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UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM PEDAGOGIA POLIANNE DE OLIVEIRA MENDES CANTIGAS DE RODA: UM IMPORTANTE RECURSO PARA APRENDIZAGEM Senhor do Bonfim Março de 2011 Monografia apresentada à UNEB _ Universidade do Estado da Bahia, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profª. Rita de Cássia Braz

Monografia Polianne Pedagogia 2011

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Pedagogia 2011

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UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII

SENHOR DO BONFIM PEDAGOGIA

POLIANNE DE OLIVEIRA MENDES

CANTIGAS DE RODA: UM IMPORTANTE RECURSO PARA APRENDIZAGEM

Senhor do Bonfim Março de 2011

Monografia apresentada à UNEB _ Universidade do Estado da Bahia, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profª. Rita de Cássia Braz

UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII

SENHOR DO BONFIM PEDAGOGIA

POLIANNE DE OLIVEIRA MENDES

CANTIGAS DE RODA: UM IMPORTANTE RECURSO PARA APRENDIZAGEM

Aprovado______________de_____________-de 2011

______________________________________

Profª. Rita de Cássia Braz (Orientadora

UNEB _ Universidade do Estado da Bahia

____________________________________

AVALIADOR

____________________________________

AVALIADOR

AGRADECIMENTOS

Dedico a Deus por sua presença em minha vida em todos os momentos.

Ao meu companheiro Neilton Ribeiro pela compreensão e incentivo.

A meu filho João Victor.

Aos meus pais.

Aos amigos que adquiri durante o curso, em especial Ariane, Joângela, Renata e verônica.

Enfim a todos que de maneira direta ou indiretamente mim apoiaram nessa caminhada.

Agradeço primeiramente a Deus, responsável pela minha vida e por me dar sabedoria e

paciência na elaboração deste trabalho.

A Universidade do Estado da Bahia – Campus VII, representada pela direção, professores e

funcionários. Obrigado por me proporcionar um crescimento profissional e social.

A professora Rita de Cássia Braz por ter confiado em mim, pela competência e incentivo.

Obrigado!

As professoras da escola onde foi realizada a pesquisa pela cooperação e atenção e por

fornecer informações essenciais a esta investigação.

A minhas queridas amigas e companheiras de curso Ariane, Joângela, Renata e Verônica, que

torceram pela minha realização, enfim por todos os momentos que passamos juntas. Muito

obrigada.

Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para minha realização. Muito Obrigado!

RESUMO

RESUMO

Para melhor conhecer a criança é preciso aprender a vê-la. Observá-la enquanto brinca: o brilho dos olhos, a mudança de expressão no rosto, a movimentação do corpo. Estar atento à maneira como desenha seu espaço, aprende a ler a maneira como escreve sua história.

Ana Angélica A. Moreira

A presente pesquisa visou analisar “Quais as concepções que os professores da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem sobre a utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem”. Entendendo as cantigas de roda como uma atividade lúdica que possibilita o desenvolvimento da criança por um caminho prazeroso. Nessa trajetória, fazemos um breve histórico da história da música, além de evidenciar temas como aprendizagem e dificuldades de aprendizagem e a importância das relações de atividades lúdicas como as cantigas de roda para o ensino fundamental I. Para isso buscou-se suporte teórico em alguns autores tais como: Bréscia (2003), Jeandot (1990), Dutra (2000), Ferreiro (2004), Angotti (2006), Santos (2002), Garcia (1998), Sisto (2001), Marcellino (1997), entre outros que também proporcionam contribuições significantes para a pesquisa. Os caminhos metodológicos trilhados foram construídos sobre o foco qualitativo, utilizando como instrumento de coleta de dados o questionário fechado que nos permitiu traçar o perfil dos sujeitos, e o questionário aberto que nos permitiu uma maior aproximação das visões dos mesmos, na qual foram analisadas as concepções que possuem sobre a utilização da música na aprendizagem, Diante do exposto compreendemos que os professores reconhecem a importância da música como suporte no processo de alfabetização. Visto que a maioria não visa uma amplitude de utilização da música, com perspectivas de construção do ser sócio-cultural.

Palavras chaves: cantigas de roda, aprendizagem, dificuldades de aprendizagem, professor

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Quanto ao Gênero....................................................................................................36

Gráfico 2 – Nível de escolaridade.............................................................................................37

Gráfico 3 – Faixa Etária............................................................................................................38

Gráfico 4 – Tempo de atuação na área educacional.................................................................39

Gráfico 5 – Tempo de atuação nas séries de alfabetização......................................................40

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................10

CAPÍTULO I ......................................................................................................12

O PROBLEMA QUE DEU ORIGEM AO ESTUDO.........................................12

CAPÍTULO II......................................................................................................18

2.1 Concepções de Aprendizagem.......................................................................18

2.1.1 Definindo Dificuldades de Aprendizagem......................................19

2.1.2 As Cantigas de Roda como Recurso de Aprendizagem..................22

2.2 A História da Música e a sua utilização na aprendizagem............................25

2.2.1 Cantigas de Roda sua origem e importância para educação...........27

2.3 O Professor e as Cantigas de Roda...............................................................29

2.3.1 O Professor e a Prática Pedagógica................................................31

CAPÍTULO III ....................................................................................................33

CAMINHOS METODÓLOGICOS....................................................................33

3.1 Tipo de Pesquisa............................................................................................33

3.2 Lócus de Pesquisa..........................................................................................34

3.3 Sujeitos de Pesquisa.......................................................................................34

3.4 Instrumentos de coleta de dados....................................................................34

3.4.1 Questionário Fechado.....................................................................35

3.4.2 Questionário Aberto........................................................................35

CAPÍTULO IV....................................................................................................36

4 Análise de dados e interpretação dos resultados...............................................36

4.1 Resultados do Questionário Fechado.............................................................36

4.1.1 Quanto ao Gênero...........................................................................36

4.1.2 Nível de Escolaridade.....................................................................37

4.1.3 Faixa Etária.....................................................................................38

4.1.4 Tempo de Atuação na área educacional..........................................39

4.1.5 Tempo de Atuação na Série de Alfabetização................................40

4.2 Análises dos resultados Questionário Aberto....................................41

4.2.1 A visão dos professores...................................................................41

4.2.2 Cantigas de Roda como auxiliadora no processo de

aprendizagem.......................................................................................................43

4.2.3 As dificuldades no Trabalho com as cantigas de roda....................46

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................48

REFERÊNCIAS.......................................................................................46

ANEXOS.................................................................................................53

INTRODUÇÃO

O contexto atual de educação em nosso país apresenta preocupantes indicadores no que se referem ao

aprendizado escolar, muitas crianças ao chegarem pela primeira vez a escola acabam não conseguindo

aprender ou acompanhar o que é exigido na educação formal, consecutivamente gerando problemas de

aprendizagem.

Para que esses indicadores não continuem a crescer é importante que exista uma preocupação em

diagnosticar previamente a causa dos problemas de aprendizagem, além de valorizar práticas

pedagógicas voltadas para uma educação lúdica, realizando atividades que despertem a atenção e a

vontade de aprender.

Partindo dessa análise, a escola de Educação Infantil para conseguir alcançar um patamar de qualidade

visando o desenvolvimento integral da criança necessita incorporar práticas que motivem os alunos a

aprender a língua, conhecer a cultura do seu povo de maneira divertida e prazerosa. E para muitos

estudiosos as Cantigas de roda por ser um gênero musical fácil e de simples memorização é um grande

aliado ao professor no processo de alfabetização.

Educar através da música é reconhecer que o desenvolvimento e aprendizado ocorrem em tempo

integral, através da letra, do canto, do movimento da socialização com os colegas. Para que isso se

torne relevante é necessário que os educadores se empenhem em contribuir para que a prática desta

atividade não seja vista apenas como momentos de lazer e recreação. Isso implica que os professores

precisam esta sempre em constante processo de reflexão sobre sua prática, procurando continuamente

inová-la.

As cantigas de roda também proporcionam um ambiente alegre estimulando a criança a se desenvolver

em vários aspectos, além de permitir a comunicação com o outro, auxilia na construção do

conhecimento. E assim ponderando todas essas reflexões, realizamos este trabalho que esta disposto

da seguinte forma:

No capítulo I, abordamos a respeito da problemática, os objetivos a que nos propomos, ou seja, o

caminho que trilhamos para expressar a importância das cantigas de roda em se tratando de

dificuldades de aprendizagem.

No capítulo II, abordamos o referencial teórico, conceituando as palavras chaves que norteiam esta

pesquisa. Aqui estão centradas as principais idéias do trabalho. Fazendo uma reflexão sobre as

cantigas de roda em todos os aspectos, ambientes e sujeitos da educação.

No capítulo III, reservado à metodologia, enfatizamos os instrumentos de coleta de dados utilizados, o

tipo de pesquisa que norteia o trabalho, como também o lócus e os sujeitos. Visando atingir um

conhecimento mais específico da realidade e percepção dos sujeitos investigados.

No capítulo IV analisamos e interpretamos os dados obtidos através da análise dos questionários

respondidos pelos professores, e a partir destas informações, traçaremos o perfil destes, diante da

utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem

Por último nas considerações finais distinguimos os frutos da pesquisa, as reflexões sobre tudo o que

foi mencionado, as características principais dos dados analisados. Obtendo uma breve avaliação de

todo o trabalho, expondo e refletindo as conclusões sobre o tema.

CAPÍTULO I

O PROBLEMA QUE DEU ORIGEM AO ESTUDO

A música ao longo do tempo vem exercendo as mais diferentes funções, além de estar presente no

mundo em todas as culturas e todas as épocas, é uma linguagem que vai além das barreiras do tempo e

do espaço, e também é reconhecida como uma das mais importantes formas de comunicação. Segundo

Bréscia (2003, p.25), “A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da

humanidade desde as primeiras civilizações”. De acordo com dados antropológicos, as primeiras

músicas eram empregadas em rituais como: nascimento, morte, casamento, recuperação de doentes e

fertilidade.

Partindo deste pressuposto, percebemos que a música possibilita expressar nossos anseios e emoções,

além de distrair proporciona sensações prazerosas, podendo ser utilizada como recurso para a

aprendizagem. Desse modo, compreendemos que a necessidade de se comunicar é muito importante

para a educação, e essas canções populares são capazes de promover uma aprendizagem mais

prazerosa divertida, e eficiente no cotidiano escolar, auxiliando no contexto didático.

A aprendizagem é vista como uma mudança, uma sistematização no comportamento humano, sendo

modificado constantemente, e com aprendizagem escolar não é diferente. De acordo com Santos

(2002, p.39). A aprendizagem da leitura e da escrita deve ser entendida como um processo de

múltiplas dimensões que promoverá o indivíduo à condição de ser social ativo, considerando suas

experiências e interações com seus pares, afim de que ele possa construir a escrita.

Mas as crianças ao ingressarem na escola se deparam com um novo mundo, o mundo da escrita e da

leitura e a ela será exigido o dever de aprender frases, textos enfim variadas atividades; e quando isso

não ocorre, na maioria das vezes o aluno é tomado por um sentimento de inferioridade, que

conseqüentemente acaba por caracterizar o fracasso escolar. Sisto (2007) aponta que:

As dificuldades para aprender aparecem nas crianças sob distintas formas, e é muito difícil encontrar uma pessoa que não teve dificuldades em aprender alguma coisa algum dia em sua vida, algumas crianças chamam a atenção devido ao fato de estarem atrasadas ou defasadas em determinadas tarefas específicas como escrita, se comparadas com seus colegas de classe ou idade, ou uma dificuldade geral, quando a aprendizagem é mais lenta do que a média das crianças em uma serie de tarefas. (p.63)

Dessa maneira, podemos dizer que várias situações podem atrapalhar a aprendizagem. Neste sentido,

Souza (2001, p. 25) comenta que “A criança é suscetível aos fatores externos que provavelmente se

chocam com sua fragilidade interna, prejudicando seu aprendizado”. Visto assim, a falta de motivação

pode este relacionado com inúmeras circunstâncias. Bossa (2000) enumera algumas:

Diante desse contexto, percebemos que a não – aprendizagem das crianças pode esta ligada a uma gama de atributos e características, onde devemos levar em conta inúmeras possibilidades, por isso é importante que exista uma preocupação, em diagnosticar precocemente a causa dos problemas de aprendizagem, pois o quanto mais cedo for detectadao as dificuldades, menores serão as resultados negativos na vida destes alunos. E a escola como instituição de ensino, precisa esta organizada de forma que a criança possa aprender com prazer, a fim de utilizar seus conhecimentos em todas as dimensões da sua vida. Santos (2002) argumenta que:

Neste aspecto, a escola enquanto espaço institucional, precisa realizar atividades que promovam a

construção de conhecimento, e para muitos estudiosos as cantigas de roda é uma forte aliada na

formação do aluno. De acordo com a reflexão de Faria (2001) “A música está presente em todos os

lugares e no ambiente escolar não é diferente.” Desse modo, vemos que a prática de atividades que

envolvam canções é de suma importância na formação e no desenvolvimento da criança, afinal

sabemos que a presença da música na vida dos seres humanos é indiscutível, desde cedo à criança

demonstra interesse por ritmos e sons musicais, a receptividade a música na criança, acontece quando

ela entra em contato com o universo sonoro que a cerca, isso acontece desde antes do seu nascimento.

Tomemos a alfabetização como um processo em permanente construção que não se reduz a técnicas de decodificação mecânica, adquirida através da organização de padrões regulares de correspondência entre som e grafema, mas é um momento de reordenação de estruturas que servirão de suporte para que a criança se aproprie de significado de sentido, dominando paulatinamente suas funções e usos sociais. (p.40)

(...) Uma criança pode não aprender por que não sabe lidar com as leis e regras da vida. Uma criança pode não aprender por que seus pais, na tentativa de acertar, erraram por não estabelecer regras e limites (...) uma crianças pode não aprender porque esta na escola onde a forma de ensinar, não esta de acordo com sua forma de aprender. Uma criança pode não compreender a importância do que está sendo ensinado na escola, por que o professor não lhe mostra como utilizar aquele conhecimento na vida (...). Assim percebemos que a não – aprendizagem dos alunos exige uma profunda reflexão sobre as formas de ensino, pois quando tratamos de dificuldades de aprendizagem precisamos compreender o aluno como um ser completo que pensa, tem medo, tem alegrias e tristezas. (p. 59)

De acordo com Angotti, (1996, p.157) Musicalizar é construir o conhecimento musical humano,

possível de ser realizado em casa e na escola, desde os primeiros meses de vida de um bebê ainda no

útero materno.

Desta forma, percebemos que os momentos de utilização das cantigas de roda, precisam ser levados

em conta, pois a música em si é uma rica atividade lúdica e essa prática é muito significante no

desenvolvimento e formação dos alunos, mas para que esse método ocorra de fato, o educador tem

papel fundamental nesse processo, pois é ele o norteador, ou seja, faz a mediação no processo de

aprendizagem, planejando e disponibilizando os recursos didáticos, além disso, a escola deve ser

percebida como um lugar que proporcione prazer e alegria, mas para que esse objetivo seja alcançado

é imprescindível que os professores repensem o conteúdo e a sua técnica pedagógica.

Nestas circunstâncias, o educador não deve estar sozinho ele deve procurar envolver a escola e a

comunidade, e assim compartilhar os problemas com as crianças que estão incluídas em grupos que

apresentem dificuldades em aprender, procurando uma alternativa que busque facilitar o sucesso

escolar desses indivíduos.

Por esta razão, achamos que as cantigas de roda são fortes aliadas nas atividades pedagógicas,

especialmente pelo fato de estarem intimamente relacionadas com a ludicidade, essas músicas além de

favorecer a relação da criança com o lúdico de forma natural e prazerosa, favorecem também a

aprendizagem. Faria (2001) define que a música é um importante fator de aprendizagem, pois a

criança desde pequena já ouve música na qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir conhecida

como cantigas de ninar.

As cantigas de roda consistem em atividades de extrema importância para o auxilio da aprendizagem,

Rosa (1990, p.27) afirma que a simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o

treinamento de uma série de aptidões importantes. Oferecem aos alunos experiências reais e concretas,

experiências essas indispensáveis para o desenvolvimento e aprendizagem, por intermédio do lúdico

os alunos se habilitam para distintas circunstâncias da vida, aprendendo valores culturais do cotidiano,

interagem com os colegas, aprendem a superar desafios, enfim exerce seu papel em quanto individuo,

além de ajudar na participação social e afetiva, a criança se comunica tem acesso a informação e

consegue se expressar melhor.

Apesar de todas essas considerações, em alguns momentos as atividades que abrangem a música se

deparam com muitas dificuldades para acontecer com resultados significativos. Sobre esta questão

Santos (2000) reflete que:

Assim, ao longo da história da educação, a música principalmente as cantigas de roda vem atendendo

a muitos objetivos, tendo cada vez mais lugar de destaque nas propostas pedagógicas, mais na sua

maioria com finalidades comportamentais e atitudinais como ir ao recreio, lavar as mãos, entrar e sair

da sala de aula, nas datas comemorativas sem nenhum objetivo, na recreação, cantando e dançando

tendo uma maior utilização da musica no aspecto de expressão corporal e artística. Ainda citando

Santos(2000) a autora afirma que:

Com isso, devemos levar em conta que esse tipo de atividade, está cada dia mais presente na vida

escolar, e devemos ter preocupação de apresentar a sua aplicação de forma correta, de maneira, que a

música não seja banalizada apenas a momentos de recreação.

A música é um recurso cultural e instrumental próxima a todas as pessoas, como aponta o Referencial

Curricular Nacional para Educação Infantil: “A música esta presente em diversas situações da vida

humana. Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar o

povo a lutar”. (pág. 47,1998 vol.03).

Dessa forma, vale lembrar que a musica é um incomparável beneficio para a formação, o

desenvolvimento e equilíbrio da personalidade das crianças. Na sociedade contemporânea, professores

É preciso, portanto que tais currículos sejam repensados, dando a estes uma visão de criança, jogo, brinquedo, desenvolvimento e aprendizagem. Estas características oportunizarão a seus egressos a descoberta da própria ludicidade, levando – os a desenvolver nas crianças a alegria de entender a escola como um espaço, acima de tudo prazeroso.(p.61)

Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis as atividades lúdicas são pouco exploradas, e mesmo quando são realizadas, não lhes é dado o valor que elas merecem. Os alunos não são instigados por atividades musicais e os professores pouco motivados e muitas vezes sem formação adequada acabam deixando ausente a música no ambiente escolar (p.09).

e alunos são igualmente influenciados pelas sugestões da mídia. Porém, na escola é preciso dar as

crianças o acesso as músicas de boa qualidade.

Assim, a música em particular as cantigas de roda, proporcionam as crianças possibilidades de

propagar seus pensamentos, por meio da letra e do movimento da canção. O contato musical permite

uma integração intensa, rica e satisfatória sendo associada com a cultura e a emoção. Para Bréscia

(2003, p. 81) [...] O aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança,

amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar

socialmente o individuo.

Desse modo, partindo da compreensão das reflexões mencionadas, surgiu a seguinte questão:

Identificar como os professores da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro utilizam as

cantigas de roda em sala de aula? Diante desta inquietação apresentamos o objetivo de nossa pesquisa

que é: Analisar as concepções que os professores da series iniciais têm sobre a utilização das cantigas

de roda como recurso para aprendizagem.

A escolha desse tema brota na expectativa de tornar as experiências vividas uma realidade, auxiliando

as crianças com déficit de aprendizagem de maneira lúdica, pois, através das cantigas de roda

podemos efetivamente, oferece ao aluno uma forma mais prazerosa e dinâmica. Para tanto, a escola e

todos os profissionais envolvidos devem colaborar para que esses alunos, que estão incluídos em

grupos que tenham algum tipo de dificuldades em aprender, possam reconquistar uma imagem de

sucesso, sempre considerando o ritmo que cada criança tem. E para este trabalho se tornar relevante

será necessário que os professores como facilitadores da aprendizagem visem novas reflexões sobre

sua Prática Pedagógica, tornando assim a alfabetização um processo que possibilite o aprendizado e o

desenvolvimento social da criança.

Estas contribuições poderão nos desafiar a criar novas estratégias de intervenção, por perceber, a

importância que a música tem na aprendizagem, mostrando que a mesma não é simplesmente uma

agregação de sons e palavras, mas sim um rico instrumento que pode fazer a diferença nas escolas,

pois ela desperta os alunos, para um mundo prazeroso e satisfatório, além de facilitar a aprendizagem e

a socialização dos mesmos.

As atividades que envolvam a ludicidade não devem ser vista apenas como momentos de distração ou

passatempo, mas momentos cheios de significação e que possam ser empregados e interpretados como

forma de colaborar para o avanço da educação.

CAPITULO II

2.1 CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM

Entendemos por aprender como algo inerente ao comportamento, através da aprendizagem,

adquirimos informações essenciais para viver. Aprendemos desde como nos comportar, diante das

pessoas, até como se vestir, calçar sapatos, pentear cabelos ou mesmo acontecimentos mais complexos

como respeito, amor e aprender a ler e escrever. Estas colocações nos acarretam a pensar sobre as

peculiaridades da aprendizagem. Como ressalva Feil (1990, p.16) O Processo de aprendizagem é

muito complexo por que nele implicam não só capacidade intelectual, mas também fatores de ordem

social, emocional, perceptual, física e psicológica.

A aprendizagem ainda é vista como uma modificação constante do comportamento por conseqüência

da prática que se apresenta através de gestos da vida social do individuo. Para Dutra (2000, p. 15) “A

questão é que aprender não é apenas – nem principalmente – apropriar-se de conteúdo, mas modificar

o comportamento. Dizemos que determinado individuo aprendeu algo quando seu comportamento foi

modificado”.

Pensando nesta questão podemos dizer que cada pessoa aprende de maneira distinta, pois convivemos

com a diversidade. “O jeito de cada um aprender o mundo é individual", explica Rego,( 2001, p.25).

Ainda sobre esta discussão Derval (2001 p.54) ressalta que “Os indivíduos aprendem de maneiras

muito diferentes em função de seus interesses, de suas possibilidades e das situações em que se

encontram.”

Pérez e Garcia (2001 p.45) refletem que: “Assumir que a educação é um meio de favorecer nas jovens

gerações a compreensão e a transformação de sua realidade social e pessoal significa que qualquer

atividade educativa realizada na escola ou fora dela não – pode nem deve resumir-se a uma simples

transmissão de informação”.

Nas concepções expostas neste capítulo percebemos que a maioria dos teóricos aspira uma

aprendizagem visando além do aprendizado escolar. Pérez e Gárcia (2001, p.42) complementam que

“Sem Dúvida, a aprendizagem da escrita alfabética implica algo mais do que a mera aprendizagem de

um conjunto de signos (...) é ensinar quem está aprendendo a escrever a pensar de novo a linguagem

em sua totalidade de uma maneira completamente nova (...)”

Diante de toda essa reflexão sobre aprendizagem, é importante lembrar que muitas crianças

manifestam dificuldades na aprendizagem escolar, e Moraes (1997, p.30) defende Que “Todas as

crianças tem possibilidades para aprender e gostam de fazê-lo e, quando esta não ocorre é por que

alguma coisa na verdade não está indo bem.” Partindo deste olhar é evidente que toda criança é capaz

de aprender, mesmo sofrendo limitações ou estando em qualquer idade e se alguém não aprende, é

preciso averiguar a ação de quem ensina, pois muitos professores acreditam ainda que todos os seus

alunos sejam iguais, não levando em conta o que cada educando sabe. Santos (2002) acredita que:

Assim, o processo da não aprendizagem das crianças demanda uma intensa reflexão sobre as formas

de conceber o ensino dos professores e a aprendizagem dos alunos. Scoz (1994, p. 22) (...) reforça que

de que os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem as causas físicas ou psicológicas, nem

a analise das conjunturas sociais. É preciso compreendê-las a partir de um enfoque multidimensional,

que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das

articulações sociais.

2.1.1 DEFININDO DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

As dificuldades de aprendizagem, como o próprio nome insinua, referem-se aos problemas

apresentados por alguns alunos de assimilar conhecimentos, acarretando deste modo, o baixo

rendimento escolar. Segundo a literatura, essas dificuldades caracterizam-se por um conjunto

estruturado de argumentos contraditórios e, apesar do conceito oferecer diversas definições ainda

apresenta caráter duvidoso.

Muitos são as definições e conceitos para entender a real causa que explique as dificuldades de

aprendizagem. Porém, para conhecer em uma criança a dificuldade de aprendizagem, se faz

necessário primeiramente entender o que é aprendizagem e quais os fatores que nela interferem.

Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas o caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas ajudar a pessoas tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar–se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstancias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida. ( p.11 ,12)

Assim, fala-se que a aprendizagem é um processo complexo que se realiza no interior do indivíduo e

se manifesta em uma mudança de comportamento. E, para saber se houve ou não a aprendizagem e

se o individuo “sofre” de dificuldades de aprendizagem é necessário um diagnóstico claro e preciso,

onde se percebam fatores evidentes e que sejam relativamente permanentes.

Nesse sentido, é necessário que tentemos determinar a que fazer referência com tal expressão ou

etiqueta diagnóstica, de modo que se possa correlacionar com outros termos, tais como,

“necessidades educativas especiais, inadaptação, déficit socioambiental”.

Em síntese, só é procedente falar em dificuldades de aprendizagem quando fizer referência a alunos

que têm um quociente intelectual normal, ou muito próximo da normalidade ainda superior,

possuem ambiente sócio-familiar normal e não apresentam deficiências sensoriais nem aficções

neurológicas significativas.

Assim, é pertinente assinalar como elementos de definições mais relevantes que a criança com

transtornos de aprendizagem tem uma linha desigual em seu desenvolvimento cognitivo, seus

problemas de aprendizagem não são causados por pobreza ambiental e os que apresentam não são

resultantes de atraso mental ou transtornos emocionais.

Santos (2001, p. 51) considera dificuldade como “aquilo que atrapalha fazer alguma coisa”; e

aprendizagem como “o processo de ser levado a aprender”. Assim pode-se observar que dificuldades

de aprendizagem referem-se a algo que atrapalha o processo de aprender.

Sisto (2001) acredita que as dificuldades de aprendizagem, interpretadas de forma unitária foram e

estão consideradas em transtorno relacionado à linguagem – fala, compreensão, leitura,

soletramento, causado neurologicamente produto de uma rede complexa de interações sociais.

Strick e Smith (2001) definem as dificuldades não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de

problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas

como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas e elas só podem ser

formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola.

As crianças com dificuldades de aprendizagem enfrentam muitos obstáculos na escola, contudo,

também são capazes de construir conhecimento. São curiosas e querem aprender, mas inquietação e

incapacidade de prestar atenção tornam difícil explicar qualquer coisa a elas. Segundo Smith (2001,

p. 146) dificuldades de aprendizagem são “problemas neurológicos que afetam a capacidade do

cérebro para entender, recordar ou comunicar”.

É imprescindível questionar se, de fato, a criança apresenta dificuldades de aprendizagem ou se seu

rendimento não satisfaz às expectativas do professor ou da escola, e que, sobretudo, as crianças com

dificuldades de aprendizagem não são crianças incapazes, apenas apresentam alguma dificuldade

para aprender. Nesse sentido, cabe à escola desenvolver mecanismos para resgatar a confiança da

criança nas suas reais possibilidades, a fim de que ela possa adquirir um bom conceito de si mesma e

consiga trabalhar com suas dificuldades.

Guerra (2002) pondera que crianças com dificuldades de aprendizagem não são deficientes, não são

incapazes, apenas demonstram dificuldades para aprender. Portanto, Incapacidades de aprendizagem

não devem ser confundidas com Dificuldades de aprendizagem.

Smith (2001) ressalta ainda como causa das dificuldades de aprendizagem, a ausência de estímulos

das habilidades básicas necessárias à alfabetização, os métodos de ensino inadequados, problemas

emocionais, falta de maturidade para aprender.

No ponto de vista de Koehler (1984), dificuldade de aprendizagem é: uma desarmonia do

desenvolvimento, normalmente caracterizada por uma maturidade psicomotora que inclui

perturbações nos processos receptivos, integrativos e expressivos das atividades simbólicas (p. 228).

Existem sete importantes fatores fundamentais para que a aprendizagem se efetive, são elas: saúde

física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração ou atenção e

memória. Assim, a ausência de um desses fatores pode ser a causa dos insucessos e das dificuldades

de aprendizagem que irão surgindo.

Pode-se destacar algumas das principais causas das dificuldades de aprendizagem como: causas

físicas, sensoriais, neurológicas, intelectuais ou cognitivas, socioeconômicas e emocionais, sendo a

última uma das principais causas que dificultam a aprendizagem; por tratar de questões que afetam a

auto-estima, a autoconfiança, a motivação, podendo conduzir o afastamento, crises de ansiedade,

estresses e até mesmo depressão.

Muitas vezes, as dificuldades de aprendizagem são reações compreensíveis de crianças

neurologicamente normais, porém, obrigadas a adequar-se às condições adversas das salas de aula.

Podemos ver na diagnose diária, muitas crianças sensíveis e emocionalmente retraídas que passam a

apresentar dificuldades de aprendizagem depois de submetidas a alguma situação constrangedora

não percebida pelos demais.

Diante de todas estas dificuldades é importante citar que, todos os profissionais envolvidos na

educação necessitam ter um olhar desafiador com as crianças que estão adicionadas em grupos com

baixo rendimento escolar, avaliando que cada um apresenta seu ritmo. Nessa perspectiva

comprometer-se com as dificuldades de aprendizagem é basicamente, assumir o compromisso com a

qualidade de vida daqueles que, por determinado motivo não conseguem aprender.

2.1.2 AS CANTIGAS DE RODA COMO RECURSO PARA A APRENDIZAGEM

Quando a criança chega pela primeira vez na escola, já traz uma série de conhecimentos, mas durante

algum tempo pensou-se, que a criança, para ser alfabetizada teria que desenvolver certas aptidões e

possuir pré-requisitos. De acordo com as palavras de Ferreiro e Teberosky (1999, p.291)

(...) Nenhum sujeito parte do zero ao ingressar na escola de ensino fundamental, nem sequer as crianças de classe baixa, ,os desfavorecidos de sempre. Aos 6 anos, as crianças “sabem” muitas coisas sobre a escrita e resolveram sozinhas numerosos problemas para compreender as regras da representação escrita.

A cobrança de que a criança se alfabetize em delimitado espaço de tempo, dentro de regras, motivou e

ainda provoca graves dificuldades de aprendizagem, muitas vezes coligada à metodologia escolar e

não a questão particular do aluno.

Weiss (2002, p.96) nos alerta para esta questão, afirmando: ”O desrespeito ao ritmo de construção da

criança no ler no escrever pode criar uma dificuldade que se avoluma como “bola de neve”, podemos

chegar a estancar o seu processo de verdadeira alfabetização. Ela começa a apelar exclusivamente para

a memória , a partir de um certo ponto passa a não caminhar mais, ou mesmo a se recusar a cumprir

qualquer tarefa relacionada à escrita e a leitura”.

É papel da escola, educar as crianças de maneira a proporcionar e instigar a aprendizagem da leitura e

da escrita, de modo a diminuir as histórias de fracasso e permitir o sucesso desses alunos. De acordo

com Ferreiro (2004, p. 57) o conjunto de conhecimento que um indivíduo adquire no curso de seu

desenvolvimento depende das exigências do meio da cultura em que cresce.

Entende-se que a ação da alfabetização acontece num espaço social. Entretanto estes aprendizados e os

elementos sociais não são aceitos passivamente pelas crianças. Elas reelaboram o que é conhecido,

considerando o objeto como se fosse seu, atribuindo-lhe identidade. Ainda citando Ferreiro, a autora

afirma que a Alfabetização é um processo pelo qual o aprendiz coloca em jogo tudo o que sabe faz

relações, observa, organiza e duvida de seus conceitos.

Assim, as Cantigas de roda proporcionam primorosas condições de aprendizagem, para os alunos em

fase de alfabetização, pois, trata-se de um texto simples e acessível, onde o aluno aprende e constrói

sua identidade com bastante facilidade. Freire (1996, p. 46) destaca “A importância do

reconhecimento da identidade cultural tanto no ato de ensinar quanto no ato de aprender, como

fator que contribui na prática educativo-crítica para o sujeito .assumir-se como ser social e

histórico, como ser pensante,comunicante(...) “ Visto que a música traduz sentimento e ações,

promove ocasiões de alegria e descontração. Angotti (2006, p.158) Destaca que Incentivá-lo a brincar

de roda, conhecer cantigas e também os clássicos ora para relaxar, ora para alegrar, pode levá-lo a uma

paixão pela música e propiciar-lhe um elemento facilitador na hora do aprendizado da leitura e da

escrita, pois especialistas afirmam que, a familiaridade com textos conhecidos e apreciados pelas

crianças facilita a aprendizagem. Cauduro (1989, p. 14) diz que:

Ante o procedimento de construção da leitura e escrita, as cantigas de roda na sala de aula, quando

bem orientada, trazem resultados importantes, transformando-se numa forte aliada dos professores e

alunos das series iniciais. As letras das músicas por sua vez, desempenham uma função particular, que

na maioria das vezes encontra boa aceitação por parte dos alunos. Para Bréscia (2003) :

As atividades com cantigas de roda permitem que a criança conheça melhor a si mesma,

desenvolvendo-a em muitos aspectos, e também permitem a comunicação com o outro. Para Gainza

(1988 p.33), a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por

isso contribui para a transformação e o desenvolvimento.

As cantigas de roda são textos musicais que comportam tanto o uso da leitura convencional, como

também ajudam a ajustar o texto falado a escrita, pois são escritos de fácil memorização e de simples

compreensão e apreciação por parte daqueles alunos que ainda não estão completamente alfabetizados,

encorajando-os a ler e escrever mesmo sem dominarem convencionalmente estas habilidades, o que

compõe práticas fundamentais para a reflexão do funcionamento da linguagem escrita. Conforme

evidencia Jeandot (1990 p. 20) música é linguagem. Assim devemos seguir em relação à música, o

mesmo processo de desenvolvimento que adotamos quanto à linguagem falada, ou seja, devemos

expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da música. Conforme

Mattos (1998) coloca:

A implantação de novas estratégias lúdico-musicais e suas múltiplas facetas como o canto, os folguedos cantados, o movimento ritmado e expressivo, a percussão corporal e instrumental, a improvisação e declamação ritmada, contribuem no desenvolvimento ensino-aprendizagem, por ser nesta etapa da vida escolar que suas percepções, sua atenção e sua memória estão mais receptivas a todo tipo de estímulo e informação.

Com uma linguagem própria, descobrindo e repetindo sons, cantando, criando ritmos e melodias numa brincadeira prazerosa, a criança constrói o seu processo musical, servindo-se dele para compreender e expressar

criativamente suas sensações, sentimentos e idéias sobre o mundo. (p.26)

A musica é um processo facilitador na construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação. (p.14)

Em outras palavras, somente se faz com vontade de aprender, aquilo que fazemos com empenho e nos

gera desafios. Quando as tarefas com leitura e escrita são dinâmicas e tem uma intenção real o

alfabetizando tende a fazer espontaneamente. "As crianças são facilmente alfabetizáveis, desde que

descubram, através de contextos funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece ser

conhecido". (Ferreiro, 1993,p.25)

E para que haja sucesso nestas atividades, a primeira etapa se dá com a seleção da música, que pode

acontecer de maneira democrática com a participação ativa dos alunos. Lembrando que essa escolha

deve estar compatível com o nível de aprendizagem das crianças. Para Faria (2001, p. 24), “A música

como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola

para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o

senso de criação e recreação”.

E na procura de conseguir almejar uma aprendizagem com qualidade, para os nossos educandos, é

preciso antes de tudo despertá-los para o universo das palavras, como despertamos o desejo de tomar

parte das brincadeiras preferidas deles. Assim aprender a ler e escrever, pode ser tão fascinante, quanto

brincar. E as cantigas de roda, sem hesitação nenhuma, necessitará fazer parte dessa atmosfera,

tornando esse período um momento sublime na vida do alfabetizando.

2.2 A HISTÓRIA DA MÚSICA E A SUA UTILIZAÇÃO NA APRENDIZAGEM

A música é uma demonstração exteriorizada dos sentimentos internos. Talvez por este motivo

consecutivamente, sempre esteve presente na história da humanidade. Não ha registros que possam

precisar o aparecimento da música, os historiadores divergem quanto a sua origem. Alguns crêem que

a própria tenha aparecido sob formato de dança em cerimônias sagradas por meio dos quais os homens

pré-históricos imitavam os ruídos da natureza e dos animais.

Jeandot ao fazer uma retrospectiva histórica aponta que Pitágoras, por exemplo, partindo de uma idéia

dos egípcios, desenvolveu uma teoria segundo a qual cada planeta movendo-se no espaço emitiria um

determinado som... Na Grécia Antiga, música expressava a “arte das musas” representava a harmonia

universal. Platão chegou a afirmar: “música é a expressão da ordem da simetria que através do corpo,

penetra na alma e em todo o ser, revelando-lhe a harmonia de sua personalidade”. Darwim, biólogo,

acreditava que a música deriva dos gritos dos animais. E assim o tempo foi passando e a música se

estabeleceu dentro do contexto social nas cerimônias de coroamento, casamento, guerra, trabalho e

lazer.

A mesma autora revela ainda que a música não nasceu das reflexões de Pitágoras... Ela é o resultado

de longas e incontáveis vivencias individuais com a música e de civilizações musicais diversas. (1990,

p.15)

Buscando a história brasileira da música descobre-se que os índios a utilizavam em assuntos religiosos

e episódios solenes. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os jesuítas começaram a catequizar os

índios fazendo o uso de sua música.

A música brasileira foi enriquecida com a chegada dos escravos africanos, que tinham nas canções

traços intenso de sua cultura, mas foram os portugueses que influenciaram a música brasileira.

A autora continua sua retrospectiva histórica afirmando que “Foi necessário muito tempo para que

surgisse um gênero musical que pudesse ser reconhecido como brasileiro e popular, composto por

autores conhecidos, divulgados por meio gráficos.

A origem da música brasileira se deu pela miscelânea de três músicas distintas: a portuguesa, africana

e indígena. Ainda de acordo com Priori (2000, pg. 245) é principalmente a partir do século XIX, com

o ingresso de levas de imigrantes no país que, além da miscigenação étnica e a aquisição de hábitos e

costumes diferentes, muitas brincadeiras, principalmente as cantigas de roda... Se incorporam ao

brincar das crianças brasileiras.

A música é algo que esta associada à cultura e as tradições de um povo e de sua época, e por isso é

muito complexo definir com exatidão o que seja música. O seu conceito pode varia de cultura para

cultura. Para Ferreira (2006, p. 477), a música é definida como a “Arte e Ciência de combinar os

sons de modo agradável ao ouvido”. Brito (1998, p.45) define a música como a “linguagem que se

traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e

pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo do som e o silêncio.”

Como podemos observar à música indiscutivelmente, está presente em nossas vidas, e ao longo do

tempo, desempenha inúmeras funções. Segundo Stefani (1987 p.35), “a música afeta as emoções, pois

as pessoas vivem mergulhadas em um oceano de sons. Em qualquer lugar e qualquer hora respira-se a

música, sem se dar conta disso.

Mesmo que possamos falar de música com muita propriedade, sem necessariamente nos basearmos em

dados precisos e sim como algo que a música produz. Gainza (1998, p.22) observa que “A música e o

som, enquanto energia estimula o movimento interno e externo no homem, impulsionando-o a ação e

promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidades e graus.” Considerando a

música como uma atividade vinculada a situações particulares, que nos auxilia a entendê-la não a

partir de conceitos, mas a partir dos sentimentos que ela traduz. Faria (2001, p. 4), reflete que “A

música passa uma mensagem e revela a forma de vida mais nobre, a qual, a humanidade almeja, ela

demonstra emoção, não ocorrendo apenas no inconsciente, mas toma conta das pessoas, envolvendo-

as trazendo lucidez à consciência”.

Como vimos à música é algo constante na vida da humanidade, pode-se confirmar isto, em todos os

registros do curso da história, As canções na vida do seres humanos são tão importantes, pois, são

elementos que auxilia no bem estar das pessoas. Por isso no contexto escolar a música tem a finalidade

de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, para Gainza (1988, p.33), “A música é um

elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a

transformação e o desenvolvimento...” por isso vemos a música como um meio de incentivar criança

aprende brincando, pois ela pode por meio de cantigas e ações, aprender que alegrias e tristezas,

conquistas e perdas, coragem, medo e dificuldades podem ocorrer, mas que também podem ser

superadas.

2.2.1CANTIGAS DE RODA SUA ORIGEM E IMPORTÂNCIA PARA A EDUCAÇÃO

As origens das cantigas de roda são diversas, na sua grande parte esse tipo de música é de caráter

imigratório. Podemos confirmar isto nos vestígios encontrados nas próprias letras das canções. Para

Garcia (1992, p.35), a maior parte do repertorio de canções, é de origem Lusitana. No entanto, a

influência Francesa também se faz presente em algumas cantigas.

As cantigas de roda são poesias e poemas cantados em que a linguagem verbal (o texto), a música (o

som), a coreografia (o movimento) e o jogo cênico (a representação) se fundem numa única atividade

lúdica (Martins, 2003, p 27). Introduzidas nas escolas no Brasil pelos povos colonizadores,

principalmente pelos povos portugueses, as cantigas de roda foram sendo modificadas e adaptadas ao

contexto brasileiro através do tempo, e inicialmente eram difundidas como uma atividade tipicamente

de meninas e durante muito tempo foi às principais atividades lúdicas das crianças, sendo muito usada

em todo o território nacional. Felinto (2000) constata que "cantigas e rodas infantis conhecidas desde o

século XVII resistem, da mesma forma ou com algumas adaptações, nas cinco regiões do Brasil,

ajudando as crianças a entender o mundo".

Ao longo do tempo esse passatempo ajudou a transmitir lendas, histórias e culturas, além de

fortalecer os elos afetivos e culturais, as cantigas de roda também asseguraram um vinculo

afetuoso de muitas gerações que cantaram e dançaram juntas apesar da mudança dos tempos.

Estas canções podem ser muito apreciadas pelas crianças, pois sua maioria são de versos simples.

Jeandot (1990, p.67) afirma que nosso repertório cultural é muito vasto em cantigas de roda. A

movimentação, o canto e o ritmo podem ser simples ou complexos, mas sempre agradam as crianças.

O fato é que essas canções populares fazem parte da cultura espontânea e nos foram transmitidas

oralmente através de várias gerações. No Dictionaire Pratique et Historique de la Musique de Michel

Brinet, por exemplo encontramos a seguinte definição de música Popular:”Peças conservadas na

memória do povo, em diversos países e cuja origem é algumas vezes, muito antiga.” Cascudo (1988,

p.600). Essas músicas consistem em uma rica atividade para o trabalho pedagógico, além de ser uma

forma inteligente na hora de trabalhar aprendizagem da criança e seu desenvolvimento. Os parâmetros

Curriculares Nacionais propõem uma articulação do ensino com a cultura popular tornando assim as

atividades com cantigas de roda ainda mais significativa.

Dessa forma, as cantigas de roda apresentam uma contribuição para que a criança tenha uma interação

com o mundo e com os indivíduos ao seu redor. Do ponto de vista pedagógico, as estas canções

infantis são consideradas completas: brincando de roda a criança exercita naturalmente o seu corpo,

desenvolve o raciocínio e a memória, estimula o gosto pelo canto. Poesia, música e dança unem-se em

uma síntese de elementos imprescindíveis a educação global. Quanto a isso Santos, (2002 p.55)

evidencia que.

. Nas mais diversas culturas, as crianças brincam ao som de músicas envolvendo gestos,

movimentos, cantos, danças, estabelecendo relação consigo mesma com o outro e com o

mundo. É interessante observar a grande influência que a música exerce sobre a criança. É por isso

que jogos ritmados, próprios dos primeiros anos de vida, devem ser trabalhados e incentivados.

Jeandot (1990, p. 20). Enfim a música garante às crianças momentos de alegria, descontração,

ao mesmo tempo em que proporciona a aquisição de habilidades, atitudes e conceitos

referente à linguagem musical e a outros conteúdos.

2.3 O PROFESSOR E AS CANTIGAS DE RODA

O debate em volta dos professores e suas práticas são marcadas pela intensa tentativa de reconstrução

e reflexão sobre ela, o docente em hipótese nenhuma poderá ser acomodado, pois, os alunos precisam

do acompanhamento constante do mediador, já que seu papel essencial é auxiliar o aluno no processo

de aprendizagem. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, vol. 2,):

O educador que escolhe trabalhar com as Cantigas de roda na sala de aula precisará, antes de tudo

desenvolver sua criatividade, de forma que lhe dê a perceptibilidade dos objetivos e da metodologia

planejada. Em seguida, respeitar o amadurecimento e o desenvolvimento dos alunos em cada etapa,

bem como as diferenças sociais, religiosas e culturais presente entre as crianças. Segundo Santos

(2002, p.12) A Ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista

Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade e de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano,à transmissão e busca de informação ao exercício da reflexão. (p.30)

As atividades lúdicas são indispensáveis à criança para a apreensão dos conhecimentos musicais, do desenvolvimento cognitivo, além de possibilitarem o desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de sentimentos, onde jogos e brincadeiras podem ser uma maneira prazerosa de experimentar novas situações e ajuda - lá a compreender e a interagir mais facilmente com o mundo cultural e estético.

apenas como uma diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o

desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora com uma boa saúde mental, prepara para um

estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do

conhecimento.

Nos primeiros anos de vida escolar da criança, o trabalho envolvendo cantigas de roda deverá ser

norteado por meio das atividades lúdicas, com intenção de cooperar para o desenvolvimento da

percepção e atenção, além de ocasionar a interação entre a criança e o meio social. As cantigas de

roda, os ritmos embalados por gestos e movimentos precisam ser componentes da rotina pedagógica

do professor.

Escolher letras de música apropriadas à faixa etária e a maturidade dos alunos necessita ser

preocupação constante do professor. Letras complicadas e que exigem muitos gestos podem

comprometer a qualidade da atividade musical por exigir das crianças demasiada atenção para

interpretar e ter que parar de cantar para acompanhar os gestos.

As cantigas de roda permitem a vivencia de atividades interessantes, assim como a musicalidade das

histórias, os contos de fadas e literatura infantil são grandes aliados aos professores, pois se orientando

pelas imagens dos livros o educador mostrará aos alunos os sons representados nas figuras. Essa

sugestão consegue despertar a atenção e o desenvolvimento e para que essa proposta aconteça com

sucesso é recomendável o uso de vasto repertório com canções populares, cirandas, rodas, musicas

regionais e do cancioneiro infantil. Rosa (1990) destaca:

Por tanto as atividades que envolva as cantigas de roda devem ser apresentadas também em textos,

pois o escrito unido ao cantado abre possibilidades para o imaginário, auditivo, criativo e sentindo a

canção, a criança deixa sensibilizar-se e encantar-se pelas atividades que envolvam a música.

A importância do educador proporcionar momentos onde a criança descubra, analise e compreenda os ritmos do mundo, através da observação e do contado com instrumentos musicais, com a dança, com o folclore, etc. Deve estar atento a valorizar todas as formas de expressão escolhidas pelas crianças, pois a mesma comunica-se principalmente através do corpo.( p.22)

A organização do tempo e do espaço é fator fundamental para o exercício de atividades com música. O

trabalho com cantigas de roda apóia e valoriza a expressão musical, além de aumentar a autonomia das

crianças, esse tipo de atividade pode ser realizado cotidianamente E de acordo com a idade e

experiência musical que a criança vem acumulando pode-se inserir nas atividades com música a

confecção de instrumentos. Segundo Weigel, (1988):

No trabalho com música, os brinquedos, objetos do cotidiano e instrumentos musicais devem ter lugar

de destaque, pois ajudam na capacidade de atenção e concentração, mas vale lembrar que voz é o

principal recurso para a produção sonora.

Dentro desta mesma proposta, o educador poderá direcionar a prática das atividades musicais por meio

de projetos pedagógicos e oficinas que interajam vários conhecimentos referente à música

principalmente ao que se referem às cantigas de roda. Angotti (2006, p.161) destaca que quando um

adulto experimenta sons, explora a música como linguagem, amplia seu repertório musical, entende a

importância do brinquedo musical(rodas e brinquedos cantados), conseguindo mudar a sua sala de

aula.

2.3.1 O PROFESSOR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

A escola enquanto ambiente que gera construção do conhecimento, busca a realização de atividades

que despertem a atenção e cuidado, no desenvolvimento e na formação do aluno. Segundo Marcellino

(1997)

A escola pode contribuir muito para o resgate do lúdico na infância. Deve haver

nela um trabalho educacional que possibilite o aprendizado e o desenvolvimento

infantil explorando, por exemplo, jogos,cantigas e brincadeiras com movimento,

para tornar o processo ensino- aprendizagem não só mais agradável como mais

eficiente. (p.39)

Criar é o ato de originar alguma coisa. Ser criativo é viver adaptando formas de expressões as necessidades da vida. O processo criativo está em desenvolvimento quando somos capazes de criar ou recriar determinadas situações com a qual nos deparamos. Para estimular a criatividade, é necessário que o professor seja criativo para estimular a criança, podendo auxiliar na reelaboração do pensamento para idéias produtivas. A música por si só contribui para o desenvolvimento criativo (p.188).

Para que haja uma maior qualidade no procedimento educativo o professor deve refletir firmemente a

sua pratica pedagógica e constantemente levar para a sala de aula atividades que se tornem prazerosa

no cotidiano escolar. Para Santos (2002, p.61) O educador é um mediador, um organizador do tempo,

do espaço, das atividades, dos limites, das certezas e das incertezas do dia -a - dia da criança em seu

processo de construção do conhecimento.

As cantigas de roda podem colaborar, por ser uma atividade que promove o desenvolvimento das

crianças, contribuindo muito no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, sugerimos como essa

prática, pois além de cooperar para o ambiente escolar permanecer mais contente e afetuoso, oferece

uma sensação de calma além de ser um instrumento para auxiliar o aprendizado de vários

componentes curriculares. Pereira (2002) afirma que trazer a brincadeira para a escola não é uma

questão de “receitas”, pois os educadores precisam se colocar num constante quadro de inquietações,

reflexões e revisões de sua prática educacional

O professor pode usar a música de diversas maneiras, em sala de aula levando em conta a importância

do aprendizado lúdico no desenvolvimento e formação dos alunos. Somente desta maneira os

educadores poderão criar situações que possibilitem aos seus alunos condições de construir o seu

conhecimento de maneira mais proveitosa e prazerosa. Segundo Mattos (1998):

No caso da alfabetização, o professor deverá acompanhar até que ponto as atividades de

leitura e escrita estão colaborando para a reflexão da linguagem, e como o aluno está

avançando nesta fase. Estas atividades devem ser acompanhadas e estimuladas, de forma clara

e objetiva, não se constituindo somente para fins comportamentais e atitudinais, mas como

atividades, que valorize a música como uma maneira diferente de enxergar as pessoas e o

mundo. Para Zabala (1998, p.209) “O meio mais adequado para nos informarmos do processo

de aprendizagem e do grau de desenvolvimento e competência que os meninos e meninas

Pensamos uma prática que abra caminhos a um fazer criativo, que propicie a construção de conceitos significativos através do reconhecimento, exploração e utilização de sons e ritmos do repertório natural e cultural, bem como a

criação de diversos outros, por meio de jogos e atividades afins. (p. 55)

alcançam consiste na observação sistemática de cada um deles na realização das diferentes

atividades e tarefas.”

CAPITULO III

3. CAMINHOS METODOLÓGICOS

A metodologia é entendida como o momento da pesquisa onde se busca os conhecimentos e

informações mais detalhada sobre a temática estudada, na perspectiva do alcance de uma possível

resposta para os questionamentos, delineamos caminhos utilizando alguns instrumentos que

possibilitem desenvolver a pesquisa de forma investigadora, com a finalidade de compreender e

perceber o significado que os sujeitos dão ao assunto pesquisado.

O trabalho apresentado teve como questão fundamental entender Qual a concepção que os professores

dão as cantigas de roda como recurso para aprendizagem. Buscando uma possível resposta utilizamos

alguns instrumentos que nos possibilitaram o contato com o ambiente e os sujeitos envolvidos na

pesquisa

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa aqui apresentada se caracteriza por qualitativa, pois normalmente este tipo de pesquisa

tem peculiaridades de investigar os significados que os envolvidos na pesquisa dão ao assunto.

É conseqüentemente uma investigação descritiva que procura por meio de descrições do ambiente

pesquisado, pessoas envolvidas, ações é fundamental para identificarmos a questão da pesquisa. Para

Ludke e André (1986):

Nessa perspectiva percebemos que esse tipo de pesquisa nos da maior oportunidade de

permanecermos em relação direta com os sujeitos pesquisados, proporcionando assim o

desenvolvimento amplo da investigação e um resultado que realmente tenha ênfase, achando assim a

resposta dos questionamentos.

3.2 LÓCUS DE PESQUISA

O lócus escolhido para o desenvolvimento da pesquisa foi a Escola municipal Nossa Perpetuo

Socorro, localizada na Quadra B Caminho G no Bairro das Casas Populares no município de Senhor

do Bonfim.

Seu espaço físico é composto por nove salas de aula, diretoria, secretaria, sala de professores,

biblioteca, sala de informática, sala de vídeo, cantina e pátio para recreação. A instituição atende 523

alunos da educação infantil e Ensino fundamental, funciona nos turnos, matutino e vespertino. Possui

uma equipe de funcionários composto por dezenove professores, uma coordenadora, uma diretora,

uma vice – diretora, além de secretaria, porteiro, serviços gerais e assistentes, mas todos se auxiliam

quando a necessidade.

A pesquisa qualitativa tem um ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento (...) A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, ia de regras através do trabalho intensivo de campo (p.11)

A citada instituição foi selecionada como Lócus por permitir o desenvolvimento desta investigação;

além do fácil acesso, já tivemos a oportunidade de realizar outros trabalhos durante o andamento do

curso de pedagogia.

3.3 SUJEITOS DE PESQUISA

O sujeito de pesquisa é uma mina de conhecimento para o pesquisador, pois através de suas

informações e elementos do meio pesquisado é que podemos ter o respaldo para poder desenvolver a

investigação. Os sujeitos de pesquisa foram sete professores das series de alfabetização da Escola

Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

3.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para se alcançar os objetivos traçados no presente trabalho, de analisar as concepções que os

professores tem sobre a utilização das cantigas de roda para aprendizagem, foram utilizados como

instrumentos para nos assistir na coleta de dados, o questionário fechado e o questionário aberto, assim

através do emprego destes, percebemos que foram de suma importância no intuito de possibilitar, o

contato com o ambiente e os sujeitos envolvidos, além de desenvolver e alcançar os resultados, a fim

de realizarmos o desenvolvimento e análise desta pesquisa.

3.4.1QUESTIONÁRIO FECHADO

É um instrumento de grande importância para o desenvolvimento da pesquisa. O questionário fechado

foi muito relevante para a efetivação deste trabalho, pois nos possibilitou esboçar o perfil dos sujeitos

envolvidos na investigação, obtendo dados como faixa etária, escolaridade, formação tempo de

atuação entre outros. Ao se tratar de um instrumento de coleta de dados, e ser de grande importância

em uma pesquisa, Marconi e Lakatos (1996) definem o questionário como:

É um instrumento de coleta de dados, constituído por uma serie ordenada de perguntas, que devem ser respondido por escrito e sem a presença do investigador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador, depois de preenchido, o pesquisado, devolve-o do mesmo modo. (p. 88)

Este instrumento enriquece os dados obtidos, pois permite uma visão da realidade e contexto dos

sujeitos envolvidos na pesquisa.

3.4.2 QUESTIONÁRIO ABERTO

Outro instrumento utilizado para o andamento da pesquisa foi questionário aberto. Do ponto de vista

conceitual encontramos algumas considerações importantes sobre esse tipo de questionário. Marconi e

Lakatos (1990) Chamamos de livre ou não ilimitados, são os que permitem ao informante responder

livremente, usando a linguagem própria, e emitir opiniões. Possibilita investigações mais profundas e

precisas (p.89).

Por meio do questionário aberto obtemos respostas dos sujeitos a serem investigados, sem influenciá-

los, além de ser um instrumento respeitável por originar as respostas necessárias à pesquisa é um

método e rápido e Prático no qual os pesquisados se sentem mais livres para responder os

questionamentos.

É importante ressaltar que com questões norteadoras sobre o tema e a analise de dados podemos

compreender a visão dos sujeitos desta pesquisa e a conexão dos mesmos ao nosso elemento de

estudo, seus ponto de vista, suas interações e conhecimentos sobre o assunto tratado, os dados

alcançados por meio do questionário foram salientes e expressivos para o diagnóstico e

desenvolvimento deste trabalho.

CAPITULO IV

4. ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÕES DOS RESULTADOS

No presente capitulo apresentamos as análises e interpretações dos dados que foram alcançados por

meio dos seguintes instrumentos: questionário fechado, questionário aberto. No qual obtivemos

informações importantes a partir do contexto estudado e nas revelações dos sujeitos.

Todos os detalhes foram considerados importantes, pois, nos possibilitaram traçar, a partir dos dados

coletados, o perfil dos sujeitos e suas da concepções sobre a utilização das cantigas de roda no

processo da aprendizagem.

4.1 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO FECHADO

PERFIL DOS PROFESSORES

4.1.1QUANTO AO GÊNERO GRÁFICO 1

Figura 1 Gênero dos Sujeitos

100%

0%

Feminino

Masculino

Fonte: Questionário Fechado Aplicado aos Sujeitos

A partir da amostra do gráfico observamos que 100% dos sujeitos pesquisados são do sexo feminino,

perante a este fato compreendemos que a mulher ainda é maioria no cenário da educação infantil.

Novaes (1992, p.105) Afirma que tradicionalmente, nas escolas a professora é vista como “segunda

mãe”. E continua destacando que a incorporação da mulher na função docente foi justificada como

uma extensão das atividades femininas além dos limites domésticos.

Nessa correlação de pensamentos, compreendemos que na maioria das vezes a função da mulher ainda

esta relacionado ao cuidar ou até mesmo em função de prendas domésticas. Dessa forma é ratificada a

descaracterização da profissão docente, pois como nos alerta Novaes (1992, p.95) (...) professora não é

mãe, não é tia, professora é professora e tem que se assumir como tal.

4.2.2 NÍVEL DE ESCOLARIDADE – GRÁFICO 2

Figura 2 Nível de Escolaridade

Fonte: Questionário aplicado aos Sujeitos

Dos Sujeitos pesquisados, 14% têm a formação somente no magistério, outros 14% nível tem superior

em outro curso, 29% possuem nível superior incompleto em pedagogia e 43% dos professores

questionados tem nível superior completo no curso de pedagogia. Constatamos que há uma

porcentagem bastante significativa de professores com nível superior, isso evidencia que os docentes

estão buscando uma formação acadêmica, uma vez que esta o instiga a compreender o processo

educacional, além de auxiliar o professor a refletir sobre sua prática, a formação acadêmica se

apresenta essencial na educação atual.

Percebemos que a qualificação dos professores contribui muito para a qualidade de ensino, mas não

deve ser vista somente no aspecto de acúmulo de conhecimento como nos faz refletir Angotti (2006):

Nesta perspectiva a autora nos faz perceber que a formação apenas, não garante tal qualificação é

necessário que esta venha contornada de uma reflexão sobre a sua prática, quanto maior e mais rica for

A formação docente não pode ser vista apenas como um processo de acumulação de conhecimento de forma estática, como cursos, teorias, leituras e técnicas, mas sim como a contínua reconstrução da identidade pessoal e profissional do professor. Esse processo deve estar vinculado à concepção e à análise dos contextos sociais e culturais, produzindo um conjunto de valores, saberes, e atitudes encontrados nas próprias experiências e vivências pessoais, as quais imprimem significados ao fazer educativo (p.164).

sua história de vida e profissional, maiores serão as probabilidades dele, desempenhar uma prática

educativa, consistente e significativa.

4.2.3 FAIXA ETÁRIA GRÁFICO 3

Fonte: Questionário aplicado aos Sujeitos

Com relação à faixa etária das professoras, podemos analisar por meio do gráfico que o maior

percentual encontra-se entre 25 a 30 anos, representando 72% dos docentes, e a menor porcentagem

correspondem empatados entre 30 a 40 anos e acima de 40 com 14%. Constatamos que os sujeitos em

questão são pessoas jovens mais que possuem um nível de maturidade na arte de lecionar. Contudo na

educação a idade não é empecilho para que o educador mostre um grau de amadurecimento na

realização de sua função, o mais importante de acordo com Garcia (1998, p.222) é trocar os saberes e

experiências de cada um, e perseguir outros conhecimentos, de preferência, juntos em grupos.

Desta maneira averiguamos que para educação, o que verdadeiramente importa é o grau de

amadurecimento do professor, que este esteja sempre liberando sua potencialidades, buscando o

conhecimento, para uma prática mais significativa.

4.2.4 TEMPO DE ATUAÇÃO NA ARÉA EDUCACIONAL GRÁFICO 4

Figura 4 Tempo de atuação na área Educacional

14%

29%57%

Menos de 5 anos

5 a 10 anos

Acima de 10 anos

Fonte: Questionário fechado aplicado aos Sujeitos

Observamos que em meio ha os sujeitos investigados, 57% atuam na área de educação a mais de 10

anos, 29% de 5 a 10 anos e 14% menos de 5 anos analisando esta questão percebemos, que a maioria

dos professores tem uma boa experiência em sala de aula, portanto é indispensável que o educador

possibilite que seus potenciais sejam liberados, buscando sempre conhecimentos que permitam uma

prática docente voltada ao seu crescimento profissional.Garcia (1998) faz uma reflexão sobre a

prática:

É importante destacar que processo de atuação não deve ser visto como uma linha reta, ele se dá

desordenadamente com avanços, retrocessos, contradições e conflitos. A Garcia (1998, p.55) continua

refletindo que “A construção de uma nova prática está intimamente relacionada à possibilidade da

professora experimentar, criar, ousar, investigar sobre suas intervenções (...)

4.2.5 TEMPO DE ATUAÇÃO NAS SERIES DE ALFABETIZAÇÃO

A professora no exercício de sua prática docente é portadora de uma teoria adquirida no seu curso de formação inicial, teoria atualizada a cada dia, em sua relação com as crianças na sala de aula e com sua colegas professoras nas reuniões pedagógicas, nas experiências que vive dentro e fora da escola, nas leituras que faz, nos cursos que participa, nas reflexões que produz (p.21).

Figura 5 Tempo de Atuação nas series de Alfabetização

57%29%

14%

Menos de 5 anos

Mais de 5 anos

Mais de 10 anos

Fonte: Questionário fechado aplicado aos sujeitos

Através da ilustração do gráfico notamos que a maioria, 57% dos professores que trabalham com

alfabetização fazem isso há menos de 5 anos, 29% a mais de 5 anos e 14% a mais de 10 anos. Mas é

notável que esses professores são inquiridos a cada vez mais a levar em consideração uma prática

pedagógica voltada ao lúdico. Santos (2002 p.40) afirma que O professor alfabetizador deve apropriar-

se desse referencial teórico, que estará a serviço de uma reflexão sobre sua prática cotidiana,

instigando-o a compreender o processo e não apenas a busca o produto, alimentando suas incertezas e

dúvidas, tornando assim seu fazer pedagógico mais rico e desafiador. Sobre isto Zabala (2007) nos faz

refletir sobre nos dizendo que:

Desse modo deve-se buscar refletir que o educador precisa sempre buscar inovações,

sobretudo se tratando de uma área tão peculiar quanto à alfabetização e através das cantigas

de roda podemos proporcionar esta possibilidade, pois através da “A ação de buscar e de

apropriar-se dos conhecimentos para transformar exige dos estudantes esforço, participação,

Um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais competente em seu oficio. Geralmente se consegue esta melhora profissional mediante o conhecimento e a experiência: o conhecimento das variáveis que intervêm na prática e a experiência para dominá-las. A experiência, a nossa e a dos outros professores. O conhecimento, aquele que provém da investigação, das experiências dos outros e de modelos, exemplos e propostas.

indagação, criação, reflexão, socialização que constituem a essência psicológica da educação

lúdica”. Almeida (2000, p.31).

Com isso refletimos o quão é importante, que o educador independente do tempo de atuação

na área educacional busque inovações, sobretudo se tratando da educação nas series iniciais e

a música acarreta essa possibilidade de novas descobertas.

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

QUESTIONÁRIO ABERTO

Neste componente analisaremos as informações obtidas através do questionário aberto, conscientes de

que esse procedimento demanda atenção e sigilo no que se refere a identificação dos sujeitos,

estaremos utilizando um código a letra P acrescida de algarismos para indicar o discurso dos

professores envolvidos na pesquisa.

4.2.1 A VISÃO DOS PROFESSORES

De acordo com os dados colhidos junto aos professores em estudo, elegemos três categorias para

revelar a visão destes em relação às cantigas de roda no âmbito escolar.

CANTIGAS DE RODA COMO PRÁTICA PEDAGOGICA

Sabendo-se que música independente do gênero esta presente constantemente na rotina pedagógica do

docente, todos os professores sem restrição, afirmam que a maioria dos alunos conseguem realizar

com desenvoltura as atividades voltadas para a música, o que confirma a boa aceitação desse recurso

na sala de aula.

Em relação a esta questão, três respostas merecem destaque.

Quando os alunos conhecem a música e a letra é fácil de cantar eles cantam e interpretam

com mais facilidade; (P4)

É interessante, pois nos dias que não estou trabalhando com a música, mas mesmo assim eles

estão cantando; (P 1)

Quando eles já têm a música na mente, eles têm mais finalidade de por em prática o que esta

sendo pedido na atividade. (P5)

Podemos analisar a partir das falas que, quando pensamos na questão da aprendizagem , logo nos

remetemos a procurar alternativas, que permitam tornar o ensino mais prazeroso e fica evidente que

para os professores pesquisados as crianças recebem as atividades que envolvem a música com

interesse alegria e muita descontração, e através das cantigas da roda o aluno é reportado a momentos

de alegria. Para Almeida (2000, p.48) A criança aprende muito mais depressa quando a linguagem

verbal e escrita ao seu redor é mais rica.

Em volta dessas falas observamos que a música é vista como uma atividade que desperta o empenho

dos alunos e contribui para a construção do conhecimento, e essa aceitação é muito importante,

principalmente nesta fase inicial da escola, pois a criança precisa aprender de forma prazerosa, a

vantagem de levar aos alunos essas canções tem como circunstância básica, explorar atividades que

possibilitem facilitar o processo da leitura e escrita. Para Gainza (1986):

Nesse sentido podemos perceber que o fazer pedagógico dos professores precisam ser constantemente

explorados sempre adicionando embasamento teórico e planejando as atividades lúdicas.

[...] o conceito e a prática caminham juntos. Por princípio todo conceito deverá ser precedido e apoiado pela prática e manipulação ativa do som: a exploração do ambiente sonoro, a invenção e construção dos instrumentos, o uso sem preconceito dos instrumentos tradicionais, a descoberta e a valorização do objeto sonoro. Na pedagogia como na arte, a única constante é o movimento, a busca interna e a exploração da realidade circundante. (p.110)

Percebemos que as concepções que elas trazem sobre a música na aprendizagem são de extrema

importância. Ao serem indagadas sobre a sua compreensão da música, obtivemos as seguintes

respostas

Para mim as cantigas de roda devem ser utilizadas pois é uma atividade que auxilia na processo de

alfabetização (P1);

Na minha concepção as cantigas de roda são de grande valia e pode ser utilizada de várias maneiras

através do lúdico, não devemos “Só cantar por cantar” devemos ter sempre um objetivo. (P4);

No meu ponto de vista as cantigas de roda desenvolvem o aprendizado nos alunos; (P6)

Percebo que através dessas músicas eu consigo proporcionar uma socialização em sala de aula, além

de auxiliar nas questões de aprendizagem (P7).

Percebemos nas respostas das professoras que eles atribuem grande valor a utilização das cantigas de

roda na aprendizagem do aluno transformando conteúdos tediosos m atividades agradáveis de serem

desempenhadas. No entanto ficou claro que a maioria entende essa atividade como essencial somente

no processo de alfabetização no sentido de memorização, assimilação de conteúdos, no entanto com

esta sugestão de utilização da musica é possível valorizar a fala das crianças, iniciarem o gosto pela

leitura e estimular a imaginação. Através de todo o discurso levantado nesta pesquisa podemos

constatar que a música traz inúmeras possibilidades, tanto na aprendizagem do código oral e escrito,

quanto a formação sócio-cultural. Zabala (2007, p.28) Educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs,

que não estão parcelados em compartimentos estanques , em capacidades isoladas.

4.2.2 CANTIGAS DE RODA COMO AUXILIADORAS NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM

De acordo com os dados colhidos junto aos professores, a música independente do gênero está

presente constantemente na rotina pedagógica do docente. Todos os professores sem restrição,

afirmam que trabalham com música em suas aulas.

Sim, trabalho com música duas vezes na semana, para fixar os conteúdos e em alguns

momentos para acalmar a turma.(p 1)

Sim! Costumo sempre cantar em momentos como a recepção, quando voltamos do recreio e

em algumas atividades pedagógicas. (p 5)

Percebemos nas expressões destes professores uma homogeneização no que se menciona à

abrangência da música como uma atividade que se reduz apenas ao ensino de conteúdos escolares, ou

seja, os professores possuem uma compreensão conteudista, caracterizado pelo ensino tradicional onde

se prioriza apenas um aspecto do desenvolvimento humano, consistindo em atividades realizadas com

a música que não desenvolve os potenciais das crianças. Para Rosa (1990) “A criança desenvolve os

sentidos desde que nasce, por isso um dos papéis da escola é proporcionar situações em que ela possa

explorar e desenvolver em todos os sentidos harmonicamente”. Daí então vem a importância de rever

as práticas em relação as Cantigas de roda em sala de aula, pois como já foi visto, a música é

linguagem podendo ser usada como mediadora da aprendizagem e das interações sociais.

Dos professores questionados a maioria concorda que a música faz refletir sobre a escrita e a leitura

principalmente a leitura e interpretação e que reescrever a letra das músicas podem gerar reflexão

sobre o sistema de escrita e assim avançar em suas hipóteses, mas é necessário que o professor procure

explorar todas as possibilidades que a música pode proporcionar. De acordo com Bréscia (2003, p 81)

Solicitados a relatarem, a partir da experiência como alfabetizadores, algum caso em que a música

funcionou como recurso auxiliar ou como referencia principal no processo de alfabetização dois

depoimentos chamaram minha

atenção:

Fui trabalhar pela primeira vez com música memorizada e depois com o texto fatiado fiquei

surpreendida como eles cantando e observando os versos conseguiram colocar na ordem certa.

Depois deste dia eles começaram a participar mais das atividades; (P7)

Eu tinha alguns alunos no ano passado que não conseguiam nem falar direito e depois que

comecei a trabalhar com cantigas de roda, parlendas e outros, então eles começaram a ter mais

interesse pela escrita e leitura melhorando o seu vocabulário. (P5)

Percebemos na fala destes sujeitos a importância da música como instrumento que promove o trabalho

pedagógico, pois ela possui contribuições que potencializam a aprendizagem, e diante de tais

revelações, podemos verificar então que os professores percebem o progresso dos alunos nas práticas

trabalhadas com a música.

Assim podemos averiguar que os professores buscam alternativas simples, mas que o auxiliem no

desenvolvimento do seu trabalho, além de ajudar no desenvolvimento dos alunos. Santos (2002, p.39)

Assim a criança consolida e constrói suas concepções a partir de suas experiências, ampliando seu

conhecimento sobre o mundo, desenvolvendo novas hipóteses, à medida que este processo avança.

Outra situação importante a ser analisada é a resposta dos professores quanto aos benefícios da

utilização das cantigas de roda no processo de aprendizagem na alfabetização obtivemos as seguintes

respostas:

A música funciona como motivação mesmo os que não sabem ler “fazem” de conta que já

sabem; (P5)

Desenvolve a oralidade e a escrita; (P1)

As cantigas de roda na minha opinião, proporcionam a socialização dos alunos, desperta o

interesse em aprender e é um método fácil de ensino e aprendizagem. Além do resgate da cultura;

(P7)

As crianças prestam atenção na letra e dessa maneira se torna bem mais fácil o aprendizado

do aluno. (P4)

Muitas. Além de desenvolver a leitura e a escrita ajuda no raciocínio das crianças (P6)

.

Podemos considerar a partir dos discursos acima que para esses professores as Cantigas de Roda são

verdadeiramente recursos valiosos no processo de ensino e aprendizagem. Nesta circunstância os

mesmos fazem referência entre outros aspectos, a ludicidade, à motivação a facilidade de

memorização e ao desenvolvimento do raciocínio. Santos 2002 p.12 argumenta que A ludicidade é

uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O

desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal. Social e

cultural (...)

4.2.3 AS DIFICULDADES NO TRABALHO COM AS CANTIGAS DE RODA

As dificuldades apontadas para o desenvolvimento do trabalho com as cantigas de roda em sala de

aula, segundo os professores estão ligadas a diversos fatores: muitas asseguram que não encontram

dificuldades no trabalho com música, mas algumas afirmam que:

Tenho dificuldades no trabalho com música porque falta de espaço na sala, a quantidade de

aluno é muito grande e às vezes perco o controle da turma. (P. 3)

Minha maior dificuldade no trabalho com música é a falta de materiais como CDs, Vídeos,

aparelho de som, que possam ajudar no desenvolvimento. (P.5)

Diante das colocações, percebemos que na fala da P3 as atividades que envolvem a música apresenta

dificuldades para acontecer em relação à questão do espaço e da quantidade de alunos em sala de aula,

mas mesmo assim percebe-se que apesar dos problemas, a música é vista como algo que faz parte do

seu cotidiano, visto quando ela se menciona a perca de controle da turma, revelando que para a

professora, a empolgação dos alunos é encarada como uma atitude negativa das crianças para com

atividade.

Na fala da P5 percebemos a atribuição da dificuldade de trabalhar com a música mediante a falta de

recursos matérias, com isso, vemos a necessidade e importância da disponibilização de material

didático pela escola, para que o educador seja auxiliado no trabalho com música.

Mas isto revela que mesmo a escola não estando preparada para um trabalho eficaz com música ele

acontece e de maneira a da suporte as professoras em todos os níveis de educação. Isto nos mostra que

apesar de todos os obstáculos encontrados pelos educadores eles sempre procuram uma forma de

aproveitar essas canções para ajudar no processo de construção da leitura e escrita e no

desenvolvimento pessoal e sócio-cultural. Como evidencia Santos(2002)

De acordo com tudo que foi apontado, podemos potencializar a análise mostrada nesta pesquisa de que

a música e em particular as Cantigas de Roda, quando bem direcionada, torna-se uma importante

aliada do professor alfabetizador. De fato foi evidenciado que a maioria dos professores compreende

que a música não é um simples recurso de lazer, mas sim uma atividade rica, ocorre sem dificuldade

onde o aluno pode perceber a função social da leitura e da escrita e continuam afirmando que as

atividades musicais favorecem a obtenção dos objetivos propostos e que ajudam o aluno a avançar no

processo de alfabetização.

Diante dessas colocações pôde se verificar que na prática pedagógica dos professores pesquisados as

cantigas de roda além de outros gêneros musicais estão presentes cotidianamente em sala de aula mais

na expectativa de oferecer um suporte ao processo educativo. Por fim é importante ressaltar que as

Cantigas de roda ou qualquer outro gênero musical tem função de se aliar a aprendizagem da leitura e

escrita, deve-se compreender que ludicidade e educação precisam andar juntas para que a criança

possa aprender e mostrar toda a sua capacidade.

Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. E aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo (...)P 11

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal desta pesquisa realizada com as professoras da Escola Municipal Nossa Senhora

do Perpétuo Socorro foi analisar as Concepções que as mesmas têm sobre a utilização das cantigas de

roda no processo de aprendizagem, para detectar como elas utilizam as cantigas de roda como recurso

para aprendizagem.

De acordo com teóricos nós percebemos que a utilização da música na aprendizagem da criança é

muito importante, pois além de possibilitar o aprendizado através de momentos descontraídos e

espontâneos, do mesmo modo ela facilita a socialização, a comunicação e a expressão.

Uma coisa é certa, as crianças que estão em nível de alfabetização precisam ser estimuladas e o

processo de aprendizagem deve acontecer com prazer, ser norteada e estimulante, para que dessa

forma esse processo se conclua com sucesso. Assim se faz necessário entender que a aprendizagem

ocorre em todos os momentos. A todo instante ao brincar, ao se relacionar com o outro eles constroem,

conhecem e exploram e nessa relação durante atividades habituais é que se praticam atividades

lúdicas.

De acordo com o que foi coletado através dos nossos instrumentos de pesquisa: questionário fechado e

aberto. Averiguamos que todos os sujeitos pesquisados atribuem à música a função de instrumento de

suporte, para facilitar o processo de aprendizagem, ficou claro que as professoras se retém somente na

questão dos conteúdos escolares, sem uma contextualização histórica, cultural e social.

E diante a tudo que foi exposto, consideramos que o trabalho com música na alfabetização, pode

auxiliar no desenvolvimento das crianças, a partir do momento que o professor explora esta atividade

com uma autêntica finalidade pedagógica, descobrindo as verdadeiras contribuições e significados que

ela pode trazer para a sala de aula. Para que o trabalho ocorra de maneira a alcançar os objetivos

proposto pelo professor, deve-se planejar as atividade e saber interferir quando necessário.

Assim como em outras atividades percebemos que essa atividade também apresenta certas

dificuldades, mas cabe ao professor através da reflexão de sua prática resolver estes problemas.

Portanto, percebemos a necessidade permanente dos professores estarem sempre se capacitando,

participando de cursos, pois, a função de alfabetizar não requer apenas pessoas formadas. Como

expressa Angotti (2006) a formação docente não pode ser vista apenas como um processo de

acumulação de conhecimento (...) esse processo deve estar vinculado a analise dos contextos sociais e

culturais(...) as quais imprimem significados ao fazer educativo.

Refletindo sobre esta questão reconhecemos que a maioria dos professores entende que a música é

uma ferramenta importante para a aprendizagem, e percebemos que elas se retêm somente na questão

da aprendizagem de disciplinas, esquecendo que a música possibilita ir além de questões escolares,

como já foi apresentado pelos teóricos a educação através da música vai além do simples aprendizado

escolar, através deste recurso podemos ajudar as crianças no desenvolvimento da linguagem e da

expressão humana. Para que a música seja vista realmente como uma proposta viável nos espaços

escolares e não em situações isoladas e estanques é necessário o desenvolvimento de propostas

concretas para a utilização deste recurso.

Assim, ao redor de todas essas discussões, acreditamos ter conseguido mostrar e trazer algumas

reflexões que poderão contribuir para o trabalho com música na alfabetização. Não queremos com isso

destacar a música como um elemento de salvação da educação, mas sim como uma grande aliada ao

processo educativo. Em vista disto fica uma sugestão de análise da prática pedagógica dos professores,

de forma a não desprezar nem desconsidera o trabalho com música, pois através dela podemos tornar o

campo da aprendizagem mais prazeroso.

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII

Questionário para professores

1. Perfil dos professores1.1 Sexo

( ) Feminino( )Masculino

1.2 Idade ( ) 20 a 24 anos

( ) 25 a 30 anos

( ) 30 a 40 anos

( ) Acima de 40 anos

1.3 Nível de instrução

( ) Nível médio Magistério

( ) Nível superior Pedagogia incompleto

( ) Nível superior Pedagogia completo

( ) Nível Superior Incompleto em outro curso

( ) Nível Superior Incompleto em outro curso

( ) pós graduação

( ) Mestrado

1.4 Tempo de atuação na área educacional

( ) Menos de 5 anos

( ) Entre 6 e 10 anos

( ) Acima de 10 anos

1.5 Tempo que trabalha com alunos de alfabetização

( ) Menos de 5 anos

( ) Mais de 5 anos

( ) Acima de 10 anos

Questionário aberto

1. Questões especificas

1.1 Você costuma utilizar as cantigas de roda em sala de aula? De que forma?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.2 com que freqüência você costuma utilizar as cantigas de roda em sala de aula?

( ) 1 vez por semana

( ) 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

( ) Nenhuma

21. Em sua opinião os alunos gostam quando você trabalha com músicas em sala de aula?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4 Em sua opinião, quais as vantagens de se trabalhar com Cantigas de roda na alfabetização?

_________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.5 Você acredita que a música é um texto que faz o aluno refletir sobre a escrita e a leitura? De que forma? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.6 Na sua experiência como alfabetizador (a) você pode retratar um fato bem sucedido onde um aluno superou alguma dificuldade no processo de alfabetização utilizando a música como recurso para aprendizagem?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.7 você enfrenta dificuldades em sala de aula para desenvolver atividades com os textos musicais?a resposta for positiva quais seriam essas dificuldades

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3.quando você propõe um trabalho com cantigas de roda ou outro tipo de música, os objetivos sempre são alcançados?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. De que maneira você costuma explorar as cantigas de roda na alfabetização?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. De um exemplo de algumas atividades que você já praticou com seus alunos de alfabetização _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Diante de todas essas questões. Na sua concepção qual a importância da utilização das cantigas de roda na sua prática pedagógica? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________