforme

acentua Castro (2004):

Na Antiguidade, os deficientes eram vistos como degeneração da raça humana; predominava a filosofia da eugenia, daí as pessoas com deficiência serem abandonadas ou eliminadas. Durante a Idade Média, com a religiosidade em alta, um filho com deficiência era entendido como um “castigo” dos deuses, enquanto que na Idade Moderna a filosofia humanística possibilitou o olhar sobre o deficiente do ponto de vista patológico (p.57).

A concepção filosófica dos gregos e romanos legalizava a marginalização das

pessoas com deficiência, uma vez que o próprio Estado “tinha o direito de não

permitir cidadãos disformes ou monstruosos e, assim sendo, ordenava o pai que

matasse o filho que nascesse nessas condições” (AMARAL,1995, p.43).

Isso nos mostra como o preconceito abominava a sociedade. A luta pela inclusão de

pessoas com necessidades especiais na sociedade repercutiu no âmbito escolar,

em meados da década de 1990, através da Declaração de Salamanca que segundo

Cardoso (2006), foi “[...] a Conferência Mundial de Educação, encontro patrocinado

pelo governo espanhol e pela UNESCO [...]” (p.21). Visava à integração de alunos

com necessidades especiais na rede regular de ensino, estabelecendo um novo

paradigma de escola. Como diz Aguiar (2004):

[...] O princípio fundamental que orienta a Declaração de Salamanca é o de que as escolas devem acomodar todas as crianças, possibilitando que elas aprendam juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter, quer sejam de origens física, intelectual, social, emocional, lingüística ou outras (...) (p.15).

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Na década de 1990, mais exatamente no ano de 1994, foi assinada a Declaração de

Salamanca, que é um marco histórico altamente significativo a favor da inclusão,

fortalecendo essa ideia em vários países e também no Brasil. A Declaração de

Salamanca (1994) fundamenta a Educação Inclusiva, propondo que as escolas

recebam e adéquem atividades, fazendo assim, com que as crianças com

necessidades especiais tenham maiores possibilidades de aprendizagem. Para isso,

as instituições de ensino precisam adaptar-se a essas necessidades.

Diante do exposto acima podemos perceber que a partir dessa Conferência foi

definido um novo paradigma de escola e que vários países passaram a adotar a

prática da inclusão de alunos com deficiência. No nosso país a LDB-Lei de Diretrizes

e Bases da Educação (9394/96) no art. 58 estabelece a educação especial como

modalidade de ensino oferecida preferencialmente na rede regular.

Assim, é importante ressaltar que a inclusão das pessoas com necessidades

especiais no meio social deve ir além do sistema educacional. Já que a educação

não acontece apenas na escola, mas está é uma das instituições mais importantes

que contribui para a formação social, humana e cidadã, onde deve incluir alunos

com ou sem necessidades especiais, possibilitando o desenvolvimento intelectual e

social, centrado no objetivo de fazê-los descobrir por si mesmos o desconhecido,

sem imposições de saberes, mas instigados a produzirem conhecimento

coletivamente. Segundo Candau (2000):

A escola assim concebida é um espaço de busca, construção, diálogo e confronto, prazer, desafio, conquista de espaço, descoberta de diferentes possibilidades de expressão e linguagens, aventura, organização cidadã, afirmação da dimensão ética e política de todo processo educativo (p.15).

Então, a escola é um espaço formal, onde o saber é produzido sistematicamente.

Foi criada há muito tempo justamente quando as desigualdades sociais surgiram,

estabelecendo critérios para quem, o que e como ensinar, socializando

conhecimentos. Conforme acentua Brandão (1985):

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Então é o começo de quando a sociedade separa e aos poucos opõe: o que faz, o que se sabe com o que se faz e o que se faz com o que se sabe. Então é quando, entre outras categorias de especialidades sociais, aparecem as de saber e de ensinar à saber. Este é o começo do momento em que a educação vira ensino, que inventa a pedagogia, reduz a aldeia á escola e, transforma “todos” no educador (p.27).

Dessa forma, a escola deve garantir aos educandos com ou sem necessidades

especiais, avanço na aprendizagem, estando adaptadas para a inclusão desses

sujeitos visando à promoção de uma educação inclusiva satisfatória, real, dinâmica e

não matricular alunos/as com deficiências, apenas para transmitir a sociedade uma

imagem de escola “exemplo” da educação inclusiva, mas que aceite, trabalhe com

as diferenças e que demonstre os resultados gerados pela inclusão. Diante disso

voltamos a afirmar a importância escola, como representante de um tipo de cultura

socialmente construída e elaborada, é responsável também pela inclusão igualitária

e humanística destas pessoas.

Sabe-se que o processo de integração da criança se realiza efetivamente através da

aquisição da leitura e escrita, visto que o uso da linguagem oferece a ela condições

de expressar, internalizar ações e informações favoráveis ao desenvolvimento

humano, numa perspectiva harmoniosa. Assim, a alfabetização vem sendo

destacada pelo papel no processo educativo da criança, influenciado por

condicionantes sócio-culturais que atuam decisivamente na relação indivíduo-

sociedade.

Saber ler e escrever é condição básica para a aquisição de conhecimentos e para

enriquecimento da capacidade de comunicação. A alfabetização constituiu-se de um

processo que envolve grande complexidade, daí a necessidade de considerar vários

aspectos implícitos e suas relações, que podem influenciar certas condições para a

realização da aprendizagem ou contribuir para a ocorrência de muitos problemas.

Com isso, o processo de alfabetização voltado para as crianças com necessidades

especiais, assim como para crianças ditas normais, precisa ser reconhecido como

necessário, principalmente no que ser refere à construção de autonomia. Sendo que

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o professor é mediador desse processo, no entanto, é necessário que o mesmo

utilize uma metodologia adequada à realidade do contexto escolar no qual se

encontram essas crianças.

Essa discussão pode se iniciar pelo tipo de alfabetização que deve ser oferecida a

esses sujeitos; dito de outra forma, uma inclusão precisa vir acompanhada de uma

proposta de alfabetização que seja, para as crianças com necessidades especiais,

um veículo para o fortalecimento de seus direitos enquanto cidadãs.

Acredita-se que não existe uma receita pronta de qual a melhor maneira de

alfabetizar, principalmente em se tratando de pessoas que requerem uma

metodologia mais adequada e diversificada. Notamos que o trabalho com esse

alfabetizando, requer do professor uma percepção mais sensível do processo

evolutivo em que ele está. Deve lembrar que muitas vezes a criança chega a suas

mãos, em estado bruto e que está à espera de uma lapidação para mostrar o seu

potencial.

Partindo dessas considerações e tendo o professor como um dos principais sujeitos

no desenvolvimento de crianças com necessidades especiais, sentimos a

necessidade de observar na Escola Municipal Tomáz Guimarães como se

desenvolve a alfabetização das crianças com necessidades especiais para

analisarmos as dificuldades nesse processo. Pois sabemos pelos dados da mídia

que existe um elevado número de analfabetismo, provenientes de diversos fatores e

possíveis falhas dos profissionais em alfabetizar crianças em desenvolvimento. A

partir daí surgiu à seguinte questão de pesquisa: Quais as dificuldades encontradas

pelas professoras da Escola Municipal Tomáz Guimarães no processo de

alfabetização de crianças com necessidades especiais?

Justificamos a relevância dessa pesquisa na necessidade de compreender o

trabalho dos professores alfabetizadores na Escola Municipal Tomáz Guimarães e

as dificuldades encontradas na alfabetização de crianças com necessidades

especiais, contribuindo então, para que os estudos nessa temática nos mostrem

subsídios na superação desses problemas repercutidos na realidade, para que

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essas crianças, além de serem incluídas no espaço regular educativo, tenham

também uma aprendizagem significativa. Então o nosso objetivo é: Identificar as

dificuldades encontradas pelas professoras da Escola Municipal Tomáz Guimarães

no processo de alfabetização de crianças com necessidades especiais.

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CAPÍTULO II

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A criança precisa desenvolver sua capacidade de aprender, para que tal

aprendizagem ocorra, há a necessidade de vivenciar relações pessoais e

interpessoais, pois está relação é fundamental na construção do sujeito enquanto

integrante de uma sociedade. Sendo assim, o ambiente mais apropriado para

ocorrer tal processo é a escola, pois o professor como mediador e o aluno como

sujeito da aprendizagem se utilizam dos conhecimentos compartilhados para

construção de seu próprio desenvolvimento. Portanto evidenciamos as palavras-

chave: Professor. Processo de Alfabetização. Crianças com Necessidades

Especiais.

2.1 Professor: as possíveis contribuições na prática

Tendo como ator principal, o professo, no processo de ensino e aprendizagem, que

por se defrontar com uma nova realidade, necessita criar estratégias a fim de

reformular sua prática e adaptá-la as novas situações de ensino, bem como atuar

como sujeito da sua própria formação, ou seja, autoformando-se. Nóvoa (2001, p.14)

afirma que “... mais importante do que formar é formar-se; que todo conhecimento é

autoconhecimento e que toda formação é autoformação.” Acrescenta ainda que

cada profissional seja responsável por sua formação.

Podemos entender então, que o professor necessita de uma formação e deve estar

comprometido com sua formação, pois é também aquele que contribui para a

formação de outros indivíduos, oportunizando-lhes qualificações para exercer

determinada função. Com a globalização, torna-se cada vez mais necessário um

ensino de qualidade, que venha ampliar os horizontes do conhecimento, em todas

as áreas do saber. Becker (1993), também dá a seguinte definição de professor:

O professor é o condutor; o orientador, ele deve ter conhecimento técnico; é ele que direciona o processo em si de aprendizagem, e ele faz isso através de vários expedientes a começar pelo seu planejamento, no qual ele fixa objetivos. Em função dos objetivos é

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que ele vai selecionar os conteúdos dentro do temário geral programado de sua disciplina e depois na ação do dia-a-dia, de sala de aula, aula por aula, que é exatamente onde entra os recursos e a técnica (p. 148-149).

Através desse conceito entendemos que professor é aquele capacitado para

conduzir o processo de ensino e aprendizagem de maneira planejada com objetivos

definidos, visando assim assistir o aluno dentro das suas necessidades. Valendo

ressaltar, que o professor não é o único elemento significativo desse processo, pois

os alunos compartilham com os mesmos, a atuação do ensinar e do aprender, que

se apresentam nas relações mútuas da prática educativa.

No entanto, na definição de Ferreira (2001) professor é aquele que ensina uma

ciência, arte ou técnica. Com isso na visão simples de algumas pessoas, a função

do professor é basicamente ensinar, reduzindo este ato a uma perspectiva

mecânica. Porém, ninguém ensina no vazio, a partir do nada, há toda uma

contextualização.

Com base nisso, Freire (1996) discute a importância de que o professor precisa

buscar conhecimentos através de pesquisa, ou seja, que ele precisa ser qualificado,

já que é sabido por todos que a maior problemática na educação com o corpo

docente, é que os professores têm se limitado a buscar conhecimentos, ficando

presos apenas aos conteúdos aplicados nas grades curriculares dos cursos

superiores. Então, diante disso Demo (2004) vem esclarecer falando que: ·.

Ser profissional hoje è, em primeiro lugar,saber renovar, reconstruir, refazer a profissão [...]Para o renovar, não basta conhecimento transmitido, reproduzido. É essencial saber reconstruir conhecimento com as próprias mãos [...] Professor é o eterno aprendiz, que faz da aprendizagem sua profissão (p.11).

O professor não deve se limitar apenas aos conhecimentos já adquiridos, mas

buscar meios de aumentar seus conhecimentos, Segundo Mitller (2003, p.183) “um

professor que vai atuar em uma turma com crianças especiais, ela precisa ver

inclusão não apenas como uma meta a ser alcançada, mas uma jornada com um

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propósito” e por isso os professores têm o direito de obter oportunidades de

qualificação e orientação de como lidar com seus novos desafios.

A partir desta postura assumida pelos docentes, é que, se podem vislumbrar

mudanças eficazes no sistema de ensino, pois estes são os agentes principais deste

processo. Pimenta (2000) coloca que as novas tendências investigativas sobre a

formação de professores consideram que:

[...] a formação é na verdade, autoformação, uma vez que os professores reelaboram os saberes iniciais em confronto com suas experiências práticas, cotidianamente vivenciadas nos contextos escolares. É nesse confronto e num processo coletivo de troca de experiências e práticas que os professores vão constituindo seus saberes como praticum, ou seja, aquele que constantemente reflete na e sobre a prática (p. 29).

É na prática pedagógica que o professor atua e, é nela que percebemos suas

habilidades, competências, e, é exatamente o que Tardif (2000) coloca como

saberes o conjunto de habilidades, competências e conhecimentos construídos

pelos professores. Esse conjunto de saberes é que caracteriza e personaliza a

prática. Porém os seus saberes não são construídos somente na prática, é um

processo que segue por toda a sua vida profissional.

2.2 Processo de alfabetização

Alfabetizar significava aquilo que ainda hoje significa, ou seja, ensinar o alfabeto.

Alfabetizar é ensinar a ler e a escrever, ensinar a reconhecer os símbolos gráficos

da linguagem verbal. Mas para Ferreiro (1998), letrar é mais que alfabetizar, é

ensinar a ler e escrever dentro de um contexto, onde a leitura e a escrita tenha um

sentido e que faça parte da vida do aluno. Assim, letramento antes de qualquer

coisa, não é alfabetizar simplesmente, mas uma ação conjunta entre alfabetizar e

letrar. Soares (2001) apresenta definições claras de alfabetização e letramento.

Alfabetizar é “ensinar a ler e escrever, é tornar o individuo capaz de ler e escrever”. “Alfabetização é a ação de alfabetizar”. Letramento é o “estado ou condição que adquire um grupo social ou um individuo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais” (p.31-39).

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Nessa perspectiva, alfabetizar é empreender esforços para que o indivíduo domine a

leitura e a escrita, tornando-o capaz de aventurar-se no mundo dos livros. Ser

alfabetizado significa reconhecer e compreender esses símbolos e ser capaz de com

eles produzir mensagens compreensíveis para outros alfabetizados, melhorando

desse modo à comunicação entre os sujeitos e incrementando, consequentemente,

o seu nível e qualidade de vida.

Historicamente, o sistema alfabético sofre mudanças de acordo com uso por uma

quantidade elevada de pessoas numa determinada região geográfica, e nesse

contexto pensa-se que escrita evolui segundo os padrões sociais exigidos, de modo

que os métodos de alfabetização ensinam a escrever de modo cursivo, onde a

criança e ao adulto devem ser educados para esta prática.

Segundo as reflexões de Cagliari (1993) a escrita é algo que o ser humano se

envolve desde cedo em sua vida, e de acordo com o contexto sócio- cultural que

homem vive o aprendizado da escrita se efetiva segundo determinados padrões,

assim a sociedade letrada que vivemos, exige o domínio da escrita e alguma

atividade no cotidiano dela é necessária, sendo que a escola é o local onde é mais

expressa sua presença. Sobre isso Ferreiro (1999) afirma que:

Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da escrita (p.23).

Acreditamos que a criança só precisa desenvolver sua capacidade de aprender e

para que tal aprendizagem ocorra, se faz necessário a vivência das relações

pessoais e interpessoais, pois esta relação é fundamental na construção do sujeito

enquanto integrante de uma sociedade, Sendo assim o ambiente mais apropriado

para ocorrer tal processo é a escola.

Pressupõe-se que mesmo com suas limitações as crianças com necessidades

especiais necessitam, tanto da educação informal, aquela que aprende no meio

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social e no convívio familiar, quanto da educação formal, aquela que aprende na

escola, que dar continuidade ao processo educacional. Sendo assim podemos

afirmar que não há um caminho a seguir de como alfabetizar, seja criança com ou

sem necessidades especiais, e sim adaptações que podem ajudar nesse processo

de construção de leitura e da escrita.

As estratégias usadas durante o processo de alfabetização, devem dar oportunidade

às crianças de serem ouvidas, e que suas necessidades não sejam ignoradas pelo

professor, principalmente neste período, em que a criança está sendo formada.

Aprender a ler e a escrever vai muito além de decodificar e copiar. Assim afirma

Freire (2001, p.32) “Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se, é antes de mais nada,

aprender a ler o mundo”, pois é por meio desta leitura que a criança poderá se tornar

um cidadão crítico.

Para que ocorra este processo de letramento com as crianças com necessidades

especiais é fundamental o seu contato com as letras, jogos e textos, ou seja, um

mundo letrado, participando assim de todas as atividades de práticas sociais de

leitura e escrita com seus colegas de sala, como trabalhos em grupo,

dramatizações, danças e etc. Bruno (2006, p.56) fala que “Um ambiente

alfabetizador é aquele que promove um conjunto de situações reais de leitura e

escrita nas quais as crianças têm oportunidade de participar”, reforça ainda dizendo

que:

Além de se desconsiderar o fato de que a alfabetização é um processo em construção, que depende do nível conceitual, da experiência e da oportunidade que a criança tem de estar exposta a um ambiente alfabetizador, desconsideram-se os fatores idade e ritmo (p.50).

A criança com necessidade especial necessita de tempo maior para realização de

suas atividades, por ter que primeiramente se organizar para poder decodificar as

atividades, portanto, a maior barreira enfrentada por esses alunos em seu processo

é o tempo.

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No entanto, saber ler e escrever é condição básica para a aquisição de

conhecimentos e para enriquecimento da capacidade de comunicação. Um dos

primeiros aspectos que tem grande influencia é o lingüístico, destacando suma

importância dentro do processo de alfabetização e em seguida a metodologia

utilizada.

2.3 Crianças com necessidades especiais

As crianças com necessidades especiais são seres humanos que apresentam

significativas diferenças básicas, sensoriais ou intelectuais decorrentes de fatores

inatos ou adquiridos de caráter temporário ou permanente e que são merecedores

de educação especial. A criança com necessidade especial tem direito a

acessibilidade no ensino regular fundamentado em leis que asseguram este

princípio. A Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional (9.394/960, no art.4°

inciso III, assim como o Estatuto da Criança e do Adolescente (capítulo IV art.54,

inciso III), garantem atendimento educacional especializado gratuito às crianças com

necessidades especiais. A LDB (9394/96, capítulo V da Educação Especial prevê

que:

Os alunos com necessidades especiais devem ser atendidos por professores com especialização adequada de nível médio ou superior para atendimento especializado, bem como professores de ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.

O modo de ser e agir é que torna a criança com necessidade um ser único e

singular. Devemos aceitá-la e considerar suas limitações, reconhecendo seus

direitos. Além de ser fundamental entender suas formas de interação e como se

relacionam com as pessoas e o meio que as cercam. Ainda sobre essa questão,

Fonseca (1995) enfatiza que:

O deficiente é uma pessoa com direitos. Existe, sente, pensa e cria. Tem uma limitação corporal ou mental que pode afetar aspectos de comportamento, aspectos estes muitas vezes atípicos, uns fortes e adaptativos, outros fracos e pouco funcionais, que lhe dão um perfil intra-individual peculiar (p.09).

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Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a atual

Política Nacional de Educação Especial aponta para uma definição de prioridades no

que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido na escola para quem

dele necessitar. Desse modo, essa perspectiva, define as crianças com

necessidades especiais àquela que “... por apresentar necessidades próprias e

diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares

correspondentes à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias

educacionais específicas”.

A classificação desses alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional

especializado (preferencialmente na rede regular de ensino), consta da referida

Política e dá ênfase ao deficiente mental, visual, auditiva, física e múltipla; as

crianças com condutas típicas e aos superdotados.

Essas crianças, independente da sua deficiência, são membros da mesma

sociedade, com os mesmos direitos, são crianças que possuem as mesmas

necessidades básicas de carinho, proteção, cuidado e os mesmos desejos e

sentimento das outras crianças. Elas têm as possibilidades de interação, convívio,

de serem felizes, como qualquer outra criança.

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CAPÍTULO III 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: PERCORRENDO O CAMINHO

Entendemos por metodologia, um caminho na qual dispomos de métodos para

alcançarmos os objetivos que nos inquietam, além de exercer a prática na

abordagem da realidade. Nesse sentido, a metodologia ocupa um lugar central no

interior das teorias e está sempre referida a ela. Dizia Demo (1999), “metodologia é

disciplina instrumental para o cientista social... É condição necessária para a

competência científica”... (p.59). Dessa forma, o método utilizado numa pesquisa é o

instrumento que vai torná-la válida ou não.

A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou

práticos por meio do emprego de processos científicos. Ela parte, pois, de uma

dúvida ou problema e com o uso do método científico, busca uma resposta ou

solução.

3.1 Tipo de pesquisa

Nossa pesquisa foi de ordem qualitativa, pois ela trabalha com a subjetividade dos

sujeitos. Esta abordagem também pode trabalhar com dados, porém o tratamento

não deve envolver estatística avançada. Além disso, ela foi escolhida por envolver o

contato, a troca de informação e a integração entre o pesquisador e o pesquisado,

na busca do conhecimento e da reflexão, pois segundo (Bogdam e Biklen apud

Ludke, 1982), “A pesquisa qualitativa supõe o contato prolongado com o ambiente e

a situação que está sendo investigado via de regra, através do trabalho intensivo de

campo” (p.110). Em outros termos, ela permite uma maior liberdade de envolvimento

ou de interação pessoal, intelectual ou social.

Á vista disso, os sujeitos investigados responderam de acordo com sua perspectiva

pessoal, expressando-se livremente. (Bogdam e Biklen apud Ludke, 1982) dizem

que:

A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada,

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26

enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupar em retratar a perspectiva dos participativos (p.13).

De acordo com alguns autores, a pesquisa qualitativa abre caminhos para o contato

direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a problemática que está

sendo investigada, analisada, evidentemente através de um trabalho de campo que

demanda esforço contínuo em curto prazo, justificando dessa forma a nossa escolha

pela pesquisa qualitativa. Enfim, a abordagem qualitativa nos permitiu um

entendimento amplo do objeto estudado, ou seja, de que forma a questão em estudo

é vista por profissionais da educação.

3.2 – Locus:

Tivemos como locus de pesquisa a Escola Municipal Tomáz Guimarães, que fica

situada no Bairro, Santos Dumont. Atualmente a escola tem como gestora a

professora Aline, são 15 professoras, 2 auxiliares de classe, 02 secretários 03

vigilantes, 02 merendeiras, 02 auxiliares de serviços gerais e abrange a Educação

Infantil e o Ciclo Básico de Alfabetização (CBAI, CBAS-I e CBAS-II) nos turnos

matutino e vespertino, com uma clientela de 354 alunos.

Sua estrutura física é composta por 09 salas de aula, 01 pátio, 01 sala onde fica a

secretaria e a diretoria, 01 cozinha, 03 banheiros, 01 almoxarifado e 01 área que

serve de espaço para recreação.

A escolha do locus acima referido se deve ao fato de acolher em seu interior o foco

da pesquisa: crianças com necessidades especiais, tornando possível o

desenvolvimento da mesma. É uma escola que possui crianças com uma

diversidade de deficiência.

3.3 Sujeitos da Pesquisa

Assim, tivemos como sujeitos de pesquisa, 08 professoras, da referida escola, pois

de acordo com os objetivos desta pesquisa, conforme já foram expostos, somente

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27

através dessas professoras, é que poderíamos obter informações para desenvolver

nosso objeto de estudo.

3.4 Instrumento de coleta de dados: caminhos trilhados para desvendar

nossas inquietações

Utilizamos como instrumentos de coleta de dados, a observação participante, o

questionário fechado e a entrevista semi-estruturada, para além de traçar o perfil dos

(as) educadores (as), adquirirmos informações sobre as dificuldades encontradas no

processo de alfabetização de alunos com necessidades especiais.

Através desses instrumentos, percebemos que foram de suma importância,

principalmente, no intuito de possibilitar, o contato com o ambiente e os sujeitos

envolvidos, além de desenvolver e alcançar os resultados, a fim de realizarmos o

desenvolvimento e análise desta pesquisa.

A pesquisa primeiramente se efetiva a partir de um olhar investigativo, onde o

pesquisador tem a oportunidade de participar das práticas desenvolvidas pelos

sujeitos, o que auxilia no processo de compreensão e interpretação do fenômeno

estudado. De acordo com Ludke(1986):

Na medida em que o observador acompanha in loco as experiências diárias dos sujeitos, pode tentar apreender a sua visão de mundo, isto é, o significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias ações (p.26).

Assim, a observação permite que o observador tenha contato com os sujeitos e com

a realidade a qual ele deseja obter informações e dados necessários. Conforme

Ludke (1986)

O papel do observador total é aquele em que o pesquisador não interage com o grupo observado. Nesse papel ele pode desenvolver a sua atividade de observação sem ser visto, ficando por detrás de uma parede espelhada ou pode estar na presença do grupo sem estabelecer relações interpessoais (p.45).

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28

Percebemos desse modo, que a observação de fato, consegue obter informações

sem estabelecer um contato direto com os sujeitos. Diante do exposto tivemos a

oportunidade de vivenciar a prática dos professores da Escola Municipal Tomáz

Guimarães.

Da necessidade de levantar dados sobre o perfil dos sujeitos, em seus aspectos

sociais, econômicos e educacionais, foi elaborado e aplicado o questionário fechado.

O questionário contempla características como gênero, idade, formação escolar e ou

acadêmica, tempo de serviço docente, dentre outras. Segundo Lakatos e Marconi

(1991, p. 201): “o questionário fechado é um instrumento de coleta de dados

constituídos por uma série ordenadas de perguntas que devem ser respondidas por

escrito e sem a presença do entrevistador”.

Os resultados obtidos através desse instrumento somado aos outros instrumentos

nos ajudaram a compreender o paradigma da pesquisa deste trabalho. Dessa forma,

enriquecemos as informações necessárias e passamos a conhecer a realidade dos

sujeitos também.

Utilizamos também a entrevista semi-estruturada, uma ferramenta necessária na

pesquisa por permitir ao entrevistador perceber os fatores externos que podem

influenciar na resposta do entrevistado. Os dados foram coletados a partir de um

roteiro de entrevista semi-estruturada, buscando auxiliar no levantamento de

aspectos que possibilitassem, a partir das respostas dos participantes, o

enriquecimento das nossas informações quanto às possíveis contribuições dadas

pelos professores às crianças com necessidades especiais no processo de

alfabetização. Segundo Lakatos e Marconi (1991):

A entrevista é o encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas tenha informações a respeito de um determinado assunto; uma investigação social de um determinado problema. Por tratar-se de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica, proporciona aos entrevistados a informação necessária (p. 195-196).

O informante é interrogado sobre sua ideias ou seus projetos, através de um

questionamento oral ou de uma conversa. Previamente, a entrevista carece de um

Page 19: Monografia Jeame Pedagogia 2012

29

propósito (tema, objetivos e dimensões) bem definido e é essencial ter uma imagem

do entrevistado, procurando caracterizar sucintamente a sua pessoa. Assim, o

roteiro da entrevista contemplou perguntas abertas em relação ao entendimento dos

professores, sobre a alfabetização dessa clientela, como é realizado processo e as

dificuldades enfrentadas pelos professores no processo de alfabetização, dentre

outros.

Page 20: Monografia Jeame Pedagogia 2012

30

CAPÍTULO IV

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

“A importância dos dados não está em si mesma, mas em proporcionarem respostas

às investigações” (apud Lakatos e Marconi, 1991, p. 167). Nesse capítulo serão

pautadas algumas considerações tidas como importantes durante o processo da

pesquisa e que muito contribuíram para análise de dados.

Consideramos essa etapa do trabalho a mais significativa e decisiva, pois nela está

registrado de forma sistemática o diálogo entre os dados obtidos e teoria

apresentada, e permitiu-nos um maior entendimento a cerca das contribuições que

as professoras da Escola Municipal Tomáz Guimarães promovem no processo de

alfabetização de crianças com necessidades especiais.

Esses registros foram sistematizados à luz do quadro teórico para uma melhor

elucidação do nosso problema de pesquisa, atendendo ao objetivo inicialmente

proposto. Desta forma, para uma melhor organização desse capítulo,

apresentaremos os seguintes momentos: o perfil dos professores que atuam com

crianças especiais, com base no questionário fechado; e análise dos discursos dos

professores sobre o processo alfabetização de crianças com necessidades

especiais, feita a partir da entrevista semi-estruturada.

4.1 Dados do questionário fechado

4.1.1 Gênero

Em relação ao “Gênero”, identificamos a predominância feminina, ou seja, 100% são

mulheres. Essa predominância do sexo feminino na educação infantil tem cunho

histórico, uma vez que ao longo do tempo perpetuou-se a compreensão de que

apenas as mulheres deveriam ser responsáveis pelo cuidado e formação das

crianças. Diante disso, salientamos que ainda existe uma visão equivocada, pois a

educação infantil é em muitos aspectos focalizados em parâmetros assistencialistas,

cujo cuidado é a característica principal.

Page 21: Monografia Jeame Pedagogia 2012

31

Figura 01: Gênero dos sujeitos

4.1.2 Idade

Conforme a figura 02, apresentaremos a idade dos sujeitos pesquisados. Em

relação à faixa etária podemos perceber que 25 % possuem idade entre 25 a 35

anos e 75% mais de 35 anos.

IDADE

18 a 25 anos

25 a 35 anos

mais de 35 anos

Figura 02: Idade dos sujeitos

4.1.3 Tempo de Docência

Page 22: Monografia Jeame Pedagogia 2012

32

De acordo com a figura 03 podemos identificar o tempo de docência dos

entrevistados, onde os 12,5% têm de 0 a 05 anos; 62,5% de 06 a 10 anos e 25%

acima de 15 anos atuando na educação.

TEMPO DE DOCÊNCIA

0 A 05 ANOS

06 A 10 ANOS

11 A 15 ANOS

ACIMA DE 15 ANOS

Figura 03: Tempo de docência dos sujeitos

4.1.4 Jornada de trabalho

Analisando a figura 04 notamos que a jornada de trabalho dos 100% dos

entrevistados é de 40 horas.

JORNADA DE TRABALHO

20 HORAS

40 HORAS

60 HORAS

Figura 04: Jornada de trabalho dos sujeitos

Page 23: Monografia Jeame Pedagogia 2012

33

Acreditamos que o professor com uma carga horária maior de trabalho será

necessário um esforço a mais pra planejar aulas diversificadas, lidar com as

diferenças e atender todas as necessidades de sala, principalmente quando se trata

de alunos com necessidades especiais.

4.1.5 Formação

A figura 05 a seguir, refere-se a formação dos entrevistados, constatamos que

87,5% possuem nível superior, sendo que, dessa porcentagem a maioria é superior

em Pedagogia e 12,5% possuem o nível superior incompleto.

Figura 05: Formação dos sujeitos

Esse é um dado muito importante, pois sabemos a necessidade do professor ter um

contato com teorias educacionais relevantes, a fim de contribuir nas práticas

educacionais.

4.1.6 Capacitação Profissional para trabalhar com Crianças com Necessidades

Especiais

Mediante a figura 06, verificamos que 36,5% recebem capacitação e a maioria que

corresponde a 62,5 não recebem capacitação para o trabalho pedagógico na

Page 24: Monografia Jeame Pedagogia 2012

34

alfabetização em vista da inclusão dos alunos e alunas com necessidades especiais.

Para Salgado (2008): “(...) o objetivo de garantir o aumento da participação e da

aprendizagem de todos é necessário aumentar a própria aprendizagem profissional

e também a participação ativa como sujeito da inclusão (p. 62).

O professor precisa está em formação continuada para suprir suas dificuldades e

propiciar o favorecimento da aprendizagem de todos os discentes em suas

particularidades e preferências.

Figura 06: Capacitação Profissional

Percebendo a maioria das professoras sem capacitação, notamos que é através

desse argumento que elas justificam parte das suas dificuldades.

4.2 Dados da entrevista semi-estruturada: frente ao discurso

A opção metodológica desse trabalho selecionou instrumentos de coleta de dados

que permitissem ouvir as professoras alfabetizadoras da escola Municipal Tomáz

Guimarães, à cerca do processo de alfabetização de crianças com necessidades

especiais. Assim, a entrevista semi-estruturada permitiu o desenvolvimento de

intenções e possibilidades, até então ocultas pelo instrumento anterior.

Page 25: Monografia Jeame Pedagogia 2012

35

As professoras foram denominados através de Códigos em P1, P2, P3, P4, P5, P6,

P7 e P8, e através da entrevista realizada observa-se alguns aspectos relevantes na

produção do conhecimento proposto, pois a partir dessas problematizações é

possível chegar à realidade que o processo de alfabetização de crianças com

necessidades especiais revela. Ressaltam-se aqui as categorias mais relevantes e

evidenciadas na pesquisa sobre as dificuldades enfrentadas pelas educadoras

diante do processo de alfabetização de crianças com necessidades especiais.

Vejamos:

4.2.1 Falta de apoio didático e humano para o trabalho com crianças com

necessidades especiais

Nessa categoria, observamos alguns fatores segundo as educadoras que dificultam

o trabalho pedagógico no processo de alfabetização das crianças especiais e que

nos faz acreditar também na contribuição de uma prática pedagógica ineficiente e

precária, colaboradora do fracasso escolar, atingindo não só os alunos e alunas que

merecem atenção devido as suas particularidades, mas a todos os discentes que

frequentam o ambiente de ensino. Vejamos os relatos das professoras:

P1 “As dificuldade maiores são a estrutura física e a falta de apoio”. P2 “A falta de apoio e material para trabalhar com crianças especiais”. P4 “A alfabetização é um processo lento e difícil, pois é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e da escrita, mas a falta de estrutura física da escola e falta de material didático e humano dificulta o trabalho”. P6 “As dificuldades são inúmeras, mas a estrutura física escolar e o material didático ofertado para trabalharmos na sala de aula são insuficientes para atendermos as necessidades de cada aluno durante o processo de alfabetização”.

Sobre as dificuldades mencionadas pelas educadoras podemos reafirmá-las através

da fala de Serra (2008) quando diz que desde a história da Educação Especial,

essas dificuldades dos professores não só se refere à aceitação e à forma da

compreensão dos fenômenos de comportamentos manifestos pelas crianças

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36

especiais, como também na falta de infra-estrutura material e de pessoal qualificado

para orientação e supervisão adequada.

Assim, concordamos com P4 quando diz que a alfabetização é um processo

resultante da ação de ensinar a ler e escrever, mas se a instituição não oferece uma

estrutura e material didático apropriado, as crianças não irão desenvolver a

aprendizagem devido à necessidade de se utilizar recursos diversos e instigadores

do conhecimento.

4.2.2 Particularidades individuais e a variedade das crianças

Muito se tem discutido e evidenciado nos referenciais para a inclusão, a

necessidade do respeito pelas diferenças e o trabalho pedagógico voltado para as

particularidades dos sujeitos em prol da sua inserção social, levando em

consideração suas limitações e potencialidades. Mas para isso se faz necessário

que os profissionais tenham condições e conhecimentos necessários para fazer este

trabalho diferenciado. Uma das barreiras que impossibilita a alfabetização de

crianças especiais relatadas pelas professoras é a dificuldade que elas têm em

trabalhar com as diferenças dos alunos e alunas durante o processo de ensino e

aprendizagem. Observemos os relatos:

P4 “As particularidades atrapalham, pois a avaliação deve ser diferenciada e o aluno deve ser avaliado na sua evolução e não com os outros ditos “normais”. P6 “É difícil trabalhar e ensinar alunos com necessidades especiais devido ao grande número de alunos matriculados na sala de aula e as diferenças individuais e ritmos de aprendizagem existentes entre eles que requer muita atenção e metodologia diferenciada para que aprendam e desenvolvam suas habilidades”. P7 “As particularidades de cada aluno, pois alguns têm bloqueios e não tem acompanhamento fora da escola. A variedade de personalidades também afeta o desenvolvimento, pois há alunos que atrapalham”.

Diante das falas, percebe-se a angústia das educadoras, pois a maioria evidencia

suas inquietações e dificuldades em trabalhar com crianças com necessidades

especiais. A P6 aponta como uma das dificuldades a superlotação da sala e a

Page 27: Monografia Jeame Pedagogia 2012

37

impossibilidade de dar conta dessas diferenças, pois compreende a importância de

utilizar metodologias diferenciadas para que os alunos possam aprender. Já na fala

de P4 há uma contradição, pois ela coloca que o que atrapalha, é justamente “as

particularidades”, ou seja, aquilo que se propõe para o trabalho com crianças com

necessidades especiais, embora afirme que a avaliação deve ser diferenciada

partindo da evolução do sujeito e não em comparação com o aluno dito “normal”.

Essa contradição na fala da professora demonstra a dificuldade que a maioria dos

docentes tem em fazer um trabalho diferenciado, respeitando as diferenças e

percebendo que os alunos não são iguais em seu desenvolvimento, mesmo aqueles

ditos normais. P7 também aponta como uma das dificuldades “as particularidades

de cada aluno” acrescentando a isso a falta de acompanhamento que deve ser

responsabilidade da família da criança especial. Percebe-se nas falas dessas duas

professoras que elas transferem a sua incapacidade de lidar com as diferenças em

sala de aula para a condição de diferente dos alunos, o que pode gerar a exclusão

escolar por associar as diferenças individuais como geradoras do insucesso escolar.

Porém, sabemos que não existem salas de aula homogêneas, devido aos diferentes

ritmos de aprendizagem das crianças, mesmo não tendo qualquer deficiência,

comprovada cientificamente e que devem ser considerados e respeitados. Sobre

esses argumentos Freitas (2006) faz uma ressalva quando diz que:

Frequentemente, os cursos de formação não trabalham tais questões e acabam por reforçar os estereótipos ao tomar como referência um “aluno padrão” idealizado. Em consequência disso, muitos professores que ingressam na profissão com essas visões estereotipadas levam bastante tempo para desfazê-las. Outros não as superam nunca, realizando uma prática que acaba por contribuir para a produção do enorme contingente de excluídos da e na escola (p. 170).

Então, podemos dizer que a conduta desempenhada pelas educadoras no processo

de alfabetização é também reflexo da falta de formação continuada, em favor da

diversidade, falta de apoio pedagógico e humano, falta de recursos didáticos que

são fundamentais para o alcance dos objetivos educacionais e muitas vezes, falta de

compreensão de educadores que não desenvolvem práticas instigantes e

desafiadoras que levam a aquisição da aprendizagem de forma prazerosa. E neste

sentido Ferreira (2006) salienta que na educação atual:

Page 28: Monografia Jeame Pedagogia 2012

38

Espera-se hoje que a professora seja capaz de compreender e praticar o acolhimento a diversidade e esteja aberta a práticas inovadoras na sala de aula. No novo perfil, a professora deve adquirir conhecimentos sobre como conhecer as características individuais (habilidades, necessidades, interesses, experiências etc.) de cada um de seus estudantes, a fim de poder planejar suas aulas que levem em conta tais informações (p. 231).

Assim, fica evidente que a tarefa educativa principalmente na alfabetização das

crianças especiais deveria ser tarefa dada a quem tem informação subsidiada

nesses critérios mencionados por Ferreira (2006), pois as práticas inovadoras geram

a interação de todo alunado, respeitando os ritmos de aprendizagem de cada

sujeito. .

4.2.3 Falta de acompanhamento dos pais

A família deve entender que a participação é um princípio da democracia que

necessita ser trabalhado, é algo que se aprende e se ensina, portanto, a escola será

um lugar possível para essa aprendizagem, promovendo a convivência democrática

no seu cotidiano, pois, aprende-se a participar, participando. No entanto, uma das

dificuldades eleita como principal no processo de alfabetização das crianças

especiais, foi justamente a ausência dos pais no acompanhamento do

desenvolvimento desses sujeitos. Vejamos o que dizem as professoras com relação

a essa participação:

P1 “o descaso dos pais no acompanhamento dos estudos dos filhos”. P2 “Ser a única responsável nessa tarefa, já que muitas famílias não se preocupam com a educação dos filhos. P6 “O trabalho com crianças especiais se torna árduo devido a falta de compromisso e apoio dos pais na realização das tarefas e estímulo ao estudo direcionado aos filhos”. P8 “O descompromisso da família, por não acompanhar seu filho no processo da alfabetização, acaba não tendo o efeito esperado”.

Notamos na fala de P2 a indignação ao perceber que a família acredita que

educação só acontece na escola, onde os pais se excluem automaticamente desse

processo por ver a escola como a única responsável pela formação de seus filhos,

Page 29: Monografia Jeame Pedagogia 2012

39

talvez porque eles mesmos se sintam incapazes de ajudar nessa formação. Sobre

esse ponto de vista, Brandão (1985) chega a afirmar que:

(...) não há uma única, nem um único modelo de educação. A escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante.(p.25).

Assim como a escola não pode jogar a responsabilidade na família, mas assumir a

tarefa que lhe cabe na educação das crianças, a família também não pode

esquecer-se do seu papel na educação de seus filhos, principalmente quando se

trata de crianças com necessidades especiais.

No Parágrafo único do Capítulo IV do Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil,

1990), diz que “é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo

pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais”. Embora

estando isso definido em lei, nos perguntamos se os pais tem consciência disso e se

tendo ciência, estão preparados para participarem efetivamente desse processo ou

preferem ficar distantes.

Percebemos nas demais falas que as professoras acreditam que os pais, mesmo

sabendo da importância da participação, do direito que eles têm de intervir no

processo educativo, não querem ter compromisso com seus filhos, no sentindo de

acompanhar nas horas devidas, chegando a frustrar o objetivo esperando pela

escola. Conforme os dizeres de Mittler (2003): “(...) muitos pais tornaram claro que

não se veem necessariamente no papel de professores de suas crianças, mas que

esperam boa qualidade de ensino daqueles que são pagos para fazê-lo (p.217)”.

4.2.4 A dificuldade em mediar o conhecimento para a aquisição da leitura e

escrita dos alunos e alunas especiais

Alfabetizar um sujeito é um fator que requer dedicação e acompanhamento

pedagógico, exercido por intermédio de uma prática pedagógica incentivadora do

desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Para Cagliari (2002):

Page 30: Monografia Jeame Pedagogia 2012

40

O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de conhecimento, de como a criança se situa em termos de desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo o seu processo de interação social, da natureza da realidade linguística envolvida no momento em que está acontecendo a alfabetização, mais condições terá esse professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem, sem os sofrimentos habituais (p. 09).

Porém, muitos educadores queixam-se das dificuldades que têm em realizar esse

processo de aquisição da leitura e escrita com alunos e alunas oriundos das classes

menos favorecidas, que são crianças vulneráveis e principalmente com crianças

especiais, que apresentam algumas deficiências seja física, mental, intelectual ou

sensorial, se tornando assim, os maiores agravantes durante o desenvolvimento da

aprendizagem. Sobre essas questões embasadas nessa categoria, as professoras

relataram suas dificuldades na mediação da leitura e da escrita. Vejamos as falas:

P1 “Incapacidade de desenvolver as necessidades de leitura e escrita nos alunos”. P2 “Ajudá-los a ler e escrever, pois o entendimento do aluno especial é mais lento”. P3 “Prepará-los para a aquisição da leitura”. P6 “A maior dificuldade é instruir esses alunos na leitura e escrita de palavras, pois como o ritmo é diferente o processo exige muita paciência e dedicação que se torna um desafio, já que as turmas são super lotadas e fica mais difícil atender a todos”.

Percebemos nas falas das educadoras, que elas têm muitas dificuldades em auxiliar

seus alunos e alunas na aquisição da leitura e da escrita por não terem

conhecimento de como alfabetizar crianças com deficiência , pois apesar de

saberem que elas aprendem num outro ritmo, não conseguem lidar com essas

diferenças, no fundo desejam uma homogeneidade que nem mesmo é possível com

crianças sem nenhuma deficiência. Isto está presente nas falas de todas as

professaras. Além dessas dificuldades outras questões que concorrem para que

esse processo se torne mais difícil como apontado por P6, pois a alfabetização exige

paciência, dedicação e uma prática pedagógica dinâmica, já que o ensino público é

privado de recursos didáticos e humanos além das salas superlotadas.

Page 31: Monografia Jeame Pedagogia 2012

41

A alfabetização é uma etapa de construção e reconstrução de um saber elaborado,

no sentido de auxiliar o sujeito na decodificação de signos e promover a criticidade

para a inserção do sujeito nas práticas sociais. Smolka (1993) salienta que:

De modo geral, a escola não tem considerado a alfabetização como processo de construção de conhecimento nem como um processo de interação, um processo discursivo, dialógico. Com isso, a escola reduz a dimensão da linguagem, limita as possibilidades de escritura, restringe os espaços de elaboração e interlocução pela imposição de um só modo de fazer e de dizer as coisas. Mas essa imposição acaba sendo, de fato, limitada ou ilusória. Pois existe ainda um espaço, um movimento, um dinamismo discursivo no interior da escola. Mesmo bloqueando a “fala”, a escola não consegue bloquear o discurso interior (p. 76).

Assim, compreendemos que todos os sujeitos devem constituir esse espaço

(escola), para desenvolver suas competências e habilidades, mesmo que a

aprendizagem seja lenta, devido a sua deficiência ou outras dificuldades que se

efetivam no processo de alfabetização, relacionadas às suas condições sociais ou

afetivas. Ao analisar as falas das professoras nos faz perceber que suas angustias e

dificuldades, no processo de alfabetização de crianças com deficiências, vai muito

além das dificuldades estruturais da escola ou mesmo do desconhecimento do

processo de alfabetização, mas a sua incapacidade em lidar com as diferenças, de

compreender que mesmo as crianças que não tem nenhuma deficiência têm ritmos

diferentes de aprendizagem e, em algum momento de seu processo de

aprendizagem, pode necessitar de um acompanhamento mais individualizado para

aprender.

Page 32: Monografia Jeame Pedagogia 2012

42

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de alfabetização de crianças, principalmente de alunos/as especiais é

um fator que tem angustiado os educadores da rede regular de ensino em

consequência do fracasso escolar que tem se fortificado nas instituições de

educação formal, apontados como resultados desde a mediação insatisfatória como

vulnerabilidade social, necessidades especiais ou deficiência física, mental,

intelectual ou sensorial.

O professor ou professora deve está ciente de como se dá o aprimoramento do

conhecimento, já que todo sujeito possui uma bagagem própria de saberes que vão

sendo transformados e ampliados com a mediação no espaço escolar, na família ou

nas diversas instituições sociais. Assim, a questão que orientou essa pesquisa

buscou analisar quais as dificuldades enfrentadas pelas educadoras na

alfabetização de crianças especiais em função de discutirmos sobre essas

dificuldades e ampliarmos nossos conhecimentos, além de colaborar com um estudo

mais sucinto mostrando novas possibilidades de incentivo a melhoria da prática

docente.

Diante disso, tanto na alfabetização de crianças especiais como nas crianças ditas

“normais” implica em uma formação continuada no sentido de atender a todas as

necessidades existente no meio educacional, a fim de superar as barreiras

encontradas. Desta forma, o estudo sobre o método de alfabetização passa a ser

uma questão central e o educador deve perceber a criança especial como ser

cognoscente, conscientizando-se como peça importante no desenvolvimento do

aluno ou aluna, de forma respeitosa, porque qualquer avanço que esta venha a

desenvolver é considerado um mérito nessa tarefa que se torna árdua devido às

dificuldades apresentadas.

Desse modo, analisamos que as educadoras apresentam algumas dificuldades em

alfabetizar as crianças tanto “normais” como especiais e isso tem gerado um

desconforto e insegurança na prática educativa como pudemos observar nas falas.

Podemos salientar ainda, que isso é resultante da falta de uma preparação mais

Page 33: Monografia Jeame Pedagogia 2012

43

consistente, tanto dos pais como dos educadores, de recursos didáticos e aparato

humano na tentativa de mediar à construção do conhecimento acerca da aquisição

da leitura e escrita como prática social

No entanto, é importante ressaltar a importância das salas de recursos na

intervenção e favorecimento da aprendizagem das crianças especiais através do

acompanhamento especializado com equipamentos apropriados para atender as

deficiências apresentadas pelas crianças. Porém, no decorrer da pesquisa, durante

a observação no locus percebemos a ausência da sala de recursos para auxiliar na

alfabetização e desenvolvimento das crianças especiais, o que foi apontado como

uma das dificuldades no trabalho dos professores. Porém, Em visita recente à

instituição, soubemos da chegada da sala de recursos para aquela instituição, o que

poderá significar um apoio importante na ação dos professores e possivelmente isso

facilitaria na aprendizagem, possivelmente, sanando as dificuldades relatadas pelas

educadoras durante a pesquisa. Não temos como afirmar a eficácia da sala de

recursos visto que ela não existia quando foi dado início a nossa pesquisa, assim,

isso mereceria uma outra investigação para comprová-lo.

Page 34: Monografia Jeame Pedagogia 2012

44

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Page 37: Monografia Jeame Pedagogia 2012

47

APÊNDICES

Page 38: Monografia Jeame Pedagogia 2012

48

Universidade do Estado da Bahia-UNEB

Departamento de Educação- Campus VII

Curso- Pedagogia Turma 2007.1

Caro professor(a)

Nós alunos do curso de pedagogia da Universidade do Estado da Bahia- UNEB,

Campus VII, estamos desenvolvendo essa pesquisa sobre o processo alfabetização

de crianças com necessidades especiais. Nesse sentido, esta entrevista é um

levantamento de dados para a pesquisa monográfica relativo à conclusão do curso.

Por isso contamos com a sua colaboração e desde já agradecemos.

Questionário sócio-econômico

Nome:________________________________

1.Sexo: ( ) feminino ( ) masculino

2. Idade:

( ) 18 a 25 anos

( ) 25 a 35 anos

( ) 35 acima

3)Tempo de atuação na Educação?

( ) 0 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos

( ) 11 a 15 anos ( ) acima de 15 anos

4) Jornada de trabalho

( ) 20 horas ( ) 40 horas ( ) 60 horas

5) Qual a formação?

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49

( ) Nível médio ( ) Nível superior

( ) nível superior incompleto ( ) Pós-graduado

6) Recebe capacitação pra trabalhar com crianças com necessidades especiais?

( )Sim ( ) Não

Roteiro da entrevista

1) O que pensa sobre alfabetização? Qual a concepção?

2) Quanto tempo trabalha na alfabetização? Você gosta?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3) Como é alfabetizar crianças ? E crianças com necessidades? Existe alguma

diferença?

4) De que forma a diversidade dos alunos tem tornado mais complexa a tarefa de

ensinar e mais especificamente na aquisição de leitura e escrita?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5) Quais as dificuldades mais freqüentes dos professores que trabalham com

crianças especiais?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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50

6) Que dificuldades podem ser observadas nos alunos no decorrer do processo de

alfabetização? Como você intervêm didaticamente, tendo em vista essas possíveis

dificuldades?

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7) Você recebe assessoramento para o desempenho de suas atividades

pedagógicas em relação às crianças com necessidades especiais?

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8) No processo de alfabetização, qual a sua maior dificuldade?

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9) O processo de construção de aprendizagem da leitura e da escrita, em

comparação às crianças ditas normais, é diferente? De que forma?

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10) Que metodologia você acredita ser mais apropriada para iniciar o processo de

alfabetização para crianças com necessidades especiais?

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