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10 INTRODUÇÃO Essa pesquisa propõe identificar como os professores da Escola José Barreto Filho, localizada na cidade de Campo Formoso-BA, vêem o processo de desenvolvimento e aprendizagem da leitura dos seus próprios alunos. Tem como título: Identificando e Compreendendo as Dificuldades de Leitura dos Alunos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, da Escola José Barreto Filho. O que nos motivou a escolha desse tema foi ter realizado no decorrer do curso de pedagogia, projetos e estágio com essa temática, com alunos das Séries Iniciais. Essa pesquisa tem como relevância as contribuições que a mesma poderá trazer para compreender as principais dificuldades no processo de leitura, dar-nos oportunidade de conhecer experiências de como os professores trabalham a questão da leitura com seus alunos. Acreditamos que a reflexão em torno desse assunto possibilite, uma maior compreensão sobre a importância do ato de ler. Levando em conta que a leitura é indispensável a todos os conteúdos trabalhados na escola, ela proporciona a quem tem acesso, um leque de desenvolvimento e compreensão de tudo que está ao seu redor. O primeiro capítulo é composto pelas inquietações que motivaram essa pesquisa, que tem como objetivos: Identificar e compreende as dificuldades de leitura dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental. No segundo capítulo, apresentamos os aportes teóricos onde enfatizamos uma discussão sobre: Leitura, Professor e a prática pedagógica, O papel da escola no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, e compreensão leitora. Dialogamos com autores que fazem reflexão sobre os temas abordados, tais como: Martins (2004) que na sua obra vem expor conceitos sobre leitura, Lajolo (1993) também vem falando sobre a leitura e sua importância. Kleiman (2004) mostra as estratégias de leitura, que é fundamental para um bom desenvolvimento no ato de ler, Gadotti (2007) e Silva (1997) traz reflexões sobre professor e a escola, Machado (1998) vem nos falar sobre a leitura na nossa vida, Solé (1998) nos mostra a importância da compreensão leitora.

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Pedagogia 2012

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Page 1: Monografia Luciana Pedagogia 2012

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INTRODUÇÃO

Essa pesquisa propõe identificar como os professores da Escola José Barreto

Filho, localizada na cidade de Campo Formoso-BA, vêem o processo de

desenvolvimento e aprendizagem da leitura dos seus próprios alunos. Tem como

título: Identificando e Compreendendo as Dificuldades de Leitura dos Alunos das

Séries Iniciais do Ensino Fundamental, da Escola José Barreto Filho. O que nos

motivou a escolha desse tema foi ter realizado no decorrer do curso de pedagogia,

projetos e estágio com essa temática, com alunos das Séries Iniciais.

Essa pesquisa tem como relevância as contribuições que a mesma poderá

trazer para compreender as principais dificuldades no processo de leitura, dar-nos

oportunidade de conhecer experiências de como os professores trabalham a

questão da leitura com seus alunos. Acreditamos que a reflexão em torno desse

assunto possibilite, uma maior compreensão sobre a importância do ato de ler.

Levando em conta que a leitura é indispensável a todos os conteúdos trabalhados

na escola, ela proporciona a quem tem acesso, um leque de desenvolvimento e

compreensão de tudo que está ao seu redor.

O primeiro capítulo é composto pelas inquietações que motivaram essa

pesquisa, que tem como objetivos: Identificar e compreende as dificuldades de

leitura dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental.

No segundo capítulo, apresentamos os aportes teóricos onde enfatizamos uma

discussão sobre: Leitura, Professor e a prática pedagógica, O papel da escola no

processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, e compreensão leitora.

Dialogamos com autores que fazem reflexão sobre os temas abordados, tais como:

Martins (2004) que na sua obra vem expor conceitos sobre leitura, Lajolo (1993)

também vem falando sobre a leitura e sua importância. Kleiman (2004) mostra as

estratégias de leitura, que é fundamental para um bom desenvolvimento no ato de

ler, Gadotti (2007) e Silva (1997) traz reflexões sobre professor e a escola, Machado

(1998) vem nos falar sobre a leitura na nossa vida, Solé (1998) nos mostra a

importância da compreensão leitora.

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No terceiro capítulo, amparado em autores, como: Demo (1993), Ludke e

André (1986), Goldenberg (2000), Cervo (1983), Andrade (1994), buscamos utilizar

a metodologia adequada ao tipo de trabalho proposto, expomos o tipo de pesquisa,

o instrumento de pesquisa da coleta de dados, o lócus, que foi a Escola José

Barreto Filho, os sujeitos da pesquisa que foram: os professores da instituição citada

anteriormente.

No quarto capítulo, apresentamos a análise e interpretação dos resultados,

utilizando o questionário fechado para traçar o perfil dos professores, e um

questionário aberto no intuito de tentar descobrir se realmente na escola José

Barreto Filho, há Dificuldades no Processo de Aprendizagem da Leitura dos Alunos

nas séries Iniciais do Ensino Fundamental, e compreender quais os motivos que

causam essas dificuldades.

Nas considerações finais, tentaremos revelar as dificuldades no processo de

aprendizagem da leitura nas séries iniciais do ensino fundamental, e compreender

os motivos causadores dessas dificuldades. Esperamos que essa pesquisa sirva

como subsídio para outras pesquisas na mesma área.

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CAPÍTULO I

PROBLEMÁTICA

1. OS CAMINHOS PARA CHEGAR AO PROBLEMA...

A leitura nos mostra novos horizontes, nos proporciona novos conhecimentos e

amplia nossa visão de mundo. Ela se introduz na nossa vida ainda quando somos

pequenos, e nos acompanha durante toda nossa existência, ela não cessa no final

da escola, isso nos mostra a sua importância. Sem ela, não tem como haver uma

boa compreensão dos assuntos discutido no mundo que nos cerca.

O ato de ler, sempre foi privilegio das pessoas que gozavam de boas condições

sociais. As pessoas que tinha proficiência na leitura exerciam uma ação dominante

sobre todo o resto da população. Sendo utilizada como instrumento para

apropriação do poder em relação às classes populares. Silva (1997) contribui

dizendo:

A ação da leitura é um ato de libertação, é uma atividade provocadora de consciência dos fatos sociais de um povo, então é de total interesse do poder dominante que as condições de aprendizagem e produção da leitura sejam empobrecidas ao máximo. (p.63)

Tudo mencionado acima gera reflexo no desenvolvimento dos alunos da

maioria das escolas públicas, como nos mostra os resultados do IDEB (Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica). Site: www.inep “vem nos mostrar, que o

IDEB foi criado pelo INEP em 2007 em escala de zero a dez, sua forma de avaliação

é feita através do fluxo escolar e média de desempenho nas avaliações”. Sabemos

que o IDEB do nosso país é baixo comparado aos países do ocidente. O sonho do

Brasil é alcançar em 2022, ano do bicentenário da Independência a nota 6,0 nas

avaliações.

Tratando-se de Bahia, a questão é mais complicada, a educação fica abaixo da

meta nacional do IDEB, O município baiano de Apuarema (a 353 km de Salvador),

no sul do estado, teve a pior avaliação no Índice de Desenvolvimento da Educação

Básica (IDEB) dos 5.404 municípios analisados em 2009. Mas a Bahia ainda tem

cinco outros municípios na lista das dez cidades com piores médias. Como nos

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mostra o site: www.inep “São eles Pedro Alexandre (2,0), Nilo Peçanha (2,1),

Manoel Vitorino (2,1), Dario Meira (2,2) e Pilão Arcado (2,2). O estado da Bahia

infelizmente não tem nenhum município na lista das dez melhores notas”.

Também a nossa cidade, Campo Formoso, fica com nota baixa no IDEB, cujo

resultado no ano de 2009, publicado no site: www.inep “foi à seguinte nota (3.2). Os

testes são feitos em alunos da 4ª e 8ª série, o rendimento mais baixo do município

de Campo Formoso, foi de 2,1 da Escola Municipal Manoel Ricardo de Almeida”. A

escola José Barreto Filho na qual estou realizando a pesquisa para TCC, em 2011

foi o primeiro ano a participar do IDEB.

Diante desta discussão, temos conhecimento que no Brasil existe uma grande

deficiência relacionada à educação, em especial à leitura, por motivos culturais,

econômicos, assim, ela ainda é privilégio de uma minoria, não porque essa maioria

seja desinteressada, mas pelas oportunidades restritas. Lajolo (1993) vem nos dizer:

Por desencadear um processo de democratização do saber e maior acesso aos bens culturais, a escola é um elemento de transformação que não pode ser negligenciado. E este fator relaciona-se especialmente com a leitura, o que pode ser comprovado, num primeiro momento, a partir das distintas políticas de alfabetização que caracterizam os países do Terceiro Mundo. (p.15).

A leitura constitui-se em um poderoso instrumento no processo de transmissão

do conhecimento, é através dela que esse processo acontece de forma mais

satisfatória e eficiente, já que a humanidade poderia até ter continuado a viver sem a

leitura, mas foi com o seu surgimento que o homem construiu sua cultura e pode

passar seu conhecimento às futuras gerações como diz: Machado (1998):

O homem poderia viver sem ela e, durante séculos, foi isso mesmo que aconteceu. No entanto, depois que os sons foram transformados em sinais gráficos, a humanidade, sem dúvida, enriqueceu-se culturalmente. Surgiu a possibilidade de guardar o conhecimento adquirido e transmiti-lo às novas gerações. (p. 10).

Ler é uma prática básica essencial para aprender. Nada, equipamento algum

substitui a leitura. O sujeito adquire, dessa maneira, habilidades, capacidades de

reflexão e outra visão de mundo. A aprendizagem da leitura é fundamental, para a

integração do individuo no seu contexto sócio – econômico e cultural. O ato de ler

abre novas perspectiva à criança, permitindo posicionar-se criticamente diante da

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realidade. Freire (1982, p.9) afirma que “a compreensão do texto a ser alcançada

por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto”.

Ler é complexo, não significa só memorizar, repetir as idéias do texto, mas é

um processo de descobertas e conclusões. A leitura possibilita a aquisição de

diferentes pontos de vista e alargamento de experiências, parece ser o meio de

desenvolver a originalidade, e autenticidade. Para Solé (1998):

Ler é muito mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas. Ler é, sobretudo uma atividade voluntária e prazerosa, e quando ensinamos a ler devemos levar isso em conta. As crianças e os professores devem estar motivados para aprender e ensinar a ler. (p.90).

A leitura como principal meio de conhecimento do indivíduo, ajuda-o a

desenvolver seu raciocínio lógico, exercita sua inteligência integrando-se com o

mundo que nos cerca, trazendo-lhe benefícios na sua vida cotidiana, tornando-o

capacitado para resolver assuntos das mais diversificadas situações, desde que os

mesmos aprendam sobre a importância da leitura, que por conseqüência se tornam

pessoas formadoras de opiniões. Porém, para que possamos ter cada vez mais,

pessoas críticas e atuantes em nossa sociedade, devemos estimular cada vez mais

as crianças, fazendo com que sintam curiosidade e principalmente vontade de

querer descobrir novos caminhos dentro do mundo da leitura.

Desde muito pequenas, as crianças constroem conhecimentos relevantes

sobre a leitura e a escrita. O ensino inicial da leitura deve garantir a interação

significativa e funcional da criança com a língua escrita. O interesse pela leitura

nasce em diversos momentos, isso depende muito do entusiasmo do professor. É

interessante que os textos escritos estejam presentes nas salas de aula, nos livros,

cartazes, que anunciam determinadas atividades, acontecimentos, e que os adultos

possam desenvolver na frente das crianças, atividades de escritas, dessa forma as

mesmas se motivam a aprender. É de fundamental importância que o aluno possa

vê o próprio professor lendo, ao mesmo tempo, que exige do aluno alguma leitura, é

difícil que alguém que não sinta prazer com a leitura, consiga transmiti-lo aos

demais. De acordo com Solé (1998):

O uso significativo da leitura e da escrita na escola também é muito motivador e contribui para incitar a criança a aprender a ler e

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escrever. Em algumas ocasiões, quando se fala de contexto motivador, referimos prioritariamente à existência de materiais e livros adequados. Em minha opinião, a riqueza de recursos sempre deve ser bem recebida, porém me parece o que mais motiva as crianças a ler e a escrever é ver os adultos que tenham importância para elas lendo ou escrevendo. (p.62-63).

Na pratica o interessante é aprender, através dos exemplos das outras

pessoas, por isso é interessante que esses bons exemplos, comecem na família, na

escola, com os próprios professores, porque eles são os maiores incentivadores, por

passarem um maior tempo com as crianças e jovens, na fase de maior

desenvolvimento escolar.

Bordini (1993.p.27). ”ler é imergir num universo imaginário, gratuito, mas

organizado, carregado de pistas as quais o leitor vai assumir o compromisso de

seguir, se quiser levar sua leitura, isto é, seu jogo literário a termo”. Essa pesquisa

nos dará oportunidade de conhecer as respostas para tantas inquietações, que são

inúmeras. Dar-nos vontade de instigar esse mundo da leitura tão fascinante. Essa

pesquisa nos proporciona formas de descobrir esses mistérios que a leitura traz.

Será se os alunos da escola José Barreto, têm realmente dificuldades de

aprendizagem no processo de leitura? Quais os fatores que geram essas

dificuldades? Como os professores poderão sanar essas dificuldades? Os

professores estão preparados para junto aos alunos resolver essas dificuldades?

Apresentamos por isso a nossa questão de pesquisa: Quais as causas que

geram dificuldades de aprendizagem da leitura dos alunos da escola José Barreto

Filho? Delimitamos assim os nossos objetivos: Identificar e compreender as

dificuldades no processo de leitura dos alunos.

A relevância dessa pesquisa consiste, em descobrir os motivos que geram

dificuldades de aprendizagem da leitura, e compreender essas causas. Levando em

conta, que a leitura é a ponte para a assimilação de todos os conteúdos trabalhados

na escola, se a leitura vai mal, não tem como haver um bom desenvolvimento

escolar.

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CAPÍTULO II

2. QUADRO TEÓRICO

Após a abordagem da problemática objetivamos identificar e compreender as

dificuldades que envolvem o processo de aprendizagem da leitura dos alunos, da

Escola José Barreto Filho. Para melhor entendermos apresentamos os seguintes

conceitos chaves: 2.1. Leitura. 2.1.2. Estratégias de leitura 2.2. Professor e a prática

pedagógica. 2.3. O papel da escola no processo de aprendizagem e

desenvolvimento da leitura. 2.4. Compreensão leitora. Assim, iniciamos refletindo

sobe o seguinte conceito chave:

2.1. LEITURA

A leitura acompanha a população desde muito tempo. Têm-se registros que “a

história do leitor principiou na Europa aproximadamente no século XVIII e XIX”.

(Lajolo e Zilberman 1996, p.14). Sem a leitura não tem como haver grandes

evoluções, por isso ela começou a se expandir no meio da população urbana. E com

a chegada do livro aconteceu um grande desenvolvimento, a clientela começa a

adquirir livros. Vejamos o que diz Zilberman (1996) sobre o inicio da leitura.

Se não podemos escrever a biografia do leitor temos condições de narrar sua história, que começou com a expansão da imprensa e desenvolveu-se graças à ampliação do mercado do livro, à difusão da escola, à alfabetização em massa das populações urbanas, à valorização da família e da privacidade doméstica e à emergência da idéia de lazer. (p.14).

Sabemos o quanto a leitura é importante, por isso após sua descoberta as

pessoas não poderiam mais ficar sem ela, as escolas começaram a expandir pelas

cidades, aumentou o número de pessoas alfabetizada, o livro começou a ser

comercializado, surgiram então às bibliotecas valorizando a leitura, e dando

oportunidades as pessoas terem acesso ao mundo letrado.

A evolução no mundo do livro deu-se graças ao crescimento por parte de

pessoas que dominava a habilidade de ler, em decorrência do funcionamento das

escolas. É através da educação que acontece às grandes mudanças, o processo de

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leitura, apresenta-se como uma atividade que possibilita a participação do homem

na vida em sociedade.

Após o surgimento da leitura muitas mudanças na sociedade aconteceram, às

pessoas passam a ver e interpretar o mundo de forma diferente daquela, que viviam

antes do mundo da leitura. Nos dias de hoje, é mais fácil o contato com a leitura,

devido ao fato de ter escolas para todas as classes sociais.

Ao desenvolver uma pesquisa cujo tema é leitura, torna-se necessário então,

mostrar a opinião de alguns autores sobre o conceito de leitura. Que é uma atividade

essencial da escola, que deseja uma formação efetiva para seus educandos.

Vejamos o que nos diz Martins (2004):

A leitura vai, portanto, além do texto (seja ela qual for) e começa antes do contato com ele. O leitor assume um papel atuante, deixa de ser um mero decodificador ou receptor passivo. E o contexto geral em que ele atua, as pessoas com quem convivem passam a ter influência apreciável em seu desempenho na leitura. Isso por que o “dar sentido a um texto” implica sempre levar em conta a situação deste texto e de seu leitor. (p.32).

A leitura necessita então ter um sentido para quem está lendo, e um objetivo

proposto para ser alcançado. Ela é vista de forma ampla, vai além do que lê, não é

apenas decifrar os símbolos. Ler é muito abrangente é o momento de novas

descobertas, é necessário compreender o que está lendo, para que a leitura tenha

um sentido. Para Lajolo (1993):

Ler não é então apenas decodificar palavras, mas converter-se num processo compreensivo que deve chegar às idéias centrais, às inferências, às descobertas dos pormenores, às conclusões. Do ponto de vista mecânico, os documentos salientam os aspectos fluências, ritmo, velocidade, entonação, Tibre de voz, pronúncia, como relevantes para a consecução da leitura. Os autores referem, ainda, a leitura como meio de lazer e informação. (p.26-27).

Cada autor interpreta a leitura de forma diferente, mais o que ela proporciona

as pessoas que dominam, é muito fascinante, ela faz o público viajar sem sair do

lugar, ou seja, viajar pelo imaginário. Vejamos o conceito de leitura que Silva (1997)

nos traz:

“Ler é um ato libertador. Quanto maior vontade de consciente de liberdade, maior índice de leitura. Um dos efeitos da leitura é o

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aprimoramento da linguagem, da expressão, nos níveis individual e coletivo. (p.94).

Uns dos instrumentos fundamentais para a democracia é a leitura, ela é

importante para todos nós, ao ler e compreender, estamos adquirindo novos

conhecimentos, dessa forma ampliamos nossa visão de mundo e adquirimos novas

bagagens.

2.1.2 Estratégias de leitura

Quando falamos de estratégias de leitura, estamos nos referindo como abordar

um texto. As estratégias são de fundamental importância para a compreensão do

que lemos, através delas o leitor pode relembrar o que de importante ele marcou. Se

o leitor ao manipular o texto para realizar a leitura ele sublinha ou apenas folheia, se

passa os olhos rapidamente e espera outra atividade começar para relê. As

estratégias do leitor são classificadas em: Estratégias Metacognitivas e Estratégias

Cognitivas: que segundo Kleiman (2004):

Estratégias Metacognitivas seriam aquelas operações (não regras), realizadas com algum objetivo em mente, sobre as quais temos controle consciente, no sentido de sermos capazes de dizer que as estratégias metacognitivas da leitura são primeiro, auto avaliar constantemente a própria compreensão, e segundo, determinar um objetivo para a leitura, devemos entender que o leitor que tem controle consciente sobre essas duas operações saberá dizer quando ele não está entendendo um texto e saberá dizer para que ele esteja lendo um texto. (p.50).

Como podemos perceber existem algumas estratégias, que não possuem

regras definitivas, somente um objetivo proposto para ser alcançado. Vejamos a

definição da estratégia cognitiva citada por Kleiman (2004):

As estratégias cognitivas da leitura seriam aquelas operações inconscientes do leitor, no sentido de não ter chegado ainda ao nível consciente, que ele realiza, para atingir algum objetivo de leitura. Por exemplo, o fatiamento sintático é uma operação necessária para a leitura, que o leitor realiza, ou não, rápida ou cuidadosamente, isto é de diversas maneiras, dependendo das necessidades momentâneas, e que provavelmente não poderá descrever. (p.50).

Na maioria das vezes nem conhecemos as estratégias citadas por Kleiman

(2004), utilizamos no nosso dia -a- dia sem percebermos, mas reconhecemos que

as estratégias de leitura são de fundamental importância para a compreensão dos

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textos lidos. Por tanto, vale ressaltar que as estratégias, devem estar presentes ao

longo de toda atividade, antes, durante e depois da leitura. E que os objetivos dessa

leitura, sejam bem claros na mente do leitor, dessa forma vai facilitar a compreensão

do texto.

É necessário que o professor utilize estratégias, para a compreensão dos

textos lidos, porque dessa maneira teremos leitores autônomos. Autores apontam

algumas estratégias, como é o caso, do próprio professor ser o maior exemplo de

leitor, ler em sala de aula, em voz alta. Outro tipo é o professor formular perguntas

sobre o conteúdo do texto, fazer leitura silenciosa, compartilhada, resumos.

Segundo Solé (1998):

É necessário ensinar uma série de estratégias que podem contribuir para a compreensão leitora e propõem um ensino de progressão ao longo de três etapas. Na primeira, ou na etapa modelo, o professor serve de modelo para seus alunos mediante sua própria leitura: lê em voz alta para verbalizar e comentar os processos que lhe permitam compreender o texto. A segunda etapa e a de participação do aluno. Na mesma se pretende, de forma mais dirigida pelo professor, formulando perguntas que surgiram uma hipótese bastante determinada sobre o conteúdo do texto e por último, vem à leitura silenciosa na qual os alunos realizam sozinhos as atividades que, nas fases anteriores efetuaram com a ajuda do professor. (p.76-77).

Temos várias estratégias para facilitar a leitura dos textos, sabemos também

que existem múltiplas tipologias textuais, por isso se faz necessário, que a leitura na

escola, não se limite a um ou dois tipos de textos, e cabe ao professor buscar,

diversas maneiras, para que os alunos possam compreender os textos lidos.

A leitura através da contação de histórias é muito importante, é um dos

primeiros passos para que a criança crie curiosidade sobre o desfecho do texto,

sinta-se motivado em querer ler ou ouvir a história com bastante atenção, saber o

que vai acontecer sentir-se personagem da mesma, viajar no fascinante mundo da

literatura. Além de ser uma estratégia, que o professor deve utilizar para despertar o

interesse dos alunos pelos livros, é também um elemento incentivador para que o

aluno possa buscar a leitura, e que ela seja fonte de prazer.

2.2 PROFESSOR E A PRÁTICA PEDAGOGICA

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Reconhecemos o professor, como um mestre de extrema importância no

desenvolvimento dos processos educativos. Ele é capaz de transformar e

desmistificar conhecimentos prévios, é uma profissão importante, na sua maioria as

demais dependem dela. O sonho de mudança de uma sociedade consolida com a

presença do professor. A educação é o primeiro passo para a transformação social.

A escola junto ao docente constrói cidadãos críticos, atuantes e reflexivos. Educar é

uma tarefa árdua, é necessário ter paixão, a mesma exige desse profissional muito

tempo e dedicação. Segundo Gadotti (2007):

Educar é sempre impregnar de sentido todos os atos da nossa vida cotidiana. É entender e transformar o mundo e a si mesmo. Compartilhar o mundo: compartilhar mais do que conhecimentos, idéias... Compartilhar o coração. Numa sociedade violenta como a nossa é preciso educar para o entendimento. Educar é também desequilibrar, duvidar, suspeitar, lutar, tomar partido, estar presente no mundo. Educar é posicionar-se, não se omitir. (p.42).

Ser professor é uma profissão muito exigente de extrema responsabilidade,

cabe a esse mestre o que ensinar e como ensinar, trabalhar com seres humanos é

muito complexo, cada um tem seu jeito, sua forma de aprender, e seu tempo. Essa

profissão requer inovações, muita criatividade, para que os alunos possam

compreender o que está sendo estudados, por isso os professores passam horas e

horas, revendo métodos, criando estratégias para inovar as práticas pedagógicas e

facilitar o aprendizado de seus alunos. Algumas vezes essa profissão é angustiante

pela exigência que requer desse profissional. Para Gadotti (2007):

Ser professor hoje nem é mais difícil nem mais fácil do que era décadas atrás. É diferente, diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre, diante de constantes mudanças, seu papel vem mudando senão na essencial tarefa de educar, de ensinar. (p.63-64).

O docente é o agente transformador dos conhecimentos, ele é quem ensina as

ciências e ajuda a decifrar os símbolos, interpretar o que esta nos livros. Não se

pode imaginar a sociedade sem o educador. Ele é quem auxilia as crianças e

adolescentes nos seus respectivos processos de construção de conhecimentos. É

importante que vejamos o trabalho do professor como mediação, que possibilita a

compreensão dos conteúdos por eles trabalhados.

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Sabendo da grande importância do professor para o processo de mediação da

leitura, ele cria e utiliza estratégias para um melhor entendimento dos textos lidos

pelos alunos. Reconhecendo que a leitura é a base para a compreensão de tudo

que é trabalhado na escola. No contexto das escolas, nos deparamos com

empecilhos, que impedem o professor de realizar um bom trabalho, isso acaba

dificultando o desenvolvimento dos alunos, vejamos o que diz Silva (1997):

Nesses termos, faltam bibliotecas, faltam livros para o povo, falta à atualização dos acervos, falta mercado de trabalho aos nossos bibliotecários, faltam salários condignos, falta de respeito e reconhecimento profissional, falta de união de classe, falta o hábito de leitura, faltam lugares nas bibliotecas existentes. (P.102).

Falta-se materiais na área da leitura, para o professor utilizar com seus alunos,

não tem como ocorrer um bom desenvolvimento da mesma, por isso, para sanar

todos esses problemas tem de acontecer uma parceria entre, os profissionais da

educação, os pais, e a sociedade em geral, com a união de todos pode acontecer

melhorias educacionais, em especial, no desenvolvimento da leitura, esse é um

trabalho longo e um pouco difícil, para ser realizado.

2.3 O PAPEL DA ESCOLA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E

DESENVOLVIMENTO DA LEITURA

O primeiro contato de toda criança com a escola começa na educação infantil,

que é o alicerce na formação de todo individuo, os professores nesse período devem

ser bem preparados para instruir seus alunos, e o ensino fundamental é a

continuação dos primeiros anos escolares, é o momento de aprendizado das

primeiras letras dos pequenos textos e das continhas.

O emprego do livro na escola, o principal suporte de aprendizagem das

primeiras letras, passou por diversas transformações ao longo da história da

educação no Brasil. A instituição escola diferencia-se da família das demais

instituições sociais, por realizar um trabalho educacional planejado e organizado

sobre bases científicas.

Um dos múltiplos desafios a ser enfrentados pela escola é o de fazer com que

os alunos aprendam a ler corretamente. Isso é lógico, a aquisição da leitura é

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22

imprescindível para agir com autonomia na sociedade letrada, ela provoca uma

desvantagem profunda nas pessoas que não conseguiram realizá-la. Segundo Solé

(1998, p.34) “A leitura e a escrita aparecem como objetivos prioritários da Educação

Fundamental. Espera-se que no final dessa etapa, os alunos possam ler textos

adequados para sua idade de forma autônoma”.

A escola é o lugar, onde o caminho para a leitura deve ser aberto, por isso tem

a obrigação em desenvolver uma leitura de qualidade, dando oportunidades para

que sua tarefa se cumpra de modo global, transformando então o indivíduo

habilitado em um leitor, e o professor é o principal articulador para que a mesma

aconteça com sucesso. Bordini (1993) relata:

Para que a escola possa produzir um ensino eficaz da leitura, obra literária deve cumprir certos requisito como: dispor de uma biblioteca bem aparelhada, na área da literatura, com bibliotecário que promovam o livro literário, professores leitores com uma boa fundamentação teórica e metodológica, programas de ensino que valorizem a literatura, e, sobretudo, uma interação democrática e simétrica entre alunado e professor. Se isso não ocorrer, valem as palavras de Ezequiel Theodoro da Silva. “os objetos da leitura, principalmente o livro, passam por um processo de obscurecimento intelectual”. (p.17).

A escola deve ser bem estruturada para incentivar a leitura dos alunos, no

entanto, essa leitura só terá êxito, na medida em que se volta para a realidade e às

necessidades das crianças e jovens.

É na infância que os indivíduos constroem seus hábitos e gosto pela leitura, daí

a importância de fazer com que os livros estejam presentes nas brincadeiras e nas

atividades cotidianas dessas crianças, se não tiverem acesso aos livros antes da

idade escolar, podem acabar encarando a leitura como mera atividade escolar,

abandonando-a após deixarem a escola como nos afirma: Machado (1998):

Se o trabalho escolar é difícil e pouco compensador, a criança pode adquirir aversão pela leitura e abandona – lá completamente quando deixar a escola. É conveniente então que o livro entre para a vida da criança antes da idade escolar e passe a fazer parte de seus brinquedos e atividades cotidianas. (p.7).

No entanto por motivos diversos, grande parte da população brasileira não lê,

isso gera graves problemas, apenas os pais que lêem que desenvolveram o hábito

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da leitura, tenham condições de estimular seus filhos a serem bons leitores, o que

torna a escola o único local possível embora não o ideal para desenvolver nas

crianças e jovens o hábito da leitura.

Por isso é de fundamental importância, que os professores, comecem a

trabalhar com histórias infantis, onde possam mexer com o imaginário de cada

criança, que elas possam se sentir personagens dessas histórias e adquirir gosto

pela leitura, que essa atividade sejam fontes de prazer. É interessante o incentivo

dos livros infantis, onde cada criança possa criar sua própria fantasia, se

posicionando como um dos personagens da história e despertar para a mesma.

Machado (1998) nos diz:

... As histórias favoritas de crianças de diversas idades refletem os conflitos emocionais e as fantasias particulares, que elas experimentam em diversos momentos da vida. Lendo a criança se identifica com esta ou aquela personagem, numa situação semelhante a alguma já vivida, e isto pode ajudá-la a resolver seus problemas. (p11).

A criança que tem o hábito de leitura terá também o hábito de criar estórias,

onde ela possa viajar no mundo da imaginação, se posicionando como o principal

personagem, expressa seus medos, anseios, carências e emoções. A leitura por sua

vez, quando abstraída com intensidade, traz para dentro de cada um, emoções

diferenciadas. Se na infância o aluno adquirir hábitos de ler, através das historinhas,

cada dia ele vai aperfeiçoando sua leitura com diferentes textos, para que isso

aconteça, deverá existir uma parceria entre a escola e os pais.

2.4 COMPREENSÃO LEITORA

A compreensão leitora é de fundamental importância, à medida que você

entende o que está lendo, você constrói novos conhecimentos. Mas essa

compreensão depende da motivação, expectativa e dos conhecimentos prévios do

leitor.

Não podemos falar em compreender determinado texto, sem frisar um pouco, a

importância dos conhecimentos prévios, que ajudam no entendimento dos textos

lidos. É importante valorizar as bagagens que as pessoas têm, elas servem para

ajudar adquirir novos conhecimentos, a partir de diversos textos.

Page 15: Monografia Luciana Pedagogia 2012

24

A compreensão de um determinado texto depende dos objetivos propostos e

das estratégias criadas pelo leitor, bem como, estabelecer relações entre alguma

coisa e o que está lendo. Se não ocorrer a compreensão do que estamos lendo, a

leitura se torna improdutiva, sem sentido. Mas realmente o que é compreender?

Segundo Solé (1998):

Compreender é sobre tudo um processo de construção de significados sobre o texto que pretendemos compreender, é um processo que envolve ativamente o leitor, à medida que a compreensão que realiza não deriva da recitação do conteúdo em questão. Por isso, é imprescindível o leitor encontrar sentido no fato de efetuar o esforço cognitivo que pressupõe a leitura, e para isso tem de conhecer o que vai ler e para que fará isso; também deve dispor de recursos, conhecimentos prévios relevantes, confiança nas próprias possibilidades como leitor, disponibilidade de ajuda necessárias etc. Que permitam abordar a tarefa com garantia de êxito; exige também que ele se sinta motivado e que seu interesse seja mantido ao longo da leitura. (p. 44).

A partir do momento que o leitor sabe o que realmente é compreender, ele vai

construir uma interpretação do texto. Quando a leitura envolve compreensão, ler

passa a ser um instrumento útil para aprender significativamente. Podemos dizer,

quando um leitor compreende o que lê, ele está aprendendo.

Vale ressaltar que nem tudo que lemos, conseguimos compreender, mas isso

não é um motivo desesperador, é um fato comum entre os leitores. Para

entendermos o texto universalmente, será necessário ter um conhecimento sobre o

assunto. Mas no nosso dia-a-dia, nos deparamos com diversos textos, que antes

não tínhamos visto falar, sobre o que o mesmo vem abordando, nesse momento

cabe ao leitor, usar das estratégias que conhece, para facilitar a compreensão do

que está lendo.

Faz-se necessário que os professores, utilizem diferentes métodos, para

avaliar se os alunos realmente compreenderam o que estavam lendo. Ou se apenas

está fazendo de conta. Por isso é de total interesse que esse tipo de atividade, tenha

objetivos propostos para serem alcançados, para não tornar uma atividade vazia

sem sentido.

A partir do momento que o aluno diz que compreendeu o texto lido, ele sabe

argumentar sobre o assunto, a leitura passa a ter sentido, o aluno se sente motivado

Page 16: Monografia Luciana Pedagogia 2012

25

a ler cada vez mais. O professor será apenas o mediador do texto, no entanto, vale

ressaltar que os textos escolhidos para serem trabalhados em sala de aula, devem

ser adequados a idade dos alunos, para que a linguagem seja de fácil compreensão,

e o aluno fique cada vez mais motivado pelos textos, é claro, o professor será o

maior responsável por incentivar seus alunos lerem cada dia mais, e torná-los

verdadeiros leitores, capazes de quando atingirem uma idade madura leia qualquer

texto, e sejam capazes de compreender e passar seus conhecimentos a outras

pessoas.

Page 17: Monografia Luciana Pedagogia 2012

26

CAPÍTULO III

METODOLOGIA

Cabe ao sujeito pesquisador desenvolver métodos e estratégias para alcançar

seus objetivos, sem perder de vista o seu papel como agente de denúncia. O sujeito

é aquele que se propõe a dar clareza a alguns conceitos.

3.1Tipo de pesquisa

A pesquisa é indispensável na realização de um trabalho, através dela obtêm-

se dados importantes. Demo (1992) diz:

Pesquisar é sempre também dialogar, no sentido específico de produzir conhecimentos do outro para si, e de si para o outro, dentro de contexto comunicativo nunca de todo devassável e que sempre pode ir a pique. (p.39).

Sabendo-se disso para melhor desenvolver esse trabalho, o tipo de pesquisa

escolhida é de caráter qualitativo. Ludke e André (1986) deixam bem claro que:

A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como principal instrumento. Segundo os dois autores, a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regras através do trabalho intensivo de campo. (p.11)

“Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com

o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos. Assim esta

pesquisa é de caráter qualitativo, é uma prática para a compreensão da realidade

social”. (Goldenberg 2000)

A pesquisa qualitativa ou naturalística é importante, envolve a obtenção de

dados no contato direto do pesquisador com o sujeito pesquisado, porque não fica

brecha para fazer qualquer manipulação intencional.

3.2 Instrumentos de Pesquisa

Page 18: Monografia Luciana Pedagogia 2012

27

Para o desenvolvimento dessa pesquisa, será utilizado como instrumentos de

coleta de dados: questionário aberto e fechado, buscando atender os nossos

objetivos.

3.2.1 Questionário

Optamos pelo questionário por entender que esse instrumento é a fórmula mais

utilizada para coletar dados, segundo Cervo (1983):

“Questionário” refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve experiência de responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central. (p.159).

O questionário é de grande importância para a realização de uma pesquisa, é

fácil de utilizar, pode ser aplicado rapidamente, isso acaba facilitando ao

pesquisador na interpretação dos dados.

O questionário fechado é objetivo, com perguntas claras e isso facilita nas

respostas, além disso, ajuda o pesquisador, conhecer o perfil do sujeito pesquisado.

Andrade (1994, p.43) nos diz que: “Perguntas fechadas são aquelas questões que

apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas”.

Com relação ao questionário aberto, ele proporciona mais oportunidade, para o

sujeito pesquisado, ele pode se expressar o quanto quiser. Essa forma de

questionário, da essa total liberdade, isso é bom para entender melhor o problema

que esta sendo pesquisado. Andrade (1994, p.44), “afirma que questões abertas:

são perguntas que conduzem o informante a responder livremente com frases ou

orações”.

Uma das razões para usar o questionário, é que ele possibilita avaliar melhor

as questões levantadas, permite a coleta dos dados gerais dos sujeitos, e suas

compreensões com relação ao tema abordado. Se forem questões abertas, o

mesmo dar oportunidade de descrever com exatidão tudo que deseja.

3.3 Sujeitos da Pesquisa

Page 19: Monografia Luciana Pedagogia 2012

28

A extensão da Escola José Barreto Filho, conta com 18 professores, sendo

nove no turno matutino e nove no turno vespertino uma (1) diretora, uma (1) vice-

diretora, uma (1) coordenadora, (3) secretárias, duas (2) faxineiras, dois (2)

porteiros. Referindo-se a sede da escola o corpo administrativo de funcionários são

dois (2) porteiros, três (3) faxineiras treze (13) professores (1) uma secretária.

Quanto à diretora e a coordenadora são as mesmas da extensão.

Os sujeitos escolhidos para melhor desenvolver essa pesquisa, serão 10

professores da extensão da Escola José Barreto Filho, porque trabalham com o

ensino fundamental I, que é o foco dessa pesquisa, e por terem aceitado a participar

da mesma, porque alguns professores não quiseram contribuir em responder os

questionários.

3.4 Lócus de Pesquisa

O campo de realização dessa pesquisa será na extensão da Escola Municipal

José Barreto Filho, situada na Rua: Cleriston Andrade, Bairro Colina do Sol, cidade

de Campo Formoso- BA. A cidade está localizada no Semi-árido baiano a cerca de

400 km de Salvador, capital da Bahia. Seu clima é Semi-árido, tendo suas atividades

econômicas baseadas na agricultura, pecuária, e atividades minerais, artesanais

entre outras. Essa cidade dispõe de uma ampla rede escolar que atende os níveis

de ensino desde a Educação Infantil ao Ensino Superior, porém, todo o nível

superior existente é particular. A extensão da escola José Barreto Filho é composta

por: nove (9) salas de aulas, três (3) banheiros, uma (1) cozinha, uma (1) diretoria,

um (1) depósito e uma (1) pequena área para lazer. Referindo-se a sede dessa

escola que funciona somente Educação Infantil, fica localizada na Rua: Manoel

Joaquim de Oliveira, cidade de Campo Formoso. Constatamos que possui sete (7)

salas de aula, uma (1) secretaria, três (3) banheiros, uma (1) cozinha, um (1)

deposito, um (1) pátio para recreação das crianças.

Page 20: Monografia Luciana Pedagogia 2012

29

CAPÍTULO IV

4. ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS

Neste capítulo apresentamos o resultado desta pesquisa que teve como

objetivo: Identificar as dificuldades de leitura dos alunos das Séries Iniciais do

Ensino Fundamental da escola José Barreto Filho, e compreender os motivos

causadores dessas dificuldades, descobrir também como os professores trabalham

a leitura para um melhor desenvolvimento dos alunos. A análise e interpretação dos

dados tiveram como fonte de pesquisa, um questionário fechado e aberto.

De inicio analisaremos o questionário fechado para conhecer o perfil dos

sujeitos desta pesquisa. Logo em seguida analisaremos o questionário aberto.

4.1. Caracterização dos sujeitos

Esse trabalho foi realizado com professores, a partir das respostas adquiridas

mediante os questionários. Tentaremos analisá-las para melhor compreender a

pesquisa. Esses questionários foram aplicados a dez professores, porém um se

recusou em responder o questionário aberto, respondendo somente às questões

fechadas.

A partir da análise dos questionários, apresentamos abaixo o perfil dos sujeitos

pesquisados.

4.1.1 Gênero

Dos sujeitos pesquisados, da Escola José Barreto Filho, 100% é do sexo

feminino. Isso veio nos mostrar, que a profissão de professor, principalmente nas

séries iniciais, quem mais atua são as mulheres, ela ainda é vista como uma

profissão feminina. Segundo Novaes (1992):

Sabe-se que a mulher tem mais facilidade, mais jeito de transmitir aos meninos os conhecimentos que lhe devem ser comunicados. Maneiras menos rudes e secas, mais afáveis e atraentes que os mestres, aos quais incontestavelmente vence em paciência, doçura bondade. Nela predominam os instintos maternos; e ninguém como ela possuem o segredo de cativar a atenção de seus travessos e inquietos ouvintes, sabendo conseguir que as lições, em vez de

Page 21: Monografia Luciana Pedagogia 2012

30

tarefa aborrecida, tornem-se como uma diversão, um brinco. Em vez de cara dura séria, inflexível do mestre, e por isso mesmo pouca simpatia às crianças, estas encontram na professora a graça e o mimo próprio de mulher. (p.97).

Interpretando a fala do autor, entendemos que as mulheres, por ter instinto

materno, são mais pacientes, doces, apresentam mais afinidades com crianças, por

isso elas são maioria em sala de aula, principalmente nas séries iniciais. É

importante nessas séries os professores incentivar seus alunos, a ter contatos com

os livros, para desde pequenos eles desenvolverem o gosto pela leitura, para

quando ficarem adultos, ler de forma espontânea.

4.1.2 Faixa etária

Gráfico 1- Idade dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.

Como podemos observar no gráfico acima, 40% das professoras que

participaram da pesquisa têm entre 31 a 33 anos, e 60% têm 37 a 40 anos. Pela

idade dessas professoras, podemos dizer que cada vez mais há professores jovens

em sala de aula.

A presença desses jovens professores acontece, devido ao FUNDEB (Fundo

de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação), desde 2007 quando foi criado, entre uma das metas do

FUNDEB é a valorização dos profissionais da educação, em termos de melhoria de

salários, onde o professor ganhando um pouco mais, pode efetuar a compra de

livros para ajudar sua atuação em sala de aula, participar de cursos para melhor

40% Dos professores tem entre 31 a 33 anos.

60% Tem 37 a 40 anos.

Page 22: Monografia Luciana Pedagogia 2012

31

preparar o profissional, entre outras, enfim, com essa valorização, as pessoas

sentem-se mais estimulados para trabalhar na área da educação.

4.1.3 Estado civil

Gráfico 2- Apresenta o estado civil dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.

Das professoras que participaram dessa pesquisa como podemos ver no

gráfico, 70% são casadas e 30% são solteiras. Isso quer nos mostrar que além de

trabalhar na escola, elas tem o compromisso de trabalhar no lar, deixando super

acarretadas, com a dupla jornada de trabalho. Mas segundo Novaes (1992, p.99) “A

maioria das mulheres escolhem às atividades docentes, além de serem

condicionada pela vocação, dá para conciliar, sala de aula, trabalho doméstico e

casamento”.

Percebemos na fala do autor, que a profissão de professor, requer vocação, e

as mulheres apesar de trabalhar em casa, sempre dá um jeito de conciliar o trabalho

da escola e os do lar, por isso elas são maioria em sala de aula.

Professores

70% Casados

30% Solteiros

Page 23: Monografia Luciana Pedagogia 2012

32

4.1.4 Etnia

Gráfico 3- Percentual quanto à etnia dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.

Ao analisar o gráfico 3, podemos observar que somente 10% das professoras

pesquisadas são negras, 30% são brancas e 60% são pardas. Apesar da população

do nosso país ser, maioria negra, essa pesquisa nos mostra, que a maioria das

professoras que trabalham nessa escola se declara pardas. Até porque as pessoas

de pele mais escuras já acostumaram declarar pardas ao invés de negras. Que

segundo o autor Barros (2009):

Definir como pardo categoria que o indivíduo não raro ostentava com certo orgulho para distanciar-se mais da idéia de escravidão associada aos negros, implica reintroduzir mais uma vez na diferença a “desigualdade”, agora já através de um “preconceito” que postula para o indivíduo assim classificado um “estar a caminho do branco”, embora sem chegar lá, implicando-se esta posição que ser “branco” é uma posição superior no reino das diferenças. (p.92).

Nota-se que as pessoas preferem declarar que são pardas, achando que isso

contribui em alguns momentos da vida, para não sofrer preconceito racial que ainda

é muito grande em nosso país. No entanto, acaba negando a sua própria cor, não

assumindo de fato o que realmente são.

Vale lembrar, que o preconceito racial em nossas escolas, ainda é muito

grande, com isso a maioria dos negros ficam fora da sala de aula, ou quando estão

estudando, ficam em seu próprio cantinho, tímidos, o professor na frente ensinando,

e os alunos recuados com medo de serem reprimidos, isso não é bom para o

desenvolvimento dos mesmos, acabam tendo dificuldades de leitura, sendo que a

ela é o caminho para a compreensão dos conteúdos trabalhados, em todas as

disciplinas, caso não aconteça uma boa leitura, a compreensão do texto lido, será

10% Negros

30% Brancos

60% Pardos

Page 24: Monografia Luciana Pedagogia 2012

33

comprometido, o aluno não entenderá o que leu. Mas o desenvolvimento dos alunos

também depende bastante do professor, se ele é realmente comprometido com o

seu trabalho, busca maneiras diversificadas de como transmitir os conteúdos para

ajudar no desenvolvimento dos alunos.

4.1.5 Faixa salarial

Gráfico 5- Percentual quanto à faixa salarial dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.

O gráfico acima vem nos mostrar que 10% das professoras ganham três

salários mínimos, e 30% recebem apenas um salário, e 60% das professoras

recebem dois salários mínimos. A profissão de professor em pleno século XXI

continua ainda desvalorizada. Os professores recebem muito pouco pelo seu

trabalho realizado, sem contar o quanto a maioria deles enfrenta grandes problemas

relacionados à precariedade das nossas escolas, e até mesmo dificuldades com os

próprios alunos. Sendo que o professor além de trabalhar em sala de aula, levam

trabalhos extras para casa, e não recebem a mais por isso. De acordo Novaes

(1992) uns dos fatores causadores dos baixos salários dos professores são:

... a baixa remuneração da professora primária é entendida pela não- prioridade da educação para o governo e também pela acomodação da mulher, que não tendo um ideal profissional, não reivindica, não luta, por melhorias salariais.(p.65).

Sabemos que os baixos salários dos professores, é realidade em nosso país,

isso nos mostra o descaso do governo pela educação. Os nossos políticos não

10% Recebem três salários mímimos.

30% Recebem um salário mínimo

60% Recebem dois salários mínimos.

Page 25: Monografia Luciana Pedagogia 2012

34

estão preocupados, com o aprendizado dos alunos, muito menos com o salário dos

professores e as condições de trabalhos que os mesmos enfrentam.

Isso nos mostra que a profissão ligada às mulheres os salários são baixos,

devido à desvalorização das mesmas no mercado de trabalho. Alguns anos atrás o

papel das mulheres era apenas de cuidar da casa e da família, e muitas pessoa têm

enraizada, essa mentalidade machista, preconceituosa contra as mulheres, achando

que são frágil e incapaz de fazer determinadas atividades.

As mulheres durante a revolução industrial ganharam mais espaço, porque os

trabalhos nas fábricas feitos pelos homens foram em grandes quantidades

substituídas pelas mulheres, devido à mão de obra feminina ser mais barata. No

entanto, vale ressaltar que a partir do final do século XIX e inicio do século XX as

mulheres começaram a lutar por melhorias de trabalho e igualdade social. Porém até

hoje no século XXI apesar de muitas lutas feitas pelas mulheres, ainda não temos

totalmente igualdade salariais entre homens e mulheres. Mas, vale lembrar, que

muitas mudanças aos poucos estão acontecendo. Percebe-se, que as mulheres

atualmente ocupam um maior espaço em sala de aula, estão estudando cada vez

mais, para conquistar lugares no mercado de trabalho. A leitura já faz parte do

cotidiano dessas mulheres, que querem mudanças em suas vidas, elas reconhecem

que através da leitura, adquirem-se novas oportunidades. As pessoas que tem

acesso a leitura, tem domínio do conhecimento sobre as outras pessoas, porque ela

abre um leque de grandes oportunidades e proporciona melhorias de vida.

4.1.6 Nível de escolaridade

Gráfico 5-Percentual quanto ao nível de escolaridade dos professores. Fonte: Questionário fechado.

50% Nível Superior Incompleto

20% Nível Superior Completo

10% Pós Graduação Incompleta

20% Pós Graduação Completa

Page 26: Monografia Luciana Pedagogia 2012

35

Dos sujeitos pesquisados, 50% têm o Nível Superior completo, os outros 50%

estão cursando.

Esse resultado é interessante, nos leva a perceber que os professores estão

cada vez mais procurando especialização, alguns anos atrás somente o magistério

bastava. Nos dias de hoje, aqueles que não têm o nível superior estão em busca.

Como podemos perceber no gráfico acima, que 50% dos professores estão

cursando o nível superior. Segundo Amorim (1997): o artigo 62 da LDB vem nos

afirmar:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-à em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.(p.73).

Essa lei é bastante interessante, leva a classe de professores especializarem-

se cada vez mais, isso quem sai ganhando são os alunos com professores

capacitados. É claro que os professores estão cada vez em busca de

especialização, devido às normas da LDB, mas o mercado de trabalho que esta

cada vez mais exigente e competitivo também influência as pessoas estudarem

cada vez mais. Os professores que já possuem o nível superior estão em busca da

Pós Graduação, para serem mais bem colocado no mercado de trabalho, e receber

melhores salários. Isso ficou bem claro no gráfico cinco, que os professores, que já

possuem nível superior, já fizeram a Pós graduação ou estão fazendo, eles buscam

cada vez mais uma graduação, que vai ajudar no desenvolvimento dos seus

próprios trabalhos.

Cada vez que o professor adquire mais uma especialização, ele tem

conhecimento, bagagem, para criar diversas estratégias, para ajudar seus alunos

em sala de aula, em especial, no desenvolvimento da leitura, que é de grande

importância, para que o aluno tenha bons resultados na escola. Esses professores

com algumas graduações têm conhecimentos de diversos autores, e texto, devem

saber escolher textos, com leituras prazerosas, para chamar atenção dos jovens

leitores, para perceberem a grande importância que a leitura traz para todas as

pessoas que a ela tem acesso.

Page 27: Monografia Luciana Pedagogia 2012

36

4.1.7 Tempo que atua no magistério

Gráfico 6- Anos de atuação no magistério. Fonte: Questionário fechado.

Os dados coletados nos revelam que 10% das professoras lecionam de cinco a

seis anos, 40% de sete a oito anos, e 50% acima de noves anos. Através dos dados

adquiridos durante a pesquisa, reconhecemos que essas professoras, têm algumas

experiências na área da educação, devido ao tempo que elas já estão lecionando,

sabemos que, quem tem muitos anos de profissão já viu muitas novidades.

Reconhecemos que essas professoras devem ter uma excelente bagagem,

muitas leituras, devem conhecer diversos textos, até porque em sala de aula a uma

troca mutua de conhecimentos entre professores e alunos. Vale lembrar também

que esses profissionais quando estão atuando, na maioria das vezes, eles fazem

cursos de formação de professores, estão sempre se reciclando em busca de algo

novo, para fazer o diferente em sala de aula. O professor deve ser o maior leitor, a

cada dia, ler diferentes livros, para os alunos se sentirem motivados em ler. Segundo

Almeida (2000):

È fundamental que os professores redescubram seu papel de pesquisadores, buscando conhecimentos novos por meio de leituras, cursos, entrevistas, palestras, ações que lhes darão embasamento e coragem para enfrentar o novo e um caminhar seguro. (p.72).

É importante que os professores estejam sempre realizando diversas leituras,

para adquirir novas bagagens, e novos conhecimentos, descobrir muitas novidades

através dos cursos e das leituras feitas através dos livros.

4.1.8 As vezes que são trabalhadas a leitura em sala de aula.

10% Lecionam de cinco a seis anos

40% Lecionam de sete a oito anos

50% Lecionam acima de nove anos

Page 28: Monografia Luciana Pedagogia 2012

37

A pesquisa aponta, que apesar das dificuldades no processo de leitura,

detectado na escola, 100% das professoras afirmam trabalhar a leitura em sala de

aula, todos os dias.

Para desenvolver gosto pela leitura, o aluno deve começar ler aquilo que ele

gosta e chama sua atenção, para facilitar a compreensão do texto lido. A leitura

também deve ser incentivada em casa pelos pais, sabemos que os pais que ler, os

filhos tornam bons leitores. Mas é realmente na escola que desenvolve o processo

da leitura, o aluno é cobrado pelos professores, com isso ele sente mais

responsabilidade em aprender. Observe o que diz Zilberman (1989):

A importância da escola no processo de formação do leitor se deve, indiscutivelmente, ao fato de que nela o aluno adquire a habilitação inicial na prática de leitura. Nesse sentido, possui o compromisso de despertar o gosto de Ler e o hábito de leitura. (p.17).

A escola possui um papel de fundamental importância no desenvolvimento da

leitura dos alunos, é nesse local que o aluno é cobrado, e compreende que é através

da leitura, que oportunidades mais justas de educação são adquiridas, por isso tenta

levar a leitura mais a serio. A escola tem de trabalhar a leitura diariamente, para os

alunos adquira prazer pelos livros, prazer em ler. Não ler somente, aqueles livros

solicitados pelo professor, mas que os alunos adquiram hábitos em ler por conta

própria, sem cobrança, sem imposição de alguém, para a leitura se tornar uma

atividade de lazer.

Percebemos nos discursos durante a pesquisa que as professoras, dizem

trabalhar constantemente a leitura com seus alunos, no entanto, confessam que os

mesmos têm grandes dificuldades em ler, os alunos decifram os símbolos, mas na

maioria das vezes não compreende o que lê, é por isso que eles acabam sendo

prejudicado no requisito leitura. Até porque, para ler bem, é necessário

compreender, se não ocorrer o processo de compreensão, não adianta ler, a leitura

torna-se uma atividade vazia sem sentido.

O professor para desenvolver com sucesso atividades de leitura com seus

alunos é necessário, demonstrar para os mesmos, que eles lêem e gostam

realmente de ler. O professor é em sala de aula, é um grande exemplo a ser seguido

Page 29: Monografia Luciana Pedagogia 2012

38

por seus alunos. Por isso eles devem dar bons exemplos, praticando a leitura em

sala de aula, levando para os alunos vários tipos de textos, de diferentes autores.

4.1.9 Dificuldades com relação à leitura

Gráfico 7- Percentual de quantos alunos sentem dificuldades de leitura. Fonte: Questionário fechado aplicado ao sujeito da pesquisa.

Das professoras que participaram da pesquisa, 40% afirmam que todos os

alunos têm dificuldades de leitura, e os outros 60% das professoras afirmam que

alguns alunos têm dificuldades. Os professores que convivem com esses alunos que

apresentam dificuldades de leitura, deve criar estratégias rever os métodos

utilizados em sala de aula, para tentar sanar essas dificuldades. Segundo Machado

(1998):

Normalmente, à medida que a criança encontra dificuldades no ato de ler, vai gostando cada vez menos de fazê-lo. Uma coisa, em geral, está associada à outra. É difícil tratar do problema, já que a aprendizagem da leitura é considerada um assunto para a escola. Entretanto, existem algumas atitudes que os pais podem tomar. Antes de mais nada, não se assustar demais, e nem a criança, caso ela não sinta atração pela leitura, nem fazer pressões do tipo cobrança ou prêmio. O jeito é com calma e sem criar tensões, buscar livros que possam interessar e serem lidos. (p.19).

Esses dados são importantes para que possamos rever quais as

metodologias são utilizadas pelos professores, para facilitar o desenvolvimento dos

alunos com relação à leitura, e mudar o que não esta dando certo.

O gráfico nos mostra que 60% das professoras dizem que alguns alunos têm

dificuldades de leitura, aparentemente elas tentam mascarar a verdade, dizendo que

40% Dos professores afirmam que todos os alunos têm dificuldades de leitura.

60% Dos professores afirmam que são alguns alunos que apresentam dificuldades.

Page 30: Monografia Luciana Pedagogia 2012

39

são alguns alunos, e não todos têm dificuldades, para não serem responsável Por

esse fracasso desses alunos. Até porque diretamente ou indiretamente o professor,

é responsável pelo desenvolvimento dos mesmos. A maioria dos alunos

apresentarem dificuldades em ler, por isso é interessante o professor estar a cada

dia, criando maneiras diferentes de trabalhar em sala de aula, para chamar atenção

dos alunos, e despertar o prazer em conhecer algo novo, que vai estar nas leituras,

nos livros.

4.2 A fala dos professores...

Os dados coletados através do questionário aberto nos possibilitaram conhecer

um pouco a visão dos professores da escola José Barreto Filho, com relação ao

processo de leitura.

4.2.1 Os significados de leitura

Vejamos os significados de leitura que aparecem na fala dos professores:

O (P2) nos diz que ler é: “Um ato de decodificar as letras compreendendo a mensagem transmitida, bem como a interpretação de imagens e do mundo ao redor.”

Segundo alguns autores ler, é muito mais do que decodificar as letras vejamos

o que nos diz Silva (1997):

A leitura não pode ser confundida com decodificação de sinais, com reprodução mecânica de informações ou respostas convergentes a estímulos pré-estabelecidos. (p.152).

O P2- ao dizer que “ler é decodificar”, nos mostra ter uma visão restrita sobre o

processo da leitura, que é tão importante para todas as pessoas que desejam atingir

diversos objetivos no decorrer da vida. Ler é muito mais do que o simples decodificar

as letras, ler é compreender, é saber interpretar.

Agora analise a visão dos (P1, P3, P5, P8) cada professor define a leitura de

forma diferente, e bem interessante, os mesmos demonstram através de suas

palavras, reconhecerem o quanto a leitura é importante para quem têm acesso.

Page 31: Monografia Luciana Pedagogia 2012

40

(P1) “Leitura é saber ler, interpretar e manter um envolvimento cabal com o que esta lendo.”

(P3)”É um grande desafio que garante a todos os estudantes o direito de aprender. Propor intervenções no sentido de corrigir dificuldades dos alunos.”

(P5)”A leitura é um ato fantástico, onde viajamos através dos livros e sem precisar sair do lugar, adquirimos conhecimentos... É um ato imprescindível na vida do ser humano.

(P8) “É uma forma de torna-se cidadão crítico e argumentativo, além de fazer leitura de mundo fazendo descoberta e viagens imaginárias.

De acordo com as respostas dos sujeitos, tornou-se evidente o significado de

leitura traçado pelos mesmos. Eles nos dizem que ler é: saber interpretar, é um ato

fantástico é fazer viagens ao imaginário, é um desafio que garante a quem sabe ler

aprender o novo, é um ato imprescindível na vida das pessoas. Vejamos o que é ler

para Abramovich (1999):

Ler é um prazer. É uma gostosura. Mas para o aluno ser um apaixonado pela leitura, é preciso que o professor também seja. Para poder passar essa sensação de entrar no mundo através do imaginário, do fantástico, da brincadeira, da plenitude. O professor que lê com prazer, com volúpia, com garra, com curiosidade atiçada, com entusiasmo vibrante, terá alunos que também serão grandes leitores melhores para todos. (p.39).

A capacidade de ler é essencial para o desenvolvimento pessoal de cada

individuo, é através da leitura que adquirimos o progresso social e econômico, mas a

leitura, acima de tudo deve ser vista como uma forma de prazer e ser levada a serio.

4.2.2 Estratégias utilizadas pelos professores para trabalhar a leitura com seus

alunos...

Podemos observar nas falas dos professores, as estratégias utilizadas para

trabalhar a leitura dos alunos.

(P2) Utilizo leitura de imagens como cartazes, placas, leitura de textos, poesias, músicas, par lendas, jornais, listas apresentadas em cartazes e nos livros usados por eles.

(P3) Usando estratégias dos nomes próprios, realizando atividades escrita do dia- a- dia, usando cartazes com (poesias, poemas, textos etc.) Usando fichas, CDs, livros, desenhos, propondo aos alunos

Page 32: Monografia Luciana Pedagogia 2012

41

atividades de análise fonológica que o façam compreender que a leitura apresenta o som da fala.

(P5) Diariamente, através de leitura compartilhada; rodas de leituras; leitura silenciosa, oral e expressiva; aulas de leitura apenas por prazer (sem cobranças), leitura individual em voz alta; execução de projetos de leitura, objetivando desenvolver o habito da leitura.

(P10) Trabalho a leitura de forma dinâmica, usando diferentes tipos de textos.

Através das falas das professoras, percebemos as diversas estratégias que as

mesmas utilizam, para desenvolver a leitura dos seus alunos, Como é o caso de

fazer leitura individual, em voz alta, leitura silenciosa, compartilhada, rodas de leitura

entre outra, elas também citam os gêneros textuais que costumam trabalhar em sala

de aula, como exemplo: poesia, música, par lendas, jornais. Faz-se necessário que

os professores, use a criatividade para despertar nos alunos o prazer em ler, porque

gostando do que faz, o aluno vai desenvolver essa atividade com prazer, e não por

imposição do professor, e isso vai ajudar o aluno a compreender os textos lidos.

Machado (1998, p.25-26) nos fala sobre algumas estratégias ”A leitura em voz alta,

leitura coletiva, e em pequenos grupos”. Reconhecemos que as estratégias são

indispensáveis, para os professores trabalharem a leitura, e obter bons resultados.

Solé fala o quanto são importantes as estratégias, para realização dos

trabalhos com os alunos, e cita algumas vejamos:

Como podemos fazer diferentes coisas com a leitura, é necessário articular diferentes situações. Trabalhar de forma oral, coletiva, individual e silenciosa, compartilhada e encontrar os textos mais adequados para alcançar os objetivos propostos em cada momento. A única condição é conseguir que a atividade de leitura seja significativa para as crianças, corresponda a uma finalidade que elas possam compreender e compartilhar. (p.90).

As estratégias fazem-se necessárias para facilitar a compreensão dos textos,

mas não podemos deixar de lado a questão dos gêneros textuais, que são de

grandes importâncias, eles nos dão oportunidades de fazermos leitura diferente,

com estrutura de textos também diferentes, uns com mais facilidade de interpretação

que os outros. As variações dos textos são fundamentais, proporciona chances ao

leitor de descobrir qual o tipo de texto ele mais se identifica.

Page 33: Monografia Luciana Pedagogia 2012

42

4.2.3Tipos de livros (textos) utilizados pelos professores para desenvolver nos

alunos o gosto pela leitura...

Ao investigar quais os textos mais utilizados pelos professores da escola José

Barreto Filho, para desenvolver a leitura dos alunos, ficou evidenciado que:

(P1) Trabalho com literatura infantil, contas de água e luz. Leitura de imagens, músicas, poemas, textos ilustrativos.

(P2) Livros literários da escola, trazidos por eles, jornal, cartazes publicitários.

(P3) livros de poema, livros de receitas: bolo, saladas, chás, comidas, historinhas infantis, trava-língua, músicas, notícias e acontecimento...

(P5) Vários gênero textuais, como: fábulas, textos jornalísticos, textos instrucionais, diários, cartas poesias, bilhetes, cordel, charges, textos enigmáticos, contas, lendas, textos não verbal etc.

(P6) Histórias infantis, gibis, histórias em quadrinhos e jornais.

(P10) Utilizo livros de poesia, literatura infantil, bula de remédio, livros de receitas, jornais, revistas e a bíblia.

É notório que ao serem questionado sobre os tipos de textos mais utilizados

em sala de aula, fica evidente que os professores utilizam uma diversidade de

textos, para trabalhar a leitura com seus alunos, que vai desde a literatura infantil,

poema, gibis, receitas, a bíblia, poesias, jornal etc. Só assim com uma diversidade

de textos, os alunos poderão identificar-se com alguns e despertarem a curiosidade

em ler aqueles que mais lhe chamaram atenção. Segundo Machado (1998):

As crianças precisam ouvir histórias de diferentes gêneros e autores. Precisam ainda observar e distinguir revistas, jornais, histórias em quadrinhos; ver e ouvir telejornais e noticiários radiofônicos; contar e dramatizar histórias; observar que o livro tem autor, ilustrador, título, folhas, páginas, cores e letras; relacionar objetos de sua vivência. (p.38).

Sabemos o quanto a leitura é importante para a nossa vida, reconhecemos que

ela está presente a todo o momento, em diversas maneiras sem mesmo

percebermos. E o professor é o responsável por levar até a sala de aula, diferentes

tipos de textos, gênero e autores, que possibilitem aos alunos conhecer diferentes

Page 34: Monografia Luciana Pedagogia 2012

43

leituras, além daquelas oferecias pelo livro didático, e fazer com que o alunado

entenda que a leitura do dia -a –dia, ou seja, a da bula de remédio, da conta de luz,

uma receita etc. São de fundamental importância para praticar a leitura.

Podemos perceber a diversidade de textos que os professores participantes da

pesquisa, dizem usar no decorrer das aulas, para desenvolver a leitura dos alunos.

Reconhecendo, sempre que é de grande importância para o aluno desenvolver o

intelecto em outras áreas. O autor Bamberger (2005) vem confirmar as fala desses

professores, vejamos o que ele nos diz:

Além das cartilhas habituais, devem ser usados, desde o princípio, os textos feitos em casa, na linguagem das crianças (cartilhas pessoais), e textos tirados da vida prática. Assim, as crianças aprendem que a leitura é também essencial para fins práticos: elas lêem instruções de trabalho, sinais de trânsito, proibições, guias de viagem, catálogos de lojas etc. Entretanto, é fundamental que se ofereça grande quantidades de material de leitura capaz de interessar e divertir os alunos, não só aumentando a sua capacidade de leitura, como também introduzindo a um permanente hábito de leitura. (p.28).

Reconhecemos o quanto devemos diversificar os materiais oferecidos para os

alunos, quanto maior a quantidade oferecida, maior será a chance de acerto, quanto

ao gosto do público escolar. Se não gostar de um material, terá outras opções para

escolher, e assim não ficará de fora do mundo da leitura.

4.2.4 A importância de trabalhar a leitura em sala de aula

Nessa categoria, buscamos analisar a importância de trabalhar a leitura em

sala de aula:

(P1) È importante para que o aluno possa criar um gosto pela leitura e ler por prazer.

(P2) Porque inserir o aluno no mundo ao seu redor, fazendo com que o mesmo compreenda a realidade na qual está inserido, e que pra maioria, a escola é o único lugar onde ele encontra este conhecimento já que ele não encontra em casa.

(P3) Lógico. Porque a leitura desenvolve o raciocínio lógico do aluno.

(P5) Aprendizagem sem leitura é impossível. A leitura é a base, se o aluno desenvolver uma boa leitura, conseqüentemente ele terá

Page 35: Monografia Luciana Pedagogia 2012

44

facilidade de interpretar, produzir, e sem dúvida assimilar os conteúdos das diversas áreas do conhecimento.

(P6) Sim porque é onde descobrimos o desenvolvimento do aluno.

(P10) Trabalhar a leitura em sala de aula é muito importante porque o professor pode observar quem já sabe ler, quem precisa melhorar na leitura e o professor pode escolher qual o tipo de leitura mais combina com os alunos.

Observa-se nos discursos apresentados acima, o quanto é importante trabalhar

a leitura em sala de aula. Os professores reconhecem que é na escola, o local onde

descobre o desenvolvimento do aluno, quem já tem uma boa leitura, quem

apresenta mais dificuldade, é nesse local que o aluno deve adquirir gosto pela

leitura, e desenvolver o hábito de ler, não se sentir obrigado em ler pelo professor,

mas ler porque realmente gosta, por prazer. E nessa visão Zilberman (1989) dar a

sua contribuição dizendo:

A importância da escola no processo de formação do leitor deve, indiscutivelmente, ao fato de que nela o aluno adquire a habilitação inicial na prática de leitura. Nesse sentido, possui o compromisso de despertar o gosto de ler e o hábito de leitura. (p.17).

Sabemos o quanto a leitura é importante e indispensável para a nossa

existência, sem conseguir ler é como se fossemos cegos, nossa visão de mundo era

restrita. Já foi discutido anteriormente que o processo de inicialização da leitura,

deve começar em casa, e o professor deve dar continuidade essa atividade na

escola, ele é responsável por explicar algumas regras e fazer cobranças um pouco

mais rígidas, para um melhor desenvolvimento da leitura.

A leitura está presente em todas as áreas do conhecimento, por isso, todos os

professores devem incentivar a ler, para melhor compreender o que esta sendo

estudado. Sem leitura não haverá um avanço intelectual do aluno, a leitura é à base

de todo o conhecimento. É interessante o incentivo a leitura partir da família, para

que o aluno possa adquirir o gosto de ler por prazer e não por necessidade ou

imposição da escola. Até porque, a leitura abre um leque de novos conhecimentos,

as pessoas que detém desse conhecimento sabem interpretar o mundo de forma

mais coerente. Por isso faz se necessário que ela chegue a todas as pessoas,

independente da raça, cor ou classe social.

Page 36: Monografia Luciana Pedagogia 2012

45

4.2.5 As dificuldades encontradas pelos professores para realizar um bom

trabalho, envolvendo a leitura...

Observam-se nas falas dos professores, os empecilhos encontrados por eles

para desenvolver, um bom trabalho com relação à leitura dos alunos.

(P1) Um ambiente favorável.

(P2) A participação dos pais que poderiam dispor em casa de livros que incentivem este gosto e que leiam para mostrar aos filhos a importância desse conhecimento.

(P3) O interesse pelos mesmos e a falta de materiais didáticos e de cursos preparatórios.

Vejamos os empecilhos que os professores apontam que acabam prejudicando

o seu próprio trabalho, e o desenvolvimento da leitura dos alunos. Essas

dificuldades são causadas divido a falta de um ambiente que favoreça na realização

do trabalho, a falta de materiais adequado, e suficiente para que atenda a realidade

dos alunos. Também a falta de interesse do próprio aluno e de compromisso dos

pais com relação à educação dos seus filhos. Tudo isso gera reflexo no

aprendizado, e o aluno é quem acaba sendo prejudicado a todo o momento. Mas

como podemos perceber a ausência de uma biblioteca na escola é um dos motivos

mais citados pelos professores, que dificulta a leitura dos alunos. Analise o que os

professores participantes da pesquisa nos dizem:

(P5) A falta de interesse e estímulo; o descaso da família; uma base alfabética insatisfatória; muitos lêem por obrigação apenas para realizar atividades e avaliações, a ausência de uma biblioteca...

(P6) A falta de uma biblioteca.

(P7) A falta de livros adequados para a idade dos alunos e uma biblioteca.

Como podemos ver os professores, participantes da pesquisa nos mostra, que

realmente a falta de uma biblioteca prejudica a leitura dos alunos, mas outros fatores

também colaboram para esse fracasso. Analise o que Aguiar (2002) nos diz:

Quando atentamos para a leitura, envolvemos toda gama de problemas teóricos e práticos que ela envolve, desde a concepção do termo e seus modos de abordagens até os fatos atinentes à formação do leitor, à circulação do livro à atuação dos medidores, ao

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46

funcionamento das instituições sociais envolvidas, como a família, a escola e a biblioteca, às orientações oficiais decorrentes da política cultural adotada pelo país. (p.120).

Dificuldades sempre existem, e para os professores trabalhar sem materiais de

apoio, e obter bons resultados dos alunos, é uma missão complicada, nesse

momento é importante para a educação, uma parceria entre família, escola e

sociedade, para uma ajudar a outra, e assim adquirir resultados, satisfatório.

Ao analisar esse ponto, percebemos que alguns professores entram em

contradição quando dizem: que uma das dificuldades de leitura é causada devido à

falta de matérias, e ao mesmo tempo eles citam no decorrer da pesquisa, que

utilizam uma diversidade de texto que vai desde as revistas, jornais, conta de luz

entre outros, para trabalhar em sala de aula, provavelmente esse tipo de atividade é

sem objetivo nenhum para ser alcançado, por isso há esse fracasso de leitura tão

grande nessa escola.

4.2.6 O que é necessário para ser um bom leitor?

Vejamos: Os professores nos relata que é necessário para ser um bom leitor.

(P1) Gostar de ler, ler por prazer.

(P2) O gosto pela leitura e uma boa interpretação.

(P3) Ler bastante e participar de atividades e cursos necessários para leitura.

(P5) Ter em mente que a leitura deve ser hábito prazeroso, não uma obrigação; dispor de livros, de diversos gêneros textuais; ter um professor como exemplo de leitor; receber incentivos da família; ter uma biblioteca na escola...

(P8) Primeiramente praticar muito, variando os autores, coletâneas, temos que experimentar diversos cenários para leitura.

(P9) Em primeiro lugar gostar de ler e ter o livro como um amigo de quem se pode às vezes concordar ou discordar.

(P10) Gostar de ler e ter o incentivo dos pais e professores.

Analisando as falas dos professores, reconhecemos, para ser um bom leitor, o

primeiro passo é gostar de ler, para executar essa atividade com prazer, ter como

exemplo de leitor, os próprios professores e a família, ter na escola uma biblioteca

Page 38: Monografia Luciana Pedagogia 2012

47

que ofereça uma diversidade de textos e autores. Como podemos observar

Machado (1998) ele vem reforçando as palavras dos professores, quando ele nos

diz:

... Para se ler é preciso gostar de ler. Se deve ser um hábito, a leitura deve começar a ser sugerida ao indivíduo o mais cedo possível. Por isso, a casa, a família, os pais são os primeiros incentivos à criança: o adulto que pega uma criança no colo e a embala com aquelas cantigas tradicionais, que brinca com o bebê usando as histórias, adivinhações, rimas e expressões de nosso folclore, que folheia uma revista ou um livro buscando as figuras conhecidas e pergunta o nome delas, está colaborando e muito! Para uma atitude positiva diante da leitura. Os pais que lêem, aqueles que já têm eles mesmos o hábito de leitura desenvolvido, pode estar tranqüilos quanto ao fato de que seus filhos serão bons leitores. (p.11).

Reconhecemos que a leitura é muito importante para todas as pessoas, por

isso ela deve ser desenvolvida o mais cedo possível, antes mesmo da criança

chegar à escola. Para quando o professor cobrar uma leitura ela possa desenvolver

de forma prazerosa, que os professores possam escolher textos atrativos, que

despertem o prazer em ler, que os alunos não leiam por obrigação, para não adquirir

aversão pela leitura.

O trabalho de incentivo a leitura, faz-se necessário ter uma parceria entre a

escola e a família, dessa forma tornará mais fácil de desenvolver o hábito de ler. É

bom ficar claro, que ler um livro de vez em quando, isso ainda não é considerado

hábito de leitura. Sabemos que diversos valores adquirir através dos livros e da

leitura, mas esses novos conhecimentos e valores serão acessíveis, a quem tiver

dominado realmente as habilidades da leitura. Como diz o P9 “temos de ter o livro

como amigo que se pode às vezes concordar ou discorda.”

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O TCC (Trabalho de Conclusão de curso) é de grande importância na vida de

um acadêmico, esse trabalho nos possibilita viver momentos únicos e enriquecedor

para a nossa formação. Dar-nos oportunidade de escolher um tema para realizar

uma pesquisa e concluir o nosso curso.

Optamos por trabalhar sobre: As dificuldades de leitura, nas Séries iniciais do

Ensino Fundamental. Descobrimos nos aportes teóricos, que as crianças têm os

primeiros contatos com o mundo da leitura, antes mesmo de ir à escola, e o

incentivo dos pais é fundamental para o desenvolvimento dos filhos, os pais

deveriam estar constantemente lendo para os filhos adquirirem o hábito de ler.

Percebemos no decorrer desse trabalho que a leitura é indispensável a todas as

pessoas.

De acordo os objetivos dessa pesquisa, que buscava: Identificar e

compreender quais as dificuldades de leitura dos alunos da Escola José Barreto

Filho. Acreditamos que a metodologia utilizada atendeu aos objetivos da pesquisa.

Descobrimos que a falta de uma biblioteca, prejudicam a leitura dos alunos, sem

biblioteca, não teremos livros suficientes para os alunos utilizarem, a ausência de

participação dos pais, para incentivar nas atividades da escola, a falta de materiais

adequados a realidade dos alunos, são fatores que acabam prejudicando o

desenvolvimento da leitura dos alunos da escola José Barreto Filho.

Para que haja uma melhora no mundo da leitura, é necessário investimento

nas escolas por parte do governo, com materiais suficientes e adequados para os

alunos, construção de uma biblioteca com acervos atrativos. A colaboração dos pais

com o grupo escolar, e muito esforço e vontade de crescer intelectualmente por

parte dos alunos.

Esse trabalho nos revelou algumas surpresas no mundo da leitura, e lançou um

desafio, de fazer grandes reflexões sobre o poder desse campo, na vida do ser

humano. O mesmo deixou claro para nós, que é indispensável em qualquer

momento da nossa vida. Como nos diz Bamberger (2005):

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49

...Todas as autoridades do Estado, da comunidade e da escola, todos os professores, pais e pedagogos precisam estar convencidos da importância da leitura e dos livros para a vida individual, social e cultural, se quiserem contribuir para melhorar a situação. Essa mesma convicção deve ser então transmitida aos que estão aprendendo a ler de modo apropriado à fase do seu desenvolvimento. (p.9).

Se as gerações mais experientes, se convencerem do valor e das

oportunidades, que a leitura trás, para a vida, de quem a ela tem acesso, ficará mais

fácil de convencer as gerações mais jovens, do poder transformador, que a leitura é

capaz de causar. Por isso, é necessário no mundo da leitura, ter exemplos

marcantes de leitores, para que os iniciantes desse processo possam seguir.

Page 41: Monografia Luciana Pedagogia 2012

50

REFERÊNCIAS

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Page 44: Monografia Luciana Pedagogia 2012

53

APÊNDICES

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UNEB: Universidade do Estado da Bahia- Campus VII

Dezembro de 20011

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Este questionário é destinado aos docentes da Escola: José Barreto Filho. Os dados

aqui fornecidos. Só serão utilizados em trabalhos de pesquisa acadêmica. A autora

se compromete a não repassar informações a qualquer título. Por favor, queira

dispor de alguns minutos pra responder as questões sobre o processo de leitura

apresentado por seus alunos.

QUESTIONÁRIO I

1. Sexo:

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade:

( ) 25 a 27 anos

( ) 28 a 30 anos

( ) 31 a 33 anos

( ) 34 a 36 anos

( ) 37 a 40 anos

3. Estado civil:

( ) Casada ( ) Solteira ( ) Viúva

4. Como você se considera:

( ) Branco

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( ) Negro

( ) Pardo

( ) Mulato

5. Como professora qual sua faixa salarial?

( ) Um salário mínimo

( ) Dois salário mínimo

( ) Três salário mínimo

( ) Quatro salário mínimo

( ) Cinco salário mínimo ou mais.

6. Qual seu nível de escolaridade:

( ) Nível médio completo;

( ) Nível superior incompleto;

( ) Nível superior completo;

( ) Pós Graduação incompleta;

( ) pós Graduação completa.

7. Há quantos anos você leciona?

( ) de 1 a 2 anos;

( ) de 3 a 4 anos;

( ) de 5 a 6 anos;

( ) de 7 a 8 anos;

( ) Acima de 9 anos.

8. A escola disponibiliza de biblioteca?

( ) Sim ( ) Não

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56

9. Quantas vezes você trabalha a leitura em sala de aula?

( ) Todos os dias;

( ) Uma vez por semana;

( ) De quinze em quinze dias;

( ) Somente nas aulas de Redação ou Português;

10. Seus alunos apresentam dificuldades com relação à leitura?

( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns

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QUESTIONÁRIO II

1. O que você entende por leitura?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2. Como você trabalha a leitura com seus alunos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3. Você professor, utiliza além do livro didático, quais outros livros (texto) para

desenvolver em seus alunos o gosto pela leitura?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4. Em sua opinião, trabalhar a leitura em sala de aula é importante por quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5. Quais as dificuldades que vocês encontram para realizar um bom trabalho, para

melhorar a leitura de seus alunos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6. A escola tem materiais suficientes para despertar nos alunos o prazer de ler?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7. O que é necessário para ser um bom leitor?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigada pela sua colaboração!