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Pedagogia 2011
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INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como tema A Presença da Literatura Infantil e suas contribuições
na aprendizagem da criança, com a finalidade de investigar as compreensões que
os professores atuantes na Educação Infantil da Escola Municipal Carlos Santana e
a Escola Municipal Sérgio Carneiro – Ponto Novo – BA, têm sobre a Literatura
dentro da Educação Infantil, desejando compreender quais os significados que os
educadores atribuem à Literatura em seu fazer pedagógico. Sendo que esta
inquietação surgiu a partir do estágio nas séries iniciais, observando os benefícios
trazidos através da literatura para os educandos.
O primeiro capítulo vem relatar o histórico da Literatura dentro da Educação Infantil e
sua trajetória ao longo do tempo. Finalizando com a apresentação da nossa
inquietação de pesquisa e os objetivos propostos.
O segundo capítulo refere-se ao quadro teórico, tendo como respaldodiversos
autores para as discussões referentes àspalavras-chaves: compreensões dentro da
Educação Infantil; Professores atuantes na Educação Infantil; Educação Infantil: fase
inicial da vida e Literatura Infantil: um mundo de descobertas.
O terceiro capítulo vem traçar os caminhos percorridos através da metodologia
utilizada para a elaboração de toda a pesquisa, através da observação e os
questionários (fechado e aberto) para melhor análise dos sujeitos pesquisados, a fim
de adquirir as informações precisas sobre o questionamento acima proposto.
O quarto capítulo trata do resultado da pesquisa por meio da interpretação dos
dados coletados dos sujeitos, confrontando as respostas dos mesmos com a
observação.
Para finalizar apresentamos nossas considerações finais com o resultado da
pesquisa a partir de todos os dados observados e colhidos através dos
sujeitosanalisados. Tendo sido de grande valia e de extrema importância à
elaboração desse trabalho para a nossa formação acadêmica.
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CAPÍTULO I
1. PROBLEMÁTICA
1.1 HISTÓRICO DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
É imprescindível relatar que a literatura foi e é de suma importância na formação do
ser humano, pois ela proporciona momentos prazerosos, com grandes significados
de aprendizagem, constituindo-se a partir de diferentes leituras de fantásticas obras
literárias. Como nos relata Borges (1994):
No processo de desenvolvimento pelo qual vem passando a humanidade ao longo de sua história, e cada sujeito, em particular, pode-se perceber que a literatura esteve e está presente em nossas vidas muito antes da leitura e da escrita – nas cantigas de ninar, nos brinquedos de roda, no ouvir histórias... (p. 25).
A Literatura Infantil é um conjunto de obras destinadas às crianças com uma
linguagem própria, onde as mesmas podem fazer diversas leituras de mundo, entre
e real e o imaginário. Porém, a valorização e os sentimentos atribuídos à presença
da literatura na infância nem sempre existiram da forma como hoje são concebidas e
difundidas, tendo sido modificadas a partir de mudanças econômicas e políticas da
estrutura social.
Desde a Comunidade Primitiva até a Idade Média, a criança era considerada um
pequeno adulto, que executava as mesmas atividades dos mais velhos, participando
também de sua literatura. A diferença é que no período medieval existiam dois tipos
de crianças, como menciona Cunha (1991):
Temos de distinguir dois tipos de crianças, com acesso a uma literatura muito diferente. A criança da nobreza, orientada por preceptores, lia geralmente os grandes clássicos, enquanto a criança das classes desprivilegiadas lia ou ouvia as histórias de cavalaria, de aventuras. As lendas e contos folclóricos formavam uma literatura de cordel de grande interesse das classes populares. (p. 22).
Dessa maneira, cada criança aprendia a literatura de acordo com a classe social a
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qual pertencia. Mas, aproximadamente nos séculos XV à XVII surgem os primeiros
livros considerados como Literatura Infantil. Como relata Salem (1970):
Da Idade Média e do Renascimento (séculos XV a XVII aproximadamente) datam os primeiros livros considerados Literatura Infantil, são os catecismos, criados pelos padres Jesuítas para pregar o cristianismo às crianças: “[...] esta foi a primeira forma de literatura infantil, espontânea, com a finalidade única de facilitar o ensino ás crianças, apenas intuitiva da necessidade da infância” às crianças eram ensinadas nas escolas cristãs, em 1684, a leitura, a escrita, a música sacra e a religião. (p. 23).
Somente no final do século XVII, é que surge uma literatura com uma linguagem
própria para as crianças, pois antes disso a criança não tinha infância porque era
considerado um ser adulto em “miniatura”, participando das ações e vida adulta, sem
uma educação diferenciada, sem exigir cuidados e atenção especial. Foi nesse
período e durante o século XVIII, que surgiram os primeiros livros destinados as
crianças. Como nos afirma Lajolo e Zilberman (2005):
As primeiras obras publicadas visando ao público infantil aparecem no mercado livreiro na metade do século XVIII. Antes disso, apenas durante o classicismo francês, no século XVII, foram escritas histórias que vieram a ser englobadas como literatura também apropriada à infância: as Fábulas, de Lan Fontainem editadas entre 1668 e 1694, as Aventuras de Telêmaco, de Fénelon, lançadas postumamente, em 1717, e os Contos da Mamãe Gansa, cujo título original era Histórias ou narrativas do tempo passado com moralidades, que Charles Perrault publicou em 1697. (p. 15).
Na Idade Moderna, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a Constituição de Estados
laicos trouxeram modificações sociais e intelectuais, modificando a visão que se
tinha da criança, com essas transformações é geradoum novo modelo familiar
burguês, havendo maior união entre seus membros, como aponta Kramer (1992) “...
a criança ... na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa ser cuidada,
escolarizada e preparada para uma atuação futura”. (p. 19). Como reforça Coelho
(2000, p. 27) ao dizer que“a criança é vista como um ser em formação...”. Um ser em
desenvolvimento com necessidades diferenciadas das dos adultos, sendo a infância
uma fase de grandes descobertas, onde o adulto deve contribuir significativamente
para que isso aconteça, estimulando as mesmas a buscar o conhecimento. Para
Cunha (1991), a literatura:
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Começa a delinear-se no início do século XVIII, quando a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a prepara-se para a vida adulta. (p. 22).
Apesar dessa mudança ocorrida no tratamento do ser criança e o seu novo papel na
sociedade, ela é vista como proporcionadora de lucros, através de produtos
industrializados destinados ao seu consumo. Sendo objetos como: “... (o brinquedo)
e culturais (o livro) ou novos ramos da ciência (a psicologia infantil, a pedagogia ou a
pediatria) de que ela é destinatária”. (LAJOLO E ZILBERMAN, 2005, p. 17). Dessa
maneira, é perceptível que o papel realmente que a criançaexercia era apenas
simbólico e que suas reais necessidades não estavam sendo supridas como
deveriam ser.
Para modificar e transformar essa realidade, a burguesia buscou um aliado: a
escola, apesar da mesma até o final do século XVIII ser facultativa e não obrigatória,
viu-se a necessidade de sua existência. Segundo Lajolo e Zilberman (2005)“... a
escolarização converte-se aos poucos na atividade compulsória das crianças, bem
como a freqüência as salas de aula, seu destino natural”. (p. 17). A partir desse
momento a educação passa a ser destinada a todas as crianças e não somente as
da burguesia como acontecia anteriormente, mas com um principal intuito, das
crianças aprenderem a leitura para fazer uso da literatura. Como menciona Lajolo e
Zilberman (2005) “... a literatura infantil trabalha sobre a língua escrita, ela depende
da capacidade de leitura das crianças, ou seja, supõe terem estas passado pelo
crivo da escola”. (p. 18).
Assim, é notável que a Literatura Infantil mais uma vez é usada no meio social como
uma maneira de obter lucros, as indústrias produzem livros, as crianças sabendo ler
adquirem o produto: “... a literatura infantil assume, desde o começo, a condição de
mercadoria”. (LAJOLO E ZILBERMAN, 2005, p. 18). Dessa forma, a autora vem
mencionar que:
Os laços entre a literatura e a escola começam desde este ponto: a habilitação da criança para o consumo de obras impressas. Isto aciona um circuito que coloca a literatura, de um lado, como intermediária entre a criança e a sociedade de consumo que se impõe aos poucos; e, de outro,
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como caudatária da ação da escola, a quem cabe promover e estimular como condição de viabilizar sua própria circulação. (LAJOLO E ZILBERMAN, 2005, p. 18).
Mas, a princípio a Literatura Infantil surgiu com características próprias, ligada a
função pedagógica, essa com interesses de promover informações. Para Zilberman
(1987):
Fica evidenciada a estreita ligação da literatura infantil com a pedagogia, quando vemos, em toda a Europa, a importância que assumem os grandes educadores da época, na criação de uma literatura para crianças e jovens. Suas intenções eram fundamentalmente formativas e informativas, até enciclopédicas. (p. 23).
Desse modo, a Literatura Infantil foi usada como uma forma educativa, uma maneira
de contribuir para o ato de educar, um objeto didático. Sendo preciso mais uma vez
a união de dois elementos indispensáveis, que segundo Zilberman (1987)“literatura
infantil e escola, inventada a primeira e reformada a segunda, são convocadas para
cumprir esta missão”. (p. 13), para mostrar a necessidade, a relevância e as
contribuições da literatura na formação e no desenvolvimento da criança.
Mesmo com a nova valorização atribuída à criança pela família e sociedade,
percebemos que as primeiras obras literárias destinadas a elas são adaptações da
literatura para adultos, como nos informa Cunha (1991):
... observaram-se duas tendências próximas daquelas que já informavam a leitura dos pequenos: dos clássicos fizeram-se adaptações; do folclore, houve a apropriação dos contos de fadas – até então quase nunca voltados especificadamente para as crianças. (p. 23).
Assim, são percebidas algumas mudanças ocorridas para o surgimento da literatura
proporcionada a infância. Como cita Coelho (2000):
Ligada desde a origem à diversão ou ao aprendizado das crianças, obviamente sua matéria deveria ser adequada à compreensão e ao interesse peculiar destinatário. E como a criança era vista como um “adulto em miniatura”, os primeiros textos infantis resultaram da adaptação (ou da minimização) de textos escritos para adultos. Expurgadas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que estariam acima da compreensão infantil; retiradas as situações ou os conflitos não-exemplares e realçando principalmente as ações ou peripécias de caráter aventuresco ou
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exemplar... as obras literárias eram reduzidas em seu valor intrínseco... (p. 29).
Percebermos então, que a Literatura Infantil é vista como algo sem valor, sendo
desvalorizada, sem nenhum significado de desenvolvimento e aprendizagem para as
crianças, usada apenas como uma forma de manipular a infância, onde são
impostas regras para serem cumpridas e obedecidas, tornando-se mais uma vez um
instrumento de manipulação utilizado pelos adultos para impor ordem e moldar a
criança de acordo com quem os educa. Como menciona Zilberman (1987):
Concebida originalmente como objeto exclusivo das crianças, passou a receber um status científico, no momento em que se percebeu que não apenas era produzida pelos adultos, mais, como se viu, manipulada por eles, tendo em vista a dominação da infância. (p. 26).
Dessa maneira, a literatura foi usada como um objeto de manipulação para controlar
a criança, e não como um instrumento eficaz na aprendizagem do ser humano.
1.2 A presença da Literatura Infantil no Brasil
No Brasil, a literatura só chegou apenas no século XIX, como cita Lajolo e Zilberman
(2005, p. 23)“... a literatura infantil só veio a surgir muito depois, quase no século XX,
muito embora ao longo do século XIX reponte,registrada aqui e ali, a notícia do
aparecimento de uma ou outra obra destinada a crianças”, antes disso, prevalecia a
oralidade das narrativas folclóricas, lendas e mitos. Sendo este método até mesmo
uma maneira de transmitir as culturas de cada época através de histórias. Para
Coelho (2000):
Ao estudarmos a história das culturas e o modo pelo qual elas foram sendo transmitidas de geração para geração, verificamos que a literatura foi o seu principal veículo. Literatura oral ou literatura escrita foram as principais formas pelas quais recebemos a herança da Tradição que nos cabe transformar, tal qual outros valores herdados e por sua vez renovados. (p. 16).
É importante ressaltar, que as primeiras obras literárias brasileiras tiveram início com
obras pedagógicas, sendo adaptadas das produções portuguesas. Segundo Palo e
Oliveira (2001) “desde os primórdios, a literatura infantil surge como uma forma
16
literária menor, atrelada àfunção utilitário-pedagógica que a faz ser mais pedagogia
do que literatura”. (p. 9).
Após a Proclamação da República e com a implantação da Imprensa Régia, em
1808, e com a aceleração do mercado industrial, começa a produção de livros para
crianças, no final do século XIX e início do século XX, onde o mercado consumidor
da sociedade se torna promissor para o aparecimento da Literatura Infantil através
da vasta produção de livros, abrindo-se assim, um espaço para o público infantil.
Vale ressaltar que, nesse período os livros deixam de ser tão raros no país.
Segundo Lajolo e Zilberman (2005):
Gestam-se aí as massas urbanas que, além de consumidoras de produtos industrializados, vão constituindo os diferentes públicos, para os quais se destinam os diversos tipos de publicações feitos por aqui; as sofisticadas revistas femininas, os romances ligeiros, o material escolar, os livros para crianças... é entre os séculos XIX e XX que se abre espaço, nas letras brasileiras, para um tipo de produção didática e literária dirigida em particular ao público infantil. (p. 25).
Apesar de toda essa mudança no meio social e a grande massa de consumo por
livros propostos à infância, a Literatura Infantil brasileira só veio a surgir realmente,
repercutindo e transformando o seu contexto, através de Monteiro Lobato. Como cita
Coelho (2000, p. 138) “foi Monteiro Lobato que, entre nós, abriu caminho para que
as inovações que começavam a se processar no âmbito da literatura adulta (com o
modernismo) atingissem também a infantil”. E Cunha (1991) vem reforçar dizendo
que:
Com Monteiro Lobato é que tem início a verdadeira literatura infantil brasileira. Com uma obra diversificada quanto a gêneros e orientação, cria esse autor uma literatura centralizada em algumas personagens, que percorrem e unificam seu universo ficcional. (p. 24).
Na verdade, as obras de Monteiro Lobato são diferenciadas das produções
portuguesas, pois ele buscou retratar nas suas obras literárias as culturas e
realidades brasileiras, fazendo com que a criança viaje através da sua imaginação,
pense, reflita, se divirta, aprenda e se encante pela ficção, mas sem esquecer do
mundo real, do meio em que vive, da sua realidade. Como cita Coelho (1991) “antes
de Monteiro Lobato havia tão somente o conto com fundo folclórico”. (p. 223).
17
Porém, através das mudanças e modificações renovadas de se produzir Literatura
Infantil, Borges (1994) nos afirma que Monteiro Lobato:
Trazendo para as páginas do livro de histórias o cotidiano da criança, abordado, porém, sob novos prismas, criam um elo entre o real e o imaginário, levando a criança a viver com os personagens com os quais se identifica os seus lances de criticidade e criatividade. (p. 128).
É perceptível notar as contribuições significativas queMonteiro Lobato trouxe para a
Literatura Infantil brasileira. Mas, é importante salientar que “... a valorização da
literatura infantil, como fenômeno significativo e de amplo alcance na formação das
mentes infantis e juvenis, bem como dentro da vida cultural das sociedades é
conquista recente”. (COELHO, 2000,p. 30), apesar da visibilidade que a Literatura
Infantil demonstrou ao estar presente em nossas vidas há muito tempo, de
diferentes gestos e maneiras, possuindo diversas funções para contribuir com o
aprendizado da criança. Para Costa (2008):
Hoje, as funções da Literatura Infantil no Brasil estendem-se para além da educação formal. Informar e educar passam a ser pano de fundo do interesse de autores e obras. Passam a primeiro plano o conhecimento do próprio individuo-leitor, o entretenimento (chamado, por vezes, de prazer) o experimentalismo na linguagem narrativa, o lúdico, a aventura do conhecimento humano. (p. 68).
Assim, a literatura possui grande importância na formação de cada indivíduo, e
dentro da instituição escolar ela possui grande relevância. Como menciona Costa
(2008) “a escola possui um papel fundamental na valorização da literatura, porque
atribui valores positivos à inteligência e ao saber”. (p. 65). Por isso, torna-se
interessante a escola proporcionar esses momentos. Para Cunha (1991)“seria, pois,
muito importante que a escola procurasse desenvolver no aluno formas ativas de
lazer – aquelas que tornam o indivíduo crítico, mas consciente e produtivo. A
literatura teria papel relevante nesse aspecto”. (p. 47).
Porém, muitas vezes a literatura é usada pelo docente dentro do âmbito escolar
apenas como uma maneira de passar o tempo, ler histórias com o intuito de fazer
com que as crianças fiquem quietas, lendo até mesmo textos aleatórios, somente
como uma forma de entretenimento, sem nenhum significado educativo.
Desconsiderando a importância da Literatura Infantil. Para Coelho (2000):
18
... acreditamos que a literatura (para crianças ou para adultos) precisa urgentemente ser descoberta, muito menos como mero entretenimento (pois deste se encarregam com mais facilidade os meios de comunicação de massa), e ritual que engaje o eu em uma experiência rica de vida, inteligência e emoções. (p. 32).
No entanto, a literatura deve ser vista como uma proporcionadora de conhecimentos
amplo, capazes de promover diversas aprendizagens significativas à criança e o
professor deve ser o mediador desse processo. Nesse sentido Cunha (1991, p. 11)
enfatiza “...acreditamos que um ponto pode ser atingido: o educador. Pode-se
trabalhar com ele, melhorar seus conhecimentos e sua visão quanto à matéria
Literatura Infantil”.
No processo de construção do conhecimento pela criança a literatura tem um papel
significativo proporcionando a contribuição para a formação de sua personalidade,
seu caráter, possibilitando a compreensão entre o real e o imaginário, entre o meio
social em que se vive, desenvolvendo na mesma o gosto pela leitura através de
histórias, contos e textos literários, contribuindo assim, para a produção escrita.
Como nos afirmar Borges (1994):
Entretanto, para que a literatura possa ser “presença” na vida de uma criança, acreditamos que, juntamente com os exemplos e estímulos familiares, a maneira como a escola “vive”, e “convive” com os textos literários, tem um papel fundamental, a partir da formação do professor de educação infantil que, necessariamente, deve apresentar uma sensibilidade a esta forma de expressão, que o leve não apenas a “passá-la” às criançasmas, conforme dissemos, a “vivê-la” com as crianças. (p. 125).
A partir dessas reflexões buscamos neste estudo conhecer as compreensões que os
professores que atuam na Educação Infantil têm acerca daLiteratura e de que forma
eles a utilizam no seu fazer pedagógico.
Assim objetivamos:
Analisar as compreensões dos professores da Educação Infantil, da Escola
Municipal Carlos Santana e a Escola Sérgio Carneiro – Ponto Novo – BA, sobre a
Literatura Infantil.
19
Conhecer como os professores da Educação Infantil, da Escola Municipal Carlos
Santana e a Escola Sérgio Carneiro – Ponto Novo – BA, utilizam a Literatura Infantil
no seu fazer pedagógico.
20
CAPÍTULO II
2. QUADRO TEÓRICO
Percebe-se que a Literatura Infantil sofreu consideráveis transformações ao longo do
tempo. No entanto, vale ressaltar que ela é de suma importância na construção do
ensino-aprendizagem das crianças, abrindo um leque de possibilidades na
construção do saber. Por isso, o nosso objetivo é saber quais as compreensões que
os professores que atuam na Educação Infantil têm sobre a Literatura Infantil em seu
fazer pedagógico. Sendo que para uma melhor compreensão da inquietação
imposta trazemos as palavras - chave: Compreensões. Professores. Educação
Infantil. Literatura Infantil.
2.1 Compreensões dentro da Educação Infantil
A compreensão é uma forma de entendimento do que está a nossa volta. Para Morin
(2003, p. 104) “a compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação
humana”. Ela opera no interior de um conjunto relacional que se manifesta na forma
de transmissão da tradição por meio da linguagem. Assim expressa Camargo
(2004):
Quando falamos em compreensão, estamos falando na possibilidade de pensar e atuar flexivelmente a partir do que se aprendeu. [...] Portanto, a compreensão não é apenas um saber abstrato, e sim um saber em ação. [...] Compreendemos um período histórico quando podemos examinar pontos de vista alternativos sobre eles e relacioná-los a outros períodos e ao momento atual. Aprender para a compreensão exige uma cadeia de desempenhos de compreensão de complexidade crescente. (p. 26).
Com relação às compreensões que os professores que atuam na Educação Infantil
têm sobre a literatura é importante salientar que é preciso inovar para utilizá-lacomo
um recurso indispensável em sala de aula. Para Sacristán (1998):
Compreender a vida de sala de aula é um requisito necessário para evitar arbitrariedade na intervenção. Mas, nesta atividade, como noutras práticas sociais, como a medicina, a justiça, apolítica, a economia, etc., não se pode evitar o compromisso com a ação, a dimensão projetiva e normativa deste âmbito do conhecimento e atuação. (p. 81).
21
Pois, compreende-se que “a literatura nada mais é do que uma fonte saudável de
alimentação à imaginação infantil”, (COSTA, 2008, p. 62), onde as crianças usam e
abusam de sua criatividade. Por isso, é necessária uma maior compreensão por
parte dos professores sobre a Educação Infantil, ou seja, compreender a criança da
melhor maneira possível, ajudando-lhe desde cedo a estimular o gosto pela
literatura. Sendo essencial que os mesmos busquem conhecer quais são os direitos
das crianças e quais são os seus deveres enquanto educadores. Para Angotti
(2006):
Aceitar e entender a criança em seu estado de ser e de vir exige um significado absolutamente novo para o conceito de infância, bem como em relação às praticas didáticas, pedagógicas até então oferecidas, redimensionando-as até mesmo enquanto condição de defesa e preservação na natureza. (p. 19).
Para tanto, é essencial entender e compreender que a criança é um ser em um
processo de formação e a literatura deve estar presente nessa construção do
conhecimento. Como nos afirma Coelho (2000): “... a literatura infantil... se destina a
um leitor especial, a seres em formação, a seres que estão passando pelo processo
de aprendizagem inicial da vida”. (p. 164). Para tal, o professor se torna de extrema
importância para o aprendizado do aluno, pois contribui significativamente para que
isso aconteça. Segundo Angotti (2006):
Nossa compreensão é de que temos que assumir verdadeiramente um compromisso com a formação das crianças e isso implica reconhecer que há um tipo de relação epistemológica que é específica dos contextos formais de educação, dos seus modos de organização e de efetiva participação do professor que domina um conjunto de habilidades e conhecimentos próprios de sua formação que se torna cada dia mais imprescindível. (p. 58).
Diante disso, percebemos que a compreensão é fundamental quando se refere
àEducação Infantil, pois os profissionais atuantes nessa área necessitam e precisam
interagir com os alunos de diferentes formas. Para Morin (2003, p. 94),
“compreender significa intelectualmente apreender em conjunto”. Sendo que a
literatura contribui para essa interação. Segundo Borges (1994):
Se assim, compreendida, sentida e amada, a literatura passa a fazer parte da vida das crianças, adolescentes e adultos, gerando uma sede insaciável
22
de ler, acompanhada da crença intuitiva de que, em cada novo texto literário, há sempre a possibilidade de novas descobertas, de ampliação da compreensão de si e do mundo, de desenvolvimento pessoal, no plano do pensar e do sentir. (p. 125).
A literatura ajuda a criança a entender e compreender melhor as diversas leituras
realizadas pelas mesmas, pois são obras direcionadas ao público infantil. Como cita
Cademartori (2006, p. 19) “... o texto infantil responderia à necessidade de suprir as
grandes lacunas intelectuais de seu destinatário, pela presença, em alta proporção,
nos textos infantis, de elementos formativos e informativos”.Como Lajolo
(2002)também nos afirmar em sua fala:
... compreender que a literatura ... ela não existiu desde sempre, que, ao contrário, só se tornou possível e necessária (e teve, portanto, condições de emergir como gênero) no momento em que a sociedade (através da escola) necessitou dela para burilar e fazer cintilar, nas dobras da persuasão retórica e no cristal das sonoridades poéticas, as lições de moral e bons costumes que, pelas mãos de Perrault, as crianças do mundo moderno começaram a aprender. (p. 22).
Portanto, compreender nada mais é que um processo educativo que entende as
relações existentes em uma sociedade, na qual cada indivíduo compreenda a
necessidade da educação para atuar como ser social, moral e cultural. Onde o
educador tem a função de contribuir na aprendizagem e construção do
conhecimento do ser humano.
2.2 Professores que atuam na Educação Infantil
O professor é um profissional que deve está qualificado e preparado para atuar no
espaço escolar, como docente ou membro do corpo daquela instituição. Para Tardif
(2007, p. 237) “... os professores são sujeitos do conhecimento e possuem
específicos ao seu ofício”. Ser professor é ter compromisso com o futuro da nação, é
renunciar um pouco de si a cada dia. Dessa forma, precisa-se reconhecer e dar
valor ao trabalho docente. Tardif (2007, p. 238) continua afirmando que “de fato, se o
professor é realmente um sujeito do conhecimento e um produtor de saberes, é
preciso reconhecê-lo como tal...”. Segundo Costa (2008):
Sabemos da dedicação e da persistência do professor e de seu papel imprescindível no desenvolvimento das inteligências, na transmissão do
23
saber acumulado ao longo dos séculos pala Humanidade, na formação do pensamento crítico, na experimentação de comportamentos de cidadania. (p. 19).
Os professores atuantes na Educação Infantil precisam estar atentos às funções
educativas, compreendendo os valores que elas têm na formação das crianças,
fazendo com que as mesmas se desenvolvam plenamente em todos os seus
aspectos, pois segundo Tardif (2007)“... a partir deles, ou seja, seu trabalho
cotidiano, não é somente um lugar de aplicação de saberes produzidos por outros,
mas também um espaço de produção, de transmissão e de mobilização de saberes
que lhe são próprios”. (p. 237). Relacionado a isso Oliveira (2001) vem mencionar
que:
O professor deve ter bastante claro que os princípios que regem seu fazer estão diretamente relacionados com os princípios da cidadania que estarão sendo construídos pelas crianças. Desta maneira, é fundamental buscar a coerência entre o ideal de formação que se quer alcançar e os procedimentos assumidos pelo docente enquanto ser individual, social, profissional e político na efetivação de seus objetivos, seus valores e seu ideal, para que possamos almejar uma sociedade mais humana, igualitária e justa, preservando enriquecendo, valorizando e realçando o que está sociedade tem de melhor, seu potencial humano. (p. 67).
O professor é fundamental na aprendizagem do aluno, por isso o bom profissional
deve estar sempre se atualizando, sendo um profissional competente e responsável.
Para Fazenda (1991, p. 16) “... educar ou participar do processo educacional de
crianças pequenas requer além de um conhecimento técnico e metodológico, uma
compreensão teórica e profunda dos prejuízos irreversíveis que uma má educação
nessa idade produz”. Para Angotti (2006):
... aprofissionalidade dos educadores infantis deverá estar fundamentada na efetivação de um cuidar da criança, de atendê-la em suas necessidades e exigências desde a sua mais tenra idade em atividades, espaços e tempos de ludicidade. (p. 19).
Por isso, é necessário que o profissional atuante na Educação Infantil esteja se
renovando, se capacitando profissionalmente para atuar nessa área, não que ele
precise saber tudo, ter todas as respostas para qualquer pergunta, mas que ele
possa construir junto com seus educandos conhecimentos que contribuam
significativamente na vida desses alunos. Segundo Freire (1996) “... ensinar não é
24
transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua
construção”. (p. 22). Para Tardif (2007):
Os saberes de um professor são uma realidade social materializada através de uma formação de programas, de prática coletivas, de disciplinas escolares, de uma pedagogia institucionalizada, etc., e são também, ao mesmo tempo os saberes dele. (p. 16).
Vale ressaltar, que é de suma importância que haja um entendimento entre aluno e
professor para que aconteça uma maior interação entre ambas as partes na sala de
aula e que o professor possa ter essa liberdade de intervir junto ao aluno, ajudando-
o da melhor maneira possível. Como nos relata Assis (1993, p. 23) “a intervenção
do/a professor/a é necessária tendo em vista que suas incitações visam fazer a
criança refletir sobre suas próprias ações e conseguir explicar os fatos que observa
e, conseqüentemente, caminhar em direção ao conhecimento”. Como menciona
Borges (1994):
Ser educador pré-escolar é, antes de tudo, conseguir manter uma profunda relação empática com a criança, é viver com ela, intensamente, cada momento desse processo, num envolvimento tal que possa promover o desenvolvimento de ambos: professor e aluno. (p. 15).
No entanto, cabe ao educador reconhecer que o espaço das instituições infantis é
um lugar onde a criança deve soltar a sua imaginação, aproveitando o máximo
possível da infância e a literatura possui esse atrativo nas suas diversas obras
literárias. Como cita Costa (2008):
Essa literatura surge simultaneamente para instruir, divertir e educar, trazendo a criança ao mundo em que ela se identifica e sente-se livre para formar suas capacidades intelectuais e sociais, visto que, elas ainda estão num processo de formação de experiências reais. (p. 62).
Cabe também ao professor contribuir de forma significativa na formação dos alunos,
preparando para ser um cidadão crítico reflexivo, construtor dos seus próprios
conhecimentos, atuante na sociedade em que está inserido e a literatura pode
contribuir na construção dessa formação. Segundo Zilberman (1987):
...ao professor cabe o detonar das múltiplas visões que cada criação literária sugere, enfatizando as variadas interpretações pessoais, porque
25
estas decorrem da compreensão que o leitor alcançou do objeto artístico, em razão de sua percepção singular do universo representado. (p. 24).
O professor dentro do seu ambiente de trabalho, especificadamente em sua sala de
aula pode fazer uso da literatura de diferentes aspectos, utilizando livros, para os
alunos irem folheando, fazendo leituras de textos através de gravuras, textos com
rimas, poesias e contos. Para Abreu e Maseto (1990):
É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade, que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade. (p. 29).
O docente pode e deve estimular, incentivar seus alunos no seu ambiente de
trabalho, proporcionando à criança o acesso a textos literários diversos, fazendo
com que as mesmas descubram seus interesses, gostos e aprendam a diferenciar
os mais variados textos, dessa maneira, estimulando no educando o desejo de
imaginar, criar de uma maneira divertida, prazerosa, estimulando naturalmente o
desejo e o fascínio na criança pela leitura, além de desenvolver seu potencial
cognitivo. Para Borges (1994):
Cabe ao educador, nessa proposta construtivista, ajudar a criança, criando situações que possam gerar desafios e desequilíbrios cognitivos, fazendo com que observe melhor, tome consciência de sua ação, cheque as suas hipóteses. Jamais pretender substituir, simplesmente pelo princípio da autoridade, a verdade da criança pela do adulto. (p. 17).
Assim, se torna imprescindível, ao educador compreender a criança em seu estado
de aprendizagem, nessa fase de descobertas e desenvolvimento. Portanto, o
professor é uniformemente fundamental. Ele é aquele que favorece a discussão de
coordenar diferentes pontos de vida e, principalmente, um orientador que ensina e
aprende sempre. Como afirma Freire (1996) “... ensinar não é transferir
conhecimentos... Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
aprender”. (p. 23). Havendo uma reciprocidade entre ambas as partes professor e
aluno.
2.3 Educação Infantil: fase inicial da vida
26
A Educação Infantil passou por muitas mudanças e foi se transformando ao longo do
tempo, pois antes do surgimento da mesma a criança era considerada um ser
adulto, tendo suas responsabilidades como qualquer outra pessoa, sem possuir um
atendimento diferenciado. Segundo Áries (1981) “até o século VII, a arte medieval
desconhecia ou não retratava a infância, não existia nenhum sentimento
diferenciado do ser criança”.
Somente a partir do século XVI, é que começam a surgir as primeiras preocupações
com a infância, onde o homem passa a se preocupar com a preservação da vida da
criança, sendo que a partir de interesses socioeconômicos é que essa situação
começou a se modificar. Para Kramer (1992):
A educação pré-escolar começou a ser reconhecida como necessária tanto na Europa quanto nos Estados Unidos durante a depressão dos anos 30. Seu principal objetivo era o de garantir emprego a professores, enfermeiros e outros profissionais e, simultaneamente, fornecer nutrição, proteção e um ambiente saudável e emocionalmente estável para crianças carentes de dois a cinco anos de idade. (p. 26).
No Brasil, as primeiras iniciativas voltadas à criança tiveram um caráter higienista e
assistencialista, cujo trabalho era realizado por médicos e damas beneficentes, e se
dirigiam contra o alto índice de mortalidade infantil. A Educação Infantil foi aplicada
realmente no Brasil a partir dos anos 30, quando surge a necessidade de formar
mão-de-obra qualificada para a industrialização do país, surgindo às creches
populares que serviam para atender não somente os filhos das mães que
trabalhavam na indústria, mas também os filhos das empregadas domésticas. As
creches populares atendiam somente o que se referia à alimentação, higiene e
segurança física. Nesse momento, a criança passa a ser valorizada como um adulto
em potencial, matriz do homem, não tendo vida social ativa. Como Kramer (2002)
nos afirma“é só a partir da década de 70 que a importância da educação da criança
pequena é reconhecida e as políticas governamentais começam a, incipientemente,
ampliar o atendimento, em especial das crianças de 4 a 6 anos”. (p. 18).
Nos anos 80, surgem muitos problemas referentes à educação pré-escolar, mas com
a Constituição de 1988, a educação pré-escolar é vista como necessária e de direito
27
de todos, além de ser dever do Estado e deverá ser integrada ao sistema de ensino
(tanto creches como escola), sendo ambas incluídas na política educacional.
Com a criação do Estatuto da Criança e do adolescente (ECA) em 13 de julho de
1990, pela lei nº. 8.069/1990 no art. 54: “É dever do Estado assegurar à criança e ao
adolescente ... Parágrafo Iv – atendimento em creches e pré-escola às crianças de
zero a seis anos de idade”.(p. 20).
A partir desse novo conceito de infância, a criança passou a ser vista como um ser
que requer cuidados, atenção e uma educação que contribua para sua
aprendizagem e seu desenvolvimento. Como afirma Kramer (1992) “as crianças são
cidadãs, ou seja, são indivíduos sociais que tem direitos a que o Estado deve
atender, dentre eles o direito à educação, saúde, seguridade. (p. 127). Nesse
aspecto a pré-escola vem cumprir um novo papel, não de assistencialista, mas o de
contribuir para educar. Como nos relata Fazenda (1991):
... um novo papel para o ensino pré-escolar é oferecer condições propícias, oportunidades e estímulos dos mais variados para a criança educar-se,socializar-se, formar-se independente e autônoma para enfrentar situações de conflito dos mais diversos,apropriando-se do processo de aprendizagem como sujeitos de sua história. (p. 35).
A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Infantil, com a Lei nº. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 foi a primeira a incluir a Educação Infantil entre as diretrizes que
regem a educação. Segundo Brasil (2006, p. 42):
Art. 30. “A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
A Educação Infantil é aquela que busca propiciar a construção de conhecimento
especialmente do desenvolvimento integral da criança, propiciando a mesma
capacidade de ordem física, afetiva, cognitiva, ética, estética de relação interpessoal
e inserção social. Por isso, Kramer (1992, p. 127) afirma que “sua função é a de
favorecer o desenvolvimento infantil e a aquisição/construção dos conhecimentos
relativos ao mundo físico e social...”. Sendo atualmente destinada as crianças de
28
0aos 5 anos de idade, devido a antecipação do ingresso no ensino Fundamental de
09 anos, mas como uma educação capaz de fornecer conhecimentos, esses por sua
vez adquiridos nas creches ou escolas de Educação Infantil. A LDB (2006), afirma
que:
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. (p. 41).
Dessa maneira, a pré-escola adquire um novo conceito, sendo capaz de formar as
crianças, atendendo suas singularidades em seus mais diversos aspectos, físicos,
cognitivos e potencias criativos. Como cita Kramer e Souza (1991):
Na concepção difundida pelo educadores modernos, a pré-escola se constitui no lugar onde a criança tem oportunidade de desenvolver certas operações mentais, expandir a sensibilidade e a criatividade, desenvolver habilidades psicomotoras específicas, ampliar o vocabulário dos da família. A aquisição desses conhecimentos acontece no desenvolvimento das mais diversas atividades. (p. 16).
E a Literatura Infantil contribui para esse desenvolvimento do ser criança, pois a
mesma estimula a criatividade e a compreensão do mundo de fantasia e do real.
Justamente nesse período da infância onde a Educação Infantil está atuando se
torna mais propício utilizar-se deste recurso, sendo o mesmo rico em criação e de
uma abrangente área, que se torna indispensável às crianças, enquanto ser que
está construindo seu aprendizado. Fazenda (1991, p. 16) afirma que“a função da
Educação Infantil é caminhar com a criança, respeitando suas limitações e
explorando seu potencial”.Angotti (2006) nos relata que:
O papel da educação e do educador infantil concretiza-se no ideal de recuperação da infância perdida nos tempos modernos para inserir a criança no mundo do conhecimento, na condição de ser alfabetizada na leitura de mundo, na leitura interpretativa de tudo o que está ao seu redor sem perder a natureza, a magia, a fantasia, o mundo maravilhoso do ser criança e propiciar-lhe desenvolvimento integral, seguro e significativo (p. 26).
A criança deve viver o momento de infância, sem ter preocupações, “aprender
brincando” e até mesmo no seu cotidiano elas vão adquirindo conhecimentos. Sendo
29
que, as instituições escolares onde se oferece a Educação Infantil podem
proporcionar no seu dia a dia o contato com obras literárias, possibilitando as
criançasum mundo de descobertas, emoções, aprendizados que se aprende através
de um momento lúdico e as leituras realizadas também contribui para esse momento
de livre aprendizagem. Justamente por isso, é uma realidade entendermos de
diversas maneiras o “mundo infantil”. Angotti (2006) continua afirmando que:
Olhar a Educação Infantil, enxergá-la em sua complexidade e sua singularidade significa buscar entende-la em sua característica de formação de crianças entre o 0 e 6 anos de idade, constituindo espaços tempos, procedimentos e instrumentos, atividades e jogos, experiências, vivencias... que o cuidar possa prover condições de cuidado, respeitando a criança em suas inúmeras linguagens e noseu vínculo estreito com á ludicidade. (p. 25).
Hoje, é imprescindível, que a Educação Infantil proporcione a criança uma formação
com capacidade e um desenvolvimento de construção do saber, tendo o papel social
de valorizar os conhecimentos que as crianças já trazem, assumindo assim,
características que vão além da função da escola, devendo respeitar a diversidade,
a imaginação fértil de cada aluno, presente neste ambiente e também considerar as
possibilidades de aprendizagem. Para Angotti (2006, p. 25):
... a Educação Infantil fundamenta-se na necessidade de se entender a criança de corpo inteiro, de não fragmentá-la em suas perspectivas e, sobretudo, no que se concerne à insustentável dissociação entre a razão e emoção, de compreendê-la e trabalhá-la na sua inteireza, integrando práticas educativas baseadas em ideário pedagógico que possa desenvolver seu potencial de elaboração e expressão comunicativa.
A presença da Literatura Infantil enriquece ainda mais este ambiente, trazendo
significados de extrema importância para o mundo infantil. Portanto, cabe ressaltar,
que no processo educacional a Educação Infantil deve ser considerada a mais
importante, pois ela é a base para aprendizagens subseqüentes. Angotti (2006),
mais uma vez vem nos afirmar que:
... a Educação Infantil significa a convicção de que novos tempos podem ser pensados para a sociedade, desenvolvendo e realizando pessoas mais completas, seres mais íntegros que saibam exercer seus papéis enquanto ser pessoa, ser social, ser histórico, ser cultural, novos tempos em que o ser humano possa viver a plenitude de todas as etapas da vida, realizando-se e tendo uma atividade intensa, uma vivência clara do que seja ser criança e viver a infância. (...) significa reconhecer a criança, sua condição de cidadania conforme proclama a Carta Constitucional do Brasil: bem como o
30
necessário investimento nas condições em que se possa prover o desenvolvimento infantil. (p. 28).
Portanto, é inegável, que a Educação Infantil tem um papel a cumprir, capacitando
as mesmas a se tornarem seres críticos nas suas atitudes e no meio social no qual
estão inseridas, possibilitando o seu pleno desenvolvimento e contribuindo em suas
habilidades, e a presença da literatura infantil só vem a enriquecer nesse processo
de construção do saber.
2.4 Literatura Infantil: um mundo de descobertas
A Literatura Infantil é uma expressão utilizada para classificar as obras literárias
destinada ao público infantil. Para Cademartori (2006, p. 14) “... a literatura infantil
apresenta o fato de destinar-se a um leitor mirim”. Com características próprias a
essa fase inicial da vida do ser humano, sendo estas capazes de proporcionar um
novo mundo de conhecimentos e descobertas. Segundo Coelho (2000):
A literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização... (p. 27).
A ela cabe a função de contribuir para o aprendizado da criança, enriquecendo os
seus conhecimentos e colaborando para uma formação mais completa. Como cita
Jesualdo (1993, p. 23) “... a função que a literatura infantil tende a realizar na alma e
no cérebro da criança é configurar, de certo modo, todo o problema partindo de suas
necessidades”.Para Coelho (2000) “a literatura, e em especial a infantil, tem uma
tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação, seja no
espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor (texto estimulado pela escola)”.
(p. 15).
A Literatura Infantil é importante para a formação do individuo e para o desempenho
da criança, possibilitando a mesma a formação de personalidade, como Coelho
(2000, p. 47) continua afirmandoque “o rótulo “literatura infantil” abarca, assim,
modalidades distintas de textos: desde os contos de fada, fábulas, contos
maravilhosos, lendas, histórias do cotidiano... até biografias romanceadas, romances
31
históricos, literatura documental ou informativa”, propondo uma vasta área de
conhecimentos aos educandos, por isso ela não se restringiu a apenas uma única
função. Jesualdo (1993) vem nos afirmar que:
... à função da literatura, é ela quem, por si mesma, estimula, nas crianças, interesses adormecidos que esperam que essa espécie de varinha mágica os desperte para aspectos do mundo que as rodeia; age sobre as forças do intelecto, como a imaginação ou o senso estético, que precisam do impulso de correntes exteriores para adquirir pleno desenvolvimento na evolução psíquica da criança... Junte-se a todas essas funções mais uma: a da identificação, pelo prazer que toda leitura com pretensões a ser de algum proveito deve provocar na alma da criança... (p. 30).
A Literatura Infantil contribui para a construção de uma formação cognitiva,
emocional e social da criança. As diversas leituras de contos e histórias literárias
também transmitem bons ensinamentos, boas maneiras e boas atitudes, pois uma
das formas das crianças aprenderem é através de bons exemplos. Para Abramovich
(1997, p. 16)“ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir
muitas, muitas histórias... Escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um
leitor...”. Segundo Coelho (2000):
... Nesse espaço, privilegiamos os estudos literários, pois, de maneira mais abrangente do que quaisquer outros, eles estimulam o exercício da mente; a percepção do real em suas múltiplas significações; a consciência do eu em relação ao outro; a leitura do mundo em seus vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e conhecimento da língua, da expressão verbal significativa e consciente – condição simequa non para a plena realidade do ser. (p. 16).
As obras literárias ao mesmo tempo em que proporcionam momentos de
entretenimento trazem consigo ensinamentos indispensáveis e necessários ao
ensino e aprendizagem da criança. Segundo Maia (2007) “resumidamente, pode-se
afirmar que no texto literário há um trabalho estético com a linguagem, que suscita o
imaginário, desperta emoções, possibilita a fruição de sentidos múltiplos...” (p. 53).
Aguça na criança o incentivo a leitura, mesmo que o educando ainda não saiba ler,
mas o simples fato de folhear livros e ter contato com os mesmos estimula-os
naturalmente levando-os ao hábito da leitura, dessa maneira contribuindo com o
aprendizado a leitura, o aprendizado da escrita ou o melhoramento da mesma,
enriquecendo o seu vocabulário. Para Zilberman (1990):
32
... A literatura infantil provoca no leitor um efeito duplo: aciona sua fantasia, colocando frente a frente dois imaginários e dois tipos de vivência interior; mas suscita um posicionamento intelectual, uma vez que o mundo representado no texto, mesmo afastado no tempo ou diferenciado enquanto invenção,produz uma modalidade de reconhecimento em quem lê. Nesse sentido, o texto literário introduz um universo que, por mais distanciado do cotidiano, leva o leitor a refletir sobre sua rotina e a incorporar novas experiências. (p. 19).
Tornando o leitor literário uma pessoa mais crítica, consciente e reflexiva de seus
atos na sociedade, pois vivenciar situações imaginárias através das obras literárias
abre novos caminhos para a recreação da realidade, possibilitando a criança a
enfrentar diversas situações no seu dia a dia. Dessa maneira, a literatura é mais do
que um instrumento de educação, ela é uma fonte rica de conhecimentos que tem
como ideal enriquecer a cultura, aprimorar e ampliar o intelecto do ser humano. Para
Costa (2008):
O ideal da Literatura Infantil é fazer com que as crianças unam o entretenimento e a instrução ao prazer da leitura. Portanto, a literatura, reunindo a beleza das palavras e das imagens. A criança pode desenvolver as suas capacidades de emoção, admiração, compreensão do ser humano e do mundo, entendimento dos problemas alheios e dos seus próprios; enriquecendo, principalmente, as suas experiências escolares, citadas e pessoais. (p. 61).
Compreender a importância da Literatura Infantil como uma fonte de saber e utilizá-
la como recurso de contribuição na construção do conhecimento infantil se torna
imprescindível dentro da Educação Infantil, pois possibilita a criança uma formação
mais rica e completa, havendo um equilíbrio entre a imaginação, fantasia e a
realidade no processo de ensino e aprendizagem dos educandos.
CAPITULO III
33
3. METODOLOGIA: CAMINHOS TRILHADOS
Compreendemos a metodologia como um processo utilizado para a obtenção de
objetivos a serem alcançados. Segundo Andrade (2007, p. 119) “metodologia é o
conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”.
Utilizando técnicas para conduzir e analisar os métodos utilizados no decorrer da
pesquisa. Para Michaliszyn (2005):
Metodologia é o ramo da lógica que se ocupa dos métodos utilizados para diferentes ciências. Pode-se conceituá-la ainda como parte de uma ciência que estuda os métodos aos quais ela própria recorre. Tais métodos caracterizam-se como o corpo de regras e diligências estabelecidas para realizar uma pesquisa. (p. 29).
A metodologia é de suma importância, pois norteia os procedimentos essenciais à
consecução de qualquer pesquisa, pois através dela e dos métodos oferecidos,
podemos trilhar caminhos que ajudam significativamente a entender os sujeitos
observados e alcançar os objetivos definidos. Segundo Bianchi (2003) a
metodologia“é um conjunto de instrumentos que deverá ser utilizado na investigação
e tem por finalidade encontrar o caminho mais racional para atingir os objetivos
propostos, de maneira mais rápida e melhor”. (p. 27).
Portanto, é através da metodologia que se revela todo o caminho percorrido para
alcançar todos os objetivos que se pretende conquistar em uma pesquisa, nesse
caso envolvendo a Literatura Infantil e os professores que atuam na Educação
Infantil.
3.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa é qualitativa, pois apresenta traços importantes que auxiliam o
pesquisador a traçar um perfil de objeto em estudo. Para Barros e Lehfeld (1990, p.
88) “análise qualitativa: são os estudos nos quais os dados são apresentados de
forma verbal ou oral em forma de discurso”. Para Bianchi (2003):
... na análise qualitativa, a abordagem será feita por fatores intrínsecos apresentados nos fenômenos, que devem ser capacitados pelo pesquisador e classificados, o que exige suas opiniões, não deixando que estas
34
interfiram no processo. Por isso, depende de um olhar cuidadoso sobre o sujeito. (p. 33).
Investigar os significados que os envolvidos dão ao assunto é uma das
características da pesquisa qualitativa que segundo Ludke e André (1986) “...
envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador
com situações estudadas, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa
em retratar a perspectiva dos participantes”. (p. 13). Segundo Gil (1991) a pesquisa
é um:
Procedimento racional e satisfatório que tem como objetivo proporcionar aos problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados. (p. 19).
É uma pesquisa que permite a análise numa visão diferenciada que considera a
situação contextual do sujeito pesquisado. Por isso, Bianchi (2003, p. 33) vem citar
que“para a análise qualitativa, é necessário verificar a relevância das respostas e
sua constância”. Referente a esse posicionamento, Deslandes (1994) nos relata
que:
A pesquisa qualitativa responde as questões particulares, ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser o universo de significados, motivos ás aspirações, crenças, valores e atitudes que correspondem a um espaço mais profundo das reações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos á operacionalização de variáveis. (p. 21).
Esse tipo de pesquisa se enquadra no objeto de estudo, os professores atuantes na
Educação Infantil, possibilitando o recolhimento de alguns dados indispensáveis ao
estudo proposto, com o intuito de identificar quais as compreensões que os
pesquisados têm sobre a Literatura Infantil e de que maneira a utilizam em seu fazer
pedagógico.
3.2 Lócus da pesquisa
O lócus da pesquisa nos permitiu uma maior proximidade com os sujeitospara assim
identificarmos quais as compreensões que os professores atuantes na Educação
35
Infantil têm sobre a literatura. Para a realização da pesquisa foram escolhidasduas
escolas municipais: Escola Sergio Carneiro, situada na Avenida do Contorno S/N e
Carlos Santana na Rua João Durval Carneiro S/N, ambas localizadas no município
de Ponto Novo-BA.
A Escola Municipal Carlos Santana,possui seis salas de aulas, uma diretoria, uma
cantina, quatro banheiros (dois femininos e dois masculinos), um pátio, um
almoxarifado, uma sala de professores, uma sala de informática, um parque móvel,
funciona os três turnos (matutino, vespertino e noturno), nos dois primeiros turnos
atendendo da Educação Infantil até o 2º ano, possuindo 288 alunos, no noturno
atende ao EJA – Educação de Jovens e Adultos. Sendo composta por 22
funcionários (diretora, vice diretora, porteiro, secretarias, cozinheira, auxiliar de
serviços gerais e professores).
A Escola Municipal Sérgio Carneiro, possuindo quatro salas de aula, uma diretoria,
uma cantina, dois banheiros (um feminino e um masculino), um pátio externo, um
almoxarifado, uma sala de informática, funciona dois turnos (matutino e
vespertino),sendo composta por 21 funcionários (diretora, vicediretora, porteiro,
secretarias, cozinheira, auxiliar de serviços gerais e professores), atendendo 106
alunos, desde a Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Fundamental I.
Ressaltamos, que o motivo da escolha de dois lócus para a realização da pesquisa é
que a quantidade de professores em apenas uma instituição escolar seria
insuficiente.
3.3 Sujeitos da pesquisa
Os sujeitos da pesquisa são fundamentais e essenciais, pois é através destes que
iremos obter as informações para conseguirmos realizar a análise de dados.
desenvolvidos na pesquisa são os 12 professores que lecionam nas instituições
escolares: Escola Municipal Carlos Santana eEscola Sérgio Carneiro que lecionam
na Educação Infantil.
36
3.4 Instrumentos da coleta de dados
Para a realização de qualquer pesquisa, torna-se necessário a utilização de
instrumentos que devem ser considerados no sentido de alcançar os objetivos
propostos.São técnicas, que segundo Michaliszyn (2005, p. 32) “consiste na
habilidade em usar um conjunto de normas para o levantamento de dados”.
Os instrumentos de coleta de dados que serão utilizados na nossa pesquisa serão: a
observação, o questionário fechado e o questionário aberto.
3.4.1 A observação
A observação é de fundamental importância em uma pesquisa. Para
Michaliszyn(2005, p. 32) a observação é a “técnica de coleta de dados em que o
pesquisador se vale dos sentidos para a obtenção dos dados”. Segundo Barros e
Lehfeld (1990) “a observação é uma das técnicas de coleta de dados imprescindível
em toda pesquisa científica. Observar significa aplicar atentamente os sentidos a um
objetivo para dele adquirirum conhecimento claro e preciso”. (p. 76).
O método de observação é essencial. Segundo Ludké e André (1986, p. 26) “a
observação ocupa um lugar privilegiado nas novas abordagens de pesquisa
educacional, a observação possibilitam um contexto pessoal e estreito do
pesquisador com o fenômeno pesquisador”. Como Ludké e André (1986, p. 27)
continua afirmando:
... a observação é o método mais adequado para investigar um determinado problema, o pesquisadose depara ainda com uma série de decisões quanto ao seu grau de participação no trabalho, quanto á explicitação do seu papel e dos propósitos da pesquisa junto aos sujeitos e quanto á forma da sua inserção na realidade...
Portanto, o pesquisador ao observar levantará questionamentos onde poderá
através das respostas obtidas, elaborarem os conteúdos da pesquisa.
3.4.2 Questionário fechado
37
O questionário se constitui de perguntas objetivas desenvolvidas pelo pesquisador
para o levantamento de dados estruturais e procedimentais, a fim de obter
informações sobre o perfil do profissional que atua na proposta, bem como a sua
relação com a mesma. Segundo Lakatos e Marconi (1991) “o questionário é um
instrumento de coleta de dados constituídos por uma série ordenada de perguntas
que devem se respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. (p. 201).
Para Triviños (1987):
Sem dúvida alguma, o questionário, de emprego usual no trabalho positivista, também o pode utilizar na pesquisa qualitativa. Ás vezes, o pesquisador desta última linha de estudo precisa caracterizar um grupo de acordo com seus traços gerais (atividades ocupacionais exercem na comunidade, nível de escolaridade, estado civil, função que desempenha nas associações de mães e vilas etc.). (p. 67).
Assim, percebe-se que o questionário é prático e um meio mais fácil de adquirir
certas informações. Como afirma Gressler (1989, p. 73) “o questionário é
normalmente o instrumento mais rápido para coletar dados” e ainda acrescenta “as
questões fechadas também elucidam a dimensão das respostas, visto que se
estabelece de antemão a sua resposta”. (p. 76).
Por isso, em muitos tipos de pesquisa é utilizado o questionário fechado como um
instrumento essencial, devido a sua praticidade de obter informações. Como cita
Andrade (2007, p. 136) “perguntas fechadas são aquelas que indicam três ou quatro
opções de resposta ou se limitam á resposta afirmativa ou negativa, e já trazem
espaços destinados á marcação da escola”. Contribuindo para uma ágil captura de
dados.
3.4.3 Questionário aberto
É um instrumento utilizado na pesquisa para a obtenção de informações sobre o
tema pesquisado. Para Alves (2007, p. 67) “questionários: constituídos de um rol de
perguntas que devem ser respondidas sem a presença do pesquisador”. Pois os
sujeitos pesquisados podem fazer uma análise sobre as perguntas, refletindo
tranquilamente cada uma delas, e o mais importante os sujeitos ficam mais a
38
vontade, livres para responder o questionário de acordo com seus conhecimentos.
Como nos revela Andrade (2007):
As perguntas abertas dão mais liberdade de resposta, proporcionam maiores informações, mas têm a desvantagem de dificultar muito a apuração dos fatos. Dificilmente perguntas abertas podem ser tabuladas e precisam ser agrupadas, por semelhança, para serem analisadas. (p. 137).
Por isso, ao mesmo tempo em que o questionário aberto se torna prático, também é
complexo, pois dependendo das respostas dos sujeitos a analise se torna difícil.
Porque cada um expressa sua opinião de uma maneira. Como cita Marconi e
Lakatos (1990, p. 89) ao se referirem ao questionário“chamamos de livre ou não
ilimitados, são os que permitem ao informante responder livremente, usando a
linguagem própria, e emitir opiniões”. Possibilita investigações mais profundas e
precisas.
Portanto, para a pesquisa proposta esse tipo de análise se tornou imprescindível,
porque “as perguntas abertas são aquelas em que a liberdade de resposta é total”
(BARROS ELEHFELD, 2009, p. 75). Dessa maneira, facilitando os sujeitos a se
expressarem livremente e ao pesquisador analisar cuidadosamente cada informação
adquirida.
3.4.4 Dados coletados
A pesquisa desenvolvida foi elaborada a partir de dados da observação e do
questionário(fechado e aberto), sendoestes dois últimos analisados através das
respostas obtidas dos sujeitos (os professores) durante a pesquisa. Os instrumentos
escolhidos para a realização da mesma foi devido à praticidade e rapidez para
conseguir os dados dos sujeitos.
Sendo importante salientar que através desses objetos de pesquisa fizemos a
análise de dados, capítulo de maior importância, como cita Barros e Lehfeld (2009,
p. 87) “a fase de análise de dados constitui-se um momento muito importante de
todas as pesquisas, pois é nela que buscamos as respostas pretendidas, através da
utilização dos raciocínios indutivos, dedutivos, comparativos etc.”. Por isso, devemos
39
analisar cuidadosamente e detalhadamente cada resposta, pois é através deste que
iremos ter respaldo para responder o nosso questionamento de pesquisa.
CAPITULO IV
4. ANALISANDO OS DADOS COLETADOS
40
Neste capítulo apresentamos a análise dos dados coletados a partir da aplicação
dosinstrumentos de coleta de dados. A partir do questionário fechado foi possível
colherinformações precisas sobre o perfil de cada sujeito, como nível de
escolaridade, tempo de atuação profissional, entre outros. O questionário aberto nos
permitiu aprofundar as questões norteadoras desse estudo, a partir da visão dos
pesquisados, possibilitando confrontá-las com os aportes teóricos balizadores da
pesquisa e, enfim, apresentar respostas as nossas inquietações iniciais.
4.1 Apresentando o Perfil dos Pesquisados: Análise do Questionário Fechado
4.1.1 Gênero dos Sujeitos
Os sujeitos da pesquisa apresentaram um percentual de 100% feminino. Assim,
podemos constatar que a presença das mulheres atuantes na Educação Infantil é
grande em relação ao sexo oposto. “A concepção do cuidar das professoras está
presa a um modelo assistencial de cuidado arraigado de preconceitos”. (ASSIS,
2006, p. 96). Tradicionalmente isso se deve a concepção imposta pela sociedade,
Magistério uma profissão para as “mulheres”, onde as mesmas eram vistas
comodona do lar,tendo uma vocação maternal, possuindo assim, uma maior
afinidade com crianças.
Fonte:Dados obtidos através do questionário fechado
4.1.2 Faixa etária
100%
Feminino
41
De acordo com os dados fornecidos percebe-se que os sujeitos possuem idades
variadas. E a maior porcentagem refere-se aos 42% de professoras que possuem a
menor idade, demonstrando que estão buscando o profissionalismo mais cedo.
Houve uma coincidência entre ambas as idades (35-40 e mais de 40 anos)
equivalendo a 17% dos sujeitos, sendo estes considerados os que têm maior
experiência na área educacional devido a sua faixa etária.
Fonte: Dados obtidos através do questionário fechado
4.1.3 Nível de escolaridade
De acordo com a análiseos 33% dos sujeitos possuem o Nível Superior Completo,
quer dizer que eles estão buscando se aprimorar, melhorando os seus
conhecimentos,eestão se capacitando profissionalmente, buscando se
profissionalizar através do nível superior e pós-graduação, sendo importante relatar
que atualmente é uma exigência da lei a capacitação através do nível superior aos
profissionais da educação, os professores. Pois, “... um professor entusiasmado,
competente e comprometido como pessoa, como cidadão e como profissional... há
de se compreender a formação continuada, assim como o próprio processo
educativo, como um processo multidimensional”. (NASCIMENTO, 1997, p. 73).
Assim, se qualificando, enriquecendo e reciclando todos os seus conhecimentos
adquiridos ao longo de sua jornada profissional. Sendo que, somente 25% dos
sujeitos analisados ainda não possuem o Ensino Superior.
42%
17%
17%
25%
27-31 anos
32-35 anos
35-40 anos
Mais de 40 anos
42
Fonte: Dados obtidos através do questionário fechado.
4.1.4 Tempo de atuação lecionando na Educação
Dos sujeitos analisados 50% já possuem uma carreira sólida, possuindo uma vasta
experiência na educação, enquanto apenas 8% atuamhá pouco tempo, como nos
mostra o gráfico:
Fonte:Dados obtidos através do questionário fechado.
4.1.5 Tempo de atuação lecionando na Educação Infantil
Os sujeitos apesar de possuírem uma carreira profissional de muitos anos, seu
tempo de atuação na Educação Infantil não é tão extensa, 50% deles atuam há
pouco tempo, enquanto apenas 8% possuem uma atuação mais antiga.
25%
8%
33%
25%
8%
Ensino Médio Completo
Pedagogia incompleta
Pedagogia completa
Pós-graduação incompleta
Pós-graduação completa
8%
17%
50%
17%
8%
2-3 anos
4-5 anos
5-10 anos
Mais de 15 anos
Mais de 16 anos
43
Fonte: Dados obtidos através do questionário fechado.
4.2 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO ABERTO E CONFRONTO COM A
OBSERVAÇÃO.
A partir dos dados obtidos com o questionário aberto, a triangulação destes com o
perfil dos sujeitos traçado com o questionário fechado e as nossas observações nos
permitiram elaborar as categorias abaixo, a fim de responder a nossa questão de
pesquisa:
4.2.1 A Literatura Infantil e o fazer pedagógico
Nesta categoriaquestionamos aos nossos pesquisados como estes utilizam a
Literatura Infantil e qual a importância e o espaço que dão a esta em seu fazer
pedagógico. Assim,100% dos entrevistados responderam que é importante utilizá-la
como instrumento necessário em sala de aula.
Como citam:
É de suma importância, pois as crianças demonstram mais interesse na aula quando estou trabalhando com Literatura Infantil. (P1)
Grande importância é uma ferramenta a mais nas mãos dos professores. (P3) Levar o aluno a ter gosto pela leitura infantil ao decorrer do tempo. (P4) Ampliação do vocabulário, aquisição de informação, capacidade de compreensão, o prazer de ouvir e desenvolver a imaginação através da leitura. (P6)
50%
25%
17%
8%
1-2 anos
3-5 anos
5-10 anos
10-15 anos
44
Contribui para um momento de entrosamento entre o texto e a vida pessoal de cada educando, e as comparações do que é real ou não é, provocando a curiosidade e a imaginação. (P12)
Nessas falas, é notória a sua importância enquanto instrumento utilizado para o
ensino-aprendizagem, enriquecendo ainda mais os conhecimentos das crianças.
Como nos aponta Borges (1994, p. 130) “assim, conhecendo e convivendo com
estilos literários variados, o sujeito terá oportunidades de descobrir os seus
interesses, de diversificá-los aproveitando a riqueza que cada um pode lhe
oferecer...”.
Pois, quanto mais cedo e com freqüênciaa criança tiver acesso à literatura maior
será seu interesse por obras literárias, e o âmbito escolar juntamente com os
professores atuantes pode contribuir incentivando e promovendo nesses espaços
materiais de livre acesso aos alunos, como nos afirma Cunha (1991, p. 5) “mas
importante do que aulas teóricas sobre o assunto é o contato do aluno com os livros
para crianças e com as questões relativas a eles”. Isso irá enriquecer e aprimorar as
informações adquiridas pelos educandos, fazendo com que os mesmos aprendam a
distinguir o imaginário e a realidade que está à sua volta. Segundo Coelho (2000):
...literatura para estimular a consciência crítica do leitor; levá-lo a desenvolver sua própria expressividade verbal ou sua criatividade latente; dinamizar sua capacidade de observação e reflexão em face do mundo que o rodeia; e torná-lo consciente da complexa realidade em transformação que é a sociedade, em que ele deve atuar quando chegar a sua vez de participar ativamente do processo em curso. (p. 151).
Ainda analisando as respostas anteriores, percebemos que para os nossos
pesquisados a literatura éimportante e significativa aos educandos, trazendo-lhes
inúmeros benefícios enquanto seres em formação.
Porém, ao cruzarmos as falas dos sujeitos com os dados da nossa observação,
percebemos uma contradição, porque ao mesmo tempo em que todos relatam a
importância da literatura emseu fazer pedagógico, as suas práticas demonstram o
contrário; não é perceptível nas aulas realizadas pelos sujeitos a constante presença
da literatura nas atividades propostas, como é mencionado em suas falas.
45
Confirmamos o caráter contraditório ao analisarmos as respostas sobre a rotina do
trabalho com a Literatura Infantil na sala de aula.
Observe as respostas:
Não. Fica a critério dos alunos. (P2) Sim. Este hábito cria uma expectativa. É trabalhada todos os dias durante 15 minutos. (P3) Sim. Existe dia e momento. Dias sempre segunda e sexta sempre depois do recreio. (P4) Tem um dia que vão ao cantinho de leitura, em que as crianças escolhem seu próprio livro, para ler ou folhear. (P8) Não. Sempre que tenho oportunidades. (P10) Não. Essa proposta poderá e deverá ser um trabalho sistematizado e permanente. (P11)
Ao responderesse questionamento, percebemos que a literatura é utilizada pelos
professores, mas a visão de sua aplicabilidade difere entre esses.
Alguns acreditam que se deve trabalhar a literatura diariamente e outros com dia
específico, porém, a maioria escolhe o dia para esse momento. Este posicionamento
indica umadivisão entre o pensamento dos sujeitos analisados, pois cada um exerce
seu trabalho de uma maneira diferenciada, sendo importante não esquecer que “... a
sala de aula é um espaço privilegiado... , assim como um importante setor para o
intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida
sua utilidade”. (ZILBERMAN, 1987, p. 14).
Somente o P3 e P11mencionam o contrário, afirmando que se deve trabalhar
constantemente com a literatura em sala de aula, porque além da criança gostar
desse momento, se torna envolvente e participativo o envolvimento de todos os
alunos. Isto nos aponta para refletir como é importante através de um instrumento de
trabalho fazer da aula um momento prazeroso e mágico para os alunos, havendo
uma reciprocidade para ambas as partes educador ao ensinar e educando ao
aprender. Por isso, para Costa (2008):
46
Essa literatura surge simultaneamente para instruir, divertir e educar, trazendo a criança ao mundo em que ela se identificar e sente-se livre para formar suas capacidades intelectuais e sociais, visto que, elas ainda estão num processo de formação de experiências reais. (p. 62).
Na verdade, o ideal é que essa proposta seja trabalhada diariamente com as
crianças, pois, “a literatura tem o poder de constituir-se, para a criança, em “elo
lúdico” entre o mundo do imaginário, dos símbolos subjetivos, e o mundo da escrita,
dos signos convergentes e impostos pela cultura”. (BORGES, 1994, p. 125).
Assim, se essa atividade é exercida todos os dias, irá despertar maior interesse e
compreensão por parte dos alunos, como é notório ao se observar dentro da sala de
aula, a curiosidade, o interesse e a participação dos mesmos, havendo uma
interação entre aluno, professor e os colegas de sala.
4.2.2 ALiteratura Infantil como ferramenta metodológica na Educação Infantil.
Sabemos que inúmeros são os métodos utilizados pelo professor na sala de aula
para realizar seu trabalho pedagógico. Mas ao questionarmos ospesquisados sobre
os materiais utilizados e de que maneira era utilizado, percebemos que as respostas
possuem muito em comum, pois, todos os sujeitos, ou seja, os 100%utilizam livros
como o único material didático para o momento de utilizar a Literatura Infantil.
Observe as respostas abaixo:
Sim, fazendo a leitura para eles, depois faço perguntas orais, em seguida eles recontam a história, trabalho com leitura de imagem. (P1) Livros infantis, faço a leitura da história e peço que eles façam o reconto. As vezes ilustradas. (P2) Sim, de maneira lúdica, prazerosa, no qual os alunos manuzeiam os livros aleatoriamente no final é escolhido um livro e discutido sobre ele. (P6) Sim. Primeiro mostro a capa, depois leio o titulo da história (para aguçar a curiosidade e a imaginação) onde eles as vezes já começam contar como irá ser o texto e por último vou lendo e dando pausa para eles opinarem nos acontecimentos lidos. Eles ficam felizes quando se pergunta: O que será que aconteceu? Eles gostam de prever e mudar o fim das histórias. (P12)
A maioria dos sujeitos se refere à contação de histórias para se trabalhar a Literatura
47
Infantil dentro da sala de aula como uma maneira de conseguir a atenção e
participação das crianças, além dos benefícios trazidos através da
mesma.ParaAbramovich(1997):
É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranqüilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve – com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário! (p. 17).
Realmente, as histórias têm um poder de transmitir ensinamentos e bons costumes
a quem escuta, como cita Costa (2008, p. 62) “as histórias infantis podem, assim,
trabalhar na formação moral, social e literária, estabelecendo uma íntima relação
entre o “segundo mundo”, o qual todas as crianças apresentam em seus momentos
particulares, e a transposição de real”. Mas vale ressaltar que essa relação depende
muito da maneira como a mesma é contada. Borges (1994, p. 130) vem afirmar que
“... o primeiro passo para que a narrativa de uma história seja bem sucedida é a
sensibilidade do narrador, a sua capacidade de captar e transmitir as emoções do
enredo”. Dessa maneira, para contar uma história ou conto é preciso criar todo um
clima, pois não se pode proporcionar esse momento de qualquer jeito. Para Cunha
(1991):
E definido que a literatura deve ser “aprendida” pelo aluno, um silêncio total preenche o tempo entre a apresentação do título da obra a ser lida e a prova que comprove sua leitura, prova que vai medir o que é mensurável na literatura, o que o aluno sabe da história, das personagens (nome, características, parentesco etc.) – dados esses da área cognitiva. É a busca do pensamento convergente. (p. 52).
Ainda esclarecendo a visão dos sujeitos sobre as técnicas e recursos utilizados para
se trabalhar em sala de aula, com a Literatura Infantil, obtivemos 92%de respostas
semelhantes, comprovando que sempre existe um tipo de metodologia mais utilizada
pelos professores na sua prática, neste caso foi visível tanto na observação quanto
nas respostas fornecidas que os professores utilizam mais as histórias e contos,
porque os alunos demonstram maior interesse.
História. É a mais solicitada pelos alunos. (P2)
48
Não existe a mais utilizada, pois uso de cada uma um pouquinho, pois tem as outras salas que usam também. (P4) Bíblica. (P5) Leitura mediada; fazemos leituras na sala de um livro dando ênfase na interpretação e na construção de sentido, ampliando a análise da realidade do leitor. (P6) Contos de fada, histórias que possua fotos, desenhos chamativos e interessantes: João e Maria, O jardim secreto etc. (P7) Conto de fadas. Por meio de histórias a criança pode aprender a representar em desenhos, lugares conhecidos como a casa e escola. Assim, as crianças ampliam e buscam o conhecimento de se e do mundo. (P11) Fabulas; geralmente são cômicas e dão exemplo de boas maneiras e ações. Contos; transmitem o passado e presente de forma mágica. (P12)
Diante do exposto, notamos nas falas dos sujeitos que as histórias e os contos de
fada se destacaram enquanto atividade praticada em sala de aula, pois, colabora
para que os alunos interajam, participem e fantasiem. Abramovich (1997, p. 17) vem
nos retratar que “é através duma história que se podem descobrir outros lugares,
outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica...”. Em relação
aos contos de fada Bettelheim (1980, p. 32) nos relata que “os contos de fadas, á
diferença de qualquer outra forma de literatura, dirigem a criança para a descoberta
de sua identidade e comunicação, e também sugerem as experiências que são
necessárias para desenvolver ainda mais o seu caráter”.Para reforçar todas as
citações acima, Abramovich (1997, p. 17) vem nos afirmar que:
Ler histórias para crianças, sempre, sempre... É poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a idéia do conto ou com o jeito de escrever dum autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento... É também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras idéias para solucionar questões (como as personagens fizeram...) ... É a cada vez ir se identificando com outra personagem (cada qual no momento que corresponde àquele que está sendo vivido pela criança)... e assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas...
Embora, a maior parte dos sujeitos tenha respondido na mesma linha de
pensamento o questionamento proposto sobre a modalidade de Literatura Infantil
mais utilizada em sala de aula, vale ressaltar que somente8% dos sujeitos avaliados
tiveram uma resposta diferente dos demais, sendo este correspondente a resposta
49
do P4ao citar que “não existe a mais utilizada, pois uso de cada uma um pouquinho,
pois tem as outras salas que usam também”. Desse ponto de vista o sujeito está se
referindo as outras turmas, pois como a escola não possui um acervo de livros em
grande quantidade, pode ocorrer o fato de alguns livros não estarem disponibilizados
por motivo de outros professores já estarem utilizando o mesmo.Segundo Cunha
(1991) isso acontece por que:
O investimento das escolas com livros é muito pequeno. Na escola pública, devido às diminutas verbas que lhe são destinadas, as obras não podem ser adquiridas em número suficiente. (E quase sempre o aluno também não pode comprá-las.). Nas escolas particulares, mesmo as mais ricas, investe-se menos em livro do que em outros “materiais didáticos”. (E os alunos, mesmo ricos, não são incentivados na própria família à compra do livro.) As bibliotecas são, por isso mesmo,muito pobres, em geral. (p. 10).
Quando nos referimos ainda aos sujeitos sobre a reação dos alunos quando se
trabalha a Literatura Infantil na prática pedagógica, os professores afirmaramque os
alunos gostam e reagem muito bem, principalmente quando se fala em contar
histórias e contos, como também foi notável através das observações nas aulas
realizadas pelos professores a empolgação das crianças no momento da presença
da literatura.
Veja algumas respostas interessantes dos sujeitos quando se questiona a reação
dos alunos:
Muito bem, pois eles gostam de trabalhar com leitura em sala de aula. (P4) Maravilhados, e costuma contar às histórias que eles conhecem. (P5) Reagem de maneira satisfatória, eles adoram ficar viajando nas histórias, nos desenhos dos livros e ficam fascinados quando ouvem. (P6) Eles amam, ficam atentos, participam, criam e fantasiam. É muito bom! (P7) Sempre fazem comparações nos acontecimentos e nos personagens (se fazem ou não as mesmas coisas, se são iguais aos personagens ou não). (P12)
Já que os alunos possuem essa reação positiva, deve-se aproveitar esse momento
da melhor maneira possível, afinal, “a literatura amplia e enriquece a nossa visão da
realidade de um modo específico. Permite ao leitor a vivência intensa e ao mesmo
tempo a contemplação crítica das condições e possibilidades da existência humana”.
50
(CUNHA, 1991, p. 57). Assim, se torna imprescindível mais do que nunca fazer o
uso constante desse tipo de trabalho para gerar momentos de ampliação do
conhecimento nessa fase de construção do saber. Zilberman (1987) contribui
afirmando que a literatura:
... sintetiza, por meio dos recursos da ficção, uma realidade, que tem amplos pontos de contato com o que o leitor vive cotidianamente. Assim, por mais exacerbada que seja a fantasia do escritor ou mais distanciadas e diferentes as circunstâncias de espaço e tempo dentro das quais uma obra é concebida, o sintoma de sua sobrevivência é o fato de que ela fala de seu mundo, com suas dificuldades e soluções, ajudando-o, pois, a conhecê-lo melhor. (p. 22).
E isso é fundamental para o processo de aprendizagem das crianças, para elas
aprenderem desde cedo as dificuldades existentes ao seu redor e começar a
entender o mundo que as cerca. Portanto:
O exercício da leitura do texto literário em sala de aula pode preencher esses objetivos; e confere á literatura outro sentido educativo, talvez não o que responde a intenções de alguns grupos, mas o que auxilia o estudante a ter mais segurança relativamente a suas próprias experiências. (ZILBERMAN, 1990, p, 20).
Ao possibilitar o educando a abertura de uma nova mentalidade, capaz de
compreender a si mesmo enquanto um ser que está em um processo de busca e
aprimoramento do conhecimento.
4.2.3 Acesso àLiteratura Infantil e suas respectivas dificuldades.
Em relação ao questionamento como ter acesso a Literatura Infantil e as dificuldades
existentes para se trabalhar com a mesma em sala de aula, notamos que não existe
dentro da instituição escolar tantos materiais disponíveis aos docentes, dificultando o
trabalho do profissional.
Na escola tem algumas literaturas, porém na maioria das vezes trago de casa, porque os que tem na escola são histórias longas e que não chamam atenção das crianças. (P1) Através dos livros que tenho em casa, na escola ou internet. (P2) Através do cantinho da leitura da própria escola. (P4)
51
Através da biblioteca da escola e de um acervo que participo “Baú de leitura” oferecido pela secretaria de educação. (P6) Através da internet e livros pessoais. (P7) Através dos livros didáticos ou algumas coleções que tenho ou tomo emprestados. (P12)
De acordo as respostas, são perceptíveis que existem algumas dificuldades para se
conseguir material, os sujeitos analisados tem acesso a materiais através damini
biblioteca dentro da escola, empréstimos e acervo pessoal. Além do mais esse
acesso pode ser realizado de outras maneiras, principalmente porque hoje temos a
nosso favor a tecnologia e os meios de comunicação que podem ser utilizados como
um recurso à disposição do professor. Sendo importante relatar que apenas os
sujeitos P2e P7 equivalendo a 17%citaram que recorremà internet para encontrar
novos materiais.
O ideal é que cada instituição escolar tivesse uma biblioteca própria para a
Educação Infantil, com livros de acordo com a faixa etária dos alunos, para que o
professor também tivesse acesso podendo utilizá-la em seu dia a dia, dessa
maneira, facilitando o trabalho dos docentes.Como cita Coelho (2000):
... o livro infantil é entendido como uma “mensagem” (comunicação) entre um autor-adulto (o que possui a experiência do real) e um leitor-criança ( o que deve adquirir tal experiência). Nessa situação, o ato de ler (ou de ouvir), pelo qual se completa o fenômeno literário, se transforma em um ato de aprendizagem. É isso que responde por uma das peculiaridades da literatura infantil. (p. 31).
Em relação se existe ou não dificuldade em exercer esse trabalho com a literatura,
notamos que isso é relativo, pois depende de cada profissional e o que cada
instituição escolar pode oferecer a esse profissional.
Como é mencionado na fala dos sujeitos:
Não. Porque as crianças adoram ouvir histórias. (P1) Sim. Não há uma preparação para isso e também não temos material disponível. (P2)
52
Depende de cada professor, pois uns tem facilidade outros não. Eu mesmo não vejo dificuldade nenhuma. (P4) Não, quando a leitura é de interesse da turma todos se envolvem e buscam ouvir toda história e participar da mesma. (P6) Mais ou menos. Falta de materiais disponíveis na escola e incentivo pedagógico. (P7) Sim. Pois a escola não disponibiliza esse tipo de material, dificultando o trabalho com a literatura e também tenho que estar sempre em busca de novos livros. (P10) Sim. A falta de livros para os educandos estarem diariamente em contato com eles, também os pais que não incentivam a leitura em casa. E alguns professores que também não criam o hábito da leitura em classe. (P12)
De acordo com as falas analisadas, verificamos que apesar de alguns sujeitos
afirmarem que não existe essa dificuldade, outros informam que existe sim uma
dificuldade para se trabalhar com a Literatura Infantil, e de acordo com o exposto
isso acontece devidoà falta de material disponível na escola, livros específicos para
as crianças e capacitação profissional para os docentes. Como cita Cunha (1991):
O trabalho com a literatura infantil nos mais diferentes graus de ensino – ...tem-nos mostrado as dificuldades que todos os interessados no assunto enfrentam: escassa bibliografia relativa à teoria literatura infantil; difícil acesso ao texto infantil; poucas experiências de apoio para um trabalhão prático e eficiente com a literatura para crianças e jovens. (p. 3).
Sendo perceptível que os professores precisam buscar através de seus próprios
interesses recursos para se capacitar. Segundo Costa (2008, p. 20) “...convém que o
professor tenha, em relação a sua própria formação, o cuidado de continuar, pela
vida profissional a fora, buscando na literatura a efetivação de leituras constantes”se
atualizando profissionalmentee inovando sua prática através de materiais adquiridos
para exercer seu trabalho pedagógico. Como cita Garcia (2003):
A professora no exercício da prática docente é portadora de uma teoria adquirida em seu curso de formação inicial, teoria atualizada a cada dia, em sua relação com as crianças na sala de aula e com as suas colegas professoras nas reuniões pedagógicas, nas experiências que vive dentro e fora da escola, nas leituras que faz, nos cursos de que participa, nas reflexões que produz. (p, 21).
É indispensável, uma capacitação por parte dos docentes para aprimorar os
conhecimentos que já possuem sobre a Literatura Infantil, para assim, disponibilizar
53
de mais habilidades no momento da prática em sala de aula. Para Tardif (2002, p.
290) “...melhorar a formação inicial, fornecendo aos futuros professores
conhecimentos oriundos da análise do trabalho docente em sala de aula e na
escola”,são fundamentais para torna o professor um profissional qualificado e bem
preparado para exercer suas atividades enquanto um proporcionador de construção
do saber.
4.2.4As compreensõessobre a Literatura Infantile suas contribuições para a
aprendizagem da criança.
Com relação às compreensões dos professores, foi notável que todos eles possuem
um conhecimento sobre Literatura Infantil e demonstraram através de suas
respostas a necessidade da mesma na educação.
Que a literatura tem um papel fundamental no desenvolvimento do aprendizado do educando. (P1) De que é uma ferramenta muito importante ao alcance de todos. (P3) Levar o aluno a ter gosto pela leitura infantil ao decorrer do tempo. (P4) É uma forma de alimentar a imaginação, compartilhar leituras e experiências; É uma forma de arte que possibilita conhecerem melhor a si mesmos e ao mundo que o cercam. (P6) A literatura infantil é o suporte na Educação Infantil que despertará na criança o gosto pela aprendizagem até mesmo para se sobressair na sua formação de buscar conhecimento. (P8) Através dela podemos transmitir vários acontecimentos (do passado e do presente) de maneira (prática) fácil compreensão. (P12)
É perceptível que 100% dos sujeitos responderam que a literatura é importante,
podendo ser utilizada de diferentes maneiras, contribuindo no desenvolvimento e no
aprendizado da criança.Portanto, como cita Borges (1994):
Ao incentivarmos o contato da criança com a arte literária temos, tanto um objetivo imediato: criarmos um momento de prazer para o sujeito, como um objetivo a longo prazo: formarmos pessoas que continuem amando a leitura ao longo de toda a sua vida. (p. 129).
Compreendemos que a criança enquanto um ser em formação com sua mentalidade
54
muito fértil necessita de orientações e cuidados no ato de educar, cabendo as
instituições escolares e profissionais qualificados estarem atentos a essas
necessidades, onde o apoio e incentivo das obras literárias para a realização da
construção desse saber se tornam essenciais. Segundo Lajolo (2005):
Mas, a leitura literária também é fundamental. É a literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (p. 106).
Muitas são as compreensões que os sujeitos analisados expressaram sobre a
Literatura Infantil, mas o importante é não deixá-la de lado, mas utilizá-la em suas
práticas pedagógicas, pois, as contribuições que a literatura tem no desenvolvimento
e no aprendizado da criança são diversas.
A literatura é essencial para o desenvolvimento da oralidade, criatividade, imaginação. Além disso a criança tem mais facilidade para compreender o mundo da leitura e da escrita. (P1) Todas, pois é através da literatura infantil que podemos nos enfocar no aprendizado da criança. (P4) A ter uma boa personalidade, ao hábito da leitura, oralidade, diálogo, compromisso. Compreender o outro, a respeitar, etc. (P8) Relacionar o concreto e o abstrato dando noção de diversas situações. “Espaços”. (P10) Enriquece o conhecimento das crianças a respeito de si mesmas e do mundo que o cerca, estimular sua capacidade de raciocínio e de relacionar fatos, pessoas, objetos e ações no tempo e no espaço. (P11) Influência na curiosidade em querer saber os acontecimentos dos textos e os porquês; provoca à imaginação incentivando o hábito de falar, desenhar e comparar. (P12)
Percebemos, então que os sujeitos atribuem a Literatura Infantiluma ferramenta
eficaz, capaz de estimular nas criançasseu pleno desenvolvimento, levando-a a
buscar o conhecimento de diferentes formas, sendo através da criatividade,
curiosidade ou através de leituras. Para Coelho (2000):
55
... literatura para divertir, dar prazer, emocionar... e que, ao mesmo tempo, ensinar modos de ver o mundo, de viver, pensar, reagir, criar... E principalmente se mostra consciente de que é pela invenção da linguagem que essa intencionalidade básica é atingida... (p. 49).
Entendemos que a literatura desenvolve habilidades nas crianças, podendo ser
notada no seu comportamento, sua fala, escrita, imaginação, criatividade, na
compreensão do mundo a sua volta e de si mesmo, contribuindo na sua formação,
agindo como intermediário no processo de aprendizagem da criança, como se
destaca a fala doP1, P8 e P11 ao relatarem como é essencial a literatura na vida das
crianças. Como cita Cademartori (2006):
A literatura, por sua vez, propicia uma reorganização das percepções do mundo e, desse modo, possibilita uma nova ordenação das experiências existenciais da criança. A convivência com textos literários provoca a formação de novos padrões e o desenvolvimento do senso critico. (p. 18).
Houve o reconhecimento da grande importância da literatura na formação das
crianças, como uma forma de organizar o pensamento infantil, diferenciando o
imaginário do real, da fantasia, tornado alunos em seres pensantes, que
futuramentesejam conscientes de seus atos enquanto cidadãos. “E parece já fora de
qualquer dúvida que nenhuma outra forma de ler o mundo dos homens é tão eficaz
e rica quanto a que a literatura permite”. (COELHO, 2000, p. 15).
Diante do exposto, confirmamos que a Literatura Infantil possui uma ampla área de
conhecimento, rica em seu vocabulário, na sua linguagem, na maneira de se
expressar ao mundo infantil e, principalmente, nas obras direcionada as crianças,
estimulando-as a uma imensidão de aventuras, fantasias, descobertas e uma fonte
grandes conhecimentos.
56
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa nos proporcionou conhecer e aprofundar osconhecimentos sobre o
tema proposto, tendo sido de extrema importância observar o cotidiano dos sujeitos
analisados, os professores que atuam na Educação Infantil, conhecendo suas
facilidades e suas dificuldades no seu dia a dia ao se trabalhar a Literatura, tendo
oportunidade de presenciar as expectativas e curiosidades das crianças ao se
trabalhar a mesma em sala de aula, sendo estemais um momento de contribuição
na aprendizagem do educando.
Para a realização da mesma, tivemos como respaldo a fundamentação teórica e
utilizamos a coleta de dados, que foi de extrema importância, possibilitando analisar
detalhadamente a visão dos sujeitos analisados.
A partir de toda análise, percebemos que, a maioria dos sujeitos analisados
possuem pontos de vistas bem parecidos, ao retratarem a importância e
contribuições da Literatura Infantil em sua prática e no seu fazer pedagógico,
mostrando as possibilidades e como utilizá-la para contribuir na aprendizagem da
criança.
Por outro lado, também foi possível detectar a insatisfação da maioria dos sujeitos
ao se referir sobre a disponibilização de recursos, de capacitação e incentivo por
parte da instituição escolar na qual atuam, para se trabalhar com a literatura em sala
de aula.Mesmo, sendo esta atividadeconsiderada indispensável ao trabalho
pedagógico, porque as crianças esperam por este momento para diversão, criação,
imaginação e ao mesmo tempo estão desempenhando seus sentidos cognitivos,
físicos e sociais, dessa maneira estimulando seu pleno desenvolvimento.
Sobre as perspectivas dos professores, é considerável relatar que além da
disponibilização de materiais que falta para se trabalhar com a literatura, existe uma
falta de preparação e de interesses por parte de alguns, para incluir esse trabalho no
seu fazer pedagógico. Acrescentando, seria interessante capacitar profissionalmente
57
esses educadores para que os mesmos possam criar diversas situações propicias
para fazer uso da enorme arte literária.
Considerando a visão dos sujeitos analisados, podemos averiguar que a Literatura
Infantil é vista pela maioriacomo um instrumento proporcionador de momentos
prazerosos, alegres, onde as crianças se divertem, participam ativamente da aula
realizada, havendo uma grande interação entre todosos alunos, ondefazem
questionamentos, expõem seu ponto de vista referente a história ou conto narrado
pelo professor, havendo também uma interação entre o aluno e o educador.Porém,
podemos constatar que os professores atuantes na Educação Infantil sabem da
importância da literatura, afirmando o seu valor e necessidade no âmbito escolar,
além de suas contribuições na construção do saber das crianças, mas nem todos a
utilizam em seu fazer pedagógico constantemente.
Compreendemos que a literatura faz parte da Educação Infantil, por disponibilizar de
recursos atrativos e próprios da infância. Desse modo, a literatura é um importante
elemento a disposição de todo profissional, sendo este um instrumento dinâmico e
amplo em conhecimentos, pois o contato com a literatura aguça a curiosidade,
desperta a imaginação e a criatividade dos alunos, ajudando-os a se tornarem seres
mais críticos, reflexivos sobre o que está a sua volta, dessa maneira, contribuindo no
ensino e aprendizagem dos educandos.
58
REFERÊNCIAS
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