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Pedagogia 2012
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INTRODUÇÃO
Essa pesquisa propõe identificar como os professores da Escola José Barreto
Filho, localizada na cidade de Campo Formoso-BA, vêem o processo de
desenvolvimento e aprendizagem da leitura dos seus próprios alunos. Tem como
título: Identificando e Compreendendo as Dificuldades de Leitura dos Alunos das
Séries Iniciais do Ensino Fundamental, da Escola José Barreto Filho. O que nos
motivou a escolha desse tema foi ter realizado no decorrer do curso de pedagogia,
projetos e estágio com essa temática, com alunos das Séries Iniciais.
Essa pesquisa tem como relevância as contribuições que a mesma poderá
trazer para compreender as principais dificuldades no processo de leitura, dar-nos
oportunidade de conhecer experiências de como os professores trabalham a
questão da leitura com seus alunos. Acreditamos que a reflexão em torno desse
assunto possibilite, uma maior compreensão sobre a importância do ato de ler.
Levando em conta que a leitura é indispensável a todos os conteúdos trabalhados
na escola, ela proporciona a quem tem acesso, um leque de desenvolvimento e
compreensão de tudo que está ao seu redor.
O primeiro capítulo é composto pelas inquietações que motivaram essa
pesquisa, que tem como objetivos: Identificar e compreende as dificuldades de
leitura dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental.
No segundo capítulo, apresentamos os aportes teóricos onde enfatizamos uma
discussão sobre: Leitura, Professor e a prática pedagógica, O papel da escola no
processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, e compreensão leitora.
Dialogamos com autores que fazem reflexão sobre os temas abordados, tais como:
Martins (2004) que na sua obra vem expor conceitos sobre leitura, Lajolo (1993)
também vem falando sobre a leitura e sua importância. Kleiman (2004) mostra as
estratégias de leitura, que é fundamental para um bom desenvolvimento no ato de
ler, Gadotti (2007) e Silva (1997) traz reflexões sobre professor e a escola, Machado
(1998) vem nos falar sobre a leitura na nossa vida, Solé (1998) nos mostra a
importância da compreensão leitora.
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No terceiro capítulo, amparado em autores, como: Demo (1993), Ludke e
André (1986), Goldenberg (2000), Cervo (1983), Andrade (1994), buscamos utilizar
a metodologia adequada ao tipo de trabalho proposto, expomos o tipo de pesquisa,
o instrumento de pesquisa da coleta de dados, o lócus, que foi a Escola José
Barreto Filho, os sujeitos da pesquisa que foram: os professores da instituição citada
anteriormente.
No quarto capítulo, apresentamos a análise e interpretação dos resultados,
utilizando o questionário fechado para traçar o perfil dos professores, e um
questionário aberto no intuito de tentar descobrir se realmente na escola José
Barreto Filho, há Dificuldades no Processo de Aprendizagem da Leitura dos Alunos
nas séries Iniciais do Ensino Fundamental, e compreender quais os motivos que
causam essas dificuldades.
Nas considerações finais, tentaremos revelar as dificuldades no processo de
aprendizagem da leitura nas séries iniciais do ensino fundamental, e compreender
os motivos causadores dessas dificuldades. Esperamos que essa pesquisa sirva
como subsídio para outras pesquisas na mesma área.
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CAPÍTULO I
PROBLEMÁTICA
1. OS CAMINHOS PARA CHEGAR AO PROBLEMA...
A leitura nos mostra novos horizontes, nos proporciona novos conhecimentos e
amplia nossa visão de mundo. Ela se introduz na nossa vida ainda quando somos
pequenos, e nos acompanha durante toda nossa existência, ela não cessa no final
da escola, isso nos mostra a sua importância. Sem ela, não tem como haver uma
boa compreensão dos assuntos discutido no mundo que nos cerca.
O ato de ler, sempre foi privilegio das pessoas que gozavam de boas condições
sociais. As pessoas que tinha proficiência na leitura exerciam uma ação dominante
sobre todo o resto da população. Sendo utilizada como instrumento para
apropriação do poder em relação às classes populares. Silva (1997) contribui
dizendo:
A ação da leitura é um ato de libertação, é uma atividade provocadora de consciência dos fatos sociais de um povo, então é de total interesse do poder dominante que as condições de aprendizagem e produção da leitura sejam empobrecidas ao máximo. (p.63)
Tudo mencionado acima gera reflexo no desenvolvimento dos alunos da
maioria das escolas públicas, como nos mostra os resultados do IDEB (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica). Site: www.inep “vem nos mostrar, que o
IDEB foi criado pelo INEP em 2007 em escala de zero a dez, sua forma de avaliação
é feita através do fluxo escolar e média de desempenho nas avaliações”. Sabemos
que o IDEB do nosso país é baixo comparado aos países do ocidente. O sonho do
Brasil é alcançar em 2022, ano do bicentenário da Independência a nota 6,0 nas
avaliações.
Tratando-se de Bahia, a questão é mais complicada, a educação fica abaixo da
meta nacional do IDEB, O município baiano de Apuarema (a 353 km de Salvador),
no sul do estado, teve a pior avaliação no Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB) dos 5.404 municípios analisados em 2009. Mas a Bahia ainda tem
cinco outros municípios na lista das dez cidades com piores médias. Como nos
13
mostra o site: www.inep “São eles Pedro Alexandre (2,0), Nilo Peçanha (2,1),
Manoel Vitorino (2,1), Dario Meira (2,2) e Pilão Arcado (2,2). O estado da Bahia
infelizmente não tem nenhum município na lista das dez melhores notas”.
Também a nossa cidade, Campo Formoso, fica com nota baixa no IDEB, cujo
resultado no ano de 2009, publicado no site: www.inep “foi à seguinte nota (3.2). Os
testes são feitos em alunos da 4ª e 8ª série, o rendimento mais baixo do município
de Campo Formoso, foi de 2,1 da Escola Municipal Manoel Ricardo de Almeida”. A
escola José Barreto Filho na qual estou realizando a pesquisa para TCC, em 2011
foi o primeiro ano a participar do IDEB.
Diante desta discussão, temos conhecimento que no Brasil existe uma grande
deficiência relacionada à educação, em especial à leitura, por motivos culturais,
econômicos, assim, ela ainda é privilégio de uma minoria, não porque essa maioria
seja desinteressada, mas pelas oportunidades restritas. Lajolo (1993) vem nos dizer:
Por desencadear um processo de democratização do saber e maior acesso aos bens culturais, a escola é um elemento de transformação que não pode ser negligenciado. E este fator relaciona-se especialmente com a leitura, o que pode ser comprovado, num primeiro momento, a partir das distintas políticas de alfabetização que caracterizam os países do Terceiro Mundo. (p.15).
A leitura constitui-se em um poderoso instrumento no processo de transmissão
do conhecimento, é através dela que esse processo acontece de forma mais
satisfatória e eficiente, já que a humanidade poderia até ter continuado a viver sem a
leitura, mas foi com o seu surgimento que o homem construiu sua cultura e pode
passar seu conhecimento às futuras gerações como diz: Machado (1998):
O homem poderia viver sem ela e, durante séculos, foi isso mesmo que aconteceu. No entanto, depois que os sons foram transformados em sinais gráficos, a humanidade, sem dúvida, enriqueceu-se culturalmente. Surgiu a possibilidade de guardar o conhecimento adquirido e transmiti-lo às novas gerações. (p. 10).
Ler é uma prática básica essencial para aprender. Nada, equipamento algum
substitui a leitura. O sujeito adquire, dessa maneira, habilidades, capacidades de
reflexão e outra visão de mundo. A aprendizagem da leitura é fundamental, para a
integração do individuo no seu contexto sócio – econômico e cultural. O ato de ler
abre novas perspectiva à criança, permitindo posicionar-se criticamente diante da
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realidade. Freire (1982, p.9) afirma que “a compreensão do texto a ser alcançada
por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto”.
Ler é complexo, não significa só memorizar, repetir as idéias do texto, mas é
um processo de descobertas e conclusões. A leitura possibilita a aquisição de
diferentes pontos de vista e alargamento de experiências, parece ser o meio de
desenvolver a originalidade, e autenticidade. Para Solé (1998):
Ler é muito mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas. Ler é, sobretudo uma atividade voluntária e prazerosa, e quando ensinamos a ler devemos levar isso em conta. As crianças e os professores devem estar motivados para aprender e ensinar a ler. (p.90).
A leitura como principal meio de conhecimento do indivíduo, ajuda-o a
desenvolver seu raciocínio lógico, exercita sua inteligência integrando-se com o
mundo que nos cerca, trazendo-lhe benefícios na sua vida cotidiana, tornando-o
capacitado para resolver assuntos das mais diversificadas situações, desde que os
mesmos aprendam sobre a importância da leitura, que por conseqüência se tornam
pessoas formadoras de opiniões. Porém, para que possamos ter cada vez mais,
pessoas críticas e atuantes em nossa sociedade, devemos estimular cada vez mais
as crianças, fazendo com que sintam curiosidade e principalmente vontade de
querer descobrir novos caminhos dentro do mundo da leitura.
Desde muito pequenas, as crianças constroem conhecimentos relevantes
sobre a leitura e a escrita. O ensino inicial da leitura deve garantir a interação
significativa e funcional da criança com a língua escrita. O interesse pela leitura
nasce em diversos momentos, isso depende muito do entusiasmo do professor. É
interessante que os textos escritos estejam presentes nas salas de aula, nos livros,
cartazes, que anunciam determinadas atividades, acontecimentos, e que os adultos
possam desenvolver na frente das crianças, atividades de escritas, dessa forma as
mesmas se motivam a aprender. É de fundamental importância que o aluno possa
vê o próprio professor lendo, ao mesmo tempo, que exige do aluno alguma leitura, é
difícil que alguém que não sinta prazer com a leitura, consiga transmiti-lo aos
demais. De acordo com Solé (1998):
O uso significativo da leitura e da escrita na escola também é muito motivador e contribui para incitar a criança a aprender a ler e
15
escrever. Em algumas ocasiões, quando se fala de contexto motivador, referimos prioritariamente à existência de materiais e livros adequados. Em minha opinião, a riqueza de recursos sempre deve ser bem recebida, porém me parece o que mais motiva as crianças a ler e a escrever é ver os adultos que tenham importância para elas lendo ou escrevendo. (p.62-63).
Na pratica o interessante é aprender, através dos exemplos das outras
pessoas, por isso é interessante que esses bons exemplos, comecem na família, na
escola, com os próprios professores, porque eles são os maiores incentivadores, por
passarem um maior tempo com as crianças e jovens, na fase de maior
desenvolvimento escolar.
Bordini (1993.p.27). ”ler é imergir num universo imaginário, gratuito, mas
organizado, carregado de pistas as quais o leitor vai assumir o compromisso de
seguir, se quiser levar sua leitura, isto é, seu jogo literário a termo”. Essa pesquisa
nos dará oportunidade de conhecer as respostas para tantas inquietações, que são
inúmeras. Dar-nos vontade de instigar esse mundo da leitura tão fascinante. Essa
pesquisa nos proporciona formas de descobrir esses mistérios que a leitura traz.
Será se os alunos da escola José Barreto, têm realmente dificuldades de
aprendizagem no processo de leitura? Quais os fatores que geram essas
dificuldades? Como os professores poderão sanar essas dificuldades? Os
professores estão preparados para junto aos alunos resolver essas dificuldades?
Apresentamos por isso a nossa questão de pesquisa: Quais as causas que
geram dificuldades de aprendizagem da leitura dos alunos da escola José Barreto
Filho? Delimitamos assim os nossos objetivos: Identificar e compreender as
dificuldades no processo de leitura dos alunos.
A relevância dessa pesquisa consiste, em descobrir os motivos que geram
dificuldades de aprendizagem da leitura, e compreender essas causas. Levando em
conta, que a leitura é a ponte para a assimilação de todos os conteúdos trabalhados
na escola, se a leitura vai mal, não tem como haver um bom desenvolvimento
escolar.
16
CAPÍTULO II
2. QUADRO TEÓRICO
Após a abordagem da problemática objetivamos identificar e compreender as
dificuldades que envolvem o processo de aprendizagem da leitura dos alunos, da
Escola José Barreto Filho. Para melhor entendermos apresentamos os seguintes
conceitos chaves: 2.1. Leitura. 2.1.2. Estratégias de leitura 2.2. Professor e a prática
pedagógica. 2.3. O papel da escola no processo de aprendizagem e
desenvolvimento da leitura. 2.4. Compreensão leitora. Assim, iniciamos refletindo
sobe o seguinte conceito chave:
2.1. LEITURA
A leitura acompanha a população desde muito tempo. Têm-se registros que “a
história do leitor principiou na Europa aproximadamente no século XVIII e XIX”.
(Lajolo e Zilberman 1996, p.14). Sem a leitura não tem como haver grandes
evoluções, por isso ela começou a se expandir no meio da população urbana. E com
a chegada do livro aconteceu um grande desenvolvimento, a clientela começa a
adquirir livros. Vejamos o que diz Zilberman (1996) sobre o inicio da leitura.
Se não podemos escrever a biografia do leitor temos condições de narrar sua história, que começou com a expansão da imprensa e desenvolveu-se graças à ampliação do mercado do livro, à difusão da escola, à alfabetização em massa das populações urbanas, à valorização da família e da privacidade doméstica e à emergência da idéia de lazer. (p.14).
Sabemos o quanto a leitura é importante, por isso após sua descoberta as
pessoas não poderiam mais ficar sem ela, as escolas começaram a expandir pelas
cidades, aumentou o número de pessoas alfabetizada, o livro começou a ser
comercializado, surgiram então às bibliotecas valorizando a leitura, e dando
oportunidades as pessoas terem acesso ao mundo letrado.
A evolução no mundo do livro deu-se graças ao crescimento por parte de
pessoas que dominava a habilidade de ler, em decorrência do funcionamento das
escolas. É através da educação que acontece às grandes mudanças, o processo de
17
leitura, apresenta-se como uma atividade que possibilita a participação do homem
na vida em sociedade.
Após o surgimento da leitura muitas mudanças na sociedade aconteceram, às
pessoas passam a ver e interpretar o mundo de forma diferente daquela, que viviam
antes do mundo da leitura. Nos dias de hoje, é mais fácil o contato com a leitura,
devido ao fato de ter escolas para todas as classes sociais.
Ao desenvolver uma pesquisa cujo tema é leitura, torna-se necessário então,
mostrar a opinião de alguns autores sobre o conceito de leitura. Que é uma atividade
essencial da escola, que deseja uma formação efetiva para seus educandos.
Vejamos o que nos diz Martins (2004):
A leitura vai, portanto, além do texto (seja ela qual for) e começa antes do contato com ele. O leitor assume um papel atuante, deixa de ser um mero decodificador ou receptor passivo. E o contexto geral em que ele atua, as pessoas com quem convivem passam a ter influência apreciável em seu desempenho na leitura. Isso por que o “dar sentido a um texto” implica sempre levar em conta a situação deste texto e de seu leitor. (p.32).
A leitura necessita então ter um sentido para quem está lendo, e um objetivo
proposto para ser alcançado. Ela é vista de forma ampla, vai além do que lê, não é
apenas decifrar os símbolos. Ler é muito abrangente é o momento de novas
descobertas, é necessário compreender o que está lendo, para que a leitura tenha
um sentido. Para Lajolo (1993):
Ler não é então apenas decodificar palavras, mas converter-se num processo compreensivo que deve chegar às idéias centrais, às inferências, às descobertas dos pormenores, às conclusões. Do ponto de vista mecânico, os documentos salientam os aspectos fluências, ritmo, velocidade, entonação, Tibre de voz, pronúncia, como relevantes para a consecução da leitura. Os autores referem, ainda, a leitura como meio de lazer e informação. (p.26-27).
Cada autor interpreta a leitura de forma diferente, mais o que ela proporciona
as pessoas que dominam, é muito fascinante, ela faz o público viajar sem sair do
lugar, ou seja, viajar pelo imaginário. Vejamos o conceito de leitura que Silva (1997)
nos traz:
“Ler é um ato libertador. Quanto maior vontade de consciente de liberdade, maior índice de leitura. Um dos efeitos da leitura é o
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aprimoramento da linguagem, da expressão, nos níveis individual e coletivo. (p.94).
Uns dos instrumentos fundamentais para a democracia é a leitura, ela é
importante para todos nós, ao ler e compreender, estamos adquirindo novos
conhecimentos, dessa forma ampliamos nossa visão de mundo e adquirimos novas
bagagens.
2.1.2 Estratégias de leitura
Quando falamos de estratégias de leitura, estamos nos referindo como abordar
um texto. As estratégias são de fundamental importância para a compreensão do
que lemos, através delas o leitor pode relembrar o que de importante ele marcou. Se
o leitor ao manipular o texto para realizar a leitura ele sublinha ou apenas folheia, se
passa os olhos rapidamente e espera outra atividade começar para relê. As
estratégias do leitor são classificadas em: Estratégias Metacognitivas e Estratégias
Cognitivas: que segundo Kleiman (2004):
Estratégias Metacognitivas seriam aquelas operações (não regras), realizadas com algum objetivo em mente, sobre as quais temos controle consciente, no sentido de sermos capazes de dizer que as estratégias metacognitivas da leitura são primeiro, auto avaliar constantemente a própria compreensão, e segundo, determinar um objetivo para a leitura, devemos entender que o leitor que tem controle consciente sobre essas duas operações saberá dizer quando ele não está entendendo um texto e saberá dizer para que ele esteja lendo um texto. (p.50).
Como podemos perceber existem algumas estratégias, que não possuem
regras definitivas, somente um objetivo proposto para ser alcançado. Vejamos a
definição da estratégia cognitiva citada por Kleiman (2004):
As estratégias cognitivas da leitura seriam aquelas operações inconscientes do leitor, no sentido de não ter chegado ainda ao nível consciente, que ele realiza, para atingir algum objetivo de leitura. Por exemplo, o fatiamento sintático é uma operação necessária para a leitura, que o leitor realiza, ou não, rápida ou cuidadosamente, isto é de diversas maneiras, dependendo das necessidades momentâneas, e que provavelmente não poderá descrever. (p.50).
Na maioria das vezes nem conhecemos as estratégias citadas por Kleiman
(2004), utilizamos no nosso dia -a- dia sem percebermos, mas reconhecemos que
as estratégias de leitura são de fundamental importância para a compreensão dos
19
textos lidos. Por tanto, vale ressaltar que as estratégias, devem estar presentes ao
longo de toda atividade, antes, durante e depois da leitura. E que os objetivos dessa
leitura, sejam bem claros na mente do leitor, dessa forma vai facilitar a compreensão
do texto.
É necessário que o professor utilize estratégias, para a compreensão dos
textos lidos, porque dessa maneira teremos leitores autônomos. Autores apontam
algumas estratégias, como é o caso, do próprio professor ser o maior exemplo de
leitor, ler em sala de aula, em voz alta. Outro tipo é o professor formular perguntas
sobre o conteúdo do texto, fazer leitura silenciosa, compartilhada, resumos.
Segundo Solé (1998):
É necessário ensinar uma série de estratégias que podem contribuir para a compreensão leitora e propõem um ensino de progressão ao longo de três etapas. Na primeira, ou na etapa modelo, o professor serve de modelo para seus alunos mediante sua própria leitura: lê em voz alta para verbalizar e comentar os processos que lhe permitam compreender o texto. A segunda etapa e a de participação do aluno. Na mesma se pretende, de forma mais dirigida pelo professor, formulando perguntas que surgiram uma hipótese bastante determinada sobre o conteúdo do texto e por último, vem à leitura silenciosa na qual os alunos realizam sozinhos as atividades que, nas fases anteriores efetuaram com a ajuda do professor. (p.76-77).
Temos várias estratégias para facilitar a leitura dos textos, sabemos também
que existem múltiplas tipologias textuais, por isso se faz necessário, que a leitura na
escola, não se limite a um ou dois tipos de textos, e cabe ao professor buscar,
diversas maneiras, para que os alunos possam compreender os textos lidos.
A leitura através da contação de histórias é muito importante, é um dos
primeiros passos para que a criança crie curiosidade sobre o desfecho do texto,
sinta-se motivado em querer ler ou ouvir a história com bastante atenção, saber o
que vai acontecer sentir-se personagem da mesma, viajar no fascinante mundo da
literatura. Além de ser uma estratégia, que o professor deve utilizar para despertar o
interesse dos alunos pelos livros, é também um elemento incentivador para que o
aluno possa buscar a leitura, e que ela seja fonte de prazer.
2.2 PROFESSOR E A PRÁTICA PEDAGOGICA
20
Reconhecemos o professor, como um mestre de extrema importância no
desenvolvimento dos processos educativos. Ele é capaz de transformar e
desmistificar conhecimentos prévios, é uma profissão importante, na sua maioria as
demais dependem dela. O sonho de mudança de uma sociedade consolida com a
presença do professor. A educação é o primeiro passo para a transformação social.
A escola junto ao docente constrói cidadãos críticos, atuantes e reflexivos. Educar é
uma tarefa árdua, é necessário ter paixão, a mesma exige desse profissional muito
tempo e dedicação. Segundo Gadotti (2007):
Educar é sempre impregnar de sentido todos os atos da nossa vida cotidiana. É entender e transformar o mundo e a si mesmo. Compartilhar o mundo: compartilhar mais do que conhecimentos, idéias... Compartilhar o coração. Numa sociedade violenta como a nossa é preciso educar para o entendimento. Educar é também desequilibrar, duvidar, suspeitar, lutar, tomar partido, estar presente no mundo. Educar é posicionar-se, não se omitir. (p.42).
Ser professor é uma profissão muito exigente de extrema responsabilidade,
cabe a esse mestre o que ensinar e como ensinar, trabalhar com seres humanos é
muito complexo, cada um tem seu jeito, sua forma de aprender, e seu tempo. Essa
profissão requer inovações, muita criatividade, para que os alunos possam
compreender o que está sendo estudados, por isso os professores passam horas e
horas, revendo métodos, criando estratégias para inovar as práticas pedagógicas e
facilitar o aprendizado de seus alunos. Algumas vezes essa profissão é angustiante
pela exigência que requer desse profissional. Para Gadotti (2007):
Ser professor hoje nem é mais difícil nem mais fácil do que era décadas atrás. É diferente, diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre, diante de constantes mudanças, seu papel vem mudando senão na essencial tarefa de educar, de ensinar. (p.63-64).
O docente é o agente transformador dos conhecimentos, ele é quem ensina as
ciências e ajuda a decifrar os símbolos, interpretar o que esta nos livros. Não se
pode imaginar a sociedade sem o educador. Ele é quem auxilia as crianças e
adolescentes nos seus respectivos processos de construção de conhecimentos. É
importante que vejamos o trabalho do professor como mediação, que possibilita a
compreensão dos conteúdos por eles trabalhados.
21
Sabendo da grande importância do professor para o processo de mediação da
leitura, ele cria e utiliza estratégias para um melhor entendimento dos textos lidos
pelos alunos. Reconhecendo que a leitura é a base para a compreensão de tudo
que é trabalhado na escola. No contexto das escolas, nos deparamos com
empecilhos, que impedem o professor de realizar um bom trabalho, isso acaba
dificultando o desenvolvimento dos alunos, vejamos o que diz Silva (1997):
Nesses termos, faltam bibliotecas, faltam livros para o povo, falta à atualização dos acervos, falta mercado de trabalho aos nossos bibliotecários, faltam salários condignos, falta de respeito e reconhecimento profissional, falta de união de classe, falta o hábito de leitura, faltam lugares nas bibliotecas existentes. (P.102).
Falta-se materiais na área da leitura, para o professor utilizar com seus alunos,
não tem como ocorrer um bom desenvolvimento da mesma, por isso, para sanar
todos esses problemas tem de acontecer uma parceria entre, os profissionais da
educação, os pais, e a sociedade em geral, com a união de todos pode acontecer
melhorias educacionais, em especial, no desenvolvimento da leitura, esse é um
trabalho longo e um pouco difícil, para ser realizado.
2.3 O PAPEL DA ESCOLA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E
DESENVOLVIMENTO DA LEITURA
O primeiro contato de toda criança com a escola começa na educação infantil,
que é o alicerce na formação de todo individuo, os professores nesse período devem
ser bem preparados para instruir seus alunos, e o ensino fundamental é a
continuação dos primeiros anos escolares, é o momento de aprendizado das
primeiras letras dos pequenos textos e das continhas.
O emprego do livro na escola, o principal suporte de aprendizagem das
primeiras letras, passou por diversas transformações ao longo da história da
educação no Brasil. A instituição escola diferencia-se da família das demais
instituições sociais, por realizar um trabalho educacional planejado e organizado
sobre bases científicas.
Um dos múltiplos desafios a ser enfrentados pela escola é o de fazer com que
os alunos aprendam a ler corretamente. Isso é lógico, a aquisição da leitura é
22
imprescindível para agir com autonomia na sociedade letrada, ela provoca uma
desvantagem profunda nas pessoas que não conseguiram realizá-la. Segundo Solé
(1998, p.34) “A leitura e a escrita aparecem como objetivos prioritários da Educação
Fundamental. Espera-se que no final dessa etapa, os alunos possam ler textos
adequados para sua idade de forma autônoma”.
A escola é o lugar, onde o caminho para a leitura deve ser aberto, por isso tem
a obrigação em desenvolver uma leitura de qualidade, dando oportunidades para
que sua tarefa se cumpra de modo global, transformando então o indivíduo
habilitado em um leitor, e o professor é o principal articulador para que a mesma
aconteça com sucesso. Bordini (1993) relata:
Para que a escola possa produzir um ensino eficaz da leitura, obra literária deve cumprir certos requisito como: dispor de uma biblioteca bem aparelhada, na área da literatura, com bibliotecário que promovam o livro literário, professores leitores com uma boa fundamentação teórica e metodológica, programas de ensino que valorizem a literatura, e, sobretudo, uma interação democrática e simétrica entre alunado e professor. Se isso não ocorrer, valem as palavras de Ezequiel Theodoro da Silva. “os objetos da leitura, principalmente o livro, passam por um processo de obscurecimento intelectual”. (p.17).
A escola deve ser bem estruturada para incentivar a leitura dos alunos, no
entanto, essa leitura só terá êxito, na medida em que se volta para a realidade e às
necessidades das crianças e jovens.
É na infância que os indivíduos constroem seus hábitos e gosto pela leitura, daí
a importância de fazer com que os livros estejam presentes nas brincadeiras e nas
atividades cotidianas dessas crianças, se não tiverem acesso aos livros antes da
idade escolar, podem acabar encarando a leitura como mera atividade escolar,
abandonando-a após deixarem a escola como nos afirma: Machado (1998):
Se o trabalho escolar é difícil e pouco compensador, a criança pode adquirir aversão pela leitura e abandona – lá completamente quando deixar a escola. É conveniente então que o livro entre para a vida da criança antes da idade escolar e passe a fazer parte de seus brinquedos e atividades cotidianas. (p.7).
No entanto por motivos diversos, grande parte da população brasileira não lê,
isso gera graves problemas, apenas os pais que lêem que desenvolveram o hábito
23
da leitura, tenham condições de estimular seus filhos a serem bons leitores, o que
torna a escola o único local possível embora não o ideal para desenvolver nas
crianças e jovens o hábito da leitura.
Por isso é de fundamental importância, que os professores, comecem a
trabalhar com histórias infantis, onde possam mexer com o imaginário de cada
criança, que elas possam se sentir personagens dessas histórias e adquirir gosto
pela leitura, que essa atividade sejam fontes de prazer. É interessante o incentivo
dos livros infantis, onde cada criança possa criar sua própria fantasia, se
posicionando como um dos personagens da história e despertar para a mesma.
Machado (1998) nos diz:
... As histórias favoritas de crianças de diversas idades refletem os conflitos emocionais e as fantasias particulares, que elas experimentam em diversos momentos da vida. Lendo a criança se identifica com esta ou aquela personagem, numa situação semelhante a alguma já vivida, e isto pode ajudá-la a resolver seus problemas. (p11).
A criança que tem o hábito de leitura terá também o hábito de criar estórias,
onde ela possa viajar no mundo da imaginação, se posicionando como o principal
personagem, expressa seus medos, anseios, carências e emoções. A leitura por sua
vez, quando abstraída com intensidade, traz para dentro de cada um, emoções
diferenciadas. Se na infância o aluno adquirir hábitos de ler, através das historinhas,
cada dia ele vai aperfeiçoando sua leitura com diferentes textos, para que isso
aconteça, deverá existir uma parceria entre a escola e os pais.
2.4 COMPREENSÃO LEITORA
A compreensão leitora é de fundamental importância, à medida que você
entende o que está lendo, você constrói novos conhecimentos. Mas essa
compreensão depende da motivação, expectativa e dos conhecimentos prévios do
leitor.
Não podemos falar em compreender determinado texto, sem frisar um pouco, a
importância dos conhecimentos prévios, que ajudam no entendimento dos textos
lidos. É importante valorizar as bagagens que as pessoas têm, elas servem para
ajudar adquirir novos conhecimentos, a partir de diversos textos.
24
A compreensão de um determinado texto depende dos objetivos propostos e
das estratégias criadas pelo leitor, bem como, estabelecer relações entre alguma
coisa e o que está lendo. Se não ocorrer a compreensão do que estamos lendo, a
leitura se torna improdutiva, sem sentido. Mas realmente o que é compreender?
Segundo Solé (1998):
Compreender é sobre tudo um processo de construção de significados sobre o texto que pretendemos compreender, é um processo que envolve ativamente o leitor, à medida que a compreensão que realiza não deriva da recitação do conteúdo em questão. Por isso, é imprescindível o leitor encontrar sentido no fato de efetuar o esforço cognitivo que pressupõe a leitura, e para isso tem de conhecer o que vai ler e para que fará isso; também deve dispor de recursos, conhecimentos prévios relevantes, confiança nas próprias possibilidades como leitor, disponibilidade de ajuda necessárias etc. Que permitam abordar a tarefa com garantia de êxito; exige também que ele se sinta motivado e que seu interesse seja mantido ao longo da leitura. (p. 44).
A partir do momento que o leitor sabe o que realmente é compreender, ele vai
construir uma interpretação do texto. Quando a leitura envolve compreensão, ler
passa a ser um instrumento útil para aprender significativamente. Podemos dizer,
quando um leitor compreende o que lê, ele está aprendendo.
Vale ressaltar que nem tudo que lemos, conseguimos compreender, mas isso
não é um motivo desesperador, é um fato comum entre os leitores. Para
entendermos o texto universalmente, será necessário ter um conhecimento sobre o
assunto. Mas no nosso dia-a-dia, nos deparamos com diversos textos, que antes
não tínhamos visto falar, sobre o que o mesmo vem abordando, nesse momento
cabe ao leitor, usar das estratégias que conhece, para facilitar a compreensão do
que está lendo.
Faz-se necessário que os professores, utilizem diferentes métodos, para
avaliar se os alunos realmente compreenderam o que estavam lendo. Ou se apenas
está fazendo de conta. Por isso é de total interesse que esse tipo de atividade, tenha
objetivos propostos para serem alcançados, para não tornar uma atividade vazia
sem sentido.
A partir do momento que o aluno diz que compreendeu o texto lido, ele sabe
argumentar sobre o assunto, a leitura passa a ter sentido, o aluno se sente motivado
25
a ler cada vez mais. O professor será apenas o mediador do texto, no entanto, vale
ressaltar que os textos escolhidos para serem trabalhados em sala de aula, devem
ser adequados a idade dos alunos, para que a linguagem seja de fácil compreensão,
e o aluno fique cada vez mais motivado pelos textos, é claro, o professor será o
maior responsável por incentivar seus alunos lerem cada dia mais, e torná-los
verdadeiros leitores, capazes de quando atingirem uma idade madura leia qualquer
texto, e sejam capazes de compreender e passar seus conhecimentos a outras
pessoas.
26
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
Cabe ao sujeito pesquisador desenvolver métodos e estratégias para alcançar
seus objetivos, sem perder de vista o seu papel como agente de denúncia. O sujeito
é aquele que se propõe a dar clareza a alguns conceitos.
3.1Tipo de pesquisa
A pesquisa é indispensável na realização de um trabalho, através dela obtêm-
se dados importantes. Demo (1992) diz:
Pesquisar é sempre também dialogar, no sentido específico de produzir conhecimentos do outro para si, e de si para o outro, dentro de contexto comunicativo nunca de todo devassável e que sempre pode ir a pique. (p.39).
Sabendo-se disso para melhor desenvolver esse trabalho, o tipo de pesquisa
escolhida é de caráter qualitativo. Ludke e André (1986) deixam bem claro que:
A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como principal instrumento. Segundo os dois autores, a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regras através do trabalho intensivo de campo. (p.11)
“Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com
o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos. Assim esta
pesquisa é de caráter qualitativo, é uma prática para a compreensão da realidade
social”. (Goldenberg 2000)
A pesquisa qualitativa ou naturalística é importante, envolve a obtenção de
dados no contato direto do pesquisador com o sujeito pesquisado, porque não fica
brecha para fazer qualquer manipulação intencional.
3.2 Instrumentos de Pesquisa
27
Para o desenvolvimento dessa pesquisa, será utilizado como instrumentos de
coleta de dados: questionário aberto e fechado, buscando atender os nossos
objetivos.
3.2.1 Questionário
Optamos pelo questionário por entender que esse instrumento é a fórmula mais
utilizada para coletar dados, segundo Cervo (1983):
“Questionário” refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve experiência de responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central. (p.159).
O questionário é de grande importância para a realização de uma pesquisa, é
fácil de utilizar, pode ser aplicado rapidamente, isso acaba facilitando ao
pesquisador na interpretação dos dados.
O questionário fechado é objetivo, com perguntas claras e isso facilita nas
respostas, além disso, ajuda o pesquisador, conhecer o perfil do sujeito pesquisado.
Andrade (1994, p.43) nos diz que: “Perguntas fechadas são aquelas questões que
apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas”.
Com relação ao questionário aberto, ele proporciona mais oportunidade, para o
sujeito pesquisado, ele pode se expressar o quanto quiser. Essa forma de
questionário, da essa total liberdade, isso é bom para entender melhor o problema
que esta sendo pesquisado. Andrade (1994, p.44), “afirma que questões abertas:
são perguntas que conduzem o informante a responder livremente com frases ou
orações”.
Uma das razões para usar o questionário, é que ele possibilita avaliar melhor
as questões levantadas, permite a coleta dos dados gerais dos sujeitos, e suas
compreensões com relação ao tema abordado. Se forem questões abertas, o
mesmo dar oportunidade de descrever com exatidão tudo que deseja.
3.3 Sujeitos da Pesquisa
28
A extensão da Escola José Barreto Filho, conta com 18 professores, sendo
nove no turno matutino e nove no turno vespertino uma (1) diretora, uma (1) vice-
diretora, uma (1) coordenadora, (3) secretárias, duas (2) faxineiras, dois (2)
porteiros. Referindo-se a sede da escola o corpo administrativo de funcionários são
dois (2) porteiros, três (3) faxineiras treze (13) professores (1) uma secretária.
Quanto à diretora e a coordenadora são as mesmas da extensão.
Os sujeitos escolhidos para melhor desenvolver essa pesquisa, serão 10
professores da extensão da Escola José Barreto Filho, porque trabalham com o
ensino fundamental I, que é o foco dessa pesquisa, e por terem aceitado a participar
da mesma, porque alguns professores não quiseram contribuir em responder os
questionários.
3.4 Lócus de Pesquisa
O campo de realização dessa pesquisa será na extensão da Escola Municipal
José Barreto Filho, situada na Rua: Cleriston Andrade, Bairro Colina do Sol, cidade
de Campo Formoso- BA. A cidade está localizada no Semi-árido baiano a cerca de
400 km de Salvador, capital da Bahia. Seu clima é Semi-árido, tendo suas atividades
econômicas baseadas na agricultura, pecuária, e atividades minerais, artesanais
entre outras. Essa cidade dispõe de uma ampla rede escolar que atende os níveis
de ensino desde a Educação Infantil ao Ensino Superior, porém, todo o nível
superior existente é particular. A extensão da escola José Barreto Filho é composta
por: nove (9) salas de aulas, três (3) banheiros, uma (1) cozinha, uma (1) diretoria,
um (1) depósito e uma (1) pequena área para lazer. Referindo-se a sede dessa
escola que funciona somente Educação Infantil, fica localizada na Rua: Manoel
Joaquim de Oliveira, cidade de Campo Formoso. Constatamos que possui sete (7)
salas de aula, uma (1) secretaria, três (3) banheiros, uma (1) cozinha, um (1)
deposito, um (1) pátio para recreação das crianças.
29
CAPÍTULO IV
4. ANALISANDO E INTERPRETANDO OS DADOS
Neste capítulo apresentamos o resultado desta pesquisa que teve como
objetivo: Identificar as dificuldades de leitura dos alunos das Séries Iniciais do
Ensino Fundamental da escola José Barreto Filho, e compreender os motivos
causadores dessas dificuldades, descobrir também como os professores trabalham
a leitura para um melhor desenvolvimento dos alunos. A análise e interpretação dos
dados tiveram como fonte de pesquisa, um questionário fechado e aberto.
De inicio analisaremos o questionário fechado para conhecer o perfil dos
sujeitos desta pesquisa. Logo em seguida analisaremos o questionário aberto.
4.1. Caracterização dos sujeitos
Esse trabalho foi realizado com professores, a partir das respostas adquiridas
mediante os questionários. Tentaremos analisá-las para melhor compreender a
pesquisa. Esses questionários foram aplicados a dez professores, porém um se
recusou em responder o questionário aberto, respondendo somente às questões
fechadas.
A partir da análise dos questionários, apresentamos abaixo o perfil dos sujeitos
pesquisados.
4.1.1 Gênero
Dos sujeitos pesquisados, da Escola José Barreto Filho, 100% é do sexo
feminino. Isso veio nos mostrar, que a profissão de professor, principalmente nas
séries iniciais, quem mais atua são as mulheres, ela ainda é vista como uma
profissão feminina. Segundo Novaes (1992):
Sabe-se que a mulher tem mais facilidade, mais jeito de transmitir aos meninos os conhecimentos que lhe devem ser comunicados. Maneiras menos rudes e secas, mais afáveis e atraentes que os mestres, aos quais incontestavelmente vence em paciência, doçura bondade. Nela predominam os instintos maternos; e ninguém como ela possuem o segredo de cativar a atenção de seus travessos e inquietos ouvintes, sabendo conseguir que as lições, em vez de
30
tarefa aborrecida, tornem-se como uma diversão, um brinco. Em vez de cara dura séria, inflexível do mestre, e por isso mesmo pouca simpatia às crianças, estas encontram na professora a graça e o mimo próprio de mulher. (p.97).
Interpretando a fala do autor, entendemos que as mulheres, por ter instinto
materno, são mais pacientes, doces, apresentam mais afinidades com crianças, por
isso elas são maioria em sala de aula, principalmente nas séries iniciais. É
importante nessas séries os professores incentivar seus alunos, a ter contatos com
os livros, para desde pequenos eles desenvolverem o gosto pela leitura, para
quando ficarem adultos, ler de forma espontânea.
4.1.2 Faixa etária
Gráfico 1- Idade dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.
Como podemos observar no gráfico acima, 40% das professoras que
participaram da pesquisa têm entre 31 a 33 anos, e 60% têm 37 a 40 anos. Pela
idade dessas professoras, podemos dizer que cada vez mais há professores jovens
em sala de aula.
A presença desses jovens professores acontece, devido ao FUNDEB (Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação), desde 2007 quando foi criado, entre uma das metas do
FUNDEB é a valorização dos profissionais da educação, em termos de melhoria de
salários, onde o professor ganhando um pouco mais, pode efetuar a compra de
livros para ajudar sua atuação em sala de aula, participar de cursos para melhor
40% Dos professores tem entre 31 a 33 anos.
60% Tem 37 a 40 anos.
31
preparar o profissional, entre outras, enfim, com essa valorização, as pessoas
sentem-se mais estimulados para trabalhar na área da educação.
4.1.3 Estado civil
Gráfico 2- Apresenta o estado civil dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.
Das professoras que participaram dessa pesquisa como podemos ver no
gráfico, 70% são casadas e 30% são solteiras. Isso quer nos mostrar que além de
trabalhar na escola, elas tem o compromisso de trabalhar no lar, deixando super
acarretadas, com a dupla jornada de trabalho. Mas segundo Novaes (1992, p.99) “A
maioria das mulheres escolhem às atividades docentes, além de serem
condicionada pela vocação, dá para conciliar, sala de aula, trabalho doméstico e
casamento”.
Percebemos na fala do autor, que a profissão de professor, requer vocação, e
as mulheres apesar de trabalhar em casa, sempre dá um jeito de conciliar o trabalho
da escola e os do lar, por isso elas são maioria em sala de aula.
Professores
70% Casados
30% Solteiros
32
4.1.4 Etnia
Gráfico 3- Percentual quanto à etnia dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.
Ao analisar o gráfico 3, podemos observar que somente 10% das professoras
pesquisadas são negras, 30% são brancas e 60% são pardas. Apesar da população
do nosso país ser, maioria negra, essa pesquisa nos mostra, que a maioria das
professoras que trabalham nessa escola se declara pardas. Até porque as pessoas
de pele mais escuras já acostumaram declarar pardas ao invés de negras. Que
segundo o autor Barros (2009):
Definir como pardo categoria que o indivíduo não raro ostentava com certo orgulho para distanciar-se mais da idéia de escravidão associada aos negros, implica reintroduzir mais uma vez na diferença a “desigualdade”, agora já através de um “preconceito” que postula para o indivíduo assim classificado um “estar a caminho do branco”, embora sem chegar lá, implicando-se esta posição que ser “branco” é uma posição superior no reino das diferenças. (p.92).
Nota-se que as pessoas preferem declarar que são pardas, achando que isso
contribui em alguns momentos da vida, para não sofrer preconceito racial que ainda
é muito grande em nosso país. No entanto, acaba negando a sua própria cor, não
assumindo de fato o que realmente são.
Vale lembrar, que o preconceito racial em nossas escolas, ainda é muito
grande, com isso a maioria dos negros ficam fora da sala de aula, ou quando estão
estudando, ficam em seu próprio cantinho, tímidos, o professor na frente ensinando,
e os alunos recuados com medo de serem reprimidos, isso não é bom para o
desenvolvimento dos mesmos, acabam tendo dificuldades de leitura, sendo que a
ela é o caminho para a compreensão dos conteúdos trabalhados, em todas as
disciplinas, caso não aconteça uma boa leitura, a compreensão do texto lido, será
10% Negros
30% Brancos
60% Pardos
33
comprometido, o aluno não entenderá o que leu. Mas o desenvolvimento dos alunos
também depende bastante do professor, se ele é realmente comprometido com o
seu trabalho, busca maneiras diversificadas de como transmitir os conteúdos para
ajudar no desenvolvimento dos alunos.
4.1.5 Faixa salarial
Gráfico 5- Percentual quanto à faixa salarial dos professores participantes da pesquisa. Fonte: Questionário fechado.
O gráfico acima vem nos mostrar que 10% das professoras ganham três
salários mínimos, e 30% recebem apenas um salário, e 60% das professoras
recebem dois salários mínimos. A profissão de professor em pleno século XXI
continua ainda desvalorizada. Os professores recebem muito pouco pelo seu
trabalho realizado, sem contar o quanto a maioria deles enfrenta grandes problemas
relacionados à precariedade das nossas escolas, e até mesmo dificuldades com os
próprios alunos. Sendo que o professor além de trabalhar em sala de aula, levam
trabalhos extras para casa, e não recebem a mais por isso. De acordo Novaes
(1992) uns dos fatores causadores dos baixos salários dos professores são:
... a baixa remuneração da professora primária é entendida pela não- prioridade da educação para o governo e também pela acomodação da mulher, que não tendo um ideal profissional, não reivindica, não luta, por melhorias salariais.(p.65).
Sabemos que os baixos salários dos professores, é realidade em nosso país,
isso nos mostra o descaso do governo pela educação. Os nossos políticos não
10% Recebem três salários mímimos.
30% Recebem um salário mínimo
60% Recebem dois salários mínimos.
34
estão preocupados, com o aprendizado dos alunos, muito menos com o salário dos
professores e as condições de trabalhos que os mesmos enfrentam.
Isso nos mostra que a profissão ligada às mulheres os salários são baixos,
devido à desvalorização das mesmas no mercado de trabalho. Alguns anos atrás o
papel das mulheres era apenas de cuidar da casa e da família, e muitas pessoa têm
enraizada, essa mentalidade machista, preconceituosa contra as mulheres, achando
que são frágil e incapaz de fazer determinadas atividades.
As mulheres durante a revolução industrial ganharam mais espaço, porque os
trabalhos nas fábricas feitos pelos homens foram em grandes quantidades
substituídas pelas mulheres, devido à mão de obra feminina ser mais barata. No
entanto, vale ressaltar que a partir do final do século XIX e inicio do século XX as
mulheres começaram a lutar por melhorias de trabalho e igualdade social. Porém até
hoje no século XXI apesar de muitas lutas feitas pelas mulheres, ainda não temos
totalmente igualdade salariais entre homens e mulheres. Mas, vale lembrar, que
muitas mudanças aos poucos estão acontecendo. Percebe-se, que as mulheres
atualmente ocupam um maior espaço em sala de aula, estão estudando cada vez
mais, para conquistar lugares no mercado de trabalho. A leitura já faz parte do
cotidiano dessas mulheres, que querem mudanças em suas vidas, elas reconhecem
que através da leitura, adquirem-se novas oportunidades. As pessoas que tem
acesso a leitura, tem domínio do conhecimento sobre as outras pessoas, porque ela
abre um leque de grandes oportunidades e proporciona melhorias de vida.
4.1.6 Nível de escolaridade
Gráfico 5-Percentual quanto ao nível de escolaridade dos professores. Fonte: Questionário fechado.
50% Nível Superior Incompleto
20% Nível Superior Completo
10% Pós Graduação Incompleta
20% Pós Graduação Completa
35
Dos sujeitos pesquisados, 50% têm o Nível Superior completo, os outros 50%
estão cursando.
Esse resultado é interessante, nos leva a perceber que os professores estão
cada vez mais procurando especialização, alguns anos atrás somente o magistério
bastava. Nos dias de hoje, aqueles que não têm o nível superior estão em busca.
Como podemos perceber no gráfico acima, que 50% dos professores estão
cursando o nível superior. Segundo Amorim (1997): o artigo 62 da LDB vem nos
afirmar:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-à em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.(p.73).
Essa lei é bastante interessante, leva a classe de professores especializarem-
se cada vez mais, isso quem sai ganhando são os alunos com professores
capacitados. É claro que os professores estão cada vez em busca de
especialização, devido às normas da LDB, mas o mercado de trabalho que esta
cada vez mais exigente e competitivo também influência as pessoas estudarem
cada vez mais. Os professores que já possuem o nível superior estão em busca da
Pós Graduação, para serem mais bem colocado no mercado de trabalho, e receber
melhores salários. Isso ficou bem claro no gráfico cinco, que os professores, que já
possuem nível superior, já fizeram a Pós graduação ou estão fazendo, eles buscam
cada vez mais uma graduação, que vai ajudar no desenvolvimento dos seus
próprios trabalhos.
Cada vez que o professor adquire mais uma especialização, ele tem
conhecimento, bagagem, para criar diversas estratégias, para ajudar seus alunos
em sala de aula, em especial, no desenvolvimento da leitura, que é de grande
importância, para que o aluno tenha bons resultados na escola. Esses professores
com algumas graduações têm conhecimentos de diversos autores, e texto, devem
saber escolher textos, com leituras prazerosas, para chamar atenção dos jovens
leitores, para perceberem a grande importância que a leitura traz para todas as
pessoas que a ela tem acesso.
36
4.1.7 Tempo que atua no magistério
Gráfico 6- Anos de atuação no magistério. Fonte: Questionário fechado.
Os dados coletados nos revelam que 10% das professoras lecionam de cinco a
seis anos, 40% de sete a oito anos, e 50% acima de noves anos. Através dos dados
adquiridos durante a pesquisa, reconhecemos que essas professoras, têm algumas
experiências na área da educação, devido ao tempo que elas já estão lecionando,
sabemos que, quem tem muitos anos de profissão já viu muitas novidades.
Reconhecemos que essas professoras devem ter uma excelente bagagem,
muitas leituras, devem conhecer diversos textos, até porque em sala de aula a uma
troca mutua de conhecimentos entre professores e alunos. Vale lembrar também
que esses profissionais quando estão atuando, na maioria das vezes, eles fazem
cursos de formação de professores, estão sempre se reciclando em busca de algo
novo, para fazer o diferente em sala de aula. O professor deve ser o maior leitor, a
cada dia, ler diferentes livros, para os alunos se sentirem motivados em ler. Segundo
Almeida (2000):
È fundamental que os professores redescubram seu papel de pesquisadores, buscando conhecimentos novos por meio de leituras, cursos, entrevistas, palestras, ações que lhes darão embasamento e coragem para enfrentar o novo e um caminhar seguro. (p.72).
É importante que os professores estejam sempre realizando diversas leituras,
para adquirir novas bagagens, e novos conhecimentos, descobrir muitas novidades
através dos cursos e das leituras feitas através dos livros.
4.1.8 As vezes que são trabalhadas a leitura em sala de aula.
10% Lecionam de cinco a seis anos
40% Lecionam de sete a oito anos
50% Lecionam acima de nove anos
37
A pesquisa aponta, que apesar das dificuldades no processo de leitura,
detectado na escola, 100% das professoras afirmam trabalhar a leitura em sala de
aula, todos os dias.
Para desenvolver gosto pela leitura, o aluno deve começar ler aquilo que ele
gosta e chama sua atenção, para facilitar a compreensão do texto lido. A leitura
também deve ser incentivada em casa pelos pais, sabemos que os pais que ler, os
filhos tornam bons leitores. Mas é realmente na escola que desenvolve o processo
da leitura, o aluno é cobrado pelos professores, com isso ele sente mais
responsabilidade em aprender. Observe o que diz Zilberman (1989):
A importância da escola no processo de formação do leitor se deve, indiscutivelmente, ao fato de que nela o aluno adquire a habilitação inicial na prática de leitura. Nesse sentido, possui o compromisso de despertar o gosto de Ler e o hábito de leitura. (p.17).
A escola possui um papel de fundamental importância no desenvolvimento da
leitura dos alunos, é nesse local que o aluno é cobrado, e compreende que é através
da leitura, que oportunidades mais justas de educação são adquiridas, por isso tenta
levar a leitura mais a serio. A escola tem de trabalhar a leitura diariamente, para os
alunos adquira prazer pelos livros, prazer em ler. Não ler somente, aqueles livros
solicitados pelo professor, mas que os alunos adquiram hábitos em ler por conta
própria, sem cobrança, sem imposição de alguém, para a leitura se tornar uma
atividade de lazer.
Percebemos nos discursos durante a pesquisa que as professoras, dizem
trabalhar constantemente a leitura com seus alunos, no entanto, confessam que os
mesmos têm grandes dificuldades em ler, os alunos decifram os símbolos, mas na
maioria das vezes não compreende o que lê, é por isso que eles acabam sendo
prejudicado no requisito leitura. Até porque, para ler bem, é necessário
compreender, se não ocorrer o processo de compreensão, não adianta ler, a leitura
torna-se uma atividade vazia sem sentido.
O professor para desenvolver com sucesso atividades de leitura com seus
alunos é necessário, demonstrar para os mesmos, que eles lêem e gostam
realmente de ler. O professor é em sala de aula, é um grande exemplo a ser seguido
38
por seus alunos. Por isso eles devem dar bons exemplos, praticando a leitura em
sala de aula, levando para os alunos vários tipos de textos, de diferentes autores.
4.1.9 Dificuldades com relação à leitura
Gráfico 7- Percentual de quantos alunos sentem dificuldades de leitura. Fonte: Questionário fechado aplicado ao sujeito da pesquisa.
Das professoras que participaram da pesquisa, 40% afirmam que todos os
alunos têm dificuldades de leitura, e os outros 60% das professoras afirmam que
alguns alunos têm dificuldades. Os professores que convivem com esses alunos que
apresentam dificuldades de leitura, deve criar estratégias rever os métodos
utilizados em sala de aula, para tentar sanar essas dificuldades. Segundo Machado
(1998):
Normalmente, à medida que a criança encontra dificuldades no ato de ler, vai gostando cada vez menos de fazê-lo. Uma coisa, em geral, está associada à outra. É difícil tratar do problema, já que a aprendizagem da leitura é considerada um assunto para a escola. Entretanto, existem algumas atitudes que os pais podem tomar. Antes de mais nada, não se assustar demais, e nem a criança, caso ela não sinta atração pela leitura, nem fazer pressões do tipo cobrança ou prêmio. O jeito é com calma e sem criar tensões, buscar livros que possam interessar e serem lidos. (p.19).
Esses dados são importantes para que possamos rever quais as
metodologias são utilizadas pelos professores, para facilitar o desenvolvimento dos
alunos com relação à leitura, e mudar o que não esta dando certo.
O gráfico nos mostra que 60% das professoras dizem que alguns alunos têm
dificuldades de leitura, aparentemente elas tentam mascarar a verdade, dizendo que
40% Dos professores afirmam que todos os alunos têm dificuldades de leitura.
60% Dos professores afirmam que são alguns alunos que apresentam dificuldades.
39
são alguns alunos, e não todos têm dificuldades, para não serem responsável Por
esse fracasso desses alunos. Até porque diretamente ou indiretamente o professor,
é responsável pelo desenvolvimento dos mesmos. A maioria dos alunos
apresentarem dificuldades em ler, por isso é interessante o professor estar a cada
dia, criando maneiras diferentes de trabalhar em sala de aula, para chamar atenção
dos alunos, e despertar o prazer em conhecer algo novo, que vai estar nas leituras,
nos livros.
4.2 A fala dos professores...
Os dados coletados através do questionário aberto nos possibilitaram conhecer
um pouco a visão dos professores da escola José Barreto Filho, com relação ao
processo de leitura.
4.2.1 Os significados de leitura
Vejamos os significados de leitura que aparecem na fala dos professores:
O (P2) nos diz que ler é: “Um ato de decodificar as letras compreendendo a mensagem transmitida, bem como a interpretação de imagens e do mundo ao redor.”
Segundo alguns autores ler, é muito mais do que decodificar as letras vejamos
o que nos diz Silva (1997):
A leitura não pode ser confundida com decodificação de sinais, com reprodução mecânica de informações ou respostas convergentes a estímulos pré-estabelecidos. (p.152).
O P2- ao dizer que “ler é decodificar”, nos mostra ter uma visão restrita sobre o
processo da leitura, que é tão importante para todas as pessoas que desejam atingir
diversos objetivos no decorrer da vida. Ler é muito mais do que o simples decodificar
as letras, ler é compreender, é saber interpretar.
Agora analise a visão dos (P1, P3, P5, P8) cada professor define a leitura de
forma diferente, e bem interessante, os mesmos demonstram através de suas
palavras, reconhecerem o quanto a leitura é importante para quem têm acesso.
40
(P1) “Leitura é saber ler, interpretar e manter um envolvimento cabal com o que esta lendo.”
(P3)”É um grande desafio que garante a todos os estudantes o direito de aprender. Propor intervenções no sentido de corrigir dificuldades dos alunos.”
(P5)”A leitura é um ato fantástico, onde viajamos através dos livros e sem precisar sair do lugar, adquirimos conhecimentos... É um ato imprescindível na vida do ser humano.
(P8) “É uma forma de torna-se cidadão crítico e argumentativo, além de fazer leitura de mundo fazendo descoberta e viagens imaginárias.
De acordo com as respostas dos sujeitos, tornou-se evidente o significado de
leitura traçado pelos mesmos. Eles nos dizem que ler é: saber interpretar, é um ato
fantástico é fazer viagens ao imaginário, é um desafio que garante a quem sabe ler
aprender o novo, é um ato imprescindível na vida das pessoas. Vejamos o que é ler
para Abramovich (1999):
Ler é um prazer. É uma gostosura. Mas para o aluno ser um apaixonado pela leitura, é preciso que o professor também seja. Para poder passar essa sensação de entrar no mundo através do imaginário, do fantástico, da brincadeira, da plenitude. O professor que lê com prazer, com volúpia, com garra, com curiosidade atiçada, com entusiasmo vibrante, terá alunos que também serão grandes leitores melhores para todos. (p.39).
A capacidade de ler é essencial para o desenvolvimento pessoal de cada
individuo, é através da leitura que adquirimos o progresso social e econômico, mas a
leitura, acima de tudo deve ser vista como uma forma de prazer e ser levada a serio.
4.2.2 Estratégias utilizadas pelos professores para trabalhar a leitura com seus
alunos...
Podemos observar nas falas dos professores, as estratégias utilizadas para
trabalhar a leitura dos alunos.
(P2) Utilizo leitura de imagens como cartazes, placas, leitura de textos, poesias, músicas, par lendas, jornais, listas apresentadas em cartazes e nos livros usados por eles.
(P3) Usando estratégias dos nomes próprios, realizando atividades escrita do dia- a- dia, usando cartazes com (poesias, poemas, textos etc.) Usando fichas, CDs, livros, desenhos, propondo aos alunos
41
atividades de análise fonológica que o façam compreender que a leitura apresenta o som da fala.
(P5) Diariamente, através de leitura compartilhada; rodas de leituras; leitura silenciosa, oral e expressiva; aulas de leitura apenas por prazer (sem cobranças), leitura individual em voz alta; execução de projetos de leitura, objetivando desenvolver o habito da leitura.
(P10) Trabalho a leitura de forma dinâmica, usando diferentes tipos de textos.
Através das falas das professoras, percebemos as diversas estratégias que as
mesmas utilizam, para desenvolver a leitura dos seus alunos, Como é o caso de
fazer leitura individual, em voz alta, leitura silenciosa, compartilhada, rodas de leitura
entre outra, elas também citam os gêneros textuais que costumam trabalhar em sala
de aula, como exemplo: poesia, música, par lendas, jornais. Faz-se necessário que
os professores, use a criatividade para despertar nos alunos o prazer em ler, porque
gostando do que faz, o aluno vai desenvolver essa atividade com prazer, e não por
imposição do professor, e isso vai ajudar o aluno a compreender os textos lidos.
Machado (1998, p.25-26) nos fala sobre algumas estratégias ”A leitura em voz alta,
leitura coletiva, e em pequenos grupos”. Reconhecemos que as estratégias são
indispensáveis, para os professores trabalharem a leitura, e obter bons resultados.
Solé fala o quanto são importantes as estratégias, para realização dos
trabalhos com os alunos, e cita algumas vejamos:
Como podemos fazer diferentes coisas com a leitura, é necessário articular diferentes situações. Trabalhar de forma oral, coletiva, individual e silenciosa, compartilhada e encontrar os textos mais adequados para alcançar os objetivos propostos em cada momento. A única condição é conseguir que a atividade de leitura seja significativa para as crianças, corresponda a uma finalidade que elas possam compreender e compartilhar. (p.90).
As estratégias fazem-se necessárias para facilitar a compreensão dos textos,
mas não podemos deixar de lado a questão dos gêneros textuais, que são de
grandes importâncias, eles nos dão oportunidades de fazermos leitura diferente,
com estrutura de textos também diferentes, uns com mais facilidade de interpretação
que os outros. As variações dos textos são fundamentais, proporciona chances ao
leitor de descobrir qual o tipo de texto ele mais se identifica.
42
4.2.3Tipos de livros (textos) utilizados pelos professores para desenvolver nos
alunos o gosto pela leitura...
Ao investigar quais os textos mais utilizados pelos professores da escola José
Barreto Filho, para desenvolver a leitura dos alunos, ficou evidenciado que:
(P1) Trabalho com literatura infantil, contas de água e luz. Leitura de imagens, músicas, poemas, textos ilustrativos.
(P2) Livros literários da escola, trazidos por eles, jornal, cartazes publicitários.
(P3) livros de poema, livros de receitas: bolo, saladas, chás, comidas, historinhas infantis, trava-língua, músicas, notícias e acontecimento...
(P5) Vários gênero textuais, como: fábulas, textos jornalísticos, textos instrucionais, diários, cartas poesias, bilhetes, cordel, charges, textos enigmáticos, contas, lendas, textos não verbal etc.
(P6) Histórias infantis, gibis, histórias em quadrinhos e jornais.
(P10) Utilizo livros de poesia, literatura infantil, bula de remédio, livros de receitas, jornais, revistas e a bíblia.
É notório que ao serem questionado sobre os tipos de textos mais utilizados
em sala de aula, fica evidente que os professores utilizam uma diversidade de
textos, para trabalhar a leitura com seus alunos, que vai desde a literatura infantil,
poema, gibis, receitas, a bíblia, poesias, jornal etc. Só assim com uma diversidade
de textos, os alunos poderão identificar-se com alguns e despertarem a curiosidade
em ler aqueles que mais lhe chamaram atenção. Segundo Machado (1998):
As crianças precisam ouvir histórias de diferentes gêneros e autores. Precisam ainda observar e distinguir revistas, jornais, histórias em quadrinhos; ver e ouvir telejornais e noticiários radiofônicos; contar e dramatizar histórias; observar que o livro tem autor, ilustrador, título, folhas, páginas, cores e letras; relacionar objetos de sua vivência. (p.38).
Sabemos o quanto a leitura é importante para a nossa vida, reconhecemos que
ela está presente a todo o momento, em diversas maneiras sem mesmo
percebermos. E o professor é o responsável por levar até a sala de aula, diferentes
tipos de textos, gênero e autores, que possibilitem aos alunos conhecer diferentes
43
leituras, além daquelas oferecias pelo livro didático, e fazer com que o alunado
entenda que a leitura do dia -a –dia, ou seja, a da bula de remédio, da conta de luz,
uma receita etc. São de fundamental importância para praticar a leitura.
Podemos perceber a diversidade de textos que os professores participantes da
pesquisa, dizem usar no decorrer das aulas, para desenvolver a leitura dos alunos.
Reconhecendo, sempre que é de grande importância para o aluno desenvolver o
intelecto em outras áreas. O autor Bamberger (2005) vem confirmar as fala desses
professores, vejamos o que ele nos diz:
Além das cartilhas habituais, devem ser usados, desde o princípio, os textos feitos em casa, na linguagem das crianças (cartilhas pessoais), e textos tirados da vida prática. Assim, as crianças aprendem que a leitura é também essencial para fins práticos: elas lêem instruções de trabalho, sinais de trânsito, proibições, guias de viagem, catálogos de lojas etc. Entretanto, é fundamental que se ofereça grande quantidades de material de leitura capaz de interessar e divertir os alunos, não só aumentando a sua capacidade de leitura, como também introduzindo a um permanente hábito de leitura. (p.28).
Reconhecemos o quanto devemos diversificar os materiais oferecidos para os
alunos, quanto maior a quantidade oferecida, maior será a chance de acerto, quanto
ao gosto do público escolar. Se não gostar de um material, terá outras opções para
escolher, e assim não ficará de fora do mundo da leitura.
4.2.4 A importância de trabalhar a leitura em sala de aula
Nessa categoria, buscamos analisar a importância de trabalhar a leitura em
sala de aula:
(P1) È importante para que o aluno possa criar um gosto pela leitura e ler por prazer.
(P2) Porque inserir o aluno no mundo ao seu redor, fazendo com que o mesmo compreenda a realidade na qual está inserido, e que pra maioria, a escola é o único lugar onde ele encontra este conhecimento já que ele não encontra em casa.
(P3) Lógico. Porque a leitura desenvolve o raciocínio lógico do aluno.
(P5) Aprendizagem sem leitura é impossível. A leitura é a base, se o aluno desenvolver uma boa leitura, conseqüentemente ele terá
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facilidade de interpretar, produzir, e sem dúvida assimilar os conteúdos das diversas áreas do conhecimento.
(P6) Sim porque é onde descobrimos o desenvolvimento do aluno.
(P10) Trabalhar a leitura em sala de aula é muito importante porque o professor pode observar quem já sabe ler, quem precisa melhorar na leitura e o professor pode escolher qual o tipo de leitura mais combina com os alunos.
Observa-se nos discursos apresentados acima, o quanto é importante trabalhar
a leitura em sala de aula. Os professores reconhecem que é na escola, o local onde
descobre o desenvolvimento do aluno, quem já tem uma boa leitura, quem
apresenta mais dificuldade, é nesse local que o aluno deve adquirir gosto pela
leitura, e desenvolver o hábito de ler, não se sentir obrigado em ler pelo professor,
mas ler porque realmente gosta, por prazer. E nessa visão Zilberman (1989) dar a
sua contribuição dizendo:
A importância da escola no processo de formação do leitor deve, indiscutivelmente, ao fato de que nela o aluno adquire a habilitação inicial na prática de leitura. Nesse sentido, possui o compromisso de despertar o gosto de ler e o hábito de leitura. (p.17).
Sabemos o quanto a leitura é importante e indispensável para a nossa
existência, sem conseguir ler é como se fossemos cegos, nossa visão de mundo era
restrita. Já foi discutido anteriormente que o processo de inicialização da leitura,
deve começar em casa, e o professor deve dar continuidade essa atividade na
escola, ele é responsável por explicar algumas regras e fazer cobranças um pouco
mais rígidas, para um melhor desenvolvimento da leitura.
A leitura está presente em todas as áreas do conhecimento, por isso, todos os
professores devem incentivar a ler, para melhor compreender o que esta sendo
estudado. Sem leitura não haverá um avanço intelectual do aluno, a leitura é à base
de todo o conhecimento. É interessante o incentivo a leitura partir da família, para
que o aluno possa adquirir o gosto de ler por prazer e não por necessidade ou
imposição da escola. Até porque, a leitura abre um leque de novos conhecimentos,
as pessoas que detém desse conhecimento sabem interpretar o mundo de forma
mais coerente. Por isso faz se necessário que ela chegue a todas as pessoas,
independente da raça, cor ou classe social.
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4.2.5 As dificuldades encontradas pelos professores para realizar um bom
trabalho, envolvendo a leitura...
Observam-se nas falas dos professores, os empecilhos encontrados por eles
para desenvolver, um bom trabalho com relação à leitura dos alunos.
(P1) Um ambiente favorável.
(P2) A participação dos pais que poderiam dispor em casa de livros que incentivem este gosto e que leiam para mostrar aos filhos a importância desse conhecimento.
(P3) O interesse pelos mesmos e a falta de materiais didáticos e de cursos preparatórios.
Vejamos os empecilhos que os professores apontam que acabam prejudicando
o seu próprio trabalho, e o desenvolvimento da leitura dos alunos. Essas
dificuldades são causadas divido a falta de um ambiente que favoreça na realização
do trabalho, a falta de materiais adequado, e suficiente para que atenda a realidade
dos alunos. Também a falta de interesse do próprio aluno e de compromisso dos
pais com relação à educação dos seus filhos. Tudo isso gera reflexo no
aprendizado, e o aluno é quem acaba sendo prejudicado a todo o momento. Mas
como podemos perceber a ausência de uma biblioteca na escola é um dos motivos
mais citados pelos professores, que dificulta a leitura dos alunos. Analise o que os
professores participantes da pesquisa nos dizem:
(P5) A falta de interesse e estímulo; o descaso da família; uma base alfabética insatisfatória; muitos lêem por obrigação apenas para realizar atividades e avaliações, a ausência de uma biblioteca...
(P6) A falta de uma biblioteca.
(P7) A falta de livros adequados para a idade dos alunos e uma biblioteca.
Como podemos ver os professores, participantes da pesquisa nos mostra, que
realmente a falta de uma biblioteca prejudica a leitura dos alunos, mas outros fatores
também colaboram para esse fracasso. Analise o que Aguiar (2002) nos diz:
Quando atentamos para a leitura, envolvemos toda gama de problemas teóricos e práticos que ela envolve, desde a concepção do termo e seus modos de abordagens até os fatos atinentes à formação do leitor, à circulação do livro à atuação dos medidores, ao
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funcionamento das instituições sociais envolvidas, como a família, a escola e a biblioteca, às orientações oficiais decorrentes da política cultural adotada pelo país. (p.120).
Dificuldades sempre existem, e para os professores trabalhar sem materiais de
apoio, e obter bons resultados dos alunos, é uma missão complicada, nesse
momento é importante para a educação, uma parceria entre família, escola e
sociedade, para uma ajudar a outra, e assim adquirir resultados, satisfatório.
Ao analisar esse ponto, percebemos que alguns professores entram em
contradição quando dizem: que uma das dificuldades de leitura é causada devido à
falta de matérias, e ao mesmo tempo eles citam no decorrer da pesquisa, que
utilizam uma diversidade de texto que vai desde as revistas, jornais, conta de luz
entre outros, para trabalhar em sala de aula, provavelmente esse tipo de atividade é
sem objetivo nenhum para ser alcançado, por isso há esse fracasso de leitura tão
grande nessa escola.
4.2.6 O que é necessário para ser um bom leitor?
Vejamos: Os professores nos relata que é necessário para ser um bom leitor.
(P1) Gostar de ler, ler por prazer.
(P2) O gosto pela leitura e uma boa interpretação.
(P3) Ler bastante e participar de atividades e cursos necessários para leitura.
(P5) Ter em mente que a leitura deve ser hábito prazeroso, não uma obrigação; dispor de livros, de diversos gêneros textuais; ter um professor como exemplo de leitor; receber incentivos da família; ter uma biblioteca na escola...
(P8) Primeiramente praticar muito, variando os autores, coletâneas, temos que experimentar diversos cenários para leitura.
(P9) Em primeiro lugar gostar de ler e ter o livro como um amigo de quem se pode às vezes concordar ou discordar.
(P10) Gostar de ler e ter o incentivo dos pais e professores.
Analisando as falas dos professores, reconhecemos, para ser um bom leitor, o
primeiro passo é gostar de ler, para executar essa atividade com prazer, ter como
exemplo de leitor, os próprios professores e a família, ter na escola uma biblioteca
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que ofereça uma diversidade de textos e autores. Como podemos observar
Machado (1998) ele vem reforçando as palavras dos professores, quando ele nos
diz:
... Para se ler é preciso gostar de ler. Se deve ser um hábito, a leitura deve começar a ser sugerida ao indivíduo o mais cedo possível. Por isso, a casa, a família, os pais são os primeiros incentivos à criança: o adulto que pega uma criança no colo e a embala com aquelas cantigas tradicionais, que brinca com o bebê usando as histórias, adivinhações, rimas e expressões de nosso folclore, que folheia uma revista ou um livro buscando as figuras conhecidas e pergunta o nome delas, está colaborando e muito! Para uma atitude positiva diante da leitura. Os pais que lêem, aqueles que já têm eles mesmos o hábito de leitura desenvolvido, pode estar tranqüilos quanto ao fato de que seus filhos serão bons leitores. (p.11).
Reconhecemos que a leitura é muito importante para todas as pessoas, por
isso ela deve ser desenvolvida o mais cedo possível, antes mesmo da criança
chegar à escola. Para quando o professor cobrar uma leitura ela possa desenvolver
de forma prazerosa, que os professores possam escolher textos atrativos, que
despertem o prazer em ler, que os alunos não leiam por obrigação, para não adquirir
aversão pela leitura.
O trabalho de incentivo a leitura, faz-se necessário ter uma parceria entre a
escola e a família, dessa forma tornará mais fácil de desenvolver o hábito de ler. É
bom ficar claro, que ler um livro de vez em quando, isso ainda não é considerado
hábito de leitura. Sabemos que diversos valores adquirir através dos livros e da
leitura, mas esses novos conhecimentos e valores serão acessíveis, a quem tiver
dominado realmente as habilidades da leitura. Como diz o P9 “temos de ter o livro
como amigo que se pode às vezes concordar ou discorda.”
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O TCC (Trabalho de Conclusão de curso) é de grande importância na vida de
um acadêmico, esse trabalho nos possibilita viver momentos únicos e enriquecedor
para a nossa formação. Dar-nos oportunidade de escolher um tema para realizar
uma pesquisa e concluir o nosso curso.
Optamos por trabalhar sobre: As dificuldades de leitura, nas Séries iniciais do
Ensino Fundamental. Descobrimos nos aportes teóricos, que as crianças têm os
primeiros contatos com o mundo da leitura, antes mesmo de ir à escola, e o
incentivo dos pais é fundamental para o desenvolvimento dos filhos, os pais
deveriam estar constantemente lendo para os filhos adquirirem o hábito de ler.
Percebemos no decorrer desse trabalho que a leitura é indispensável a todas as
pessoas.
De acordo os objetivos dessa pesquisa, que buscava: Identificar e
compreender quais as dificuldades de leitura dos alunos da Escola José Barreto
Filho. Acreditamos que a metodologia utilizada atendeu aos objetivos da pesquisa.
Descobrimos que a falta de uma biblioteca, prejudicam a leitura dos alunos, sem
biblioteca, não teremos livros suficientes para os alunos utilizarem, a ausência de
participação dos pais, para incentivar nas atividades da escola, a falta de materiais
adequados a realidade dos alunos, são fatores que acabam prejudicando o
desenvolvimento da leitura dos alunos da escola José Barreto Filho.
Para que haja uma melhora no mundo da leitura, é necessário investimento
nas escolas por parte do governo, com materiais suficientes e adequados para os
alunos, construção de uma biblioteca com acervos atrativos. A colaboração dos pais
com o grupo escolar, e muito esforço e vontade de crescer intelectualmente por
parte dos alunos.
Esse trabalho nos revelou algumas surpresas no mundo da leitura, e lançou um
desafio, de fazer grandes reflexões sobre o poder desse campo, na vida do ser
humano. O mesmo deixou claro para nós, que é indispensável em qualquer
momento da nossa vida. Como nos diz Bamberger (2005):
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...Todas as autoridades do Estado, da comunidade e da escola, todos os professores, pais e pedagogos precisam estar convencidos da importância da leitura e dos livros para a vida individual, social e cultural, se quiserem contribuir para melhorar a situação. Essa mesma convicção deve ser então transmitida aos que estão aprendendo a ler de modo apropriado à fase do seu desenvolvimento. (p.9).
Se as gerações mais experientes, se convencerem do valor e das
oportunidades, que a leitura trás, para a vida, de quem a ela tem acesso, ficará mais
fácil de convencer as gerações mais jovens, do poder transformador, que a leitura é
capaz de causar. Por isso, é necessário no mundo da leitura, ter exemplos
marcantes de leitores, para que os iniciantes desse processo possam seguir.
50
REFERÊNCIAS
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AGUIAR, Vera Teixeira de. Como planejar a pesquisa em leitura. In: ROSING, Tânia
M. K; BECKER Paulo (orgs.), Leitura e animação cultural: repensando a escola e a
biblioteca. Passo Fundo, UPF, 2002. P. 119-126.
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 11.
ed. são Paulo.Loyola, 2003.
AMORIM, Antonio. A Nova LDB, Lei n° 9.394/ 96- Análise e Aplicação. Salvador,
dezembro de1997.
BARROS, José D Assunção. A construção social da cor: diferença e
desigualdade na formação da sociedade brasileira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
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Mercado Aberto, 1993.
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universitários. 3.ed.São Paulo, Mc Graw-hill do Brasil,1983.
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Cortez: autores associados,1992.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam.
23.ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1982.
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1.ed. São Paulo: Publisher Brasil, 2007.
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ciências sociais. 4. ed. Rio de Janeiro : Record, 2000.
51
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qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
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MACHADO, Raul Luiz. Sandroni, Laura. (orgs). A criança e o livro. 4.ed. São Paulo:
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52
ZILBERMAN, Regina; Marisa Lajolo. A formação da leitura no Brasil. 2.ed. São
Paulo, Ática, 1996.
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APÊNDICES
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UNEB: Universidade do Estado da Bahia- Campus VII
Dezembro de 20011
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
Este questionário é destinado aos docentes da Escola: José Barreto Filho. Os dados
aqui fornecidos. Só serão utilizados em trabalhos de pesquisa acadêmica. A autora
se compromete a não repassar informações a qualquer título. Por favor, queira
dispor de alguns minutos pra responder as questões sobre o processo de leitura
apresentado por seus alunos.
QUESTIONÁRIO I
1. Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino
2. Idade:
( ) 25 a 27 anos
( ) 28 a 30 anos
( ) 31 a 33 anos
( ) 34 a 36 anos
( ) 37 a 40 anos
3. Estado civil:
( ) Casada ( ) Solteira ( ) Viúva
4. Como você se considera:
( ) Branco
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( ) Negro
( ) Pardo
( ) Mulato
5. Como professora qual sua faixa salarial?
( ) Um salário mínimo
( ) Dois salário mínimo
( ) Três salário mínimo
( ) Quatro salário mínimo
( ) Cinco salário mínimo ou mais.
6. Qual seu nível de escolaridade:
( ) Nível médio completo;
( ) Nível superior incompleto;
( ) Nível superior completo;
( ) Pós Graduação incompleta;
( ) pós Graduação completa.
7. Há quantos anos você leciona?
( ) de 1 a 2 anos;
( ) de 3 a 4 anos;
( ) de 5 a 6 anos;
( ) de 7 a 8 anos;
( ) Acima de 9 anos.
8. A escola disponibiliza de biblioteca?
( ) Sim ( ) Não
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9. Quantas vezes você trabalha a leitura em sala de aula?
( ) Todos os dias;
( ) Uma vez por semana;
( ) De quinze em quinze dias;
( ) Somente nas aulas de Redação ou Português;
10. Seus alunos apresentam dificuldades com relação à leitura?
( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns
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QUESTIONÁRIO II
1. O que você entende por leitura?
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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2. Como você trabalha a leitura com seus alunos?
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3. Você professor, utiliza além do livro didático, quais outros livros (texto) para
desenvolver em seus alunos o gosto pela leitura?
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4. Em sua opinião, trabalhar a leitura em sala de aula é importante por quê?
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5. Quais as dificuldades que vocês encontram para realizar um bom trabalho, para
melhorar a leitura de seus alunos?
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6. A escola tem materiais suficientes para despertar nos alunos o prazer de ler?
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7. O que é necessário para ser um bom leitor?
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Obrigada pela sua colaboração!